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COMANDO GERAL DE TECNOLOGIA AEROESPACIAL GRUPO ESPECIAL DE ENSAIOS EM VÔO ESQUADRÃO DE FORMAÇÃO EM ENSAIOS EM VÔO CURSO DE PREPARAÇÃO PARA RECEBIMENTO DE AERONAVES MATEMÁTICA AC-02 ii CONTROLE DE REVISÕES REVISÃO AUTOR(ES) DATA ORIGINAL 1ª REVISÃO 2ª REVISÃO 3ª REVISÃO 4ª REVISÃO iii SUMÁRIO 1 - NOÇÕES BÁSICAS (I)........................................... 1 1.1 - OBSERVAÇÕES SOBRE A OPERAÇÃO DIVISÃO....................... 1 1.2 - PROPRIEDADES DAS OPERAÇÕES ADIÇÃO E MULTIPLICAÇÃO (ENTRE NÚMEROS)................................................... 1 1.3 - PROPRIEDADES DA RELAÇÃO DE IGUALDADE (ENTRE NÚMEROS)....... 2 1.4 - POTENCIAÇÃO................................................ 3 1.5 - RADICIAÇÃO................................................. 4 1.6 - RESOLUÇÕES DE EQUAÇÕES..................................... 5 1.7 - EQUAÇÕES DO 2o GRAU ........................................ 6 1.8 - SISTEMAS DE DUAS EQUAÇÕES DO 1o GRAU COM DUAS INCÓGNITAS ... 8 1.9 - INEQUAÇÕES DO 1o GRAU ..................................... 10 1.10 - PRODUTOS NOTÁVEIS........................................ 10 1.11 - FATORAÇÃO DE POLINÔMIOS.................................. 11 1.12 - RACIONALIZAÇÃO DE DENOMINADORES.......................... 13 2 - NOÇÕES BÁSICAS (II)......................................... 15 2.1 - CONJUNTOS................................................. 15 2.1.1 - Noções Primitivas....................................... 15 2.1.2 - Definições.............................................. 16 2.1.3 - Operações com Conjuntos................................. 19 2.1.3.1 - Reunião (ou união) de conjuntos....................... 19 2.1.3.2 - Interseção de conjuntos............................... 19 2.1.3.3 - Diferença de Conjuntos................................ 20 2.1.3.4 - Complementar de B em A................................ 21 2.2 - CONJUNTOS NUMÉRICOS....................................... 23 2.2.1 - Conjunto dos Números Naturais: N........................ 23 2.2.2 - Conjunto dos Números Inteiros: Z........................ 24 2.2.3 - Conjunto dos Números Racionais: Q....................... 25 2.2.4 - Conjunto dos Números Reais: R........................... 26 2.2.5 - Reta Numérica........................................... 27 2.3 - MÓDULO.................................................... 29 2.3.1 - Definição............................................... 29 2.3.2 - Propriedades............................................ 30 2.4 - POTÊNCIA DE EXPOENTE REAL................................. 30 2.5 - LOGARITMOS................................................ 31 2.5.1 - Definição............................................... 31 2.5.2 - Propriedades dos Logaritmos............................. 33 2.5.3 - Logaritmos Especiais.................................... 36 iv 3 - NOÇÕES BÁSICAS (III)........................................ 37 3.1 - GEOMETRIA................................................. 37 3.1.1 - Geometria Plana......................................... 37 3.1.1.1 - Ângulo................................................ 37 3.1.1.2 - Outras Definições Importantes......................... 38 3.1.1.3 - Triângulos............................................ 40 3.1.1.4 - Teorema das Paralelas (ou de Tales)................... 42 3.1.1.5 - Área dos Principais Polígonos......................... 44 3.1.2 - Geometria Espacial...................................... 47 3.2 - TRIGONOMETRIA............................................. 52 3.2.1 - Trigonometria no Triângulo Retângulo.................... 52 3.2.2 - Radiano................................................. 55 3.2.3 - Circunferência Trigonométrica........................... 56 3.2.4 - Arcos Côngruos.......................................... 58 3.2.5 - Relações Trigonométricas................................ 60 3.2.6 - Trigonometria num Triângulo Qualquer.................... 64 3.2.7 - Adição e Subtração de Arcos............................. 65 3.2.8 - Arco Duplo.............................................. 67 3.2.9 - Transformação em Produto (fatoração trigonométrica)..... 68 3.2.10 - Arcos Complementares................................... 69 3.2.11 - Redução ao Primeiro Quadrante.......................... 70 3.3 - GEOMETRIA ANALÍTICA PLANA................................. 73 3.3.1 - O Ponto................................................. 73 3.3.2 - A Reta.................................................. 76 3.3.3 - Coeficiente Angular de uma Reta......................... 77 3.3.4 - Forma Reduzida da Equação da Reta....................... 78 3.3.5 - Feixe de Retas Concorrentes............................. 79 3.3.6 - Paralelismo e Perpendicularismo......................... 81 3.4 - POLINÔMIOS................................................ 83 3.4.1 - Introdução.............................................. 83 3.4.2 - Operações com Polinômios................................ 85 3.4.3 - Teorema do Resto........................................ 87 3.4.4 - Teorema de D’Alembert................................... 88 3.4.5 - Dispositivo Prático de Briot-Ruffini.................... 88 4 - FUNÇÕES.................................................... 102 4.1 - GENERALIDADES SOBRE FUNÇÕES.............................. 102 4.1.1 - DEFINIÇÕES 1........................................... 102 4.1.2 - Função Real de Uma variável Real....................... 104 v 4.1.3 - DEFINIÇÕES 2........................................... 106 4.1.4 - Função Composta e Função Inversa....................... 108 4.2 - PRINCIPAIS FUNÇÕES ELEMENTARES........................... 113 4.2.1 - Função Constante....................................... 113 4.2.2 - Função Identidade...................................... 114 4.2.3 - Função Afim............................................ 114 4.2.4 - Função Modular......................................... 115 4.2.5 - Função Quadrática (ou Função Trinômio do 2o Grau) ...... 115 4.2.6 - Função f : x → x3 ..................................... 118 4.2.7 - Função Recíproca....................................... 119 4.2.8 - Função Exponencial de Base a........................... 120 4.2.9 - Funções Trigonométricas................................ 121 4.2.10 - Função Logarítmica.................................... 123 4.2.11 - Funções Trigonométricas Inversas...................... 124 4.3 - FUNÇÃO DEFINIDA POR VÁRIAS SENTENÇAS ABERTAS............. 126 5 - VARIAÇÃO DO SINAL DAS FUNÇÕES.............................. 135 5.1 - INTRODUÇÃO............................................... 135 5.2 - EQUAÇÕES................................................. 137 5.2.1 - Definições............................................. 137 5.2.2 - Equações Polinomiais................................... 138 5.2.3 - Equações Trigonométricas............................... 141 5.2.4 - Exemplos Diversos...................................... 145 5.3 - INEQUAÇÕES............................................... 148 5.3.1 - Definições............................................. 148 5.3.2 - Sinal das Funções Afim e Quadrática.................... 149 5.3.3 - Solução Geral de Inequação............................. 150 5.4 - IDENTIDADE............................................... 161 5.4.1 - Definição.............................................. 161 6 - LIMITE..................................................... 169 6.1 - NOÇÃO DE LIMITE DE UMA FUNÇÃO............................ 169 6.2 - LIMITES LATERAIS......................................... 173 6.3 - LIMITES INFINITOS........................................ 175 6.4 - LIMITES NO INFINITO...................................... 180 7 - CONTINUIDADE...............................................197 7.1 - NOÇÃO DE CONTINUIDADE.................................... 197 7.1.1 - Definição.............................................. 197 7.1.2 - Definição.............................................. 198 7.1.3 - Definição.............................................. 198 vi 7.1.4 - Definição.............................................. 