Baixe o app para aproveitar ainda mais
Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original
* Anemias: Fisiopatologia e Diagnóstico Prof. Dra. Vanusa Manfredini * Conceito Sob os aspectos fisiológicos, anemia é HIPÓXIA. Diminuição do transporte de oxigênio molecular. * Conceito A anemia é um termo que se aplica, ao mesmo tempo, a uma síndrome clínica e a um quadro laboratorial caracterizado: Diminuição do hematócrito; Diminuição da concentração da Hb no sangue; Diminuição do número de hemácias por unidade de volume (em comparação com parâmetros de sangue periférico de uma população de referência). * Em indivíduos normais, o hematócrito e os níveis de hemoglobina variam de acordo: com a fase de desenvolvimernto individual; a estimulação hormonal; tensão de oxigênio no ambiente; idade; sexo. * Considera-se portador de anemia o indivíduo cuja concentração de Hb é inferior a: 13 g/dL no homem adulto; 12 g/dL na mulher adulta; 11 g/dL na mulher grávida; 11 g/dL em crianças entre 6 meses e 6 anos; 12 g/dL em crianças entre 6 e 14 anos de idade. Estes valores foram definidos para o nível do mar, alterando-se significativamente em grandes altitudes. * Principais mecanismos compensatórios nas anemias Diminuição da afinidade da hemoglobina pelo oxigênio, condicionando uma maior liberação de oxigênio por unidade de hemoglobina; Aumento do volume-minuto cardíaco e, consequentemente, aumento da velocidade da circulação de sangue, o que permite que a cada unidade de Hb seja utilizada mais vezes em cada intervalo de tempo; Redistribuição do fluxo sanguíneo procurando proteger as áreas mais nobres e mais sensíveis à hipóxia. * Tópicos relevantes na observação clínica e no exame de paciente com anemia Sinais ou sintomas que permitem identificar a presença de anemia (consequentes a hipóxia dos tecidos ou aos mecanismos compensatórios): * Tópicos relevantes na observação clínica e no exame de paciente com anemia Sinais ou sintomas adicionais, que permitem identificar o tipo e a etiologia da anemia: * Tópicos relevantes na observação clínica e no exame de paciente com anemia Hábitos: * Tópicos relevantes na observação clínica e no exame de paciente com anemia Condições que provocam ou facilitam o aparecimento da anemia: * ANEMIAS 1. Não hemolíticas Carenciais Aplástica Hemorrágica Ferropênica Megaloblástica Aguda Crônica 2. Hemolíticas Estrínseca Intrínseca Hemoglobinopatias Enzimática Membrana Alu-anticorpo Auto-anticorpo * Anemia Não hemolíticas: Hiporegenerativas; Hemolíticas: Hiperregenerativas; BI aumentada; Reticulocitose. * Hsitória do paciente Quando começou a anemia? Perda crônica de sangue? TGI, fezes, menstruação? Hemólise? Fraqueza com icterícia, urina ou fezes escuras? Anemia anterior? Uso de drogas ou exposição a tóxicos? Dieta ou desnutrição? Hsitória familiar ou traços raciais? * Hemoglobina * * Principais funções metabólicas das hemácias Transportar oxigênio até os tecidos Produzir 2,3 difosfoglicerato para modificar a atividade da hemoglobina Proteger o ferro e a hemoglobina do processo de oxidação Manter a estabilidade osmótica através da atividade das bombas de membrana dependente de ATP Neutralizar substâncias oxidantes que podem lesionar a membrana citoplasmática * * Ontogenia Na espécie humana as primeiras moléculas de Hb embrionárias são produzidas nas ilhotas sanguíneas que se desenvolvem no saco vitelínico, precedendo o desenvolvimento da circulação sanguínea e estabelecendo as trocas gasosas realizadas