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Artigo de Pesquisa Cientifica - Jus Postulandi

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A APLICAÇÃO DO JUS POSTULANDI NO PROCESSO
TRABALHISTA E A IMPORTÂNCIA DO ADVOGADO
 Gabriel Altran	133367 
 
RESUMO: O jus postulandi é definido como um instrumento de agilidade processual, tendo divergências em seu uso pela polêmica doutrinária envolvida. A falsa sensação de Justiça contradiz os princípios trabalhistas, sendo argumento contrário da aplicação no Processo do Trabalho, indo de frente com o acesso rápido e barato ao trabalhador hipossuficiente. A importância do princípio é discutida, em análise as correntes que visam explicar e definir as regras de aplicação, inclusive explanando a influência do advogado na conquista de decisões satisfatórias e justas.
 
PALAVRAS-CHAVE: Jus Postulandi; acesso à Justiça; indispensabilidade do advogado.
INTRODUÇÃO 
À luz das mudanças processuais da década de 40, o jus postulandi fora inserido na Justiça Laboral com a função de facilitar ao trabalhador o acesso aos tribunais, em causas simples que não necessistam de auxílio técnico. Desde então, as alterações provocadas pela Constituição de 1988, bem como o Estatuto da Advocacia, que definiram a indispensabilidade do advogado na administração da Justiça, vem provocando polêmica entre os doutrinadores, na busca de um consenso sobre a sua validade, visto que, segundo a corrente desfavorável à sua aplicação, o jus postulandi estaria revogado pela CF. Devido à sua relevância, o tema se mostra válido para pesquisas, buscando a compreensão da real aplicabilidade deste princípio, sua amplitude e suas limitações, à luz da Constituição e da CLT.
DEFINIÇÃO DE JUS POSTULANDI
Jus postulandi é o termo em latim que significa "direito de postular". Trata-se do direito das partes, no Processo do Trabalho, postularem uma ação sem a participação de advogado. Em respeito aos princípios da celeridade e da efetividade, o jus postulandi foi inserido na CLT para facilitar o acesso, principalmente do trabalhador, ao Judiciário. Assim o reclamante é autorizado comparecer em audiência judicial sem que esteja representado por um advogado, na tentativa de solucionar o problema do acesso a Justiça à população, visto que as defensorias públicas não têm condições de atender a elevada demanda de casos, segundo Leonardo Tadeu, Graduado em Direito pela PUC-MG .
Porém, de acordo com o renomado juslaboralista Délio Maranhão, "o jus postulandi é a prática dos atos processuais necessários ao início e ao andamento do processo: é a capacidade de requerer em juízo".
O nosso ordenamento jurídico, deixa expresso que o jus postulandi está presente em algumas situações, proporcionando à parte agir em juízo sem advogado, haja vista ser ela própria detentora de capacidade postulatória, pressuposto de existência da relação processual. Exemplo a ser citado é o processo penal, com referência aos institutos da revisão criminal e do habeas corpus (arts. 623 e 654 do CPP), em que é possível que o sentenciado e o paciente deduzam, por si sós, sua pretensão em juízo.
CORRENTE DOUTRINÁRIA FAVORÁVEL A APLICAÇÃO
	
