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Gestao-de-Residuos_

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�3FVUJMJ[BÎÍP�F�3FDJDMBHFN
Apresentação
	 2
1.	Introdução	 4
2.	A	construção	civil	e	o	desenvolvimento	sustentável	 7
3.	Impacto	ambiental	da	cadeia	produtiva	da	construção	 10
3.1 Consumo de Recursos Naturais 10
3.2 Resíduos e Poluição 12
3.3 Alternativas para Redução do Impacto Ambiental 15
4.	A	construção	civil	e	as	perdas	 17
4.1 Entendendo o Conceito de Perdas 17
4.2 Classificação das Perdas 20
4.3 Perdas x Geração de Resíduos 26
5.	Diretrizes	para	gerenciamento	de	resíduos	da	construção	 28
5.1 A Resolução 307 do CONAMA 28
5.2 Organização, Limpeza e Segregação de Resíduos 32
5.3 Acondicionamento dos Resíduos 35
5.4 Sinalização dos Dispositivos 42
5.5 Transporte Interno dos Resíduos 43
5.6 Destinação Responsável 44
5.7 Normas Brasileiras para a Gestão de Resíduos 48
5.8 Envolvimento das Pessoas para uma Gestão Eficiente 51
6.	A	racionalização	como	ferramenta	para	a	redução	da	geração	de	resíduos	 53
6.1 Procedimentos Gerais 56
6.2 Os Times de Racionalização 57
6.3 Desenvolvimento da Metodologia 58
6.4 Exemplo de Racionalização R1 em um Canteiro de Obras 66
6.5 Projeto e Planejamento 76
6.6 Organização do Canteiro 77
7.	A	reciclagem	na	cadeia	produtiva	da	construção	 80
7.1 Vantagens da Reciclagem 81
7.2 Barreiras da Reciclagem de RCD no Brasil 81
7.3 Exemplos da Reciclagem de RCD no Brasil 81
8.	Metodologia	para	implantação	da	gestão	de	resíduos	no	canteiro	 84
8.1 Objetivos do Programa 84
8.2 Seqüência das Atividades 85
8.3 Qualificação dos Agentes Envolvidos 96
9.	Considerações	finais	 99
Apresentação
	 2
1.	Introdução	 4
2.	A	construção	civil	e	o	desenvolvimento	sustentável	 7
3.	Impacto	ambiental	da	cadeia	produtiva	da	construção	 10
3.1 Consumo de Recursos Naturais 10
3.2 Resíduos e Poluição 12
3.3 Alternativas para Redução do Impacto Ambiental 15
4.	A	construção	civil	e	as	perdas	 17
4.1 Entendendo o Conceito de Perdas 17
4.2 Classificação das Perdas 20
4.3 Perdas x Geração de Resíduos 26
5.	Diretrizes	para	gerenciamento	de	resíduos	da	construção	 28
5.1 A Resolução 307 do CONAMA 28
5.2 Organização, Limpeza e Segregação de Resíduos 32
5.3 Acondicionamento dos Resíduos 35
5.4 Sinalização dos Dispositivos 42
5.5 Transporte Interno dos Resíduos 43
5.6 Destinação Responsável 44
5.7 Normas Brasileiras para a Gestão de Resíduos 48
5.8 Envolvimento das Pessoas para uma Gestão Eficiente 51
6.	A	racionalização	como	ferramenta	para	a	redução	da	geração	de	resíduos	 53
6.1 Procedimentos Gerais 56
6.2 Os Times de Racionalização 57
6.3 Desenvolvimento da Metodologia 58
6.4 Exemplo de Racionalização R1 em um Canteiro de Obras 66
6.5 Projeto e Planejamento 76
6.6 Organização do Canteiro 77
7.	A	reciclagem	na	cadeia	produtiva	da	construção	 80
7.1 Vantagens da Reciclagem 81
7.2 Barreiras da Reciclagem de RCD no Brasil 81
7.3 Exemplos da Reciclagem de RCD no Brasil 81
8.	Metodologia	para	implantação	da	gestão	de	resíduos	no	canteiro	 84
8.1 Objetivos do Programa 84
8.2 Seqüência das Atividades 85
8.3 Qualificação dos Agentes Envolvidos 96
9.	Considerações	finais	 99
GESTÃO	DE	RESÍDUOS	NA	CONSTRUÇÃO	CIVIL
4
GESTÃO	DE	RESÍDUOS	NA	CONSTRUÇÃO	CIVIL
5
Apresentação
O Projeto Competir, oriundo de um Ajuste Complementar ao Acordo de Cooperação Técnica entre os Governos do 
Brasil e da Alemanha, foi aprovado para ajudar a transformar a realidade das empresas de pequeno porte, tornando-
as mais produtivas e com maior competitividade, infl uindo no desenvolvimento econômico da Região Nordeste. A 
execução do Projeto foi delegada, pelo lado brasileiro ao SENAI e ao SEBRAE e, pelo lado alemão a GTZ (Deutsche 
Gesellschaft Technische Zusammenarbeit).
A primeira fase do projeto, iniciada em 1996 e concluída em 2000, teve como foco a qualifi cação de técnicos do 
SENAI e do SEBRAE visando o atendimento às empresas na introdução de programas de qualidade de vários 
setores industriais. Já na segunda fase, que durou de 2001 a 2005, o Projeto passou a assessorar Cadeias e 
Arranjos Produtivos, sob uma visão regional da competitividade, abrangendo os 9 estados do Nordeste. Procurou-
se apoiar o desenvolvimento produtivo regional através da promoção do diálogo e da cooperação entre os agentes 
locais e regionais relevantes, buscando a sinergia entre fornecedores, prestadores de serviços, entidades de apoio, 
produtores fi nais e o comércio.
Desde janeiro de 2005 o Projeto Competir integra o Programa “Desenvolvimento Regional no Nordeste do Brasil, 
voltado para o Combate à Pobreza” e, mais especifi camente, o componente “Fomento Regional à Geração de 
Emprego e Renda”.
Dentre os diversos produtos do Projeto Competir, que estão à disposição da comunidade empresarial nos 
Departamentos Regionais do SENAI do Nordeste, bem como no SEBRAE, encontra-se o Programa de Gestão de 
Resíduos na Construção Civil, do qual faz parte este material.
Vale ressaltar que este material foi desenvolvido no âmbito do Projeto Estratégico PJ-NE 0597 “Gerenciamento 
Integrado de Resíduos da Construção Civil: Redução, Reciclagem e Reutilização como Alternativa Sustentável para 
Gestão dos Resíduos Classe A” do SENAI - Departamento Nacional. Este projeto contou com a participação dos 
Departamentos Regionais do SENAI da Bahia, Ceará, Pernambuco e Sergipe.
Esta publicação foi preparada para ser utilizada como instrumento de consulta. Possui informações que são 
aplicáveis de forma prática, no dia-a-dia do profi ssional ligado à construção civil, apresentada através de uma 
linguagem simples e de fácil assimilação. Possibilita, de forma efi ciente, o aperfeiçoamento dos profi ssionais do 
setor no que se refere à gestão dos resíduos resultantes da atividade construtiva.
Este trabalho apresenta diversos temas e aspectos relacionados à gestão de resíduos na construção civil, ao longo 
de seus nove capítulos. O primeiro capítulo introduz o tema; o capítulo 2 aborda a questão do desenvolvimento 
sustentável atrelado à construção civil e o terceiro capítulo trata da forma como a indústria da construção impacta 
o meio ambiente. 
No capítulo 4 são abordadas as perdas geradas pelos processos de construção, salientando-se como estas perdas 
podem ser classifi cadas. No quinto capítulo, apresentam-se as diretrizes para se promover o gerenciamento 
de resíduos na construção, dando destaque à Resolução 307 do CONAMA, que estabelece diretrizes, critérios 
e procedimentos para a gestão dos resíduos da construção civil. São citadas algumas normas brasileiras que 
tratam especifi camente dos resíduos sólidos da construção no tocante às áreas de transbordo, triagem, aterro e 
reciclagem e uso dos agregados reciclados. Ainda nesse capítulo, é mencionada a necessidade de se promover o 
envolvimento das pessoas para se conseguir uma gestão efi ciente.
No sexto capítulo são apresentadas algumas ferramentas que podem ser aplicadas de forma simples e efi caz para 
auxiliar o processo de redução da geração de resíduos e de forma mais específi ca a racionalização no canteiro 
de obras. Já no sétimo capítulo, aborda-se a reciclagem na cadeia produtiva da construção civil, as principais 
vantagens, as barreiras encontradas e boas práticas de reciclagem existentes no Brasil. No penúltimo capítulo é 
apresentada a metodologia implementada no âmbito do Projeto Competir para implantação da gestão de resíduos 
nos canteiros de obra.
O último capítulo sintetiza as principais idéias do Programa: a importância da não geração de resíduos, da gestão 
diferenciada dos resíduos nos canteiros de obra e da necessidade de minimizar os impactos sócio-ambientais, 
preservar recursos naturais e melhorar a qualidade de vida nas áreas urbanas. 
Com esta publicação, o Projeto Competir objetiva contribuir com a melhoria da qualidade e da competitividade das 
empresas de pequeno porte do Nordeste e, conseqüentemente, com o desenvolvimento daRegião.
SENAI SEBRAE GTZ
GESTÃO	DE	RESÍDUOS	NA	CONSTRUÇÃO	CIVIL
4
GESTÃO	DE	RESÍDUOS	NA	CONSTRUÇÃO	CIVIL
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Apresentação
O Projeto Competir, oriundo de um Ajuste Complementar ao Acordo de Cooperação Técnica entre os Governos do 
Brasil e da Alemanha, foi aprovado para ajudar a transformar a realidade das empresas de pequeno porte, tornando-
as mais produtivas e com maior competitividade, infl uindo no desenvolvimento econômico da Região Nordeste. A 
execução do Projeto foi delegada, pelo lado brasileiro ao SENAI e ao SEBRAE e, pelo lado alemão a GTZ (Deutsche 
Gesellschaft Technische Zusammenarbeit).
