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Resenha Caso dos Exploradores de Caverna

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Pontifícia Universidade Católica do Paraná 
Ana Carolina Müller Cremonese
O Caso dos Exploradores de Caverna
Toledo
2014
Tatting, J.
Tatting inicia seu julgamento afirmando que para esse trágico caso faltam os recursos habituais. Ao mesmo tempo que sente simpatia pelos réus, sente repulsa pelo ato que cometeram. O juiz esperava conseguir julgar o ato em questão de maneira imparcial, pondo suas emoções de lado. Porém, em um caso tão absurdo como esse, o sentimentalismo esteve presente.
O juiz acusa que a decisão de Foster está minada de contradições. Condena a afirmação de “estado de natureza”, onde Foster coloca os réus, pois era apenas uma rocha espeça que os separava da sociedade. Além do mais, se o pressuposto aconteceu, não há indícios de quando ocorreu, tornando a afirmação inválida. Acusa também o ministro de não ter poder sob as leis da natureza, portanto eles só poderiam julgar as leis de Newgarth.
Afirma que mesmo se as leis da natureza fossem válidas perante o caso, são odiosas! As leis especificam tudo como contratos, portanto, no momento em que os réus estavam praticando o ato de assassinar a vítima, estavam apenas exercitando o direito que lhes foi concedido pelo contrato.
Foster também defende os réus afirmando que não violaram os dispositivos legais do N.C.S.A.(n.s.) § 12-A*. Porém Tatting o revida novamente, afirmando que não se pode analisar uma lei segundo seus propósitos, pois quando haverá muitos propósitos em um outro caso, ocorrerá a incerteza e discórdia. 
E pela terceira vez, Tatting critica outra proposta de Foster, onde o ministro apresenta uma proposta de exceção de lei penal em favor desse caso. Porém, até onde iria essa lei? Quais seriam os limites dela? Ficando vago seu alcance.
Finalizando, Tatting se diz incapaz de participar da decisão do caso, pois, após analisar a decisão de seu colega e após passar muito tempo pensando no caso, acabou se envolvendo emocionalmente, tornando qualquer decisão que tomasse inválida.
A interpretação que Tatting realizou foi de forma literal, pois busca o sentido do texto normativo, com base nas regras comuns da língua.
*"Quem quer que intencionalmente prive a outrem da vida será punido com a morte". N.C.S.A. (n.s.) § 12-A.
Presidente Truepenny, C. J.
O Presidente, após apresentar todo o caso, afirma que tomaria a mesma decisão de como a 1º instância o fez: condenando os réus a morte na forca. Sua decisão é explicada no N.C.S.A. (n.s.) § 12-A: "Quem quer que intencionalmente prive a outrem da vida será punido com a morte". 
Ou seja, o Presidente tomou a interpretação literal, onde seguiu a norma à risca.
Foster, J.
Foster começa seu discurso criticando a decisão do Presidente, afirmando que se o tribunal em questão condenar os pobres réus, será julgado pelo tribunal do senso comum, pois como esse sendo um caso raro, pode ser julgado como uma exceção às normas impostas no regimento.
Não acredita que a lei possa condenar os homens ao crime de assassinato, bem pelo contrário, na visão de Foster a lei pode até inocentá-los. Fundamenta-se a conclusão sobre duas premissas independentes, cada uma das quais é por si própria suficiente para justificar a absolvição dos acusados.
Foster defende a ideia do estado de natureza, onde um lugar que torne a coexistência impossível, as leis do homem se tornam nulas e se prevalecem as leis da natureza, onde tudo que é feito tem como resultado a existência, a vida.
Leva-se em consideração tal afirmação como um princípio, que além do mais, pelo estado que se encontraram os réus, eles estavam tão distantes quando a mil milhas de quilômetros dos juízes do que apenas um grande rocha espeça trancando sua saída. Portanto, o caso que se encontrou a vítima, não estava na verdade em uma “sociedade de sociedade civil”, mas sim em um “estado natural”, tornando natural a morte por sobrevivência.
O que aconteceu na caverna foi o cumprimento de um contrato primeiramente proposto pela própria vítima.
Foster também defende os réus explicando que da mesma forma onde 10 operários morreram para salvar as 5 vidas na caverna, o mesmo foi realizado no interior dela: 1 vida para salvar as outras 4 restantes e não seria justo, depois do ato, sacrificá-los, toda vida deve ser resguardada.
