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Processo saúde-doença

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Processo SaProcesso Saúúdede--DoenDoençça, a, 
Estilo e Qualidade de Estilo e Qualidade de 
VidaVida
Fisioterapia UFMS 
Doença
• Concepção religiosa
– Ira de Deus � pecados humanos � castigo
IDADE MIDADE MÉÉDIA DIA 
(500 (500 –– 1500 d.C.)1500 d.C.)
Doença
–A doença era sinal de desobediência ao 
mandamento divino. 
• A enfermidade proclamava o pecado, 
quase sempre em forma visível, como no 
caso da lepra. Doença contagiosa �
contato entre corpos humanos, contato que 
pode ter evidentes conotações 
pecaminosas.
Lepra
• impureza diante de Deus
• Isolamento
• Considerados mortos
• Missa de corpo presente
• Usavam vestes características
Doença
– Deus é também o Grande Médico:
• “Eu sou o Senhor, e é saúde que te trago” (Êxodo 
15, 26); 
• “De Deus vem toda a cura” (Eclesiastes, 38, 1-9).
Doença
– Deus é também o Grande Médico:
• “Eu sou o Senhor, e é saúde que te trago” (Êxodo 
15, 26); 
• “De Deus vem toda a cura” (Eclesiastes, 38, 1-9).
– Concepção mágico-espiritual
– Espíritos maus
• Em outras culturas 
era o xamã, o 
feiticeiro tribal, quem 
se encarregava de 
expulsar, mediante 
rituais, os maus 
espíritos que se 
tinham apoderado da 
pessoa, causando 
doença.
• Concepção mágico-espiritual
– Índios Sarrumá, (fronteira Brasil e 
Venezuela) 
• o conceito de morte por causa natural ou 
mesmo por acidente praticamente inexiste: 
sempre resulta da maldição de um inimigo. 
• ou, então, conduta imprudente: se alguém 
come um animal “tabu”, o espírito desse 
animal vinga-se provocando doença e 
morte.
Doença
•• Medicina GregaMedicina Grega
– A medicina grega � doença encarada ≠. 
Na mitologia grega, várias divindades vinculadas à
saúde.
Os gregos cultuavam:
Asclepius, ou Aesculapius (divindades medicina)
Higieia, Saúde, e Panacea, a Cura. 
HigieiaHigieia � culto representa a valorização das práticas 
higiênicas.
PanaceaPanacea � a idéia de que tudo pode ser curado 
*deve-se notar que a cura, para os gregos, era obtida 
pelo uso de plantas e de métodos naturais, e não 
apenas por procedimentos ritualísticos.
•• HipHipóócratescrates
- Visão racional da medicina ≠ concepção mágico-religiosa
O texto intitulado “A doença sagrada” começa com a 
afirmação: “A doenA doençça chamada sagrada não a chamada sagrada não 
éé, em minha opinião, mais divina ou mais sagrada que , em minha opinião, mais divina ou mais sagrada que 
qualquer outra doenqualquer outra doençça; tem uma causa natural e suaa; tem uma causa natural e sua
origem supostamente divina reflete a ignorânciaorigem supostamente divina reflete a ignorância
humanahumana””..
� Ele via o homem como uma unidade organizada e 
entendia a doença como uma desorganização desse 
estado.
• Visão epidemiológica do problema de saúde-
enfermidade. 
• A apoplexia, dizem esses textos, é mais comum entre as 
idades de 40 e 60 anos; a tísica ocorre mais 
freqüentemente entre os 18 e os 35 anos. 
• Essas observações não se limitavam ao paciente em si, 
mas a seu ambiente. O texto conhecido como “Ares, 
águas, lugares” discute os fatores ambientais ligados à
doença, defendendo um conceito ecológico de saúde-
enfermidade.
• Daí emergirá a idéia de miasmamiasma, 
emanações de regiões insalubres capazes 
de causar doenças como a malária, muito 
comum no sul da Europa e uma das 
causas da derrocada do Império Romano. 
• O nome vem do latim e significa “maus 
ares” (é bom lembrar que os romanos 
incorporam os princípios da medicina 
grega).