198 7.1.5 - Definição.............................................. 198 7.2 - PROPRIEDADES DAS FUNÇÕES CONTÍNUAS....................... 201 8 - DERIVADAS.................................................. 204 8.1 - INTRODUÇÃO - VELOCIDADE INSTANTÂNEA...................... 204 8.2 - DERIVADA................................................. 208 8.2.1 - Derivada no Ponto xo ................................... 208 8.2.2 - Função Derivada........................................ 210 8.2.3 - Tabela de Derivadas.................................... 211 8.2.4 - Derivadas Sucessivas................................... 213 8.2.5 - Equações Diferenciais.................................. 215 8.3 - GRÁFICOS E DERIVADAS..................................... 216 8.3.1 - Interpretação Geométrica da Derivada................... 216 8.3.2 - Derivada e continuidade................................ 217 8.3.3 - Variação das Funções................................... 219 9 - NOÇOES DE CÁLCULO INTEGRAL................................. 247 9.1 - INTRODUÇÃO - ÁREA........................................ 247 9.2 - A INTEGRAL DEFINIDA...................................... 249 9.2.1 - Partição............................................... 249 9.2.2 - Norma.................................................. 249 9.2.3 - Soma de Riemann........................................ 250 9.2.4 - Função Integrável...................................... 250 9.3 - O CÁLCULO DA INTEGRAL DEFINIDA........................... 250 9.3.1 - PRIMITIVA.............................................. 251 9.3.2 - CÁLCULO DA PRIMITIVA................................... 251 9.4 - ALGUMAS TÉCNICAS DE INTEGRAÇÃO........................... 254 9.4.1 - Integração por Substituição............................ 254 9.4.2 - Integração por Partes.................................. 255 9.4.3 - Exemplos:.............................................. 257 AC-02 1 1 - NOÇÕES BÁSICAS (I) 1.1 - OBSERVAÇÕES SOBRE A OPERAÇÃO DIVISÃO 2 6 = 3 pois 3.2 = 6 2 0 = pois O.2 = O 0 6 = nenhum número (operação inexistente), pois (nenhum número) .0 = 6 0 0 = qualquer número (resultado indeterminado), pois (qualquer número).O = O 1.2 - PROPRIEDADES DAS OPERAÇÕES ADIÇÃO E MULTIPLICAÇÃO (ENTRE NÚ- MEROS) 1) Comutativa (comutar = trocar) a + b = b + a (a ordem das parcelas não altera a soma) a . b = b . a (a ordem dos fatores não altera o produto) 2) Associativa (a + b) + c = a + (b + c) (a . b) .c = a . (b. c) 3) Elemento neutro - da adição é o número zero; a + O = a e O + a = a, ∀a Não existe divisão por zero 0 0 Símbolo de indeterminação AC-02 2 - da multiplicação é o número um. a . 1 = a e 1 . a = a, ∀a 4) Propriedade distributiva da multiplicação em relação à adição x . (a + b) = x . a + x. b 1.3 - PROPRIEDADES DA RELAÇÃO DE IGUALDADE (ENTRE NÚMEROS) 1) Reflexiva: qualquer número se relaciona com ele mesmo através da relação de igualdade (=) aa = ∀a 2) Simétrica: se um número se relaciona com outro através da relação de igualdade (=) , então a recíproca também é verdadeira. a = b ⇔ b = a ∀a, ∀b 3) Transitiva: se um número se relaciona com outro através da relação de igualdade (=) e este outro com um terceiro, então o primeiro se relaciona com o terceiro através da igualdade (=) cb ba = = ca =⇒ ∀a, ∀b, ∀c Qualquer relação com estas três propriedades é denominada relação de equivalência. Outros exemplos: a - a relação "ser semelhante" (entre triângulos) é de equivalência; b - a relação "igualdade" (entre conjuntos) é de equivalência; c - a relação "ser perpendicular" (entre retas) não é de equivalência. AC-02 3 1.4 - POTENCIAÇÃO an = a . a . a ... . a n fatores expoente 25 = 2 . 2 . 2 . 2 . 2 = 32 base potência Quando a base e o expoente é par ⇒ potência positiva é negativa (-2)4 = 16 e o expoente é impar ⇒ potência negativa (-2)3 = -8 - Propriedades 1a) am . an = am+n 27 . 29 = 216 2a) am : an = am-n 56 : 58 = 5-2 3a) (a . b)n = an . bn (-2x)4 = 16x4 4a) (a : b)n = an:bn 9 4) 3 2( 2 = 5a) (am)n = amn 1472 5)5( = - Expoente um: torna a potência igual à base 51 = 5 ; 101 = 10 - Expoente zero: torna a potência igual a um 15o = 1 ; (-2)o = 1 ; 1) 7 3( 0 = - Expoente negativo: inverte a base (que não pode ser zero) e torna-se positivo 1515 7 733 2) 2 1(; 3 1 3;) 2 5() 5 2( === −−− AC-02 4 - Expoente racional: o denominador torna-se índice de um radical 82/3 = 33;8 2/13 2 = 1.5 - RADICIAÇÃO A raiz n-ésima de um número b é um número a tal que an = b. índice raiz 2325 = pois 25 = 32 (n ∈ N*) radical radicando Outros exemplos: 283 = pois 23 = 8 283 −=− (-2)3 = - 8 - Propriedades (para a ≥ 0, b ≥ 0 1) m na = p:n p:na 3 215 10 33 = 2) nnn b.ab.a = 2.36 = 3) nnn baba :: = (b > 0) 4 4 4 16 5 16 5 = 4) m nnm a)a( = 3 553 x)x( = 5) mnm n aa = 105 33 = - Base negativa e índice par 39e9)3(pois39 2 ==−−=− bab nn =⇒= AC-02 5 - Radicando negativo 8)2(pois28 33 −=−−=− 16)realnenhum(poisrealnenhum16 44 −==− 2)2(;0aseae0aseaa 22 =−<−≥= 1.6 - RESOLUÇÕES DE EQUAÇÕES Isola-se a incógnita por transposição dos números (de um membro para o outro da equação) e concomitante inversão das operações por eles efetuadas: adição subtração multiplicação divisão potenciação radiciação Exemplos: a) x + 2 = 7 ⇒ x = 7 - 2 b) p – 1 = 0 ⇒ p = 0 + 1 c) -2x = 8 ⇒ x = 2 8 − Não existe raiz real de número negativo se o índice do radical for par. AC-02 6 d) 2 7n + = 1 ⇒ n + 7 = 2 . 1 e) x3 = 8 ⇒ x = 3 8 f) 1x + = 3 ⇒ x + 1 = 32 x = 2, pois 24 = 16 g) x4 = 16 ⇒ x = ±4 16 = ±2 x = -2, pois (-2)4 = 16 1.7 - EQUAÇÕES DO 2o GRAU São todas as equações na forma ax2 + bx + c= O, onde a, b e c são números reais e a ≠ 0. Chama-se discriminante da equação do 2o grau o número ∆ = b2 -4ac - se ∆ < 0, a equação não tem raízes reais. - se ∆ = 0, a equação tem duas raízes reais iguais. se ∆ > 0, a equação tem duas raízes reais diferentes. Nos dois últimos casos, as raízes podem ser encontradas pela fórmula e resoluçao: a2 b x ∆±− = Exemplos: a = 3 a) 3x2 – x + 2 = 0 b = -1 c = 2 ∆ = (-1)2 -4 . 3 . 2 = -23 ⇒ não tem raízes reais AC-02 7 a = 4 b) 4x2 – 4x + 1 = 0 b = -4 c = 1 ∆ = (-4)2 – 4 . 4 . 1 = 0 ⇒ uma raiz real x = 2 1 8 4 4.2 0)4( == ±−− a = 1 c) x2 + 2x - 3 = 0 b = 2 c = -3 ∆ = 22 – 4 . 1 . (-3)= 16 ⇒ duas raízes reais x = −= = = ±− = ±− 3x 1x 2 42 1.2 162 2 1 Vale também a relação: x2 – Sx + P = 0 onde S = -b/a = x1 + x2 P = c/a = x1 . x2 Neste caso a equação pode ser resolvida por tentativa: Exemplo: a) x2 -5x + 6 = O S = -b/a = 5) 1 5( =−− P = c/a = 6 1 6 =)( = = ∴ = =+ ∴ 3x 2x 6x.x 5xx 2 1 21 21 b) 2x2 + 2x - 4 = O ⇔ x2 + x – 2 = O S = 1 2 2 −= − P = 2) 2 4( −=− −= = ∴ −= −=+ ∴ 2 1 2 1 2 1 21 21 x x x.x xx AC-02 8 1.8 - SISTEMAS DE DUAS EQUAÇÕES DO 1o GRAU COM DUAS INCÓGNITAS Exemplo: 2x + 3y = 1 5x- 4y = 7 Existem vários métodos de resolução, entre os quais: 1) Método de Adição Exemplos: Somamos as equações membro a membro, desde que isto provoque a eliminação de uma das incógnitas e a resolução da outra. 3x + 2y = 2 x - 2y = -6 4x = -4 Se, x = -1 então, em qualquer das equações dadas (por exemplo, a primeira) : 3(-1) + 2y = 2 ⇒2y = 2 + 3 ⇒ A solução é o par ordenado (-1 2 5 , ) b) Só nos interessa somar as equações se nelas houver termos que só diferem pelo sinal, pois eles serão eliminados na soma. Caso contrário, escolhemos uma das incógnitas e, com os seus coeficientes, preparamos as equações para serem somadas. =− =+ 9y6x2 7y4x3 diferentealsincomxde escoeficientostornando =− =+ − 9y6x2 7y4x3 3 2 x = -1 2 5 y = AC-02 9 Multiplicando 26 13 27186 1486 − = −=+− =+ y yx yx ⇒ ⇒ Substituindo por 2 1 − numa das equações dadas (por exemplo, a segunda): 2x – 6( 2 1 − ) = 9 ⇒ 2x + 3 = 9 ⇒ Solução do sistema: (3, - 2 1 ) 2) Método da Substituição Isolamos uma das incógnitas em uma das equações e substituímos, na outra equação, essa incógnita pela expressão encontrada. 2x + 3y = 1 4x – 2y = 0 ⇒ 2 y31 x − = ⇒=−−⇒=− − 026202 2 314 yyy)y( Substituindo esse valor numa das duas equações (por exemplo, na segunda) : 4x -2( 4 1 ) = 0 ⇒ 4x - 2 1 = 0 ⇒ A solução é o par ).,( 4 1 8 1 2 1 −=y 8 1 x = 4 1 y = 3x = AC-02 10 1.9 - INEQUAÇÕES DO 1o GRAU São desigualdades relacionadas pelas relações de ordem < e ≤ e suas respectivas inversas > e ≥. Podem ser resolvidas como as equações do 1° grau (isolando-se a incógnita). Mas, se for necessário multiplicar ou dividir os membros da inequação por um número negativo, devemos inverter a relação de ordem. 