HISTORIA MODERNA 3

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História Moderna
As Reformas Religiosas
Aula 2
Prof.ª Fabiane Muzardo
Doutoranda em História - UFPR
Nesta aula, analisaremos as Reformas Religiosas e 
as alterações advindas desse processo.
Palavras-chave:
Reforma. Contrarreforma.
Resumo e palavras-chave A revolução protestante, assim como a 
revolução cultural, fez parte das 
transformações em curso na Europa, na 
transição da Idade Média para a Idade 
Moderna. Foi articulada com o vigor do 
individualismo e estruturada com base na 
economia capitalista e sua sociedade 
burguesa.
Lutero
Padre católico autor das 95 teses (1517);
Algumas das teses:
2. O papa não quer, nem pode, perdoar alguma pena, exceto 
aquelas que ele tenha imposto por sua própria vontade.
21. Erram, pois, os pregadores das indulgências que dizem 
que, pelas indulgências do papa, o homem fica livre de toda 
a pena e fica salvo.
36. Qualquer cristão, verdadeiramente arrependido, tem 
plena remissão da pena e da falta; ela é-lhe devida mesmo 
sem cartas de indulgências.
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livre interpretação da Bíblia;
salvação da alma somente pela fé;
fim do celibato clerical;
proibição da venda de indulgência.
Os seguidores de Lutero ficaram conhecidos como 
Luteranos ou Protestantes.
Preceitos defendidos por Lutero:
Lutero, o filme 
Vídeo
Fonte: 
http://www.youtube.com/watch?v=r1cmjLrY0w4
doutrina da predestinação;
valorização do trabalho e do lucro;
rápida adesão da burguesia.
Seus adeptos ficaram conhecidos como calvinistas 
ou presbiterianos.
Calvino (1509-1564):
MASSYS, Q. O prestamista e sua mulher. 1514. 
Museu Nacional do Louvre, Paris.
Rompeu com a Igreja Católica, fundando a Igreja 
Anglicana (Ato de Supremacia – 1534)
Henrique VIII (1491-1547):
Trailer do filme “A Outra”
Vídeo
Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=Rv_pg-
-QfGI
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Atividade em Sala - Enade
No início do século XVI, a crise da Igreja tornava-se mais aguda, 
culminando com uma ruptura, a qual convencionou-se chamar de 
Reforma. Em relação a isso, Jean Delumeau afirma: com efeito, a 
principal fraqueza da Igreja não estava nos abusos financeiros da 
cúria romana, nem no estilo de vida, por vezes escandaloso, (...) 
Residia, sim, na muito deficiente instrução religiosa e na insuficiente 
formação dos pastores de almas (...) A Reforma nasceu, 
provavelmente, deste profundo desnível 
entre a mediocridade da oferta e a 
veemência inusitada da procura. 
DELUMEAU, J. ãA Civilizaç o do 
:Renascimento. Lisboa Estampa, 
1984, vol I, p. 137.
Atividade
A respeito desse capítulo da história ocidental, é correto afirmar que: 
A) a imprensa criada por Gutemberg alguns anos antes da 
Reforma estava fortemente vinculada à Igreja, dificultando a 
divulgação e expansão do ideário reformador, mantendo, dessa 
forma, o desnível ao qual se refere Delumeau.
B) a forma como a Igreja administrava a religião não atendia a 
demanda por bens simbólicos da burguesia em ascensão, mas 
apenas do povo simples, majoritariamente camponeses
C) a venda de indulgências, o estilo de 
vida do alto clero, o comércio de relíquias 
e a prática da simonia agravavam a crise 
da Igreja e o desnível mencionado por 
Delumeau.
Atividade
D) os reformadores se empenharam em proporcionar sólida 
educação, mas que só era acessível a jovens oriundos da classe 
abastada.
E) a crise e o desnível entre oferta e procura eram mais agudos na 
periferia do que no centro (Roma).
Atividade
Explicação marxista
Segundo Marx, “as religiões são filhas de seu 
tempo” – explicação do ponto de vista econômico;
Sendo assim, a Reforma se transformava em “filha 
daquela nova forma econômica que surgiu no 
século XVI e se impôs rapidamente no mundo: o 
capitalismo”. (DELUMEAU, p. 182).
Diferentes explicações para a Reforma
Na época da Reforma, o país mais moderno era a 
Itália, sendo assim, a Itália deveria ser o berço do 
movimento;
Os mais importantes homens de negócio eram 
católicos, assim como os maiores mercadores;
Anacronismo – não perceber as relações de fé e a 
mentalidade das massas naqueles tempos.