É claro que os homens julgados descumprem a interpretação literal da lei, mas como Foster defende, um homem pode infringir a letra da lei sem violar a própria lei. Ou seja, a lei deve ser interpretada de forma racional, segundo seu propósito evidente. 
Nestas condições, Foster conclui que os réus são inocentes do crime de homicídio contra Roger Whetmore e que a sentença de condenação deve ser reformada.
A forma de interpretação usada por Foster é teleológico, pois busca os fins sociais e bens comuns da norma, dando-lhe certa autonomia em relação ao tempo que ela foi feita.
Keen, J. 
O ministro Keen, antes de tudo, deixa claro que se comoveu ao que os acusados passaram e que os perdoaria, mas em um segundo momento esclarece que não importa a gravidade dos atos, isto seria irrelevante perante o seu voto como juiz, pois não se deixaria levar pelos seus próprios princípios de moralidade, pelo contrário, seu julgamento estaria regulamentado de acordo com as leis do país.
Keen rejeita o argumento usado por Foster, pois Whetmore não representava ameaça à vida dos outros quatro sobreviventes. Ele reforça a tese de que o juiz Foster esteja agindo pela sua não “apreciação da lei escrita”, argumentando que acaba prejudicando o caso devido a opiniões dos outros juízes.
Keen após discorrer sobre seu apego ao Direito positivo e o desapego ao mesmo de seus colegas, termina seu julgamento defendendo a condenação dos réus.
A interpretação de Keen é literal, pois criticou aqueles que a interpretaram de outras formas e segue ela à risca.
Handy, J. 
Handy inicia seu julgamento falando que ouviu muito sobre direito positivo e direito natural, mas pareceu que seus colegas esqueceram do contrato estabelecido na caverna. Se era unilateral ou bilateral, e se não se poderia considerar que Whetmore revogou a sua anuência antes que se tivesse atuado com fundamento nela.
Decorre depois sobre a profissão da magistratura e seus deveres, colocando em um papel em que sua profissão pode afastá-lo de contato humano, pondo também sua vida em risco.
Afirma que este caso teve bastante repercussão tanto no país, quanto no exterior. E um jornal de bastante renome postou uma enquente perguntando aos seus leitores se deveriam absolver ou condenar os réus acusados de homicídio. Noventa por cento dos leitores optou pela liberdade de tais. Portanto, foi claro a opinião pública diante do caso. 
.Handy após isso cita 4 formas em que alguém pode se livrar da punição caso tenha cometido um crime a primeira é a decisão do juiz, de acordo com a lei aplicável, de que ele não cometeu nenhum crime. A segunda é uma decisão do representante do ministério público não solicitando a instauração do processo, terceiro uma absolvição feita pelo júri e quarto um indulto ou comutação da pena pelo poder executivo. 
Observa-se também que Handy agiu em jurisprudência em relação há um caso que ele resolveu a 30 anos atrás, em que ele absolveu os acusados por falta de provas, era um caso sobre um sacerdote que foi espancado por participantes da reunião do culto em que estava, por estar disfarçado no local. Com a decisão de absolver os réus o juiz foi aplaudido pela mídia e teve grande aceitação social. 
Finalizando, Handy inoscenta os réus, afirmando que eles já sofreram muito.
Handy usou de interpretação histórica, pois buscou fatos do passado para resolver um fato presente.
Ana Carolina Müller Cremonese
Realmente, como os outros juízes relataram anteriormente, o caso é de indignação, a princípio. Depois de analisar o caso e as decisões de meus colegas, visto o lado positivo e humano do caso, exponho aqui minha breve opinião.
Concordo em muitas partes com Handy, principalmente quando o mesmo afirma que os réus sofreramna caverna e depois com tantas acusações em cima deles. Concordo também com a parte em que Handy concorda com a situação pública do caso, onde ele aceita a opinião do povo, afinal, quem faz a justiça é o povo.
De certa forma, Foster também ganha meu apoio quando explica o caso como uma “lei natural” na caverna, afinal, 5 vidas estavam sedentas à sobrevivência e 1 das vidas salvou 4 delas. Discordo da parte que as leis positivas se omitiram nesse ponto, afinal, eles devem estar sendo julgados, mas para aceitação do povo e maior justiça na história, para o caso não ficar vago.
Antes do ato acontecer, ouve um contrato onde cada um, maiores de idade penal, se responsabilizaram pelos seus próprios atos e resultados, portanto, declaro a inocência dos réus.
Para solucionar esse caso, usei a forma de interpretação teleológica.

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