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Manual do Profissional Capítulo 1 INTRODUÇÃO E ste material foi elaborado pelos nutricionistas, membros do departa- mento de Nutrição e Metabolismo da Sociedade Brasileira de Diabe- tes, biênio 2006/2007, com intuito de informar o público leigo e prois- sionais de saúde sobre Nutrição e Diabetes. Ao longo de 07 meses serão abordados assuntos diversos sobre nutri- ção, incluindo recomendações nutricionais, plano alimentar para Diabe- tes tipo 1 e 2 , situações especiais, dentre outros. Os temas serão os mes- mos para pacientes e proissional da saúde, sendo disponibilizados em 2 formatos: fascículo para o portador do Diabetes, com informações básicas, incluindo ilustrações para melhor ixação das informações e manual do proissional, com texto e indicações de leitura adicional. Esperamos que este material possa enriquecer a prática dos proissio- nais que trabalham com esta população, bem como esclarecer ao portador de Diabetes Mellitus, familiares, e amigos, que a alimentação equilibra- da e individualizada, é sem dúvida, uma grande aliada para o controle metabólico da patologia, buscando desta forma, um estilo de vida mais saudável. Gisele Rossi Goveia Coordenadora do Departamento de Nutrição e Metabolismo da Sociedade Brasileira de Diabetes - SBD – 2006/2007 Capítulo 1 – Os alimentos: calorias, macronutrientes e micronutrientes Anelena Soccal Seyffarth • Nutricionista Especialista em Nutrição Humana • Preceptora da Residência em Nutrição da Secretaria de Saúde do Dis- trito Federal • Membro do Departamento de Nutrição e Metabologia da SBD – 2006/2007 Capítulo 2 – Alimentação e hábitos saudáveis Deise Regina Baptista Mendonça • Nutricionista Especialista em Administração Hospitalar e em Saúde Pública • Professora -adjunta do Departamento de Nutrição da Universidade Federal do Paraná (UFPR) • Coordenadora do Curso de Especialização em Nutrição Clínica da UFPR; • Membro do Departamento de Nutrição e Metabologia da SBD – 2006/2007 Capítulo 3 – Determinando o plano alimentar Anita Sachs • Nutricionista Mestre em nutrição humana pela London School Hygie- ne and Tropical Medicine • Professora adjunta e chefe da disciplina de Nutrição do Departamento de Medicina Preventiva da UNIFESP, • Doutora em Ciências pela UNIFESP • Membro do Departamento de Nutrição e Metabologia da SBD – 2006/2007 Capítulo 4 – Plano alimentar e diabetes mellitus tipo 1 Luciana Bruno • Nutricionista Especialista em Nutrição Materno Infantil pela Unifesp com treinamento na Joslin Diabetes Center • Nutricionista da Preventa Consultoria em Saúde /SP • Membro do Conselho Consultivo da Associação de Diabetes Juvenil de São Paulo • Membro do Departamento de Nutrição e Metabologia da SBD – 2006/2007 Capítulo 5 – Plano alimentar e diabetes mellitus tipo 2 Celeste Elvira Viggiano • Nutricionista clínica e sanitarista • Educadora e especialista em diabetes, obesidade e síndrome metabó- lica. • Coordenadora do Curso de Graduação em Nutrição da Universidade Municipal de São Caetano do Sul-SP • Membro do Departamento de Nutrição e Metabologia da SBD – 2006/2007 Capítulo 6 – Plano alimentar nas complicações metabólicas, agudas e crônicas do diabetes: hipoglicemia, nefropatia, dislipidemias Marlene Merino Alvarez • Nutricionista do grupo de Diabetes da Universidade Federal Fluminen- se (UFF); • Mestra em Nutrição Humana pela UFRJ • Especialista em Educação e Saúde pela UFRJ • Membro do Departamento de Nutrição e Metabologia da SBD - 2006/2007 Capítulo 7 - Plano alimentar nas situações especiais: escola, trabalho, festas, restaurantes e dias de doença Gisele Rossi Goveia • Nutricionista Especialista em Nutrição Clínica pela Associação Brasi- leira de Nutrição - ASBRAN • Nutricionista da Preventa Consultoria em Saúde/SP; • Membro do Conselho Consultivo da Associação de Diabetes Juvenil de São Paulo • Coordenadora do Departamento de Nutrição e Metabologia da SBD - 2006/2007 Colaboradoras: Ana Cristina Bracini de Aguiar • Especialista em Nutrição Clínica • Pós graduação em Administração Hospitalar. • Nutricionista Clínica do Instituto da Criança com Diabetes, do Rio Grande do Sul. • Membro do Departamento de Nutrição e Metabologia da SBD – 2006/2007 Clarissa Paia Bargas Uezima • Nutricionista • Especialista em Nutrição em Saúde Publica pela UNIFESP Josefina Bressan Resende Monteiro • Nutricionista Especialista em Nutrição Clínica pela Universidade Fe- deral do Rio de Janeiro • Professora-adjunta do Departamento de Nutrição e Saúde da Univer- sidade Federal de Viçosa (DNS/UFV) • Pesquisadora do Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientíico e Tecnológico (CNPq) • Coordenadora do Departamento de Nutrição e Metabologia da SBD – 2004/2005 Juliane Costa Silva Zemdegs • Nutricionista • Especialista em Nutrição em Saúde Publica pela UNIFESP Kariane Aroeira Krinas • Nutricionista • Membro do Departamento de Nutrição e Metabologia da SBD – 2006/2007 Marisa Sacramento Gonçalves • Nutricionista Centro de Diabetes e Endocrinologia do Estado da Bahia • Residência em Nutrição Clínica - Hospital Universitário Antonio Pedro, Niterói/RJ1980 • Especialista em Controle e Qualidade de Alimentos UFBA 1989 • Membro do Departamento de Nutrição e Metabologia da SBD – 2006/2007 MANUAL DE NUTRIÇÃO TEMAS E AUTORES MANUAL DO PROFISSIONAL CAPÍTULO 1 OS ALIMENTOS: CALORIAS, MACRONUTRIENTES E MICRONUTRIENTES. 1. NUTRIENTES E CALORIAS DOS ALIMENTOS Deine-se caloria como a representação métrica de energia produzida por determinados nutrientes quando metabolizados pelo organismo. Quando le- mos em rótulos ou livros populares que um alimento fornece cem calorias, isso signiica cem quilocalorias ou 100kcal. Ou seja, a quilocaloria não é constituinte dos alimentos, é a medida de sua energia potencial. Os principais grupos fornecedores de calorias são os macronutrientes: carboidratos, proteínas e gordu- ras. Os carboidratos e as proteínas, quando totalmen- te metabolizados no organismo, geram 4kcal de ener- gia por grama, enquanto as gorduras, 9kcal. Em contrapartida, outros nutrientes, como vita- minas e minerais não geram energia, ocorrem em quantidades diminutas nos alimentos mas são de extrema importância para o organismo pois têm fun- ções especíicas e vitais nas células e nos tecidos do corpo humano. A água, igualmente essencial à vida, embora tam- bém não seja fornecedora de calorias, é o componen- te fundamental do nosso organismo, ocupando dois terços dele. O álcool, por outro lado, é uma substância que, ao ser metabolizada, gera energia alimentar (1g de álcool = 7kcal), porém não é considerado nutriente por não contribuir para o crescimento, a manutenção ou o reparo do organismo. 2. DEFINIÇÃO, CLASSIFICAÇÃO E FUNÇÃO DOS MACRONUTRIENTES Os macronutrientes carboidratos, proteínas e gorduras ou lipídios estão distribuídos nos alimentos e devem ser ingeridos diariamente para assegurar uma alimentação saudável. Embora, como regra geral, seja estabelecido um percentual diário de cada macronutriente, como a seguir sugerido, devemos lembrar que as pessoas exercem diferentes atividades em distintas rotinas, podendo requerer demandas alimentares diversas e por vezes até suplementares. 2.1. CARBOIDRATOS (GLICÍDIOS) Os carboidratos fornecem a maior parte da energia necessária para manutenção das atividades das pes- soas. A ingestão diária recomendada de carboidratos é de 50% a 60% do valor calórico total. Eles são en- contrados nos amidos e açúcares e, com exceção da lactose do leite e do glicogênio do tecido animal, são de origem vegetal. O açúcar pode ser adicionado ou estar presente naturalmentenos alimentos. Diferentemente dos de- mais macronutrientes (proteínas e lipídios), os car- boidratos (glicídios) transformam-se em glicose mais rapidamente. Os carboidratos são classiicados em simples e complexos.Glicose, frutose, sacarose e lactose são os carboidratos simples mais encontrados nos alimen- tos, estando o amido entre os complexos. Os carboidratos simples são formados por açúcares simples ou por um par deles; sua estrutura química faz com que possam ser facilmente digeridos e mais rapidamente absorvidos. Como exemplo temos açú- car de mesa, mel, açúcar do leite e das frutas, garapa, rapadura, balas, muitos chicletes, doces em geral, re- frigerantes, entre outros. Já os carboidratos complexos são formados por cadeias mais complexas de açúcares, podendo sua digestão e absorção ser mais prolongada. Alguns alimentos que contêm carboidratos com- plexos: • cereais e derivados, como arroz, trigo, centeio, cevada, milho, aveia, farinhas (de trigo , de mandioca, de milho), massas, pães, biscoitos, tapioca, cuscuz, macarrão, polenta, pipoca; • tubérculos: batata-doce, batata, inhame, cará, mandioca, mandioquinha; • leguminosas: feijões, ervilha, lentilha, grão-de- bico e soja. No entanto, o tamanho da cadeia ou estrutura química não é o único determinante da velocidade de digestão e absorção sob a forma de glicose.Ou- OS ALIMENTOS: CALORIAS, MACRONUTRIENTES E MICRONUTRIENTES. Autor: Anelena Soccal Seyffarth Colaboração: Josefina Bressan Objetivo: Revisar os conceitos básicos sobre a composição dos alimentos, suas funções e inluência no controle glicêmico e na saúde. Capítulo 1 – OS ALIMENTOS: CALORIAS, MACRONUTRIENTES E MICRONUTRIENTES. – 6 tros fatores relativos a composição dos alimentos e preparação, entre outros também têm inluência im- portante. Muitos alimentos contêm carboidratos e gordura, incluindo-se aí os doces, como bolos, tortas, sorvetes e biscoitos. Algumas combinações de alimentos com- preendem os três nutrientes - carboidrato, proteína e gordura -, como pizzas, ensopados e sopas. Esta característica é importante na consideração do valor calórico da preparação e também no impacto que o alimento pode ter na glicemia. 