5 - 3x ≤ 7 + 5x ⇒ -3x -5x ≤ 7 - 5 ⇒ 8 passa dividindo ⇒ -8x ≤ 2 X ≥ 8 2 − 1.10 - PRODUTOS NOTÁVEIS Por serem usuais, algumas multiplicações de expressões algébricas podem ser efetuadas observando-se os seguintes modelos: 1) Produto da soma pela diferença: (x3 + 5) (x3 -5) = (x3)2 – 52 = x6 – 25 Quadrado da soma: (3m + 5n)2 = (3m)2 + 2 . 3m . 5n + (5n)2 = 9m2 + 30mn + 25n2 4 1 x − ≥ (a + b) (a - b) = a2 – b2 (a + b)2 = a2 + 2ab + b2 AC-02 11 Quadrado da diferença: 1a 4 a 11. 2 a 2) 2 a()1 2 a( 2 222 +−=+−=− 1.11 - FATORAÇÃO DE POLINÔMIOS Podemos transformar polinômios em multiplicações de expressões mais simples, aplicando os casos de fatoração, entre os quais destacamos: 1° Caso) Fator comum aos termos: pode ser colocado em evidência. Exemplo: 4x2y + 6xy2 – 2xy = 2.2.x.x.y + 2.3.x.y.y – 2xy = = 2xy . (2x + 3y – 1) 2° Caso) Diferença de dois quadrados: é o produto da soma pela diferença (1° produto notável). (a - b)2 = a2 - 2ab + b2 ax + bx = x (a + b) a2 – b2 = (a + b) . (a –b) AC-02 12 Exemplo: 9x2 – 4 = (3x + 2) (3x – 2) (3x)2 22 3° Caso) Trinômio quadrado perfeito: é o quadrado de uma soma ou de uma diferença (2° e 3° produtos notáveis). Exemplos: a) x2 - 10xy + 25y2 = (x - 5y)2 (x)2 - 2.(x).(5y) + (5y)2 b) 36a4 + 12a2 + 1 = (6a2 + 1)2 (6a2)2 + 2.6a2.1 + (1)2 40 Caso) Trinômio do 2º grau: é o primeiro membro de uma equação do 2o grau onde x1 e x2 são as raízes da equação ax2 + bx + c = 0. Exemplo: 2x2 - 4x -6 = a (x –x1) (x- x2) a = 2 2x2- 4x - 6 = b = -4 c = -6 4 84 2.2 64)4( x64)6(.2.4)4( 2 ±=±−−=⇒=−−−=∆ x1 = -1 x2 = 3 Logo 2x2 -4x -6 = 2 .(x + 1) (x- 3) a2 ± 2ab + b2 = (a ± b)2 ax2 + bx + c = a(x – x1) (x – x2) AC-02 13 1.12 - RACIONALIZAÇÃO DE DENOMINADORES Consiste em eliminar os radicais do denominador sem alterar a fração. 1º Caso) Radical com índice 2: multiplicam-se o numerador e o denominador da fração pelo próprio radical a ser eliminado. Exemplo: 10 53 52 53 552 53 52 3 . . . . . === 2º Caso) Dois radicais com índice 2: multiplicam-se numerador e denominador pelo conjugado do denominador. (Obs: o conjugado de a + b é a - b, e vice-versa) . 2 35 35 35 35 35 )notávelproduto1( )35)(35( )35(1 35 1 22 o − = − − = − − == −+ − = + AC-02 14 SIMBOLOGIA Exemplos = igual a x . x = x2 < menor que 4 < 7 ≤ menor ou igual a 8 ≤ 8 > maior que -3 > -5 ≥ maior ou igual a 6 ≥ 5 ≅ aproximadamente igual a ≠ diferente 532 ≠≠ ∀ para todo, qualquer que seja ∀x, x - 1 < x ⇒ implica, então x > 2 ⇒ x > O ⇔ equivale, se e somente se x > 5 ⇔ 5 < x ∞ infinito (não é um número 0,1,2,3, ... ∞ tal que ∃ existe ∃ x 2x = 2 não existe xx + 1 = x ∃ existe um e um só ∃ x x = 4 ⊥ é perpendicular a // é paralelo a ∴ portanto ∈ é elemento de 3 ∈ {1,2,3} ⊂ é subconjunto de {3} ⊂ {1,2,3} ≅ ≅ ≅ 14,3 73,13 41,12 pi ∃ / ∃ / AC-02 15 2 - NOÇÕES BÁSICAS (II) 2.1 - CONJUNTOS 2.1.1 - Noções Primitivas No estudo da Teoria dos Conjuntos certas noções são consideradas primitivas, isto é, aceitas sem definição. São consideradas primitivas as noções de conjunto, elemento e pertinência. Atente para as seguintes frases: - "conjunto das flores" - "rosa pertence ao conjunto das flores" - "rosa é um elemento do conjunto das flores" Observe que, mesmo não sendo definidas as palavras conjunto, elemento e pertinência, todos nós temos uma perfeita compreensão do significado de cada uma delas. Adotaremos as seguintes convenções: conjunto: indicamos com maiúscula: A,B,C, Elemento: indicamos com letra minúscula: a,b,c, Pertinência: o símbolo ∈ deve ser lido como "é elemento de" ou "pertence a". O símbolo ∉ é a negação de ∈. Exemplos: a) a ∈ A, deve ser lido: "elemento a pertence ao conjunto A".b) b ∉ C, deve ser lido: "elemento b não pertence ao conjunto C". c) B ∈ A está incorreto, pois relaciona conjunto com conjunto. Um conjunto pode ser representado de três maneiras básicas: 1o) Pela enumeração de seus elementos. Exemplos: a) conjunto das vogais: {a, e, i, o, u} AC-02 16 b) conjunto dos números pares não negativos: {0,2,4,6,8, ...} c) conjunto dos inteiros de 1 a lO: {1,2,3, ..., 10} 2o) Enunciando uma propriedade que caracteriza seus elementos. A= {x | x possui tal propriedade} A barra vertical quer dizer "tal que". Exemplos : {x | x é vogal} {x | x é número par não negativo} {x | x = 5n e n ∈ Ζ} = conjunto dos múltiplos de 5. 3a.) Associando seus elementos a pontos dentro de uma linha fechada que não se entrelaça {diagramas de Euler-Venn) {Fig. 2.1). 2.1.2 - Definições Conjunto unitário é aquele que tem um só elemento. Exemplos : a) {1} b) {15} c) {x | x é mês com inicial d} AC-02 17 Dois conjuntos A e B são iguais quando todo elemento de A for elemento de B e todo elemento de B for elemento de A. Simbolicamente, escrevemos: A = B ⇔ (∀x, x ∈ A ⇔ x ∈ B ) Exemplos: a) {1,5,7,9} = {9,7,5,1} b) {2,4,6} = {4,2,6} (não interessa a ordem!) c) {2,4,2,2} = {2,4} {elementos podem repetir!) Se dois conjuntos são diferentes, escrevemos A ≠ B Dois conjuntos são disjuntos quando não têm elementos em comum. Exemplos: a) {3,4} e {2,5} b) {a,e,i} e {b,f,g,h} c) {3,4} e {3,4,5} são diferentes, mas não são disjuntos. Chamamos de conjunto vazio aquele que não possui elemento e indicamos por ∅ ou { }. Exemplo: A = {x | x + 1 = x} Portanto, A= ∅ ou A ={ } pois ∃ x | x + 1 = x. Um conjunto A é subconjunto de um conjunto B se, e somente se, todo elemento de A for também elemento de B. Notação: A ⊂ B Lê-se: "A é subconjunto de B" ou "A está contido em B". Simbolicamente, temos: A ⊂ B ⇔(∀x, x ∈ A ⇒ x ∈ B) Exemplos: a) {0,1} c {0,1,2,3} b) {2, 3, 5} ⊂ {1,2 ,3 , ...} AC-02 18 c){1,2,3}⊂{1,2,3} d) T ⊂ M Observações: 1) Da mesma forma que dizemos que "A está contido em B", podemos dizer que "B contém A" e anotamos: B ⊃ A. 2) ⊄ "não contido" 3) "não contém" Já vimos que os símbolos ∈ e ∉ só podem ser usados para relacionar elemento com conjunto; observe agora que os símbolos ⊂, ⊃, ⊄, só podem ser usados para relacionar conjunto com conjunto. Assim: A ⊂ B corretos A ⊂ G a ⊂ A (a é subconjunto de A), é incorreto, pois está relacionando elemento com conjunto. O modo correto seria a ∈ A (a é elemento de A). 4) O conjunto vazio é subconjunto de qualquer conjunto. 5) Dado um conjunto com n elementos, o total de subconjuntos pode ser calculado por 2n. Exemplos: a) Dado o conjunto {1, 2, 3}, em que n = 3, teremos 23 = 2 .2 .2 = 8 subconjuntos, que são: {1}, {2}, {3}, {1,2}, {1,3}, {2, 3}, {1,2, 3}, ∅ b) Dado o conjunto {a, b, c, d}, em que n = 4, o total de subconjuntos será 24 = 2.2.2.2 = 16 M T AC-02 19 2.1.3 - Operações com Conjuntos 2.1.3.1 - Reunião (ou união) de conjuntos Dados dois conjuntos A e B, chama-se conjunto união (ou reunião) de A e B ao conjunto C dos elementos que pertencem a A ou a B. Simbolicamente: C = A ∪ B lê-se: "A união B" Exemplos: a) {1,2} ∪ {3,4} = {1,2,3,4} b) {1,2,3} ∪ {3,2,5} = {1,2,3,5} c) {2,5} ∪ {2,4,5} = {2,4,5} d) {1,2,3} ∪ ∅ = {1,2,3} e) {1,2} ∪ {4,6} ∪ {3,4} = {1,2,3,4,6}. f) Em diagrama: Note, pelos exemplos c e d, que: B ⊂ A ⇒ A ∪ B = A 2.1.3.2 - Interseção de conjuntos Dados dois conjuntos A e B, chama-se interseção de A e B ao conjunto C formado por elementos que pertençam a A e a B simultaneamente. Simbolicamente: C = A ∩ B lê-se: "A inter B" C = A ∪ B = {x ∈ A ou x ∈ B C = A ∩ B = {x | x ∈ A e x ∈ B} AC-02 20 Exemplos: a) {1,2,3}∩{2,3,4} = {2,3} b) {a,b,c,d}∩{a} = {a} c) {2,4,6}∩ {246} = ∅ d) {1,3,5} ∩ {2,4,6} = { } e) {1,2,3}∩{ } = { } f) Em diagrama: Note, pelos exemplos b e e, que: B ⊂ A ⇒ A ∩ B = B 2.1.3.3 - Diferença de Conjuntos. Dados dois conjuntos A e B, chama-se diferença entre os conjuntos A e B (nesta ordem) ao conjunto C formado pelos elementos que pertençam a A e não pertençam a B. Simbolicamente: Exemplos: a) A = {a, b, f} B = {b, c, d, e} A - B = {a, f} B - A = {c, d, e} b) {2,4} - {2,4,6} = { } c) { } - {2,4} = { } d) {2,4} - { } = {2,4} C = A - B = {x | x ∈ A e x ∉ B} AC-02 21 e) Em diagrama: 2.1.3.4 - Complementar de B em A Dados dois conjuntos A e B, com a condição