Buscar

MANUAL DE TÉCNICAS frente

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 60 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 60 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 60 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

PROJETO DE CAPACITAÇÃO PROFISSIONAL PARA DETECÇÃO 
PRECOCE DO CÂNCER DE MAMA, POR INTERMÉDIO DA MAMOGRAFIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Realização Participação 
MANUAL D
TÉCNICA
MAMOGRÁF
 
Apoio 
E 
S 
ICAS
 
 
UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – UERJ 
 
PROJETO DE CAPACITAÇÃO PROFISSIONAL PARA DETECÇÃO PRECOCE DO CÂNCER 
DE MAMA, POR INTERMÉDIO DA MAMOGRAFIA 
Coordenador do Projeto: Prof. Carlos Eduardo de Almeida, Ph.D 
- 
AUTORES 
Maria da Graça Magalhães - Laboratório de Ciências Radiológicas – LCR/UERJ 
Josy Casicava,M.Sc – Laboratório de Ciências Radiológicas – LCR/UERJ 
João Emílio Peixoto, D.Sc – Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ 
Ellyete Canella, M.Sc - Instituto Nacional do Câncer - INCA 
 
REVISOR 
Prof. Carlos Eduardo de Almeida – Laboratório de Ciências Radiológicas – LCR/UERJ 
 
COORDENAÇÃO, EDITORAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO 
Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ 
Laboratório de Ciências Radiológicas – LCR / DBB / IBRAG 
Projeto de Capacitação Profissional para detecção Precoce do Câncer de Mama, por intermédio 
da Mamografia 
Rua São Francisco Xavier 524, Pavilhão Haroldo Lisboa da Cunha sala -136, térreo - Maracanã 
Rio de Janeiro, CEP: 20550-013 
Fone: (21) 2587-7793 / (21) 2587-7795 
Fax: : (21) 2234-9383 
www.lcr.uerj.br
 
APOIO 
Instituto AVON 
Campanha:Um Beijo pela Vida 
 
 
 
 
Ficha Catalográfica 
 
Magalhães, Maria da Graça 
Manual de Técnicas Mamográficas / Maria da Graça Magalhães / 
Josy Casicava / João Emílio Peixoto / Ellyete Canella – 2006. 
viii, 60 p. :il. 
 
 
1. Mamografia, 2.Técnicas Mamográficas, 3.Posicionamento 
Mamográfico, 4. Manual de técnicas mamográficas 
 
 
 
 
 
Projeto de Capacitação Profissional para Detecção 
Precoce do Câncer de Mama, por Intermédio da Mamografia 
 
 
 
 
 
 
Manual de Té
Mamog
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A) Realização Participação 
 
 
 
 
 
cnicas 
ráficas 
Apoio 
 
 
Projeto de Capacitação Profissional para Detecção 
Precoce do Câncer de Mama, por Intermédio da Mamografia 
 
 
Coordenador Geral do Projeto: 
Carlos Eduardo do Almeida – PhD 
Prof. Titular em Física Medica da Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ 
Coordenador do Laboratório de Ciências Radiológicas – DBB – IBRAG – UERJ 
Doutor em Física Médica pela Universidade do Texas 
 
Coordenador do Programa Médico: 
Hilton Koch – D.Sc 
Prof. Titular em Radiologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ 
Prof. Titular em Radiologia pela PUC-Rio 
Chefe do Serviço de Radiologia da Santa Casa de Misericórdia – RJ 
Doutor em Medicina pela UFRJ 
 
Coordenador do Programa Técnico: 
João Emílio Peixoto – D.Sc 
Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ 
 
 
Comissão Executiva: 
Sheila Magalhães – Especialista em Treinamento 
Laboratório de Ciências Radiológicas – LCR/UERJ 
 
José Moutinho – Gerente de Projetos 
Laboratório de Ciências Radiológicas – LCR/UERJ 
 
Arnaldo Lassance - Médico 
Vigilância Sanitária do Estado do Rio de Janeiro –CVS/SES 
 
Josy Casicava – Física 
Laboratório de Ciências Radiológicas – LCR/UERJ 
 
Rubens Silva e Silva – Assistente Contábil 
Laboratório de Ciências Radiológicas – LCR/UERJ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Manual de Técnicas Mamográficas 
 
Colaboradores na Reunião de Consenso do Conteúdo deste Manual 
Alair Sarmet M. D. dos Santos - Médico 
Sociedade Brasileira de Radiologia - SBR 
 
Andrea Araujo – Técnica 
Instituto Fernandes Figueira – IFF 
 
Arnaldo Lassance - Médico 
Vigilância Sanitária do Estado do Rio de Janeiro - CVS 
 
Elisabeth Angela Montero - Dentista 
Vigilância Sanitária do Estado do Rio de Janeiro - CVS 
 
Fabiana Monteiro da Silva - Técnica 
Conselho Regional de Técnicos em Radiologia - CRTR 
 
Flávia Andrade de Mello Oliveira - Física 
Vigilância Sanitária do Estado do Rio de Janeiro - CVS 
 
Josmael Portela – Tecnólogo 
Laboratório de Ciências Radiológicas – LCR / UERJ 
 
Júlia Lindalva da Costa Ferreira – Técnica 
Conselho Regional de Técnicos em Radiologia - CRTR 
 
Luiz Antonio Leal da Silva – Técnico 
Conselho Regional de Técnicos em Radiologia - CRTR 
 
Luis Magalhães – Físico 
Laboratório de Ciências Radiológicas – LCR / UERJ 
 
Marcos Costa - Médico 
Instituto Fernandes Figueira – IFF 
 
Rafael Carvalho - Físico 
Laboratório de Ciências Radiológicas – LCR / UERJ 
 
Vânia Rosário – Técnica 
Instituto Fernandes Figueira – IFF 
 
Wagner Lopes Cardozo - Físico 
Laboratório de Ciências Radiológicas – LCR / UERJ 
 
 
 
Apresentação 
 
Segundo informações da Organização Mundial de Saúde, a cada ano são diagnosticados 
aproximadamente um milhão e duzentos mil novos casos de câncer de mama em todo o mundo, 
tornando esse tipo de câncer o mais comum entre as mulheres. No Brasil, baseado nas 
informações do INCA, a incidência no Estado do Rio de Janeiro é da ordem de cem novos casos e 
cerca de vinte óbitos para cada dez mil mulheres, sendo a maior taxa do país. 
A mamografia é reconhecidamente o método mais eficiente e o de escolha para o diagnóstico 
precoce do câncer de mama, bem como para os programas de rastreamento em mulheres 
assintomáticas. Em geral, o exame mamográfico pode ter uma especificidade superior a 85% dos 
casos investigados quando de boa qualidade e acompanhado de um bom laudo médico. 
Quando uma mamografia é indicada, alguns fatores são determinantes para que se obtenha uma 
imagem com boa qualidade para diagnóstico, dentre eles: 
• indicação médica adequada, 
• funcionamento adequado dos equipamentos, 
• funcionamento adequado da câmara escura e 
• procedimentos uniformizados para a realização dos laudos de interpretação da imagem. 
Estes fatores dependem, portanto, de variáveis associadas aos profissionais médico, técnico e 
físico, incluindo o controle da qualidade dos processos, exigindo uma visão estratégica 
multidisciplinar para os programas que visem garantir a qualidade da imagem e do laudo. 
O controle da qualidade técnica dos mamógrafos, o treinamento de radiologistas e técnicos em 
radiologia e a uniformização de procedimentos para cada uma destas atividades são essenciais 
para a obtenção de uma boa imagem e, conseqüentemente, bons laudos médicos. 
Este programa visa, de forma integrada, promover a capacitação de médicos, técnicos, e físicos, 
além de realizar a avaliação dos equipamentos de um conjunto de serviços que realizam a 
mamografia no Estado do Rio de Janeiro. 
Como parte deste programa e buscando a uniformização dos procedimentos, três manuais foram 
desenvolvidos: o Manual de Câmara Escura, o Manual de Técnicas Mamográficas e o Manual 
para Capacitação Profissional no Diagnóstico Precoce do Câncer de Mama, que estão sendo 
utilizados em um programa de treinamento. 
Sem a dedicação dos coordenadores, professores, colaboradores de cada área e do staff da 
coordenação, indicados em cada documento, não seria possível desenvolver este trabalho de 
forma consensual, objetiva e com a qualidade desejada. O apoio do Instituto Avon foi, sem 
dúvida, fundamental para agregar os profissionais e materializar a idéia. 
 
 
 
Carlos Eduardo de Almeida - PhD. 
Professor Titular em Física Médica 
Coordenador do Projeto 
 
 
Projeto LCR/AVON 
 
ÍNDICE 
 
1 FÍSICA DA IMAGEM ................................................................................................................ 9 
1.1 EVOLUÇÃO ................................................................................................................................. 10 
1.2 COMPONENTES BÁSICOS...................................................................................................... 11 
1.3 TUBO DE RAIOS X.....................................................................................................................11 
1.3.1 O Catodo .................................................................................................................................. 11 
1.3.2 Anodo........................................................................................................................................ 12 
1.4 POSICIONAMENTO DO TUBO DE RAIOS X ........................................................................ 12 
1.5 COMPRESSÃO ........................................................................................................................... 13 
1.6 GRADES....................................................................................................................................... 14 
1.7 MODOS DE OPERAÇÃO .......................................................................................................... 14 
2 PRODUÇÃO DE RAIOS X ..................................................................................................... 15 
2.1 PRODUÇÃO DE RAIOS-X ........................................................................................................ 16 
2.2 FEIXE DE RAIOS-X .................................................................................................................... 16 
2.2.1 Radiação característica: ........................................................................................................ 16 
2.2.2 Radiação de frenagem: .......................................................................................................... 16 
2.2.3 Efeitos do material do Anodo no feixe ................................................................................. 16 
2.3 EFEITO DA FILTRAGEM ADICIONAL .................................................................................... 17 
2.3.1 Ródio x Molibdênio ................................................................................................................. 17 
2.4 INTERAÇÃO DOS RAIOS X COM O TECIDO MAMÁRIO .................................................. 18 
2.4.1 Nenhuma interação: ............................................................................................................... 18 
2.4.2 Efeito Fotoelétrico: .................................................................................................................. 18 
2.4.3 Efeito Compton:....................................................................................................................... 18 
2.5 AJUSTE DO FEIXE DE RAIOS X............................................................................................. 19 
2.5.1 Efeito do KV no Feixe............................................................................................................. 19 
3 ANATOMIA DA MAMA .......................................................................................................... 20 
3.1 ANATOMIA RADIOLÓGICA E FISIOLOGIA NAS INCIDÊNCIAS DE ROTINA................ 21 
3.2 MORFOLOGIA............................................................................................................................. 23 
3.2.1 Configuração Interna .............................................................................................................. 23 
3.2.2 Configuração Externa............................................................................................................. 24 
3.3 ANATOMIA E FISIOLOGIA DAS MAMAS .............................................................................. 25 
3.3.1 Ductos Principais E Seus Ramos......................................................................................... 26 
3.4 LESÕES DETECTADAS NA MAMOGRAFIA......................................................................... 26 
4 EXAME MAMOGRÁFICO ...................................................................................................... 29 
4.1 RELAÇÃO TÉCNICA E PACIENTE ......................................................................................... 30 
4.2 ANÁLISE DA MAMOGRAFIA.................................................................................................... 30 
4.3 INDICAÇÃOES DA MAMOGRAFIA ......................................................................................... 31 
4.3.1 Mamografia de Rotina ............................................................................................................ 31 
4.3.2 Mamografia Diagnóstica ........................................................................................................ 31 
4.3.3 Outras Situações Diagnósticas............................................................................................. 31 
4.4 ANAMNESE DIRIGIDA .............................................................................................................. 31 
4.5 TIPOS DE MAMA ........................................................................................................................ 32 
4.6 REGIÕES DA MAMA.................................................................................................................... 32 
5 POSIÇÕES MAMOGÁFICAS................................................................................................. 34 
5.1 OBJETIVOS ................................................................................................................................. 35 
5.2 INCIDÊNCIAS BÁSICAS............................................................................................................ 35 
5.2.1 Crânio-caudal – CC ................................................................................................................ 35 
5.2.2 Médio-lateral oblíqua – MLO ................................................................................................. 36 
5.3 INCIDÊNCIAS COMPLEMENTARES ...................................................................................... 37 
5.3.1 Crânio-caudal forçada – XCC ............................................................................................... 38 
Projeto LCR/AVON 
 