2.1.1. FIBRAS ALIMENTARES E SEU PAPEL NA NUTRIÇÃO HUMANA Embora as ibras sejam também classiicadas como carboidratos, pertencem ao grupo dos oligossacaríde- os, sendo eliminadas nas fezes pelo organismo. Justa- mente por essa razão são importantes para a manu- tenção das funções gastrointestinais e a conseqüente prevenção de doenças relacionadas. Devem constar do planejamento das refeições, sendo facilmente encontradas em alimentos de ori- gem vegetal, como hortaliças, frutas e cereais inte- grais. As ibras são classiicadas em solúveis e insolú- veis, tendo as primeiras importante função no con- trole glicêmico (especialmente as pectinas e as beta glucanas), e as insolúveis, na isiologia intestinal. A recomendação da ingestão de ibras é de 20-35g ao dia, valores iguais ao da população em geral. É im- portante lembrar que os estudos demonstram que o consumo rotineiro de ibras da população brasi- leira não atinge esta meta, estando as pessoas com diabetes incluídas neste peril. Portanto, o incentivo ao consumo diário de fontes alimentares de ibras é prioritário para todos. 2.2. PROTEÍNAS As proteínas são indispensáveis ao corpo humano, pois, além de contribuírem como fonte calórica, são fornecedoras dos aminoácidos, que servem de mate- rial construtor e renovador, isto é, são responsáveis pelo crescimento e pela manutenção do organismo. Suas fontes mais ricas são as carnes de todos os tipos, os ovos, o leite e o queijo, enquanto as leguminosas são as melhores fontes de proteína vegetal. Outras fontes vegetais incluem oas castanhas e nozes. As fontes de proteína de origem animal são de alto valor biológico, ou seja, apresentam melhor pool (compo- sição) de aminoácidos em relação às fontes protéi- cas vegetais. Para melhorar esse pool de aminoácidos dos alimentos de origem vegetal é essencial ter uma alimentação variada e combinar os alimentos numa mesma refeição, como é o caso do arroz com feijão (complementação da proteína de um cereal com a proteína de uma leguminosa). Em alguns pacientes portadores de diabetes, prin- cipalmente do tipo 1 (DM 1), as proteínas podem ser convertidas em glicose muito facilmente, gerando efeitos negativos sobre o índice glicêmico, especial- mente quando este consumo é elevado. Em pessoas com o diabetes controlado, tanto do tipo 1 quanto do 2, com adequado consumo alimentar, esses efeitos adversos da proteína diicilmente são apresentados. Em casos em que o diabético apresenta complica- ções renais (nefropatia), os planos alimentares espe- cíicos, com ajuste no consumo protéico, juntamente com o controle da hipertensão arterial (pressão alta) e da hiperglicemia (glicose sangüínea elevada), po- dem retardar a progressão da doença renal. Em geral, a indicação de ingestão diária de prote- ína é de 15% a 20% do valor calórico total ou 0,8g a 1g/kg de peso/dia. Para pacientes que apresentam complicações da doença, a quantidade protéica a ser ingerida deve receber orientação nutricional espe- cíica. 2.3. GORDURAS (LIPÍDIOS) As gorduras ou lipídios são componentes alimentares orgânicos que, por conterem menos oxigênio que os carboidratos e as proteínas, fornecem taxas maiores de energia. São também importantes condutoras de vitaminas lipossolúveis (A, D, E e K) e fornecem áci- do graxos essenciais assim denominados pois o nos- so organismo não os produz, devendo ser obtidos a partir de fontes alimentares. A recomendação de ingestão diária de gorduras é de 25% a 30% do valor calórico total, preferen- cialmente proveniente de alimentos vegetais e/ou de seus respectivos óleos, lembrando que, por serem ricos em calorias, devem ser consumidos moderada- mente. A Associação Americana de Diabetes reco- menda que os lipídios sejam estabelecidos de acordo com as metas do tratamento, distribuindo-se os 30% em até 10% de ácidos graxos saturados, 10% de mo- noinsaturados e 10% de poliinsaturados. O consumo de gorduras saturadas, encontradas principalmente em alimentos de origem animal, deve ser realizado com moderação, pois pode causar ele- vação dos níveis de glicemia, colesterol e triglicéri- des. Uma dieta com menor teor de gordura (até 25% Capítulo 1 – OS ALIMENTOS: CALORIAS, MACRONUTRIENTES E MICRONUTRIENTES. – 7 das calorias) pode auxiliar na melhora dos lipídios sangüíneos, como o colesterol total e a lipoproteína LDL-colesterol. Resultados ainda melhores podem ser conquistados se a gordura adicionada for monoin- saturada, como o azeite de oliva, canola, girassol ou amendoim. As gorduras poliinsaturadas encontradas em peixes, semente de linhaça e óleo de soja são importantes componentes alimentares que também auxiliam na manutenção de um adequado peril li- pídico sangüíneo. 2.4. MACRONUTRIENTES E SUA INFLUÊNCIA NA GLICEMIA Os macronutrientes, como geradores de energia, são nossa fonte exógena de produção de glicose. Dessa forma, inluenciam diretamente a elevação da glice- mia. Contudo não são absorvidos em sua totalidade ou na mesma velocidade, ou seja, têm efeito diferen- tes no peril glicêmico. O carboidrato é o nutriente que mais afeta a glice- mia, pois quase 100% são convertidos em glicose em um tempo que pode variar de 15 minutos a 2 horas. Os não-reinados, ou seja, aqueles com ibra natural intacta, têm distintas vantagens sobre as versões al- tamente reinadas, como farinha e arroz brancos, em virtude de benefícios como menor índice glicêmico, maior saciedade e propriedades de ligação com o co- lesterol. Por volta de 1980, as Associações America- na e Britânica de Diabetes abandonaram a antiquada estratégia deplanos alimentares restritos em carboi- dratos para os indivíduos portadores de diabetes, vi- sando, em lugar disso, a uma dieta limitada em gor- duras, porém mais alta em carboidratos complexos com preservação do teor de ibras alimentares. As proteínas e os lipídios não elevam a glicemia tanto quanto os carboidratos, seu efeito vai depen- der das quantidades consumidas e do equilibro entre os nutrientes.Contudo, muitos alimentos essencial- mente referidos como fontes de proteína ou gordura também contêm carboidrato. A distribuição de carboidratos nas refeições e lan- ches deve ser feita de maneira individualizada e de acordo com o estilo de vida e de tratamento. No en- tanto, vale ressaltar que a ingestão espaçada facilita a ação da insulina na glicose do alimento ingerido. 3. MICRONUTRIENTES (VITAMINAS E MINERAIS) As vitaminas e os minerais estão presentes em grande variedade de alimentos. Cada um desses nutrientes é importante, pois exerce funções especíicas, essen- ciais para a saúde das nossas células e para o fun- cionamento harmonioso entre elas. Diferentemente dos macronutrientes, as vitaminas e os minerais são necessários em pequenas quantidades. No entanto, para atingir as recomendações de consumo desses nutrientes, o seu fornecimento através dos alimen- tos deve ser diário e a partir de diferentes fontes. A seguir apresentamos o resumo das funções dos mi- cronutrientes e os alimentos que os contêm. 3.1 - VITAMINAS • Vitaminas hidrossolúveis: complexo B, ácido fólico e vitamina C. • Vitaminas lipossolúveis: A,D,E,K. Funções: Não contém energia mas são necessárias para as reações energéticas; regulam as funções ce- lulares; envolvidas nas funções de proteção (imuno- lógicas). 3.2- MINERAIS • Cálcio, ferro, sódio, potássio, magnésio, zinco e selênio, entre outros. Funções: necessários para crescimento, reprodução e manutenção do equilíbrio entre as células; fazem parte de tecidos; envolvidos na contração muscular e na transmissão dos impulsos nervosos. 