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Nocoes Gerais do Direito

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NOÇÕES GERAIS DO DIREITO 
 CONCEITOS BÁSICOS
I. Introdução:
- A vida em Sociedade exige regramento; 
- As Normas Reguladoras das relações humanas;
- A aplicação das sanções (punições): maior ou menor grau de rigor:
	Normas de etiqueta
	Normas morais
	Normas de Direito
	Sanções sociais
	Sanções do poder público
II. Definições de Direito como ciência:
O direito é a norma das ações humanas na vida social, estabelecida por uma organização soberana e imposta coativamente à observância de todos. (Ruggiero e Maroi)
Direito é lei e ordem, isto é, um conjunto de regras obrigatórias que garante a convivência social, graças ao estabelecimento de limites à ação de cada um dos seus membros. 
Direito é a ordenação heterônoma, coercível e bilateral atributiva das relações de convivência, segundo uma integração normativa de fatos e valores. (Miguel Reale Jr.)
- ORDENAÇÃO HETERÔNOMA: Uma vez vigentes, as leis valem objetivamente, independentemente da vontade, da opinião e do querer dos obrigados;
- COERCIBILIDADE: O Direito conta com a possibilidade (potencialidade) do uso da força para prevalecer, isto é, o Estado, utilizando-se do poder que a lei lhe atribui, age punindo os transgressores da lei (repressão, coação, jus puniendi). A coação surge no momento em que a ação de um indivíduo se projeta sobre a vida dos demais indivíduos, causando-lhes um dano potencial ou efetivo;
- BILATERALIDADE ATRIBUTIVA: Quando duas ou mais pessoas se relacionam segundo uma proporção objetiva que as autoriza a pretender ou fazer garantidamente algo; é uma proporção subjetiva, em função da qual os sujeitos de uma relação ficam autorizados a pretender, exigir, ou fazer, garantidamente algo.	
- INTEGRAÇÃO NORMATIVA DE FATOS E VALORES: a.) Aspecto normativo – o Direito como ordenamento e sua respectiva ciência; b.) Aspecto fático – o direito considerado em sua efetividade social e histórica; c.) Aspecto axiológico – o Direito como valor de justiça.
III. Direito OBJETIVO - Direito SUBJETIVO - Direito POSITIVO: NOÇÕES
- DIREITO OBJETIVO = NORMA DA AÇÃO HUMANA (norma agendi). É um conjunto de normas que se dirige a toda a sociedade, vinculando os seus componentes. É o conjunto de todas as normas jurídicas existentes em um Estado.
- DIREITO SUBJETIVO = INTERESSE JURIDICAMENTE PROTEGIDO (facultas agendi). É a prerrogativa que o indivíduo possui de invocar a norma a seu favor; é o poder atribuído à uma pessoa para que ela possa fazer prevalecer o seu interesse, em conflito com o interesse de outro.É uma prerrogativa conferida e disciplinada pelo Direito Objetivo.
- DIREITO POSITIVO = CONJUNTO DE NORMAS JURÍDICAS EMANADAS DO ESTADO.
Direito objetivo é o gênero do qual o Direito Positivo é espécie. São normas de Direito Positivo: a Constituição, a lei, o decreto, a circular, a portaria e outros atos administrativos.
IV. DIREITO X MORAL 
 