A primeira fase do projeto, iniciada em 1996 e concluída em 2000, teve como foco a qualifi cação de técnicos do 
SENAI e do SEBRAE visando o atendimento às empresas na introdução de programas de qualidade de vários 
setores industriais. Já na segunda fase, que durou de 2001 a 2005, o Projeto passou a assessorar Cadeias e 
Arranjos Produtivos, sob uma visão regional da competitividade, abrangendo os 9 estados do Nordeste. Procurou-
se apoiar o desenvolvimento produtivo regional através da promoção do diálogo e da cooperação entre os agentes 
locais e regionais relevantes, buscando a sinergia entre fornecedores, prestadores de serviços, entidades de apoio, 
produtores fi nais e o comércio.
Desde janeiro de 2005 o Projeto Competir integra o Programa “Desenvolvimento Regional no Nordeste do Brasil, 
voltado para o Combate à Pobreza” e, mais especifi camente, o componente “Fomento Regional à Geração de 
Emprego e Renda”.
Dentre os diversos produtos do Projeto Competir, que estão à disposição da comunidade empresarial nos 
Departamentos Regionais do SENAI do Nordeste, bem como no SEBRAE, encontra-se o Programa de Gestão de 
Resíduos na Construção Civil, do qual faz parte este material.
Vale ressaltar que este material foi desenvolvido no âmbito do Projeto Estratégico PJ-NE 0597 “Gerenciamento 
Integrado de Resíduos da Construção Civil: Redução, Reciclagem e Reutilização como Alternativa Sustentável para 
Gestão dos Resíduos Classe A” do SENAI - Departamento Nacional. Este projeto contou com a participação dos 
Departamentos Regionais do SENAI da Bahia, Ceará, Pernambuco e Sergipe.
Esta publicação foi preparada para ser utilizada como instrumento de consulta. Possui informações que são 
aplicáveis de forma prática, no dia-a-dia do profi ssional ligado à construção civil, apresentada através de uma 
linguagem simples e de fácil assimilação. Possibilita, de forma efi ciente, o aperfeiçoamento dos profi ssionais do 
setor no que se refere à gestão dos resíduos resultantes da atividade construtiva.
Este trabalho apresenta diversos temas e aspectos relacionados à gestão de resíduos na construção civil, ao longo 
de seus nove capítulos. O primeiro capítulo introduz o tema; o capítulo 2 aborda a questão do desenvolvimento 
sustentável atrelado à construção civil e o terceiro capítulo trata da forma como a indústria da construção impacta 
o meio ambiente. 
No capítulo 4 são abordadas as perdas geradas pelos processos de construção, salientando-se como estas perdas 
podem ser classifi cadas. No quinto capítulo, apresentam-se as diretrizes para se promover o gerenciamento 
de resíduos na construção, dando destaque à Resolução 307 do CONAMA, que estabelece diretrizes, critérios 
e procedimentos para a gestão dos resíduos da construção civil. São citadas algumas normas brasileiras que 
tratam especifi camente dos resíduos sólidos da construção no tocante às áreas de transbordo, triagem, aterro e 
reciclagem e uso dos agregados reciclados. Ainda nesse capítulo, é mencionada a necessidade de se promover o 
envolvimento das pessoas para se conseguir uma gestão efi ciente.
No sexto capítulo são apresentadas algumas ferramentas que podem ser aplicadas de forma simples e efi caz para 
auxiliar o processo de redução da geração de resíduos e de forma mais específi ca a racionalização no canteiro 
de obras. Já no sétimo capítulo, aborda-se a reciclagem na cadeia produtiva da construção civil, as principais 
vantagens, as barreiras encontradas e boas práticas de reciclagem existentes no Brasil. No penúltimo capítulo é 
apresentada a metodologia implementada no âmbito do Projeto Competir para implantação da gestão de resíduos 
nos canteiros de obra.
O último capítulo sintetiza as principais idéias do Programa: a importância da não geração de resíduos, da gestão 
diferenciada dos resíduos nos canteiros de obra e da necessidade de minimizar os impactos sócio-ambientais, 
preservar recursos naturais e melhorar a qualidade de vida nas áreas urbanas. 
Com esta publicação, o Projeto Competir objetiva contribuir com a melhoria da qualidade e da competitividade das 
empresas de pequeno porte do Nordeste e, conseqüentemente, com o desenvolvimento da Região.
SENAI SEBRAE GTZ
GESTÃO	DE	RESÍDUOS	NA	CONSTRUÇÃO	CIVIL
6
GESTÃO	DE	RESÍDUOS	NA	CONSTRUÇÃO	CIVIL
7
1.	Introdução
Ao longo das últimas décadas diversas tecnologias vêm sendo desenvolvidas de modo a auxiliar e melhorar a 
qualidade de vida dos seres humanos. Porém, apesar de todos os benefícios, estas mudanças também trazem 
seu lado negativo, muitas delas são grandes geradoras de impactos ambientais, como é o caso, por exemplo, das 
embalagens descartáveis que vêm causando grandes transtornos nas grandes cidades. 
A indústria da construção civil ocupa posição de destaque na economia nacional, quando considerada a signifi cativa 
parcela do Produto Interno Bruto (PIB) do país pela qual é responsável e também pelo contingente de pessoas que, 
direta ou indiretamente, emprega. Por outro lado, esta indústria é responsável por cerca de 50% do CO2 lançado na 
atmosfera e por quase metade da quantidade dos resíduos sólidos gerados no mundo (JOHN, 2000). 
Por todos estes motivos, a construção civil é um dos grandes vilões ao se falar em impactos ambientais, aparecendo 
como o principal gerador de resíduos de toda a sociedade (estimativas apontam para uma produção mundial entre 
2 e 3 bilhões de toneladas/ano). 
Estima-se que a construção civil é responsável por algo entre 20 e 50% do total de recursos naturais consumidos 
pela sociedade (SJÖSTRÖM, 1992). Para citar um exemplo, em uma cidade como São Paulo, o esgotamento das 
reservas próximas da capital faz com que a areia natural seja transportada de distâncias superiores a 100km, 
gerando consumos de energia, além de poluição (JOHN, 2006) .
A produção de quantidades signifi cativas de resíduos de construção civil é um dos principais problemas enfrentados 
em áreas urbanas. Em alguns países europeus (Finlândia, Holanda, etc.), o volume de entulho produzido é o dobro 
do lixo sólido urbano (SJÖSTRÖM, 1992). Dados levantados entre 1995 e 1997 em cinco cidades do interior de 
São Paulo indicam que a geração dos Resíduos de Construção e Demolição (RCD) variava entre 54% e 70% dos 
Resíduos Sólidos Urbanos (PINTO, 1999). Na cidade de Salvador, por exemplo, os RCD representam cerca da 
metade dos resíduos sólidos urbanos e correspondem à geração diária de aproximadamente 2.000t (LIMPURB, 
2004). O crescimento populacional, o desenvolvimento econômico e a utilização de tecnologias inadequadas têm 
contribuído para que esta quantidade aumente cada vez mais.
Os impactos ambientais, sociais e econômicos gerados pela quantidade expressiva do entulho e o seu descarte 
inadequado impõem a necessidade de soluções rápidas e efi cazes para a sua gestão adequada. Daí decorre a 
prioridade de uma ação conjunta da sociedade – poderes públicos, setor industrial da construção civil e sociedade 
civil organizada – na elaboração e consolidação de programas específi cos que visem à minimização desses impactos. 
As políticas ambientais relacionadas ao tema devem voltar-se para o adequado manuseio, redução, reutilização, 
reciclagem e disposição desses resíduos (CASSA et al, 2001). 
No Brasil, as políticaspúblicas voltadas ao gerenciamento de Resíduos de Construção Civil (RCC) buscam 
impulsionar as empresas geradoras de resíduos a tomarem uma nova postura gerencial e implementar medidas 
que visem a redução da quantidade de resíduos produzidos. Estas medidas, via de regra, ainda são consideradas 
como não usuais ou mesmo como desconhecidas no setor.
A principal ação efetivada em termos legais visando à mudança deste quadro foi a publicação da Resolução nº307 do 
CONAMA - Conselho Nacional do Meio Ambiente. Em vigor desde janeiro de 2003, a referida Resolução estabelece 
obrigações para os geradores e para os municípios. Para o gerador, salienta que ele deve ter como objetivo prioritário 
a não geração de resíduos e, secundariamente, a redução, a reutilização, a reciclagem e a destinação fi nal. Além 
disso, o gerador é responsável pela implantação de programas de gerenciamento de resíduos da construção 
civil nos seus empreendimentos. Isto envolve o estabelecimento de procedimentos necessários para o manejo e 
destinação ambientalmente adequados dos resíduos.
Já para os municípios, determina que estes devem implementar a gestão dos resíduos da construção civil através da 
elaboração do Plano Integrado de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil. Assim, os gestores municipais 
e as empresas construtoras necessitam adaptar seus processos de modo a garantir a destinação ambientalmente 
correta dos resíduos de construção civil. 
Na cidade de Salvador, por exemplo, o poder público, através da Empresa de Limpeza Urbana de Salvador 
(LIMPURB), vem buscando implantar desde 1997 o Plano de Gestão Diferenciada de Entulho. Este Plano promove 
medidas para a redução do descarte clandestino, convertendo-o em deposição correta, seja pela implantação de 
Postos de Descarga de Entulho – PDEs ou pela implantação de Bases de Descarga de Entulho – BDEs para uso de 
pequenos e grandes geradores, respectivamente (LIMPURB, 2005). 
No Brasil, é incipiente a quantidade de empresas de construção civil que fazem a gestão de resíduos em canteiro 
de obra e desenvolvem ações planejadas para redução da geração de resíduos. A segregação, acondicionamento 
e disposição fi nal qualifi cada dos resíduos ainda não são r ealizados de forma adequada e integrada às atividades 
produtivas do canteiro de obra. 
A criação e manutenção de parâmetros e procedimentos em obra para a gestão diferenciada dos resíduos são 
fundamentais para assegurar o descarte adequado. Estas ações, quando executadas amplamente por empresas do 
setor, promovem a minimização substancial dos impactos ambientais que a disposição inadequada dos resíduos 
gera e contribuem para evitar a necessidade de soluções emergenciais. A Gestão Corretiva é a situação típica da 
maioria dos municípios brasileiros, com ações de caráter não preventivo, repetitivo, custoso e, principalmente, 
inefi ciente.