através da placenta. A síntese dos diferentes tipos de hemoglobinas embrionárias, fetal e adulta obedece a um rígido controle genético. * Genes α Genes * * * Anemias não hemolíticas Hiporegenerativas * Anemias Carenciais 1. Anemia Ferropênica * Causas Infância: RN prematuros, gêmeos, perda de sangue no parto, diminuição de ferro na mãe. Crianças > 1 ano: verminoses. Adultos: má absorção de ferro, perdas menstruais, gestação. * Prevalência Doença humana mais comum, afetando 30% da população mundial. No RS existe o programa “Criança sem anemia”. Alta prevalência em crianças e idosos. * Prevalência A deficiência de ferro na infância constitui um grave problema de saúde pública devido à alta prevalência e às significativas repercussões no desenvolvimento das crianças afetadas. Retardo do desenvolvimento cognitivo e psicomotor. * Fatores que contribuem para a deficiência de ferro na infância Necessidade de ferro para o crescimento; Dieta pobre em ferro; Limitada capacidade de absorção do ferro da dieta; Alta prevalência de parasitose intestinal; Perda sanguínea gastrointestinal. * Sinais e sintomas Fadiga; Sonolência; Tontura; Palidez; Hipotensão postural; Taquicardia; Dispnéia ao realizar esforços. * Anemia Ferropênica Anemia microcítica e hipocrômica. Quando a criança nasce ela hemolisa o excesso de hemácias da mãe, assim o ferro é estocado no organismo. Por isso é raro ocorrer casos de anemia ferropênica em crianças até 6 meses de idade. O leite é pobre em ferro!!!! * * Estágios da deficiência de ferro * Diagnóstico Laboratorial VCM: microcitose CHCM: hipocromia RDW: aumentado Ferro sérico: diminuido Ferritina: diminuida Transferrina: aumentada Eletroforese de Hb: normal Reticulócitos: normal ou diminuido * Importante! Diagnóstico diferencial entre anemia ferropênica e talassemia antes de tratar o paciente! * Tratamento Sulfato ferroso: 150 a 200 mg/dia Reticulócitos aumentam em 1 semana. Hemoglobina aumenta em 3 a 4 semanas (2g/dL) * Anemias Carenciais 2. Anemias Megaloblásticas * Anemias Megaloblásticas Deficiência de ácido fólico Deficiência de vitamina B12 * Ácido Fólico * Vitamina B12 * Introdução Defeito na duplicação do DNA. Ocorre maturação anormal não só da série eritróide, mas de todas as linhagens. Hemácias em menor número e em tamanho maior. Assim, os eritrócitos, leucócitos e as plaquetas estão em número diminuído. * Anemia VCM: volume corpuscular médio Normal: 81 - 95 fL Microcítica: VCM < 80 fL Normocítica: 80 < VCM < 100 fL Macrocítica: VCM > 100 fL Normal Macrocítica * Diagnóstico Diferencial Anemia Macrocítica Megaloblásticas Frequentemente VCM 110-140 Deficiência de B12 Deficiência de Folato Não – Megaloblástica Macrocitose leve (VCM 100-110) Sindr. Mielodisplásicas Anemia Aplásica Etilismo Drogas (AZT, metotrexate) Hepatopatia crônica Hipotireoidismo Anemias hemolíticas Anemia da hemorragia aguda * * Causas da deficiência de ácdo fólico Dietética: Idosos Alcoólatras Má-absorção: Pacientes em jejum Drogas anti-folato: Quimioterápicos Anticovulsionantes Contraceptivos orais Álcool * Causas de deficiência de vitamina B12 Absorção prejudicada Deficiência do fator intrínseco (anemia perniciosa) Gastrectomia Gastrite crônica Alteração do pH do íleo Nutricional: vegetarianos * Diagnóstico laboratorial VCM: macrocitose Presença de macrovalócitos Reticulócitos: normais ou diminuídos Leucócitos: número diminuído com hipersegmentação Plaquetas: número diminuído com macroplaquetas Dosagem sérica de ácido fólico e da