3.3- VITAMINAS E MINERAIS – FONTES ALIMENTARES: • frutas, hortaliças e legumes; • leite e derivados, carnes, castanhas e nozes; • cereais integrais (ex.: milho, aveia, alimentos com farinha integral). As vitaminas e os minerais mantêm relações de equilíbrio no desenvolvimento das suas funções. São necessárias determinadas proporções de dois ou mais deles para que algumas das reações esperadas acon- teçam dentro do nosso corpo. O uso de doses maio- res do que as indicadas pode alterar tais proporções, prejudicando o resultado inal. Como exemplos de relações benéicas, desde que em proporções adequa- das, podemos citar sódio e potássio; cálcio e fósforo; ferro e vitamina C; cálcio e vitamina D. 3.4. VITAMINAS E MINERAIS E DIABETES As recomendações de consumo para idosos, adultos, gestantes e lactantes, adolescentes e crianças com Capítulo 1 – OS ALIMENTOS: CALORIAS, MACRONUTRIENTES E MICRONUTRIENTES. – 8 DM1 ou DM2 são similares às para a população em geral. A Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), no seu consenso, recomenda o uso diário de duas a qua- tro porções de frutas (de modo geral, uma porção é igual a uma unidade ou fatia média) e de três a cinco de hortaliças (cruas e cozidas). O mesmo documen- to valoriza a utilização de pelo menos uma fruta rica em vitamina C por dia (laranja, limão, acerola, goia- ba, etc.). No entanto, alguns aspectos relativos às ações dos micronutrientes devem ser observados por pessoas com diabetes: • as vitaminas C e E, o betacaroteno (precursor da vitamina A) e o mineral selênio são antioxi- dantes, ou seja, são importantes, por exemplo, na proteção contra doenças do aparelho car- diovascular. Porém não há evidência suiciente para que as pessoas com diabetes os utilizem além da quantidade fornecida por uma dieta equilibrada. A suplementação medicamentosa (comprimidos) só deve ser feita sob orientação médica, em circunstâncias claras de deiciência ou necessidades especiais (idosos, gestantes ou lactantes, vegetarianos estritos). Tal cuidado é necessário, pois o consumo de doses excessivas pode desequilibrar as relações entre os nutrien- tes, além do potencial efeito tóxico, especial- mente quando em uso prolongado; • a diabética gestante, ou a mulher que desen- volveu o diabetes gestacional, deve receber su- plementação de ácido fólico para prevenção de defeitos no feto da mesma maneira que a não- diabética; • o consumo diário de cálcio deve atender às re- comendações, especialmente para idosos com diabetes, para prevenção de doença óssea. A meta pode ser atingida com a utilização de três porções de leite e derivados e porções diárias de vegetais verde-escuros, além da exposição rotineira à luz solar. 3.5. MICRONUTRIENTES E SUA INFLUÊNCIA NA GLICEMIA As vitaminas e os minerais não têm ação direta na glicemia, porém é importante ressaltar que a maio- ria dos alimentos que os contêm são também fon- tes de outros nutrientes, entre eles os carboidratos. As frutas são exemplos disso: contêm carboidratos. Muitas pessoas esquecem-se dessa composição e as consomem em grandes quantidades, de uma vez só, alterando desfavoravelmente a glicemia, especial- mente quando a quantidade de insulina endóge- na ou exógena não é suiciente. Essa atitude pode gerar a impressão de que uma determinada fruta altera mais a glicemia que outra. Isso pode ser ver- dade, mas, muitas vezes, a quantidade consumida é a principal causa da elevação glicêmica. Por outro lado, outros acreditam que devem diminuir drasti- camente a utilização das frutas ou de alguns vege- tais para evitar oscilações nas glicemias. Existe um equívoco nessa decisão, pois o baixo consumo de frutas e vegetais pode acarretar deiciência de vita- minas, minerais e ibras, nutrientes importantes na proteção contra doenças de coração e circulação, câncer, entre outras. Portanto a maioria dos alimen- tos fontes de vitaminas e minerais também deve ser distribuída ao longo do dia para facilitar o controle glicêmico e, ao mesmo tempo, suprir o corpo com os nutrientes necessários. LEITURA COMPLEMENTAR: 1- Guia Alimentar para a população brasileira: Pro- movendo a alimentação saudável. Ministério da Saúde,CGPAN – Brasília, 2005. 2- SHILS, M. at al. Tratado de Nutrição Moderna na Saúde e na Doença. 1. ed. Brasileira, São Paulo: Manole, 2003. 3- MAHAN,L.K.; ESCOTT-STUMP,S. Krause : Ali- mentos, nutrição & dietoterapia. 10ª edição . São Paulo: Editora Roca, 2002. Manual do Profissional Capítulo 2 Capítulo 1 – Os alimentos: calorias, macronutrientes e micronutrientes Anelena Soccal Seyffarth • Nutricionista Especialista em Nutrição Humana • Preceptora da Residência em Nutrição da Secretaria de Saúde do Dis- trito Federal • Membro do Departamento de Nutrição e Metabologia da SBD – 2006/2007 Capítulo 2 – Alimentação e hábitos saudáveis Deise Regina Baptista Mendonça • Nutricionista Especialista em Administração Hospitalar e em Saúde Pública • Professora -adjunta do Departamento de Nutrição da Universidade Federal do Paraná (UFPR) • Coordenadora do Curso de Especialização em Nutrição Clínica da UFPR; • Membro do Departamento de Nutrição e Metabologia da SBD – 2006/2007 Capítulo 3 – Determinando o plano alimentar Anita Sachs • Nutricionista Mestre em nutrição humana pela London School Hygie- ne and Tropical Medicine • Professora adjunta e chefe da disciplina de Nutrição do Departamento de Medicina Preventiva da UNIFESP, • Doutora em Ciências pela UNIFESP • Membro do Departamento de Nutrição e Metabologia da SBD – 2006/2007 Capítulo 4 – Plano alimentar e diabetes mellitus tipo 1 Luciana Bruno • Nutricionista Especialista em Nutrição Materno Infantil pela Unifesp com treinamento na JoslinDiabetes Center • Nutricionista da Preventa Consultoria em Saúde /SP • Membro do Conselho Consultivo da Associação de Diabetes Juvenil de São Paulo • Membro do Departamento de Nutrição e Metabologia da SBD – 2006/2007 Capítulo 5 – Plano alimentar e diabetes mellitus tipo 2 Celeste Elvira Viggiano • Nutricionista clínica e sanitarista • Educadora e especialista em diabetes, obesidade e síndrome metabó- lica. • Coordenadora do Curso de Graduação em Nutrição da Universidade Municipal de São Caetano do Sul-SP • Membro do Departamento de Nutrição e Metabologia da SBD – 2006/2007 Capítulo 6 – Plano alimentar nas complicações metabólicas, agudas e crônicas do diabetes: hipoglicemia, nefropatia, dislipidemias Marlene Merino Alvarez • Nutricionista do grupo de Diabetes da Universidade Federal Fluminen- se (UFF); • Mestra em Nutrição Humana pela UFRJ • Especialista em Educação e Saúde pela UFRJ • Membro do Departamento de Nutrição e Metabologia da SBD - 2006/2007 Capítulo 7 - Plano alimentar nas situações especiais: escola, trabalho, festas, restaurantes e dias de doença Gisele Rossi Goveia • Nutricionista Especialista em Nutrição Clínica pela Associação Brasi- leira de Nutrição - ASBRAN • Nutricionista da Preventa Consultoria em Saúde/SP; • Membro do Conselho Consultivo da Associação de Diabetes Juvenil de São Paulo • Coordenadora do Departamento de Nutrição e Metabologia da SBD - 2006/2007 Colaboradoras: Ana Cristina Bracini de Aguiar • Especialista em Nutrição Clínica • Pós graduação em Administração Hospitalar. • Nutricionista Clínica do Instituto da Criança com Diabetes, do Rio Grande do Sul. • Membro do Departamento de Nutrição e Metabologia da SBD – 2006/2007 Clarissa Paia Bargas Uezima • Nutricionista • Especialista em Nutrição em Saúde Publica pela UNIFESP Josefina Bressan Resende Monteiro • Nutricionista Especialista em Nutrição Clínica pela Universidade Fe- deral do Rio de Janeiro • Professora-adjunta do Departamento de Nutrição e Saúde da Univer- sidade Federal de Viçosa (DNS/UFV) • Pesquisadora do Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientíico e Tecnológico (CNPq) • Coordenadora do Departamento de Nutrição e Metabologia da SBD – 2004/2005 Juliane Costa Silva Zemdegs • Nutricionista • Especialista em Nutrição em Saúde Publica pela UNIFESP Kariane Aroeira Krinas • Nutricionista • Membro do Departamento de Nutrição e Metabologia da SBD – 2006/2007 Marisa Sacramento Gonçalves • Nutricionista Centro de Diabetes e Endocrinologia do Estado da Bahia • Residência em Nutrição Clínica - Hospital Universitário Antonio Pedro, Niterói/RJ1980 • Especialista em Controle e Qualidade de Alimentos UFBA 1989 • Membro do Departamento de Nutrição e Metabologia da SBD – 2006/2007 MANUAL DE NUTRIÇÃO TEMAS E AUTORES MANUAL DO PROFISSIONAL CAPÍTULO 2 ALIMENTAção E HáBIToS SAUDáVEIS 1. INTRODUÇÃO A alimentação variada refere-se à seleção dos dife- rentes grupos de alimentos, considerando-se o nível de renda, de escolaridade, preferências e a disponibi- lidade dos alimentos. Muitas vezes o padrão e o com- portamento alimentar do indivíduo portador de dia- betes mellitus estão seriamente comprometidos, sendo caracterizados pela prática de dietas restritivas e ale- atórias, uso indiscriminado de produtos dietéticos e a adoção de métodos inadequados para controle da glicemia, redução e manutenção de peso. Entende-se por padrão alimentar a composição de alimentos que constituem a dieta dos indivíduos, seu aporte calórico, a distribuição de macro e micronu- trientes e a adequação às necessidades isiológicas. os horários, a regularidade e a freqüência das refeições também podem compor a caracterização do padrão alimentar. A alimentação variada refere-se à seleção de ali- mentos de diferentes grupos. Nenhum alimento é completo (exceto o leite materno para crianças até 6 meses de idade), ou seja, nenhum possui todos os nutrientes em quantidade suiciente para atender às necessidades do organismo. A seleção de alimentos é muito complexa e in- luenciada por vários fatores. Embora se saiba que, quando os alimentos não estão disponíveis, é bem provável que ocorram deiciências, por outro lado a abundância por si só não assegura ótima nutrição devido ao componente comportamental que deter- mina a escolha. Mediante uma alimentação variada em quantida- des adequadas pode-se obter uma dieta equilibrada, ou seja, que proporciona os nutrientes necessários para atender às necessidades do organismo. Uma va- riedade bem escolhida de alimentos supre a ener- gia e a quantidade necessária de cada nutriente para prevenir a má nutrição, que inclui deiciências, de- sequilíbrios e excesso de nutrientes, podendo qual- quer um deles cobrar um tributo da saúde ao longo do tempo. Sempre que orientamos a elaboração de uma re- feição devemos ter mente as leis que regem a alimen- tação equilibrada: • quantidade: deve ser suiciente para atender o organismo em todas as suas necessidades; • qualidade: deve conter variedade de alimen- tos que satisfaça todas as necessidades do or- ganismo; • harmonia: os diferentes nutrientes devem guardar equilíbrio entre si, em sua qualidade e quantidade; • adequação: deve ser apropriada às diferentes fases e condições de vida, às atividades, às cir- cunstâncias isiológicas e de doenças. Ao ingerir um alimento, então, não estamos sim- plesmente nos dedicando a uma atividade agradá- vel, mas também provendo o corpo de energia e nutrientes. 