de B estar contido em A, chama-se complementar de B em relação a A ao conjunto A – B e escrevemos: Observação: Um conjunto U é chamado universo quando contém todos os outros conjuntos considerados. O complementar de um conjunto A qualquer em relação a U pode ser representado por A’, ou seja: A' = AUACU −= Exemplos: a) B = {2,4,6} e A = {1,2,3,4,5,6} BCA = A – B = {1,3,5} b) A = {a,b,c} e B = {a,b,c,d,e} B AC não é possível, pois B ⊄ A A BC = B - A = {d,e} c) U = {3,4,5,6,7,8} ; A = {3,5,6} e B = {5,8} A' = {4,7,8} B' = {3,4,6,7} CA B = A - B AC-02 22 d) Em diagrama: Os exemplos abaixo ajudarão ao leitor fixar as definições acima apresentadas. A = {1,2,3,4} B = {2,4,6,8} C = {1,3,4,5,7} 1) A ∪ B ∪ C Solução: A∪B∪C = {1,2,3,4,6,8,5,7} = {1,2,3...,8} 2) A ∩ B ∩ C Solução: Só existe um elemento comum aos três conjuntos dados, logo A∩B∩C = {4} 3) (A ∪ B) ∩ C Solução: Inicialmente fazemos A ∪ B = {1,2,3,4,6,8} Depois, {1,2,3,4,6,8} ∩{1,3,4,5,7} = {1,3,4} 4) (A ∩ B) ∪ C Solução: A ∩ B = {2,4} logo, {2,4} ∪ {1,3,4,5,7} {1,2,3,4,5,7} AC-02 23 5) (A - B) ∩ C Solução: A - B = {1,3} logo, {1,3} ∩ {1,3,4,5,7}= {1,3} 6) Dados os conjuntos A, B e C do diagrama abaixo, hachure: 2.2 - CONJUNTOS NUMÉRICOS 2.2.1 - Conjunto dos Números Naturais: N É o conjunto N = {O, 1, 2, 3, 4, 5,.... } AC-02 24 Excluindo-se zero desse conjunto, obtemos o conjunto dos números inteiros positivos, indicado por (*indica a exclusão do zero de um conjunto) Observe que não é sempre possível fazer operações com os naturais. Por exemplo: 12 + 7 = 19 (possível: 19 ∈ N) 12- 7 = 5 (possível: 5 ∈ N) 7- 7 = 0 (possível: 0 ∈ N) 7 - 12 = -5 (impossível, pois -5 não é natural: -5 ∉ N) Logo, a subtração (a - b) só é possível em N quando a ≥ b ("a maior ou igual a b"), a, b ∈ N. 2.2.2 - Conjunto dos Números Inteiros: Z É o conjunto +Ζ * = conjunto dos números inteiros positivos −Ζ * = conjunto dos números inteiros negativos Este conjunto inclui os números inteiros positivos, inteiros negativos e o zero como elemento central. N* = {O, 1, 2, 3, 4, 5,.... } Z = {....-3, -2, -1, 0, 1, 2, 3,... ...} I AC-02 25 { }0 ** ∪Ζ∪Ζ=Ζ −+Dizemos que o oposto (ou simétrico) de 2 é –2, de -5 é 5 e assim por diante. Observe que qualquer subtração é agora possível em Z mas nem toda divisão é ainda possivel: (+10) : (-2) = -5 (possível, -5 ∈ R) 3 : 2 = 1,5 (impossível, pois, 1,5 não é inteiro: 1,5 ∉ Z) 2.2.3 - Conjunto dos Números Racionais: Q Vamos permitir agora o aparecimento de números não inteiros como resultado da divisão de dois números inteiros. Por exemplo: (7 : 2) ∉ Z, então 7 : 2 = 2 7 = 3,5 é um número não inteiro. Todos os números que podem ser obtidos da divisão (razão) entre 2 números inteiros são chamados números racionais e formam o conjunto: Observe: o número b não pode ser zero. Exemplos de números racionais: a) 4 10 = 2,5 ∈ Q b) 3 18 = 6 ∈ Q }∗∉∈ = ZbeZa b aQ AC-02 26 c) 3 10 = 3,333 ... ∈ Q Atenção: Vemos que representação decimal de um número racional: 1) ou é exata ( 4 7 = 1,75) 2) ou é periódica ( 11 7 = 0,636363...) Quer dizer: na divisão de 2 inteiros, ou a conta termina ou prolonga-se repetitivamente (dízima períodica). 2.2.4 - Conjunto dos Números Reais: R Existem números cuja representação decimal não é exata e nem periódica, não sendo, portanto, números racionais. São chamados irracionais. 1,4142135624.. Q∉2 3,1415926535...= Q∉pi Unindo o conjunto de todos esses números com o conjunto dos racionais, formamos o conjunto R dos números reais. Note que todo número natural é também inteiro, todo inteiro é também racional e todo racional é também real, portanto: RQZN ⊂⊂⊂ AC-02 27 2.2.5 - Reta Numérica Uma representação muito prática para o conjunto R é ada por uma reta (Fig. 2.3). Podemos associar cada um dos seus infinitos pontos a um número real e vice-versa. São importantes os seguintes subconjuntos de R: - Conjunto dos reais não negativos (inclui o zero) R+ = { }0≥∈ xRX - Conjunto dos reais estritamente positivos (não inclui o zero) { }0* >∈=+ xRxR - Conjunto dos reais não positivos (inclui o zero) { }0≤∈=+− xRxR - Conjunto dos reais estritamente negativos (não inclui o zero) { }0xRxR* <∈= − Subconjuntos de R como esses recebem o nome de intervalos. Um intervalo chama-se fechado quando possui os dois números extremos. AC-02 28 Exemplo: O conjunto dos infinitos números reais que vão de 2 até 5, inclusive estes, pode ser indicado {x ∈ R | x ≥ 2 e x ≤ 5} ou simplesmente {x ∈ R | 2 ≤ x ≤ 5}, ou ainda [2 ; 5]. Graficamente: Exemplos: 1 - O conjunto {x ∈ R | -3 < x < 5}, de todos os números reais entre -3 e 1, é um intervalo aberto, podendo ser indicado ]-3;1[ ou mesmo (3;1). Graficamente: Podem surgir também casos como os que seguem. {x∈R 0 < x ≤ 6} = ]0 ; 6] (intervalo aberto à esquerda) {x∈R x ≥ 3} = [3 ; ∞[ (intervalo aberto à direita) Note ainda que: R+ = [0;∞ [ R- = ]-∞;0] *R+ = ]0;∞] *R− = ]-∞;0[ Um intervalo chama-se aberto quando não possui os dois números extremos. AC-02 29 2 - Dados os conjuntos A = {x | x ∈ R e x > 3} e B = {x | x ∈ R e 2 < X ≤ 6}, encontrar A ∪ B, A ∩ B, A - B e B - A. - Solução: Inicialmente, visualizemos os conjuntos A e B representando-os graficamente. É conveniente arrumar as retas com os números mesmas posições. Logo A ∪ B = {x ∈ R | x > 2} A ∩ B = {x ∈ R | 3 < X ≤ 6} A – B = {x ∈ R | X > 6} B - A = {x ∈ R | 2 < X ≤ 3} 2.3 - MÓDULO 2.3.1 - Definição Sendo x ∈ R , define-se módulo ou valor absoluto de x, que se indica por |x| , através da relação: |x| = x se x ≥ 0 ou |x| = - x se x < 0 AC-02 30 Isto significa que: 1) o módulo de um número real não negativo é igual ao próprio número; 2) o módulo de um número real negativo é igual ao simétrico desse número. Assim, por exemplo, temos: |+2| = +2, |-7| = +7, |0| = 0, |- 5 3 | = + 5 3 33,22 +=++=− 2.3.2 - Propriedades Decorrem da definição as seguintes propriedades: I |x| ≥ 0, ∀x ∈ R II |x| = 0, ⇔ x = 0 III |x| . |y| = |xy| IV |x|2 = x2, ∀x ∈ R V |x + y| ≤ |x| + |y| VI |x| ≤ a e a > 0 ⇔ -a ≤ x ≤ a VII |x| ≥ a e a > 0 ⇔ x ≤ -a ou x ≥ a 2.4 - POTÊNCIA DE EXPOENTE REAL Sendo a um número real positivo, pode-se determinar para cada número b ∈ R (racional ou irracional) um único número ab, que denominamos potência de base a e expoente b de modo que se verifiquem as propriedades: P1 ab.ac = ab+c ; c ∈ R P2 (a.b)c = ac.bc ; b > 0 e c ∈ R P3 (ab)c = abc ; c ∈ R AC-02 31 P4 c b a a = ab-c ; c ∈ R P5 RCe0b;b a) b a( c c c ∈>= Observações: Dados a ∈ R+, b e c números reais, temos: 1) a > 0 ⇒ ab > 0 (sempre) 2) b > c ⇔ ab > ac para a > 1 3) b > c ⇔ ab < ac para 0 < a < 1 Exemplos: 1) 21,5 = 21 . 20,5 ≅ 2,000.1,414 = 2,828 20,80 ≅ 1,741 2pi ≅ 8,825 2) 4 < 7 ⇒ 24 < 27 e 74 ) 2 1() 2 1( > 7,227/22 3232 ) 5 1() 5 1(e55 7 22 ) 3 1() 3 1(e3332 ><⇒<pi ><⇒< pipi 2.5 - LOGARITMOS 2.5.1 - Definição Dá-se o nome de logaritmo a todo expoente cuja base é positiva e diferente de um. Exemplos: a) 23 = 8 ⇔ 3 é igual a logaritmo na base 2 do número 8 AC-02 32 b) ⇔= 16 1) 2 1( 4 4 é igual a logaritmo na base 1/2 do número 1/16 c) ⇔=− 9 13 2 -2 é igual a logaritmo na base 3 do número 1/9 onde 0 < a ≠ 1 b > 0 Nomenclatura: 1) c é logaritmo 2) a é a base 3) b é o logaritmando Exemplos: 1) Calcular, pela definição, 813log Solução: 81 3log = c ⇒ 3 c = 81 ⇒ 3c = 34 ⇒ c = 4 2) Calcular a pela definição: 81log a = 4 Solução: 81log a = 4 e a > 0, a ≠ 1 então a4 = 81 ⇒ a = 4 44 381 ±=± a = ± 3 ⇒ a = 3 a = - 3 (não convém) 3) Calcular, pela definição, o valor do logaritmando : xlog2 = 3 Solução: xlog2 = 3 ⇒ 2 3 = x ⇒ x = 8 C = logab⇒ ac = b AC-02 33 4) Calcular log2 3 64 Solução: log2 3 64 = x ⇒ 2x = 3 1 64 ⇒ 2x = 3 1 62 )( ⇒ 2x = 22 ⇒ ⇒ x = 2 Como conseqüências imediatas da definição, vem que sendo 0 < a ≠ 1, b > 0, c > 0 e α ∈ R, valem as propriedades: 1) ba bloga = 2) loga 1 = 0 3) loga a = 1 4) b = c ⇔ loga b = loga c 5) α=αaloga Exemplos: a) 52 5log2 = b) log5 1 = 0 (o logaritmo de 1 é sempre zero) c) log5 5 = 1 d) log5 x = log5 2 ⇔ x = 2 e) log5 52 = 2 2.5.2 - Propriedades dos Logaritmos 1a. propriedade: logaritmo do produto desde que 0 < a ≠ 1 e b1 ,b2,b3,..... bn > 0 2a. propriedade: logaritmo do quociente desde que 0 < a ≠ 1 e b, c > 0 c a b aa loglog) c b(log −= loga (b1 . b2 ... bn) = loga b1 + loga b2 + … + loga bn AC-02 34 3a. propriedade: logaritmo da potência desde que 0 < a ≠ 1 e b > 0 e α ∈ R Conseqüências: 1a.) b log b loglog a a b a 11 1=−= 2a) blog. n 1 blogblog a n/1 a n a == Exemplos: 1) Calcular log3(9.27) Solução: Pela 1a. propriedade, log3 log(9.27) =log39 + log327 = 2 + 3 = 5 2) Calcular )(log 64 8 2 Solução: Pela 2a. propriedade, )(log 64 8 2 = log2 8 - log264 = 3 – 6 = -3 3) Calcular log3(815) Solução: Pela 3a propriedade log3(815) = 5 log381 = 5 . 