vitamina B12. * * Tratamento Ácido fólico: comprimidos de 5 mg por dia durante 3 a 4 semanas. Vitamina B12: injeções intramusculares de cobalamina e hidroxicobalamina diárias e depois semanais (com acompanhamento da melhora ou não do paciente). * Anemia Aplástica Pancitopenias * Causas das Pancitopenias a) Anemia Aplástica: - Adquiridas: - Primária (idiopática) - Secundária (drogas) - Hereditárias: - Fanconi, Blackfan-Diamond, Disqueratose congênita * Causas das Pancitopenias b) Outras doenças envolvendo medula óssea: Leucemias Tumores Mieloma Linfoma Mielodisplasias Diseritropoese. * Causas das Pancitopenias c) Doenças envolvendo baço Linfomas Esplenomegalia congestiva Infiltração neoplásica d) Deficiência de fatores essenciais: Anemia megaloblástica. e) Hemoglobinúria Paroxística Noturna * Anemia Aplástica Descrita por Erlich,1888. Pancitopenia MO reduzida com substituíção por tecido gorduroso Sem causa determinada * Anemia Aplástica * Anemia Aplástica – Critérios Diagnósticos Forma grave: - Hipocelularidade de MO: - Biopsia: < 25% de celularidade - 50% de celularidade com < 30% de células hematopoéticas + 2 de 3 parâmetros de sangue periférico por + de 3 semanas: - Neutrófilos (< 500/μL) - Plaquetas (< 20.000/μL) - Anemia (< 10 g/dL) Muito grave: Neutrófilos < 200/μL * Consequências Eritrócitos diminuídos Neutropenia Trombocitopenia Anemia Infecção Hemorragia * Anemia Aplástica Motivo da consulta: - Consequências da anemia - Manifestações hemorrágicas - Febre: 30 a 40% dos casos * Anemia Aplástica – Exame Físico Anemia, febre e hemorragias Esplenomegalia e adenopatias Hepatomegalia: não é típica, mas quando presente: congestão hepática * Anemia Aplástica Laboratório: - 80% dos casos: pancitopenia inicial - Restante dos casos: uma ou mais séries atingidas: neutrófilos, plaquetas que evoluiem para pancitopenia 40% dos casos: linfopenia: T, B e NK Todos os pacientes: monocitopenia * Anemia Aplástica Medula óssea: - Biopsia: essencial - Hipocelular, ferro aumentado - Gordura aumentada * Biópsia de MO * Fisiopatologia da Anemia Aplástica Lesão da célula progenitora hematopoética (Stem cell) por agentes externos Ativação do sistema imune pela quebra da tolerância imunológica. Destruição da MO imunomediada via apoptose. Falência de mecanismos citoprotetores. * Epidemiologia Doença rara Curitiba: 2 casos por 1 milhão de habitantes por ano Porto Alegre 1 caso por 1 milhão de habitantes por ano. Há poucos dados epidemiológicos descritos. * Etiopatogenia da Anemia Aplástica Drogas e produtos químicos Agentes que produzem regularmente depressão medular: Quimioterápicos antineoplásicos Benzeno, Querosene, Tetracloreto de Carbono, Clorofenóis * Etiopatogenia da Anemia Aplástica Agentes provavelmente associados à Anemia Aplástica Inseticidas ntiprotozoários: Quinacrina e Cloroquina Antinflamatórios não esteróides: Fenilbutazona, Indometacina, Sulindaco, AAS Anticonvulsivantes: hidantoinatos, carbamazepina, Sulfas, estrogênio, penicilinas, inibidores da ECA. Ouro e Arsênico * Anemias Hemorrágicas Agudas ou crônicas * Anemias Pós-hemorrágicas Aguda: perda de sangue em grande quantidade num curto espaço de tempo. Exemplos: acidentes, cirurgias, pós-aborto. Crônica: perda de sangue em pequena quantidade num longo espaço de tempo. Exemplos: gastrites, parasitoses, úlceras gástricas. * Anemia Pós-hemorrágica aguda Perda de: 500 a 1000 mL: ausência de sintomas ou reação vasovagal (fraqueza, sudorese, náusea, diminuição da PA, desmaios). 