Peste bubônica (pulga de ratos)
• Migração ���� miséria, promiscuidade, falta de 
higiene 
• No Oriente, a concepção de saúde e de doença seguia, 
e segue, um rumo diferente, mas de certa forma análogo 
ao da concepção hipocrática. 
• Fala-se de forças vitais que existem no corpo: quando 
funcionam de forma harmoniosa, há saúde; caso 
contrário, sobrevêm a doença.
• As medidas terapêuticas (acupuntura, ioga) têm por 
objetivo restaurar o normal fluxo de energia (“chi”, na 
China; “prana”, na Índia) no corpo.
Na Idade Média européia, a influência da religião cristã 
manteve a concepção da doença como resultado do
pecado e a cura como questão de fé; o cuidado de 
doentes estava, em boa parte, entregue a ordens 
religiosas, que administravam inclusive o hospital,
instituição que o cristianismo desenvolveu muito, não como 
um lugar de cura, mas de abrigo e de conforto para os 
doentes. 
Ao mesmo tempo, as idéias hipocráticas se mantinham, 
através da temperança no comer e no beber, na contenção 
sexual e no controle das paixões.
Procurava-se evitar o contra naturam vivere, viver contra a 
natureza. O advento da modernidade mudará essa 
concepção religiosa.
IDADE MIDADE MÉÉDIA DIA 
(1000 (1000 –– 1500 d.C.)1500 d.C.)
• originados da Igreja
• assistência a pobres e, mais tarde, aos doentes
• local de separação
• não é o 
doente que 
é preciso 
curar e sim 
assistir o 
pobre que 
está
morrendo
• Já o desenvolvimento da mecânica influenciou 
as idéias de René Descartes, no século XVII. 
Ele postulava um dualismo mente-corpo, o 
corpo funcionando como uma máquina.
• Ao mesmo tempo, o desenvolvimento da 
anatomia, também conseqüência da 
modernidade, afastou a concepção humoral da 
doença, que passou a ser localizada nos 
órgãos. No famoso conceito de François Xavier 
Bichat (1771-1802), saúde seria o “silêncio dos 
órgãos”.
Mas isto não implicou grandes progressos na luta 
contra as doenças, que eram aceitas com 
resignação: Pascal dizia que a enfermidade é um 
caminho para o entendimento do que é a vida, 
para a aceitação da morte, principalmente de 
Deus.
Mais tarde, os românticos não apenas aceitariam 
a doença, como a desejariam: morrer cedo (de 
tuberculose, sobretudo) era o destino habitual de 
poetas e músicos como Castro Alves e Chopin. 
Para o poeta romântico alemão, a doença 
refinaria a arte de viver e a arte propriamente dita. 
Saúde, nestas circunstâncias, era até dispensável.
Mas a ciência continuava avançando e no final do 
século XIX registrou-se aquilo que depois seria 
conhecido como a Revolução Pasteuriana.
No laboratório de Louis Pasteur e em outros 
laboratórios, o microscópio, descoberto no século 
XVII, mas até então não muito valorizado, estava 
revelando a existência de microorganismos 
causadores de doença e possibilitando a 
introdução de soros e vacinas. 
Era uma revolução 
porque, 
pela primeira vez, 
fatores 
etiológicos até então 
desconhecidos estavam 
sendo identificados;
doenças agora 
poderiam 
ser prevenidas e 
curadas.
Nessa época nascia também a epidemiologia, 
baseada no estudo pioneiro do cólera em Londres, 
feito pelo médico inglês John Snow (1813-1858), e
que se enquadrava num contexto de “contabilidade 
da doença”. 
Se a saúde do corpo individual podia ser expressa 
por números - os sinais vitais -, o mesmo deveria 
acontecer com a saúde do corpo social: ela teria
seus indicadores, resultado desse olhar contábil 
sobre a população e expresso em uma ciência que 
então começava a emergir, a estatística.
Médico, Farr tornou-se em 1839 diretor-geral do 
recém estabelecido General Register Office da 
Inglaterra, e aí permaneceu por mais de 40 anos. 
Seus Annual Reports, nos quais os números de
mortalidade se combinavam com vívidos relatos, 
chamaram a atenchamaram a atençção para as desigualdades ão para as desigualdades 
entre entre os os distritos distritos ““sadiossadios”” e os e os ““nãonão--sadiossadios””
do pado paíís.s.