Ao longo deste trabalho, são apresentados e discutidos alguns assuntos relacionados à Gestão de Resíduos de 
Construção de modo a estabelecer um referencial teórico a respeito do tema, além de apresentar a metodologia 
para implantação do Programa de Gestão de Resíduos da Construção Civil desenvolvida no âmbito do Projeto 
Competir e utilizada pelo SENAI e SEBRAE. A sua concepção baseia-se na segregação dos resíduos no canteiro, de 
forma a reaproveitá-los ou conduzi-los à destinação adequada. Como resultados parciais do programa, destacam-
se: maior limpeza e organização da obra, segregação e destinação ambientalmente responsáveis dos resíduos, 
controle do transporte e disposição fi nal. 
 De acordo com Souza (2005) estudos mostram que o Construbusiness – cadeia em que se insere a Construção – responde por valores superiores a 15% do PIB nacional.
 Informações disponíveis em: <http://www.reciclagem.pcc.usp.br/des_sustentavel.htm>. Acesso em 20 fev. 2006.
GESTÃO	DE	RESÍDUOS	NA	CONSTRUÇÃO	CIVIL
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1.	Introdução
Ao longo das últimas décadas diversas tecnologias vêm sendo desenvolvidas de modo a auxiliar e melhorar a 
qualidade de vida dos seres humanos. Porém, apesar de todos os benefícios, estas mudanças também trazem 
seu lado negativo, muitas delas são grandes geradoras de impactos ambientais, como é o caso, por exemplo, das 
embalagens descartáveis que vêm causando grandes transtornos nas grandes cidades. 
A indústria da construção civil ocupa posição de destaque na economia nacional, quando considerada a signifi cativa 
parcela do Produto Interno Bruto (PIB) do país pela qual é responsável e também pelo contingente de pessoas que, 
direta ou indiretamente, emprega. Por outro lado, esta indústria é responsável por cerca de 50% do CO2 lançado na 
atmosfera e por quase metade da quantidade dos resíduos sólidos gerados no mundo (JOHN, 2000). 
Por todos estes motivos, a construção civil é um dos grandes vilões ao se falar em impactos ambientais, aparecendo 
como o principal gerador de resíduos de toda a sociedade (estimativas apontam para uma produção mundial entre 
2 e 3 bilhões de toneladas/ano). 
Estima-se que a construção civil é responsável por algo entre 20 e 50% do total de recursos naturais consumidos 
pela sociedade (SJÖSTRÖM, 1992). Para citar um exemplo, em uma cidade como São Paulo, o esgotamento das 
reservas próximas da capital faz com que a areia natural seja transportada de distâncias superiores a 100km, 
gerando consumos de energia, além de poluição (JOHN, 2006) .
A produção de quantidades signifi cativas de resíduos de construção civil é um dos principais problemas enfrentados 
em áreas urbanas. Em alguns países europeus (Finlândia, Holanda, etc.), o volume de entulho produzido é o dobro 
do lixo sólido urbano (SJÖSTRÖM, 1992). Dados levantados entre 1995 e 1997 em cinco cidades do interior de 
São Paulo indicam que a geração dos Resíduos de Construção e Demolição (RCD) variava entre 54% e 70% dos 
Resíduos Sólidos Urbanos (PINTO, 1999). Na cidade de Salvador, por exemplo, os RCD representam cerca da 
metade dos resíduos sólidos urbanos e correspondem à geração diária de aproximadamente 2.000t (LIMPURB, 
2004). O crescimento populacional, o desenvolvimento econômico e a utilização de tecnologias inadequadas têm 
contribuído para que esta quantidade aumente cada vez mais.
Os impactos ambientais, sociais e econômicos gerados pela quantidade expressiva do entulho e o seu descarte 
inadequado impõem a necessidade de soluções rápidas e efi cazes para a sua gestão adequada. Daí decorre a 
prioridade de uma ação conjunta da sociedade – poderes públicos, setor industrial da construção civil e sociedade 
civil organizada – na elaboração e consolidação de programas específi cos que visem à minimização desses impactos. 
As políticas ambientais relacionadas ao tema devem voltar-se para o adequado manuseio, redução, reutilização, 
reciclagem e disposição desses resíduos (CASSA et al, 2001). 
No Brasil, as políticas públicas voltadas ao gerenciamento de Resíduos de Construção Civil (RCC) buscam 
impulsionar as empresas geradoras de resíduos a tomarem uma nova postura gerencial e implementar medidas 
que visem a redução da quantidade de resíduos produzidos. Estas medidas, via de regra, ainda são consideradas 
como não usuais ou mesmo como desconhecidas no setor.
A principal ação efetivada em termos legais visando à mudança deste quadro foi a publicação da Resolução nº307 do 
CONAMA - Conselho Nacional do Meio Ambiente. Em vigor desde janeiro de 2003, a referida Resolução estabelece 
obrigações para os geradores e para os municípios. Para o gerador, salienta que ele deve ter como objetivo prioritário 
a não geração de resíduos e, secundariamente, a redução, a reutilização, a reciclagem e a destinação fi nal. Além 
disso, o gerador é responsável pela implantação de programas de gerenciamento de resíduos da construção 
civil nos seus empreendimentos. Isto envolve o estabelecimento de procedimentos necessáriospara o manejo e 
destinação ambientalmente adequados dos resíduos.
Já para os municípios, determina que estes devem implementar a gestão dos resíduos da construção civil através da 
elaboração do Plano Integrado de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil. Assim, os gestores municipais 
e as empresas construtoras necessitam adaptar seus processos de modo a garantir a destinação ambientalmente 
correta dos resíduos de construção civil. 
Na cidade de Salvador, por exemplo, o poder público, através da Empresa de Limpeza Urbana de Salvador 
(LIMPURB), vem buscando implantar desde 1997 o Plano de Gestão Diferenciada de Entulho. Este Plano promove 
medidas para a redução do descarte clandestino, convertendo-o em deposição correta, seja pela implantação de 
Postos de Descarga de Entulho – PDEs ou pela implantação de Bases de Descarga de Entulho – BDEs para uso de 
pequenos e grandes geradores, respectivamente (LIMPURB, 2005). 
No Brasil, é incipiente a quantidade de empresas de construção civil que fazem a gestão de resíduos em canteiro 
de obra e desenvolvem ações planejadas para redução da geração de resíduos. A segregação, acondicionamento 
e disposição fi nal qualifi cada dos resíduos ainda não são r ealizados de forma adequada e integrada às atividades 
produtivas do canteiro de obra. 
A criação e manutenção de parâmetros e procedimentos em obra para a gestão diferenciada dos resíduos são 
fundamentais para assegurar o descarte adequado. Estas ações, quando executadas amplamente por empresas do 
setor, promovem a minimização substancial dos impactos ambientais que a disposição inadequada dos resíduos 
gera e contribuem para evitar a necessidade de soluções emergenciais. A Gestão Corretiva é a situação típica da 
maioria dos municípios brasileiros, com ações de caráter não preventivo, repetitivo, custoso e, principalmente, 
inefi ciente.
Ao longo deste trabalho, são apresentados e discutidos alguns assuntos relacionados à Gestão de Resíduos de 
Construção de modo a estabelecer um referencial teórico a respeito do tema, além de apresentar a metodologia 
para implantação do Programa de Gestão de Resíduos da Construção Civil desenvolvida no âmbito do Projeto 
Competir e utilizada pelo SENAI e SEBRAE. A sua concepção baseia-se na segregação dos resíduos no canteiro, de 
forma a reaproveitá-los ou conduzi-los à destinação adequada. Como resultados parciais do programa, destacam-
se: maior limpeza e organização da obra, segregação e destinação ambientalmente responsáveis dos resíduos, 
controle do transporte e disposição fi nal. 
 De acordo com Souza (2005) estudos mostram que o Construbusiness – cadeia em que se insere a Construção – responde por valores superiores a 15% do PIB nacional.
 Informações disponíveis em: <http://www.reciclagem.pcc.usp.br/des_sustentavel.htm>. Acesso em 20 fev. 2006.
GESTÃO	DE	RESÍDUOS	NA	CONSTRUÇÃO	CIVIL
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GESTÃO	DE	RESÍDUOS	NA	CONSTRUÇÃO	CIVIL
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2.	A	CONSTRUÇÃO	CIVIL	E	O	DESENVOLVIMENTO	SUSTENTÁVEL
Até os anos 50, a natureza era vista somente como um pano de fundo para toda discussão que envolvesse a atividade 
humana e suas relações com o meio. Acreditava-se que a natureza existia para ser compreendida, explorada e 
catalogada, desde que fosse utilizada em benefício da humanidade (SCHENINI et al, 2004) .
Segundo estes autores, os movimentos sociais que se iniciaram nos anos 70 representaram um marco na 
humanidade e em particular para a formação de uma consciência preservacionista fundamentada, naquele momento, 
nos princípios da harmonia com a natureza. Assim, o termo ecologia passa a ser bastante utilizado.
Tais discussões ganharam tanta intensidade que em 1972 a Organização das Nações Unidas (ONU) promoveu uma 
Conferência sobre Ambiente Humano que fi cou conhecida como Conferência de Estocolmo. Como resultado deste 
evento, foi criado o Programa de Meio Ambiente das Nações Unidas – UNEP, encarregado de monitorar o avanço 
dos problemas ambientais no mundo (SANTOS, 2005) . 
Neste mesmo ano é publicado um estudo sobre os Limites do Crescimento. Este estudo concluía que, mantido o 
ritmo de crescimento, os alimentos e a produção industrial iriam declinar até o ano 2010 e, a partir daí, provocar 
automaticamente uma diminuição da população por penúria, falta de alimentos e poluição. Várias críticas foram 
feitas a esse estudo por parte dos intelectuais do primeiro mundo, por acreditarem que isso representaria o fi m do 
crescimento da sociedade industrial, e pelos países subdesenvolvidos, pois julgavam que os países desenvolvidos 
estavam barrando o desenvolvimento dos países pobres com uma justifi cativa ecológica. 
