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Psicologia Social na América Latina

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Psicologia Social na Psicologia Social na 
AmAméérica Latinarica Latina
Faculdade Integrada de Santa Maria – FISMA
Curso de Psicologia
Disciplina: Psicologia Social I
Prof. Ms. Marisangela Lena
• Forma dominante de psicologia social na 
América no Norte:
- Allport (1954) – baseado no positivismo 
de Comte;
- Jones (1985) – baseado no positivismo 
de Mach e Avenarius.
• Individualização da psicologia social na 
América do Norte – não necessariamente 
acontece na América Latina. 
• Mas há formas sociológicas de psicologia social 
na América do Norte que não são tão 
individualizadas quanto a psicológica dominante.
– Ex.: interacionismo simbólico de Blumer ou Kuhn, o 
behaviorismo social de G. H. Mead, a 
etnometodologia...
• Disciplina-mãe: psicologia X sociologia
• Lugar social no contexto da universidade 
moderna.
• Dominância da forma psicológica.
• Metáfora de Allport sobre as raízes e a flor:
enquanto as raízes se encontram no solo 
intelectual da tradição ocidental, Allport 
considerou o florescimento presente (em 
1954) como um fenômeno tipicamente norte-
americano.
• Voltando as raízes a psicologia social –
Europa e Américas
questão da língua (língua inglesa é a 
dominante na ciência)
• Formas sociológicas de psicologia social 
originadas na Europa – na era moderna –
Teoria das Representações Sociais de 
Moscovici.
• Maior parte das publicações a partir desta 
teoria estão escritas em línguas diferentes 
do inglês – incluindo as faladas na Am. 
Latina.
• Diferentes formas de psicologia social 
formando um ‘nicho’.
• Importante que se mantenham estas 
formas todas para a diversidade dentro da 
psicologia social.
• Pensar na Psicologia Social na América Latina é
pensar em ‘quem sou eu?’, ‘quem somos nós?’
• Características da história cultural, social e 
política dos países – memória do homem.
• Considerações metodológicas preliminares
(percursos e soluções)
uso do termo ‘paradigma’ – requer posição 
epistemológica: que vai da homologação do 
universo diversificado da psicologia e das 
ciências sociais ao modelo das ciências naturais 
(univocidade = permite uma só interpretação);
* paradigma (padrão/modelo) – ‘inequívoco 
(evidente, que não permite engano) e obrigatório’
(Thomas Kuhn)
Ciências sociais? Pluralismo conceitual 
e metodológico em psicologia
• Watson (1971) considera a psicologia uma ciência 
prescritiva e não paradigmática.
– Ao longo da história prescrições de diferentes 
naturezas (filosófica, epistemológica, religiosa, 
política...) e frequentemente antinômicas (conflito 
entre ideias) – construção das teorias e práticas.
Juntamente com Watson – Figueiredo (‘matrizes’), 
Henle (‘controvérsias’), Mecacci (‘perspectivas’) –
optam por outras categorias epistemológicas.
• Termo ‘paradigma’ – do ponto de vista 
historiográfico – não parece ser a 
expressão mais adequada para definir a 
natureza epistemológica da psicologia.
• Derivado das ciências naturais – acaba 
por reduzir a complexidade e 
multiplicidade. 
• Necessidade de evidenciar e superar algumas posições 
preconceituosas em relação a América Latina quando 
comparada a América Anglo-saxônica.
• Característica comum para definir a Am. Latina do ponto 
de vista social e cultural – pluralidade (diversos povos, 
etnias, grupos sociais e manifestações culturais, 
diferenças entre os processos históricos...)
Como então entender e/ou expressar os 
significados?
• Desafio para as culturas do Velho e Novo Mundo desde os 
primeiros séculos da colonização.
• América Latina como um ‘grande laboratório’ – europeus buscando 
a criação de um novo homem e sociedade
• Dominação cultural
• Projeto social através da dominação colonial – criação 
de um ‘corpo social’ cristão e os ‘projetos civilizatórios’
de políticos e intelectuais iluministas
• Pressuposto de que é possível transformar o homem e a 
sociedade
• Concepção filosófica da plasmabilidade da 
personalidade humana (Aristóteles)
A identidade Latino-americana é definida e construída por duas 
posições culturais:
1) Concepção da identidade latino-americana de Antônio Vieira e a 
sua contribuição à defesa da identidade psicossocial dos índios.