2. GUIAS ALIMENTARES Guias ou Diretrizes as dieta são citações de órgãos governamentais ou entidades reconhecidas por sua autoridade cientíica que transforma recomendações nutricionais técnico-cientíicas em conselhos (men- sagens) simples, fáceis de compreender e práticas para o público em geral. Tem como objetivo assegurar a ingestão adequada de nutrientes. Em suma, os guias da dieta são em- basados no conhecimento cientíico, nos problemas nutricionais, nos hábitos de consumo alimentar e no contexto cultural e sócio-econômico das populações. Fatores educativos também devem ser considerados na elaboração dos guias. Podem ser classiicados em qualitativos e quanti- tativos. os qualitativos apresentam recomendações somente sobre os alimentos a serem ingeridos ou evi- tados e os quantitativos fazem recomendações a se- rem ingeridas de cada grupo alimentar geralmente expressas em número e tamanho das porções. ALIMENTAÇÃO E HÁBITOS SAUDÁVEIS Autor: Deise Baptista Mendonça Capítulo 2 – Alimentação e hábitos saudáveis – 5 os guias da dieta de uma população são ferra- mentas de educação nutricional com o objetivo de estimular mudanças indicadas, principalmente qua- litativas, na dieta de uma população. 3. PIRÂMIDE ALIMENTAR COMO UM GUIA SAUDÁVEL de todos os símbolos alternativos testados até o mo- mento (roda, losango, estrela entre outros), a pirâ- mide é comprovadamente o mais efetivo. Em 1992, após a publicação da Pirâmide dos Alimentos como guia de dieta, ela foi amplamente distribuída, exten- samente usada e imitada como ferramenta de edu- cação nutricional em âmbito mundial. Ela conseguiu comunicar três temas chave: variedade, moderação e proporcionalidade, alcançando níveis elevados de consciência dos consumidores, tornou-se componen- te de documentos de planos de ação, como base para avaliações alimentares, e tem sido adaptada para sub- populações e culturas. Foi duramente criticada durante muitos anos e em abril de 2005 foi substituída pela MyPyramide (Minha Pirâmide). Esta representação gráica contém todos os grupos alimentares da pirâmide original, in- cluindo, também a representação gráica da ativida-de física. Esta foi uma das importantes recomenda- ções adicionais ao símbolo. Em geral, os consumido- res compreendem as mensagens gerais transmitidas pela pirâmide, mas têm diiculdades para colocar es- tes conceitos em prática. os princípios básicos da Nova Pirâmide são: • Saúde como um todo: a nova pirâmide foi desenvolvida para promover o bem estar ger- al, manter e melhorar a saúde como um todo; • Dieta como um todo: a nova pirâmide en- foca não somente os nutrientes básicos ne- cessários. A dieta como um todo é balanceada em nutrientes essenciais, mas também, espe- ciica limites de outros componentes alimen- tares como gorduras, colesterol e calorias. o desenho inal transformou-se em uma pirâmide com um novo padrão de faixas verticais para os gru- pos alimentares, degraus para simbolizar a atividade física, e uma pessoa. A inclusão de uma pessoa não somente enfatiza a mensagem de atividade física re- gular, personalização e progresso gradual. o desenho como um todo, promove o conceito de equilíbrio en- tre a ingestão alimentar e a atividade física. o símbolo é intencionalmente simples e podem ser usados pelos proissionais da saúde para demons- trar, agora, seis conceitos essenciais: proporcionalida- de, moderação, variedade, atividade física, persona- lização e progresso gradual. A pirâmide da saúde simboliza um estilo de vida saudável através da alimentação equilibrada e da ati- vidade física regular. Seis conceitos são importantes nesse símbolo: • variedade: coma alimentos de todo os gru- pos. A variedade é simbolizada por seis cores que representam os cinco grupos alimen- tares da pirâmide e os óleos. Isso ilustra que são necessários alimentos de todos os grupos (cores), diariamente, para que uma dieta seja considerada saudável; • moderação: coma com maior freqüência alimentos com pouca gordura e açúcar adi- cionado. A moderação é representada pelo estreitamento da faixa de cada grupo alimen- tar, observando-se da base até o topo (de baixo para cima). A base da pirâmide con- tém alimentos com pouca ou nenhuma gor- dura saturada ou ricos em açúcar, e devem ser consumidos com mais freqüência. o topo representa os alimentos ricos em gorduras saturadas e açúcares; • proporcionalidade: coma nas quanti- dades recomendadas. A proporcionalidade é mostrada pelas diferentes larguras de cada faixa vertical que representa os grupos ali- mentares. o tamanho das larguras sugere a quantidade de alimentos que o indivíduo pode escolher de cada grupo. Essa quantidade não está em proporção adequada, pois é ap- enas um guia geral. É importante a individu- alização; • atividade física regular: faça diariamente. Ela é representada por degraus que o indi- víduo deve escalar, funcionando como um lembrete para a prática diária de exercícios; • individualização: o que serve para os outros pode não servir para você; • pogressos graduais: para melhorar a ali- mentação e o estilo de vida, inicie com pequenos passos a cada dia. 5. O QUE CONTA COMO UMA PORÇÃO? os alimentos estão apresentados na pirâmide em por- ções. Entende-se por porção a quantidade de alimen- to em sua forma de consumo (unidade, xícaras, fa- tias, colheres, etc.) ou em gramas. Essa quantidade é estabelecida a partir das necessidades nutricionais, Capítulo 2 – Alimentação e hábitos saudáveis – 6 das dietas especíicas e dos grupos de alimentos. To- dos os alimentos são importantes e necessários. • Grupo dos grãos: 1 fatia de pão; 1 copo de cereal instantâneo (seco); 4 colheres (sopa) de arroz ou massa cozida. • Grupo das hortaliças: 4 colheres (sopa) de legumes cozidos (ex.: cenoura, couve-lor, beterraba); 1 prato (sobremesa) de folhas cruas picadas (ex.: espinafre, agrião, alface). - Grupo das frutas: 1 fruta média (ex.: maçã, laranja, pêra); 1 pote pequeno de frutas pica- das cruas, cozidas, congeladas ou enlatadas (sem calda); 1 fatia média de mamão, melão ou melancia; 1 copo de suco de fruta. • Grupo do leite e substitutos: 1 copo de leite ou iogurte; 2 fatias de queijo branco; 3- 4 fatias de mussarela; 2 colheres de (sopa) de queijo ralado. • Grupo das carnes e substitutos: 2 colheres (sopa, 60g) de carne moída, ave ou peixe; 2 ovos; 4 colheres (sopa) de oleaginosas ou se- mentes; 4 colheres (sopa) de ervilhas, feijão ou lentilha; 4 cubos de tofu; 4 colheres (sopa) de soja. • Grupo dos óleos e extras: 1 colher (chá) de óleo (5g) ou até 8 colheres (chá) de açúcar. 6. QUANTAS PORÇÕES DIÁRIAS DE ALIMENTOS DE CADA GRUPO ALIMENTAR DEVEMOS INGERIR? A inalidade da pirâmide da saúde é promover há- bitos de vida saudáveis, auxiliando as pessoas na es- colha de alimentos e atividade física adequados para seu organismo. É apenas um exemplo do que você deve consumir todos os dias, não sendo uma prescri- ção rígida, mas uma orientação geral que o faz esco- lher uma dieta saudável. A pirâmide da saúde representa um guia lexível e pessoal. Traz informações gerais sobre como esco- lher alimentos saudáveis e um resumo dos alimen- tos que devem ser ingeridos todos os dias. Apresenta Capítulo 2 – Alimentação e hábitos saudáveis – 7 a alimentação na quantidade certa de calorias e os nutrientes necessários para manter a saúde e o peso ideal. A tabela abaixo especiica quantas porções de ali- mentos de cada grupo precisamos consumir para sa- tisfazer as necessidades de nutrientes. 