O jus postulandi, devidamente regulado pelo art. 769 da CLT, não tem sua aplicação alterada pelo art. 133 da Constituição, por se tratar de finalidade diversa ao artigo trabalhista. 
Para Martins (2008, p. 183): 
Não existe, portanto, conflito entre o art. 791 da CLT e o art. 133 da Constituição, pois este apenas reconhece a função de direito público exercida pelo advogado, não criando qualquer incompatibilidade com as exceções legais que permitem à parte ajuizar, pessoalmente, a reclamação trabalhista. 
A aplicação do jus postulandi é facultativa, podendo a parte optar pela “assistência judiciária gratuita e integral, aos que provarem necessidades financeiras” (CF, art. 5°, LXXIV).
	Além disso, a maioria da doutrina baseia-se em argumentos advindos da Constituição, “dos quais podemos citar a inafastabilidade do acesso ao Judiciário, que permite a todos os indivíduos o acesso ao Judiciário (CF, art. 5°, XXXIV) e o direito à� jurisdição, que assegura a análise da pretensão do direito pelos Tribunais (CF, art. 5°, XXXV). (NASCIMENTO, 2010, p. 521-522)”�
	A inexistência de uma máquina judiciária, que disponibilize assistência gratuita, leva a aceitação do jus postulandi em causas pequenas, e nas de relação de emprego, pela menor complexidade, teoria adotada frequentemente pelos tribunais. 
	Outra questão derrubada pela doutrina é a do impedimento gerado pela Lei n. 8.906, de 4.7.1994, que define a postulação como privada aos advogados, seja em qualquer órgão do Judiciário. Em contrapartida, o STF, em decisão proposta pela AMB, declara que “a capacidade postulatória do advogado não é obrigatória nos Juizados de Pequenas Causas (atualmente, Juizados Especiais), na Justiça do Trabalho e na chamada Justiça de Paz. Nestes, as partes podem exercer diretamente o jus postulandi”. (LEITE, 2008, p. 403).
	Portanto, a aplicação do jus postulandi é totalmente aceitável, sendo esta direta (apenas empregado e empregador) e dentro do âmbito da Justiça Laboral, em respeito à legislação trabalhista, autônoma e célere.
2.3 CORRENTE DOUTRINÁRIA CONTRA A APLICAÇÃO
Em virtude das recentes alterações na legislação, com destaque para as providas pela EC 45/04 que expande a competência dos tribunais laborais, uma parte minoritária da doutrina se mostra contrária a aplicação do jus postulandi, defendendo a ideia de que a prática representa uma falsa sensação de acesso à justiça. O trabalhador, muitas vezes sem condições de arcar com despesas advocatícias, fica vulnerável ao empregador, que possui condições de montar uma defesa concreta, com grandes possibilidades de vitória. 
	Como bem destaca Schiavi (2009):
(...) O empregado assistido por advogado tem maiores possibilidades de êxito no processo, assegurando o cumprimento do princípio constitucional do acesso real à Justiça do Trabalho, e também a uma ordem jurídica justa. Não se pode interpretar a lei pelas exceções. Hoje, a parte não estar assistida por advogado na Justiça do Trabalho é exceção. De outro lado, diante da complexidade das matérias que envolvem os cotidianos do Direito do Trabalho e da Justiça do Trabalho, a �não assistência por advogado, ao invés de facilitar, acaba dificultando o acesso, tanto do trabalhador como do tomador de serviços, à Justiça.
	