1000 a 1500 mL: assintomática em repouso, tontura e hipotensão em pé. 1500 a 2000 mL: tontura, hipotensão, perda da consciência, pele fria, úmida e pálida. 2000 a 2500 mL: choque grave e morte. * * Anemias Pós-hermorrágicas * Anemias Hemolíticas Hiperegenaerativas * Hemólise: o que é? Destruição prematura da hemácia Hemácias defeituosas Fatores nocivos no ambiente intravascular * Hemólise Intravascular plasma: hemoglobinemia urina: hemoglobinúria e hemossidenúria Extravascular baço e fígado bilirrubina indireta (não conjugada) * Diagnóstico de Hemólise Evidências Sinais de eritropoese acelerada Reticulocitose Policromasia Eritroblastose Macrocitose Leucocitose e trombocitose Hiperplasia eritróide * Causa Intrínseca Hemoglobinopatias * Hemoglobinopatias Quantitativas talassemias ( ou ) Deficiência na síntese das cadeias globínicas Qualitativas hemoglobinas anormais (variantes) Alteração estrutural na cadeia globínica Persistência hereditária da Hemoglobina Fetal (PHHF) * Talassemias Deficiência parcial ou total das cadeias alfa ou beta globínicas. * Talassemias alfa e beta Deficiência parcial ou total das cadeias alfa ou beta Consequências: Redução da síntese de hemoglobina normal. Desequilíbrio entre produção das cadeias globínicas formação de tetrâmeros (Hb H) e (Hb Bart’s) ou . * Talassemia alfa Descrita em 1955 nos Estados Unidos e na Grécia. Hb H com características instáveis, formando corpúsculos de inclusões nos eritrócitos e visualizados quando incubados com corantes. As talassemias alfa podem ter duas causas de origem: hereditária e adquirida. As formas hereditárias são as mais comuns e atingem pelo menos 4% da população brasileira. As formas adquiridas são secundárias a um processo patológico primário como: doenças linfo e mieloproliferativas, anemia sideroblástica. * Talassemia alfa São diferenciadas e classificadas de acordo com o número de genes alfa lesados, com a importante observação de que o grau de lesão pode ser variável, afetando o gene parcial ou totalmente. De uma forma geral, representa-se uma pessoa sem talassemia alfa com seus 4 genes alfa funcionantes (, / ,), sendo 2 genes alfa do cromossomo 16 e dois do outro cromossomo 16, um proveniente do pai e outro da mãe. * Talassemia alfa Portador silencioso: é o tipo mais comum entre as talassemias alfa e se deve à deleção de apenas 1 gene alfa (-, / ,). O portador é assintomático e os valores de Hb estão próximos ao limite inferior da normalidade. Traço alfa talassêmico: se deve à deleção de 2 genes alfa (-, / -, ou -,- / ,). Os portadores apesar de serem normais sob o ponto de vista clínico, reclamam de fraqueza, cansaço, dores nas pernas e palidez. Possuem discreto grau de anemia. * Talassemia alfa Doenças de Hb H: é causada pela deleção de 3 genes alfa (-,- / -,). É a forma moderadamente grave de talassemia, com uma anemia considerável. Hidropsia fetal: é a deleção dos 4 genes alfa. É a forma mais grave de todos os tipos de talassemia, pois é uma forma letal. As crianças nascem com uma anemia muito grave, edema, aumnento de baço e fígado e morre horas após o nascimento. * Talassemia beta São mais heterogênias do que as do tipo alfa. Caracterizam-se por uma alteração quantitativa na síntese de globinas beta e são classificadas como talassemias beta zero (quando não há síntese de globinas) e talassemia beta mais (quando há alguma taxa de síntese). Consequentemente, as globinas alfa, que são sintetizadas normalmente, acumulam-se nos eritrócitos, durante a