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Sistema Imunológico, Anticorpo, Importância, Função Sistema Imunológico

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O sistema imunológico consiste de um sistema complicado de células especializadas de vários órgãos, defendendo o corpo de invasores externos
a ele, como os vírus (gripe, por exemplo), bactérias, parasitas e câncer. A resposta imunológica é desencadeada por uma sustância estranha ao
corpo chamada antígeno. Este pode ser um vírus ou uma bactéria, ou mesmo células ou tecidos de outras pessoas, introduzidos por transfusão de
sangue ou transplante. Para os alérgicos, uma resposta imunológica pode ser desencadeada por alergenos, como a caspa de animais domésticos ou
o ácaro da poeira. No caso de certas doenças autoimunes, como o lúpus eritematoso sistêmico ou a artrite reumatóide, o “self” (o “eu” corporal)
não se reconhece, considerando a si mesmo como uma substância estranha, “não-self.”. Esses fatos demonstram como é complicado e fascinante o
sistema imune.
Os órgãos considerados como parte do sistema imune incluem os tecidos linfóides; as células linfóides são encontradas nas amígdalas, adenóides,
timo, baço, placas de Peyer do intestino delgado, apêndice,gânglios linfáticos e medula óssea. As células do sistema imunológico são produzidas
na medula óssea. Um tipo dessas células, chamadas linfócitos ou células B, originam os plasmócitos, que fabricam os anticorpos que lutam contra
as substâncias “não-self”. Outro tipo de célula, as células T, são importantes porque migram ao timo e são “educadas” a distinguir o “self” do
“não-self”. As células T são subdivididas em T auxiliares ou T suppressoras, que ajudam ou suprimem as células B a fazer anticorpos, ou células
T citotóxicas, que ajudam a matar vírus e tumores. As células “assassinas” naturais são também linfócitos e, similarmente às células T citotóxicas,
matam células tumorais e estão envolvidas na regulação do sistema imune (a chamada imunorregulação.
Outras células do sistema imunológico incluem os leucócitos que comem partículas, ou fagócitos, também chamados macrófagos. Estes derivam
dos monócitos e neutrófilos, também chamados de granulócitos. Estas células têm substâncias em seus grânulos que podem destruir organismos e
ajudar a controlar a inflamação.
Outros granulócitos são os basófilos e os eosinófilos, que ajudam a combater os parasitas, e também promovem a inflamação na asma e na rinite
alérgica. Os mastócitos são outro tipo de células granulares, sendo encontrados na pele, mucosa nasal, intestinos e em outros lugares. São células
muito importantes da reação alérgica. Várias células do sistema imunológico secretam substâncias chamadas citocinas, que recrutam outras
células, ativam e promovem o crescimento celular e matam células nocivas.
Problemas imunológicos
Muitas doenças, incluindo as alergias, as doenças autoimunes, o câncer e as imunodeficiências quando o sistema imunológico falha por alguma
razão.
Ocasionalmente, o corpo produz anticorpos e células T contra células ou órgãos do próprio corpo. Esses anticorpos são então chamados
“autoanticorpos” epodem atuar de várias maneiras. Por exemplo, eles podem se ligar ao pâncreas, levando ao diabetes; podem se ligar a nervos,
músculos ou células cerebrais, provocando a miastenia grave ou a esclerose múltipla; podem seligar às hemácias (glóbulos vermelhos), levando a
uma anemia.
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As afecções autoimunes, como o lúpus eritematoso sistêmico, descrito acima, envolvem o sistema imune em vários níveis. As células B estão
hiperativas, fabricando muitos autoanticorpos, enquanto as células T supressoras estão com baixa atividade. Além disso, são encontradas
anormalidades nas citocinas. Muitos fatores estão implicados na causa desses problemas, incluindo os vírus, produtos químicos, medicações, gens,
hormônios e fatores ambientais.
Felizmente há várias terapias para as doenças autoimunes, umas já estabelecidas, outras ainda em estudo: os agentes antinflamatórios, um
procedimento chamado plasmaferese, e os tratamentos com anti-citocinas e anti-anticorpos monoclonais.
O ponto importante a ser lembrado é que se você está com uma doença crônica, vá ver o seu médico. Ele poderá encaminhá-lo a um imunologista,
que irá examiná-lo, conduzir testes apropriados, fazer o diagnóstico e prescrever o tratamento mais adequado.
Células do sistema imunológico
Linfócitos B: transformam-se em plasmócitos, que fazem os anticorpos 
 Células T auxiliares (TH): produzem a imunidade celular (mediada por células) 
 Células Th6: ajudam no auto-reconhecimento 
 Células Tb: parece que “ligam” a reação alérgica 
 Células NK (“assassinas naturais”): matam células cancerosas 
 Macrófagos: comem partículas e processam os antígenos 
 Basófilos e mastócitos: glóbulos brancos do sangue que liberam histamina e outros mediadores, como parte da reação alérgica 
 Eosinófilos: glóbulos brancos que ajudam a matar os parasitas, e que também estão envolvidas na asma e na resposta alérgica
Fonte: www.alergias.med.br
Sistema Imunológico
Sistema Imunológico
LINFÓCITOS E O SISTEMA IMUNOLÓGICO
Uma modalidade bastante interessante na defesa de nosso corpo contra a infasão ou proliferação de qualquer agente biológico considerado
estranho ao mesmo é a atuação de nosso sistema imunológico, através da ação dos linfócitos.
Cada vez que um agente estranho como vírus, bactéria, toxina, fungo ou mesmo uma célula humana transplantada é detectada pelo nosso sistema
imunológico (tal tetecção se faz através da identificação de antígenos presentes na estrutura do agente estranho), uma quantidade muito grande de
linfócitos sensibilizados idênticos (clones) são formados e liberados na circulação, especificamente formados com a capacidade de identificarem
os tais antígenos detectados inicialmente como estranhos, aderirem-se às estruturas estranhas onde se encontram aqueles antígenos e, assim,
facilitar a sua destruição.
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Ao mesmo tempo, uma quantidade imensa de imunoglobulinas são também liberadas na circulação, também com a específica tendência de se
aderirem às estruturas antigênicas que suscitaram a sua formação.
Mais interessante ainda é que, mesmo tendo sido eliminados os agentes portadores dos antígenos considerados estranhos, uma memória
imunológica permanece e, durante anos, anticorpos específicos estarão circulando pelo nosso sistema vascular e nos protegendo contra novos
ataques daqueles mesmos agentes que, num primeiro contato, teriam sido detectados.
Os linfócitos não são formados exclusivamente na medula, como os demais leucócitos presentes no sangue, nem são derivados dos mieloblastos,
como aqueles.
Sua formação ocorre, durante todo o tempo, em diversos órgãos ou estruturas de nosso corpo que apresentam os denominados tecidos linfóides:
gânglios linfáticos, amígdalas, adenóides, timo, baço, placas de Peyer, etc.
Existem, na verdade, 2 tipos de linfócitos:
Linfócitos T: Responsáveis por uma modalidade de defesa chamada Imunidade Celular. Formam clones de linfócitos específicos para
combater os agentes portadores dos antígenos detectados a cada ataque e os lançam na circulação. Suas células precursoras, primitivas,
teriam sido processadas, durante a vida fetal, no timo. 
 Linfócitos B: Responsáveis por uma modalidade de defesa chamada Imunidade Humoral. Não formam clones. Cada vez que detectam a
presença de agentes com antígenos estranhos, transformam-se inicialmente e células maiores chamadas plasmoblastos. Estas, então,
passam a formar centenas de células chamadas plasmócitos. Cada plasmócito produz e libera na circulação, a cada segundo, milhares de
moléculas protéicas de imunoglobulinas. As imunoglobulinas são especificamente formadas com a capacidade de detectarem e aderirem-
se a cada estrutura portadora daqueles mesmos antígenos detectados por suas células produtoras.
Os anticorpos (imunoglobulinas) vão sendo liberados na circulação e podem eliminar os agentes considerados estranhos, destruindo-os, através de
uma ação direta ou indireta.
Ação Direta
As imunoglobulinas ligam-sediretamente às estruturas antigênicas dos agentes estranhos. Podem, então, desencadear diversos efeitos
como:
Aglutinação: Os anticorpos, aderidos aos seres estranhos, aderem-se uns aos outros, formando verdadeiros “grumos” ou aglutinados.
Estes serão, certamente, mais facilmente destruídos por outras células através da fagocitose. 
 Preciptação: Os anticorpos, aderidos aos seres estranhos, algumas vezes, formam complexos insolúveis aos líquidos corporais e se
precipitam. Assim também serão mais facilmente destruídos pelos macrófagos e demais leucócitos. 
 Neutralização: Os aticorpos podem se aderir justamente aos pontos de ação tóxica de uma toxina ou de um vírus, por exemplo,
neutralizando, assim, a sua toxicidade ou seu poder invasivo. 
 Lise: Os anticorpos, aderidos às estruturas antigênicas dos seres estranhos, destroem a membrana ou estrutura dos mesmos.
AÇÃO INDIRETA
Outros fenômenos teciduais podem ocorrer, simultaneamente à ação das imunoglobulinas com seus antígenos e, de certa forma, contribuir,
paralelamente, com a destruição e eliminação dos agentes então considerados estranhos.
A forma de atuação indireta mais interessante se dá através da ativação do sistema complemento.
Através deste sistema, diversas enzimas, quando ativadas, produzem no tecido uma série de fenômenos que visam complementar a ação dos
anticorpos na destruição dos agentes estranhos e facilitar a destruição dos mesmos tanto pelos anticorpos como pelos demais sistemas de defesa.
As enzimas, quando ativadas, podem provocar nos tecidos:
Glutinação 
 Precipitação 
 Neutralização 
 Lise 
 Quimiotaxia para neutrófilos e macrófagos 
 Opsonização 
 Inflamação
Fonte: www.geocities.com
Sistema Imunológico
O sistema imunológico tem como função reconhecer agentes agressores e defender o organismo da sua ação, sendo constituído por órgãos,
células e moléculas que asseguram essa proteção.