4 = 20 4) Calcular log 5 37 7 b a b a log.log α= α AC-02 35 Solução: log 5 37 7 = log7 7 3/5 = 5 3 .log77 = 5 3 .1 = 5 3 4a propriedade: mudança de base Se a, b, c são números reais e positivos, sendo a ≠ 1 e c ≠ 1 então: logab = logac . logcb que também pode ser escrito: Conseqüência: b a b a log log 1 = , b ≠ 1 Exemplos: 1) Passar o log416 para a base 2. log416 = 4 16 2 2 log log 2) 2 1 2 33 33 3 2 loglog log log == Observações: Dados a ∈ + * R - {1}, b e c números reais positivos, 1) b > c ⇔ 1aseloglog ca b a >> b > 1 ⇒ 0log1loglog 1 >>> baa b a ase 0 < b < 1 ⇒ 0logloglog ba 1 a b a <⇒< 2) b > c ⇔ 10loglog <<< aseca b a alog blog blog c c a = AC-02 36 b > 1 ⇒ 1a0se0logloglog ba 1 a b a ≠<<⇒< 0 < b < 1 ⇒ 0logloglog 1a 1 a b a >⇒> Exemplos: 1) 7 > 5 ⇒ 5 2/1 7 2/1 5 2 7 2 loglogloglog <> e 2) 2 < 3 ⇒ 3 5/12 2/13525 loglogeloglog >< 3) 2x0loglog 2 5,0x5,0 <<⇒> 4) 2xloglog 2 5 x 5 >⇒> 5) 0loge0log 10 2/1102 <> 2.5.3 - Logaritmos Especiais Os logaritmos dos números reais positivos de base denominam-se logaritmos decimais ou de Briggs. Indica-se logaritmo de b > O na base 10 pelo símbolo: log b Os logaritmos dos números reais positivos de base e denominam-se logaritmos neperianos. Indica-se o logaritmo de b > 0 na base e pelo símbolo: ln b Obs: e ≅ 2,7183 é um importante número irracional, conhecido por número de Euler. AC-02 37 3 - NOÇÕES BÁSICAS (III) 3.1 - GEOMETRIA Como a geometria abordada neste capítulo limita-se a conceitos, definições e resultados vistos, apresentaremos o assunto da maneira mais breve e direta possível. 3.1.1 - Geometria Plana 3.1.1.1 - Ângulo Traçando num plano duas semi-retas de mesma origem, dividimo-lo em duas regiões, que recebem o nome de ângulos. O ângulo I diz-se convexo, o ângulo II côncavo. As semi-retas formam os lados do ângulo e sua origem é o vértice do ângulo. Os ângulos convexos recebem nomes especiais conforme sua abertura. Note que dois ângulos retos consecutivos formam um raso e dois rasos consecutivos formam um ângulo de uma volta. Em relação a uma circunferência, um ângulo pode ocupar duas posições principais: ângulo central e ângulo inscrito, conforme o vértice esteja, respectivamente, no centro ou na circunferência. AC-02 38 Para medir ângulos usamos as mesmas unidades empregadas na medida de arcos, assim: ângulo central → mesma medida do arco subtendido ângulo inscrito → metade da medida do arco subtendido 3.1.1.2 - Outras Definições Importantes 1ª) Duas retas no mesmo plano podem ser: 2a) Bissetriz é a semi-reta que eqüiparte um ângulo. Os ângulos resultantes são, portanto, congruentes (mesma medida). 3a) Ângulos opostos pelo vértice (o.p.v.) são aqueles formados por duas retas concorrentes. Ângulos o.p.v. são sempre congruentes. AC-02 39 4a) Se duas retas concorrentes formam ângulos retos, elas se dizem perpendiculares (r ⊥ s), caso contrário dizem-se oblíquas. 5a) Mediatriz de um segmento de reta é a reta perpendicular a ele por seu ponto médio. Propriedade da mediatriz: os seus pontos eqüidistam dos extremos do segmento. 6a) Dois arcos (ou dois ângulos) dizem-se: a) complementares quando a soma é 90°. Exemplos: 20o é o complemento de 70o. b) suplementares quando sua soma é 180°. Exemplos: 140o é o suplemento de 40o. c) replementares quando sua soma é 360°. Exemplos: 160° é o replemento de 200°. 7a) Em relação a uma circunferência, uma reta pode ocupar três posições: externa, tangente ou secante (respectivamente se não intercepta a circunferência ou intercepta em um ou dois pontos). AC-02 40 - Propriedades da reta tangente: ela é perpendicular ao raio que passa pelo ponto de tangência. 3.1.1.3 - Triângulos Classificação quanto aos lados: - Eqüilátero: os 3 lados iguais; - Isósceles: 2 lados iguais; e - Escaleno: os 3 lados desiguais. Classificação quanto aos ângulos: - Acutângulo: os 3 lados agudos (menores que 90°); - Obtusângulo: um ângulo obtuso (maior que 90°); e - Retângulo: um ângulo reto (90°) - Altura (relativa a um lado) É o segmento perpendicular a esse lado (ou a seu prolongamento) que o une ao vértice oposto. AC-02 41 As três alturas de um triângulo interceptam-se num mesmo ponto, chamado ortocentro do triângulo. - Mediana (relativa a um lado) É o segmento que une o ponto médio desse lado ao vértice oposto. As três medianas encontram-se no ponto chamado baricentro. - Incentro É o ponto de interseção das bissetrizes dos ângulos internos. Propriedade do incentro: é o centro da circunferência inscrita no triângulo. - Circuncentro É o ponto de interseção das mediatrizes dos lados do triângulo AC-02 42 Propriedade do circuncentro: é o centro da circunferência circunscrita ao triângulo. - Lei Angular de Tales - Semelhança de Triângulos Dois triângulos são semelhantes (~) quando seus lados homólogos (correspondentes) são proporcionais. Assim, k, c c , b b , a a === (k chama-se razão de semelhança). - Propriedade Dois triângulos semelhantes têm os ângulos correspondentes congruentes e, reciprocamente, se dois triângulos têm os ângulos respectivamente congruentes, eles são semelhantes. 3.1.1.4 - Teorema das Paralelas (ou de Tales) Um feixe de retas paralelas determina sobre duas retas transversais, duas séries de segmentos respectivamente proporcionais. "A Soma dos três ângulos internos de um triângulo é sempre igual a dois retos (180o) ∆ ABC ~ ∆ A'B'C' ⇔ A = A', B = B', C AC-02 43 Exemplos: - Relações Métricas no Triângulo Retângulo Ao lado maior de um triângulo retângulo damos o nome de hipotenusa; aos outros dois catetos. A mais importante relação métrica é a de Pitágoras: Assim, Na figura abaixo, h é a altura relativa à hipotenusa a e a divide nos segmentos m e n. Para todos estes segmentos as seguintes relações são válidas: "O quadrado da hipotenusa é igual à soma dos quadrados dos catetos”. a2 = b2 + c2 h2 = mn b2 = na c2 = am bc = ah AC-02 44 Exemplos: 1. No triângulo da figura, quanto vale x? Solução: Trata-se de um triângulo retângulo onde a hipotenusa mede 13. Logo, pela relação de Pitágoras: 132 = 122 + x2 ⇒ 169 = 144 + x2 ⇒ x2 = 169 – 144 ⇒ ⇒ x2 = 25 ⇒ x = 525 ±=± Por tratar-se de um problema geométrico, desprezamos o resultado negativo. Logo, x = 5. 2. Qual é a altura de um triângulo eqüilátero (lado l)? Solução: A altura divide o triângulo em dois triângulos retângulos congruentes, nos quais podemos aplicar a relação de Pitágoras: ⇒±⇒±=⇒−⇒ ⇒−=⇒==⇒+=2 3 4 3 4 3 442 22 2 2 222 2 2222 l ll l l l l l l hh hhh)( 3. Qual é a diagonal de um quadrado (lado l)? Solução: Por Pitágoras vem: d2= l 2 + l 2 ⇒ d2 = 2 l 2 ⇒ d = 22l± = ± ⇒2l 3.1.1.5 - Área dos Principais Polígonos - Paralelogramo: é um quadrilátero com os lados opostos paralelos. d = 2l 2 3l =h AC-02 45 A = 2 h).bB( + A = 2 d.D - Retângulo: é um paralelogramo com todos os ângulos retos. - Quadrado: é um retângulo com todos os lados congruentes. - Triângulo: sua área é a metade da de um paralelogramo. - Trapézio: é um quadrilátero com apenas dois lados paralelos. Também equivale à metade de um paralelogramo. B → base maior b → base menor - Losango: é um paralelogramo com todos os lados congruentes. Suas duas diagonais são perpendiculares entre si. D → diagonal maior b → diagonal menor Polígonos Regulares: têm todos os lados e todos os ângulos respectivamente congruentes, sendo inscritíveis em circunferências. Apótema (m) é a distância do lado ao centro do polígono regular. AC-02 46 Chamando de p à metade do perímetro (semi-perímetro) do polígono regular, sua área é dada por: Exemplos: 1. Qual o lado do quadrado de área 81 m2? Solução: A = l 2 ⇒ 81 = l 2 ⇒ 81=l = 9 m 2. Um retângulo tem um lado medindo 4 cm e a diagonal 5 cm. Calcule sua área. Solução: Por Pitágoras, 52 = 42 + h2 = h = 3 A = b . h = 4 . 