eritropoiese, causando agregação e precipitação. Os precipitados, formados em quantidades variáveis, danificam a membrana e destroem prematuramente essas células provocando a anemia. * Hemoglobinopatias Estruturais Até 2008: mais de 750 Hbs variantes A maioria (75%) devido a alteração de 1 único aa mutação de ponto. Principais representantes: Hb S (pos. 6 da cadeia ác. glutâmicovalina) Hb C (pos. 6 da cadeia ác. glutâmicolisina) * Outras hemoglobinas variantes Hb C Hb E Hb Guaíba Hb D Hb M Porto Alegre Hb J * Síndromes Falciformes Definição: herança de um gene para cadeia ß estruturalmente anormal da hemoglobina adulta, a cadeia ßs . Padrões de herança: 1- Homozigótica: Hb SS (Anemia Falciforme) 2- Heterozigótica : Hb AS (Traço falciforme) 3- Associado a outras variantes. * Distribuição Geográfica África Equatorial Arábia Saudita Parte da Índia Regiões do baixo mediterrâneo O Brasil possui uma população com diferentes origens étnicas e diversificados graus de miscigenização, indicando que a presença da anemia falciforme é decorrente da imigração. Dados de estudos de polimorfismos sugerem que o gene s possui diferentes haplótipos: Benin, Bantu ,Senegal, Camarões e Árabe-indiano. * Haplótipos * Anemia Falciforme – Doença Molecular HbS → polimerização → falcemização → bloqueio artérias/capilares vaso-oclusão * Fisiopatologia da Anemia Falciforme A valina é um aa neutro, enquanto o ácido glutâmico é carregado negativamente. Essa troca altera o pI da Hb S, fato que resulta numa mobilidade mais lenta em relação a Hb A em eletroforese de pH alcalino. A entrada da valina na posição 6 favorece a polimerização em baixas concentrações de O2. A polimerização deve-se à diminuição da solubilidade e aumento da viscosidade na forma desoxigenada gel semi-sólido (polímeros tactóides) célula adquire forma de foice (“sickle”), suscetível à hemólise * Consequências Anemia hemolítica crônica Lesão crônica e progressiva de órgãos e tecidos Crises vaso-oclusivas dolorosas agudas * Manifestações clínicas assintomática até 6 meses de vida (proteção pela Hb F); crises vaso-oclusivas e esplenomegalia (início entre o 6.º e 12.º mês de vida); Síndrome mão-pé; dores músculos-esqueléticas intensas. Homozigoto: Hb SS* Paciente clinicamente normal, sem alterações hematológicas; Alguns trabalhos mostram que podem desenvolver doença renal, AVC e infarto; Importância do diagnóstico. Heterozigoto: Hb AS *Se não receberem tratamento, 25% dos portadores não atingem os 5 anos de idade e 70% vão à óbito antes dos 25 anos. * * Determinantes da Polimerização Oxigênio Temperatura [Hb S] Outras hemoglobinas * Anemia Falciforme (Hb SS) Manifestações clínicas: Assintomática até mais ou menos 6 meses de vida (proteção pela Hb F) Crises vaso-oclusivas e esplenomegalia (início entre o 6º e 12º mês de vida) Síndrome mão-pé Crises dos ossos e articulações * * * * * Diagnóstico eletroforese qualitativa e quantitativa, HPLC testes de afoiçamento (metabissulfito de sódio) focalização isoelétrica hemograma completo PCR Lei 822/01 Triagem Neonatal * * Padrão-ouro no diagnóstico: Eletroforese de Hemoglobinas * Tratamento medidas preventivas: boa nutrição e hidratação transfusão de sangue controle da dor (analgésicos opióides) ativação da síntese de Hb F com hidroxiuréia (agente antifalcizante) transplante de células tronco hematopoiéticas * Traço falciforme (Hb AS) Padrão de herança: heterozigótica Paciente assintomático, clinicamente normal, sem alterações hematológicas Alguns