• Com todos os avanços, não havia ainda um 
conceito universalmente aceito do que é saúde. 
• Para tal seria necessário um consenso entre as 
nações, possível de obter somente num organismo 
internacional. 
• Após a Segunda Guerra houve a criação da 
Organização das Nações Unidas (ONU) e da 
Organização Mundial da Saúde (OMS), eestabelecido o conceito de saúde.
• O conceito da OMS, divulgado na carta de 
princípios de 7 de abril de 1948, implicando o
reconhecimento do direito à saúde e da obrigação 
do Estado na promoção e proteção da saúde, 
diz que 
““SaSaúúde de éé o estado do mais completo bemo estado do mais completo bem--
estar festar fíísico, mental e social e não apenas asico, mental e social e não apenas a
ausência de enfermidadeausência de enfermidade””. . 
� Este conceito refletia, de um lado, uma aspiração 
nascida dos movimentos sociais do pós-guerra: o 
fim do colonialismo, a ascensão do socialismo.
� Saúde deveria expressar o direito a uma vida 
plena, sem privações. 
� Para analisar os fatores que intervêm sobre a 
saúde, e sobre os quais a saúde pública deve, por 
sua vez, intervir, é empregados o conceito do 
campo da saúde (health field), formulado em 1974 
por Marc Lalonde, titular do Ministério da Saúde e 
do Bem-estar do Canadá - país que aplicava o 
modelo médico inglês.
De acordo com esse conceito, o campo da saúde 
abrange:
- a biologia humana, que compreende a herança 
genética e os processos biológicos inerentes à
vida, incluindo os fatores de envelhecimento;
- o meio ambiente, que inclui o solo, a água, o ar, 
a moradia, o local de trabalho;
- o estilo de vida, do qual resultam decisões que 
afetam a saúde: fumar ou deixar de fumar, 
beber ou não, praticar ou não exercícios;
- a organização da assistência à saúde, a 
assistência médica, os serviços ambulatoriais e 
hospitalares e os medicamentos são as 
primeiras coisas em que muitas pessoas 
pensam quando se fala em saúde. 
�������� Qual Qual éé o principal?????o principal?????
Contribuição estimada de quatro fatores nas 10 principais 
causas de morte de pessoas com menos de 75 anos
CAUSAS DE MORTE
Doenças do Coração
Câncer
Acidentes com veículos a motor
Outros acidentes
Acidentes vasculares cerebrais
Homicídios
Suicídio
Cirrose hepática
Gripe / Pneumonia
Diabetes
Todas as 10 causas juntas
Estilo de Vida
54
37
69
51
50
63
60
70
23
34
50.5
Ambiente
9
24
18
31
22
35
35
9
20
0
20.1
Biologia
25
29
1
4
21
2
2
18
39
60
19.4
Serviços de
Saúde
12
10
12
14
7
0
3
3
18
6
10
FATORES
O acesso aos serviços de saúde é apenas um 
componente do campo da saúde, e não 
necessariamente o mais importante; às vezes, é
mais benéfico para a saúde ter água potável e 
alimentos saudáveis do que dispor de 
medicamentos.
É melhor evitar o fumo do que submeter-se a 
radiografias de pulmão todos os anos. É claro 
que essas coisas não são excludentes, mas a 
escassez de recursos na área da saúde obriga, 
muitas vezes, a selecionar prioridades.
Campo da saúde ConceitosConceitos
• Prática clínica
• “Ausência de doença”
• “Doença: Falta ou pertubação da saúde”
• OMS (1948)
• “Saúde é um completo estado de bem estar físico, 
mental e social.”
• Aurélio
• “Saúde é o estado do indivíduo cujas funções 
orgânicas, físicas e mentais se acham em situação 
normal.”
Complexidade do processo Saúde- doença.
O conceito de saúde pode ser incluído 
entre os considerados imprecisos, ou 
seja, aqueles que, embora aplicados a 
categoria concreta e relevante, não 
permitem sua definição objetiva.
Complexidade do processo Saúde- doença.
O conceito de saúde pode ser incluído 
entre os considerados imprecisos, ou 
seja, aqueles que, embora aplicados a 
categoria concreta e relevante, não 
permitem sua definição objetiva.