3 = 12 cm2 3. Qual a área do paralelogramo de base 7 dm e altura 3 dm? Solução: A = b . h = 7 . 3 = 21 dm2 4. Calcule a área do triângulo da figura ao lado. Solução: 248 2 128 212 8 km .h.b A kmh kmb ===⇒ = = 5. Um trapézio de área 28 cm2 tem uma base medindo 6 cm e a altura 40 mm. Calcule a outra base. Solução: A = p.m cmbbbb bbhbBA 81622122821228 2)6(28 2 4)6(28 2 )( =⇒=⇒=−⇒+= ⇒+=⇒ + =⇒ + = ⇒ = == = ?b cmmmh cmB 440 6 AC-02 47 6. Calcule a área do losango com diagonais medindo 12 dm e 10 dm. Solução: 260 2 1012 2 dm .d.D A === 7. Calcule a área da região hachurada: Solução: No quadrado – A = l 2 = 42 = 16 m2 No círculo – A = r2pi = 22pi = 4pi m2 Logo, a área procurada é 16 - 4pi = 3,44 m2 8. Qual a área do triângulo eqüilátero de lado l ? Solução: A altura do triângulo eqüilátero é dada por 2 3l =h . Logo sua área será: 4 3 2 2 3 2 2 l l l === h.b A 3.1.2 - Geometria Espacial Se raciocinarmos espacialmente, podemos imaginar, "soltas" no espaço, uma infinidade de figuras geométricas tais como as representadas a seguir AC-02 48 Observe o leitor que: 1a) Dizer que uma reta r passa por um ponto P equivale a dizer que esse ponto P pertence à reta r. 2a) Dizer que um plano α passa por uma reta r equivale a dizer que a reta r está contida no plano α. 3a) Dizer que uma reta r fura um plano α equivale a dizer que entre eles há apenas um ponto em comum. Sabemos que, num plano, duas retas distintas ou são concorrentes ou são paralelas mas, no espaço, ocorre a situação em que duas retas nem se encontram nem são paralelas, como é o caso das retas indicadas na figura a seguir. Se duas retas são reversas não existe um plano que passe pelas duas. Ou seja, nenhum plano contém simultaneamente duas retas reversas. Se considerarmos uma reta e um plano no espaço, veremos que há três situações possíveis, conforme a seguir. Duas retas distintas dizem-se reversas quando não são nem concorrentes nem paralelas. AC-02 49 1a) Uma reta e um plano são paralelos, isto é, não tem nenhum ponto comum ( φ=α∩⇔α r//r ). 2a) Uma reta fura o plano, isto é, entre ela e o plano há em comum um e apenas um ponto. Esse ponto é a interseção da reta com o plano, ou furo (ou traço) da reta no plano ( }P{r =α∩ ). 3a) A reta está contida no plano ( rrr =α∩⇔α⊂ ). No caso de considerarmos dois planos no espaço há duas situações possíveis. 1a) Dois planos são paralelos, isto é, não se encontram ou não têm nenhum ponto em comum ( βα⇔φ=β∩α // ). Quando dois planos são coincidentes também os consideramos paralelos ( βα⇔β≡α // ). 2a) Dois planos são secantes, isto é, não são paralelos. Entre dois planos secantes há em comum uma e apenas uma reta. Agora, no caso de considerarmos três planos secantes dois a dois, é fácil perceber que eles têm três retas por interseção e que há duas situações possíveis: as três interseções são paralelas entre si ou são concorrentes num único ponto: AC-02 50 Ainda é interessante perceber que: 1a) Se uma reta é perpendicular a um plano ela é perpendicular a duas retas concorrentes desse plano. Na verdade ela será perpendicular também a todas as outras infinitas retas do plano que passam pelo ponto de interseção. 2a) Um plano é perpendicular a outro se passar por uma reta perpendicular ao outro. Em símbolos: 3a) Duas retas reversas dizem-se ortogonais se uma paralela a uma delas for perpendicular à outra. Por exemplo, as retas r e s que passam pelas arestas do cubo da figura são ortogonais. Com efeito, a reta t é paralela as s e perpendicular r. Indica-se: r ⊥ s. Outro exemplo: seja r ⊥ α. Qualquer reta s do plano α que não passe pelo traço P de r em α é ortogonal a r: AC-02 51 conduzindo uma reta t // s por P vemos que t ⊥ r Dentre os mais variados tipos de sólidos imagináveis, vamo- nos deter a dois casos particulares: 1o) Paralelepípedo retângulo É limitado por seis retângulos, dois a dois paralelos e congruentes. O volume é dado pelo produto de suas três dimensões (comprimento, largura e altura): A área de sua superfície externa (área total) é a área dos seis retângulos: At= ab + ab + bc + bc + ac + ac = 2ab + 2bc + 2ac 2o) Cubo É um paralelepípedo retângulo, mas formado por seis quadrados iguais. Logo, tem iguais todas as arestas. V = a . a . a ⇒ A área dos seis quadrados é a área total: Exemplo: Qual o volume do paralelepípedo retângulo cuja diagonal mede 7 cm e duas de suas dimensões medem respectivamente 2 cm e 3 cm? Solução: Esboçando uma figura e nela marcando os dados do problema, vemos que é necessária a medida x para calcular o volume. Mas podemos, anteriormente, por Pitágoras, calcular a medida y (diagonal de uma das faces): Vcubo = a3 VParalelepípedo = a b c At = 2(ab + bc + ac) At = 6a2 AC-02 52 y2 = 22 + 32 ⇒ y2 = 13 ⇒ y = 13 Usando Pitágoras, novamente, no triângulo maior (pois também é retângulo) obtemos: 72 = ( 13 )2 + x2 ⇒ 49 = 13 + x2 ⇒ x2 = 36 ⇒ x = 6 Logo, o volume será: V = 2 .3 . 6 = 36 cm3 3.2 - TRIGONOMETRIA 3.2.1 - Trigonometria no Triângulo Retângulo Num triângulo retângulo, se dividimos a medida de um cateto pela medida da hipotenusa obtemos sempre um número menor que um, pois qualquer cateto é sempre menor que a hipotenusa. Assim, senos e cossenos de ângulos agudos são números compreendidos entre O e 1. No triângulo da figura anterior, o seno, o cosseno e a tangente doângulo α seriam, respectivamente: sen α = a c cos α = a b tg α = b c Por outro lado, o seno, o cosseno e a tangente do ângulo β, seriam: sen β = a b cos β = a c tg β = c b seno de um ângulo agudo = hipotenusa opostocateto cosseno de um ângulo agudo = hipotenusa adjacentecateto tangente de um ângulo agudo = adjacentecateto opostocateto AC-02 53 Podemos notar que: 1o) sen α = cos β = a c cos α = sen β = a b Por outro lado, sabemos que os ângulos agudos de um triângulo retângulo são complementares, isto é, α + β = 90o. Logo: Abreviadamente: e 2o) α α =α⇒==α cos sen tg a b a c b c tg Analogamente, β β =β cos sen tg Vimos que seno e cosseno de um ângulo agudo são dois números positivos menores que um. Dividindo agora um pelo outro, o resultado poderá ser um número menor, igual ou até maior que um, dependendo apenas do primeiro ser menor, igual ou maior que o segundo, respectivamente. Na mesma figura, podemos agora escrever: c b tg =β Exemplos: 1. No triângulo ao lado temos, sen α = cos (90o - α) O cosseno de um ângulo é igual ao seno do seu complemento (donde o nome cosseno) e, reciprocamente, o seno é igual ao cosseno do complemento. cos α = sen (90o - α) AC-02 54 em relação a Bˆ: = = 5 3 5 4 ^ ^ Bcos Bsen ⇒ 3 4 5 3 5 4 == ^ Btg em relação a ^ C: = = 5 4 5 3 ^ ^ Ccos Csen ⇒ 4 3 5 4 5 3 == ^ Ctg 2. Calcule o valor de sen(60o)e sen(30o). Solução: Recorremos a um triângulo.eqüilátero (lado l) pois seus três ângulos internos têm 60°.Como a sua altura é dada por h = 2 3l 2 3602 3 60 =°⇒==° )(senh)(sen l l l 2 1)30cos(2)30cos( =°⇒=° l l 3. Calcule o valor de sen(45o). Solução: Recorremos um quadrado (lado l), pois a diagonal forma 45o com o lado. Como a diagonal de um quadrado é dada por d = 2l 2 2)45( 2 1 2 )45( =° →=== sen d sen andoracionalizo l ll 4. Calcule o valor do cos(30o), cós(45°) e cos(60°). Solução: Tomando o complemento dos arcos dados, vemos que: 2 36030 =°=° )(sen)cos( 2 24545 =°=° )(sen)cos( AC-02 55 2 13060 =°=° )(sen)cos( 5. Calcule tg(30°), tg(45°) e tg(60°). Solução: 3 3 2 3 2 1 30 3030 == ° ° =° )cos( )(sen)(tg 1 2 2 2 2 45 4545 == ° ° =° )cos( )(sen)(tg 3 2 1 2 3 60 6060 == ° ° =° )cos( )(sen)(tg 3.2.2 - Radiano É uma unidade muito utilizada em trigonometria. Logo, a circunferência toda tem 2pi radianos (pois é 2pi vezes maior que o raio), e meia circunferência tem pi radianos. Em outras palavras, em uma circunferência cabem cerca de 6,28 radianos, assim como cabem 360 graus. Correspondência entre radiano e grau: Radiano é um arco de comprimento igual ao do raio da sua circunferência. 