De acordo com Santos (2005)2, a década de 1970 foi marcada pelo “rompimento do círculo virtuoso de crescimento 
da economia mundial desde o pós-guerra, lançando dúvidas sobre a validade dos instrumentos políticos disponíveis 
para a regulação das relações econômicas internacionais, assim como os mecanismos internos de promoção do 
desenvolvimento”. Junto a isso, a situação de pobreza em que se encontrava a maior parte da população mundial 
revelava que o estilo de desenvolvimento também era insustentável do ponto de vista social pela falta de acesso à 
educação, à saúde e à água tratada, e, pelo ponto de vista humano, frente à fome e à desnutrição. Dessa maneira, 
a crise ambiental colocava em xeque o modelo de desenvolvimento vigente, isto é, desenvolvimento calcado na 
exploração irracional e predatória dos recursos naturais e moldado em relações sociais de produção injustas e 
excludentes.
Em 1973 novas tentativas de se repensar o futuro foram apresentadas pelo canadense Maurice Strong que lançou 
o conceito de ecodesenvolvimento: um estilo de desenvolvimento adaptado às áreas rurais do Terceiro Mundo, 
baseado na utilização criteriosa dos recursos locais, sem comprometer o esgotamento da natureza. Na década de 
80 Ignacy Sachs se apropria do termo e estabelece que os caminhos do desenvolvimento seriam seis3:
• satisfação das necessidades básicas;
• solidariedade com as gerações futuras;
• participação da população envolvida;
• preservação dos recursos naturais e do meio ambiente;
• elaboração de um sistema social que garanta emprego, segurança social e respeito a outras culturas; e
• programas de educação.
Com a evolução da problemática econômica e deterioração das políticas regionais e nacionais, a Comissão Mundial 
de Meio Ambiente e Desenvolvimento da ONU cria a expressão desenvolvimento sustentável, que começou a circular 
efetivamente em 1987, a partir da publicação do documento chamado Nosso Futuro Comum, mais conhecido por 
Relatório Brundtland. Segundo este documento o desenvolvimento sustentável foi assim defi nido:
 Informações disponíveis em: <http://www.única.com.br/pages/sociedade_desenvolv2.asp>. Acesso em 10 mar. 2006.
 Informações disponíveis em: http://geodesia.ufsc.br/Geodesia-online/arquivo/cobrac_2004/092.pdf. Acesso em 13 mar. 2006.
 Informações disponíveis em: <http://www.senac.br/informativo/BTS/301/boltec301c.htm>. Acesso em 15 mar. 2006.
 Informações disponíveis em: <http://www.economiabr.net/economia/3_desenvolvimento_sustentavel_historico. Html>. Acesso em 10 mar. 2006.
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
“Desenvolvimento que satisfaz as necessidades do presente sem comprometer a 
capacidade de as futuras gerações satisfazerem suas próprias necessidades”3
Chen e Chambers (1999), complementam esta defi nição considerando ainda a necessidade de satisfazer as 
aspirações de todos por uma vida melhor. 
Em 1992, a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, realizada no Rio de Janeiro, 
a Rio-92, demonstrou um aumento do interesse mundial pelo futuro do planeta. Muitos países passam a valorizar 
as relações entre desenvolvimento sócio-econômico e modifi cações no meio ambiente. A Agenda 21 foi um dos 
principais resultados da Rio-92. Este documento, resultado de um acordofi rmado entre 179 (cento e setenta e 
nove) países, reforça a necessidade e a importância de cada país se comprometer a refl etir, global e localmente, 
sobre a forma pela qual governos, empresas, organizações e todos os demais setores da sociedade poderiam 
cooperar no estudo de soluções para os problemas sócio-ambientais. 
De acordo com Schenini et al (2004), a Agenda 21 foi responsável pelo despertar de uma consciência ambiental, 
sobre a necessidade da conservação da natureza para o bem estar e sobrevivência das espécies, inclusive a 
humana. “O documento propunha que a sociedade assumisse uma atitude ética entre a conservação ambiental e o 
desenvolvimento. Denunciava a forma perdulária com que até então eram tratados os recursos naturais e propunha 
uma sociedade justa e economicamente responsável, produtora e produto do desenvolvimento sustentável”.
Até então, não existia por parte da indústria da construção civil uma preocupação com o esgotamento dos recursos 
naturais não renováveis que eram utilizados ao longo de todo o seu processo de produção, nem tão pouco com o 
destino dado aos resíduos gerados pela atividade construtiva.
Com o passar dos anos, a defi nição de desenvolvimento sustentável sofre múltiplas derivações e interpretações, 
deixando de ser uma bandeira defendida apenas pelos ecologistas idealizadores, para ser um assunto amplamente 
discutido inclusive por toda a cadeia da construção. Um exemplo disso são as normas da família ISO 14000, 
que estão sendo utilizadas cada vez mais por organizações que buscam ter seus sistemas de gestão ambiental 
certifi cados.
Se compararmos a realidade que vive a construção civil com as defi nições de desenvolvimento sustentável, 
preocupadas com a manutenção dos recursos para as gerações futuras, vê-se que ainda têm-se muito por fazer, 
não só com relação aos processos construtivos, como também em relação ao uso e manutenção das edifi cações. 
Já existem, no entanto, algumas ações na construção civil voltadas ao desenvolvimento sustentável. Como exemplos 
pode-se citar: o reuso de água em edifícios, a utilização de iluminação e ventilação natural, o reuso e reciclagem de 
resíduos e a racionalização dos processos construtivos.
Mas, por que falar em desenvolvimento sustentável para a construção? A razão desta preocupação decorre de 
alguns fatores bem objetivos, como poderá ser visto na seqüência.
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2.	A	CONSTRUÇÃO	CIVIL	E	O	DESENVOLVIMENTO	SUSTENTÁVEL
Até os anos 50, a natureza era vista somente como um pano de fundo para toda discussão que envolvesse a atividade 
humana e suas relações com o meio. Acreditava-se que a natureza existia para ser compreendida, explorada e 
catalogada, desde que fosse utilizada em benefício da humanidade (SCHENINI et al, 2004) .
Segundo estes autores, os movimentos sociais que se iniciaram nos anos 70 representaram um marco na 
humanidade e em particular para a formação de uma consciência preservacionista fundamentada, naquele momento, 
nos princípios da harmonia com a natureza. Assim, o termo ecologia passa a ser bastante utilizado.
Tais discussões ganharam tanta intensidade que em 1972 a Organização das Nações Unidas (ONU) promoveu uma 
Conferência sobre Ambiente Humano que fi cou conhecida como Conferência de Estocolmo. Como resultado deste 
evento, foi criado o Programa de Meio Ambiente das Nações Unidas – UNEP, encarregado de monitorar o avanço 
dos problemas ambientais no mundo (SANTOS, 2005) . 
Neste mesmo ano é publicado um estudo sobre os Limites do Crescimento. Este estudo concluía que, mantido o 
ritmo de crescimento, os alimentos e a produção industrial iriam declinar até o ano 2010 e, a partir daí, provocar 
automaticamente uma diminuição da população por penúria, falta de alimentos e poluição. Várias críticas foram 
feitas a esse estudo por parte dos intelectuais do primeiro mundo, por acreditarem que isso representaria o fi m do 
crescimento da sociedade industrial, e pelos países subdesenvolvidos, pois julgavam que os países desenvolvidos 
estavam barrando o desenvolvimento dos países pobres com uma justifi cativa ecológica. 
De acordo com Santos (2005)2, a década de 1970 foi marcada pelo “rompimento do círculo virtuoso de crescimento 
da economia mundial desde o pós-guerra, lançando dúvidas sobre a validade dos instrumentos políticos disponíveis 
para a regulação das relações econômicas internacionais, assim como os mecanismos internos de promoção do 
desenvolvimento”. Junto a isso, a situação de pobreza em que se encontrava a maior parte da população mundial 
revelava que o estilo de desenvolvimento também era insustentável do ponto de vista social pela falta de acesso à 
educação, à saúde e à água tratada, e, pelo ponto de vista humano, frente à fome e à desnutrição. Dessa maneira, 
a crise ambiental colocava em xeque o modelo de desenvolvimento vigente, isto é, desenvolvimento calcado na 
exploração irracional e predatória dos recursos naturais e moldado em relações sociais de produção injustas e 
excludentes.
Em 1973 novas tentativas de se repensar o futuro foram apresentadas pelo canadense Maurice Strong que lançou 
o conceito de ecodesenvolvimento: um estilo de desenvolvimento adaptado às áreas rurais do Terceiro Mundo, 
baseado na utilização criteriosa dos recursos locais, sem comprometer o esgotamento da natureza. Na década de 
80 Ignacy Sachs se apropria do termo e estabelece que os caminhos do desenvolvimento seriam seis3:
• satisfação das necessidades básicas;
• solidariedade com as gerações futuras;
• participação da população envolvida;
• preservação dos recursos naturais e do meio ambiente;
• elaboração de um sistema social que garanta emprego, segurança social e respeito a outras culturas; e
• programas de educação.
Com a evolução da problemática econômica e deterioração das políticas regionais e nacionais, a Comissão Mundial 
de Meio Ambiente e Desenvolvimento da ONU cria a expressão desenvolvimento sustentável, que começou a circular 
efetivamente em 1987, a partir da publicação do documento chamado Nosso Futuro Comum, mais conhecido por 
Relatório Brundtland. Segundo este documento o desenvolvimento sustentável foi assim defi nido:
 Informações disponíveis em: <http://www.única.com.br/pages/sociedade_desenvolv2.asp>. Acesso em 10 mar. 2006.
 Informações disponíveis em: http://geodesia.ufsc.br/Geodesia-online/arquivo/cobrac_2004/092.pdf. Acesso em 13 mar. 2006.
 Informações disponíveis em: <http://www.senac.br/informativo/BTS/301/boltec301c.htm>. Acesso em 15 mar. 2006.
 Informações disponíveis em: <http://www.economiabr.net/economia/3_desenvolvimento_sustentavel_historico. Html>. Acesso em 10 mar. 2006.
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
“Desenvolvimento que satisfaz as necessidades do presente sem comprometer a 
capacidade de as futuras gerações satisfazerem suas próprias necessidades”3
Chen e Chambers (1999), complementam esta defi nição considerando ainda a necessidade de satisfazer as 
aspirações de todos por uma vida melhor. 