Entre as células do sistema imunológico, encontramos os glóbulos brancos, ou leucócitos.
Existem vários tipos de glóbulos brancos, com funções imunológicas específicas e diferenciadas, nomeadamente: os linfócitos, os neutrófilos
polimorfonucleares, os eosinófilos, os basófilos e os monócitos.
Por sua vez, os linfócitos podem ser de dois tipos: linfócitos T e linfócitos B.
Os linfócitos B diferenciam-se em plasmócitos, em resposta a elementos estranhos (os antigénios) e estes sintetizam anticorpos para combater os
elementos invasores.
Este tipo de resposta imunológica designa-se por Imunidade Humoral.
Os linfócitos T são responsáveis pela resposta imunológica designada como Imunidade Celular.
Podem ser linfócitos T4 (também conhecidos como células CD4) ou auxiliadores e são o elemento vigilante que alerta o sistema imunológico para
a necessidade de lutar contra o visitante indesejado através da síntese de substâncias químicas (as citocinas); e linfócitos T8 (também conhecidos
como células CD8) ou citotóxicos que são aqueles que destroem as células que estiverem infectadas.
O sistema imunológico conta ainda com os macrófagos, que resultam da diferenciação dos monócitos.
Os macrófagos digerem as células mortas e os elementos invasores, agindo sobretudo nos órgãos afetados.
Os glóbulos brancos são produzidos na medula óssea, um dos órgãos primários do sistema imunológico, juntamente com o timo.
Os órgãos secundários são o baço, as amígdalas e os adenóides e o sistema linfático, que inclui ou gânglios linfáticos.
A entrada do VIH no corpo e a sua multiplicação acelerada provocam uma diminuição dos linfócitos T auxiliadores (as células CD4), que são,
precisamente, aqueles que dão ordens aos outros «soldados» para atuar contra os inimigos.
Com o sistema imunológico enfraquecido, o seropositivo fica mais vulnerável aos microorganismos causadores de certas doenças, as chamadas
doenças oportunistas, que, regra geral, não atormentam as pessoas com um sistema de defesa forte.
Fonte: www.roche.pt
Sistema Imunológico
Assim como a mente humana permite que um indivíduo desenvolva um conceito do eu intelectual, o sistema imune provê um conceito do eu
biológico.
A função do sistema imune é defender o corpo contra invasores. Os micróbios (germes ou microrganismos), as células cancerosas e os tecidos ou
órgãos transplantados são interpretados pelo sistema imune como algo contra o qual o corpo deve ser defendido.
Embora o sistema imune seja complexo, a sua estratégia básica é simples: reconhecer o inimigo, mobilizar forças e atacar. Compreender a
anatomia e os componentes do sistema imune torna possível ver como essa estratégia funciona.
Anatomia
O sistema imune mantém seu próprio sistema de circulação (os vasos linfáticos), o qual permeia todos os órgãos do corpo, excetuando-se o
cérebro. Os vasos linfáticos contêm um líquido pálido e espesso (linfa) formado por um líquido carregado de gordura e de leucócitos.
Ao longo dos vasos linfáticos existem áreas especiais (linfonodos, tonsilas, medula óssea, baço, fígado, pulmões e intestinos) nas quais é possível
recrutar, mobilizar e deslocar linfócitos até zonas específicas como parte da resposta imune. O desenho engenhoso desse sistema assegura a
disponibilidade imediata e a produção rápida de uma resposta imune onde quer que seja necessário. A ação desse sistema pode ser observada
quando quando uma lesão ou uma infecção na ponta de um dedo da mão acarreta o aumento de um linfonodo no nível do cotovelo ou quando uma
infecção de garganta produz aumento dos linfonodos submaxilares. Os linfonodos aumentam de volume porque os vasos linfáticos drenam a
infecção, transportando-a até a área mais próxima na qual uma resposta imune pode ser organizada.
Macrófagos
Os macrófagos são leucócitos grandes que fagocitam (ingerem) micróbios, antígenos e outras substâncias.
Sistema linfático: Defesa Contra as Infecções
O sistema linfático é uma rede de linfonodos conectados por vasos linfáticos. Os linfonodos contêm uma malha de tecido em que linfócitos estão
intimamente unidos. Esta malha de linfócitos filtra, ataca e destrói organismos nocivos que causam infecções. Os linfonodos freqüentemente estão
aglomerados em áreas onde os vasos linfáticos se ramificam, como o pescoço, as axilas e virilhas.
A linfa, um líquido rico em leucócitos, circula através dos vasos linfáticos. A linfa ajuda a retornar a água, proteínas e outras substâncias dos
tecidos do organismo para a corrente sangüínea. Todas as substâncias absorvidas pela linfa passam através de pelo menos um linfonodo e da sua
malha filtrante de linfócitos.
Outros órgãos e tecidos do corpo – timo, fígado, baço, apêndice, medula óssea e pequenos aglomerados de tecido linfático (como as tonsilas na
garganta e as placas de Peyer no intestino delgado) também fazem parte do sistema linfático. Essas estruturas também ajudam o corpo no combate
às infecções.
Alguns Leucócitos que Combatem Infecções
 
Macrófago
 
Linfócito
 
Célula Assassina Natural
 
Neutrófilo
Um antígeno é qualquer substância que pode estimular uma resposta imune. As bactérias, os vírus, as proteínas, os carboidratos, as células
cancerosas e as toxinas podem atuar como antígenos.
O citoplasma dos macrófagos contém grânulos (ou pacotes) que consistem em várias substâncias químicas e enzimas que são envolvidas por uma
membrana.
Essas enzimas e substâncias químicas permitem ao macrófago digerir o micróbio ingerido, geralmente destruindo-o.
Os macrófagos não são encontrados no sangue. Ao invés disso, eles localizam-se estrategicamente onde os órgãos do corpo entram em contato
com a corrente sangüínea ou com o mundo exterior. Por exemplo, os macrófagos são encontrados onde os pulmões recebem o ar do exterior e
onde as células do fígado conectam-se com os vasos sangüíneos. Células similares presentes no sangue são denominadas monócitos.
Estrutura Básica em Y dos Anticorpos
A IgM é o anticorpo produzido após aexposição inicial a um antígeno. Por exemplo, quando uma criança recebe sua primeira vacina contra o
tétano, os anticorpos antitétano da classe IgM são produzidos 10 a 14 dias mais tarde (resposta de anticorpos primária). A IgM é abundante no
sangue, mas normalmente não se encontra presente nos órgãos ou nos tecidos.
A IgG, o tipo de anticorpo mais prevalente, é produzido após a exposição subseqüente a um antígeno. Por exemplo, após uma segunda vacina
antitetânica (reforço), a criança produz anticorpos da classe IgG em 5 a 7 dias. A resposta de anticorpos secundária é mais rápida e mais abundante
que a resposta primária.
A IgG está presente tanto no sangue como nos tecidos. Trata-se do único anticorpo que é transferido através da placenta, da mãe para o feto. A
IgG materna protege o feto e o recém nascido até que o sistema imune do bebê possa produzir seus próprios anticorpos.
A IgA é o anticorpo que tem um papel importante na defesa do corpo contra a invasão de microrganismos através das superfícies revestidas por
membrana mucosa (p.ex., nariz, olhos, pulmões e intestinos). A IgA é encontrada no sangue e em secreções como as do trato gastrointestinal, do
nariz, dos olhos, dos pulmões e no leite materno.
A IgE é o anticorpo que causa reações alérgicas agudas (imediatas). Neste aspecto, a IgE é a única classe de anticorpo que aparentemente faz mais
mal que bem.
Contudo, a IgE pode ser importante no combate às infecções parasitárias, como a oncocercose e a esquistossomose, as quais são comuns nos
países em desenvolvimento.
A IgD é um anticorpo presente em quantidades muito pequenas no sangue circulante. A sua função não é totalmente conhecida.
Sistema do Complemento
O sistema do complemento compreende mais de 18 proteínas. Essas proteínas atuam em cascata, com uma proteína ativando a proteína seguinte.
O sistema do complemento pode ser ativado por duas vias distintas. Uma via, denominada via alternativa, é ativada por certos produtos
microbianos ou antígenos. A outra via, denominada via clássica, é ativada por anticorpos específicos ligados a seus antígenos (complexos imunes).
O sistema do complemento atua para destruir substâncias estranhas, seja diretamente ou em conjunto com outros componentes do sistema imune.
Citocinas
As citocinas atuam como mensageiros do sistema imune. Essas substâncias são secretadas por células do sistema imune em resposta à
estimulação. As citocinas amplificam (ou ajudam) alguns aspectos do sistema imune e inibem (ou suprimem) outros. Muitas citocinas já foram
identificadas e a lista continua aumentando.
Algumas citocinas podem ser injetadas como tratamento de certas doenças. Por exemplo, o interferon alfa é eficaz no tratamento de certos
cânceres, como a leucemia das células pilosas. Outra citocina, o interferon beta, pode ser útil no tratamento da esclerose múltipla. Uma terceira
citocina, a interleucina-2, pode ser benéfica no tratamento do melanoma maligno e do câncer de rim, embora seu uso produza efeitos adversos.
Uma outra citocina, o fator estimulador de colônias de granulócitos, o qual estimula a produção de neutrófilos, pode ser administrada em pacientes
de câncer com contagens baixas de neutrófilos causadas pela quimioterapia.
Complexo de Histocompatibilidade Principal
Todas as células possuem moléculas sobre suas superfícies que são exclusivas de cada indivíduo. Essas moléculas são denominadas complexo de
histocompatibilidade principal. Através de suas moléculas do complexo de histocompatibilidade principal, o corpo é capaz de diferenciar o que lhe
é próprio do que não o é. Qualquer célula que apresenta moléculas idênticas do complexo de histocompatibilidade principal é ignorada; qualquer
célula que apresenta moléculas diferentes do complexo de histocompatibilidade principal é rejeitada.