SER HUMANO
BIOPSICOSOCIAL
Conceito de SaConceito de Saúúde de –– Mais abrangenteMais abrangente
• Saúde é a resultante das condições de 
alimentação, educação, renda, meio 
ambiente, trabalho, transporte, emprego, 
lazer, liberdade, acesso e posse da terra, 
acesso a serviços de saúde.... resultado de 
formas de organização social de produção, 
as quais podem gerar profundas 
desigualdades no níveis de saúde. 
8a. Conferência Nacional de Saúde
Conceitos de DoenConceitos de Doençça / Qualidade de vidaa / Qualidade de vida
• A doença é um sinal da alteração do 
equilíbrio homem-ambiente, estatisticamente 
relevante e precocemente calculável, 
produzida pelas transformações produtivas, 
territoriais, demográficas e culturais.
• A qualidade de vida resulta da adequação 
das condições sócio-ambientais às exigências 
humanas.
Complexo da
qualidade de vida
QualidadeQualidade
de vidade vida
Habitação
Cultura, 
esporte e lazer
Transporte
Saneamento e 
meio ambiente
Saúde
Educação
Trabalho e
renda
Alimentação e 
nutrição
Outros
Dahlgren e Whitehead
• Nossa Constituição Federal de
1988, artigo 196, evita discutir o conceito de 
saúde, mas diz que: 
“A saúde é direito de todos e dever do Estado, 
garantido mediante políticas sociais e 
econômicas que visem à redução do risco de 
doença e de outros agravos e ao acesso 
universal e igualitário às ações e serviços para a 
promoção, proteção e recuperação”. 
• Este é o princípio que norteia o SUS, Sistema 
Único de Saúde. E é o princípio que está
colaborando para desenvolver a dignidade aos 
brasileiros, como cidadãos e como seres 
humanos.
Historicidade das concepções de 
saúde
A saúde não é só a vida no silêncio dos órgãos (Leriche). 
Ela também é a vida no silêncio das relações sociais 
(Canguilhem).
Conceito de saúde pública do sanitarista, que
compreende o estado de saúde das populações e
seus determinantes, tanto no sentido de
complemento do conceito epidemiológico de risco
quanto como referência ao conceito
mais amplo de necessidade social.
• A perspectiva da saúde-como-ausência-
de-doença (Boorse, 1977), apesar de 
conceitualmente confortável e 
metodologicamente viável, de fato não dá
conta dos processos e fenômenos 
referidos à vida, saúde, doença, 
sofrimento e morte, em nenhum dos níveis 
de realidade
Sistema de Saúde - SUS
• Objeto de trabalho
� Processo saúde-doença
• Complexidade
• Abrangência
• Determinantes das condições de saúde da 
população.
�������� PromoPromoçção, Prevenão, Prevençção, Tratamento, ão, Tratamento, 
ReabilitaReabilitaçção, Cura.ão, Cura.
“A saúde é direito de todos e dever do 
Estado, garantido mediante políticas sociais 
e econômicas que visem à redução do risco 
de doença e de outros agravos e ao acesso 
universal e igualitário às ações e serviços 
para a promoção, proteção e recuperação”. 
Constituição Federal de 1988, artigo 196
ESTADO DE
SAÚDE
DETERMINANTES DO ESTADO DE SAÚDE
Caracteres Raciais e
Antropológicos
Caracteres Genéticos e
Hereditários Sexo e Idade
Hábitos, Vícios,
Abuso de Drogas
Outros: Alimentação,
Exercício, etc.
Lazer, Recreação.
Físico
Biológico
Sócio-Econômico
(ocupação, salário, etc)
AMBIENTE SERVIÇOSDE SAÚDE
ESTILO DE
VIDA
BIOLOGIA
Reabilitação
Tratamento
Prevenção e 
Promoção
Fundamentação Conceitual 
� A “subjetividade” como fator particular que 
influencia a co-produção da saúde de 
indivíduos e de coletividades -> “teoria da 
co-produção singular da saúde e doença”:
� Importância do sujeito na co-constituição de si 
mesmo e dos processos de saúde/doença
� “Dialética Multifatorial”: interferência simultânea de 
fatores de ordem social, subjetivos e orgânicos �
“teoria da complexidade”
� Resultantes singulares: cada caso será um caso 
específico...