7- PROGRESSOS GRADUAIS o proissional de saúde deve auxiliar o indivíduo a realizar mudanças e orientar que quando se iniciam mudanças, essas devem ser passo a passo e em pe- quenos passos. A deinição de objetivos realistas e alcançáveis aumenta a probabilidade de sucesso em alcançá-los, ou seja, é melhor deinir objetivos que façam mudanças aos poucos, para alimentação e ati- vidade física, do que fazer tentativas de mudanças grandes, e todas de uma vez. Fazer um planejamen- to e seguí-lo, cumprindo horários para as refeições e atividade física, são essenciais para alcançar os obje- tivos. o uso de diário, como forma de auto-monito- ramento, é um dos métodos mais eicazes para mu- danças de comportamento. Aqui estão algumas sugestões para o proissional de saúde auxiliar o indivíduo no estabelecimento de objetivos: • deinir, de cada vez, uma, duas ou três mu- danças na alimentação, atividade física ou outro. • escrever os objetivos semanais e acompan- har o progresso todos os dias Revisá-lo diari- amente ajuda a manter o curso. • manter o diário alimentar e de atividade física é uma boa maneira de acompanhar o curso dos objetivos de alimentação saudável e ativi- dade física. A cada dia escrever tudo o que comer e beber, e quanto tempo gastou em atividade física. Valorizar as realizações e não as falhas. • não esperar ou almejar a perfeição. o mais importante é a realização de mudanças saudáveis! • quando as mudanças se transformarem em hábitos é porque estas mudanças já estão in- stituías no novo estilo de vida adquirido. Val- orizar estes progressos! LEITURA COMPLEMENTAR: 1. Danone, I., Alimentação equilibrada para a popu- lação brasileira, 1998, Insituto Danone, p.114. 2. Food Pyramids – What should you really eat? 2005. Disponível em:htpp://hsph.harvard.edu/ nutritionsource/pyramids.html. 3. Food and Nutrition board. Eat for life: food and Nutrition Board´s guide to reducing your risk of chronic disease. 1992: Washington, DC: National Academy Press. 4. oliveira, J. E. D. et al. Normas e Guias alimentares para a população brasileira – delineamentos me- todológicos e critérios técnicos. 2002, São Paulo: Instituto Danone. 5. Sanabria, M. C.; Molina, V.; Fischer, M. Guias Ali- mentares, IN: Inquéritos Alimentares: métodos e bases cientíicas., Fisberg, R. M. et al., Manole: São Paulo, 2005. Calorias Hortaliças Frutas Leite Carnes ÓleosGrãos 1.200 3 2 2 1,5 (90g) 4 4 1.400 3 3 2 2 (115g) 4 5 1.600 4 3 3 2,5 (145g) 5 5 1.800 5 3 3 2,5 (145g) 5 6 2.000 5 4 3 2,5 (160g) 6 6 2.200 6 4 3 3 (175g) 6 7 Manual de Nutrição Profissional Capítulo 3 DETERMINANDO O PLANO ALIMENTAR Capítulo 1 – Os alimentos: calorias, macronutrientes e micronutrientes Anelena Soccal Seyffarth • Nutricionista Especialista em Nutrição Humana • Preceptora da Residência em Nutrição da Secretaria de Saúde do Dis- trito Federal • Membro do Departamento de Nutrição e Metabologia da SBD – 2006/2007 Capítulo 2 – Alimentação e hábitos saudáveis Deise Regina Baptista Mendonça • Nutricionista Especialista em Administração Hospitalar e em Saúde Pública • Professora -adjunta do Departamento de Nutrição da Universidade Federal do Paraná (UFPR) • Coordenadora do Curso de Especialização em Nutrição Clínica da UFPR; • Membro do Departamento de Nutrição e Metabologia da SBD – 2006/2007 Capítulo 3 – Determinando o plano alimentar Anita Sachs • Nutricionista Mestre em nutrição humana pela London School Hygie- ne and Tropical Medicine • Professora adjunta e chefe da disciplina de Nutrição do Departamento de Medicina Preventiva da UNIFESP, • Doutora em Ciências pela UNIFESP • Membro do Departamento de Nutrição e Metabologia da SBD – 2006/2007 Capítulo 4 – Plano alimentar e diabetes mellitus tipo 1 Luciana Bruno • Nutricionista Especialista em Nutrição Materno Infantil pela Unifesp com treinamento na Joslin Diabetes Center • Nutricionista da Preventa Consultoria em Saúde /SP • Membro do Conselho Consultivo da Associação de Diabetes Juvenil de São Paulo • Membro do Departamento de Nutrição e Metabologia da SBD – 2006/2007 Capítulo 5 – Plano alimentar e diabetes mellitus tipo 2 Celeste Elvira Viggiano • Nutricionista clínica e sanitarista • Educadora e especialista em diabetes, obesidade e síndrome metabó- lica. • Coordenadora do Curso de Graduação em Nutrição da Universidade Municipal de São Caetano do Sul-SP • Membro do Departamento de Nutrição e Metabologia da SBD – 2006/2007 Capítulo 6 – Plano alimentar nas complicações metabólicas, agudas e crônicas do diabetes: hipoglicemia, nefropatia, dislipidemias Marlene Merino Alvarez • Nutricionista do grupo de Diabetes da Universidade Federal Fluminen- se (UFF); • Mestra em Nutrição Humana pela UFRJ • Especialista em Educação e Saúde pela UFRJ • Membro do Departamento de Nutrição e Metabologia da SBD - 2006/2007 Capítulo 7 - Plano alimentar nas situações especiais: escola, trabalho, festas, restaurantes e dias de doença Gisele Rossi Goveia • Nutricionista Especialista em Nutrição Clínica pela Associação Brasi- leira de Nutrição - ASBRAN • Nutricionista da Preventa Consultoria em Saúde/SP; • Membro do Conselho Consultivo da Associação de Diabetes Juvenil de São Paulo • Coordenadora do Departamento de Nutrição e Metabologia da SBD - 2006/2007 Colaboradoras: Ana Cristina Bracini de Aguiar • Especialista em Nutrição Clínica • Pós graduação em Administração Hospitalar. • Nutricionista Clínica do Instituto da Criança com Diabetes, do Rio Grande do Sul. • Membro do Departamento de Nutrição e Metabologia da SBD – 2006/2007 Clarissa Paia Bargas Uezima • Nutricionista • Especialista em Nutrição em Saúde Publica pela UNIFESP Josefina Bressan Resende Monteiro • Nutricionista Especialista em Nutrição Clínica pela Universidade Fe- deral do Rio de Janeiro • Professora-adjunta do Departamento de Nutrição e Saúde da Univer- sidade Federal de Viçosa (DNS/UFV) • Pesquisadora do Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientíico e Tecnológico (CNPq) • Coordenadora do Departamento de Nutrição e Metabologia da SBD – 2004/2005 Juliane Costa Silva Zemdegs • Nutricionista • Especialista em Nutrição em Saúde Publica pela UNIFESP Kariane Aroeira Krinas • Nutricionista • Membro do Departamento de Nutrição e Metabologia da SBD – 2006/2007 Marisa Sacramento Gonçalves • Nutricionista Centro de Diabetes e Endocrinologia do Estado da Bahia • Residência em Nutrição Clínica - Hospital Universitário Antonio Pedro, Niterói/RJ1980 • Especialista em Controle e Qualidade de Alimentos UFBA 1989 • Membro do Departamento de Nutrição e Metabologia da SBD – 2006/2007 MANUAL DE NUTRIÇÃO TEMAS E AUTORES MANUAL DE NUTRIÇÃO Profissional CAPÍTULO 3 DETERMINANDO O PLANO ALIMENTAR 1. INTRODUÇÃO A terapia nutricional para o diabetes inclui o proces- so e o sistema pelo qual o cuidado nutricional será promovido, bem como as recomendações especíicas para cada indivíduo. O plano alimentar deve ser de- inido, prescrito e acompanhado, pois este fará parte de um processo educativo contínuo. Assim, as reco- mendações não devem se basear apenas em evidên- cias cientíicas, mas devem também levar em consi- deração as alterações no estilo de vida que o indiví- duo possa fazer e manter. As preferências culturais e inanceiras precisam ser analisadas, respeitando as escolhas individuais, e os pacientes devem estar en- volvidos nas decisões. Neste sentido, a avaliação nutricional é um com- ponente essencial para o cuidado nutricional do pa- ciente. Ela pode ser deinida como a interpretação da informação obtida por estudos dietéticos, antro- pométricos e clínicos e tem por objetivo determinar o estado nutricional do indivíduo a im de traçar o plano de cuidado nutricional. A avaliação nutricio- nal completa faz com que a educação nutricional se torne mais eicaz. Alguns parâmetros para a avaliação do estado nu- tricional incluem 1.dados antropométricos (peso cor- poral, estatura, pregas e circunferências cutâneas), a partir dos quais é possível realizar o diagnóstico nutricional do paciente, 2. inquérito alimentar, que auxiliará na determinação da ingestão atual e habi- tual de energia, macro e micronutrientes, 3. dados bioquímicos. Em conjunto, estas informações servi- rão de base para a adaptação do plano alimentar e permitirão avaliar as mudanças que o paciente possa apresentar ao longo do tratamento. É importante lembrar que um único parâmetro não caracteriza a condição geral do indivíduo, por- tanto é necessário empregar uma associação de in- dicadores para melhorar a precisão do diagnóstico nutricional. O plano alimentar deve ser cuidadosamente ela- borado, fornecer alimentação nutricionalmente equi- librada de acordo com as necessidades individuais, manter bom controle metabólico para prevenir e/ou retardar complicações agudas e crônicas e proporcio- nar ao portador de diabetes uma melhor qualidade de vida. O estabelecimento prévio dos objetivos do tra- tamento possibilitará a monitorização, bem como a avaliação do alcance das metas propostas. A terapia nutricional para o paciente portador de diabetes tem por objetivo atingir e manter um peril metabólico ótimo, o que inclui assegurar: 1. Níveis de glicemia na faixa de normalidade ou próxima, a im de prevenir ou reduzir os riscos de complicações do diabetes; 2. Peril lipídico e lipoprotéico que reduzam o risco de doença macrovascular; 3. Níveis de pressão arterial que reduzam o risco de doença cardiovascular. Quanto aos objetivos em situações especíicas, é possível citar: 1. Para jovens com Diabetes tipo 1: promover ingestão energética adequada a im de asse- gurar desenvolvimento e crescimento nor- mais, integrar a insulinoterapia aos hábitos alimentares e atividade