Existem dois tipos de molécula do complexo de histocompatibilidade principal (também denominadas antígenos leucocitários humanos ou HLA):
classe I e classe II. As moléculas do complexo de histocompatibilidade principal classe I estão presentes em todas as células do corpo, exceto nos
eritrócitos. As moléculas do complexo de histocompatibilidade principal classe II estão presentes apenas sobre as superfícies dos macrófagos, dos
linfócitos B e dos linfócitos T que foram estimulados por um antígeno. As moléculas do complexo de histocompatibilidade principal das classes I
e II de um indivíduo são únicas. Embora gêmeos idênticos possuam moléculas do complexo de histocompatibilidade principal idênticas, a
probabilidade de gêmeos não idênticos possuírem moléculas idênticas é baixa (1 para 4) e extraordinariamente baixa entre os indivíduos não
irmãos.
As células do sistema imune aprendem a diferenciar o que é próprio do organismo do que o que não o é no timo. Quando o sistema imune começa
a desenvolver-se no feto, células-tronco migram para o timo, onde dividem-se até converterse em linfócitos T. Durante o desenvolvimento do
timo, qualquer linfócito T que reaja frente às moléculas do complexo de histocompatibilidade principal do timo é eliminado. À qualquer linfócito
T que tolere o complexo de histocompatibilidade principal do timo e aprenda a cooperar com células que apresentam moléculas exclusivas do
complexo de histocompatibilidade principal do corpo é permitida a maturação e a sua saída do timo.
O resultado é que os linfócitos T maduros toleram as células próprias do corpo e podem cooperar com outras células do organismo quando
solicitadas para defendê-lo. Se os linfócitos T não se tornarem tolerantes às moléculas do complexo de histocompatibilidade principal, eles podem
atacar o corpo. No entanto, algumas vezes, os linfócitos T perdem a capacidade de diferenciar o que é próprio do corpo do que não o é,
acarretando doenças auto-imunes como o lúpus eritematoso sistêmico (lúpus) ou a esclerose múltipla.
Imunidade e Resposta Imune
O sistema imune desenvolveu uma rede complexa de controles e equilíbrios que pode ser classificada em duas categorias: imunidade natural
(inata) e adquirida (aprendida).
Todos os indivíduos nascem com imunidade inata. Os componentes do sistema imune que participam da imunidade inata (macrófagos, neutrófilos
e complemento) reagem de forma similar frente a todas as substâncias estranhas, e a identificação dos antígenos não varia de indivíduo para
indivíduo.
Como o nome indica, a imunidade adquirida é aprendida. Ao nascer, o sistema imune de um indivíduo ainda não enfrentou o mundo exterior nem
começou a formar seus arquivos de memória. O sistema imune aprende a responder a cada novo antígeno que ele encontra. Portanto, a imunidade
adquirida é específica contra os antígenos encontrados por um indivíduo durante a vida. O pontochave da imunidade específica é a sua capacidade
de aprender, de adaptar-se e de lembrar-se.
O sistema imune possui um registro ou memória de cada antígeno que o indivíduo entra em contato, seja através dos pulmões (respiração), do
intestino (alimentação) ou da pele. Isto é possível porque os linfócitos vivem muito tempo.Quando os linfócitos encontram um antígeno pela
segunda vez, eles produzem uma resposta rápida, enérgica e específica contra o mesmo. Essa resposta imune específica explica por que os
indivíduos não apresentam varicela ou sarampo mais de uma vez e também explica por que a vacinação é tão eficaz na prevenção de doenças. Por
exemplo, para evitar a poliomielite, o indivíduo recebe uma vacina produzida a partir de uma forma atenuada do vírus da poliomielite.
Posteriormente, quando ele é exposto ao vírus da poliomielite, o sistema imune pesquisa seus arquivos de memória, encontra os “dados” sobre este
vírus e ativa rapidamente as defesas adequadas. Como conseqüência, o vírus da poliomielite é eliminado por anticorpos específicos que
neutralizam o vírus antes que ele tenha a chance de multiplicar-se e de invadir o sistema nervoso.
A imunidade inata e a imunidade adquirida não são independentes uma da outra. Cadasistema atua em relação ao outro e o influencia, seja
diretamente ou através da indução de citocinas (mensageiros). Raramente um estímulo desencadeia uma resposta isolada. Ao contrário, ocorrem
várias respostas, algumas das quais podem atuar em conjunto ou, ocasionamente, podem conflitar entre si. De todos os modos, todas as respostas
dependem dos três princípios básicos: reconhecimento, mobilização e ataque.
Reconhecimento
Antes do sistema imune conseguir responder a um antígeno, ele deve ser capaz de reconhecê-lo. Ele é capaz de fazer isto por meio de um processo
denominado processamento do antígenos. Os macrófagos são as principais células processadoras de antígenos, mas outras células (p.ex., linfócitos
B) também podem processá-los.
As células processadoras de antígenos fagocitam (ingerem) o antígeno e o degradam em pequenos fragmentos. A seguir, os fragmentos são
colocados dentro das moléculas do complexo de histocompatibilidade principal e enviados para a superfície da membrana celular. A área do
complexo de histocompatibilidade principal que possui o fragmento do antígeno liga-se então a uma molécula especial situada na superfície do
linfócito T, denominada receptor de células T. O receptor de células T foi projetado para se encaixar – como uma chave em uma fechadura – à
parte do complexo de histocompatibilidade principal que contém o fragmento do antígeno.
Os linfócitos T possuem dois subgrupos principais que diferem em sua capacidade de ligar-se a uma das duas classes de moléculas do complexo
de histocompatibilidade principal. O subgrupo de linfócitos T com uma molécula CD8 sobre a sua superfície pode ligar-se a moléculas da classe I
do complexo de histocompatibilidade principal. O subgrupo de linfócitos T com uma molécula CD4 sobre a sua superfície pode ligar-se a
moléculas da classe II do complexo de histocompatibilidade principal.
Mobilização
Após um antígeno ser reconhecido por uma célula processadora de antígenos e por um linfócito T, ocorre uma série de eventos para mobilizar o
sistema imune.
Quando uma célula processadora de antígenos fagocita um antígeno, ela libera citocinas (p.ex., interleucina-1, interleucina-8 ou interleucina-12)
que atuam sobre outras células. A interleucina-1 mobiliza outros linfócitos T; a interleucina-12 estimula as células assassinas naturais a se
tornarem destruidores mais potentes e a secretar o interferon; a interleucina-8 atua como um farol, orientando os neutrófilos ao local onde o
antígeno foi encontrado. Esse processo de atração e de recrutamento de células é denominado quimiotaxia.
Quando os linfócitos T são estimulados através de seus receptores de célula T, eles produzem várias citocinas que ajudam a recrutar outros
linfócitos, o que amplifica a resposta imune. As citocinas também podem ativar as defesas imunes inespecíficas (inatas). Por essa razão, as
citocinas atuam como uma ponte entre as imunidades inata e adquirida.
Ataque
Grande parte da maquinaria do sistema imune tem como finalidade destruir ou eliminar os micróbios invasores assim que eles são reconhecidos.
Os macrófagos, os neutrófilos e células assassinas naturais são capazes de eliminar muitos invasores estranhos.
Como os linfócitos T reconhecem os Antígenos
Quando não é possível eliminar totalmente um invasor, podem ser construídas paredes para aprisioná-lo. Essas paredes são formadas por células
especiais e são denominadas granulomas. A tuberculose é um exemplo de infecção que não é totalmente eliminada; as bactérias causadoras da
tuberculose são aprisionadas no interior de um granuloma. A maioria dos indivíduos saudáveis expostos a essas bactérias rechaça a infecção
tuberculosa, mas algumas bactérias sobrevivem indefinidamente, geralmente no pulmão, circundadas por um granuloma. Se o sistema imune
enfraquecer (mesmo 50 ou 60 anos depois), as paredes da prisão desmoronam e as bactérias causadoras da tuberculose recomeçam a multiplicar-
se.
O corpo não combate todos os invasores da mesma forma. É relativamente fácil combater invasores que permanecem fora das células do corpo
(organismos extracelulares); o sistema imune mobiliza defesas para facilitar a sua ingestão pelos macrófagos e outras células. O modo como o
sistema imune realiza isto depende do fato dos invasores serem encapsulados (possuírem uma cápsula espessa ao seu redor) ou não serem
encapsulados. Os invasores que penetram na célula (organismos intracelulares) e permanecem viáveis (vivos) e funcionais são combatidos de um
modo totalmente diferente.
Organismos Extracelulares Encapsulados
Algumas bactérias possuem uma cápsula que protege sua parede celular, impedindo que os macrófagos as reconheçam. Um exemplo comum de
bactéria encapsulada é o estreptococo, o qual causa a faringite estreptocócica. A resposta imune consiste na produção de anticorpos contra a
cápsula pelos linfócitos B.
Os anticorpos também neutralizam as toxinas produzidas por certas bactérias.
Após serem produzidos, os anticorpos aderem às cápsulas. A unidade bactéria-anticorpo é denominada complexo imune. O complexo imune adere
a um receptor sobre um macrófago. Esse encaixe facilita a fagocitose de todo o complexo pelo macrófago, onde as bactérias são digeridas. Os
complexos imunes também ativam a cascata do sistema do complemento. A aderência de produtos da cascata do complemento ao complexo
imune torna muito fácil a identificação de complexos imunes pelos macrófagos, os quais então fagocitam o conjunto.
Organismos Extracelulares Não Encapsulados
Algumas bactérias possuem apenas uma parede celular; não possuem cápsula e são consideradas não encapsuladas. Escherichia coli, uma causa
comum de intoxicação alimentar e infecções do trato urinário, é um exemplo de bactéria não encapsulada. Quando bactérias não encapsuladas
invadem o corpo, macrófagos, células assassinas naturais, citocinas e a cascata do complemento entram rapidamente em ação.
Os macrófagos possuem sensores que reconhecem moléculas na superfície das bactérias não encapsuladas. Quando essas moléculas e os sensores
estão acoplados, a bactéria é engolfada pelo macrófago em um processo chamado fagocitose. A fagocitose estimula o macrófago a liberar várias
citocinas que atraem os neutrófilos. Então, os neutrófilos engolfam e matam ainda mais bactérias. Algumas das citocinas liberadas pelos
macrófagos ativam as células assassinas naturais, que podem, então, matar parte das bactérias diretamente, ou podem ajudar os neutrófilos e os
macrófagos a matar com mais eficiência.