5.3.2 Cleavage – CV ........................................................................................................................ 39 
5.3.3 Médio-lateral ou perfil externo - ML ou P ............................................................................ 39 
5.3.4 Lateromedial ou perfil interno ou contact – LM t ................................................................ 40 
5.3.5 Caudocranial – RCC............................................................................................................... 40 
5.4 MANOBRAS................................................................................................................................. 41 
5.4.1 Compressão localizada .......................................................................................................... 41 
5.4.2 Ampliação (magnificação) ..................................................................................................... 41 
5.4.3 Manobra angular ..................................................................................................................... 42 
5.4.4 Manobra rotacional – Roll - RL ou RM ................................................................................ 43 
5.4.5 Manobra tangencial – TAN .................................................................................................... 44 
5.5 RECOMENDAÇÕES DE TÉCNICAS RADIOGRÁFICAS .................................................... 45 
5.5.1 Mama feminina ........................................................................................................................ 45 
5.5.2 Mama masculina (ou feminina muito pequena) ................................................................. 45 
5.5.3 Mamas com implantes ........................................................................................................... 45 
5.5.4 Pacientes mastectomizadas e mamareconstruída ........................................................... 46 
5.5.5 Pacientes com tumores volumosos ..................................................................................... 46 
5.5.6 Mamas com cirurgia conservadora e radioterapia............................................................. 46 
5.5.7 Peça cirúrgica .......................................................................................................................... 46 
5.6 INFORMAÇÕES IMPORTANTES ............................................................................................ 47 
6 CONTROLE DA QUALIDADE EM MAMOGRAFIA............................................................... 48 
6.1 ALINHAMENTO ENTRE O CAMPO DE RAIOS X E O FILME RADIOGRÁFICO............ 49 
6.2 CONTROLE AUTOMÁTICO DE EXPOSIÇÃO....................................................................... 50 
6.3 FORÇA DE COMPRESSÃO ..................................................................................................... 51 
6.4 ALINHAMENTO DA BANDEJA DE COMPRESSÃO ............................................................ 51 
6.5 INTEGRIDADE DOS CHASSIS ................................................................................................ 52 
6.6 ARTEFATOS E UNIFORMIDADE DA IMAGEM .................................................................... 52 
6.7 LIMITES DE DEFINIÇÃO E CONTRASTE DA IMAGEM DO SIMULADOR 
MAMOGRÁFICO ...................................................................................................................................... 53 
6.8 TESTES DE CÂMARA CLARA ......................................................................................................... 54 
6.8.1 luminação do negatoscópio................................................................................................... 54 
6.8.2 Iluminação da sala .................................................................................................................. 54 
ANEXOS......................................................................................................................................... 56 
ANEXO 01- EXEMPLO DE FICHA DO SERVIÇO DE RADIOLOGIA ............................................... 56 
ANEXO 02 – DICAS PARA EXAMES MAMOGRÁFICOS................................................................... 58 
ANEXO 03 – DICAS PARA CÂMARA CLARA ...................................................................................... 59 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................................................. 60 
 
Projeto LCR/AVON 
Manual de Técnicas Mamográficas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 FÍSICA DA IMAGEM 
 
 
 
APARELHO DE MAMOGRAFIA
Projeto LCR/AVON 9
Manual de Técnicas Mamográficas 
 
1.1 EVOLUÇÃO 
Antes de 1969, os exames radiológicos 
da mama eram realizados em aparelhos 
projetados para os exames 
convencionais de tórax, abdome, 
extremidades entre outros. Para facilitar a 
realização dos exames de mama, alguns 
desses aparelhos possuíam dispositivos 
rudimentares de compressão de mama 
fabricados artesanalmente nos próprios 
serviços de radiologia. Todas as 
características dos aparelhos 
convencionais: falta de tela 
intensificadora, curtas distâncias foco-
pele, etc.) produziam imagens 
radiográficas da mama com pouco 
contraste, sem grande definição 
geométrica e, principalmente, altas doses 
de radiação (GABBAY – 1994). 
A fabricação do primeiro aparelho 
dedicado exclusivamente à mamografia, 
em 1969, modelo Senographe, pela 
companhia CGR, incentivou diversos 
outros fabricantes (Siemens, Philips, 
Picker e Generl Eletric) a produzirem 
modelos similares, surgindo, assim, a 
primeira geração de mamógrafos. 
A segunda geração surgiu com o 
modelo de mamógrafo dedicado com 
tubo de raios X possuindo dois pontos 
focais. Este modelo de mamógrafo foi 
produzido, inicialmente, pela empresa 
Radiological Sciences Inc., subsidiária da 
Pfizer, dos Estados Unidos, tendo como 
base o trabalho de pesquisa 
desenvolvido por Braun (BRAUN – 1978). 
Em 1984, a CGR lançou um tubo de raios 
X para mamografia com microfoco e alta 
corrente elétrica. Este novo tubo de raios 
X passou a permitir tanto a realização de 
projeções ampliadas como a utilização de 
maiores distâncias foco-pele que 
produziam imagens com melhor definição 
geométrica e maior contraste devido à 
redução da radiação espalhada que 
atingia o filme radiográfico. Estes 
aparelhos passaram a constituir a 
segunda geração de mamógrafos 
(GABBAY – 1994). 
Finalmente em 1992, segundo um projeto 
de Gabbay (GABBAY – 1994), foi 
apresentado um aparelho que passou a 
ser considerado o precursor da terceira e 
mais atual geração de mamógrafos. 
Estes equipamentos fabricados são 
utilizados até os dias de hoje (Figura 1.1). 
Os aparelhos de terceira geração 
possuem alvos de diferentes materiais 
(Mo, Rh e W) e filtrações adicionais que 
ajudam a produzir um feixe mais 
homogêneo, diminuindo a dose na 
paciente e produzindo uma imagem com 
maior contraste. Os dispositivos de 
controle automático encontrado nesses 
aparelhos ajudaram a diminuir os erros 
técnicos dos exames mamográficos. 
 
A) 
 
B) 
Projeto LCR/AVON 10
Manual de Técnicas Mamográficas 
 
Figura 1.1 – Exemplos de um mamógrafos de 
terceira geração. A)Mammomat 1000 -Siemens. 
B) Alpha ST - GE 
1.2 COMPONENTES BÁSICOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 1.2 - Componentes de um equipamento de 
mamografia 
Podemos identificar na Figura 1.2 , pelas 
letras indicadas, os seguintes 
componentes: 
a) Cabeçote do equipamento – 
Local em que se encontra a 
ampola (tubo) de raios X, onde 
produz a radiação propriamente 
dita. 
b) Filtração – Filtros adicionais, 
geralmente de Mo ou Rh, tem 
como função filtrar os raios x de 
baixa energia. 
c) Colimação – Responsável pelo 
tamanho do campo, redução do 
efeito penumbra e da radiação 
espalhada. 
d) Compressor – Usado para fixar, 
uniformizar e diminuir a espessura 
da mama. 
e) Grade antidifusora – 
Responsável pela redução dos 
efeitos de borramento da radiação 
espalhada na imagem 
radiográfica. 
f) Porta-chassi – Estrutura metálica 
onde é colocado o chassi que 
contém o filme. 
a g) Controle automático de 
exposição (CAE) – Sensor que 
determina o tempo de exposição 
de acordo com alguns parâmetros 
técnicos pré-estabelecidos e 
parâmetros físicos da mama 
irradiada. 
 
b 
c 
d 
1.3 TUBO DE RAIOS X 
 
 
Figura1.3 - Tubo de raios X 
Os raios X são produzidos e emitidos em 
todas as direções por isso o tubo de raios 
X diagnóstico é envolvido por uma 
carapaça protetora de metal forrada com 
chumbo, que blinda todas essas 
radiações espalhadas, deixando passar 
apenas uma parte que será utilizada nos 
exames, chamada de feixe útil. 
Todos os tubos de raios X consistem em 
um cátodo e um ânodo, colocados dentro 
de uma ampola de vidro na qual é feito 
vácuo. 
 
1.3.1 O CATODO 
O catodo consiste em um filamento 
helicoidal de tungstênio (W), que tem alto 
e 
g 
f 
Projeto LCR/AVON 11
Manual de Técnicas Mamográficas 
 
ponto de fusão, acima de 3.300 oC 
(Figura 1.4). Seu diâmetro é de 0,3 a 0,1 
mm e seu comprimento de 1 ou 2 cm 
para tubos de raios X de mamografia 
 
Figura 1.4 - Filamento onde são produzidos os 
elétrons 
Quando o filamento é aquecido, pela 
passagem de corrente elétrica, elétrons 
são liberados termoionicamente. Esses 
elétrons possuem carga negativa e se 
repelem entre si. Para que não haja uma 
dispersão dos mesmos, o filamento do 
catodo é envolvido por uma capa 
carregada negativamente chamada de 
capa focalizadora. 
 