autores apontam a hematúria microscópia como a principal manifestação clinica Importância do diagnóstico dos heterozigotos aconselhamento genético * Padrão de herança * Causa Intrínseca Anemias Hermolíticas por Defeito Enzimático * Anemias Hemolíticas por Defeitos Enzimáticos Deficiência de G6PD Deficiência de PK Deficiência de pirimidina-5’nucleotidase * Deficiência de Glicose-6-fosfato desidrogenase G-6-PD * Anemias Hemolíticas por Defeitos Enzimáticos Vias de degradação da Glicose * Glicose Ciclo Embden-Meyerhof (EM) (Glicólise) Anaeróbico = 90% ATP NADH (ferro reduzido) 2,3-DPG Derivação de Hexose Monofosfato (HMP) (Shunt das Pentoses) Aeróbico = 10% NADPH (protege contra agentes oxidantes) * Enzima G-6-PD DNA Tamanho: 18,5 kb Exons: 13 Introns: 12 mRNA Tamanho: 2269 nucleotídeos Proteína 515 aa Peso Molecular: 59,265 Da * G-6-PD Glicose-6-fosfato desidrogenase (G-6-PD) está presente em todas as células; Função: produzir NADPH, para a proteção das hemácias contra os radicais livres; A deficiência em G-6-PD é a enzimopatia mais comum em humanos; Herança ligada ao cromossomo X = no homem = expressão mais intensa. * Função da G-6-PD (Via das Pentoses) * Exposição de eritrócitos deficientes a drogas Resulta produção de H2O2 ou de radicais livres Oxidam diretamente o GSH Formação de um complexo misto com a hemoglobina Mudanças conformacionais Oxidação de grupos sulfidrilas internos Desnaturação da globina (corpos de Heinz) Comprometimento da plasticidade e forma da hemácia * * Fisiopatologia G6PD NADPH reduzido glutationa: não protege mais proteínas e globinas da oxidação = precipitação precipitação = Corpúsculos de Heinz ou esferócito * Ausência de G-6-PD Acúmulo: - H2O2, outros peróxidos e radicais livres; Hemácia: - Estresse oxidativo Drogas Infecções virais Agentes químicos ambientais Hemólise * Manifestações clínicas Icterícia neonatal Morte Danos neurológicos (raros) Anemia hemolítica aguda (drogas ou infecção) Podendo ser fatal (heterozigotos) Anemia hemolítica crônica não esferocítica * * Deficiência de G-6-PD Recessiva ligado ao sexo Ausência de moléculas de G-6-PD Moléculas alteradas (mutações) Mais de 300 variantes GdB (enzima normal) GdA+ (variante normal) GdA- (hemólise) GdMed GdCanton Atividade enzimática alterada (fatores intracelulares) * Classificação dos pacientes Deficiência total (< 20% atividade) Homens com deficiência total Mulheres homozigotas Deficiência intermediária (entre 20 e 60% atividade) Mulheres heterozigotas Normal * Distribuição geográfica Prevalência (5-25%) África Ásia Mediterrâneo Negros americanos (11 – 13%) Brasil (3 – 6,9%) 4.800.000 – 11.000.000 pacientes sem diagnóstico * Testes complementares Bilirrubina elevada Haptoglobina sérica diminuída Hemoglobinúria Reticulócitos aumentados Contagem de hemácias diminuída Corpos de Heinz * Fatores que causam hemólise Antimaláricos (primaquina, pamaquina); Antipiréticos e Analgésicos (AAS, acetominofem); Análogos da vitamina K; Nitrofuranos (furadantina, furacin); Sulfonamidas (sulfamida, azulfidina); Feijão de fava; Cloranfenicol; Infecções (viroses respiratórias, hepatites virais, Mononucleose, Pneumonias bacterianas ). * Sintomas Adultos (2 a 3 dias após contato com droga) Fadiga Palidez Respiração ofegante Taquicardia Icterícia Urina escura ou vermelha Febre Esplenomegalia Dor abdominal Vômitos * Nota importante Nem todos os indivíduos deficientes em G-6-PD apresentarão crises hemolíticas. Alguns fatores são dependentes, como: Variante