Bactérias não encapsuladas também ativam a cascata do sistema do complemento. O complemento ajuda a destruir as bactérias e libera um
produto que funciona como sinalizador para atrair neutrófilos, que, então, podem destruir as bactérias que restaram.
Organismos Intercelulares
Alguns microrganismos (p.ex., bactérias causadoras da tuberculose) sobrevivem melhor no interior da célula. Como esses organismos devem
entrar na célula para viverem, eles não possuem defesas específicas contra a fagocitose. Ao serem fagocitados, eles são seqüestrados no interior da
célula em uma estrutura protetora denominada vesícula ou vacúolo. As vesículas podem fundir-se com outras vesículas no citoplasma, do mesmo
mdo como as vesículas que reunem e envolvem as moléculas do complexo de histocompatibilidade principal classe II.
À medida que essas vesículas se fundem, o complexo de histocompatibilidade principal recolhe alguns dos fragmentos das bactérias. Quando o
complexo de histocompatibilidade principal é encaminhado até a superfície celular, ele contém esses fragmentos estranhos. As moléculas do
complexo de histocompatibilidade principal são identificadas pelos linfócitos T, os quais respondem ao fragmento do antígeno liberando citocinas.
As citocinas ativam os macrófagos. Essa ativação acarreta a produção de novas substâncias químicas no interior da célula. Essas substâncias
químicas permitem então que o macrófago destrua os organismospresentes no interior da célula.
Algumas citocinas promovem a produção de anticorpos. Os anticorpos são úteis na defesa contra organismos extracelulares; mas são ineficazes
contra as infecções intracelulares.
Os vírus são um exemplo de outro organismo que deve entrar na célula para poder sobreviver. No entanto, os vírus não são processados nas
vesículas, mas em estruturas especiais chamadas proteossomos. Os proteossomos quebram o vírus em fragmentos que são transportados para uma
outra estrutura intracelular denominada retículo endoplasmático rugoso (a fábrica da célula na qual as proteínas são produzidas). As moléculas do
complexo de histocompatibilidade principal classe I são também produzidas no interior do retículo endoplasmático rugoso. À medida que as
moléculas do complexo de histocompatibilidade principal classe I são produzidas, elas capturam fragmentos virais e os transportam consigo
quando são lançadas até a superfície celular.
Certos linfócitos T reconhecem as moléculas classe I, as quais contêm agora fragmentos virais, e ligam-se a essas moléculas. Quando a conexão se
completa, um sinal enviado através da membrana celular desencadeia a ativação dos linfócitos T antígeno-específicos, a maioria dos quais
transforma-se em células T assasssinas. No entanto, ao contrários das células assassinas naturais, os linfócitos T assassinos destroem apenas as
células infectadas pelo vírus específico que estimulou a sua ativação. Por exemplo, os linfócitos T assassinos ajudam a combater o vírus da gripe.
A razão pela qual a maioria dos indivíduos necessita de 7 a 10 dias para recuperar-se de uma gripe este é operíodo de tempo necessário para a
produção de células T assassinas especificamente projetados para combater o vírus da gripe.
Reações Auto-imunes
Algumas vezes, o sistema imune não funciona corretamente, identifica erroneamente os tecidos do corpo como estranhos e os ataca, resultando em
uma reação auto-imune.
As reações auto-imunes podem ser desencadeadas de várias maneiras:
Uma substância no corpo que normalmente está restrita a uma área específica (e, conseqüentemene, escondida do sistema imune) é liberada na
circulação geral.
Por exemplo, o líquido do globo ocular normalmente está contido nas câmaras do globo ocular. Quando um golpe sobre o olho libera esse líquido
na corrente sangüínea, o sistema imune poderá reagir contra ele.
Uma substância normal do corpo é alterada. Por exemplo, a estrutura de uma proteína pode ser de tal modo modificada por vírus, medicamentos,
luz solar ou radiação que parece estranha.
O sistema imune responde a uma substância estranha cujo aspecto é semelhante a uma substância natural do corpo e, inadvertidamente, passa a
atacar a substância do corpo como se fosse a substância estranha.
Algo funciona mal nas células que controlam a produção de anticorpos. Por exemplo, linfócitos B cancerosos podem produzir anticorpos anormais
que atacam os eritrócitos. Os resultados de uma reação auto-imune variam. A febre é comum. Vários tecidos podem ser destruídos: vasos
sangüíneos, cartilagem, pele, etc. Praticamente qualquer órgão pode ser atacadopelo sistema imune, inclusive os rins, os pulmões, o coração e o
cérebro. A inflamação e a lesão tissular resultantes podem causar insuficiência renal, distúrbios respiratórios, disfunção cardíaca, dor, deformação,
delírio e morte.
É quase certo que um grande número de distúrbios possuem uma causa auto-imune, incluindo o lúpus (lúpus eritematoso sistêmico), a miastenia
grave, a doença de Graves, a tiroidite de Hashimoto, o pênfigo, a artrite reumatóide, a esclerodermia, a síndrome de Sjögren e a anemia perniciosa.
Fonte: www.msd-brazil.com
Sistema Imunológico
Importancia e funções do sistema imunologico
O sistema imunológico assume um papel muito importante no organismo humano, isso porque ele é composto por células que garantem a defesa
do corpo.
Dispondo dele, as pessoas têm menos chances de desenvolver doenças graves.
Outra função do sistema imunológico é atuar na limpeza do organismo, removendo assim as células mortas e outras estruturas que podem dar
origem a tumores cancerígenos. Podemos considerar assim o sistema imunológico um mecanismo natural que visa a proteção do corpo.
Diversos vírus não conseguem afetar o organismo devido a barreira exercida pelo sistema imunológico, mas esse conceito abrage uma exceção, o
HIV. O vírus causador da AIDS prejudica todas as funções do sistema imunológico.
Fonte: www.gandaiabr.net
Sistema Imunológico
As defesas contra os microrganismos dependem da capacidade do indivíduo produzir substâncias e células do sistema imunológico. Para que isso
ocorre todo o indivíduo deve estar bem nutrido e ter o sistema genéticamente integro. A primeira linha de defesa ocorre localmente com secreções
normais, seguida de migração local de células de defesa, especialmente macrófagos e numa terceira fase agentes sistêmicos (células e
imunocomplexos), que chegam ao local da infecção via sangüínea ou intersticial (sistema linfocitário).
Mecanismos de defesa local
A primeira barreira de defesa contra as agressões por agentes patogênicos (fungos, bactérias e fungos) são as substâncias contidas nos mucos e
secreção normais do organismo, como saliva, oleosidade da pele, mucos das vias aéreas e vias urinárias. Este tipo de defesa não é específico, ou
seja, combate qualquer agente, e consegue impedir sua ação patogênica, se estes forem em pequeno número. As fases seguintes dependem dos
mecanismos sistêmicos de defesa, tanto celular, como humoral.
A figura abaixo ilustras dois fenômenos de defesa, os leucócitos atravessando a parede do vaso (diapedese leucocitária) e indo em direção aos
agentes infecciosos (bactérias de coloração azul), na parte superior do desenho, e a reparação da parede do vaso com aglomerado de plaquetas e
formação de fibrina (elementos e filamentos em azul) na parte inferior do desenho.
Na barreira inespecífica destaca-se os macrófagos, célula fagocitária, cuja captação dos microrganismos são facilitadas pelas opsoninas (do grego,
opsono = preparar comestíveis para). Via de regra, a imunoglobulina G (IgG) específica é a mais efetiva opsonina para os macrófagos, mas o
componente do complemento C3b promove a captação de muitos microrganismos quando o anticorpo se encontra com título baixo e insuficiente.
O macrófago, também, pode destruir alguns microrganismos na ausência de opsoninas, desde que ocorra ligação direta entre seus receptores e as
bactérias, por exemplo, com algumas espécies de Staphylococcus aureus.
Para que ocorra fagocitose dos microrganismos capsulados (Ex. S. pneumoniae, H. influenzae, E. coli e P. aeruginosa), há necessidade da ação do
sistema de complemento e anticorpo.
Agentes facilitadores dos macrófagos
O macrófago amplifica a resposta inflamatória, secretando lipídeos bioativos e glicoproteínas com propriedades quimiotáticas e
imunorreguladoras, como os leucotrienos, prostaglandinas, interleucinas (IL-1), interferons, fator de necrose tumoral (TNF) e o fator estimulador
de colônias.
O macrófago também produz proteases e antioxidantes que protegem o indivíduo. Possui capacidade de apresentar antígenos e iniciar a reação de
imunidade celular e humoral. O uso de corticóide pode piorar a produção dos mediadores inflamatórios pelo macrófago, aumentando a freqüência
e gravidade das infecções.
Mecanismos de defesa sistêmico celular
No mecanismo de defesa sistêmico celular os neutrófilos são essenciais tanto contra infecções bacterianas, como fúngicas. Sabe-se que o
neutrófilo possui armas poderosas para combater bactérias, entre elas as reações da cadeia respiratória, que geram produtos decorrentes da redução
do oxigênio e da liberação por seus grânulos de proteínas microbicidas, como a lisozima, a lactoferrina, o fator bactericida estimulante da
permeabilidade de membrana, as defensinas e as proteases.
Muitos destes produtos são liberadosno meio extracelular em que pode haver microrganismos resistentes à fagocitose inicial dos macrófagos.
Embora os neutrófilos destruam muitos microrganismos mais eficientemente que o macrófago, a colaboração da fagocitose também é importante
na defesa do hospedeiro.
Esta atividade antimicrobiana dos neutrófilos é estimulada pelo TNF, IL-1 e outros fatores liberados pelos macrófagos descritos acima. A
eliminação de vários microrganismos requer ação sinérgica dos vários tipos de células com capacidade fagocitária.
