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DA ORIGEM E DAS TRANSFORMAÇÕES DAS LEIS DOS ROMANOS SOBRE AS SUCESSÕES

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DA ORIGEM E DAS TRANSFORMAÇÕES DAS LEIS DOS ROMANOS SOBRE AS SUCESSÕES
Franciele Karen Santos Sousa
Inicialmente o tema apresentado para o estudado refere-se às leis antigas de Roma que regulavam a sucessão hereditária, iniciando tais estudos a partir de Romulo que repartiu seu pequeno Estado, entre seus cidadãos.[1: Artigo de Opinião solicitado pela disciplina de Ciência Política e Teoria Geral do Estado, ministrada pelo Professor Mestre Jefferson Antonione Rodrigues, como requisito para menção junto à disciplina.]
Tais leis regulam que os bens de uma família não poderiam passar para outra família, deste entendimento podemos retirar apenas duas ordens de herdeiros instituídos pela lei: os filhos e todos os seus descendentes que viviam sob o pátrio poder que se denominavam herdeiros necessários, e, na sua falta, os parentes mais próximos pela linha masculina (Agnatos).
Assim os parentes da linha feminina (cognatos) não deviam suceder, uma vez que transportaria bens para outra família, neste contesto, temos ainda, que os filhos não deviam suceder a mãe, e nem a mãe a seus filhos. 
Tais ordenamentos eram preceituados pela lei das doze tabuas, que em síntese proibia que os bens de uma família pudessem, por meio da sucessão hereditária, ser transferida a outra e, mesmo que uma mulher fosse herdeira e se casasse, os bens voltariam sempre à família de origem. 
Desta forma a ordem de sucessão fora estabelecida em consequência de uma lei politica, da qual um cidadão não deveria perturba-la por meio de sua vontade particular (testamento), o que demostrou ser uma privação demasiada da participação do cidadão em relação a seus benefícios nos últimos momentos de sua vida, o que obrigou ao Estado a encontrar um meio de conciliar as leis para com a vontade dos particulares. O meio encontrado foi permitir que se dispusesse dos bens por meio de uma assembleia popular, em que por meio desta, o testamento tomasse ares de um ato do poder legislativo, desta forma a lei das doze tabuas permitiu aos cidadãos que quisessem fazer seu testamento pudessem escolher como seu herdeiro qualquer cidadão. 
Entendemos que ao permitir que os testamentos fossem feitos por meio de assembleia do povo o ato mais se assemelhava ao direito político, do que ao direito civil; mais ao direito publico do que ao direito privado. Demonstrando-nos que a interferência daquele Estado na vida civil, e por que não dizer na vontade de seus cidadãos, voltava-se unicamente ao interesse de angariar maior riqueza para o Estado, fundando tais convicções nas premissas do espirito da partilha das terras realizadas por Romulo, e que não restringiam o suficiente a riqueza das mulheres, o que em seu entendimento deixavam uma porta aberta para o luxo! 
Com a ocorrência da Segunda e Terceira Guerra Punica, percebeu-se o mal que advinha desse proceder, originando-se do reconhecimento desse mal (luxo feminino advindo do recebimento de herança), a lei Voconiana, que da mesma forma buscava impedir que as mulheres sucedesse hereditariamente sob os mesmo fundamentos das leis anteriores que buscavam impedir as causas desse luxo, buscando impedir que as mulheres possuíssem grandes riquezas! 
Acreditamos que a lei Voconiana objetivava uma regulação das riquezas, uma vez que ela somente estatuía suas diretrizes sobre aqueles que se encontravam escritos no censo , o que de certa forma, forneceu um pretexto para que a lei fosse burlada.
Com advento das Guerras civis que mataram um numero infinito de cidadãos, o Estado Romano encontrou-se quase deserto tornando-se necessário repovoa-lo, nascendo dessa necessidade as leis Papianas, que encorajava aos cidadãos ao casamento e a ter filhos, e desta maneira, para atingir sua eficácia anulou certas proibições quanto às mulheres serem incapazes para suceder, em especial as mulheres que tinham filhos foram declaradas capazes de receber herança em virtude do testamento de seus maridos.

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