1.3.2 ANODO 
Depois de liberados, os elétronssão 
acelerados em direção ao ânodo por uma 
diferença de potencial aplicada entre o 
catodo e ânodo. Estes elétrons, ao 
interagirem com o anodo, que também é 
conhecido por “alvo”, têm uma pequena 
parte de sua energia convertida em raios 
X. A outra parte, cerca de 99% da sua 
energia cinética são transformadas em 
calor. Por isso os alvos encontram-se em 
um disco giratório cujo o movimento 
distribui o processo de interação numa 
superfície maior e ajuda a dissipar o 
calor. Na Figura 1.5 podemos ver um 
esquema de anodo giratório utilizado 
para produzir feixes finos e largos. 
Em mamografia os alvos são 
confeccionados de Mo e/ou Rh . A 
escolha desses materiais atendem a 
certas exigências tecnológicas, tais 
como: 
ƒ Alto número atômico, resultando em 
grande eficiência na produção de 
raios-X na faixa de energia desejada. 
ƒ Condutividade térmica quase igual a 
do cobre, que permite uma rápida 
dissipação do calor produzido. 
ƒ Ponto de fusão alto, superior à 
temperatura gerada pelas interações 
dos de elétrons (2.000 ° C). 
 
 
 
Foco Grosso 
Foco Fino 
F - Ânodo giratório utilizado em 
mamografia para foco fino e grosso 
 
1.4 POSICIONAMENTO DO 
TUBO DE RAIOS X 
O e raios X de equipamentos 
a
p
im
(F
n
O
a
m
(F
re
e
d
p
 
Projeto LCR/AVON 12
s tubos d
igura 1.5
ntigos de mamografia eram 
osicionados paralelos ao receptor de 
agem e possuíam anodos fixos de Mo 
igura 1.6). Isso ocasionava altas doses 
o tórax da paciente sem necessidade. 
s equipamentos atuais possuem 
nodos giratórios, com diferentes 
ateriais e posicionamento diferente 
igura 1.7). O tubo fica inclinado em 
lação ao receptor de imagem. Toda 
ssa geometria nova possibilitou uma 
iminuição significativa da dose na 
aciente. 
Manual de Técnicas Mamográficas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 1.6 - Posicionamento do tubo de raios X 
em equipamentos antigos de mamografia 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 1.7 - Posicionamento do tubo de raios X 
em equipamentos modernos de mamografia 
 
1.5 COMPRESSÃO 
Uma boa mamografia requer o uso da 
compressão, através de uma bandeja 
radiotransparente que possui uma 
transmissão dos raios X de 
aproximadamente 80% a 30 kVp (Figura 
1.8). Uma compressão eficiente 
encontra-se entre 13 e 15 kgf, para 
obtenção de um bom exame (na prática, 
em aparelhos que não indicam 
automaticamente a força de compressão 
utilizada, podemos comprimir até a pele 
ficar tensa e/ou até o limite suportado 
pela paciente). 
 
Figura 1.8 - Desenho da bandeja de compressão 
de um equipamento de mamografia 
Importância da Compressão 
ƒ Reduz a dose de radiação, porque 
diminui a espessura da mama (Figura 
1.9). 
 
 
 
 
Figura 1.9 - Compressão total – densidade 
uniforme na imagem 
ƒ Aumenta o contraste da imagem, 
porque a redução da espessura da 
mama diminui a dispersão da 
radiação. 
ƒ Aumenta a resolução da imagem, 
porque restringe os movimentos da 
paciente. 
ƒ Diminui distorções, porque aproxima a 
mama do filme. 
ƒ “Separa” as estruturas da mama, 
diminuindo a superposição e 
permitindo que lesões suspeitas sejam 
detectadas com mais facilidade e 
segurança (Figura 1.10). 
Projeto LCR/AVON 13
Manual de Técnicas Mamográficas 
 
 ƒ Diminui a variação na densidade 
radiográfica ao produzir uniformidade 
na espessura da mama. 
 
 
 
 
 
Figura 1.11 – Ilustração da retirada da radiação 
espalhada pela grade anti-difusora 
1.7 MODOS DE OPERAÇÃO 
Figura 1.10 - Diferença entre uma mama sem 
compressão e outra comprimida 
Sem compressão 
6 cm / 0,75 cm2 
 
Com compressão 
3 cm / 150 cm2 
Os mamógrafos atuais permitem realizar 
exames com 3 modos de operação: 
ƒ Automático – O aparelho seleciona a 
tensão (kV) de acordo com a 
espessura da mama comprimida, 
dando também a corrente e tempo 
(mAs) adequado; 
ƒ Semi-automático – O operador 
seleciona o kV de acordo com a 
espessura da mama comprimida, o 
aparelho calcula o mAs. Para calcular 
o kV, utiliza-se a seguinte regra: kV= 
(espessura da mama x 2) + constante 
do aparelho (geralmente em torno de 
20); 
 
1.6 GRADES 
A grade é o meio mais efetivo de remover 
a radiação espalhada (secundária) de um 
campo de radiação antes que esta 
chegue ao detector (filme). As grades são 
construídas com lâminas verticais 
alternadas de chumbo e material 
radiotransparente como plástico ou fibra 
(Figura 1.11). Essas lâminas são 
orientadas de modo que a radiação 
primária passe pelas lâminas de material 
radiotransparente fixadas entre as 
lâminas de chumbo, e as radiações 
espalhadas (secundárias) se choquem 
nas lâminas de chumbo sendo 
absorvidas antes de chegar ao filme. 
ƒ Manual – O operador seleciona o kV 
e o mAs. Exemplo: 25 kV – 80 mAs; 
27 kV – 120 mAs, para mamas 
densas. 
Controle automático de exposição 
No modo semi-automático e automático 
utiliza-se o controle automático de 
exposição na realização dos exames. 
O detector do controle automático de 
exposição deve ser posicionado em 
correspondência com a região de maior 
espessura a ser radiografada. Em geral, 
a região de maior espessura é a base da 
mama e a parede do tórax e, por isso, o 
detector deve estar na primeira posição. 
Em mamografia as grades são 
constituídas de 30 a 60 linhas de chumbo 
por centímetro de material radio 
transparente e a razão de grade 
(movimento) é de 4:1 ou 5:1. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Feixe Primário 
Feixe espalhado 
Filme radiográfico 
Em mamas volumosas e em mamas com 
grandes tumores o detector deve ser 
deslocado para segunda ou terceira 
posição. Nas mamas com implante de 
silicone, se o exame não for realizado no 
modo manual, a célula também deve ser 
deslocada 
Projeto LCR/AVON 14
Manual de Técnicas Mamográficas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 PRODUÇÃO DE RAIOS X 
 
 
PRODUÇÃO DE RAIOS X 
Projeto LCR/AVON 15
Manual de Técnicas Mamográficas 
 
16
2.1 PRODUÇÃO DE RAIOS-X 
Conseqüência da interação elétron-
anodo 
Produção de calor (99%) 
Produção de raios-X(1%) 
Os raios X são produzidos através da 
interação de elétrons de alta energia com 
diferentes tipos de materiais. 
Projeto LCR/AVON 
Qualidade: A energia ou capacidade de 
penetração do feixe de raios-X é 
controlada pelo KV e pela filtração. 
Quantidade: O número total de fótons de 
raios-X em um feixe é controlado pelo 
mA. 
 
2.2 FEIXE DE RAIOS-X 
2.2.1 RADIAÇÃO CARACTERÍSTICA: 
ƒ Distribuição de energia discreta; 
ƒ Monoenergético; 
ƒ A energia depende do material 
anódico. 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 2.1 – Geração de raios X característico 
 
 
2.2.2 RADIAÇÃO DE FRENAGEM: 
ƒ Distribuição de energia contínua; 
ƒ Polienergético; 
ƒ A distribuição e intensidade da 
energia dependem do KV, do material 
do alvo e da filtração. 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 2.2 – Geração de raios X de freamento 
2.2.3 EFEITOS DO MATERIAL DO ANODO NO 
FEIXE 
À medida que o número atômico (Z) do 
material do ânodo se eleva: 
ƒ Aumenta a energia dos raios 
característicos; 
ƒ Mais radiação de frenagem é 
produzida por causa da alta eficiência 
da produção de RX 
 
 
 
 
 
 
Figura 2.3 – Gráfico dos espectros de raios X de 
Mo e Rh 
e- 
incidente 
Raio X 
característico 
expulso 
e- Mo 
Rh 
5 10 15 20 25 30 35 keV 
N
o d
e 
fó
to
ns
 
Raio X de 
freamento 
e-
desviado
e-
incidente
Manual de Técnicas Mamográficas 
 
O Rh aumenta a energia dos raios 
característicos em cerca de 3KV. 
 
2.3 EFEITO DA FILTRAGEM 
ADICIONAL 
A filtragem adicional afeta tanto fótonsde 
alta como de baixa energia.Todo tipo de 
material remove fótons de baixa energia, 
mas somente materiais seletivos como o 
Mo e Rh, filtram fótons de alta energia 
Fótons de baixa energia 
ƒ Aumentam a dose do paciente, porém 
não contribuem para a imagem (eles 
são absorvidos antes de chegarem ao 
detector); 
ƒ Podem ser eliminados pelo uso de um 
filtro. 
Fótons de alta energia 
ƒ Auxiliam a imagem, mas diminui o 
contraste por causa do seu alto poder 
de penetração; 
ƒ Podem ser reduzidos pelo uso de 
materiais de filtragem; 
ƒ O filtro de Rh absorve mais fótons de 
alta energia do que o Mo. 
2.3.1 RÓDIO X MOLIBDÊNIO 
O anodo de ródio fornece uma energia 
média maior do que o Mo, dessa forma 
permite: 
ƒ Penetrar em tecidos mamários mais 
densos 
ƒ Atingir uma densidade ótica 
semelhante com mAs e KV mais 
baixos. 
ƒ A redução da dose superior a 40% 
ƒ A redução do tempo de exposição 
superior a 25% 
ƒ Maior escolha de condições de 
operação 
A combinação certa vai depender do tipo 
de mama a ser irradiada e sua 
espessura. Podemos ver alguns 
exemplos de combinação nas Figuras 
2.4, 2.5 e 2.6 e algumas recomendações 
da utilização dessas combinações na 
Tabela 2.1. 
 
