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Segunda aula de Macroeconomia I 1) A demanda é criada pelo princípio (Lei de Say). A Lei de Say afirma que o produto cria um mercado de igual valor tão logo ele é criado. A renda gerada na produção (salários e lucros) vai ser distribuída entre os proprietários dos fatores (capitalistas e trabalhadores) que participaram da produção e vai ser gasta na compra de bens de consumo e de produção (investimento). Segundo Say, a única razão pela qual as pessoas trabalham e produzem é para desfrutar da satisfação de consumir. Portanto, uma oferta adicional e uma procura adicional como o dinheiro, para Say, serve apenas de meio de troca e se desvaloriza com o tempo, os ganhos (rendas) são integralmente gastos ou empregados para outros gastarem. Logo, a oferta(produção) é igual a procura. Portanto, inexistente a deficiência de demanda agregada na economia. Modelo: , a demanda (d) DEPENDE do volume de produção (y). Assim, uma maior produção leva a uma maior demanda. O valor ou preço do produto pode ser decomposto em 3 partes: 𝑝𝑜𝑑𝑒𝑟 𝑑𝑒 𝑐𝑜𝑚𝑝𝑟𝑎 𝑑𝑒 𝑏𝑒𝑛𝑠 𝑑𝑒 𝑐𝑎𝑝𝑖𝑡𝑎𝑙 Logo, a produção gera um poder de compra equivalente ao seu valor e na visão dos clássicos igual a demanda. Na visão de Keynes o poder de compra gerado na produção pode não ser utilizado quando existe incerteza na economia, o que obriga a produção a se ajustar a demanda mais baixa, gerando redução no emprego e na produção. 2) Livre mercado (laissez-faire) – Competição integral de Pigou. A expressão laissez-faire, palavra de ordem do liberalismo econômico, proclamada a mais absoluta liberdade de produção e comercialização de mercadorias, foi cunhada pelos fisiocratas da frança, mas praticadas pelos ingleses, que precisavam de mercado para os seus produtos industrializados. Assim, cabe ao mercado definir a melhor alocação dos recursos através da oferta e da demanda, o que garante o pleno emprego em condições de competição integral. OBS: Quando aumenta a oferta de trabalho, cai o salário real e aumenta o emprego. OBS: Quando aumenta a oferta de bens e serviços, cai o preço e aumenta a quantidade demandada, restabelecendo o equilíbrio. Portanto, como se vê, o livre mercado é capaz de levar a economia ao equilíbrio, com pleno emprego e máxima produção, desde que os preços sejam totalmente inflexíveis para cima ou para baixo. Qual é a explicação dos clássicos para o elevado desemprego involuntário durante a depressão de 1930? R: Eles acusam a falta de liberdade do mercado como causa do desemprego, a culpa é do procedimento monopolizador, por parte dos trabalhadores (associações) e seus amigos (entre eles o estado). 3) A livre mobilidade de recursos. A teoria econômica clássica se preocupa com as várias formas de utilização de uma quantidade dada de meios de produção, por parte de firmas e indústrias particulares, dentro do conjunto do sistema econômico, se uma indústria conta com mais meios de produção, supõem-se que os mesmos são extraídos de outras indústrias. Se meios de produção são empregados por uma firma, supõem-se que são extraídos por outras firmas, assim pois, a alternativa é entre o emprego aqui e o emprego ali e não entre emprego e desemprego. O aumento ao volume de posição numa direção se faz a custa da redução em outra parte do sistema econômico. Portanto os meios de produção podem migrar sem restrição de uma indústria para outra buscando sempre a maior remuneração. 4) O pleno conhecimento do mercado. As oportunidades no mercado são conhecidas pelos trabalhadores e capitalistas. Os capitalistas, por exemplo, possuem o conhecimento dos ramos das indústrias que são lucrativos e devem receber capital, já que os produtos recebem preços elevados. Os trabalhadores conhecem as oportunidades de emprego. 5) O papel passivo do dinheiro. O dinheiro serve apenas de meio de troca na economia. Portanto, não afeta a produção. Um aumento na quantidade de dinheiro causará apenas um aumento de preços (inflação) já que a economia é de pleno emprego e produção máxima. Teoria quantitativa da moeda: ̅ ̅ Sendo: M= Quantidade de dinheiro em circulação. V= (constante) Velocidade de circulação da moeda. P= Nível geral de preços. Q= (produção máxima, constante) Quantidade de bens e serviços produzidos. Logo, uma maior quantidade de moeda na economia (M) eleva o nível geral de preços (P), gerando inflação, mas não afetando a produção. 6) A flexibilidade na taxa de juros. Sendo: S = Poupança ou oferta de fundos. I= Investimento ou demanda de fundos. i = Taxa de juros. Um aumento na poupança (oferta de fundos) gera uma redução na taxa de juros e um aumento no investimento (demanda de fundos). Esse mecanismo garante a igualdade entre a poupança e o investimento da sociedade. A poupança, parte da renda não consumida, quando aumenta faz cair a taxa de juros, o que incentiva o investimento (gasto com meios de produção). Para os clássicos, um aumento na taxa de juros faz baixar os preços dos bens de consumo, preços mais baixos significam menos lucros, o que faz com que os recursos se desloquem das indústrias que produzem bens de consumo para as de produção de bens de investimento. Portanto poupar é investir. OBS: Para Keynes, os clássicos julgaram erradamente que existe um nexo unindo as decisões de abster-se de um consumo imediato as de prover a um consumo futuro. 2.1.2 A Lei de Say (Cap. 1-2-3- Miglioli) A) A origem da Lei de Say: A Lei de Say é atribuída ao francês Jean Baptiste Say (1767-1832) e encontra-se no livro tratado de economia política, capítulo XV- os mercados, cuja primeira edição foi realizada em 1803 e a segunda em 1814. A essência da Lei de Say: “ A oferta cria sua própria procura”. O significado da Lei de Say: “ O produto cria um mercado de igual valor tão logo que ele é criado” - com isso Say negava a existência de desemprego involuntário causado por deficiência de demanda agregada. B) A Lei de Say só é valida se: A economia for de trocas: Porque nesta economia para alguém se desfazer de um produto terá que obter outro em troca. O dinheiro for simples meio de trocas: Quando o dinheiro é utilizado apenas para facilitar a troca, mas tão logo é recebido, é gasto na compra de outros produtos porque se desvaloriza. A demanda for igual a oferta máxima: Para que a demanda for igual a oferta é preciso que o poder de compra gerado pela oferta seja realmente utilizado, o que requer demanda ilimitada (para Say as necessidades podem multiplicar-se indefinidamente) e inexistência de entesouramentos (o dinheiro não gasto deve ser emprestado). Créditos: Texto retirado da aula do professor Dr. Pascoal Marion da UFSM, digitação, formatação e resolução por Ian Marques Cruz.
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