Descoberta do Novo Mundo – professia de que Deus ‘ainda havia 
de criar um novo céu e uma nova terra’.
Vieira – não haverá ‘christandade’ sem que estejam abertos e 
livres os caminhos para trazer os ‘magos’ para a adoração de 
Cristo e para libertá-los da perseguição dos dominadores.
« defendeu-os (Magos) de tal maneira que não 
consentiu que perdessem a pátria, nem a 
soberania, nem a liberdade: e nós não só
consentimos que os pobres gentios que 
convertemos, percam tudo isso, senão que os 
persuadimos a que o percam ». 
- Justificativa da escravatura dos índios fundamentada na 
teoria da inferioridade racial
Vieira: as diferenças de cor são devidas apenas à
menor ou maior proximidade do sol – não tem a ver 
com o direito à soberania que cada nação recebe de 
Deus.
Ex.: Reis Magos
Vieira: a afirmação da identidade pessoal e cultural do índio passa pela 
defesa de sua identidade social, política e econômica e é condição 
para a criação do novo corpo social cristão.
Primeira carta americana de direitos humanos – Carta Magna de los 
indios (Francisco de Vitória, 1539) – proclamava o direito dos povos 
indígenas à liberdade e à soberania e o direito das nações 
indígenas enquanto províncias do mundo.
Vieira: consistência da identidade psicossocial do índio – corpo social 
estruturado em diferentes níveis – manter os vínculos sociais 
próprios do nucleo familiar indígena.
Chefe das aldeias deve ser índio.
Importância atribuída ao trabalho que o índio realiza na sua terra é
fruto da convivência e do conhecimento profundo da personalidade
indígena – necessidade de estudo da realidade indígena ‘para a 
inteligência dos sujeitos a quem se prega’.
« Cada um é o que faz, e não é outra coisa... Porque as ações de cada 
um são a sua essência. »
Neste sentido o trabalho é a expressão da identidade sociocultural do 
índio.
• Brasil – lugar de esperança. Urgência da evangelização dos índios 
para colaborar e apressar a realização deste novo tempo final da 
história humana.
• Vieira: a realização da profecia só virá através da paz e da justiça.
Perspectiva de Vieira (messianismo luso-brasileiro) ≠ conceito de 
progresso dos intelectuais norte-americanos (progresso e a 
esperança produto do esforço e da capacidade dos indivíduos)
Vieira: visão da identidade latino-americana e da integração do corpo 
social do Brasil assume um caráter ‘progressista’.
2) América Latina na perspectiva dos iluministas dos séculos XVIII e 
XIX: ‘civilização versus barbárie’
‘gente de bom senso’ X plebe cada vez mais enfurecida e inassimilável
Política – visão pessimista do mundo e da história – tônica bastante 
difundida na literatura da época.
Enfatizadas a mudança, a variabilidade, a contraditoriedade da 
condição humana e a consequente instabilidade da vida social.
Temporalidade e histocidade – fatores constitutivos da existência 
humana – cada um ocupa no mundo o lugar que lhe foi atribuído 
pela história ao qual o indivíduo deve se adaptar para realizar bem 
a sua tarefa.
O homem se constrói através do que faz.
Condição da barbárie: mundo rural
Civilização: construção da cidade
O ‘fazer-se pelas ações’ implica a negação da identidade sociocultural 
do índio. 
Trabalho como negação da identidade.
Índio como um objeto a ser construído e não como um sujeito de ação.
A adaptação dos índios ao novo modelo soiocultural – eà nova 
organização do trabalho – deve ser realizada gradativamente –
tornando-o civilizado aos poucos.
Trabalho como fator indispensável da civilização.
Identidadeda psicologia latino-americana: perspectivas 
possíveis...
O objeto = não é definido e determinado, mas constitui-se 
a partir dos processos sociais e culturais peculiares às 
diversas realidades.
Boa noite e boa semana!
(Não esquecer do trabalho na sexta!)

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