Recrutamento das células sangüíneas de defesa
O processo infeccioso estimula o recrutamento dos neutrófilos através de várias vias. Em uma delas ocorreria liberação de peptídeos pelas
bactérias com capacidade de estimular a adesão e migração dos leucócitos. Além disso, a ativação pelas bactérias da via alternativa do
complemento gerando C5a, que também é potente fator quimiotático, facilita a migração dos neutrófilos.
Após o recrutamento dos neutrófilos da corrente sangüínea para a região lesada se dá então o acoplamento delas ao endotélio capilar. Este
processo é mediado por moléculas determinantes de aderência, também chamadas de moléculas de adesão, tais como moléculas de adesão
leucócito-endotélio (ELAM), moléculas de adesão interstício-celular (ICAM), selectinas, dentre outras. Como resultante desta interação
reversível, os neutrófilos se acumulam na superfície das células endoteliais através da ação de várias substâncias mediadoras como o fator de
ativação plaquetária (PAF), óxido nítrico (NO), prostaglandina E (PGE), interleucina-1 (IL-1), interleucina-8 (IL-8) e fator de necrose tumoral.
Finalmente, os neutrófilos migram através da parede dos capilares para o local da infecção.
Mecanismos de defesa humoral
A resposta imunológica específica (defesa humoral) é uma complementação da resposta inflamatória celular contra antígenos específicos dos
agentes infecciosos.
A imunidade humoral é feita pelo linfócito B (com a produção de anticorpos) que, após ativação e diferenciação em células plasmáticas
estimuladas por linfocinas produzidas por linfócitos T.
Bactérias como Pneumococo, H. influenzae, Neisseria sp e alguns gram-negativos são patógenos extracelulares que se multiplicam
independentemente nas células do hospedeiro, e só são destruídas pelos fagócitos quando opsonisados por anticorpos específicos da classe das
imunoglobulinas que são produzidos pelos plasmócitos, que se diferenciam dos linfócitos B após reconhecerem o antígeno específico.
A ligação dos microrganismos à IgM e IgG ativa a via clássica da cascata do complemento, facilitando a ingestão pelos fagócitos, assim como a
lise mediada pelo complemento, das bactérias suscetíveis. A IgG tem poder de opsonisação muito maior que o complemento, promove a
fagocitose através dos receptores Fc no macrófago e no neutrófilo. Da mesma forma que a IgA, a IgG e a IgM também contribuem na defesa
contra os vírus.
A IgG possui atividade anticorpo contra vários microrganismos. Na resposta imune primária o anticorpo específico aparece no sangue apenas
entre cinco e sete dias após o início da infecção. Quando imunizados previamente, tanto a IgG como a IgM, aparecem poucas horas após a
infecção como resultante da exsudação plasmática.
Imunidade celular
A imunidade celular é essencial na defesa do hospedeiro contra patógenos intracelulares (vírus), que são capazes de se multiplicar no interior do
macrófago parasitando-a.
A imunidade celular depende da interação entre o linfócito T e o macrófago para controlar as infecções. A indução da imunidade celular necessita
da apresentação do antígeno microbiano pelo macrófago (célula apresentadora de antígeno) ao linfócito T, que promove uma expansão clonal de
antígenos específicos sob a influencia da IL-1, IL-2 e outras citocinas.
A célula T ativada produz linfocinas que estimulam a produção de anticorpos e aumentam as vias microbicidas das células fagocitárias (resposta
TH2). A ativação da célula T pode levar linfócitos citotóxicos a promoverem a lise das células do hospedeiro, invadidas por microrganismos.
Tanto os linfócitos T auxiliadores (CD4+) como os linfócitos T supressores (CD8+) participam deste processo.
A ligação da IgG aos antígenos virais nos receptores Fc promove a destruição das células infectadas pelos virus por meio da ação das células
Natural Killer (NK), pelos linfócito T citotóxico e pelos fagócitos. Este processo é conhecido como citotoxicidade.
Os linfócitos T auxiliares CD4+ reconhecem o antígeno presente, através das moléculas classe II do complexo maior de histocompatibilidade
(MHC) e são as maiores fontes de interferon gama, principal linfocina ativadora dos macrófagos (resposta Th6), na resistência às infecções
intracelulares.
Os linfócitos T supressores CD8+ reconhecem o antígeno através das moléculas classe I dos complexos maiores de histocompatibilidade (MHC),
promovendo a atividade citotóxica contra as células infectadas e produzindo linfocinas reguladoras.
As células natural Killer (NK) também contribuem nesta linha de defesa, são linfócitos não antígeno-específico, mas quando ativados pelas
citocinas, como o TNF, IL-1 e IL-2, liberam interferon gama que lisam células infectadas.
Com este breve resumo podemos imaginar quão complexo é o sistema de defesa do organismo humano e incrível grau de sofisticação e inter-
relação entre eles.
Referência
Schultz RM, Liebman MN – Cap.9 Proteínas Parte II: Relações Estruturais -Função nas Famílias de Proteínas (Moléculas de Anticorpo), In:
Devlin TM Coord. – Manual de Bioquímica com correlações clínicas. Editora Edgard Blücher 2003.
Fonte: www.sbi.org.br
Sistema Imunológico
1 – Conceito e descrição
O sistema imune do nosso corpo é de grande eficiência no combate a microorganismos invasores. Mas não é só isso, ele é responsável pela
“limpeza” do organismo, ou seja, a retirada de células mortas, a renovação de determinadas estruturas, rejeição de enxertos, e memória
imunológica*.
Existe uma variedade de locais onde podemos encontrar tecidos linfóides. O tecido linfóide pode estar acumulado formando os linfonodos que se
interpõem entre os vasos linfáticos do corpo, pode fazer parte do parênquima de órgãos maciços como o baço, o timo ou as placas de Peyer do
íleo. As tonsilas (amígdalas) são formadas puramente por tecido linfóide. Alguns órgãos não possuem tecido linfóide, mas tem uma grande
população de macrófagos prontos para agir e fazer a “limpeza” do local, como por exemplo o pulmão (macrófagos alveolares) , o fígado (células
de Kuppfer), o cérebro (micróglias) e a pele (células de Langehans).
Células do sistema imune são altamente organizadas como um exército. Cada tipo de célula age de acordo com sua função. Algumas são
encarregadas de receber ou enviar mensagens de ataque, ou mensagens de supressão (inibição), outras apresentam o “inimigo” ao exército do
sistema imune, outras só atacam para matar, outras constroem substâncias que neutralizam os “inimigos” ou neutralizam substâncias liberadas
pelos inimigos”.
Neste capítulo descrevemos cada célula que compõem este extraordinário sistema imune.
2.1 – Células do sistema imune
As células do sistema imune são denominadas leucócitos (leukos=branco), pois são células brancas do sangue. O número de leucócitos por
milímetro de sangue no adulto normal é de 5.000 a 10.000. Ao nascimento, o sangue da criança contém 20.000 leucócitos/mm³ de sangue e vai
decrescendo com a vida e aos 12 anos atinge a faixa do adulto.Isso ocorre porque a criança ainda não tem as barreiras naturais do organismo
completamente desenvolvidas, tendo mais facilidades de contrair infecções de diversas naturezas.Por essa razão é necessário que haja uma
população de leucócitos maior para a proteção da criança.
Denomina-se leucocitose o fenômeno em que o número destas células sobe acima de 10.000/mm³ de sangue e leucopenia quando desce abaixo de
2.000/mm³ de sangue. Na leucemia(câncer de leucócitos) encontramos mais de 100 mil leucócitos/mm³ de sangue.
As células derivadas exclusivamente da medula, são nomeadas de acordo com a sua coloração pelo corante universal hematoxilina-eosina. São
eles os leucócitos granulócitos : neutrófilos; eosinófilos e basófilos. A hematoxilina é um corante básico e a eosina um corante ácido. Os
leucócitos eosinófilos tem afinidade pela eosina ,ou seja, tem afinidade por corante ácido (também chamado de leucócito acidófilo) e o basófilo
tem afinidade pela hematoxilina, que é um corante básico, então chamado basófilo. As células acidófilas se coram em vermelho e as basófilas em
azul escuro. Já os neutrófilos ou polimorfonucleares são corados por corante neutros, ou seja de pH=7.
Os linfócitos são agranulócitos (quer dizer, sem grânulos no citoplasma), que são indentificáveis pela microscopia óptica pelo sua imensa massa
nuclear que toma quase todo o citoplasma. São células indiferenciadas entre si pela microscopia óptica, entretanto podem ser diferenciadas pelas
técnicas imunocitoquímicas que detectam o CD (cluster differenciation) é possível saber que tipo de linfócito está se observando. Os linfócitos são
divididos em linfócitos T, linfócitos B e linfócitos NK, sendo o LT responsável principalmente pelo auxílio ao sistema imune e resposta imune
celular, o linfócito B responsável pela resposta imune humoral (com detalhes do capítulo 5) e os linfócitos NK pela resposta imune inespecífica.
Os LT e os LB produzem resposta imune específica, pois ambos são estimulados a partir de epítopos de antígeno específico. Neste caso formarão
populações monoclonais específicas para atacar o antígeno em questão.
Temos ainda as células do sistema monocítico fagocitário (SMF) antigamente conhecido por sistema retículo-endotelial). Estas células são
especialistas em fagocitose e apresentação de antígeno ao exército do sistema imune. São elas : macrófagos alveolares, micróglia, células de
Kuppfer, células dendríticas, células de Langehans e macrófagos em geral.
2.2.2 – Função, morfologia, e mecanismos de ação das células do sistema imune
Neste bloco iremos tratar sobre a estrutura morfológica sob aspecto microscópico, funções das células e mecanismos de ação delas.
As células do sistema imune são dependente uma das outras, pois se comunicam através de citocinas (ou interleucinas) e modulam a resposta
imune.
2.2.1– Neutrófilos ou segmentados
São células polimorfonucleares (PMN), ou seja, possuem um núcleo bilobulado, trilobulado ou pentalobulado. A presenças deste lóbulos
nucleares ajuda na identificação destas células na microscopia óptica. Estes lóbulos são interligados por cromatina . A cromatina nuclear dos
neutrófilos estando frouxa indica que a célula é jovem, e se estiver condensada indica célula antiga. Um pequeno apêndice aparece ao lado do
núcleo de neutrófilos de pessoas do sexo feminino. Este apêndice é a manifestação visual da cromatina sexual (cromossomo X).