Em 1992, a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, realizada no Rio de Janeiro, 
a Rio-92, demonstrou um aumento do interesse mundial pelo futuro do planeta. Muitos países passam a valorizar 
as relações entre desenvolvimento sócio-econômico e modifi cações no meio ambiente. A Agenda 21 foi um dos 
principais resultados da Rio-92. Este documento, resultado de um acordo fi rmado entre 179 (cento e setenta e 
nove) países, reforça a necessidade e a importância de cada país se comprometer a refl etir, global e localmente, 
sobre a forma pela qual governos, empresas, organizações e todos os demais setores da sociedade poderiam 
cooperar no estudo de soluções para os problemas sócio-ambientais. 
De acordo com Schenini et al (2004), a Agenda 21 foi responsável pelo despertar de uma consciência ambiental, 
sobre anecessidade da conservação da natureza para o bem estar e sobrevivência das espécies, inclusive a 
humana. “O documento propunha que a sociedade assumisse uma atitude ética entre a conservação ambiental e o 
desenvolvimento. Denunciava a forma perdulária com que até então eram tratados os recursos naturais e propunha 
uma sociedade justa e economicamente responsável, produtora e produto do desenvolvimento sustentável”.
Até então, não existia por parte da indústria da construção civil uma preocupação com o esgotamento dos recursos 
naturais não renováveis que eram utilizados ao longo de todo o seu processo de produção, nem tão pouco com o 
destino dado aos resíduos gerados pela atividade construtiva.
Com o passar dos anos, a defi nição de desenvolvimento sustentável sofre múltiplas derivações e interpretações, 
deixando de ser uma bandeira defendida apenas pelos ecologistas idealizadores, para ser um assunto amplamente 
discutido inclusive por toda a cadeia da construção. Um exemplo disso são as normas da família ISO 14000, 
que estão sendo utilizadas cada vez mais por organizações que buscam ter seus sistemas de gestão ambiental 
certifi cados.
Se compararmos a realidade que vive a construção civil com as defi nições de desenvolvimento sustentável, 
preocupadas com a manutenção dos recursos para as gerações futuras, vê-se que ainda têm-se muito por fazer, 
não só com relação aos processos construtivos, como também em relação ao uso e manutenção das edifi cações. 
Já existem, no entanto, algumas ações na construção civil voltadas ao desenvolvimento sustentável. Como exemplos 
pode-se citar: o reuso de água em edifícios, a utilização de iluminação e ventilação natural, o reuso e reciclagem de 
resíduos e a racionalização dos processos construtivos.
Mas, por que falar em desenvolvimento sustentável para a construção? A razão desta preocupação decorre de 
alguns fatores bem objetivos, como poderá ser visto na seqüência.
GESTÃO	DE	RESÍDUOS	NA	CONSTRUÇÃO	CIVIL
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GESTÃO	DE	RESÍDUOS	NA	CONSTRUÇÃO	CIVIL
11
Mineração de areia
Sjöström (1992)
DETR - Department of the Environment, Transport and the Regions.
ELEVADO CONSUMO DE MADEIRA
A construção civil consome cerca de 2/3 da madeira natural extraída.
A maioria das fl orestas não é remanejada adequadamente.
66% da madeira
MATÉRIAS PRIMAS ESCASSAS
Algumas matérias primas tradicionais da construção possuem reservas 
mapeadas escassas. O cobre e o zinco, por exemplo, possuem reservas 
sufi cientes para durarem cerca de 60 anos.
Cobre - reserva por 60 anos
Pode-se dizer ainda que o consumo de recursos naturais é maior do que o necessário devido ao elevado volume 
de perdas incorporadas às construções ou eliminadas como resíduos. De acordo com John (2000) é inevitável que 
ocorra um determinado volume de perdas. Porém a fração das perdas que excede ao limite mínimo característico 
da tecnologia empregada é considerada desperdício. Segundo este mesmo autor “os limites entre perda inevitável 
e o desperdício são difíceis de estabelecer e para uma mesma tecnologia variam com características regionais e no 
tempo”. A perda incorporada apesar de na maioria das vezes ser menos perceptível que a perda que saí da obra na 
forma de resíduos é causadora de consumo excessivo de recursos e geração de desperdício.
Para a construção civil o grande desafi o é alcançar uma melhoria e ampliação do ambiente construído com o 
emprego de um volume inferior de recursos naturais, principalmente nos países não desenvolvidos devido à 
necessidade de se construir uma quantidade maior de bens.
3.2	Resíduos	e	Poluição
Os resíduos gerados, provenientes das perdas ocorridas durante o processo de construção ou de demolições, são 
responsáveis por aumentar ainda mais o impacto ambiental provocado por este setor. 
A excessiva geração de resíduos e seu descarte irregular, em grande parte das cidades brasileiras, causam a 
poluição do ambiente urbano. Como exemplo, pode-se citar a obstrução e contaminação dos leitos de rios e canais, 
o comprometimento do tráfego em vias públicas e a degradação da paisagem das cidades, além da poluição do ar 
com gás carbônico liberado pelos veículos necessários para realizar o transporte dos resíduos. 
 
Figura 1 - Impactos Ambientais Causados pela Disposição Irregular dos Resíduos (obstrução e contaminação dos leitos de rios e canais).
3.	IMPACTO	AMBIENTAL	DA	CADEIA	PRODUTIVA	DA	CONSTRUÇÃO
3.1	Consumo	de	Recursos	Naturais
O setor da construção civil “além de ser um dos maiores da economia ele produz os bens de maiores dimensões 
físicas do planeta, sendo conseqüentemente o maior consumidor de recursos naturais de qualquer economia” 
(JOHN, 2000). Segundo este mesmo autor, o consumo de recursos naturais na construção civil é variável de acordo 
com cada região, isso dependendo de fatores como:
• taxa de resíduos gerados;
• vida útil ou taxa de reposição das estruturas construídas;
• necessidades de manutenção, inclusive as que visam corrigir falhas construtivas;
• perdas incorporadas nos edifícios; e
• tecnologia empregada.
Como citado na introdução, a construção civil é responsável pelo consumo de parte signifi cativa dos recursos 
naturais do planeta. Para John (2000) a estimativa é um consumo de 9,4 ton/hab.ano de materiais de construção. 
O DETR (1998) menciona que, no Reino Unido, a construção consome algo em torno de 6 ton/hab.ano e 250 a 300 
milhões de toneladas de agregados por ano.
CONSTRUÇÃO CIVIL
O maior consumidor de recursos naturais
20 a 50% dos recursos naturais
Para John (2000), considerando que no Brasil são produzidas por ano cerca de 35 milhões de toneladas de cimento 
Portland e que este cimento é misturado com agregados a um traço médio de 1:6, pode-se estimar que 210 milhões 
de toneladas de agregados são consumidos anualmente somente na produção de concretos e argamassas, sem 
considerar o volume de agregados que são utilizados em pavimentação e as perdas.
ELEVADO CONSUMO DE AGREGADOS NATURAIS
O consumo de agregados naturais varia entre
1 e 8 toneladas/habitante/ano. 
No Brasil, o consumo de agregados naturais
somente na produção de concreto e argamassa
é de 220 milhões de toneladas. 
Ao redor de grandes cidades, a areia e outros 
agregados naturais começam a fi car escassos, 
infl uenciado também pelo controle ambiental
da extração que vem se intensifi cando.
1 e 8 toneladas/habitante/ano.
GESTÃO	DE	RESÍDUOS	NA	CONSTRUÇÃO	CIVIL
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Mineração de areia
Sjöström (1992)
DETR - Department of the Environment, Transport and the Regions.
ELEVADO CONSUMO DE MADEIRA
A construção civil consome cerca de 2/3 da madeira natural extraída.
A maioria das fl orestas não é remanejada adequadamente.
66% da madeira
MATÉRIAS PRIMAS ESCASSAS
Algumas matérias primas tradicionais da construção possuem reservas 
mapeadas escassas. O cobre e o zinco, por exemplo, possuem reservas 
sufi cientes para durarem cerca de 60 anos.
Cobre - reserva por 60 anos
Pode-se dizer ainda que o consumo de recursos naturais é maior do que o necessário devido ao elevado volume 
de perdas incorporadas às construções ou eliminadas como resíduos. De acordo com John (2000) é inevitável que 
ocorra um determinado volume de perdas. Porém a fração das perdas que excede ao limite mínimo característico 
da tecnologia empregada é considerada desperdício. Segundo este mesmo autor “os limites entre perda inevitável 
e o desperdício são difíceis de estabelecer e para uma mesma tecnologia variam com características regionais e no 
tempo”. A perda incorporada apesar de na maioria das vezes ser menos perceptível que a perda que saí da obra na 
forma de resíduos é causadora de consumo excessivo de recursos e geração de desperdício.
Para a construção civil o grande desafi o é alcançar uma melhoria e ampliação do ambiente construídocom o 
emprego de um volume inferior de recursos naturais, principalmente nos países não desenvolvidos devido à 
necessidade de se construir uma quantidade maior de bens.
3.2	Resíduos	e	Poluição
Os resíduos gerados, provenientes das perdas ocorridas durante o processo de construção ou de demolições, são 
responsáveis por aumentar ainda mais o impacto ambiental provocado por este setor. 
A excessiva geração de resíduos e seu descarte irregular, em grande parte das cidades brasileiras, causam a 
poluição do ambiente urbano. Como exemplo, pode-se citar a obstrução e contaminação dos leitos de rios e canais, 
o comprometimento do tráfego em vias públicas e a degradação da paisagem das cidades, além da poluição do ar 
com gás carbônico liberado pelos veículos necessários para realizar o transporte dos resíduos. 
 
Figura 1 - Impactos Ambientais Causados pela Disposição Irregular dos Resíduos (obstrução e contaminação dos leitos de rios e canais).
3.	IMPACTO	AMBIENTAL	DA	CADEIA	PRODUTIVA	DA	CONSTRUÇÃO
3.1	Consumo	de	Recursos	Naturais
O setor da construção civil “além de ser um dos maiores da economia ele produz os bens de maiores dimensões 
físicas do planeta, sendo conseqüentemente o maior consumidor de recursos naturais de qualquer economia” 
(JOHN, 2000). Segundo este mesmo autor, o consumo de recursos naturais na construção civil é variável de acordo 
com cada região, isso dependendo de fatores como:
• taxa de resíduos gerados;
• vida útil ou taxa de reposição das estruturas construídas;
• necessidades de manutenção, inclusive as que visam corrigir falhas construtivas;
• perdas incorporadas nos edifícios; e
• tecnologia empregada.