2pi rad = 360o pi rad = 180o 2 pi rad = 90o AC-02 56 Vimos que 90° = 2 pi rad e podemos ver facilmente que 45o = 4 pi rad ou que 270o = 2 3pi rad. Para converter qualquer medida de uma unidade para outra basta utilizar a seguinte proporção: ou a equivalente regra prática: Exemplos: a) rad.o 3180 6060 pi=pi= ; e b) °= pi pi = pi 270180 2 3 2 3 rad Neste ponto da teoria, o leitor já está em condições de entender e decorar a seguinte tabela: 6 pi (30°) 4 pi (45°) 3 pi (60°) Seno 2 1 2 2 2 3 Cosseno 2 3 2 2 2 1 Tangente 3 3 1 3 3.2.3 - Circunferência Trigonométrica Estudamos até aqui relações trigonométricas só para os ângulos agudos. Para um estudo mais generalizado da trigonometria devemos, inicialmente, substituir a noção de ângulo pela noção correspondente de arco. pi = radianosemmedidagrausemmedida 180 de grau para radiano: multiplicar por pi e dividir por 180 de radiano para grau: multiplicar por 180 e dividir por pi. AC-02 57 Uma circunferência pode ser orientada em dois sentidos: horário (o mesmo dos ponteiros do relógio) ou anti-horário. Em trigonometria adota-se como sentido positivo o sentido anti-horário. Assim, na circunferência da figura, podemos considerar quatro arcos orientados, pelo menos: 1o) um arco AB positivo, se formos de A para B no sentido anti- horário; 2o) um arco. AB negativo, se formos de A para B no sentido horário; 3o) um arco BA positivo, se formos de B para A no sentido anti-horário; 4o) um arco BA negativo, se formos de B para A no sentido horário. Ciclo trigonométrico: é uma circunferência orientada possuindo: 1o) raio unitário; 2o) centro na origem (O) de um sistema de coordenadas cartesianas; 3o) um ponto A, de coordenadas (1,0) chamado origem dos arcos. Os eixos coordenados marcam no ciclo os pontos A, B, A' e B', que o dividem em quatro quadrantes, indicados por I, II, III, IV. Observações: 1o) Todas as medidas de arcos são feitas a partir do ponto A. 2o) Se for feita do sentido horário, a medida será negativa. Exemplos: a) O arco que vai de A até B no sentido anti-horário mede 2 pi rad (ou 90o). b) O arco que vai de A até B' no sentido anti-horário mede 2 3pi rad (ou 270o). AC-02 58 c) O arco que vai de A até B' no sentido horário mede 2 pi − rad (ou -90o ). d) O arco que sai de A, dá uma volta no sentido anti- horário e continua até o ponto B, mede 2 5pi rad (450°). e) O arco que sai de A, dá uma volta no sentido horário e continua até o ponto B, mede - 2 7pi rad (ou –630o). 3.2.4 - Arcos Côngruos São arcos que têm a mesma origem e a mesma extremidade. Exemplos: a) Dois arcos medindo 30° e 390° são côngruos, pois ambos começam em A e terminam em M. b) dois arcos medindo 300o e –60o. c) Dois arcos medindo 2 5pi rad e 2 pi rad. Um arco qualquer tem infinitos outros côngruos com ele. Voltando ao primeiro exemplo teríamos: ...≡ -690o ≡ -330o ≡ 30o ≡ 390o ≡ 750o ≡ 1110o ≡ ... Mas na Trigonometria, dado um arco AM, interessa-nos somente a posição dos pontos A e M. Todos os arcos acima não passam de diferentes determinações de um mesmo arco trigonométrico, o arco AM da figura. Logo, basta saber a menor AC-02 59 determinação positiva (m.d.p.} do arco para que ele esteja bem determinado. De arco trigonométrico devemos ter uma noção geral: é o conjunto de todos os arcos côngruos entre si. Podemos indicar todas as medidas de um arco trigonométrico AM assim: e x → m.d.p do arco AM K ∈ Z Quer dizer: colocando números inteiros no lugar de k vamos simplesmente alterando o número de voltas e obtendo arcos côngruos com x, sem alterar a posição do ponto M. Existe um processo prático para encontrar a menor determinação positiva, dada a seguir: I) Sendo o arco positivo e medido em graus: efetue a divisão aproximada de sua medida por 360° (sem suprimir zeros!) e tome o resto. Exemplo: 1000º→ 1000 |360º → 280º é a m.d.p. de 1000º 280 2 II) Sendo o arco positivo e medido em radianos: dividaa medida do arco por 2pi, extraia os inteiros da fração obtida e subtraia-os; a seguir multiplique de novo por 2pi. Exemplo: rad..rad 3 52 6 5 6 5 6 52 6 17 2 1 3 17 3 17 pi =pi→→== pi pi → pi o .kxAM 360+= ∩ pikxAM 2+= ∩ AC-02 60 III) Sendo o arco negativo: desprezando o sinal, faça como nos dois primeiros casos, conforme seja grau ou radiano; então calcule o replemento do resultado obtido. Exemplos: 1o) -1210° → -1210° |360° → calculando o replemento: 130 3 360° - 130° = 230° 2o) - rad..rad 3 22 3 1 3 1 3 11 3 4 2 1 3 8 3 8 pi =pi→→== pi pi → pi calculando o replemento: rad 3 4 3 22 pi=pi−pi Para saber O quadrante de um arco basta examinar a sua menor determinação positiva. Exemplo: 1000º tem por mdp 280º, que está no IV quadrante. Logo 1000º é um arco do IV quadrante. 3.2.5 - Relações Trigonométricas Ao ciclo trigonométrico vamos associar os seguintes eixos: Ao ciclo trigonométrico são associados quatro eixos para o estudo das funções trigonométricas: 1o) eixo dos cossenos (a) direção: _ OA sentido positivo: O → A segmento unitário: |OA| = 1 2O) eixo dos senos (b) direção: ⊥ a, por 0 sentido positivo: de O → B sendo B tal que ∩ AM = pi/2 segmento unitário: |OB| = 1 3O) eixo das tangentes (c) direção: paralelo a b por A sentido positivo: o mesmo de b. AC-02 61 4o) eixo das cotangentes (d) direção: paralelo a por B sentido positivo: o mesmo de a. Sobre estes eixos definimos as seis funções trigonométricas, dado um arco a 2 pik ≠ . OC)asec(cos OS)asec( BD)a(gcot AT)a(tg OM)acos( OM)a(sen = = = = = = 2 1 A variação de sinais dessas seis funções conforme o quadrante ao qual a pertença é dada na tabela a seguir: I II III IV sen + + - - cos + - - + tg + - + - cotg + - + - sec + - - + cossec + + - - As seguintes relações trigonométricas são válidas: pi pi kxpara xcos xsen xtg)R( +≠= 2 1 pikxpara xsen xcos xtg xgcot)R( ≠== 12 pi+ pi ≠= kxpara xcos xsec)R( 2 13 pikxpara xsen xseccos)R( ≠= 14 pi pi kxparaxtgxsec)R( +≠+= 2 15 22 AC-02 62 pi≠+= kxparaxgcotxseccos)R( 22 16 E ainda a Relação Fundamental (RFT): Desta forma, ou (RFT1) (RFT2) Observe que: 1O) seno e cosseno são definidos para qualquer arco; 2O) tangente e secante não são definidos para 90°, 270° e seus côngruos; 3O) cotangente e cossecante não são definidas para 0°, 180° e seus côngruos; 4O) Exemplos: 1. a) se o 5 2 −=senx , então a cossec x = 2 5 − . b) se o 4 1 =xcos , então a 4=xsec . c) se o 5−=tgx , então a cotg x = - 5 1 . 2. Dada a 2 ,2sec pi<= xx , calcule as outras cinco funções trigonométricas do arco x. Solução: O valor da secante é o inverso do cosseno e vice-versa, logo: 1°) 2 1 xsec 1 xcos == Seno ← inverso de → cossecante Cosseno ← inverso de → secante Tangente ← inverso de → cotangente cos2x = 1 - sen2x sen2x = 1 - cos2x sen2x + cos2x = 1 AC-02 63 2°) ⇒=−= −=−= 4 3 4 1 1 2 1 1xcos1xsen 2 22 2 3 senx 2 3 senx Iquadr = →±=⇒ 3°) →=== andoracionaliz 3 2 2 3 1 senx 1 xseccos cossec x = 3 32 4°) 3 2 1 2 3 === xcos senx tgx 5°) 3 3 3 11 === tgx gxcot 3. Simplificar a expressão: xsen.xgcot xsen21 − Solução: Parra isso, vamos substituir as relações RFT2 e R2 na expressão: xcos xcos xcos senx senx xcos xcos senx.gxcot xsen === − 2221 4. Demonstrar a identidade: cos x . sec x – tg x . sen x . cos x = (1 + sen x) (1 - sen x) Solução: Demonstrar uma identidade é demonstrar que a igualdade é verdadeira para qualquer valor da variável, para o qual as funções expressas se definem. Podemos para isso empregar relações ou identidades anteriormente demonstradas. Neste exercício aplicamos R3 e R1 no primeiro membro, e um produto notável no segundo: ⇒−=− xsenxcos.senx. xcos senx xcos .xcos 2211 xsenxsen 22 11 −=−⇒ 5. Sendo 2 33 pi<<pi= xetgx , calcular cos x. AC-02 64 Solução: Utilizando a R5, temos: ( ) ⇒=+=+=⇒+= 431311 2222 xsecxtgxsec 2 1 2 1124 3 −= →±== →±=±= xcos xsec xcosxsec QuadrIIIR 3.2.6 - Trigonometria num Triângulo Qualquer Seja a, b e c as medidas dos lados de um triângulo qualquer e α, β e γ as medidas dos ângulos, respectivamente, opostos aos lados, conforme a figura a seguir: Então, Lei dos cossenos Obs.: se α < 90° então cosα > 0 e a2 < b2 + c2 se α > 90o então cosα < 0 e a2 > b2 + c2 se α = 90o então cosα = 0 e a2 = b2 + c2 Lei dos Senos γβα sen c sen b sen a == a2 = b2 + c2 – 2bc cosα AC-02 65 3.2.7 - Adição e Subtração de Arcos Conhecidos os valores trigonométricos de dois arcos quaisquer, podemos calcular os valores para o arco soma (ou diferença) desses dois arcos, através das fórmulas seguintes: (i) Soma sen (a+b) = sen a . cos b + cos a . sen b cos(a+b) = cos a . cos b – sen a . sen b tg(a+b) = btg.atg btgatg − + 1 (ii) Diferença sen(a-b) = sen a . cos b – cos a . sen b cos(a-b) = cos a . cos b + sen a . sen b tg(a-b) = btg.atg btgatg + − 1 Em resumo, Exemplos: 1. Calcular o valor de sen(75o) Solução: Vamos escrever 75o como a soma de 45o e 30o, pois 45o e 30o são arcos de valores trigonométricos já conhecidos. Utilizando a primeira fórmula, vem: sen 75O = sen(45o + 30o) = sen 45o . cos 30o + cos 45o . sen 30o 3,29 29,3 4 26 4 2 4 6 2 1 . 