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sites.google.com/site/profafguimaraes 1 Prof. A.F.Guimarães Questões de termologia 7 Questão 1 (FUVEST – SP) Uma pequena bolha de ar, partindo da profundidade de 2,0 m abaixo da superfície de um lago, tem seu volume aumentado em 40% ao chegar à superfície. Suponha que a temperatura do lago seja constante e uniforme, e que o valor da massa específica da água do lago seja ρ = 1,0⋅103 kg⋅m‐3. Adote g = 10 m⋅s‐2 e despreze os efeitos de tensão superficial. a) Qual a variação do valor da pressão do ar dentro da bolha, em N⋅m‐2, nessa subida? b) Qual o valor da pressão atmosférica, em N⋅m‐2, na superfície do lago? Resolução: a) A pressão exercida na bolha na profundidade de 2 m vale: 0 3 0 4 0 10 10 2 2 10 . atm atm atm p p gh p p p p ρ= + = + ⋅ ⋅ = + ⋅ Onde patm é a pressão na superfície do lago. Desta forma, a variação da pressão sofrida pelo ar da bolha para chegar até a superfície vale: 0 4 22 10 . atmp p gh p N m ρ − − =− ∆ =− ⋅ ⋅ b) Considerando que o ar da bolha sofra uma transformação isotérmica como um gás ideal, teremos: ( ) 0 0 0 0 0 0 0 ; 1, 4 1,4 1 1,4 0,4 . atm atm atm atm atm atm p V p V V V p Vp p p V p p p p p p p = = = ⇒ = ∆ = − ⇒∆ = − ∴∆ =− Utilizando o resultado obtido no item anterior, teremos: 4 4 2 2 10 0,4 5 10 . atm atm p p N m− − ⋅ =− ∴ = ⋅ ⋅ Questão 2 (Vunesp) Um cilindro reto, contendo gás ideal à temperatura de 300 K, é vedado por um êmbolo pesado que pode deslizar livremente. O volume ocupado pelo gás é V0 e a pressão exercida sobre ele pelo peso do êmbolo e da coluna de ar acima dele é igual a 12 N⋅cm‐2. Quando a temperatura passa para 350 K, o gás expande‐se e seu volume aumenta. Para que ele volte ao seu valor original, V0, mantendo a temperatura de 350 K, aplica‐se sobre o êmbolo uma força adicional F ? , vertical, como mostra a figura. a) Calcule a pressão do gás na situação final, isto é, quando está à temperatura de 350 K, ocupando o volume V0. b) Sabendo que o pistão tem área de 225 cm2, calcule o valor da força adicional F ? que faz o volume ocupado pelo gás voltar ao seu valor original. Resolução: a) Admitindo que o gás sofre uma transformação isocórica, teremos: 0 0 2 12 300 350 14 . p p p T T p N cm− = ⇒ = = ⋅ F ? sites.google.com/site/profafguimaraes 2 b) Tomando a área, poderemos determinar a força: 0 14 12 225 450 . Fp p A F F N = + − = ∴ = Questão 3 (Unicamp – SP) Calibra‐se a pressão dos pneus de um carro em 30 psi (libras‐força/polegada2), usando nitrogênio na temperatura ambiente (270C). Para simplificar os cálculos adote: 1 polegada = 2,5 cm; 1 libra = 5,0 N e a constante universal dos gases R = 8,0 J⋅mol‐1⋅K‐1. a) Quanto vale essa pressão em N⋅m‐2? b) Faça uma estimativa do volume do pneu e com a mesma estime o número de mols de nitrogênio contidos no pneu. c) Em um dia quente a temperatura do pneu em movimento atinge 570C. Qual é a variação percentual da pressão no pneu? Resolução: a) Sabemos que 30 psi (pounds per square inch) vale 30 x 5 = 150N⋅pol‐2. E 1 pol2 = 6,25 cm2 = 6,25⋅10‐4 m2. Assim, 5 2 2 4 2 150 150 2,4 10 . 