FONTE: IBGE (2004)
A TRANSIÇÃO DEMOGRÁFICA NO 
BRASIL
A EPIDEMIA OCULTA
FONTE: WORLD HEALTH ORGANIZATION (2005)
As diferenças entre as condições 
agudas e as condições crônicas e 
saúde
CONDIÇÕES AGUDAS
• Duração limitada
• Manifestação abrupta
• Autolimitadas
• Diagnóstico e prognóstico 
usualmente precisos
• Intervenção usualmente 
efetiva
• Resultado: a cura
CONDIÇÕES CRÔNICAS
� Duração longa
� Manifestação gradual� Não autolimitadas
� Diagnóstico e prognóstico 
usualmente incertos
� Intervenção usualmente com 
alguma incerteza
� Resultado: o cuidado
FONTE: VON KORFF (1997); ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE (2003) 
A MUDANÇA DO MODELO DE ATENÇÃO 
À SAÚDE NO SUS
DO MODELO DE ATENÇÃO À SAÚDE VOLTADO PARA 
AS CONDIÇÕES AGUDAS: 
OS SISTEMAS FRAGMENTADOS DE ATENÇÃO À
SAÚDE
PARA O MODELO DE ATENÇÃO À SAÚDE VOLTADO 
PARA AS CONDIÇÕES CRÔNICAS: AS REDES DE 
ATENÇÃO À SAÚDE
FONTE: : MENDES (2002)
GENÉTICA
AMBIENTE
COMPORTAMEN
TO
HIPERTENSÃO
OBESIDADE
DESNUTRIÇÃO
DOENÇAS 
CARDÍACAS
DIABETES
INTERVENÇÕES PROMOCIONAIS, PREVENTIVAS 
CURATIVAS E REABILITADORAS
DETERMINANTES 
DISTAIS
FATORES DE 
RISCOS 
PROXIMAIS
RISCOS 
FISIOLÓGICOS
DANOS E 
DOENÇAS
FATORES 
SÓCIO-
ECONÔMICOS
MORTALIDADE
MORBIDADE
INCAPACIDADE
MODELO DE INTERVENÇÃO NAS 
DOENÇAS CARDIOVASCULARES E 
DIABETES
FONTE: WORLD HEALTH ORGANIZATION (2004)
RESULTADOS
O PROGRAMA DE SAÚDE DA 
FAMÍLIA E A MORTALIDADE 
INFANTIL NO BRASIL
• AUMENTO DE 10% NA COBERTURA DE 
EQUIPES DE PSF IMPLICA A 
DIMINUIÇÃO DE 4,6% NA TAXA DE 
MORTALIDADE INFANTIL 
• AUMENTO DE 10% NO ACESSO A AGUA 
IMPLICA A DIMINUIÇÃO DE 3,0% DA 
TAXA DE MORTALIDADE INFANTIL
• AUMENTO DE 10% NOS LEITOS 
HOSPITALARES IMPLICA A DIMINUIÇÃO 
DE 1,3% NA TAXA DE MORTALIDADE 
INFANTIL 
FONTE: MACINKO ET ALII (2005)
A QUALIDADE DA ATENÇÃO 
PRIMÁRIA À SAÚDE NO SUS - 2002
• TOTAL DE INTERNAÇÕES HOSPITALARES: 
12.438.151
• TOTAL DE INTERNAÇÕES POR CONDIÇÕES 
SENSÍVEIS À ATENÇÃO AMBULATORIAL: 
3.556.088
• PORCENTAGEM DAS INTERNAÇÕES POR 
CONDIÇÕES SENSÍVEIS À ATENÇÃO 
AMBULATORIAL, EXCLUÍDOS OS PARTOS: 
35,7%
• CUSTO DAS INTERNAÇÕES POR CONDIÇÕES 
SENSÍVEIS À ATENÇÃO AMBULATORIAL: 
R$ 1.040.000.000,00
• CUSTO PER CAPITA/ANO: 
R$ 6,12
FONTE: ALFRADIQUE & MENDES (2001)
Relatório Flexner
• No início deste século, com
o célebre Relatório Flexner, 
desencadeia-se nos Estados
Unidos uma profunda 
reavaliação das bases 
tecnológicos da medicina, 
que resulta na redefinição 
do ensino e da prática médica 
a partir de princípios científicos 
rigorosos.