Tabela 2.1- Exemplo da utilização das 
combinações tensão/filtro com alvo de Mo, para 
os diferentes tipos de mama 
 
Tipo de mama 
adiposa mista densa 
Espessura da 
mama (cm) 
KVp/filtro KVp/filtro KVp/filtro 
< 3 25 / Mo 25 / Mo 26 / Mo 
3 - 5 26 / Mo 26 / Mo 27 / Mo 
5 - 7 27 / Mo 26 / Rh 27 / Rh 
>7 28 / Mo 27 / Rh 29 / Rh 
 
 
Figura 2.4 – Espectro da distribuição de energia 
de raios X produzido por um alvo de Mo com filtro 
de Mo.(Ref. Bushberg, Jerrold T.; The Essential 
Physics of medical Imaging 1994) 
 
Projeto LCR/AVON 17
Manual de Técnicas Mamográficas 
 
18
 
Figura 2.5 – Espectro da distribuição de energia 
de raios X produzido por um alvo de Mo com filtro 
de Rh. (Ref. Bushberg, Jerrold T.; The Essential 
Physics of medical Imaging 1994) 
Projeto LCR/AVON 
 
Figura 2.6 – Espectro da distribuição de energia 
de raios X produzido por um alvo de Rh com filtro 
de Rh. (Ref. Bushberg, Jerrold T.; The Essential 
Physics of medical Imaging 1994) 
 
2.4 INTERAÇÃO DOS RAIOS X 
COM O TECIDO MAMÁRIO 
Três interações importantes participam 
do processo de formação da imagem. 
2.4.1 NENHUMA INTERAÇÃO: 
O Fóton passa através do tecido ou 
interagem de forma elástica. 
2.4.2 EFEITO FOTOELÉTRICO: 
ƒ O fóton de raios X expulsa um elétron 
da camada externa do átomo (Figura 
2.7); 
ƒ O fóton incidente é totalmente 
absorvido; 
ƒ Produz imagem de alto contraste 
porque o fóton é absorvido 
completamente; 
ƒ Aumenta a dose paciente; 
ƒ Depende do número atômico do 
tecido absorvente. 
 
 
 
 
 
 
Fóton de raios X
incidente 
expulso
e-
Figura 2.7 – Interação Fotoelétrica 
2.4.3 EFEITO COMPTON: 
ƒ Um fóton de Raios-X choca-se com 
um elétron da camada externa 
expulsando-o de sua órbita; 
ƒ O fóton é desviado, mas não é 
totalmente absorvido (Figura 2.8); 
ƒ Reduz o contraste da imagem por 
causa da divergência dos fótons; 
ƒ Depende da densidade do objeto e da 
energia do fóton de raios-X incidente; 
ƒ Diminui a dose paciente; 
ƒ Ocorrem em níveis de energia mais 
alta que os do efeito fotoelétrico. 
 
 
 
Manual de Técnicas Mamográficas 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 2.8 – Interação Compton 
 
Efeito na radiação de frenagem 
expulso 
e- 
Fóton de 
raios X 
incidente 
Fóton de 
raios X 
espalhado
Á medida do KV aumenta: 
ƒ A porção de raios X de freamento 
aumenta, juntamente com a energia 
media do feixe. 
ƒ O contraste diminui, pois o feixe se 
torna mais mole (mais polienergético). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2.5 AJUSTE DO FEIXE DE 
RAIOS X 
O feixe de raios X pode ser alterado de 
três formas: 
ƒ mudando o KV e/ou o mAs 
ƒ mudando o material anódico 
ƒ mudando o material do filtro 
Para determinar qual a combinação dos 
itens acima que resulta em uma melhor 
qualidade de imagem é necessário 
analisar primeiro o tecido mamário a ser 
irradiado. 
2.5.1 EFEITO DO KV NO FEIXE 
Efeito na radiação característica 
ƒ Os raios característicos não são 
determinados pelo KV, porém se o kV 
é muito baixo haverá pouca ou 
nenhuma radiação característica. 
Projeto LCR/AVON 19
Manual de Técnicas Mamográficas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 ANATOMIA DA MAMA 
 
 
ANATOMIA DA MAMA 
Projeto LCR/AVON 20
Manual de Técnicas Mamográficas 
 
3.1 ANATOMIA RADIOLÓGICA 
E FISIOLOGIA NAS 
INCIDÊNCIAS DE ROTINA 
A pele que envolve a glândula mamária 
externamente mede entre 0,1 e 0,5 mm 
de espessura, sendo que a maioria se 
encontra na faixa entre 0,1 e 0,3 mm. 
Tecidos cutâneos acima de 0,3 são raros 
e devem ser bem avaliados. 
Abaixo da pele e separando-a dos 
prolongamentos superiores do tecido fino 
e adiposo está uma fina camada lucente, 
que é o tecido celular subcutâneo. 
O mamilo e a aréola, ou complexo 
mamilo-areolar (Figura 3.1d e 3.1e), são 
sempre bem visualizados na incidência 
em perfil junto á região retroareolar, o 
espaço mede entre 0,1 e 0,2 mm, sendo 
bem evidenciado na incidência crânio 
caudal. 
As cristas de Duret são mais bem 
visualizadas na incidência de perfil e na 
médio-lateral. Os ligamentos de Cooper 
(Figuras 3.1b e 3.2i) são mais densos 
que as cristas de Duret e são melhor 
observados em adultas menopáusicas, 
ou seja quando já existe predominância 
de tecido adiposo. Pela diferença de 
densidade tissular podem ser 
visualizadas em todas as incidências de 
rotina. Nas mamas jovens, por haver 
acentuada quantidade de tecido 
glandular, as facetas ou lojas de gordura 
não são bem evidenciadas, assim como 
os demais elementos anatômicos, devido 
a alta densidade do parênquima. 
As facetas ou lojas de gordura localizam-
se superficialmente mais próximas ao 
tecido fibroso do interior dos lobos, são 
menos densas e mais lucentes, por 
serem estruturalmente tecido adiposo 
areolar frouxo. 
O parênquima ou tecido glandular é 
denso e essa densidade resulta em 
superposição dos elementos anatômicos 
que os constituem, ou seja, ductos, 
lobos, lóbulos e unidades acinares 
(Figuras 3.1 e 3.2), que produzem várias 
opacidades difusas no interior da matriz 
conjuntivo-adiposa. A variação das 
proporções existentes entre o 
parênquima, o tecido fibroadiposo e o 
tecido conjuntivo determina a definição 
das estruturas anatômicas. 
 
 
 
Projeto LCR/AVON 21
Manual de Técnicas Mamográficas 
 
 
 
 
 
 
 
j) Músculo 
serrato anterior 
 
 
 
 
 
 
 Figura 3.1 – Vista Anterolateral. (Ref. Frank H. Netter - Atlas of Human Anatomy, 1999) 
 
 
 
 
 
 
Figura 3.2 – Vista Sagital da Mama (Ref. Frank H. Netter - Atlas of Human Anatomy, 1999) 
Projeto LCR/AVON 22
Manual de Técnicas Mamográficas 
 
3.2 MORFOLOGIA 
3.2.1 CONFIGURAÇÃO INTERNA 
Abaixo da pele esta o músculo areolar, 
formado de fibras musculares lisas em 
formas radiadas e circulares. As fibras 
circulares estão fixadas a pele ao nível 
da aréola e se estendem ao mamilo, 
fixando-se em sua base. 
No plano profundo posterior, a glândula 
mamaria está fixada a parede torácica no 
fáscia do músculo serrato anterior (Figura 
3.1j). 
A glândula propriamente dita está 
separada do plano muscular pela 
aponeurose, pelo fáscia superficial e por 
uma camada de tecido adiposo 
denominada bolsa retromamária ou bolsa 
adiposa de Schassaignac. 
Estruturas Anatômicas 
A anatomia macroscópica não dissocia 
bemos elementos anatômicos da mama, 
pois a grande quantidade de tecido 
adiposo se superpõe ao tecido 
conjuntivo. Todavia, essas estruturas são 
bem visualizadas na imagem radiológica 
devido às diferenças de suas 
densidades. 
Ligamentos de Cooper 
São septos de tecido conjuntivo que se 
originam na parte retroglandular e se 
dirigem em sentido perpendicular à 
porção anterior da glândula. Separam os 
lobos, lóbulos e ácinos glandulares. Têm 
função de sustentação aos elementos 
glandulares propriamente ditos. Junto à 
parte anterior da glândula, que se separa 
da derme pelo tecido celular subcutâneo, 
os ligamentos de Cooper se dirigem 
obliquamente, em forma mais plana, e se 
fixam à subderme. Aí são denominados 
Cristas de Duret. 
Cristas de Duret 
São continuidades dos ligamentos de 
Cooper,todavia,tem forma,direção e 
função diferentes destes. As Cristas de 
Duret fixam as estruturas glandulares à 
subderme.Têm forma plana, simulando 
uma crista. 
Tecido Adiposo 
A glândula mamaria propriamente dita 
está no interior do panículo adiposo, 
separada anteriormente pela lâmina 
adiposa anterior ou pré-glandular, que é 
interrompida ao nível da região 
retroareolar, onde as estruturas 
glandulares estão separadas da derme, 
por tecido conjuntivo, pelo qual passam 
os canais galactóforos. 
Há dois tipos de tecido adiposo na 
mama: Tecido fibroadiposo, que envolve 
os lobos e lóbulos. Tecido adiposo 
areolar frouxo, que envolve as estruturas 
glandulares mais externamente, 
formando as chamadas lojas ou facetas 
de gordura. 
Radiologicamente, este último é mais 
lucente que o primeiro. Ambos tem 
função de sustentação. 
A lâmina adiposa posterior ou 
retroglandular, também denominada 
bolsa Schassaignac, é mais fina que a 
lâmina adiposa e separa a lâmina do 
plano na parede anterior do tórax. Essas 
estruturas são bem distintas na imagem 
radiológica devido às suas diferenças de 
densidade. 
Artérias 
A vascularização arterial é superficial e 
feita principalmente pelos ramos 
perfurantes da artéria mamária interna 
que são as artérias intercostais 
anteriores. As demais são a artéria 
torácica superior, o ramo da artéria axilar, 
Projeto LCR/AVON 23
Manual de Técnicas Mamográficas 
 