Crítica às explicações econômicas:
Em um momento de grandes mudanças, marcada pelo 
progresso e pelo individualismo, “os fiéis sentiram a 
necessidade de uma teologia mais sólida e mais viva 
que aquele que lhes ensinava – ou não lhes ensinava –
um clero geralmente pouco instruído e rotineiro”. 
(DELUMEAU, p. 181)
Segundo Febvre – “É necessário buscar causas religiosas 
para uma revolução religiosa”. (MARQUES, p. 112)
A explicação religiosa da Reforma
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CONTRARREFORMA – cria a ideia de um ataque 
católico à Reforma Protestante;
REFORMA CATÓLICA – ideia de profunda e 
genuína restauração do catolicismo no século XVI.
Resposta da igreja católica, 
duas denominações:
Algumas medidas:
Salvação por meio da fé e boas obras;
Confirmação da infalibilidade do papa e do celibato 
clerical;
Proibição da venda de cargos eclesiásticos;
Confirmação dos setes sacramentos;
Tribunal do Santo Ofício;
Criada a Congregação do Índex.
Concílio de Trento (1545-1563)
A expansão marítimo-comercial europeia 
dos séculos XV-XVI pode ser entendida 
como o encaminhamento, para a solução 
no campo econômico, da crise geral do 
século XIV”. (MARQUES, p. 67)
De que maneira a Reforma Protestante e a 
Contrarreforma se relacionam com o advento das 
grandes navegações?
Atividade
Guerra dos Cem Anos – esgotou a França e a 
Inglaterra, além de prejudicar o comércio;
Cidades italianas dominavam o comércio com o 
Oriente, restringindo o crescimento de outras 
cidades;
Esgotamento das minas de metais preciosos;
Fome e peste negra.
Crise do século XIV: Busca de uma alternativa para expandir o comércio
reduzir o preço dos produtos
Especiarias: caras por serem produzidas em 
regiões de difícil acesso. 
Descobrir novos caminhos que ligassem à Europa 
a essas regiões.
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Necessidade de altos investimentos = recursos em 
escala nacional
PORTUGAL governo centralizado
grupo mercantil ligado ao governo
localização privilegiada
Nesse processo de expansão, os europeus 
acabaram por descobrir (ou redescobrir) o Novo 
Mundo” (NOVAIS, p. 231).
Novo Mundo:
Impossível prosseguir com exploração meramente 
comercial;
Tornavam-se indispensáveis a ocupação, 
povoamento e valorização, ou seja, 
COLONIZAÇÃO.
A colonização moderna significou, pois, no 
fundo, um desdobramento da expansão 
puramente comercial, a transição da órbita da 
circulação para o nível da produção 
econômica no ultramar”. (NOVAIS, p. 240)
exploração de extensas áreas tropicais 
plantation - mão de obra escrava
- latifúndio
- monocultura
- exportação 
A grandiosidade da empresa ultramarina exigia 
um conjunto de práticas econômicas, que foram 
denominadas de MERCANTILISMO, cujas 
principais características são:
Metalismo;
Balança comercial favorável;
Protecionismo alfandegário;
Intervencionismo econômico;
Colonialismo.
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Mercantilismo segundo Colbert (França)
Creio que se permanecerá facilmente de 
acordo neste principio de que somente a 
abundância de prata num Estado faz a 
diferença de sua grandeza e de seu poder” 
(Clément, p. 98)
A única maneira de fazer com que muito ouro 
seja trazido de outros reinos para o tesouro real é 
conseguir que grande quantidade de nossos 
produtos seja levada anualmente além dos 
mares, e menor quantidade de seus produtos seja 
pra cá transportada” (Freitas, p. 234)
Mercantilismo inglês
O mercantilismo, política econômica praticada pelos 
monarcas europeus, na época moderna, teve como 
característica a(o):
a) liberdade do comércio colonial.
b) estímulo às importações de manufaturados.
c) manutenção da balança comercial favorável.
d) combate à escravidão.
Atividade
Europeus estabeleceram seu domíniosobre a América e 
grande parte da Ásia e África;
A mundialização do comércio promoveu o acúmulo de 
gigantescos capitais na Europa, gerando o ‘capitalismo 
comercial’, ponto de partida para a ocorrência da 
Revolução Industrial;
Portugal foi a maior potência na passagem do século XV 
para o XVI;
Contato entre europeus e a 
população nativa americana, que 
resultaria em etnocídio. 
Consequências da expansão ultramarina:
Primeira missa no Brasil. 
Victor Meireles (1860)