física; 2. Para jovens com Diabetes tipo 2: facilitar al- terações nos hábitos alimentares e na ativi- dade física que reduzam a resistência a insu- lina e melhorem o peril metabólico; 3. Para mulheres gestantese lactantes: promov- er ingestão energética e de nutrientes ade- quada para um ótimo desfecho gestacional; 4. Para indivíduos sob insulinoterapia: promov- er educação para o autocontrole e prevenção da hipoglicemia, doenças agudas, problemas glicêmicos relacionados à atividade física; 5. Para indivíduos com risco de diabetes: en- corajar a atividade física, promover escolhas alimentares que facilitem a perda de peso moderada ou que pelo menos previna o gan- ho de peso. DETERMINANDO O PLANO ALIMENTAR Autor: Anita Sachs Colaboradoras: Juliane Costa Silva Zemdegs e Clarissa Paia Bargas Uezima Objetivo: Evidenciar a importância das necessidades nutricionais individualizadas, facilitando a mudança de estilo de vida e alimentação de maneira aceitável e alcançável. Capítulo 3 – Determinando o plano alimentar – 5 2. INFLUÊNCIA DOS NUTRIENTES NO CONTROLE DO DIABETES Diversos fatores inluenciam a resposta glicêmica dos alimentos, incluindo a quantidade de carboidrato, o tipo de açúcar (glicose, frutose, sacarose, lactose), a natureza do amido (amilose, amilopectina, amido re- sistente), o modo de preparo dos alimentos, assim como outros componentes alimentares tais como gorduras e substâncias antinutricionais que lentii- cam a digestão (lecitinas, itatos, taninos, combina- ções amido - proteína e amido - lipídeo). Adicional- mente, o jejum prolongado, as concentrações glicê- micas pré-prandiais, a severidade da intolerância a glicose são outros fatores que afetam a resposta gli- cêmica do alimento. MACRONUTRIENTES E MICRONUTRIENTES As quantidades de macro e micronutrientes a serem oferecidos ao paciente dependerão do estado nutri- cional e dos objetivos quanto ao peril metabólico. Estas diferem quanto à porcentagem entre os diver- sos comitês, porém não são muito distintas as por- centagens de nutrientes de uma pessoa saudável para as de um paciente diabético. ADOÇANTES ARTIFICIAIS Há fortes evidências de que os adoçantes artiiciais são seguros para pessoas com diabetes desde que con- sumidos nos níveis seguros estabelecidos. A ingestão atual é muito menor do que a ingestão diária aceitável, deinida como a quantidade que um aditivo alimentar pode ser consumido seguramente em um dia. Ainda não é sabido se o uso de adoçan- tes artiiciais melhoram o controle glicêmico a longo prazo ou auxiliam a perda de peso. ADOÇANTES NUTRITIVOS Evidências disponíveis de estudos clínicos demons- tram que a sacarose dietética oferecida como nutrien- te simples, como parte de um alimento, preparação ou refeição, não aumenta a glicemia mais do que quantidades isocalóricas de amido. Assim, se a sacarose izer parte de um plano ali- mentar, ela deverá ser substituída por outras fontes de carboidrato ou se for adicionada, será necessário ajustar as doses de insulina ou de outra medicação hipoglicemiante. Diversos comitês recomendam que a ingestão de açúcar simples não ultrapasse mais que 10% do valor calórico total da dieta e que tal consumo deve estar inserido no contexto de uma dieta saudável. Ade- mais, indivíduos sobrepeso ou com hipertrigliceride- mia, recomenda-se a utilização de adoçantes. Em indivíduos com diabetes a frutose produz uma resposta pós-prandial menor do que quando substi- tui a sacarose ou amido da dieta, no entanto este be- nefício é contraposto pelos efeitos adversos de que a frutose produz nos lípides plasmáticos. Assim, o uso de frutose adicionado como adoçante não é recomen- dado, no entanto não há razão para recomendar que diabéticos evitem a frutose encontrada nas frutas, ve- getais e outros alimentos. FIBRAS Assim como para a população em geral, pessoas com diabetes devem ser encorajadas a escolher uma va- riedade de alimentos que contêm ibras, tais como grãos integrais, frutas e vegetais. Evidências cientíicas demonstram que o consumo de ibras viscosas reduz as taxas de esvaziamento gás- trico e de digestão e absorção de glicose, com bene- fícios a curto e médio prazo no controle glicêmico, e também apresentam efeitos benéicos no metabolis- mo dos lipídeos. Já as ibras não viscosas não agem diretamente neste quesito, porém podem contribuir para a saciedade e controle de peso, além de preser- var a saúde intestinal. ARTIGOS COMPLEMENTARES 1. American Diabetes Association. Nutrition Princi- ples and Recommendations in Diabetes. Diabetes Care 27: S36, 2004. 2. H. Connor et al. The implementation of nutritio- nal advice for people with diabetes. Diabetes UK. Diabetic Medicine 20, 786 – 807, 2003. 3. The Diabetes and Nutrition Study Group (DSNG) of the European Association for the Study of Dia- betes (EASD), 1999: Recommendations for the nutritional management of patients with diabe- tes mellitus. European Journal of Clinical Nutri- tion 2000: 54, 353-355. Manual de Nutrição Profissional Capítulo 4 PLANO ALIMENTAR E DIABETES MELLITUS TIPO 1 Capítulo 1 – Os alimentos: calorias, macronutrientes e micronutrientes Anelena Soccal Seyffarth • N u t r i c i o n i s t a E s p e c i a l i s t a e m N u t r i ç ã o H u m a n a • P r e c e p t o r a d a R e s i d ê n c i a e m N u t r i ç ã o d a S e c r e t a r i a d e S a ú d e d o D i s- t r i t o F e d e r a l • M e m b r o d o D e p a r t a m e n t o d e N u t r i ç ã o e M e t a b o l o g i a d a S B D – 2006/2007 Capítulo 2 – Alimentação e hábitos saudáveis Deise Regina Baptista Mendonça • N u t r i c i o n i s t a E s p e c i a l i s t a e m A d m i n i s t r a ç ã o H o s p i t a l a r e e m S a ú d e P ú b l i c a • P r o f e s s o r a - a d j u n t a d o D e p a r t a m e n t o d e N u t r i ç ã o d a U n i v e r s i d a d e F e d e r a l d o P a r a n á ( U F P R ) • C o o r d e n a d o r a d o C u r s o d e E s p e c i a l i z a ç ã o e m N u t r i ç ã o C l í n i c a d a U F P R ; • M e m b r o d o D e p a r t a m e n t o d e N u t r i ç ã o e M e t a b o l o g i a d a S B D – 2006/2007 Capítulo 3 – Determinando o plano alimentar Anita Sachs • N u t r i c i o n i s t a M e s t r e e m n u t r i ç ã o h u m a n a p e l a L o n d o n S c h o o l H y g i e- n e a n d T r o p i c a l M e d i c i n e • P r o f e s s o r a a d j u n t a e c h e f e d a d i s c i p l i n a d e N u t r i ç ã o d o D e p a r t a m e n t o d e M e d i c i n a P r e v e n t i v a d a U N I F E S P , • D o u t o r a e m C i ê n c i a s p e l a U N I F E S P • M e m b r o d o D e p a r t a m e n t o d e N u t r i ç ã o e M e t a b o l o g i a d a S B D – 2006/2007 Capítulo 4 – Plano alimentar e diabetes mellitus tipo 1 • N u t r i c i o n i s t a E s p e c i a l i s t a e m N u t r i ç ã o M a t e r n o I n f a n t i l p e l a U n i f e s p c o m t r e i n a m e n t o n a J o s l i n D i a b e t e s C e n t e r • N u t r i c i o n i s t a d a P r e v e n t a C o n s u l t o r i a e m S a ú d e / S P • M e m b r o d o C o n s e l h o C o n s u l t i v o d a A s s o c i a ç ã o d e D i a b e t e s J u v e n i l d e S ã o P a u l o • M e m b r o d o D e p a r t a m e n t o d e N u t r i ç ã o e M e t a b o l o g i a d a S B D – 2006/2007 Capítulo 5 – Plano alimentar e diabetes mellitus tipo 2 Celeste Elvira Viggiano • N u t r i c i o n i s t a c l í n i c a e s a n i t a r i s t a • E d u c a d o r a e e s p e c i a l i s t a e m d i a b e t e s , o b e s i d a d e e s í n d r o m e m e t a b ó- l i c a .• C o o r d e n a d o r a d o C u r s o d e G r a d u a ç ã o e m N u t r i ç ã o d a U n i v e r s i d a d e M u n i c i p a l d e S ã o C a e t a n o d o S u l - S P • M e m b r o d o D e p a r t a m e n t o d e N u t r i ç ã o e M e t a b o l o g i a d a S B D – 2006/2007 Capítulo 6 – Plano alimentar nas complicações metabólicas, agudas e crônicas do diabetes: hipoglicemia, nefropatia, dislipidemias Marlene Merino Alvarez • N u t r i c i o n i s t a d o g r u p o d e D i a b e t e s d a U n i v e r s i d a d e F e d e r a l F l u m i n e n- s e ( U F F ) ; • M e s t r a e m N u t r i ç ã o H u m a n a p e l a U F R J • E s p e c i a l i s t a e m E d u c a ç ã o e S a ú d e p e l a U F R J • M e m b r o d o D e p a r t a m e n t o d e N u t r i ç ã o e M e t a b o l o g i a d a S B D - 2006/2007 Capítulo 7 - Plano alimentar nas situações especiais: escola, trabalho, festas, restaurantes e dias de doença Gisele Rossi Goveia • N u t r i c i o n i s t a E s p e c i a l i s t a e m N u t r i ç ã o C l í n i c a p e l a A s s o c i a ç ã o B r a s i- l e i r a d e N u t r i ç ã o - A S B R A N • N u t r i c i o n i s t a d a P r e v e n t a C o n s u l t o r i a e m S a ú d e / S P ; • M e m b r o d o C o n s e l h o C o n s u l t i v o d a A s s o c i a ç ã o d e D i a b e t e s J u v e n i l d e S ã o P a u l o • C o o r d e n a d o r a d o D e p a r t a m e n t o d e N u t r i ç ã o e M e t a b o l o g i a d a S B D - 2 0 0 6 / 2 0 0 7 Colaboradoras: Ana Cristina Bracini de Aguiar • E s p e c i a l i s t a e m N u t r i ç ã o C l í n i c a • P ó s g r a d u a ç ã o e m A d m i n i s t r a ç ã o H o s p i t