o ramo peitoral da artéria tóraco-acromial 
e o ramo da artéria subclávia. Um grande 
número de anastomoses é visto entre os 
três ramos principais. 
Veias 
A anatomia da circulação venosa da 
mama é muito importante, não só para o 
reconhecimento dos processos 
patológicos, pois representa uma das 
vias de disseminação metastática dos 
carcinomas, como também para o estudo 
dos vasos linfáticos, que têm o mesmo 
trajeto. 
As veias subcutâneas superficiais da 
mama estão abaixo da fáscia superficial, 
são calibrosas e estão muito próximas da 
pele. Existem dois padrões principais: 
Tipo transversal, converge para a borda 
externa e segue para o plano profundo 
para se juntar aos vasos perfurantes, que 
atravessam a parede torácica e drenam 
nas veias mamárias internas. Tipo 
longitudinal, converge para a região 
supra–esternal e drena nas veias 
superficiais do pescoço, que drenam nas 
jugulares anteriores. O tamanho dessas 
veias varia de indivíduo para indivíduo. 
Veias profundas 
As veias profundas que transportam o 
sangue da mama são distribuídas em 
três grupos principais: 
1. Ramos Perfurantes da Veia 
Mamária Interna: são as mais 
volumosas. 
2. Ramos dos Três Espaços 
Intercostais Superiores: são 
maiores do que as dos espaços 
inferiores. 
3. Veias Mamárias Internas: drenam 
nas veias inanimadas 
correspondentes. Esta via leva 
diretamente à rede capilar 
pulmonar e conduz os êmbolos de 
células carcinomatosas para os 
pulmões. 
Veias axilares 
Correspondem geralmente aos ramos da 
veia axilar. Recebem tributárias da 
parede torácica, dos músculos peitorais e 
da face profunda da mama. 
Veia intercostal 
É uma das vias mais importantes de 
drenagem venosa da mama. As veias 
intercostais comunicam-se com as veias 
vertebrais e, finalmente, drenam as veias 
ázigos. 
A comunicação veias ázigos–veias 
intercostais dirige-se à veia cava superior 
e aos pulmões e constitui a terceira via 
pela qual os êmbolos de carcinoma 
produzem metástases pulmonares. 
3.2.2 CONFIGURAÇÃO EXTERNA 
A mama em forma cônicas, com a base 
fixada á parede torácica e o mamilo como 
vértice. O peso e as variações variam 
individualmente, e também nos vários 
períodos cíclicos da vida, no sexo 
feminino. 
A pele que circunda a mama é fina e 
móvel em todos os limites. A junção 
inferior externa da mama com a parede 
torácica forma uma dobra de tecido 
subcutâneo que se estende 
superiormente à região axilar, em forma 
de cauda denominada prolongamento 
axilar. 
As glândulas mamárias estão situadas na 
parte anterior do tórax de cada lado da 
linha medial, tendo como pontos de 
referência o bordo do osso esterno 
internamente, o segundo arco costal 
Projeto LCR/AVON 24
Manual de Técnicas Mamográficas 
 
superiormente e o sexto arco costal 
inferiormente. 
A topografia da mama é dividida em 
quatro quadrantes, que são bem 
visualizados nas incidências CC e MLO. 
Os quadrantes internos e externos são 
bem observados na incidência CC 
(Figura 3.3a). Para determinar se uma 
lesão ocupa o quadrante superior ou 
inferior, utiliza-se a incidência em perfil 
ou ML (Figura 3.3b). A maior quantidade 
de parênquima mamário está localizada 
nos quadrantes externos. 
 
 
Figura 3.3 – Topografia de um exame de 
mamografia. a) Quadrantes externo e interno 
visto na incidência crânio-caudal. b) Quadrantes 
superior e inferior visto na incidência Médio-lateral 
Oblíqua. 
Mamilo e Aréola 
Na parte anterior e mediana de cada 
mama estão a aréola e o mamilo 
(complexo mamilo areolar). O mamilo ou 
papila é uma eminência de forma cônica 
ou cilíndrica. Em sua superfície estão o 
orifício principal, situado na porção 
central, e os pequenos orifícios 
secundários, distribuídos com os canais 
galactóforos, que geralmente são em 
número de 15 a 20. 
Em torno do mamilo ou papila está a 
aréola, que apresenta superfície 
pigmentada com pequenas elevações 
denominadas tubérculos de Morgagni. 
Medindo entre 2 a 5mm, essas elevações 
dão aspectos rugosos a aréola e são 
glândulas sebáceas que representam um 
desenvolvimento muito particular. 
 
3.3 ANATOMIA E FISIOLOGIA 
DAS MAMAS 
Anatomicamente a mama pode ser 
subdividida nas seguintes estruturas: 
Lobo: a mama humana contém de 15 a 
18 lobos. Cada lobo tem um ducto 
principal que se abre no mamilo. a) b) 
Unidade ductal terminal: ramos do 
ducto principal formam a unidade ductal 
terminal do lóbulo, que consiste nos 
ductos terminais extra e intralobular 
(Figura 3.1f). 
QE 
QS 
Lóbulo: o ducto intralobular terminal e os 
ductos apresentam revestimento 
especial, e ao perder o tecido conectivo 
formam um lóbulo (Figuras 3.1i e 3.2j). 
QI QI 
Em alguns textos um grupo de dúctulos 
corresponde ao Ácino. Os ductos 
terminais extra e intralobulares podem 
ser identificados por duas características: 
ƒ O ducto terminal extralobular é 
revestido por tecido elástico, enquanto 
o intralobular e os dúctulos não. 
ƒ O ducto terminal extralobular é 
coberto por células colmares, 
enquanto o ducto terminal intralobular 
contém células culóides. 
Os detalhes anatômicos são importantes, 
uma vez que certas doenças mamárias 
desenvolvem-se em localizações 
anatômicas específicas. 
Projeto LCR/AVON 25
Manual de Técnicas Mamográficas 
 
3.3.1 DUCTOS PRINCIPAIS E SEUS RAMOS 
Papilomas benignos e tumores papiliferos 
desenvolvem-se preferencialmente nos 
grandes ductos. Ectasia ductal é 
primariamente uma doença dos ductos. 
Unidade ductal terminal dolóbulo é sitio 
de origem do: 
ƒ Carcinoma ductal in situ 
ƒ Carcinoma ductal infiltrante 
ƒ Carcinoma lobular infiltrante 
ƒ Fibroadenomas múltiplos 
ƒ Componentes de doença fibrocística 
(cistos, metaplasia apócrina, várias 
formas de adenoses e epiteliose). 
Os cistos originam-se nos lóbulos e seu 
tamanho pode atingir vários centímetros. 
Transformações apócrinas do epitélio 
lobular resultam em aumento de 
secreção. 
Bloqueio do ducto terminal extralobular 
por fibrose extrínseca ou processo 
intrínseco (proliferação epitelial 
intraductal) determina dilatação do lóbulo 
com formação de um cisto de alta tensão 
intraluminar. 
Adenose: a estrutura glandular prolifera, 
resultando na produção de novos ductos 
e lóbulos já existentes. 
Hiperplasia Cística: doença fibrocística, 
inclui cistos epiteliais, fibrose, metaplasia 
aprócrina, várias formas de adenose e 
epiteliose. 
 
3.4 LESÕES DETECTADAS NA 
MAMOGRAFIA 
Os sinais radiológicos de câncer de 
mama são: 
Nódulo: lesão tridimensional, representa 
achado muito comum. 
 
Figura 3.4 – Exemplo de nódulo visto em um 
exame mamográfico. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Projeto LCR/AVON 26
Manual de Técnicas Mamográficas 
 
Figura 3.5 – Exemplo de Nódulo denso e 
espiculado 
 
Microcalcificações: pequenas partículas 
com densidade cálcica, freqüentemente 
encontradas em casos malignos. 
 
 
 
 
Figura 3.6 – Exemplo de microcalcificações visto 
em um exame mamográfico. 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 3.7 – Exemplo de microcalcificação 
pleomórficas agrupadas 
Distorção da arquitetura: é uma lesão 
espiculada 
 
 
 
Figura 3.8 – Exemplo de lesão espiculada visto 
em um exame mamográfico 
 
Assimetria focal: pequena lesão com 
densidade de parênquima mamário. 
 
Figura 3.9 – Exemplo de assimetria focal visto em 
um exame mamográfico 
 
Projeto LCR/AVON 27
Manual de Técnicas Mamográficas 
 
 
 
Assimetria difusa: lesão com densidade 
de parênquima mamário, que ocupa um 
quadrante da mama. 
 
Figura 3.10 – Exemplo de assimetria difusa visto 
em um exame mamográfico 
 
Dilatação ductal isolada: representa um 
único ducto dilatado. 
 
Outras lesões: espessamento cutâneo, 
retração cutânea, retração do complexo 
aréolo-papilar, corpo mamário com 
densidade difusamente aumentada e 
aspecto infiltrado, linfonodos axilares 
aumentados, densos e confluentes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Projeto LCR/AVON 28
Manual de Técnicas Mamográficas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 EXAME MAMOGRÁFICO 
 
 
EXAME MAMOGRÁFICO 
Projeto LCR/AVON 29
Manual de Técnicas Mamográficas 
 
4.1 RELAÇÃO TÉCNICA E 
PACIENTE 
A mamografia é um exame que requer 
total colaboração da paciente. O técnico 
deve ser consciente da dificuldade que 
este exame encontra junto às mulheres, 
por afetá-las psicologicamente. A psique 
da paciente sofre com a angústia do 
diagnóstico, pois um mau prognóstico 
afetará definitivamente uma vida e até 
uma família. 
Na maioria das vezes, independente da 
classe social, as dúvidas e angústias são 
iguais, assim como as reações ao exame 
são as mesmas. Todas temem o 
desconforto da compressão. Algumas 
mulheres têm dificuldade em se deixar 
manusear por outra pessoa, enrijecem o 
corpo, cruzam os braços sobre as 
mamas como a protege-las em atitude de 
defesa. 
É preciso entender que cada paciente é 
um ser individual, com seus medos, 
carências e angústias. E que amanhã 
poderemos estar no lugar desta pessoa. 
Nossa arma será a paciência, a 
delicadeza e a compreensão. 
Pode-se aproveitar a hora da anamnese 
para descontrair a paciente, explicar 
claramente como se processará o exame 
e ouvir seus questionamentos. 
Uma paciente tensa além de dificultar o 
bom posicionamento, propiciará possível 
retorno para complementação. Eesta 
volta será mais complexa, pois o medo 
de que esteja com câncer a deixará ainda 
mais tensa, e este novo exame será 
ainda mais difícil. 
Quando a paciente chega à sala o 
primeiro momento demonstra como será 
a pessoa a ser atendida. É nesta hora 
que um sorriso de boas vindas ajudará a 
interagir e lidar com esta mulher. Existem 
pacientes sérias, falantes, chorosas, 
cada uma a seu modo reagirá ao 
atendimento que lhe for dispensado pelo 
profissional. Algumas vezes este 
profissional será “mãe”, amiga e até 
confessor da paciente. 
Em alguns serviços, de grande 
movimento, ouvir requer tempo, porém, 
perder alguns segundos ouvindo 
reverterá em maior colaboração da 
paciente e em melhor exame. 
Não custará nada seguir a máxima de 
que faça ao teu próximo aquilo que 
gostarias que te fosses feito. 
 