genética Exposição a drogas oxidantes * Tratamento Profilaxia dos episódios hemolíticos; Tratamento das infecções; Orientação familiar sobre os riscos impostos por fatores oxidantes (drogas, químicos). * Como medir a atividade da G-6-PD? Kits: método cinético colorimétrico; Correlacionar com a concentração de Hb. O ensaio OSMMR (Kit OSMMR 300 G6PD – R&D Diagnostics Ltda) utiliza a glicose-6-fosfato desidrogenase, a qual, na presença de NADP, catalisa a reação da glicose-6-fosfato para 6-fosfogliconato. O NADPH produzido é medido colorimetricamente em modo cinético a 340 nm. * Valores de referência para G6PD: Normal: maior que 7,7 U/gHb a 37ºC Intermediário: entre 2,6 e 7,6 U/gHb a 37ºC Deficiente: menor 2,5 U/gHb a 37ºC * Dados de prevalência No RS estudos apontam uma prevalência de 7,9% considerando o total de casos (indivíduos com deficiência total e parcial de G-6-PD. Indivíduos com deficiência total 1%. Brasil 3,0 – 6,9%. * Deficiência de piruvato quinase PK * Deficiência de PK Defeito da glicólise Ausência de produção de ATP Ca+, perde K+ e H2O = membrana rígida = hemólise Aumento de 2,3-DPG Tratamento - Esplenectomia * * * * Deficiência de PK: esfregaço de sangue periférico pós-esplenectomia exibindo dois pequenos acantócitos e células “espinhosas”. * Deficiência de PK: reticulocitose significante (mais de 90%) após esplenectomia (Coloração supravital com azul de metileno novo). * Deficiência de pirimidina 5’-nucleotidase * Deficiência de pirimidina 5’-nucleotidase Durante o amadurecimento do reticulócito, seu RNA é degradado em nucleotídeos purina (adenina e guanina) e pirimidina (citosil e uracil). Na deficiência de pirimidina 5’-nucleotidase, o RNA não é degradado, precipitando na forma de pontilhado basofílico. Pb inibe a atividade desta enzima. * * * Causa Intrínseca Anemias Hemolíticas por Defeito de Membrana * Anemias Hemolíticas Defeitos de Membrana Esferocitose Hereditária Eliptose Hereditária * A Hemácia 120 dias = percorre 500.000 vezes o organismo 120 dias = 250 Km 1 percurso = 30 segundos * A Hemácia Capilares esplênicos = diâmetro de 3 a 4 m Hemácia = diâmetro de 7 a 9 m A hemácia tem que ser maleável e deformável para conseguir atravessar os capilares esplênicos. * A Hemácia Citoesqueleto: é fundamental para a manutenção da forma bicôncava da hemácia e flexibilidade, e consequentemente para sua sobrevivência na circulação. * * * * Esferocitose Hereditária Herança autossômica dominante. Defeitos proteicos da membrana = defeitos nas interações verticais. Grande variabilidade clínica. Hemograma: presença de esferócitos. * Microscopia eletrônica de varredura de microesferócitos, mostrando várias células esferocíticas com lesões na membrana, ao lado de um eritrócito discóide normal. * Esfregaço de sangue periférico de paciente com esferocitose hereditária. Além de microesferócitos há também macroesferócitos pela presença de reticulocitose, ou devido à deficiência de vitamina B12 e folatos – fatos comuns nas anemias hemolíticas crônicas. * Esferocitose Hereditária Exame físico Anemia Icterícia Esplenomegalia Exame laboratorial CHCM aumentado = esferócito BI aumentada Teste de fragilidade osmótica * Eliptocitose Hereditáia Herança autossômica dominante. Defeitos proteicos da membrana = defeitos nas interações horizontais. Defeito mais frequente. A mairia é assintomático. * * * * Esta deficiência leva a uma diminuição da síntese de Hb normal e ao desequilíbrio entre as cadeias alfa e as não-alfa. *
Compartilhar