Embora Direito e Moral tenham um fundamento ético comum, existem alguns caracteres distintivos calcados basicamente em três aspectos: 
Quanto ao campo de atuação, a Moral atua principalmente no interior da pessoa, no seu foro íntimo. No entanto, o Direito terá como objetivo a ação praticada pela pessoa, ou seja, a exteriorização do ato. 
Quanto à intensidade da sanção, a Moral estabelece sanções internas, de ordem pessoal (remorso, tristeza...) ou de reprovação social (exclusão do grupo). Já o Direito tem a aplicação de sanções mais enérgicas (por ex. restrição de direitos, restrição de liberdade, multa, perdimento de bens).
Quanto aos efeitos decorrentes das normas, as morais são de ordem unilateral, enquanto que as normas jurídicas são de alcance bilateral.
Para que a Moral se realize automaticamente, deve contar com a adesão espontânea dos obrigados, enquanto que o Direito utiliza-se da sanção para realizar-se. A Moral é incoercível e o Direito é a ordenação coercitiva da conduta humana.
	DIREITO
	MORAL
	Quanto ao campo de ação
	Atua no foro exterior
	Atua, predominantemente, no foro interior.
	Quanto à intensidade da sanção
	Sanções mais enérgicas, de natureza material, consubstanciadas em punições legais.
	Sanções mais brandas, de natureza interna ou de reprovação social
	Quanto aos efeitos das normas
	Bilateral
	Unilateral
V. FONTES DO DIREITO
Como fontes do Direito entende-se os meios pelos quais se formam as regras jurídicas.
O Direito possui fontes diretas e indiretas. São fontes diretas (ou imediatas) aquelas que são suficientemente fortes para gerar a regra jurídica: a Lei e o Costume; 
São fontes indiretas aquelas que, mesmo não tendo a força das fontes diretas, contribuem, mais cedo ou mais tarde, para elaboração da regra jurídica. São elas: a Doutrina e a Jurisprudência.
LEI
LEI é uma regra geral que, emanando de autoridade competente, é imposta, coativamente, à obediência de todos. (Clóvis Beviláqua).
Tendo-se em vista a força que o obriga ao seu cumprimento, a lei pode classificar-se como norma cogente, de ordem pública, e regras dispositivas.
As normas de ordem pública (normas cogentes) atendem mais diretamente aos interesses gerais, à organização social e não podem ser alteradas por convenção entre particulares.
Já as regras dispositivas estão ligadas aos interesses de particulares e por isso podem ser derrogadas por interesses das partes.
A lei posterior revoga a anterior quando:
1. Expressamente a declare;
2. Seja com ela incompatível;
3. Quando regule inteiramente a matéria. (ver art. 2º, § 1º da Lei Introd. Código Civil)
COSTUME
O Costume é a prática social observada reiteradamente e considerada obrigatória para a comunidade. É a norma não-escrita que, obedecida pela coletividade configura um uso e o respeito contínuo a esse uso forma o costume. É a regra de conduta criada espontaneamente pela consciência comum do povo, que a observa por modo contínuo, constante e uniforme, de acordo com a moral e obrigatório.
DOUTRINA 
É o conjunto de estudos, investigações científicas, reflexões teóricas e princípios metodicamente expostos, analisados e sustentados por autores, tratadistas, jurisconsultos, com referência às normas jurídicas. Indicam caminhos para o legislador, influenciando-o no sentido de transformar seus conceitos em lei ou aproveitá-los como indicativos para a sua atuação legislativa. 
JURISPRUDÊNCIA (PRUDÊNCIA DO DIREITO)
São regras gerais que se extraem das reiteradas decisões dos tribunais, com mesmo sentido interpretativo. Sempre que questões jurídicas são decididas reiteradamente, no mesmo modo, temos o surgimento da JURISPRUDÊNCIA. Por ser fonte indireta do Direito, o juiz não fica vinculado a sua aplicação, mas terá nela importantes subsídios para decidir a questão que lhe foi destinada para a solução.
	
VI. FONTES DO DIREITO
 	 	 Lei 
			 	Diretas 
 	Costume
 		FONTES DO 	
 		DIREITO			Doutrina
 	Indiretas 
		 	 	Jurisprudência
			
		 			Analogia
		INTEGRAÇÃO		Eqüidade
 	Princípios Gerais de Direito
VII. QUADRO DAS NORMAS JURÍDICAS BRASILEIRAS
Existem várias espécies de normas jurídicas no ordenamento brasileiro, que vão desde a Constituição da República Federativa do Brasil (conhecida também como Lei Fundamental, Lex Legum ou Carta Magna) até os contratos, que são tidos como "lei entre as partes".
- CONSTITUIÇÃO FEDERAL
- EMENDAS À CONSTITUIÇÃO
- LEIS COMPLEMENTARES
- LEIS ORDINÁRIAS
- MEDIDAS PROVISÓRIAS
- LEIS DELEGADAS
- DECRETOS LEGISLATIVOS
- RESOLUÇÕES
- ATOS ADMINISTRATIVOS
 - CONTRATOS 		
HIERARQUIA 
Entre essas espécies de normas jurídicas existe uma hierarquia que pressupõe a supremaciade umas e a subordinação de outras, formando todo o conjunto de normas num sistema orgânico, harmônico e coerente. Para que um ato inferior tenha validade no mundo jurídico, deverá estar em concordância com as normas hierarquicamente superiores.
Pela ordem de importância de nossas normas, estabelecemos a seguinte ordem decrescente:
- CONTITUIÇÃO FEDERAL e EMENDAS À CONSTITUIÇÃO;
- LEIS COMPLEMENTARES;
- LEIS ORDINÁRIAS, MEDIDAS PROVISÓRIAS e LEIS DELEGADAS;
- DECRETOS LEGISLATIVOS E RESOLUÇÕES;
- ATOS ADMINISTRATIVOS;
- CONTRATOS.	
Ref. Bibliográficas:
DINIZ, Maria Helena. Compêndio de Introdução à Ciência do Direito. São Paulo. Saraiva.
REALE JUNIOR, Miguel. Lições Preliminares do Direito. São Paulo. Saraiva.
BASTOS, Celso Ribeiro. Dicionário de Direito Constitucional. São Paulo. Saraiva

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