4.2 ANÁLISE DA 
MAMOGRAFIA 
O diagnóstico em Radiologia Mamária 
começa com uma indicação correta, 
seguida de anamnese dirigida e exame 
físico, para que se tenha um 
planejamento do que fazer (incidências 
de rotina), como fazer (posicionamento 
correto, técnica radiológica), terminando 
com a interpretação do conjunto de 
dados obtidos em todas as fases, sendo 
necessários experiência e estudo 
contínuo, não só para a finalização, como 
para o conhecimento da etapa seguinte 
(ultra-sonografia, biópsia). 
Ao analisar uma mamografia, duas 
etapas devem ser seguidas: 
1. Verificar se a radiografia tem 
qualidade diagnóstica,com relação 
ao posicionamento. Mamografias 
de má qualidade ou com 
posicionamento incorreto, 
freqüentemente conduzem a erros 
diagnósticos. 
2. Procurar lesão. A percepção 
aumenta com o estudo sistemático 
das mamografias. Não pare de 
procurar após ter identificado uma 
lesão. Lembre-se da outra mama. 
Projeto LCR/AVON 30
Manual de Técnicas Mamográficas 
 
4.3 INDICAÇÃOES DA 
MAMOGRAFIA 
4.3.1 MAMOGRAFIA DE ROTINA 
Mamografia de rotina é aquela realizada 
em mulheres sem sinais ou sintomas de 
câncer de mama, sendo capaz de 
detectar lesões pequenas, não palpáveis 
(geralmente com melhores possibilidades 
de tratamento e melhor prognóstico). 
As situações em que a mamografia é 
solicitada com esta finalidade são as 
seguintes: 
ƒ Rastreamento do câncer de mama em 
mulheres assintomáticas - nas 
mulheres assintomáticas a partir de 50 
anos; 
ƒ Pré-terapia de reposição hormonal 
(TRH); 
ƒ Pré-operatório para cirurgia plástica; 
ƒ Seguimento - após mastectomia, para 
estudo da mama contralateral e após 
cirurgia conservadora. 
4.3.2 MAMOGRAFIA DIAGNÓSTICA 
Mamografia diagnóstica é aquela 
realizada em mulheres com sinais ou 
sintomas de câncer de mama. Os 
sintomas mais freqüentes são nódulo e 
“espessamento”, descarga papilar 
(cristalina ou com sangue). 
4.3.3 OUTRAS SITUAÇÕES DIAGNÓSTICAS 
ƒ Controle radiológico de lesão 
provavelmente benigna, detectada em 
mamografia anterior 
ƒ Mama masculina 
 
Observação: 
A mastalgia, apesar de queixa muito 
freqüente, não representa indicação para 
mamografia, pois o sintoma “dor” com 
todas as características (intensidade, 
periodicidade, relação com ciclo 
menstrual, relação com “stress” e outros 
problemas emocionais) não tem 
expressão correspondente em imagens. 
Nos casos de mastalgia, a realização da 
mamografia seguirá os padrões do 
rastreamento, de acordo com a faixa 
etária da paciente. 
 
4.4 ANAMNESE DIRIGIDA 
A anamnese dirigida será realizada 
seguindo os itens da ficha do Serviço de 
Radiologia, que tem como finalidade 
estabelecer um padrão, orientando 
residentes, técnicos e estagiários na 
pesquisa dos dados importantes, em um 
curto prazo, otimizando assim o 
entendimento, sem prejuízo de 
informações que possam interferir na 
interpretação da mamografia. O modelo 
da ficha e asexplicações de cada item 
encontram-se no ANEXO 01. A ficha 
deve ser preenchida com letra legível. 
Parte 1 – Identificação do Serviço e 
número do prontuário; 
Parte 2 - Identificação da paciente – 
atenção especial para a idade da 
paciente que representa fator de risco e 
para endereço (em alguns casos é 
necessário chamar a paciente para 
complementação e o endereço completo 
economiza tempo, evitando procurar a 
informação no prontuário). 
Parte 3 – Esta parte é especialmente 
importante pois registra fatores de risco e 
a história patológica da paciente. É 
composta por um questionário que irá 
verificar detalhes do passado e presente 
do indivíduo, referente ao 
Projeto LCR/AVON 31
Manual de Técnicas Mamográficas 
 
comportamento, doenças, cirurgias e 
doenças de seus familiares. 
Parte 4 – Informações sobre o exame e o 
diagnóstico. 
Observação: 
As cirurgias de mama devem ser 
assinaladas, registrando-se o tipo de 
cirurgia e o ano da realização. Os tipos 
mais comuns de cirurgia de mama são: 
ƒ Biópsia - Retirada de fragmento da 
mama contendo nódulo ou 
microcalcificações suspeitas 
agrupadas para exame 
histopatológico. 
ƒ Quadrantectomia – É um tipo de 
cirurgia conservadora e representa a 
retirada de um quadrante de mama 
para tratamento de câncer; geralmente 
seguida de radioterapia. A sigla 
QUART corresponde á 
quadrantectomia + esvaziamento 
axilar + radioterapia. 
ƒ Mastectomia - Retirada total da 
mama. Os tipos de mastectomia mais 
comuns são: mastectomia radical à 
Halstead (ressecção em bloco da 
mama + linfadenectomia axilar + 
exerese dos músculos grande e 
pequeno peitoral), mastectomia radical 
modificada à Patey (semelhante a 
anterior, com preservação do músculo 
grande peitoral). 
ƒ Mamoplastia - Pode ser plástica 
redutora, para diminuição das mamas; 
plástica com aumento, com inclusão 
de próteses de silicone. 
ƒ Outras - Qualquer tipo de intervenção 
deve ser registrada, por exemplo, 
drenagem de abscesso, correção do 
mamilo, mastectomia subcutânea 
(retirada da mama, preservando a 
pele, incluindo prótese de silicone ), 
etc. 
 
4.5 TIPOS DE MAMA 
Atualmente, recomenda-se que na 
descrição da mama seja utilizado o grau 
de substituição adiposa, com a seguinte 
nomenclatura: 
ƒ Mamas densas - nenhum tipo de 
substituição adiposa. 
ƒ Mamas predominantemente densas 
- a substituição adiposa é menor do 
que 50% da área da mama. 
ƒ Mamas predominantemente 
adiposas - a substituição é maior do 
que 50% da área da mama. 
ƒ Mamas adiposas - a substituição 
adiposa é total. 
 
 
4.6 REGIÕES DA MAMA 
Utiliza-se a seguinte padronização para 
as regiões da mama (Figura 4.1): 
ƒ QSE – quadrante superior externo. 
ƒ QSI – quadrante superior interno. 
ƒ QIE – quadrante inferior externo. 
ƒ QII – quadrante inferior interno. 
ƒ UQext – união dos quadrantes 
externos. 
ƒ UQint – união dos quadrantes 
internos. 
ƒ UQsup – união dos quadrantes 
superiores. 
ƒ UQinf – união dos quadrantes 
inferiores. 
ƒ RRA – região retroareolar. 
ƒ RC – região central da mama (= união 
dos 4 quadrantes). 
ƒ PA – prolongamento axilar. 
 
Projeto LCR/AVON 32
Manual de Técnicas Mamográficas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
QSE QSI QSI 
QIE QII QII 
QSE 
QIE 
 
 
 
 
 
 
 
 Figura 4.1 – Desenho das regiões da mama 
divididas em quadrantes 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Projeto LCR/AVON 33
Manual de Técnicas Mamográficas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 POSIÇÕES MAMOGÁFICAS 
 
 
 
 
 
 
 
POSIÇÕES MAMOGRÁFICAS 
Projeto LCR/AVON 34
Manual de Técnicas Mamográficas 
 
5.1 OBJETIVOS 
1.Visualizar os tecidos constituintes da 
mama. 
2.Diferenciar as posições de rotina e as 
complementares 
3.Promover vistas diferenciadas de uma 
imagem suspeita, objetivando a 
elucidação diagnóstica. 
 
5.2 INCIDÊNCIAS BÁSICAS 
São crânio-caudal e médio-lateral 
oblíqua e representam a base de 
qualquer exame. 
5.2.1 CRÂNIO-CAUDAL – CC 
Posicionamento 
ƒ Tubo vertical, feixe perpendicular à 
mama. 
ƒ Paciente de frente para o receptor, 
com a cabeça virada para o lado 
oposto ao exame; do lado examinado, 
mão na cintura e ombro para trás ou 
braço ao longo do corpo, com o ombro 
em rotação externa. 
ƒ Elevar o sulco inframamário, para 
permitir melhor exposição da porção 
superior da mama, próxima ao tórax 
(Figura 5.1a). 
ƒ Centralizar a mama no porta chassi, 
mamilo paralelo ao filme (Figura 5.1b). 
ƒ Filme mais próximo dos quadrantes 
inferiores (Figura 5.1c). 
ƒ As mamas devem ser posicionadas 
de forma simétrica. 
ƒ Para melhorar a exposição dos 
quadrantes externos, pode-se 
tracionar a parte lateral da mama, 
antes de aplicar a compressão. 
 
 
a)
 
b)
 
c)
Figura 5.1 – Posicionamento da incidência Crânio 
caudal 
 
 
Projeto LCR/AVON 35
Manual de Técnicas Mamográficas 
 
Referências para a incidência crânio-
caudal 
ƒ Parte lateral e parte medial da mama 
incluídas na radiografia (Figura 5.2). 
ƒ Visibilização do músculo grande 
peitoral (Figura 5.2a), que pode 
ocorrer em 30-40% das imagens, 
notadamente com adequada elevação 
do sulco inframamário. 
ƒ Visibilização da gordura 
retromamária (Figura 5.2b). 
 
 
 
 
Figura 5.2 – Exame de mamografia na incidência 
crânio-caudal 
Importante! 
ƒ Esta projeção demonstra a porção 
medial do seio. 
ƒ Elevar a linha inframamária; 
ƒ Rodar o úmero externamente; 
ƒ Comprimir até que a mama esteja 
tensa, incluindo a porção medial da 
mama. 
 