São os leucócitos mais populosos do sangue, fazendo parte de aproximadamente 65% dos leucócitos do sangue. Eles são os principais fagócitos do
sangue e participam da reação inflamatória, sendo sensíveis a agentes quimiotáxicos liberados pelos mastócitos, basófilos e complemento*.
Agentes quimiotáxicos são substâncias que atraem os neutrófilos até o local, ajudando no movimento em direção ao agente agressor. A leucocitose
de neutrófilos pode indicar uma infecção bacteriana, visto que este leucócitos participam da fagocitose de bactérias e são altamente estimulados
numa infecção deste tipo, que é chamado no de desvio à esquerda no estudo do hemograma.
Os neutrófilos são células piogênicas, ou seja, dão o aspecto purulento nas inflamações, aquele “líquido leitoso” do pus. O pus é formado por
substâncias bacterianas, bactérias mortas, sangue, mas principalmente por neutrófilos que morreram em combate. Eles possuem receptores de
superfície denominados LFA-1( presente também em macrófagos ) , que é uma molécula de adesão, se ligando ao ICAM-1 dos endotélios, que se
refere ao receptor de neutrófilos nos vasos. Ao se ligar ao endotélio, o neutrófilo realiza a diapedese, que é o processo no qual o neutrófilo
atravessa os póros do endotélio dilatado em entra no tecido. O endotélio se dilata pela presença de vasodilatadores como histamina, prostaglandina
E2, prostaciclina e componete C5a do complemento.
Os neutrófilos possuem em sua membrana receptores para o componente C3b do complemento . O C3b estimula a fagocitose pelos neutrófilos e o
componente C5a é um importante quimiotáxico para eles, aumentando também o seu metabolismo. O C3b é gerada pela fixação do complemento
e quando liberada na reação se liga ao receptor de superfície do neutrófilo fazendo opsionização, ou seja, ajuda na ingestão do material pelos
fagócitos. Os neutrófilos ainda possuem receptores da fração FC das IgGs chamadas de FCgamaR. Estas imunoglobulinas IgG (neste caso são
opsoninas) envolvem o material a ser fagocitado e se liga a este receptor de superfície, ocorrendo a emissão de pseudópodes e englobamento da
partícula.
O citoplasma destes granulócitos neutrófilos é rico em grânulos específicos (que se coram por corantes neutros), mas também possuem grânulos
azurófilos que não são específicos para eles. Os grânulos azurófilos contém fosfatase ácida , mielo-peroxidase, proteínas básicas e glicosaminas
sulfatadas ( se coram em púrpura pela coloração de Romanowsky). Já os grânulos específicos contém fosfatase alcalina, colagenase, lactoferrina e
lisozima (Quadro 2.1)
A mieloperoxidase(MPO) é uma enzima que compõem o sistema “peróxido de hidrogênio-MPO-hialida”. Este é o sistema mais eficiente e mais
importante anti-microbiana presente no grânulos azurófilos dos neutrófilos.
O mecanismo de ação dela se baseia no seguinte:
O neutrófilo sintetiza peróxido de hidrogênio por ação da enzima superóxido desmutase (SOD) a partir de 2 moléculas de superóxido. A MPO
converte o peróxido de hidrogênio em presença de uma hialida como o cloreto(Cl-) em HOCl-, que é um poderosíssimo oxidante.Isto mata a
bactéria por oxidar sua membrana plasmática e criar ligação moleculares prejudiciais ( faz união dos radicais sulfidrila dos aminoácidos cisteína
das proteínas superficiais). Devemos destacar aqui uma doença denominada doença granulomatosa crônica da infância (DGC), que se caracteriza
por defeito nos genes que codificam a MPO. Não havendo a MPO, a criança fica muito vulnerável a infecções oportunistas e recidivantes.
A lisozima presente nos fagócitos em geral, hidrolisa (quebra) a parede de bactérias gram-positivas principalmente. Este enzima hidrolisa a
ligação entre a cadeia de ácido N-acetil-murâmico e o N-acetil-glucosamina da parede celular (camadas de peptidoglicana*).
A lactoferrina é um ligante do ferro, que é importantíssimo para a vida e desenvolvimento da bactéria. Quando a lactoferrina é liberada no meio
por exocitose, ela se liga a todo o ferro que encontra no caminho e mata a bactéria de fome, pois ela não tem ferro para ingerir. Essa lactoferrina
também é encontrada na saliva humana.
A APB (proteína bactericida de aumento da permeabilidade) é uma substância altamente catiônica que altera a permeabilidade da membrana
plasmática das bactérias (que é altamente aniônica) e as mata por osmose (entrada excessiva de líquido).
Colagenase digere o colágeno nos tecidos, e é responsável por criar o “abcesso” presente na inflamações purulentas ( furúnculo p. exemplo). Isso
ocorre por que no pus estão presentes quantidade enorme de neutrófilos mortos que tiveram suas membrana plasmáticas rompidas, o que liberou
para o meio as suas enzimas, incluindo a colagenase.
As enzimas hidrolíticas em geral necessitam de um pH ideal entre 4 e 5.Essas enzimas hidrolíticas descritas acima estão presentes nos lisossomas
dos neutrófilos na forma inativa pois o pH está alto. Quando se fundem ao fagossoma formando o fagolissoma , o pH abaixa e ativa as enzimas,que vão agir sobre as bactérias presentes do fagossoma e fazer a digestão.
2.2.3 – Mastócitos
Os mastócitos são células do tecido conjuntivo, originado a partir de células mesenquimatosas (células de grande potência de diferenciação que dá
origem as células do tecido conjuntivo).
Possui citoplasma rico em grânulos de coloração azul pelo HE (basófilos). A principal função dos mastócitos é armazenar potentes mediadores
químicos da inflamação, como a histamina, heparina, ECF-A (fator quimiotáxico dos eosinófilos), SRS-A , serotonina e fatores quimiotáxicos dos
neutrófilos.
Esta célula não tem significado no sangue, sendo uma célula própria do tecido conjuntivo. Ela participa de reações alérgicas (de
hipersensibilidade), na qual chama os leucócitos até o local e cria uma vasodilatação.
É a principal célula responsável pelo famoso choque anafilático. O Processo de ativação da desgranu-lação (exocitose) se baseia na sensibilização
destas células (mastócitos), que ocorre em indivíduos com uma predisposição genética na maioria dos casos. Esta sensibilização ocorre da
seguinte forma: (fig.2.2) o primeiro contato com o alérgeno (substância irritante que causa a alergia) estimula a produção de IgE específicas que se
unem aos receptores de superfície dos mastócitos, pois estes são rico em receptores de IgE. No segundo contanto, as IgE ligadas ao mastócito se
ligam ao alérgeno e desencadeia a liberação de todos os mediadores inflamatórios. Com isso a histamina causa uma vasodilatação, a heparina é
anticoagulante, o ECF-A chama os eosinófilos e a fator quimiotáxico dos neutrófilos chama os neutrófilos ao local. O SRS-A (slow reacting
substance of anaphilaxis) traduzindo significa substância de reação lenta da anafilaxia e tem como efeito produzir contração lenta da musculatura
lisa. Esta contração da musculatura lisa é importante quando essa reação anafilática ocorre no pulmão (devido à inalação do antígeno) e leva a uma
broncoconstricção (asma alérgica).A histamina também contribui muito na asma devido a presença de receptores histaminérgicos H2 que causam
broncocontricção.
Sobre mecanismo de liberação dos mediadores o que ocorre, de um modo mais detalhado, é a ativação da adenil ciclase pelo receptor de IgE
estimulado. A adenil ciclase quebra o ATP em AMPc, que vai ativar uma enzima chamada de proteína quinase A, que vai fosforilar filamentos
contráteis do citoplasma. O AMPc também proprociona a maior entrada de íons de cálcio (Ca++), que favorece a contração das miofibrilas. Essa
contração do citoplasma carreia as vesículas cheias de mediadores para a membrana plasmática realizando a exocitose.
Outro meio de causar a ativação da desgranulação dos mastócitos, porém sem a participação da IgE é a ligação dos componentes C3a, C4a e C5a
do complemento e de IL-3 com receptores de superfície. Os componentes do complemento são liberadas na ativação da via clássica e a IL-3 é
liberada por linfócito T ativados.Essas substâncias são conhecidas como anafilotoxinas pois podem desencadear a reação anafilática.
O efeito da reação anafilático no paciente se manifesta clinicamente no local onde houve o contato com o alérgeno. Por exemplo, se for na
conjuntiva dos olhos, ocorrerá uma conjuntivite alérgica, no intestino uma diarréria e vômitos, na pele ocorre edema angioneurótico e erupção
maculo-papular. A urticária resulta de antígenos que foram absovidos pelo trato intestinal e que vão causar alergia na pele.Esses casos podem ser
tratados com hidrocortisona ou antihistamínicos. Foi descoberto que o interferon gama ( produzido por linfócitos T helper-1) pode inibir o
processo de secreção de IgE pelos plasmócitos, podendo assim impedir a desgranulação dos mastócitos.
É importante que saibamos os efeitos sistêmicos do choque anafilático, que ocorre quando o antígeno é inoculado na circulação sangüínea do
paciente. Este antígeno pode ser a penicilina, ou peçonha de algum inseto (abelha) e etc. A histamina liberada em grande quantidade no sangue é o
principal responsável pelo efeitos sistêmicos do choque anafilático: taquicardia (efeito direto de receptores H2 no coração ou pelo efeito reflexo
baroceptor pela queda da pressão arterial), hipotensão arterial grave devido a intensa vasodilatação. Ocorrem ainda edema de glote (laringe) e
efeitos gastrintestinais (diarréia, vômitos…). Esse choque sistêmico pode levar a morte por colapso circulatório e deve ser tratado imediatamente
com administração de adrenalina, pois é o antagonista fisiológico da histamina.