Frente ao art. 769 da CLT que regula a possibilidade do jus postulandi, a CF, pelo art. 133, define como essencial a presença do advogado nas lides processuais, necessário para o bom decorrer da justiça.
2.4 LIMITES DA APLICAÇÃO DO JUS POSTULANDI.
Como visto anteriormente, o estabelecimento do jus postulandi, dispõe ao cidadão acesso à justiça sem a necessidade de um advogado, é facultada entre os empregadores e os empregados, podendo requerer seus direitos sem a necessidade de representação na Justiça do Trabalho, assegurada pelo artigo 791 da Consolidação das Leis do Trabalho. Com a promulgação da Constituição Federal de 1988, disposto em seu artigo 133, o advogado tornou-se peça fundamental na administração da Justiça, tornando assim sua presença ser indispensável. 
É importante destacar que a faculdade atribuída pelo jus postulandi é restrita apenas às partes (empregador e empregado), já dizendo que terceiros que ingressarem no processo não possuem capacidade postulatória.
Como demonstra o trecho a seguir (LEITE, 2006, p. 340): 
 “No processo civil, salvo exceções previstas em lei, o jus postulandi é conferido monopolisticamente aos advogados. Trata-se, aqui, de um pressuposto processual referente às partes que devem estar representadas em juízo por advogados. Nos domínios do processo do trabalho, como já vimos, a capacidade postulatória é facultada diretamente aos empregados e empregadores, nos termos do art. 791 da CLT [...]”.
Pode-se dizer, portanto, que o jus postulandi, no processo do trabalho, é a capacidade conferida por lei às partes, como sujeitos da relação de emprego, para postular diretamente em juízo, sem a necessidadede serem representados por advogado.
O jus postulandi só pode ser exercido na Justiça do Trabalho, o que compromete a findar que caso haja interposição ao processo trabalhista de recurso extraordinário ao Supremo Tribunal Federal, esgota-se a jurisdição trabalhista, razão pela qual a parte terá a necessidade de ser representada por um advogado. 
IMPORTÂNCIA DO ADVOGADO
	Um processo jurídico é uma junção de infinitos atos que mesmo profissionais experientes na área possuem dificuldades por compreendê-los. Imagina-se, com essa infinidade de atos, processos, produção de provas e prazos, tendo uma pessoa leiga a responsabilidade de realizá-los, seria quase impossível. Sendo assim, tentar buscar seus direitos sem uma representação de experiência torna-se quase ineficaz, dificultando a eficiência dos direitos pleiteados perante o juízo.	
	Godim (2005, p.62) explica que:
	“Ao advogado cumpre, pois, auxiliar a Justiça, fazendo o que seu cliente pessoalmente não pode, emprestando ao desconhecimento e/ou à inexperiência deste, todo o seu conhecimento jurídico. Conforme ensina RUY SODRÉ, “só o advogado, com sua cultura, com a técnica jurídica, pode extrair das circunstâncias que envolvem o caso, o que interessa ao julgamento, apresentando a defesa com mais segurança�. Ele transforma os fatos em lógica, e o juiz transforma a lógica em� sentença”. É, pois, um intermediário entre a parte e o juiz, fazendo chegar a este todas as nuanças do caso posto à apreciação, de forma objetiva, despojados dos naturais contornos emocionais, e adequando à norma jurídica pertinente.”
	Em uma perspectiva mais ampla, a assistência prestada, por tão necessária e importante instituição, deveria ocorrer não somente na Justiça do Trabalho, mas em todo campo jurídico e judiciário, em qualquer esfera da jurisdição.
	
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
A importância deste instrumento processual é imensurável, visto que sua aplicação não reduz as chances do trabalhador na conquista de seu direito, mas sim como uma melhoria ao acesso à Justiça. Vide decisões atuais sobre o assunto, percebemos a aplicação do jus postulandi apenas em causas de menor amplitude, que requerem menos conhecimento técnico para elaboração dos procedimentos judiciais. O advogado ainda é essencial para a administração da Justiça, sendo indispensável na maioria das matérias, por garantir a segurança jurídica da ampla defesa, e abrir um leque de possibilidades regidas em lei para administração do pedido. As inovações processuais não discartam ou revogam o jus postulandi, pelo fato deste princípio ter grande valor ao Processo do Trabalho, desafogando os tribunais e mantendo um nível adequado de processos em tramitação, garantindo maior celeridade as matérias que realmente necessitam de maior atenção técnica. No ponto de vista percebido após pesquisa das doutrinas em questão, acredita-se que o jus postulandi é totalmente aplicável, e válido na Justiça Trabalhista, mesmo com as inovações processuais.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Romar, Carla Teresa Martins. Direito Processual do Trabalho – 3. ed. – São Paulo: Atlas, 2007. Pág. 73 – 76.
Leite, Carlos Henrique Bezerra. Curso de Direito Processual do Trabalho. 4. ed. São Paulo: Ltr, 2006.
Godim, Gisela. Estatuto da advocacia - Paraná: Tal, 2005.
Tadeu. L. O Jus Postulandi na Justiça do Trabalho - Direito ou ameaça ao Direito. JurisWay, agosto de 2006. Disponível em: <http://www.jurisway.org.br/v2/dhall.asp?id_dh=38> Acesso em: 11 de novembro de 2013.
Acadêmicos do 1º ano do curso Direito Noturno – UNIPAR – Universidade Paranaense. Trabalho apresentado à disciplina de Metodologia da Pesquisa como requisito de avaliação do 4º Bimestre/2013, orientação professora Noeli P. Schulz

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