5.2.2 MÉDIO-LATERAL OBLÍQUA – MLO 
Posicionamento 
ƒ Rodar o tubo até que o bucky esteja 
paralelo ao músculo grande peitoral, 
variando a angulação entre 30 e 60º 
(pacientes baixas e médias 30 a 50º, 
paciente alta até 60º). 
ƒ Feixe perpendicular à margem lateral 
do músculo grande peitoral. 
ƒ Paciente de frente para o bucky com 
o braço do lado examinado fazendo 
90º com o tórax; encaixar a axila e o 
grande peitoral no ângulo superior 
externo do bucky (Figura 5.3); puxar o 
peitoral e a mama para o bucky 
(colocar a mama para cima, "abrindo" 
o sulco inframamário); rodar o 
paciente (lado oposto ao exame para 
fora) e comprimir (Figura 5.4b). 
a) Músculo grande peitoral
ƒ Centralizar a mama, mamilo paralelo 
ao filme (Figura 5.4a). 
ƒ Filme mais próximo dos quadrantes 
externos. 
ƒ As mamas devem ser posicionadas 
de forma simétrica com a mesma 
angulação. b) Gordura retromamária 
 
Figura 5.3 – Examinando a paciente para 
posicionamento adequado da incidência MLO 
Projeto LCR/AVON 36
Manual de Técnicas Mamográficas 
 
 
 
Figura 5.4 – Posicionamento da incidência Médio- 
lateral Oblíqua 
Referências para a incidência médio-
lateral oblíqua 
ƒ Músculo grande peitoral até o plano 
do mamilo ou abaixo, com borda 
anterior convexa (Figura 5.5a). 
ƒ Sulco inframamário incluído na 
imagem. 
ƒ Visibilização da gordura retromamária 
(Figura 5.5b) - se não for possível 
colocar o mamilo paralelo ao filme, 
sem excluir o tecido posterior, deve-se 
realizar incidência adicional da região 
retroareolar (em MLO ou CC). 
 
 
 
 
 
a) 
 
 
Figura 5.5 – Exame de mamografia na incidência 
médio lateral-oblíqua 
Importante! 
ƒ Esta posição demonstra a porção 
posterior, superior e lateral da mama. 
ƒ Colocar o Bucky a um ângulo paralelo 
ao músculo peitoral 
ƒ Estender e levantar a mama paralela 
ao músculo peitoral 
ƒ Manter o músculo relaxado 
ƒ Comprimir toda a mama de forma 
uniforme 
ƒ Demonstrar o músculo peitoral até o 
nível do mamilo na radiografia 
 
5.3 INCIDÊNCIASCOMPLEMENTARES 
As incidências complementares crânio-
caudal forçada, cleavage, médio-
lateral ou perfil externo, lateromedial 
ou perfil interno e caudocranial são 
realizadas para esclarecer situações 
detectadas nas incidências básicas. 
b) a) Músculo grande peitoral 
b) Gordura retromamária
Projeto LCR/AVON 37
Manual de Técnicas Mamográficas 
 
38
5.3.1 CRÂNIO-CAUDAL FORÇADA – XCC 
Projeto LCR/AVON 
É uma incidência crânio-caudal, com 
ênfase na exposição dos quadrantes 
externos, notadamente o quadrante 
superior externo. 
Indicação 
Para melhor visibilização dos quadrantes 
externos, incluindo a cauda de Spence 
(tecido mamário proeminente, que 
“invade” a axila, lateralmente à borda 
lateral do músculo grande peitoral. A 
figura 5.7 mostra a diferença de 
visibilização dos quadrantes externo nas 
incidência CC e XCC. 
Posicionamento 
ƒ Rotação do tubo 5º a 10º, feixe de 
cima para baixo (os quadrantes 
externos ficam um pouco mais altos) 
ƒ Paciente posicionada como na crânio-
caudal, com ligeira rotação para 
centralizar os quadrantes externos no 
bucky (Figura 5.6). 
ƒ Elevar o sulco inframamário. 
ƒ Centralizar os quadrantes externos no 
bucky, incluir o mamilo, que deve ficar 
paralelo ao filme. 
ƒ Filme mais próximo dos quadrantes 
inferiores. 
 
Figura 5.6 – Posicionamento da incidência 
complementar crânio caudal forçada 
 
a) 
CC 
 
b) 
XCC 
Figura 5.7 – a)Exame de mamografia na projeção 
CC; b) Exame de mamografia na projeção XCC 
Observação 
"Cleópatra" - representa variação da 
crânio-caudal forçada, sendo realizada 
com o tubo vertical, feixe perpendicular à 
mama e a paciente bem inclinada sobre o 
bucky (Figura 5.8). Escolher entre 
realizar XCC ou ”Cleópatra” depende 
apenas da facilidade de posicionamento 
para cada paciente, pois as duas 
incidências têm o mesmo resultado 
radiográfico. 
Manual de Técnicas Mamográficas 
 
 
Figura 5.8 – Posicionamento da incidência 
complementar Cleópatra 
 
5.3.2 CLEAVAGE – CV 
É uma incidência crânio-caudal, com 
ênfase na exposição dos quadrantes 
internos, notadamente o quadrante 
inferior interno. 
Indicação 
Para melhor visibilização dos quadrantes 
internos, incluindo bem as lesões 
situadas no quadrante inferior interno. 
Posicionamento 
ƒ Tubo vertical, feixe perpendicular à 
mama. 
ƒ Posição da paciente como na crânio-
caudal, com ligeira rotação para 
centralizar os quadrantes internos no 
bucky. 
ƒ Elevar o sulco inframamário. 
ƒ Centralizar os quadrantes internos da 
mama examinada no bucky (a mama 
oposta também fica sobre o bucky), 
mamilo paralelo ao filme (Figura 5.9). 
ƒ Filme mais próximo dos quadrantes 
inferiores. 
 
Figura 5.9 – Posicionamento da incidência 
complementar Cleavage 
 
5.3.3 MÉDIO-LATERAL OU PERFIL EXTERNO 
- ML OU P 
Esta incidência deve incluir, 
obrigatoriamente, parte do 
prolongamento axilar e é também 
chamada de perfil absoluto. 
Indicação 
Mamas tratadas com cirurgia 
conservadora e esvaziamento axilar, 
verificação do posicionamento do fio 
metálico, após marcação pré-cirúrgica de 
lesões não palpáveis e manobra angular. 
Posicionamento 
ƒ Rotação do tubo 90º, feixe 
perpendicular à mama (Figura 5.10). 
ƒ Paciente de frente para o bucky, 
braço do lado do exame relaxado e o 
cotovelo dobrado; levantar e colocar a 
mama para frente; o ângulo superior 
do receptor atrás da margem lateral do 
grande peitoral. 
ƒ Centralizar a mama, mamilo paralelo 
ao filme. 
ƒ Filme mais próximo dos quadrantes 
externos. 
Projeto LCR/AVON 39
Manual de Técnicas Mamográficas 
 
 
Figura 5.10 – Posicionamento da incidência 
complementar Perfil 
Importante! 
ƒ Manter o músculo peitoral relaxado 
ƒ Estender e levantar a mama quando 
se comprime 
ƒ Comprimir uniformemente toda a 
mama 
 
5.3.4 LATEROMEDIAL OU PERFIL INTERNO 
OU CONTACT – LM T 
Esta incidência deve incluir, 
obrigatoriamente, parte do 
prolongamento axilar. 
Indicação 
Estudo de lesões nos quadrantes 
internos, principalmente as localizadas no 
quadrante superior interno, próximas do 
esterno. 
Posicionamento 
ƒ Rotação do tubo 90º, feixe 
perpendicular à mama. 
ƒ Paciente de frente para o bucky, 
braço do lado examinado elevado, 
fazendo 90º com o tórax e apoiado no 
bucky (Figura 5.11). 
ƒ Centralizar a mama, mamilo paralelo 
ao filme. 
ƒ Filme mais próximo dos quadrantes 
internos. 
ƒ Comprimir a partir da linha axilar 
posterior em direção à mama. 
Importante 
ƒ Manter o músculo peitoral relaxado 
ƒ Estender e levantar a mama enquanto 
se comprime 
ƒ Comprimir uniformemente a mama 
ƒ Não incluir o Latíssimus dorsi (dorsal) 
na imagem 
 
 
Figura 5.11 – Posicionamento da incidência 
complementar Perfil Interno 
 
5.3.5 CAUDOCRANIAL – RCC 
É uma incidência crânio-caudal “ao 
contrário” (RCC = reverse crânio-caudal). 
Indicação 
Mama masculina ou feminina muito 
pequena (se houver dificuldade de 
realizar a crânio-caudal, face ao pequeno 
Projeto LCR/AVON 40
Manual de Técnicas Mamográficas 
 
volume da mama), paciente com marca-
passo, paciente com cifose acentuada e 
paciente grávida (nos raros casos em 
que há indicação de mamografia em 
gestantes, o exame deve ser realizado 
com avental de chumbo no abdome e as 
incidências básicas também são CC e 
MLO; podendo a CC ser substituída pela 
RCC se o volume do útero gravídico 
permitir). 
Posicionamento 
ƒ Rotação do tubo 180º, feixe 
perpendicular à mama (Figura 5.12). 
ƒ Paciente de frente para o bucky, 
ligeiramente inclinada sobre o tubo. 
ƒ Elevar o sulco inframamário além do 
limite normal. 
ƒ Centralizar a mama, comprimir de 
baixo para cima. 
ƒ Filme mais próximo dos quadrantes 
superiores. 
 
 
Figura 5.12 – Posicionamento da incidência 
Caudocranial - RCC 
5.4 MANOBRAS 
São recursos para estudar as alterações 
detectadas na mamografia que podem 
ser associados com qualquer incidência. 
As manobras mais utilizadas são: 
compressão localizada, ampliação, 
associação entre compressão e 
ampliação, manobra angular, rotacional 
(roll) e tangencial. 
 
5.4.1 COMPRESSÃO LOCALIZADA 
A compressão localizada “espalha” o 
parênquima mamário, diminuindo o 
“efeito de soma” (superposição de 
estruturas com densidade radiográfica 
semelhante), que pode ser responsável 
por imagens “caprichosas”. 
Indicação 
Estudo de áreas densas e análise do 
contorno de nódulos. Nos casos de áreas 
densas (assimetrias) quando a lesão é de 
natureza benigna ou quando representa 
superposição de estruturas, geralmente 
ocorre mudança de aspecto da área 
densa. 
Posicionamento 
ƒ Localizar a lesão na mamografia e 
colocar o compressor adequado sobre 
a área a ser estudada. 
 