6,25 10 N N N m pol m − −= = ⋅ ⋅⋅ b) Vamos utilizar um pneu de um carro de passeio. Considerando que o pneu e roda formam um cilindro de raio R e a roda possui um raio r ambos com altura h, poderemos estimar o volume do pneu, calculando o volume total menos o volume da roda. Seja um pneu comum, 175/70 R13 (diâmetro da roda). Um pneu desse tipo possui as seguintes dimensões: h = 175 mm = 17,5 cm; A altura da lateral do pneu vale 70% de h, ou seja: 122,5 mm = 12,25 cm. Assim, R = 6,5 pol + 12,25 cm = 28,5 cm. A roda possui 6,5 pol de raio, r = 16,25 cm. Assim, o volume do pneu terá o seguinte valor: ( ) ( ) 2 2 2 2 3 3 3 3,14 17,5 812,25 264,1 30120,8 30,1 10 . V R h r h h R r V V cm m π π π − = − = − = ⋅ ⋅ − = = ⋅ Cerca de 30 l. A temperatura de 270C corresponde a 300 K. Assim, utilizando a equação de Clapeyron teremos: 5 32, 4 10 30,1 10 8 300 7224 3,01 . 2400 pV nRT n n mols − = ⋅ ⋅ ⋅ = ⋅ ⋅ = = c) Da equação de Clapeyron, teremos: . pV nRT p V nR T = ∆ ⋅ = ∆ A variação de temperatura vale 30 K (300 K → 330 K). Assim, 4 2 3 4 5 3,01 8 30 2,4 10 30,1 10 2,4 10 2,4 10 0,1 10%. nR Tp N m V p p p p − − ∆ ⋅ ⋅∆ = = = ⋅ ⋅⋅ ∆ ⋅= ⋅ ∆∴ = = R r h sites.google.com/site/profafguimaraes 3 Questão 4 (ITA – SP) Um recipiente continha inicialmente 10,0 kg de gás sob pressão de 10⋅106 N⋅m‐2. Uma quantidade m de gás saiu do recipiente sem que a temperatura variasse. Determine m, sabendo que a pressão caiu para 2,5⋅106 N⋅m‐2. Resolução: Vamos aplicar a equação de Clapeyron para as duas situações antes do gás sair e depois (‘): pV nRT p V n RT pV nRT p V n RT p n p n = ′ ′= / // =′ ′/ // =′ ′ Onde p e p’ são respectivamente a pressão com a massa de 10 kg e a pressão com a massa 10kg – m. Como, n = massa do gás/massa molar, teremos: 0 0 0 0 6 6 10 10 10 2,5 10 10 7,5 . m mp pM mp p m M m m kg /= ⇒ =′′ ′ ′ / / / /⋅ =/⋅ − ∴ = Questão 5 (FCMSC) Um cilindro contém uma certa massa M0 de um gás a T0 = 70C (280 K) e pressão P0. Ele possui uma válvula de segurança que impede a pressão interna de alcançar valores superiores a P0. Se essa pressão ultrapassar P0, parte do gás é liberada para o ambiente. Ao ser aquecido até T = 770C (350 K), a válvula do cilindro libera parte do gás, mantendo a pressão interna no valor P0. No final do aquecimento, a massa de gás que permanece no cilindro é, aproximadamente: Resolução: Como na questão 4, vamos aplicar a equação de Clapeyron nas duas situações, antes e depois de parte do gás sair do recipiente. 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 . p V n RT p V nRT p V n RT nT n T p V nRT = = / // = ⇒ =/// Utilizando a definição de n, teremos: 0 0 0 0 0 0 0 280 350 0,8 80% . MT M T TM M T M M M M M = = = ∴ = = Questão 6 (FATEC) Um sistema estacionário é levado de um estado A para outro estado B primeiro pelo processo A1B, depois pelo processo A2B, de acordo com o diagrama abaixo. Processo A1B o sistema recebe: ? Trabalho τ1 = 100 J; ? Calor Q1 = 150 J. Processo A2B o sistema recebe: ? Trabalho τ2 = 60 J; ? Calor Q2 = ? 