A reação anafilática é também chamada de reação de hipersensibilidade tipo I.
2.2.4 – Eosinófilos
Os eosinófilos são leucócitos granulócitos presentes na sangue em pequena quantidade. É encontrado fazendo parte de aproximadamente 3% dos
leucócitos do sangue. É binucleado e seu citoplama possuem grânulos específicos que se coram pela eosina (acidófilos), que são lisossomas, sendo
ricos em fosfatases ácidas.
As nucleases presentes são as ribonucleases e as desoxiribonucleades que digerem o RNA e o DNA, respectivamente.
Funcionalmente esta célula é capaz de fagocitar bactérias ou qualquer outro material estranho. Mas a sua principal função não é a fagocitose, mas
sim a exocitose da PBM (proteína básica maior). Esta proteína é rica em arginina (aminoácido básico) e contribui muito para a acidofilia ( ou
eosinofilia) dos grânulos desta célula, pois substâncias básicas tem afinidade por substâncias ácidas. Ela é tóxica para parasitas de humanos e
causam a sua morte. Se o sangue do indivíduo estiver com a taxa de eosinófilos alta (leucocitose eosinofílica) é um grande indicador de infecção
parasitária. Um exemplo é a infecção por Schistossoma mansoni, no qual a grande eosinofilia confirma a suspeita clínica e ajuda no diagnóstico.
Os eosinófilos também estão muito presentes em reações alérgicas do organismo. Isto ocorre porque o basófilo ou o mastócito, estimulado na
reação alérgica, libera o ECF-A ( fator quimiotáxico dos eosinófilos na anafilaxia) ou seja, é um fator que atrai e dirige os eosinófilos até o local
da alergia. O eosinófilo chega ao local da reação para resolver a reação (inibir) através da liberação de histaminase e aril sulfatase B que destróem
a histamina e o SRS-A respectivamente, que são produtos inflamatórios liberados pelos mastócitos ou basófilos sensibilizados
2.2.4 – Basófilos
Os basófilos são granulócitos encontrados no sangue em pequena quantidade, variando entre 0 a 1% dos leucócitos. Esta célula é grande, com
núcleo volumoso, geralmente em forma de “S” e possui grânulos grandes no citoplasma (observe figura 1.3).
Os basófilos tem função semelhante ao dos mastócitos. Possui aos mesmos mediadores nos seus lisossomas, e possui também receptores de IgE.
Participa de reações alérgicas da mesma forma que os mastócitos. A diferença básica entre oa basófilos e os mastócitos está no fato de os basófilos
serem encontrados no sangue ( não típico do tec. conjuntivo) e da estrutura morfológica. A origem também é diferente, como se pode observar no
capítulo I referente a leucocitopoese.
A sua participação no choque anafilático (sistêmico) é maior que o mastócitos, pois os basófilos são células que realmente estão presentes no
sangue, e liberam os mediadores para a circulação.
2.2.5 – monócitos/macrófagos
Os monócitos estão presentes no sangue, constituindo-se de 3 a 8 % dos leucócitos circulantes. O macrófagos não estão circulando no sangue, são
células que aparecem no tecido conjuntivo ou no parênquima de algum órgão, e é originado a partir dos monócitos, que migraram até o local (veja
capítulo I).
Os monócitos tem núcleo ovóide, ou em forma de rim e o citoplasma basófilo, com grânulos azurófilos. É diferente do macrófago, que é uma
célula grande, amebóide com retículo endoplasmático rugoso e complexo de Golgi desenvolvidos. O monócito e o macrófago pode ser visto na
fig.1.5.
O monócito também participa da formação dos granulomas na inflamação crônicagranulomatosa ( detalhes no capítulo 3, ítem 2.3). Eles se
fundem em formam as células gigantes de Langhans. Estas células multinucleadas gigantes tem grande capacidade fagocitária, e engloba
partículas maiores, como fungos ( paracoccidiodes, coccidioides, blastomyces etc.) e também bactérias (Treponema pallidum, Mycobacterium
tuberculosis e M. leprae). No granuloma, os macrófagos (originados dos monócitos do sangue) se modificam e viram células epitelióides, com
grande atividade secretora e pouca atividade fagocítica. Elas secretam enzimas hidrolítica que vão matar o ser estranho que está no granuloma.
Estas enzimas também causam necrose no centro desses granulomas, como por exemplo, a necrose caseosa encontrada na tuberculose.
Os monócitos também formam os osteoclastos presente no tecido conjuntivo ósseo. Estes osteoclastos são células que digerem a hidroxiapatita
dos óssos e com isso liberam cálcio e fosfato para o sangue. Ficam estacionadas dentro de cavidades denominadas lacunas de Howship. Sua
atividade é regulada pelo paratormônio, que estimula sua atividade. Quando o cálcio do sangue cai abaixo de um limiar, as glândulas paratireóides
liberam este hormônio.
Os macrófagos são células de altíssimo poder fagocitário.O interferon gama* produzido por linfócitos T helper estimula a fusão dos lisossomas
com o fagossoma para que haja a digestão intracelular. Este fato é importante para entender diversas doenças como a leishmaniose difusa e a
hanseníase lepromatosa . Estes fagócitos possuem diversas enzimas hidrolíticas em seus lisossomas.Ele não possui a mieloperoxidase, mas mata
as bactérias por liberação de radicais derivados do oxigênio, como o superóxido, radical hidroxila e o peróxido de hidrogênio ( H2O2). Estes vão
oxidar as membranas das celulares da bactéria e formar pontes dissulfeto entre os aminoácidos cisteína de diversas proteínas estruturais da
bactéria, o que leva a morte da mesma. Entretanto, a bactéria pode possuir alguma enzima que degrada a H2O2, como a catalase presente no
Staphilococcus aureus. A catalase é nesse caso um mecanismo de defesa da bactéria pois destrói o peróxido de hidrogênio.
Possui funções de extrema importância para o sistema imune:
Apresentador de antígenos
Os macrófagos são células que vão fagocitar a antígeno e digerí-lo no fagolisossoma. Porém os seus epítopos* são levados até a superfície da
célula e apresentado ao linfócito T ou ao linfócito B. Ao mesmo tempo ele sintetiza o MHC-classe II ( MHC é um antígeno produzido pela célula,
originado em genes chamados de HLA-D , veja capítulo 3) que se combinará com o linfócito T. Este irá estimular todo o sistema imune do
organismo e “convocar” as células para o ataque.
Limpador
Os macrófagos são células que chegam para fazer a limpeza de um tecido que necrosou, ou que inflamou. Eles fagocitam restos celulares, células
mortas, proteínas estranhas, calo ósseo que se formou numa fratura, tecido de cicatrização exuberante etc. Após esta limpeza, os fibroblastos
ativos ( no caso de uma necrose) vão ao local e preenchem o espaço com colágeno.
Produtor de interleucinas
O macrófago é o principal produtor da interleucina I (IL-1). Ele produz a IL-1 quando fagocita organismos invasores (micróbios), que dá o alarme
para o sistema imune. Esta citocina estimula linfócitos T helper até o local da infecção, onde serão apresentados aos epítopos nos macrófagos.
Além disso a IL-1 estimula a expansão clonal dos LThelper e dos linfócitos B específicos contra os epítopos (lembre-se: epítopos são moléculas
específicas dos antígeno que é capaz de criar uma população de células específica para combatê-lo)
A IL-1 é responsável pela febre nas infecções e inflamações que ocorrem no corpo. Ela vai ao hipotálamo, nos núcleos supraópticos e estimula a
produção de prostaglandinas, que ativam o sistema de elevação da temperatura. Estes núcleos ativados vão fazer com que os vasos sangüíneos da
pele se contraem. Com isso a pele retém o calor do corpo, fazendo-o esquentar. O suor que aparece na febre indica melhora, pois os vasos da pele
se dilatam e as glândulas sudoríparas estão em funcionamento, liberando água, com isso mandando o calor para o meio externo. A IL-1 também
estimula a ciclo-oxigenase no metabolismo do ac. aracdônico, aumentando a produção de prostaglandinas pelos leucócitos , que vai contribuir para
a inflamação e dor (lembre-se que as prostaglandinas participam do mecanismo da dor). Além disso a IL-1 estimula a síntese de proteínas de
adesão leucocitária nos endotélios (como a ICAM-1) e facilita a adesão dos leucócitos para realizar a diapedese. Outras funções da IL-1 se referem
aos estímulos para maturação dos leucócitos, descrito no capítulo 1.
Os macráfagos são resposáveis pelo sistema monocítico fagocitário (SMF), pois vem da maturação dos monócitos que chegam pelo sangue.
Existem células que são morfologicamente diferentes dos macrófagos, mas tem a mesma função, e provém dos monócitos da mesma forma,
sendo, então parte do SMF.
São eles:
Monócito sanguïneo: Circulante no sangue
Micróglia: SNC
 Células de Kuppfer: Fígado
 Macrófagos alveolares: Pulmão
 Células dendríticas: Região subcortical dos linfonodos
 Mesangio intraglomerular: Glomérulo de Malpighi renal
 Macrófagos sinusais dos baço: Cordões de billroth da polpa vermelha do baço.
 Macrófagos das serosas: Peritônio, pericárdio e pleura
 Células de Langehans – Pele
Os macrófagos ou células de Langehans da pele quando inativados, viram histiócitos. Estes reduzem as suas organelas e diminuem o seu
metabolismo ficando como um “vegetal”. Os histiócitos são responsáveis pela formação da tatuagem, onde seu citoplasma fica cheio de pigmentos
fagocitados.
Os macrófagos possuem receptores de superfície ( ou marcadores)que são chamados de RC1 e FC-gamaR O RC1 é o receptor que se interage com
o componente C3b do complemento. A interação deste C3b com o RC1 estimula a fagocitose dos macrófagos (opsionização). Já o FC-gamaR é o
receptor de IgG para a sua fração FC cuja interação causa opsionização, estimulando a fagocitose (englobamento pela emissão de pseudópodes).