2 2 2 3 . 2 2)75(sen =+=+=+=° sen(a±b) = sen a cos b ± cos a sen b cos(a±b) = cos a cos b m sen a sen b tg(a±b) = btgatg btgatg m1 ± AC-02 66 2. Calcule tg(15o) Solução: Basta escrever 15° como a diferença entre 45° e 30°, e utilizar a fórmula da diferença: = + − = + − = + − =−= 3 33 3 33 3 3 .11 3 3 1 30tg.45tg1 30tg45tg)3045(tg15tg oo oo ooo ( ) 3239 336933)33( )33)(33()adormindenoo andoracionaliz(33 33 −=− +−=−+ −−⇒+−= 3. Calcule cossec 285° Solução: 62 26 4 4 26 1 75sen 1 285sen 1 285seccos oo −= + − = + − = − ==° 4. Sabendo que 2 y0ex 2 pi <<pi<< pi ,e dados 5 4 ycose 13 12 xsen == , calcule sen(x+y). Solução: sen (x + y) = sen x cos y + cos x sen y Pela RFT: ⇒=−= −=−= 169 25 169 144 1 13 12 1xsen1xcos)i( 2 22 13 5 xcos 13 5 169 25 xcos )QuadrII( −= →±=±= ⇒=−= −=−= 25 9 25 16 1 5 4 1ycos1ysen)ii( 2 22 5 3 ysen 5 3 25 9 ysen )QuadrI( = →±=± Logo, 65 33 5 3 13 5 5 4 13 12 = − +=+ ..)yx(sen AC-02 67 3.2.8 - Arco Duplo Conhecidos os valores trigonométricos de um arco qualquer, podemos calcular esses valores para o arco que é odobro do arco dado, bastando para isso usar as fórmulas da soma. sen 2a = sen (a + a) = sen a . cos a + cos a . sen a cos 2a)= cos (a + a) = cos a . cos a – sen a . sen a tg 2a = tg(a + a) = atgatg atgatg .1− + 2 k 4 a,k 2 a, atg1 atg2 a2tg 2 pi + pi ≠pi+ pi ≠ − = Exemplos: 1. Sendo cos x = 4 1 . Calcu1e cos 2x. Solução: cos 2x = cos2x – sen2x. Mas, usando a R.F.T.: cos2x = 16 1) 4 1( 2 = 16 15 16 1 1xcos1xsen 22 =−=−= Logo, 8 7 16 14 16 5 16 12 −=−=−=xcos 2. Sendo sen x = pi<<pi x 2 e, 6 5 , calcule sen 2x. Solução: sen 2x = 2 sen x cos x sen 2a = 2 sen a cos a cos 2a = cos2a – sen2a AC-02 68 Pela R.F.T ⇒=−= −=−= 36 11 36 251 6 511 2 22 xsenxcos 6 11 xcos 36 11 xcos )QuadrII( −= →±= Logo, 18 115 6 11 . 6 5 .2x2sen −= −= 3.2.9 - Transformação em Produto (fatoração trigonométrica) Podemos transformar uma soma ou diferença de funções em um produto, utilizando as chamadas fórmulas de Prostaférese: Note que 2 qp + é a semi-soma (média aritmética) dos arcos e 2 qp − é a semi-diferença. Exemplos: 1. Fatore a expressão sen 70° – sen 20° Solução: Fazemos p = 70° e q = 20° e utilizamos a segunda fórmula de prostaférese: ⇒ −+ =− 2 2070 sen. 2 2070 cos220sen70sen oooo oo oooo 25sen.225sen 2 2 225sen45cos2 ==⇒ sen p + sen q = 2 2 qp cos. 2 qp sen −+ sen p - sen q = 2 2 qp sen. 2 qp cos −+ cos p + cos q = 2 2 qp cos. 2 qp cos −+ cos p - cos q = - 2 2 qp sen. 2 qp sen −+ AC-02 69 2. Transforme a soma cos 95° + cos 55° + cos 15° em produto. Solução: Podemos associar as parcelas assim, ( ) ⇒+ −+ =°+°+° o oooo 55cos 2 1595 cos 2 1595 cos255cos15cos95cos ooo 55cos40cos55cos2 + Colocando 2 cos(55°) em evidência, )60cos40(cos55cos2) 2 1 40(cos55cos2 ooooo +=+ , pois cos(60º) = ½ Fatorando novamente a expressão entre parêntese, fica ⇒−= −+ )10cos(50cos55cos4 2 6040 cos 2 6040 cos2(55cos2 ooo oooo o ooo 10cos50cos55cos4⇒ 3.2.10 - Arcos Complementares Sabemos que se dois ângulos são complementares (x e 90° - x), o seno de um é igual ao cosseno do outro e vice-versa, ou seja: e Isso é válido, também, para dois arcos quaisquer, desde que sua soma seja 90o (ou côngruo de 90o) Agora, vejamos a tangente do complemento de um arco: tg x = )x90(gcot )x90(sen )x90(cos xcos senx 0 0 0 −= − − = Ou seja, a tangente de um arco é igual à cotangente de seu complemento e vice-versa. e Temos ainda: )x90(sen 1 xcos 1 xsec 0 − == = cossec (90° - x) cotg x = tg (90o - x) °≠ 180kx tg x = cotg (90o - x) °+°≠ 180k90x cos x = sen(90o - x) sen x = cos(90o - x) AC-02 70 ou seja, a secante de um arco é igual à cossecante de seu complemento e vice-versa: e Observação: chamamos de octante à metade de um quadrante. Reduzir um arco do segundo para o primeiro octante significa utilizar o que foi visto acima, para escrever a função de um arco entre 0o e 45°. Exemplos: a) sen 60° = cos 30° 2° octante 1° octante b) °=° 44sen46cos c) °=° 10gcot80tg d) cotg 89º = tg 1º e) sec 20º = cossec 70º f) cossec 85º = sec 5º 3.2.11 - Redução ao Primeiro Quadrante Para conhecer os valores das funções trigonométricas de arcos situados no II, III e IV quadrantes, basta conhecer esses valores para os arcos do I quadrante, conforme veremos a seguir: -Arcos no II quadrante Se x é um arco do II quadrante, então o seu suplemento 180o - x (ou pi - x) será um arco do I quadrante, e teremos: Exemplos: sen 160° = sen (180°-160°) = sen 20° cos 160° = -cos (180°-160°) = - cos 20° cos x = - cos (180o - x) tg x = - tg (180o - x) sen x = sen (180o - x) cossec x = sec(90o - x) °≠ 180kx sec x = cossec(90o - x) °+°≠ 180k90x AC-02 71 tg 160° = -tg (180° - 160°) = - tg 20° Atenção: cosseno e tangente são negativos no II quadrante, daí o sinal de menos ao fazer a redução. - Arcos no III quadrante Se x é um arco do III quadrante, então x - 180 (ou x -pi) será um arco do I quadrante, e teremos: Atenção: seno e cosseno são negativos no III quadrante. Observação: x e x - 180° dizem-se arcos explementares (diferem de meia volta). Exemplos: são explementares 10o e 190 o, 100o e 280o etc - Arcos no IV quadrante: Se x é um arco do IV quadrante, então seu replemento 360° - x (ou 2pi -x) será um arco será um arco do I quadrante, e teremos: Exemplos: sen 340° = - sen (360°-340°) = - sen 20° cos 340° = cos (360°-340°)= cos 20o tg 340° = - tg (360°- 340°) = - tg 20° tg x = - tg (360° - x) cos x = cos (360° - x) sen x = - sen (360° - x) tg x = tg (x - 180o) cos x = - cos (x - 180o) sen x = - sen (x - 180o) AC-02 72 Atenção: seno e tangente são negativos no IV quadrante. Lembrando agora que 360°-x e -x (arco negativo) são côngruos, podemos reescrever as três últimas relações assim: Exemplos: sen (-35°) = - sen 35° cos (-100°) = cos 100o tg (-80°) = -tg 80° Observação: as funções secante, cossecante e cotangente, na redução ao primeiro quadrante, comportam-se, respectivamente, como as funções cosseno, seno e tangente. Exemplo: °− = ° ⇒°−=° 40tg 1 320tg 1 40gcot320gcot Resumo: tg x = - tg (-x) cos x = cos (-x) sen x = - sen (-x) III → tomar o suplemento do arco e trocar o sinal da função (exceto sen e cossec) IIII → tomar o explemento do arco e trocar o sinal da função (exceto tg e cotg) IIV → tomar o replemento do arco e trocar o sinal da função (exceto cos e sec) AC-02 73 3.3 - GEOMETRIA ANALÍTICA PLANA 3.3.1 - O Ponto Num plano α tomemos duas retas perpendiculares num ponto O e oriente-mo-las conforme a figura. Reta orientadas chamam-se eixos. Se convencionarmos uma das retas horizontal e a outra vertical, teremos: 1o) um eixo horizontal, que chamaremos de eixo das abscissas (eixo dos x); 2o) um eixo vertical, que chamaremos de eixo das ordenadas (eixo dos y). Estes eixos dividem o plano cartesiano em quatro regiões chamadas quadrantes, que são numerados I, II, III e IV. Tomemos agora no plano um ponto P (qualquer) e por ele conduzamos duas retas r e s, r // Ox e s // Oy. As figuras mostram possíveis posições do ponto P em cada um dos quadrantes: Chamamos de medida algébrica de um segmento orientado em relação a um eixo o módulo do segmento acompanhado de sinal (+) ou (-), conforme o seu sentido seja concordante ou não com o sentido positivo do eixo. AC-02 74 Considerando os segmentos orientados OM e ON, da figura, de medidas algébricas xp e yp, respectivamente, chamamos: - xp de abscissa do ponto P; e - yp de ordenada do ponto P. Dessa maneira, ao ponto P, do plano α, associamos um único par ordenado de números reais (xp, yp) que chamamos de coordenadas do ponto P. Reciprocamente, a todo par ordenado de números reais (xp, yp), existe no plano
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