a l a r . • N u t r i c i o n i s t a C l í n i c a d o I n s t i t u t o d a C r i a n ç a c o m D i a b e t e s , d o R i o G r a n d e d o S u l . • M e m b r o d o D e p a r t a m e n t o d e N u t r i ç ã o e M e t a b o l o g i a d a S B D – 2006/2007 Clarissa Paia Bargas Uezima • N u t r i c i o n i s t a • E s p e c i a l i s t a e m N u t r i ç ã o e m S a ú d e P u b l i c a p e l a U N I F E S P Josefina Bressan Resende Monteiro • N u t r i c i o n i s t a E s p e c i a l i s t a e m N u t r i ç ã o C l í n i c a p e l a U n i v e r s i d a d e F e- d e r a l d o R i o d e J a n e i r o • P r o f e s s o r a - a d j u n t a d o D e p a r t a m e n t o d e N u t r i ç ã o e S a ú d e d a U n i v e r- s i d a d e F e d e r a l d e V i ç o s a ( D N S / U F V ) • P e s q u i s a d o r a d o C o n s e l h o N a c i o n a l d e D e s e n v o l v i m e n t o C i e n t í i c o e T e c n o l ó g i c o ( C N P q ) • C o o r d e n a d o r a d o D e p a r t a m e n t o d e N u t r i ç ã o e M e t a b o l o g i a d a S B D – 2 0 0 4 / 2 0 0 5 Juliane Costa Silva Zemdegs • N u t r i c i o n i s t a • E s p e c i a l i s t a e m N u t r i ç ã o e m S a ú d e P u b l i c a p e l a U N I F E S P Kariane Aroeira Krinas • N u t r i c i o n i s t a • M e m b r o d o D e p a r t a m e n t o d e N u t r i ç ã o e M e t a b o l o g i a d a S B D – 2006/2007 Marisa Sacramento Gonçalves • N u t r i c i o n i s t a C e n t r o d e D i a b e t e s e E n d o c r i n o l o g i a d o E s t a d o d a B a h i a • R e s i d ê n c i a e m N u t r i ç ã o C l í n i c a - H o s p i t a l U n i v e r s i t á r i o A n t o n i o P e d r o , N i t e r ó i / R J 1 9 8 0 • E s p e c i a l i s t a e m C o n t r o l e e Q u a l i d a d e d e A l i m e n t o s U F B A 1 9 8 9 • M e m b r o d o D e p a r t a m e n t o d e N u t r i ç ã o e M e t a b o l o g i a d a S B D – 2006/2007 MANUAL DE NUTRIÇÃO TEMAS E AUTORES MANUAL DE NUTRIÇÃO Profissional CAPÍTULO 4 P L A N o A L I M E N T A R E D I A B E T E S M E L L I T U S T I P o 1 1. INTRODUÇÃO D e s d e o i n í c i o d e s t e p r o j e t o t e m o s m o s t r a d o a i m- p o r t â n c i a d o p l a n o a l i m e n t a r n o c o n t r o l e d o d i a b e t e s e d o a c o m p a n h a m e n t o c o m o p r o i s s i o n a l n u t r i c i o- n i s t a , q u e , j u n t a m e n t e c o m a e q u i p e ( e e s t a i n c l u i o p o r t a d o r d e d i a b e t e s ) , d e s e n h a r á u m p l a n o q u e l e v e e m c o n s i d e r a ç ã o o s o b j e t i v o s d e t r a t a m e n t o , o e s q u e- m a i n s u l í n i c o , o s h á b i t o s a l i m e n t a r e s e o h o r á r i o d e a t i v i d a d e f í s i c a . E x i s t e m v á r i a s a b o r d a g e n s n u t r i c i o n a i s p a r a o c o n- t r o l e d o d i a b e t e s , e a m e l h o r é a q u e l a c o m q u e p o r t a- d o r d e d i a b e t e s e o p r o i s s i o n a l q u e o a c o m p a n h a s e s i n t a m m a i s c o n f o r t á v e i s , a l é m d e c o n s e g u i r e m o m e- l h o r c o n t r o l e . A l g u m a s v e z e s , p e r c e b e - s e q u e a q u e l e p l a n o a l i m e n t a r d e s e n h a d o n o i n í c i o d o d i a g n ó s t i c o d a d o e n ç a n ã o m a i s s e a j u s t a à s e x p e c t a t i v a s e a o s t r a t a- m e n t o s a t u a i s , e a í a n e c e s s i d a d e d e u m n o v o p l a n o m o s t r a - s e e v i d e n t e . L e m b r e - s e d e q u e a m o n i t o r a ç ã o d a g l i c e m i a e m c a s a s e m p r e s e r á o n o s s o g r a n d e g u i a d e t r a t a m e n t o . E p a r a i s s o e x i s t e m a l g u m a s e s t r a t é- g i a s : p i r â m i d e a l i m e n t a r , s u b s t i t u i ç õ e s e / o u e q u i v a- l ê n c i a s e c o n t a g e m d e c a r b o i d r a t o s . 2. PIRÂMIDE ALIMENTAR COMO UM GUIA SAUDÁVEL A p i r â m i d e m o s t r a a i m p o r t â n c i a d e t o d o s o s g r u p o s a l i m e n t a r e s , e t a m b é m s u g e r e o n ú m e r o d e p o r ç õ e s n e c e s s á r i a s a o d i a d e c a d a g r u p o a l i m e n t a r . E v i d e n- c i a q u e a q u a l i d a d e e a q u a n t i d a d e s ã o p r i n c í p i o s b á s i c o s a s e r e m s e g u i d o s . I n i c i a m o s a p i r â m i d e p e l a s u a b a s e , o n d e o s c a r b o i d r a t o s t ê m m a i o r p r o p o r- ç ã o . A q u i o s p r o d u t o s i n t e g r a i s s ã o i n c e n t i v a d o s . o s e g u n d o d e g r a u d a p i r â m i d e s ã o o s a l i m e n t o s f o n t e s d e v i t a m i n a s e s a i s m i n e r a i s , e o t e r c e i r o d e g r a u s ã o a s p r o t e í n a s , q u e n ã o d e v e r i a m u l t r a p a s s a r 1 5 % d a s n e c e s s i d a d e s d i á r i a s . A p i r â m i d e a l i m e n t a r r e c e n t e m e n t e t e v e u m a a d a p t a ç ã o à r e a l i d a d e b r a s i l e i r a , e s a l i e n t a a i m p o r- t â n c i a d o s g r ã o s c o m o f e i j ã o , e r v i l h a e l e n t i lh a . E s s a a b o r d a g e m p o d e s e r u m b o m c o m e ç o , q u a l- q u e r q u e s e j a o e s q u e m a i n s u l í n i c o . À q u e l e s e m t e- r a p i a i n s u l í n i c a t r a d i c i o n a l , o u s e j a , q u e f a z e m u m a o u d u a s a p l i c a ç õ e s d e i n s u l i n a a o d i a , a l g u n s p o n t o s s ã o s a l i e n t a d o s : • l i m i t e o u s o d e g o r d u r a s s a t u r a d a s e g u l o s e i- m a s ; • r e s p e i t e o s h o r á r i o s p a r a r e f e i ç ã o , e v i t a n d o a h i p o g l i c e m i a • m a n t e n h a s e m p r e a s m e s m a s q u a n t i d a d e s d e a l i m e n t o n a s r e f e i ç õ e s , p r e v e n i n d o a s a l t e r- a ç õ e s n a g l i c e m i a . 3. SUBSTITUIÇÕES E/OU EQUIVALÊNCIAS E s s a e s t r a t é g i a é ú t i l p a r a a q u e l e s q u e q u e r e m s e- g u i r u m p l a n o a l i m e n t a r m a i s e s t r u t u r a d o p a r a c o n- t r o l e d e p e s o e g l i c e m i a , m a s q u e t a m b é m q u e r e m a l e x i b i l i d a d e d e p o d e r c r i a r s e u p r ó p r i o c a r d á p i o . A e s t r a t é g i a d e s u b s t i t u i ç õ e s c l a s s i i c a o s a l i m e n t o s e m g r u p o s , q u e s ã o s i m i l a r e s e m c a l o r i a s e n u t r i e n- t e s ( c a r b o i d r a t o s , p r o t e í n a s e g o r d u r a s ) . E n t r e c a d a g r u p o , o s a l i m e n t o s p o d e m s e r s u b s t i t u í d o s e n t r e s i . PLANO ALIMENTAR E DIABETES MELLITUS TIPO 1 Autor: Luciana Bruno Objetivo: Evidenciar os diferentes métodos de terapia nutricional aos portadores de Diabetes tipo 1, para que o profissional possa decidir junto a seu paciente a melhor estratégia para ele, naquele momento. C a p í t u l o 4 – P l a n o a l i m e n t a r e d i a b e t e s m e l l i t u s t i p o 1 – 5 N a p r á t i c a o p r o i s s i o n a l e s p e c i a l i z a d o d e t e r m i n a r á o n ú m e r o n e c e s s á r i o d e c a l o r i a s e n u t r i e n t e s e o d i s- t r i b u i r á a o l o n g o d o d i a , t r a ç a n d o a q u a n t i d a d e d e s u b s t i t u i ç õ e s d e c a d a g r u p o a l i m e n t a r , e m c a d a r e- f e i ç ã o , a q u e v o c ê t e m d i r e i t o . P a r a o u s o d e s s a e s- t r a t é g i a , p o d e - s e t e r d i s p o n í v e l u m p l a n o a l i m e n t a r j á i n c l u i n d o v á r i o s e x e m p l o s d e s u b s t i t u i ç õ e s , o u u m p l a n o a l i m e n t a r s e g u i d o d e u m a l i s t a d e s u b s t i t u i- ç õ e s , c l a s s i i c a d a s p o r g r u p o s . E s s e m é t o d o , e m b o r a o f e r e ç a u m a l e x i b i l i d a d e m a i o r n a e s c o l h a d o s a l i- m e n t o s , e v i d e n c i a t a m b é m a i m p o r t â n c i a d e m a n t e r o s h o r á r i o s e a q u a n t i d a d e s d o s a l i m e n t o s i n g e r i d o s n a s d i f e r e n t e s r e f e i ç õ e s . M u i t a s v e z e s , a o t r a ç a r u m p l a n o a l i m e n t a r c o m s u b s t i t u i ç õ e s , o p r o i s s i o n a l é t a m b é m g u i a d o p e l a p i r â m i d e a l i m e n t a r . GRUPO CHO (g) QUANTIDADES (Medida Caseira) SUBSTITUIÇÃO (unidade) Pães 15g 01 ft Pão Forma, ½ Pão Francês 03 col.(sopa) Arroz 01 Leite 12g 01 copo (240ml) Leite 01 copo Iogurte Natural 01 Fruta 15g 01 Maçã (peq.) 01 Copo (150ml) Sal. Frutas 01 Vegetais 05g 01 (Pires) Chá Crú 02 Col. (sopa) Cozido 00 Carne 0g - - - 00 Gorduras 0g - - - 00 4. CONTAGEM DE CARBOIDRATOS É u m a e s t r a t é g i a n u t r i c i o n a l e m q u e c o n t a b i l i z a m o s o s g r a m a s d e c a r b o i d r a t o s c o n s u m i d o s e m r e f e i ç õ e s e l a n c h e s , c o m o o b j e t i v o d e m a n t e r a g l i c e m i a d e n t r o d o s l i m i t e s c o n v e n i e n t e s . A r a z ã o p e l a q u a l v o c ê d e v e s e f o c a l i z a r e m c o n t a r g r a m a s d e c a r b o i d r a t o s é p o r- q u e e l e s t e n d e m a t e r m a i o r e f e i t o n a s u a g l i c e m i a . A c o n t a g e m d e c a r b o i d r a t o s p o d e s e r u t i l i z a d a p o r q u a l q u e r p e s s o a c o m d i a b e t e s . T a m b é m é m u i t o ú t i l , a t é m e s m o i n d i s p e n s á v e l , p a r a a q u e l a s p e s s o a s q u e u t i l i z a m c o m o f o r m a d e t r a t a m e n t o a t e r a p i a c o m m ú l t i p l a s d o s e s d e i n s u l i n a o u s i s t e m a d e i n- f u s ã o c o n t í n u a d e i n s u l i n a , e m q u e e s t a p o d e r á s e r a j u s t a d a c o m b a s e n o q u e c a d a p e s s o a c o n s o m e d e a l i m e n t o s . 