1 B 2 A P V 0 sites.google.com/site/profafguimaraes 4 Determine o valor de Q2. Resolução: Vamos determinar o valor da variação da energia interna quando o sistema é levado de A para B: 1 1 1 1 150 100 50 . A B A B U Q U J τ∆ = − ∆ = − = Como a variação da energia interna não depende do caminho, só depende das temperaturas final e inicial, teremos: 1 2 2 2 50 60 110 . A B A BU U Q Q J ∆ =∆ = − ∴ = Questão 7 (MED – ABC) O diagrama anexo representa um ciclo de Carnot entre as temperaturasde T1 = 800 K e T2 = 400 K. Sabendo‐se que o motor (de Carnot) recebe Q1 = 1000 J de fonte quente, o calor rejeitado (Q2) e o trabalho (τ) (ambos em módulo), valem, respectivamente: Resolução: Para o ciclo de Carnot, temos: 2 2 1 1 2 2 400 500 . 1000 800 Q T Q T Q Q J = = ∴ = O trabalho vale: 1 2 1000 500 500 .Q Q Jτ = − = − = Questão 8 (FUVEST) O gasômetro G, utilizado para o armazenamento de ar, é um recipiente cilíndrico, metálico, com paredes laterais de pequena espessura. G é fechado na sua parte superior, aberto na inferior que permanece imersa em água e pode se mover na direção vertical. G contém ar, inicialmente à temperatura de 300 K e o nível da água no seu interior se encontra 2,0 m abaixo do nível externo da água. Nessas condições, a tampa de G está 9,0 m acima do nível externo da água, como mostra a figura ao abaixo. Aquecendo‐se o gás, o sistema se estabiliza numa nova altura de equilíbrio, com a tampa superior a uma altura H, em relação ao nível externo da água, e com a temperatura do gás a 360 K. Supondo que o ar se comporte como um gás ideal, a nova altura H será, aproximadamente, igual a: Resolução: Considerando que o ar se comporta como um gás ideal, e que o mesmo é submetido a uma transformação isobárica (pressão atmosférica), teremos: ( ) 0 0 211 300 360 11,2 . V V T T A HA H m = // +⋅ = ∴ = τ Q1 Q2 P V T1 T2 H0 = 9,0 m 2,0 m água 300 K ar g ar ambiente sites.google.com/site/profafguimaraes 5 Questão 9 (ITA) Certa quantidade de oxigênio (considerado aqui como gás ideal) ocupa um volume vi a uma temperatura Ti e pressão Pi. A seguir, toda essa quantidade é comprimida, por meio de um processo adiabático e quase estático, tendo reduzido o seu volume para vf = vi/2. Determine o trabalho realizado sobre esse gás. Resolução: O gás oxigênio é uma molécula diatômica, portanto, teremos γ = 1,40. E, além disso, pela teoria da equipartição da energia temos, para gases diatômicos(1): 5 2 U nRT= (9.1). Para uma transformação adiabática temos a seguinte condição: 1,4 2 2 . i i f f i i i f f i pV p V VpV p p p γ γ γ γ γ = // = = Determinaremos agora a temperatura final do gás. Assim, 1,4 0,4 2 2 2 . f fi i i f i ii i i f f i p VpV T T VppV T T T T = // // = ∴ = Para uma transformação adiabática, tem‐se que U τ∆ =− . Poderemos utilizar a expressão (9.1) para se determinar a variação da energia interna. Logo: ( ) ( )0,4 5 2 5 2 1 . 2 f i i U nR T T U nRT ∆ = − ∆ = − (1) R.Resnick & D. Halliday Física 2, 4ª Ed. LTC, Rio de Janeiro, 1984. E como i i ipV nRT= , temos: ( ) ( ) 0,4 0,4 5 2 1 2 5 2 1 . 2 i i i i U pV pVτ ∆ = − ∴ =− − O valor negativo indica que o trabalho foi realizado sobre o gás. Questão 10 (UEM – PR) A temperatura de 500 g de um gás perfeito é aumentada de 200C para 1400C. Se o processo é feito à pressão constante, qual o trabalho realizado pelo gás, em calorias? Dado: cv = 0,18 cal⋅g‐1⋅0C‐1 e cp = 0,25 cal⋅g‐1⋅0C‐1. Resolução: Para um gás ideal, têm‐se as seguintes expressões: ; . p p v v p v C M c C M c C C R = ⋅ = ⋅ − = Onde Cp e Cv são respectivamente os calores molares a pressão e volume constantes. M é a massa molar do gás. Desta forma, poderemos encontrar a massa molar do gás: 12 28,6 . 