5.4.2 AMPLIAÇÃO (MAGNIFICAÇÃO) 
Representa a ampliação de parte da 
mama. 
Indicação 
Para visibilizar detalhes nas áreas 
suspeitas e, principalmente, estudar a 
morfologia das microcalcificações (Figura 
5.14). 
Projeto LCR/AVON 41
Manual de Técnicas Mamográficas 
 
Posicionamento 
ƒ Usar o dispositivo para ampliação, de 
acordo com o aumento desejado 
(preferência para fator de ampliação 
1,8). 
ƒ Colocar o compressor para ampliação 
(Figura 5.13). 
ƒ Mudar para foco fino (0,1 mm). 
 
Figura 5.13 – Manobra de ampliação 
 
 
Figura 5.14 – Exame de mamografia ampliado, 
realçando a área de interesse 
 
Importante! 
Recomenda-se utilizar simultaneamente 
compressão e ampliação, permitindo 
obter os benefícios das duas manobras, 
com menor exposição da paciente e 
racionalização no uso de filmes. 
 
5.4.3 MANOBRA ANGULAR 
Consiste em realizar incidências com 
várias angulações do tubo, para dissociar 
imagenssugestivas de superposição de 
estruturas (efeito de "soma"). É mais 
empregada, com melhor aproveitamento, 
quando a imagem a ser estudada foi 
visibilizada na MLO. A figura 5.15 mostra 
a diferença da visibilização das estruturas 
na incidência MLO e da MLO angulada. 
Indicação 
Estudo de áreas densas, identificadas na 
incidência MLO. 
Posicionamento 
ƒ A paciente será reposicionada na 
mesma incidência que se deseja 
estudar, variando apenas a angulação 
do tubo em 10 a 20º. Exemplo — 
numa incidência MLO identificou-se 
área densa no quadrante inferior da 
mama, muito sugestiva de "efeito de 
soma". A incidência MLO original foi 
realizada com 40º. A paciente será 
reposicionada e a incidência será 
repetida com angulação do tubo em 50 
e/ou 60 graus. Em caso de 
superposição de estruturas, teremos 
modificação do aspecto da área 
densa, em caso de lesão verdadeira; a 
imagem permanecerá igual. (a 
angulação utilizada deve ser escrita no 
filme). 
Projeto LCR/AVON 42
Manual de Técnicas Mamográficas 
 
 
 
Importante! 
Na prática, para agilizar o estudo, reduzir 
a dose na paciente e racionalizar o uso 
de filmes, parte-se direto da MLO para o 
perfil absoluto (90º), promovendo 
completa dissociação de estruturas 
 
 
Figura 5.15 – a) Exame de mamografia projeção 
MLO; b) Exame mamografia da mesma paciente 
projeção MLO angulada. 
5.4.4 MANOBRA ROTACIONAL – ROLL - RL 
OU RM 
A finalidade também é dissociar 
estruturas (Figura 5.16), melhor indicada 
e executada quando a imagem é 
visibilizada na incidência CC. A figura 
5.18 mostra a diferença de um exame 
realizado na incidência CC e outro da 
mesma paciente aplicando a manobra 
rotacional. 
a) 
MLO 
Indicação 
Estudo de áreas densas, identificadas na 
incidência CC. 
Posicionamento 
ƒ Realizar "rotação" da mama, 
deslocando a porção superior da 
mama, que não está em contato com o 
filme, produzindo deslocamento das 
estruturas da mama (Figura 5.17). 
ƒ Geralmente é feita na incidência CC, 
utilizando no filme a indicação "RL", se 
o deslocamento for para o lado 
externo (lateral) e "RM" se o 
deslocamento for para o lado interno 
(medial). 
b) 
MLO angulada 
ƒ A rotação é realizada após posicionar 
a paciente e pouco antes de aplicar a 
compressão. 
 
Projeto LCR/AVON 43
Manual de Técnicas Mamográficas 
 
 
Figura 5.16 – Ilustração do movimento de rotação 
para projeção enrolada 
 
 
Figura 5.17 – Posicionamento da manobra 
rotacional – RL ou RM 
 
 
a) b) 
Figura 5.18 – a) Exame de mamografia CC; b) 
Exame de mamografia da mesma mama com 
manobra rotacional 
a) 
5.4.5 MANOBRA TANGENCIAL – TAN 
Consiste em fazer incidências com o 
feixe tangenciando a mama. 
Indicação 
Para diagnóstico diferencial entre lesões 
cutâneas (cicatrizes cirúrgicas, verrugas, 
calcificações, cistos sebáceos, 
cosméticos contendo sais opacos) e 
lesões mamárias. 
b) 
Posicionamento 
ƒ Realizar incidência CC ou Perfil e 
marcar a pele na projeção da lesão, 
utilizar marcador metálico (Figura 
5.19a). 
ƒ Fazer uma incidência com o feixe de 
raios X tangenciando a área com o 
marcador metálico (Figura 5.19b) 
(pode-se realizar qualquer incidência, 
mesmo que não sejam padronizadas, 
desde que o feixe de raios X tangencie 
a área com o marcador). Se a lesão 
for de origem cutânea, será 
identificada na pele (utilizar lâmpada 
forte). 
Projeto LCR/AVON 44
Manual de Técnicas Mamográficas 
 
 
 
Figura 5.19 – Posicionamento da manobra 
tangencial. a) Incidência CC com marcadores 
metálicos; b) Manobra TAN 
5.5 RECOMENDAÇÕES DE 
TÉCNICAS RADIOGRÁFICAS 
Abaixo, são apresentados exemplos de 
técnica radiológica para realização de 
diversos exames. 
5.5.1 MAMA FEMININA 
ƒ Fazer incidências básicas 
ƒ Usar modo automático (preferência) 
ou manual. 
 
5.5.2 MAMA MASCULINA (OU FEMININA 
MUITO PEQUENA) 
ƒ Fazer incidências básicas. 
ƒ Fazer incidência RCC se a mama for 
muito pequena (Figura 5.20). 
ƒ Usar modo manual (preferência se a 
mama for muito pequena) ou 
automático. 
ƒ Manual - 25 kV - 40 a 60 mAs (40 se 
tiver muita gordura). 
 
Figura 5.20 – Posicionamento da mama 
masculina na incidência RCC 
5.5.3 MAMAS COM IMPLANTES 
ƒ Fazer incidências básicas. 
ƒ Fazer incidências básicas usando a 
técnica de Deslocamento 
Intramamário da Prótese (Eklund), se 
for possível. 
ƒ Usar modo manual (preferência) ou 
automático. 
ƒ Manual - 25 a 27 kV - 40 a 60 mAs - 
localização retroglandular, 63 a 80 
mAs - localização retropeitoral 
ƒ Em pacientes com adenectomia 
subcutânea (o implante fica bem 
abaixo da pele, com pouco ou nenhum 
parênquima mamário), fazer o exame 
no manual, usando 25 kV - 40 mAs. 
a) 
b) 
Projeto LCR/AVON 45
Manual de Técnicas Mamográficas 
 
Técnica de Deslocamento 
Intramamário da Prótese (Eklund) 
Essa técnica permite melhor visibilização 
do parênquima mamário, de mais fácil 
execução na localização retropeitoral e 
não deve ser usada quando há contratura 
capsular (o implante está fixo e 
endurecido pela cápsula fibrosa). 
Consiste em “empurrar” o implante de 
encontro ao tórax e “puxar” a mama 
(Figura 5.21). A placa compressora 
comprime a mama livre de quase todo 
(em alguns casos de todo) o implante. De 
preferência usar o modo automático. 
 
 
Figura 5.21– Ilustração da técnica de 
Deslocamento Intramamário da Prótese 
 
5.5.4 PACIENTES MASTECTOMIZADAS E 
MAMA RECONSTRUÍDA 
ƒ Fazer incidências básicas do lado 
normal. 
ƒ Reconstrução com a mama oposta 
(bipartição) ou mastetomia poupadora 
de pele – fazer CC e MLO ou Perfil (o 
esvaziamento axilar prejudica a 
realização da MLO). 
ƒ Reconstrução com retalho 
miocutâneo e/ou implante – não há 
necessidade de radiografar a 
neomama (não há benefício 
diagnóstico). 
 
5.5.5 PACIENTES COM TUMORES 
VOLUMOSOS 
ƒ Fazer incidências básicas do lado 
normal. 
ƒ Do lado com tumor, fazer incidências 
básicas, somente se a paciente 
suportar alguma compressão, neste 
caso não esqueça de deslocar ao 
detector para a área mais densa 
(correspondente ao tumor), se estiver 
utilizando o automático. 
ƒ Fazer perfil do lado com tumor, caso 
não seja possível a MLO. 
 
5.5.6 MAMAS COM CIRURGIA 
CONSERVADORA E RADIOTERAPIA 
ƒ Fazer incidências básicas do lado 
normal. 
ƒ Do lado operado, fazer incidências 
básicas (se a cirurgia conservadora 
permitir) ou crânio-caudal e perfil. 
ƒ Usar automático (preferência) ou 
manual. 
ƒ No manual, pode-se aumentar 1 a 2 
pontos no kV se a mama tiver sido 
muito irradiada. 
 
5.5.7 PEÇA CIRÚRGICA 
ƒ Utilizar ampliação 1,8 ou maior. 
ƒ Usar compressão para produzir 
uniformidade na peça e obter uma 
radiografia melhor. 
ƒ Manual - 22 a 24 kV - 16 a 60 mAs 
(peças pequenas - 16), utilizar 22 kV - 
40 mAs na maioria dos exames 
Observação 
Projeto LCR/AVON 46
Manual de Técnicas Mamográficas 
 
ƒ Em uma imagem mamográfica com 
adequada exposição, a pele 
geralmente não é visível sem a ajuda 
da luz de alta intensidade. No entanto, 
imagens de mama com pouca 
espessura, que requerem baixo mAs 
podem, freqüentemente, ser bem 
expostas e ainda revelar a pele, sem 
necessidade da luz de alta 
intensidade. 
Existem grades específicas de acrílico, 
com marcação alfanumérica (radiopaca), 
onde a peça é colocada e fixada, 
facilitando a localização da lesão pelo 
patologista. 
 
5.6 INFORMAÇÕES 
IMPORTANTES 
ƒ No modo semi-automático, aumentar 
1 a 2 pontos no kV, nas mamas com 
processo inflamatório, infiltração por 
neoplasia maligna ou tratadas com 
radioterapia. Pode-se também 
aumentar 1 ou 2 pontos no 
enegrecimento (são mamas que 
praticamente não permitem 
compressão,

Outros materiais