Como citado na introdução, a construção civil é responsável pelo consumo de parte signifi cativa dos recursos 
naturais do planeta. Para John (2000) a estimativa é um consumo de 9,4 ton/hab.ano de materiais de construção. 
O DETR (1998) menciona que, no Reino Unido, a construção consome algo em torno de 6 ton/hab.ano e 250 a 300 
milhões de toneladas de agregados por ano.
CONSTRUÇÃO CIVIL
O maior consumidor de recursos naturais
20 a 50% dos recursos naturais
Para John (2000), considerando que no Brasil são produzidas por ano cerca de 35 milhões de toneladas de cimento 
Portland e que este cimento é misturado com agregados a um traço médio de 1:6, pode-se estimar que 210 milhões 
de toneladas de agregados são consumidos anualmente somente na produção de concretos e argamassas, sem 
considerar o volume de agregados que são utilizados em pavimentação e as perdas.
ELEVADO CONSUMO DE AGREGADOS NATURAIS
O consumo de agregados naturais varia entre
1 e 8 toneladas/habitante/ano. 
No Brasil, o consumo de agregados naturais
somente na produção de concreto e argamassa
é de 220 milhões de toneladas. 
Ao redor de grandes cidades, a areia e outros 
agregados naturais começam a fi car escassos, 
infl uenciado também pelo controle ambiental
da extração que vem se intensifi cando.
1 e 8 toneladas/habitante/ano.
GESTÃO	DE	RESÍDUOS	NA	CONSTRUÇÃO	CIVIL
12
GESTÃO	DE	RESÍDUOS	NA	CONSTRUÇÃO	CIVIL
13
 
Figura 2 - Resíduos de Obra Dispostos de Forma Irregular no Centro de Grande Cidade Degradando a Paisagem.
 
Figura 3 – Resíduos de Obra Dispostos no Passeio em Bairro de Classe Média Comprometendo o Tráfego na Via Pública.
O MAIOR GERADOR DE RESÍDUOS
O volume de entulho de construção
e demolição gerado é até duas vezes
maior que o volume de lixo sólido urbano3.
Entulho = 2x lixo sólido urbano 
A etapa de produção de materiais de construção também contribui para o impacto ambiental provocado pelo 
setor devido à quantidade de poluição (poeira, CO¬¬2, etc.) que é gerada. A liberação de partículas de poeira está 
presente em quase todas as atividades da construção civil, desde a extração da matéria-prima, passando pelo 
transporte, produção de materiais de construção, até a execução das atividades em canteiro.
GERAÇÃO DE POLUIÇÃO DO AR
Para cada tonelada de clínquer produzido
mais de 600 kg de CO2 são gerados.
 
1 ton clínquer = 600 kg de CO2
Vale a pena salientar que a fase de uso dos edifícios também gera impacto ambiental signifi cativo. E boa parte 
deste impacto é defi nida ainda no momento do projeto da edifi cação. Energia é consumida para iluminação e 
condicionamento do ar, pois não existe o aproveitamento da ventilação e iluminação natural, principalmente nos 
edifícios comerciais. A manutenção, que durante a vida útil de um edifício vai consumir recursos em volume 
aproximadamente igual aos despendidos na fase de produção, também gera poluição.
3.3	Alternativas	para	Redução	do	Impacto	Ambiental
Nos itens anteriores foram citados diversos exemplos de impactos ambientais gerados pela atividade construtiva. 
Soma-se a estes, o impacto ambiental gerado durante o uso. Reduzir este impacto é um desejo para a engenharia 
e soluções simples, como os exemplos citados a seguir, devem ser estudadas e implementadas:
• Alteração em projeto visando à redução do consumo de recursos na fase de utilização
 Exemplo: Aproveitamento da iluminação e ventilação natural, promovendo uma redução no consumo de energia 
elétrica, principalmente nos edifícios comerciais;
• Substituição de equipamentos e sistemas descartáveis por outros de maior durabilidade.
 Exemplo: Substituição das escoras de madeira por escoras metálicas, auxiliando na redução da extração de 
madeira;
• Reciclagem dos resíduos gerados nas obras e uso de materiais reciclados.
 Exemplo 1: Segregação de resíduos de plástico, papel e metal nas obras e encaminhamento para reciclagem.
 Exemplo 2: Utilização de agregados reciclados em substituição aos agregados naturais, evitando a extração de 
novos recursos naturais e reduzindo o descarte dos resíduos;
• Projeto do produto e planejamento dos sistemas de produção visando evitar perdas
 Exemplo 1: Planejamento da aquisição e do sistema de transporte e armazenamento dos materiais, evitando 
desperdícios por quebra ou perda das propriedades dos materiais. 
 Exemplo 2: Compatibilização de projetos e paginação da alvenaria, possibilitando o uso mais racional dos materiais, 
evitando quebra de blocos.
GESTÃO	DE	RESÍDUOS	NA	CONSTRUÇÃO	CIVIL
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Figura 2 - Resíduos de Obra Dispostos de Forma Irregular no Centro de Grande Cidade Degradando a Paisagem.
 
Figura 3 – Resíduos de Obra Dispostos no Passeio em Bairro de Classe Média Comprometendo o Tráfego na Via Pública.
O MAIOR GERADOR DE RESÍDUOS
O volume de entulho de construção
e demolição gerado é até duas vezes
maior que o volume de lixo sólido urbano3.
Entulho = 2x lixo sólido urbano 
A etapa de produção de materiais de construção também contribui para o impacto ambiental provocado pelo 
setor devido à quantidade de poluição (poeira, CO¬¬2, etc.) que é gerada. A liberação de partículas de poeira está 
presente em quase todas as atividades da construção civil, desde a extração da matéria-prima, passando pelo 
transporte, produção de materiais de construção, até a execução das atividades em canteiro.
GERAÇÃO DE POLUIÇÃO DO AR
Para cada tonelada de clínquer produzido
mais de 600 kg de CO2 são gerados.
 
1 ton clínquer = 600 kg de CO2
Vale a pena salientar que a fase de uso dos edifícios também gera impacto ambiental signifi cativo. E boa parte 
deste impacto é defi nida ainda no momento do projeto da edifi cação. Energia é consumida para iluminação e 
condicionamento do ar, pois não existe o aproveitamento da ventilação e iluminação natural, principalmente nos 
edifícios comerciais. A manutenção, que durante a vida útil de um edifício vai consumir recursos em volume 
aproximadamente igual aos despendidos na fase de produção, também gera poluição.
3.3	Alternativas	para	Redução	do	Impacto	Ambiental
Nos itens anteriores foram citados diversos exemplos de impactos ambientaisgerados pela atividade construtiva. 
Soma-se a estes, o impacto ambiental gerado durante o uso. Reduzir este impacto é um desejo para a engenharia 
e soluções simples, como os exemplos citados a seguir, devem ser estudadas e implementadas:
• Alteração em projeto visando à redução do consumo de recursos na fase de utilização
 Exemplo: Aproveitamento da iluminação e ventilação natural, promovendo uma redução no consumo de energia 
elétrica, principalmente nos edifícios comerciais;
• Substituição de equipamentos e sistemas descartáveis por outros de maior durabilidade.
 Exemplo: Substituição das escoras de madeira por escoras metálicas, auxiliando na redução da extração de 
madeira;
• Reciclagem dos resíduos gerados nas obras e uso de materiais reciclados.
 Exemplo 1: Segregação de resíduos de plástico, papel e metal nas obras e encaminhamento para reciclagem.
 Exemplo 2: Utilização de agregados reciclados em substituição aos agregados naturais, evitando a extração de 
novos recursos naturais e reduzindo o descarte dos resíduos;
• Projeto do produto e planejamento dos sistemas de produção visando evitar perdas
 Exemplo 1: Planejamento da aquisição e do sistema de transporte e armazenamento dos materiais, evitando 
desperdícios por quebra ou perda das propriedades dos materiais. 
 Exemplo 2: Compatibilização de projetos e paginação da alvenaria, possibilitando o uso mais racional dos materiais, 
evitando quebra de blocos.
GESTÃO	DE	RESÍDUOS	NA	CONSTRUÇÃO	CIVIL
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GESTÃO	DE	RESÍDUOS	NA	CONSTRUÇÃO	CIVIL
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4.	A	CONSTRUÇÃO	CIVIL	E	AS	PERDAS
4.1	Entendendo	o	Conceito	de	Perdas
O setor da construção civil está passando por um processo de reestruturação. Os recursos fi nanceiros são cada 
vez menores, o mercado consumidor está cada vez mais exigente, os trabalhadores, por sua vez, têm buscado 
melhores condições de trabalho. Todos estes fatores têm exigido uma nova postura das empresas. Estas estão 
sendo obrigadas a adotar estratégias empresariais mais modernas, focadas na qualidade, na racionalização e na 
produtividade, possibilitando a obtenção de um produto fi nal de melhor qualidade e mais barato (COSTA; FORMOSO, 
1998).
Diante deste contexto, as perdas geradas ao longo do processo de produção se tornam o centro das atenções, pois 
cada vez mais as empresas são obrigadas a produzir apenas o necessário com a mínima força de trabalho, ou seja, 
eliminando desperdícios.
De acordo com Formoso et al (1996) perda é qualquer inefi ciência que se refl ita no uso de equipamentos, materiais, 
mão-de-obra e capital em quantidades superiores àquelas necessárias a produção da edifi cação. Sendo assim, as 
perdas englobam tanto a ocorrência de desperdícios de materiais quanto a execução de tarefas desnecessárias que 
geram custos adicionais e não agregam valor.
Para Jaques (1998) apud John (2000) as perdas têm origens nas mais diversas etapas do ciclo de vida do edifício. 
Desde a fase de projeto, uma decisão equivocada pode ser responsável por desperdícios ou por gastos com 
retrabalho. Porém, é na fase de execução onde acontece a parcela mais visível das perdas, pois todas as decisões 
tomadas na fase anterior ganham dimensão física.