0,25 0,18 p v p v Mc Mc R RM c c M g mol− − = = − = ≅ ⋅− Onde 1 12R cal mol K− −≅ ⋅ ⋅ . Vamos admitir que a variação de 10C seja igual à variação de 1 K. Desta forma, o número de mols vale: 500 17,5 . 28,6 mn g M = = = Podemos, com auxílio da equação de Clapeyron, encontrar o trabalho realizado pelo gás. Assim: sites.google.com/site/profafguimaraes 6 17,5 2 120 4200 . pV nRT p V nR T nR T cal τ τ = ⇒ ∆ = ∆ = ∆ = ⋅ ⋅ ∴ = Questão 11 (UnB – DF) No diagrama abaixo, a energia interna do sistema em J é dada por: U = 10 + 2pV, em que p é a pressão, em Pa, e V, o volume, em m3. Calcule, em joules, a quantidade de calor envolvida no processo AC. Resolução: Vamos, previamente, determinar a variação da energia interna. Assim, 10 2 10 2 500 0,01 20 10 2 200 0,03 22 2 . i f f i U pV U J U J U U U J = + = + ⋅ ⋅ = = + ⋅ ⋅ = ∆ = − = Devemos agora, determinar a área abaixo da curva, no processo de A para C: ( )500 200 0,02 7 . 2 N A Jτ + ⋅= = = Logo, 2 7 9 . U Q Q U Q Q J τ τ∆ = − ⇒ =∆ + = + ∴ = Questão 12 (Esal – MG) 0,32 mol de um gás diatômico ideal é submetido ao ciclo termodinâmico mostrado no gráfico, sendo T3 = 300,84 K. a) Calcular T1, T2 e p3; b) Calcular o trabalho líquido envolvido no ciclo; c) Calcular a quantidade de calor envolvida no processo 3 → 1. Dados: R = 8,31 J⋅mol‐1⋅K‐1, Cv = 20,775 J⋅mol‐1⋅K‐1. Resolução: a) Podemos utilizar a equação de Clapeyron para determinar a pressão p3. Assim, 3 3 3 3 3 5 2 3 8 10 0,32 8,31 300,84 10 . p V nRT p p N m − − = ⋅ ⋅ = ⋅ ⋅ ≅ ⋅ Como a transformação 2 → 3 é uma transformação isocórica, temos: 5 5 32 2 3 2 2 8 10 10 300,84 2406,7 . pp T T T T K / /⋅= ⇒ = = Utilizando a equação de Clapeyron também para o estado 1, teremos: 1 1 1 5 3 1 1 1 8 10 2 10 0,32 8,31 1600 2,6592 601,68 . pV nRT T T T K − = ⋅ ⋅ ⋅ = ⋅ ⋅ = ∴ ≅ A B C 500 200 0,01 0,03 p(Pa) V(m3) 0 p(105N⋅m‐2) V(10‐3m3) 2 8 8 p3 1 2 3 sites.google.com/site/profafguimaraes 7 b) Para calcular o trabalho líquido, devemos calcular a área da figura formada pelo ciclo. No caso a área do triângulo retângulo. 3 56 10 7 10 2100 . 2 n A Jτ −⋅ ⋅ ⋅= = = c) No processo 3 → 1, pode‐se determinar o trabalho tomando a área abaixo da curva. No caso um trapézio. Assim, ( )5 5 38 10 10 6 10 2700 . 2 n A Jτ −⋅ + ⋅= = = Agora podemos calcular o valor da variação da energia interna, utilizando a relação: .vU n C T∆ = ⋅ ⋅∆ Porém, essa relação não se mostra muito coerente com o processo, uma vez que a transformação não ocorre com volume constante. Se ocorresse uma transformação isocórica seguida de uma transformação isotérmica, a relação seria mais coerente. Mas não é incorreto utilizá‐la nessa questão. Porém, optarei por utilizar a expressão (9.1) da questão 9 por se tratar de um gás diatômico. Assim, ( ) 5 2 5 0,32 8,31 601,68 300,84 2 1999,98 . U nR T U U J ∆ = ∆ ∆ = ⋅ ⋅ ⋅ − ∆ = Agora utilizando a 1ª lei da termodinâmica, teremos: ( )1999,98 2700 700 . U Q Q Q J τ∆ = − = − − ∴ ≅− Obs.: O trabalho é negativo, pois o gás sofre contração.
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