Relatório Flexner
• Estados Unidos da América
– Década de 1910
– Fundação Carnegie de Educação
Abraham Flexner (1866 - 1959)
Paradigma Flexneriano
Relatório Flexner
Ele constata a precariedade do ensino médico, 
nesses países, e é bastante enfático na 
tendência crescente da abertura de cursos, 
vinculados ou não a universidades e às suas 
características.
Relatório Flexner
� As escolas surgiam como que por geração 
espontânea:
– havia cursos de até um ano de duração;
– não havia critérios de seleção para o ingresso;
– não havia relação entre a formação científica e trabalho clínico e 
o ensino era desprovido de equipamentos e laboratórios; 
– os professores não tinham o controle dos hospitais 
universitários. 
� O ensino da medicina era uma "... aventura privada, 
mercantilizada no espírito e no objeto" que carecia, 
sobretudo, de bases científicas.
Relatório Flexner
• Esse relatório teve uma repercussão política, 
institucional e social tão importante, que 
extrapolou os limites da medicina, com o 
fechamento de escolas, fusão entre elas e 
fechamento de vagas. 
• Acentuou a discriminação entre os profissionais 
médicos, tornando-os uma categoria reservada 
às média-alta e alta classes sociais; escolas 
médicas destinadas a negros foram fechadas e 
o número de alunos negros matriculados nas 
escolas remanescentes foi significativamente 
reduzido.
Relatório Flexner
• Flexner apresentou como propostas: 
– a definição dos padrões de entrada
– ampliação, para quatro anos, nos cursos médicos;
– a introdução do ensino laboratorial; 
– o estímulo à docência em tempo integral; 
– a criação do ciclo básico 
– expansão do ensino clínico, especialmente em hospitais; 
– a vinculação das escolas médicas às universidades; 
– a ênfase na pesquisa biológica como forma de superar a era 
empírica do ensino médico; 
– a vinculação da pesquisa ao ensino 
– o controle do exercício profissional pela profissão organizada.“
• Essas diretrizes, ainda hoje, são base para a 
implantação do ensino e da prática médica, mas 
passíveis de críticas.
Relatório Flexner
• Esse modelo, conhecido também como o da medicina 
científica, trouxe mudanças substantivas no conceito de 
"objeto" da prática médica, alterando-se como 
conseqüência, a relação doente-médico. 
• A pessoa humana, antes vista como sujeito do processo 
terapêutico, respeitada em sua dignidade, vontade, 
liberdade e razão, transforma-se em objeto de estudos, 
consumidora de tecnologia, indivíduo semelhante aos 
objetos de estudo de disciplinas como a química, a física 
ou a botânica. Induziu a formação dos médicos a um 
modelo biomédico, e a redução do ser humano ao seu 
organismo biológico.
• Ocorreram alterações na relação médico-paciente, na 
qual os médicos passaram a ser vistos como simples 
prestadores de serviços.
Relatório Flexner
• ......
– hierarquia das aprendizagens (básico ao clínico, 
complexidade crescente),
– aprender com as doenças em ambientes de concentração 
de quadros nosológicos,
– hospitais universitários como lugar privilegiado e central;
– especialismo corporativista,
– mecanicismo do corpo humano: máquinas corporais,
– biologicismo: saúde e doença como estados mensuráveis;
• Oposição do campo científico à humanização: perda 
da integralidade e da humanização (dicotomias; 
ciência moderna; hierarquia de serviços);
Relatório Flexner
• Com sua ênfase no conhecimento 
experimental de base subindividual, 
provenientes da pesquisa básica realizada 
geralmente sobre doenças infecciosas, o 
modelo conceitual flexneriano reforça a 
separação entre individual e coletivo, 
privado e público, biológico e social, 
curativo e preventivo.
Paradigma Flexneriano
(Paradigma Biomédico)
X
Paradigma Sanitário
E QUANTO À NÓS, 
FISIOTERAPEUTAS E 
ESTUDANTES DE 
FISIOTERAPIA????

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