Uma pesquisa desenvolvida no Brasil que contou com a participação de 18 (dezoito) Universidades e 52 (cinqüenta 
e duas) empresas mostrou como um de seus principais resultados que as variações na perda chegaram a ordem 
de 100 vezes. Em alguns casos estas variações aconteceram entre diferentes empresas e em outros, entre canteiros 
de uma mesma empresa. Essas variações revelam que é possível reduzir enormemente as perdas sem mudança na 
tecnologia utilizada (AGOPYAN, et al., 1998).
Para que as perdas sejam eliminadas é preciso que as empresas saibam diferenciar, dentre as várias atividades que 
fazem parte do processo produtivo, as que efetivamente contribuem para a obtenção do produto fi nal daquelas que 
são complementares (que têm possibilidade de serem melhoradas ou eliminadas sem o prejuízo do processo).
Os esforços direcionados para evitar as perdas devem ser relacionados com certa cautela, pois algumas atividades 
tais como planejamento, contabilidade e prevenção de acidentes, não agregam valor ao produto, porém produzem 
valor para os clientes internos.
Apesar das várias defi nições encontradas para perdas nas bibliografi as, neste material será adotada a seguinte 
defi nição:
Perdas são todos as tarefas desnecessárias que elevam os custos sem adicionar 
valor ao produto, podendo ser eliminadas sem prejudicar o trabalho efetivo.
Para Ohno (1988) é necessário dividir o movimento dos trabalhadores nas suas atividades em duas diferentes 
dimensões: a do trabalho e a das perdas. O trabalho constitui-se do trabalho real, necessário nas empresas, e pode 
ser dividido em dois tipos:
• o que adiciona valor (ou efetivo) g corresponde à ocorrência de algum tipo de processamento, ou seja, 
transformação de matéria-prima ou partes em produtos; e
• o que não adiciona valor (ou adicional) g é necessário para viabilizar o trabalho que adiciona valor. Este não deve 
ser confundido com perda, embora deva ser minimizado como se fosse, pois também gera custos.
A fi gura a seguir, adaptada de Ohno (1988), ajuda a compreender a concepção de trabalho, na qual parte dos 
movimentos dos trabalhadores é considerada como perda.
Figura 4 – Divisão dos Movimentos dos Trabalhadores: Trabalho e Perdas
(adaptado de OHNO, 1988).
Similarmente à classifi cação de Ohno, Fritz Gehbauer no seu livro Racionalização na Construção Civil: como 
melhorar processos de produção e de gestão apresenta uma metodologia, baseada na simples observação aleatória 
dos trabalhadores no canteiro, para medir o grau de efetividade dos trabalhos em operação. O modo como realizar 
esta observação será descrita posteriormente no capítulo 6, item 6.3.2 deste trabalho.
Apesar da importância das perdas relacionadas aos movimentos dos trabalhadores, neste trabalho será dado 
mais destaque às perdas de material que, como comentado anteriormente, podem estar incorporadas ou serem 
eliminadas como resíduos. 
As perdas incorporadas são muito comuns nas atividades moldadas “in loco” quando são utilizadas quantidades 
de materiais superiores à teoricamente prevista. Como exemplo deste tipo de perda pode-se citar um revestimento 
interno de parede com argamassa que estava previsto ser realizado com 1 cm e ao término do serviço alcançou 
mais de 3 cm (Figura 5). Neste caso, por exemplo, tem-se uma perda incorporada superior a 200%.
Figura 5 – Perda Incorporada.
GESTÃO	DE	RESÍDUOS	NA	CONSTRUÇÃO	CIVIL
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GESTÃO	DE	RESÍDUOS	NA	CONSTRUÇÃO	CIVIL
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4.	A	CONSTRUÇÃO	CIVIL	E	AS	PERDAS
4.1	Entendendo	o	Conceito	de	Perdas
O setor da construção civil está passando por um processo de reestruturação. Os recursos fi nanceiros são cada 
vez menores, o mercado consumidor está cada vez mais exigente, os trabalhadores, por sua vez, têm buscado 
melhores condições de trabalho. Todos estes fatores têm exigido uma nova postura das empresas. Estas estão 
sendo obrigadas a adotar estratégias empresariais mais modernas, focadas na qualidade, na racionalização e na 
produtividade, possibilitando a obtenção de um produto fi nal de melhor qualidade e mais barato (COSTA; FORMOSO, 
1998).
Diante deste contexto, as perdas geradas ao longo do processo de produção se tornam o centro das atenções, pois 
cada vez mais as empresas são obrigadas a produzir apenas o necessário com a mínima força de trabalho, ou seja, 
eliminando desperdícios.
De acordo com Formoso et al (1996) perda é qualquer inefi ciência que se refl ita no uso de equipamentos, materiais, 
mão-de-obra e capital em quantidades superiores àquelas necessárias a produção da edifi cação. Sendo assim, as 
perdas englobam tanto a ocorrência de desperdícios de materiais quanto a execução de tarefas desnecessárias que 
geram custosadicionais e não agregam valor.
Para Jaques (1998) apud John (2000) as perdas têm origens nas mais diversas etapas do ciclo de vida do edifício. 
Desde a fase de projeto, uma decisão equivocada pode ser responsável por desperdícios ou por gastos com 
retrabalho. Porém, é na fase de execução onde acontece a parcela mais visível das perdas, pois todas as decisões 
tomadas na fase anterior ganham dimensão física.
Uma pesquisa desenvolvida no Brasil que contou com a participação de 18 (dezoito) Universidades e 52 (cinqüenta 
e duas) empresas mostrou como um de seus principais resultados que as variações na perda chegaram a ordem 
de 100 vezes. Em alguns casos estas variações aconteceram entre diferentes empresas e em outros, entre canteiros 
de uma mesma empresa. Essas variações revelam que é possível reduzir enormemente as perdas sem mudança na 
tecnologia utilizada (AGOPYAN, et al., 1998).
Para que as perdas sejam eliminadas é preciso que as empresas saibam diferenciar, dentre as várias atividades que 
fazem parte do processo produtivo, as que efetivamente contribuem para a obtenção do produto fi nal daquelas que 
são complementares (que têm possibilidade de serem melhoradas ou eliminadas sem o prejuízo do processo).
Os esforços direcionados para evitar as perdas devem ser relacionados com certa cautela, pois algumas atividades 
tais como planejamento, contabilidade e prevenção de acidentes, não agregam valor ao produto, porém produzem 
valor para os clientes internos.
Apesar das várias defi nições encontradas para perdas nas bibliografi as, neste material será adotada a seguinte 
defi nição:
Perdas são todos as tarefas desnecessárias que elevam os custos sem adicionar 
valor ao produto, podendo ser eliminadas sem prejudicar o trabalho efetivo.
Para Ohno (1988) é necessário dividir o movimento dos trabalhadores nas suas atividades em duas diferentes 
dimensões: a do trabalho e a das perdas. O trabalho constitui-se do trabalho real, necessário nas empresas, e pode 
ser dividido em dois tipos:
• o que adiciona valor (ou efetivo) g corresponde à ocorrência de algum tipo de processamento, ou seja, 
transformação de matéria-prima ou partes em produtos; e
• o que não adiciona valor (ou adicional) g é necessário para viabilizar o trabalho que adiciona valor. Este não deve 
ser confundido com perda, embora deva ser minimizado como se fosse, pois também gera custos.
A fi gura a seguir, adaptada de Ohno (1988), ajuda a compreender a concepção de trabalho, na qual parte dos 
movimentos dos trabalhadores é considerada como perda.
Figura 4 – Divisão dos Movimentos dos Trabalhadores: Trabalho e Perdas
(adaptado de OHNO, 1988).
Similarmente à classifi cação de Ohno, Fritz Gehbauer no seu livro Racionalização na Construção Civil: como 
melhorar processos de produção e de gestão apresenta uma metodologia, baseada na simples observação aleatória 
dos trabalhadores no canteiro, para medir o grau de efetividade dos trabalhos em operação. O modo como realizar 
esta observação será descrita posteriormente no capítulo 6, item 6.3.2 deste trabalho.
Apesar da importância das perdas relacionadas aos movimentos dos trabalhadores, neste trabalho será dado 
mais destaque às perdas de material que, como comentado anteriormente, podem estar incorporadas ou serem 
eliminadas como resíduos. 
As perdas incorporadas são muito comuns nas atividades moldadas “in loco” quando são utilizadas quantidades 
de materiais superiores à teoricamente prevista. Como exemplo deste tipo de perda pode-se citar um revestimento 
interno de parede com argamassa que estava previsto ser realizado com 1 cm e ao término do serviço alcançou 
mais de 3 cm (Figura 5). Neste caso, por exemplo, tem-se uma perda incorporada superior a 200%.
Figura 5 – Perda Incorporada.
GESTÃO	DE	RESÍDUOS	NA	CONSTRUÇÃO	CIVIL
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Tendo como base estudos em diversas obras8, pode-se citar como outro exemplo que as perdas de argamassa no 
serviço de revestimento interno de paredes podem chegar aos seguintes indicadores percentuais:
Incorporação - 79% 
Resíduos - 21%
4.2	Classifi	cação	das	Perdas
Levando em consideração a necessidade de se ter uma classifi cação de perdas melhor estruturada, dentre as várias 
sugeridas por diversos outros autores, as perdas fi caram defi nidas e classifi cadas da seguinte maneira:
• perdas por superprodução;
• perdas por manutenção de estoques;
• perdas por transporte;
• perdas no movimento;
• perdas por espera;
• perdas por fabricação de produtos defeituosos;
• perdas no processamento em si;
• perdas por substituição; e
• outras perdas.
4.2.1	Perdas	por	Superprodução
As perdas por superprodução estão relacionadas com a produção de componentes ou processamento de materiais 
perecíveis, em quantidades superiores às necessárias (quantitativa) ou antecipadamente (fazendo antes que seja 
necessário), possibilitando a ocorrência de perdas de materiais, mão-de-obra e equipamentos.
Como exemplo deste tipo de perda pode-se citar a produção de argamassa em quantidade superior à necessária para 
um dia de trabalho (quantitativa) ou a confecção de armaduras em quantidades superiores a necessária gerando 
problemas com relação à necessidade de armazenamento além de correr o risco desta ser danifi cada.