Estes receptores descritos acima são importantes, pois a bactéria ou outros agentes estranhos costumam estar envolvidos de IgG e de componentes
do complemento como o C3b. Outro receptor encontrado nos macrófagos é o LFA-1 que é responsável pela adesão ao endotélio capilar
(semelhante aos neutrófilos)
Um destaque deve ser dado para as células dendríticas dos linfonodos. Estes não expressam o MHC-classe II, apenas o RC1 e o FC-gamaR e
mantém interações de apresentação do antígeno aos LB dos linfonodos.
2.2.6.1 – Linfócitos
Linfócitos são encontrados no sangue contribuindo para 20-30 % dos leucócitos Esta porcetagem varia muito de acordo com a saúde o paciente.
Se ele está deprimido, estressado , esta porcentagem cai muito, ou no caso de uma infecção viral, esta porcentagem cresce bastante. Numa rejeição
de enxerto, observamos grande aumento de linfócitos.
Os linfócitos possuem núcleo esférico, preenchendo quase toda a célula, deixando o citoplasma com pequena área.O núcleo é bem maciço, e não
deixa aparecer o nucléolo na microscopia óptica, só visível na micróscopia eletrônica..Veja fig.1.3 e fig 2.2.
Linfócitos T e linfócitos B são indiferenciados pela microscopia, sendo portanto, diferenciáveis pelas técnicas imunocitoquímicas para detecção de
receptores específicos de membrana. O linfócitos T possui o receptor TCR específco para células T, que funcionalmente serve para reconhecer e o
antígeno que lhe é apresentado e ativar o linfócito. O linfócitos B possui o receptores diversos, sendo a IgM monomérica o principal receptor e é
identificado pela imunocitoquímica. Essa IgM monomérica também server para reconhecer o antígeno que lhe é apresentado. Iremos, a seguir,
descrever as características funcionais dos LT e dos LB, que são importantíssimas para o S.I.
2.2.6.1 – Linfócitos T
Os linfócitosT são células que tem diversas funções no organismo, e todas são de extrema importância para o sistema imune. O nome linfócito T
derivada das células serem dependentes do “timo” para o seu desenvolivmento (veja capítulo I), sendo então o “T ”de “Timo-
dependentes”.Morfologicamente, quando os linfócitos então em repouso, observamos dois tipos de linfócitos diferentes: linfócito agranular e
linfócitos granular grande (LGG).
O linfócito agranular possui o núcleo bem maior que o citoplasma ( grande relação N:C) e o tamanho da célula é de menor tamanho. Este
representa a maioria dos linfócitos T (auxiliares, citotóxicas, supressoras). Esta célula apresenta, sob os aspecto de ultra-estrutura, lisossomas
primários e gotículas de lipídios no seu citoplasma, que juntos formam o chamado corpúsculo de Gall ( fig.2.2). Este corp. de Gall pode ser
identificado pela microscopia óptica (corada pela esterase não específica), como um ponto na periferia do citoplasma.
O linfócito granular grandes (LGG) não apresenta corpúsculo de Gall, pois os lisossomas primários estão dispersos no citoplasma e não formam
nenhum corpúsculo e possui um aparelho de Golgi bem desenvolvido. 10% das LTauxiliares e 35% das LTcitotóxicas possuem esta morfologia
LGG ( fig2.2). Os linfócitos NK possuem esta estrutura e estão destritos no ítem 2.2.6.3. São ditas granulares por possuirem grânulos azurófilos
no citoplasma e o núcleo não é tão grande em relação ao citoplasma (menor relação N:C).
Funcionalmente os linfócitos são separados em LT auxiliares (LThelper), LT citotóxico, LT supressor. Cada um deles possui receptores
característicos (além do TCR que é padrão para as células T), que são identificáveis por técnicas imunológicas e que tem funções específicas.
Entretanto, todas as células T possuem os receptores TCR e o CD3.
O LT helper possui receptor CD4* na superfície, que tem a função de reconhecer o macrófagos ativado. e é o principal alvo do vírus HIV. Esta
célula é o mensageiro mais importante do sistema imune. Ele envia mensagens de ataque para as diversos leucócitos para realizar a guerra
imunológica contra o agente agressor. O LT helper é a célula que interage com os macrófagos, reconhecendo o epítopo que lhe é apresentado.A
IL-1 estimula a expansão clonal de LT-helpers monoclonais * que vão secretar diversas interleucinas, sendo portanto, dividido em LT helper 1 e
LT helper 2. Esses subtipos de LT helper secretam interleucinas distintas, cada uma com uma função específica.
O LT helper 1 produz as interleucinas 2 e interferon gama que estão relacionadas com a resposta imune celular principalmente.
O LT helper 2 produz as interleucinas 4-5-6 e 10, sendo a IL-4 e a IL-10 as mais importantes por ele produzidas. Estão relacionadas a resposta
imune humoral.
Nos capítulos referentes a resposta imune celular e resposta imune humoral iremos aprofundar neste assunto sobre LT helpers e suas interleucinas.
A função do LT helper é reguladora. Podemos citar as funções principais dos LT helper resumidamente:
Estimulação do crescimento e proliferação de LT citotóxicos e supressoras contra o antígeno
 Estimulação do crescimento e diferenciação dos Linfócitos B em plasmócitos para produzir anticorpos contra o antígeno
 Ativação dos macrófagos
 Auto estimulação ( um LT helper pode estimular o crescimento da população de LT helpers.).
O Linfócito T citotóxico possui receptores CD8, que tem a função de reconhecer o MHC-classe-I expressada por células rejeitadas (transplantes e
enxertos). MHC (Major Histocompatibility Complex),significa complexo de histocompatibilidade principal. Todas as células do organismo
possuem genes próprios para o MHC denominados de HLA. Quando uma célula estranha entra no organismo, vão expressar o MHC -classe I na
superfície, cuja expressão é ampliada por estímulos como o interferon gama.. O MHC-classe II é produzido por macrófagos e linfócitos B, e tem a
função de ligá-los aos linfócitos T helpers para lhe apresentar o antígeno, através da interação CD4-MHC-II e TCR-epítopo (cap.3).
Esta célula T citotóxica (LTc) é o principal “soldado” do sistema imune, pois ataca diretamente as células estranhas que expressam o MHC- I e lisa
a célula (destrói a membrana celular). A resposta imune que se baseia na ativação e ataque das células CD8 é denominada de resposta imune
celular específica (RIC-capítulo 3). Esta célula também participa de reações de hipersensibilidade tardia (tipo IV), como as reações que
caracterizam os testes intradérmico tipo PPD na pele. O seu principal estimulador é a interleucina 2 (produzida pelo LT-helper 1), que causa a
expansão clonal de linfócitos T citotóxicos monoclonais na RIC.
Linfócitos T supressores são linfócitos que tem a função de modular a resposta imune através da inibição da mesma. Ainda não de conhece muito
a respeito desta célula, mas sabemos que ele age através da inativação dos linfócitos T citotóxicos e helpers, limitando a ação deles no organismo
numa reação imune. Sabemos que o LT helper ativa o LT supressor que vai controlar a atividade destes LT helpers, impedindo que eles exerçam
sua atividades excessivamente. Os LT supressores também participam da chamada tolerância imunológica, que é o mecanismo por qual o sistema
imune usa para impedir que os leucócitos ataquem as próprias células do organismo. Portanto se houver deficiência na produção ou ativação dos
linfócitos T supressores, poderá haver um ataque auto-imune ao organismo.
Os receptores de superfície encontrados são os CD3 e o CD8, que também se observa nos LT citotóxicos. O receptor CD3 dos linfócitos participa
do mecanismo de ativação intrínseca do linfócito, explicado detalhadamente no capítulo 3, ítem 2.4.
2.2.6.2 Linfócitos B
Os linfócitos B são células que fazem parte de 5 a 15% dos linfócitos circulantes e se originam na medula óssea (capítulo I) e se desenvolvem nos
órgãos linfóides. O nome linfócito B é devido a sua origem na cloaca das aves na Bolsa de Fabricius.
 São células de núcleo grande e que possuem o retículo endoplasmático rugoso e o complexo de Golgi extremamente desenvolvidos em seu
citoplasma, e especialistas em síntese de gamaglobulinas quando ativadas. Porém em repouso, estas organelas não estão desenvolvidas. Estas
células não possuem o corpúsculo de Gall que aparece nos LT.
Os LB tem como função própria, a produção de anticorpos contra um determinado agressor. Anticorpos são proteínas denominadas de
gamaglobulinas ou imunoglobulinas que exercem várias atividades de acordo com o seu isotipo (IgG, IgM, IgA…) Estes anticorpos realizam
diversas funções como : opsoninas*, ativadores de complemento, neutralizadores de substâncias tóxicas (como as que são liberadas por bactérias
ou por animais peçonhentos), aglutinação, neutralização de bactérias, etc…
Os LB possuem como principal marcador de superfície a IgM monomérica, que participa do complexo receptor de antígenos. Esta imunoglobulina
entra em contato com o antígeno (análogo ao TCR dos LT ) quando lhe é apresentado diretamente ou indiretamente pelos macrófagos. A IgM se
ligando ao epítopo, internaliza o complexo IgM-epítopo. Estes complexo realiza diversas modificações na célula, que tem a finalidade de induzi-la
a produção de imunoglobulinas (em detalhes na capítulo 4).
Os LB em repouso não produzem imunoglobulinas, mas quando estimulados por interleucinas (como a IL-4 e a IL-1) vão sofrer expansão clonal e
se transformar numa célula ativa denominada de plasmócito. Os plasmócitos (fig. 2.3) possuem na sua ultra-estrutura, o REG e o complexo de
Golgi desenvolvido, e o núcleo com aspecto de roda de carroça. Secretam ativamente anticorpos específos na resposta imune humoral (RIH).
Os LB expressam o MHC classe II quando ela entra em contato com o antígeno. Este MHC é importante para a interação com os LT, pois o MHC-
II reconhece o CD4 dos LT-helpers (Veja capítulo3 ou 4). Os LTCD4 irão ajudar na maior ativação dos sistema imune, com a produção

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