4.1. ITENS INDISPENSÁVEIS PARA UTILIZAR A CONTAGEM DE CARBOIDRATOS A c o m p a n h a m e n t o c o m u m m é d i c o e n d o c r i n o l o g i s t a d i a b e t ó l o g o q u e i n c e n t i v e e s s a t e r a p i a n u t r i c i o n a l e p o s s í v e i s a j u s t e s . A c o m p a n h a m e n t o c o m u m p r o i s s i o n a l n u t r i c i o- n i s t a c o m e x p e r i ê n c i a n o a t e n d i m e n t o a p o r t a d o r e s d e d i a b e t e s m e l l i t u s e c o n t a g e m d e c a r b o i d r a t o s . M o t i v a ç ã o d o p o r t a d o r d e d i a b e t e s e d a e q u i p e p a r a i n i c i a r u m a n o v a t e r a p i a n u t r i c i o n a l . A n o t a r t o d o s o s a l i m e n t o s c o n s u m i d o s e a s q u a n- t i d a d e s ( e m m e d i d a c a s e i r a ) p a r a d e s c o b r i r q u a n t o d e c a r b o i d r a t o s e e s t á i n g e r i n d o . S a b e r l e r e e s c r e v e r , o u p e l o m e n o s t e r n o ç ã o d e m e d i d a s c a s e i r a s . M e d i r a g l i c e m i a m a i s v e z e s , e m d i f e r e n t e s h o- r á r i o s , d e a c o r d o c o m o e s q u e m a e s t a b e l e c i d o p e l a e q u i p e . E s s a é ú n i c a m a n e i r a d e s a b e r a r e s p o s t a i n- d i v i d u a l d o s a l i m e n t o s , b e m c o m o s e s e u p l a n o a l i- m e n t a r e t r a t a m e n t o e s t ã o n o c a m i n h o c e r t o . S u a g l i c e m i a m o s t r a q u a n d o e q u a i s m u d a n ç a s s ã o n e- c e s s á r i a s . 4.2. CONHECENDO OS CARBOIDRATOS A m a i o r p a r t e d o s c a r b o i d r a t o s q u e i n g e r i m o s v e m d e t r ê s g r u p o s : • g r u p o d o p ã o ( a r r o z , b a t a t a , m a n d i o c a , m i l h o , m a s s a s , b i s c o i t o s d o c e s e s a l g a d o s , c e r e a i s ) ; • g r u p o d a f r u t a ( t o d a s ) ; • g r u p o d o l e i t e ( l e i t e , i o g u r t e ) ; • g r u p o d o s v e g e t a i s . A s s i m , e m b o r a a f r u t a , a l é m d o s c a r b o i d r a t o s , t a m b ém p o s s u a v i t a m i n a s , m i n e r a i s e i b r a s ; e o l e i- t e , a l é m d o s c a r b o i d r a t o s , p o s s u a p r o t e í n a e c á l c i o , 1 f a t i a d e p ã o = 1 m a ç ã p e q u e n a = 1 c o p o d e l e i t e ( 2 4 0 m l ) , o u s e j a , 1 5 g r a m a s d e c a r b o i d r a t o s . P a r a o u s o d a c o n t a g e m , t e r e m o s t a m b é m q u e a p r e n d e r a o b s e r v a r e m b a l a g e n s , c o n h e c e n d o a q u a n t i d a d e d e c a r b o i d r a t o s d o s a l i m e n t o s , e , q u a n d o n ã o h o u v e r a i n f o r m a ç ã o n a e m b a l a g e m , p e r g u n t a r a o n u t r i c i o n i s t a e a t é m e s m o n o s s e r v i ç o s d e i n f o r- m a ç ã o a o c o n s u m i d o r . É m u i t o c o m u m a s p e s s o a s a c h a r e m q u e p o r t a- d o r e s d e d i a b e t e s d e v e m e v i t a r t o d a s a s f o r m a s d e a ç ú c a r . M u i t o s e s t u d o s t ê m m o s t r a d o q u e a l i m e n t o s c o m a ç ú c a r n ã o p r o m o v e m m a i o r e l e v a ç ã o d a g l i c e- m i a q u a n d o e m c o m p a r a ç ã o c o m o u t r o s q u e n ã o t e- n h a m a ç ú c a r . o q u e n ã o s i g n i i c a q u e s e p o d e c o m e r b o l o à v o n t a d e e n ã o s e p r e o c u p a r . É i m p o r t a n t e s a b e r q u e o a ç ú c a r n ã o é o ú n i c o c a r b o i d r a t o q u e v o c ê t e m q u e c o n t r o l a r . o c o r p o v a i c o n v e r t e r t o d o s o s c a r b o i d r a t o s e m g l i c o s e . A s s i m , p o r ç õ e s e x t r a s d e a r r o z , p ã o , f r u t a e l e i t e t a m b é m a u m e n t a m a g l i c e m i a . À q u e l e s e m u s o d e t e r a p i a c o m m ú l t i p l a s d o s e s e C a p í t u l o 4 – P l a n o a l i m e n t a r e d i a b e t e s m e l l i t u s t i p o 1 – 6 s i s t e m a d e i n f u s ã o c o n t í n u a a c o n t a g e m d e c a r b o i- d r a t o s p r o p i c i a u m m e l h o r a j u s t e . N e s s a s t e r a p i a s é p o s s í v e l d e t e r m i n a r a d o s a g e m d e i n s u l i n a r á p i d a o u u l t r a - r á p i d a d e a c o r d o c o m o s c a r b o i d r a t o s a s e r e m i n g e r i d o s e m d e t e r m i n a d a r e f e i ç ã o . I s s o é o q u e c h a- m a m o s d e b o l o d e a l i m e n t a ç ã o . P o d e m o s p a r t i r d e u m a r e g r a g e r a l e m q u e u m a u n i d a d e d e i n s u l i n a r á p i d a o u u l t r a - r á p i d a c o b r e 1 5 g d e c a r b o i d r a t o s , o u p o d e m o s d e i n i r e s s a r a z ã o d e a c o r d o c o m o p e s o . N e s s e s t i p o s d e t e r a p i a , a s d o s e s s ã o a j u s t a d a s e e v o- l u í d a s d e a c o r d o c o m a s g l i c e m i a s p ó s - r e f e i ç ã o . Q u a l q u e r q u e s e j a a e s t r a t é g i a e s c o l h i d a , é i m- p o r t a n t e q u e o p l a n o a l i m e n t a r e s t e j a i n c l u í d o c o m o p a r t e d o t r a t a m e n t o d o d i a b e t e s . o o b j e t i v o s d e v e m s e r c h e c a d o s c o m f r e q ü ê n c i a , e s e e l e s n ã o e s t i v e r e m s e n d o a l c a n ç a d o s , é s i n a l d e q u e s u a e s t r a t é g i a p r e- c i s a s e r m o d i i c a d a . LEITURA COMPLEMENTAR: H o l l e r , J H . , P a s t o r s , J G . D i a b e t e s M e d i c a l N u t r i t i o n T h e r a p y – A p r o f e s s i o n a l G u i d e t o M a n a g e m e n t a n d N u t r i t i o n E d u c a t i o n R e s o u r c e s , A m e r i c a n D i a b e t e s A s s o c i a t i o n , 1 9 9 7 ; 3 - 2 8 4 . F r a n z , M J , N u t r i t i o n R e c o m e n d a t i o n s a n d P r i n c i p l e s f o r P e o p l e w i t h D i a b e t e s M e l l i t u s . D i a b e t e s C a r e , v o l u m e 2 4 , S u p p l 1 , j a n u a r y , 2 0 0 1 . F r a n z , M J e t a l , E v i d e n c e - b a s e d N u t r i t i o n P r i n c i p l e s a n d a R e c o m m e n d a t i o n s f o r t h e T r e a t m e n t a n d p r e v e n t i o n o f D i a b e t e s a n d R e l a t e d C o m p l i c a- t i o n s . D i a b e t e s C a r e 2 6 : S 5 1 - S 6 1 , 2 0 0 3 T h e D C C T r e s e a r c h g r o u p . T h e e f f e c t o f i n t e n s i v e t r e a t m e n t o f d i a b e t e s o n t h e d e v e l o p m e n t a n d p r o g r e s s i o n o f l o n g - t e r m c o m p l i c a t i o n s i n i n s u- l i n - d e p e n d e n t D i a b e t e s M e l l i t u s . N E n g l J M e d 1 9 9 3 ; 2 3 9 ; 9 7 7 - 8 6 . U n i t e d K i n g d o m P r o s p e c t i v e D i a b e t e s S t u d y . I n t e n- s i v e b l o o d g l u c o s e c o n t r o l a n d s u l p h o n y l u r e a s o r i n s u l i n c o m p a r e d w i t h c o n v e n t i o n a l t r e a t m e n t a n d r i s k o f c o m p l i c a t i o n s i n p a t i e n t s w i t h t y p e 2 d i a b e t e s . L a n c e t 1 9 9 8 : 3 5 2 ; 8 3 7 - 8 5 3 . Manual de Nutrição Profissional Capítulo 5 PLANO ALIMENTAR E DIABETES MELLITUS TIPO 2 Capítulo 1 – Os alimentos: calorias, macronutrientes e micronutrientes Anelena Soccal Seyffarth • N u t r i c i o n i s t a E s p e c i a l i s t a e m N u t r i ç ã o H u m a n a • P r e c e p t o r a d a R e s i d ê n c i a e m N u t r i ç ã o d a S e c r e t a r i a d e S a ú d e d o D i s- t r i t o F e d e r a l • M e m b r o d o D e p a r t a m e n t o d e N u t r i ç ã o e M e t a b o l o g i a d a S B D – 2006/2007 Capítulo 2 – Alimentação e hábitos saudáveis Deise Regina Baptista Mendonça • N u t r i c i o n i s t a E s p e c i a l i s t a e m A d m i n i s t r a ç ã o H o s p i t a l a r e e m S a ú d e P ú b l i c a • P r o f e s s o r a - a d j u n t a d o D e p a r t a m e n t o d e N u t r i ç ã o d a U n i v e r s i d a d e F e d e r a l d o P a r a n á ( U F P R ) • C o o r d e n a d o r a d o C u r s o d e E s p e c i a l i z a ç ã o e m N u t r i ç ã o C l í n i c a d a U F P R ; • M e m b r o d o D e p a r t a m e n t o d e N u t r i ç ã o e M e t a b o l o g i a d a S B D – 2006/2007 Capítulo 3 – Determinando o plano alimentar Anita Sachs • N u t r i c i o n i s t a M e s t r e e m n u t r i ç ã o h u m a n a p e l a L o n d o n S c h o o l H y g i e- n e a n d T r o p i c a l M e d i c i n e • P r o f e s s o r a a d j u n t a e c h e f e d a d i s c i p l i n a d e N u t r i ç ã o d o D e p a r t a m e n t o d e M e d i c i n a P r e v e n t i v a d a U N I F E S P , • D o u t o r a e m C i ê n c i a s p e l a U N I F E S P • M e m b r o d o D e p a r t a m e n t o d e N u t r i ç ã o e M e t a b o l o g i a d a S B D – 2006/2007 Capítulo 4 – Plano alimentar
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