4.2.2	Perdas	por	Manutenção	de	Estoques
As perdas por manutenção de estoques resultam da existência de estoques elevados de materiais, produtos em 
processo ou produtos inacabados, que podem ser originados por erros de planejamento ou programação, gerando 
possíveis perdas de mão-de-obra e equipamentos.
Para Costa (1999), estoques em elevadas quantidades podem gerar perdas diretas e indiretas de materiais, pois 
normalmente estes são depositados sem os cuidados necessários, fi cando muitas vezes expostos a intempéries, 
roubos, danos físicos e até mesmo, obsolescência, para o caso de materiais que possuem maior tecnologia 
agregada.
Segundo este mesmo autor “a manutenção de estoques nos canteiros se justifi ca, de uma forma geral, pelo 
fato de que os gerentes sentem-se mais seguros quando podem contar com grandes quantidades de materiais 
armazenados, garantindo assim a continuidade da produção (evitar paradas), o que torna evidente os problemas 
gerenciais que existem em muitas empresas desse setor, tais como a falta de planejamento, erros em orçamentos 
ou programação inadequada de entrega dos materiais no canteiro”. Para ele ainda existe um outro ponto negativo 
associado à manutenção de grandes estoques: a indução dos trabalhadores ao desperdício. Isso porque os 
funcionários tendem a reduzir seu cuidado com os materiais, pois sabem que estes estão disponíveis em grande 
quantidade no canteiro.
Figura 6 – Exemplo de Perda por Manutenção de Estoque (elevada quantidade de argamassa sendo estocada 
desnecessariamente).
4.2.3	Perdas	por	Transporte
Este tipo de perda está relacionado a todas as atividades de movimentação de materiais que geram custos e não 
adicionam valor, e que, além disso, podem ser eliminadas em um curto prazo de tempo (MEIRA et al, 1998).
Para que se consiga aumentar a efi ciência da produção, as empresas construtoras devem evitar o transporte, ao 
invés de simplesmente mecanizá-lo. Assim sendo, melhorias podem ser conseguidas através: do aprimoramento 
do layout dos canteiros, da manutenção da limpeza nos canteiros, melhoramento na programação dos serviços, 
maior precisão no sistema de informações, etc.
Cabe salientar que, além do tempo que é gasto no transporte em si, ainda existe o tempo e o esforço empregado no 
carregamento e na descarga dos materiais, muitas vezes superior ao gasto com a atividade de transportar.
Este tipo de perda pode estar diretamente associado à gestão de resíduos. Um transporte inadequado aumenta 
bastante a quantidade de resíduos gerados. Como exemplo pode-se citar a excessiva quebra de blocos cerâmicospor serem transportados de forma inadequada.
 
Figura 7 – Blocos Cerâmicos Transportados de Forma Inadequada Favorecendo Quebra.
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Tendo como base estudos em diversas obras8, pode-se citar como outro exemplo que as perdas de argamassa no 
serviço de revestimento interno de paredes podem chegar aos seguintes indicadores percentuais:
Incorporação - 79% 
Resíduos - 21%
4.2	Classifi	cação	das	Perdas
Levando em consideração a necessidade de se ter uma classifi cação de perdas melhor estruturada, dentre as várias 
sugeridas por diversos outros autores, as perdas fi caram defi nidas e classifi cadas da seguinte maneira:
• perdas por superprodução;
• perdas por manutenção de estoques;
• perdas por transporte;
• perdas no movimento;
• perdas por espera;
• perdas por fabricação de produtos defeituosos;
• perdas no processamento em si;
• perdas por substituição; e
• outras perdas.
4.2.1	Perdas	por	Superprodução
As perdas por superprodução estão relacionadas com a produção de componentes ou processamento de materiais 
perecíveis, em quantidades superiores às necessárias (quantitativa) ou antecipadamente (fazendo antes que seja 
necessário), possibilitando a ocorrência de perdas de materiais, mão-de-obra e equipamentos.
Como exemplo deste tipo de perda pode-se citar a produção de argamassa em quantidade superior à necessária para 
um dia de trabalho (quantitativa) ou a confecção de armaduras em quantidades superiores a necessária gerando 
problemas com relação à necessidade de armazenamento além de correr o risco desta ser danifi cada.
4.2.2	Perdas	por	Manutenção	de	Estoques
As perdas por manutenção de estoques resultam da existência de estoques elevados de materiais, produtos em 
processo ou produtos inacabados, que podem ser originados por erros de planejamento ou programação, gerando 
possíveis perdas de mão-de-obra e equipamentos.
Para Costa (1999), estoques em elevadas quantidades podem gerar perdas diretas e indiretas de materiais, pois 
normalmente estes são depositados sem os cuidados necessários, fi cando muitas vezes expostos a intempéries, 
roubos, danos físicos e até mesmo, obsolescência, para o caso de materiais que possuem maior tecnologia 
agregada.
Segundo este mesmo autor “a manutenção de estoques nos canteiros se justifi ca, de uma forma geral, pelo 
fato de que os gerentes sentem-se mais seguros quando podem contar com grandes quantidades de materiais 
armazenados, garantindo assim a continuidade da produção (evitar paradas), o que torna evidente os problemas 
gerenciais que existem em muitas empresas desse setor, tais como a falta de planejamento, erros em orçamentos 
ou programação inadequada de entrega dos materiais no canteiro”. Para ele ainda existe um outro ponto negativo 
associado à manutenção de grandes estoques: a indução dos trabalhadores ao desperdício. Isso porque os 
funcionários tendem a reduzir seu cuidado com os materiais, pois sabem que estes estão disponíveis em grande 
quantidade no canteiro.
Figura 6 – Exemplo de Perda por Manutenção de Estoque (elevada quantidade de argamassa sendo estocada 
desnecessariamente).
4.2.3	Perdas	por	Transporte
Este tipo de perda está relacionado a todas as atividades de movimentação de materiais que geram custos e não 
adicionam valor, e que, além disso, podem ser eliminadas em um curto prazo de tempo (MEIRA et al, 1998).
Para que se consiga aumentar a efi ciência da produção, as empresas construtoras devem evitar o transporte, ao 
invés de simplesmente mecanizá-lo. Assim sendo, melhorias podem ser conseguidas através: do aprimoramento 
do layout dos canteiros, da manutenção da limpeza nos canteiros, melhoramento na programação dos serviços, 
maior precisão no sistema de informações, etc.
Cabe salientar que, além do tempo que é gasto no transporte em si, ainda existe o tempo e o esforço empregado no 
carregamento e na descarga dos materiais, muitas vezes superior ao gasto com a atividade de transportar.
Este tipo de perda pode estar diretamente associado à gestão de resíduos. Um transporte inadequado aumenta 
bastante a quantidade de resíduos gerados. Como exemplo pode-se citar a excessiva quebra de blocos cerâmicos 
por serem transportados de forma inadequada.
 
Figura 7 – Blocos Cerâmicos Transportados de Forma Inadequada Favorecendo Quebra.
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4.2.4	Perdas	no	Movimento
As perdas no movimento estão relacionadas a todos os esforços e movimentos realizados pelos trabalhadores 
desnecessariamente durante a execução de operações, interferindo negativamente na produtividade.
Para Costa (1999), nos canteiros de obra estas perdas são originadas por diversos fatores, a saber:
• falta de organização dos postos de trabalho;
• falta de método de trabalho;
• falta de arranjo no layout do canteiro;
• inexistência de equipamentos para efetuar as tarefas ou emprego de equipamentos inadequados; e
• outras condições insatisfatórias de trabalho, relacionadas principalmente aos esforços e às necessidades dos 
operários (ergonomia, necessidades fi siológicas, descanso e segurança).
4.2.5	Perdas	por	Espera
As perdas por espera estão associadas aos períodos de tempo nos quais os trabalhadores e os equipamentos não 
estão sendo usados produtivamente, agregando valor, embora seus custos continuem sendo despendidos.
De acordo com Costa (1999) as perdas por espera são provenientes da falta de planejamento da produção, que 
ocasiona problemas de sincronismo entre as diversas atividades realizadas por diferentes trabalhadores ou entre 
as atividades dos trabalhadores e o fl uxo de materiais. Além disso, um outro fator que pode ocasionar perdas por 
espera é o desbalanceamento entre a quantidade de trabalhadores e a capacidade de operação dos equipamentos 
disponíveis no canteiro.
Um exemplo deste tipo de perda pode ser a interrupção de um serviço por falta de material para a execução de uma 
determinada atividade (perda por espera de mão-de-obra) ou mesmo uma betoneira parada por falta de cimento 
(perda por espera do equipamento e também de mão-de-obra, se esta não for alocada para a execução de uma 
outra atividade).
4.2.6	Perdas	por	Fabricação	de	Produtos	Defeituosos
Estas perdas ocorrem quando são fabricados produtos que não estão de acordo com os requisitos de qualidade 
especifi cados em projeto. 
De acordo com Costa (1999), na construção civil estas perdas estão associadas normalmente a uma inspeção 
defi ciente do processo, à falta de especifi cações ou de detalhamento na documentação (projetos, manuais de 
procedimentos), à utilização de materiais defeituosos ou de qualidade inferior, à falta de capacitação dos operários, 
além de outras.
Entre as principais conseqüências de se produzir com defeito, destacam-se: a redução do desempenho do produto 
fi nal e os retrabalhos, ainda muito freqüentes no setor da construção civil. Estes, além de gerarem perda física dos 
materiais utilizados, ainda causam: perdas no transporte, perdas no processamento (trabalho adicionado) e perda 
das inspeções que foram necessárias quando o produto estava sendo executado pela primeira vez.
 
Figura 8 – Exemplo de Perda por Retrabalho (quebra de alvenaria por alteração no projeto).
4.2.7	Perdas	no	Processamento	em	Si
Para Meira et al (1998) estas perdas “originam-se na natureza das atividades do processo ou na execução 
inadequada dos mesmos, decorrentes da falta de procedimentos padronizados e inefi ciências nos métodos de 
trabalho, da falta de treinamento dos operários ou defi ciências no detalhamento e construtividade dos projetos”. 
Ou seja, são oriundas da realização de atividades de processamento desnecessárias, ou realização das atividades 
necessárias de maneira inadequada.
De acordo com Costa (1999) “as

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