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ARTIGO TENDINOPATIA DO OMBRO

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FACULDADE ANGLO-AMERICANO 
CURSO DE FISIOTERAPIA 
DISCIPLINA DE TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO II 
 
 
 
 
BENJAMIM OTTOBELLI NETO 
CLAUDIA CAROLINA ANDRADE PEREA 
FABÍOLA MACHINSKI 
 
 
 
 
 
PROPOSTA DE PROTOCOLO DE TRATAMENTO PARA 
TENDINOPATIAS DO OMBRO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FOZ DO IGUAÇU – PR 
2010 
BENJAMIM OTTOBELLI NETO 
CLAUDIA CAROLINA ANDRADE PEREA 
FABÍOLA MACHINSKI 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PROPOSTA DE PROTOCOLO DE TRATAMENTO PARA 
TENDINOPATIAS DO OMBRO 
 
 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de 
Fisioterapia da Faculdade Anglo Americano como requisito 
final para obtenção do título de Fisioterapeuta. 
Orientadora: Prof. Morgana Carbonera Raimondi, Esp. 
Co-orientador: Prof. João Afonso Ruaro, Msc. 
 
 
 
 
 
 
 
FOZ DO IGUAÇU – PR 
2010 
PROPOSTA DE PROTOCOLO DE TRATAMENTO 
PARA TENDINOPATIAS DO OMBRO 
 
Proposed of protocol for treatment of shoulder tendinopathy 
 
 
Benjamin Ottobelli Neto(a), Claudia Carolina Andrade Perea(b), Fabíola Machinski(c), 
Morgana Carbonera Raimondi(d), João Afonso Ruaro(e) 
 
(a) Acadêmico do Curso de Fisioterapia da Faculdade Anglo-Americano – FAA, Foz do 
Iguaçu-PR. e-mail: bei_ja_min_00@hotmail.com 
(b) Acadêmica do Curso de Fisioterapia da Faculdade Anglo-Americano – FAA, Foz do 
Iguaçu-PR. e-mail: cahrocket@hotmail.com 
(c)Acadêmica do Curso de Fisioterapia da Faculdade Anglo-Americano – FAA, Foz do 
Iguaçu-PR. e-mail: machinski_faby@hotmail.com 
(d) Fisioterapeuta Especialista em Fisioterapia Traumato-Ortopédica e Desportiva pela 
Faculdades Integradas Espírita em convênio com Instituto de Pós-Graduação e Extensão 
(IBPEX), Especialista em Fisioterapia Dermato Funcional pelo Instituto Brasileiro de 
Therapias e Ensino (IBRATE), Docente do Curso de Fisioterapia da Faculdade Anglo-
Americano – FAA, Foz do Iguaçu-PR. e-mail: mor.carbonera@gmail.com 
(e) Fisioterapeuta pela UNIOESTE, especialista em Ciências Morfofisiológicas pela 
UNIOESTE e Mestre em Engenharia Biomédica pela UNIVAP. Docente do Curso de 
Fisioterapia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN, Faculdade de 
Ciências da Saúde do Trairi, Santa Cruz-RN. e-mail: joaoruaro@facisa.ufrn.br 
RESUMO 
Introdução: A dor no ombro é uma das queixas mais comuns e incapacitantes do sistema 
musculoesquelético. Objetivo: Verificar a aplicabilidade de um protocolo proposto para o tratamento 
de tendinopatias do ombro, avaliando sua eficácia por meio do Questionário Western Ontario Rotador 
Cuff Index (Worc), Questionário de dor McGill e da mensuração da Amplitude de Movimento (ADM). 
Métodos: Foi utilizado um protocolo de tratamento no qual participaram 07 voluntários com idade 
variando de 20 a 53 anos. Os indivíduos foram submetidos ao protocolo proposto que foi dividido em 
03 fases com objetivos e condutas diferentes. Como métodos de avaliação foi utilizado o Questionário 
Worc, Questionário de dor McGill e mensuração da ADM no início e no final do tratamento. 
Resultados: O protocolo de tratamento proposto foi eficaz no tratamento dos voluntários, pois se 
obtiveram resultados estatisticamente significativos comparando os métodos de avaliação (p<0,05). 
Conclusão: O protocolo utilizado neste estudo apresentou resultado positivo no que diz respeito à 
melhora funcional e da dor em pacientes com tendinopatias do ombro. 
Palavras-chave: tendinopatia; dor no ombro; manguito rotador; fisioterapia. 
 
Introduction: Shoulder pain is a common complain and disabling musculoskeletal system. Objective: 
To assess the feasibility of a proposed protocol for the treatment of tendinopathy of the shoulder, 
through the Rotator Cuff Western Ontario Questionnaire Index (WORC), McGill Pain Questionnaire 
and the mensuration of the Range of Motion (ROM). Methods: We used a protocol treatment which 
involved 07 volunteers aged 20 to 53 years. The subjects were submitted to the proposed protocol is 
divided into 03 stages with different goals and behaviors. Methods of assessment questionnaires were 
used Western Ontario Rotator Cuff Index (WORC) and McGill Pain Questionnaire and the ROM at 
the beginning and end of treatment. Results: The results showed that the protocol of treatment was 
effective in the treatment of the volunteers, 'cause statistically significant results were obtained on the 
methods of evaluation by comparisons. Conclusion: The protocol used in this study showed a 
significant result with regard functional improvement and pain in patients with tendinopathy of the 
shoulder. 
Keywords: tendinopathy, shoulder pain, rotator cuff; physiotherapy. 
Introdução 
O ombro é a articulação proximal do membro superior, sendo a mais móvel de todas as 
articulações do corpo humano (1). Por meio de intrincada biomecânica, permite movimentos 
integrados com o cotovelo, punho e mão. Nesse processo, o ombro é responsável por colocar 
o membro superior em diferentes localizações, permitindo um sem-número de atividades, 
como pintar, lutar, jogar, pegar e erguer objetos, etc (2). 
A dor no ombro é uma das queixas mais comuns e incapacitantes do sistema 
musculoesquelético na população em geral. A literatura diverge sobre a prevalência desta 
queixa. Estudos nacionais a estimam entre 15% a 25% (3) ou 11,7 e 16%, chegando a 21% na 
população de hospitais geriátricos (4). Já uma revisão sistemática holandesa apontou dados 
que variam de 6,9 a 26% (5). 
A causa mais frequente de dor no ombro é a lesão do manguito rotador (MR), que pode 
acometer indivíduos em qualquer faixa etária, sendo potencializada com o envelhecimento e a 
ocupação laborativa ou recreativa (3,6,7). 
As tendinopatias do ombro podem ter como etiologia duas possíveis teorias de lesão, 
uma mecânica e outra vascular. Na teoria mecânica, é discutido que a carga repetitiva, mesmo 
dentro da faixa de oscilação de tensão normal-fisiológica de um tendão, causa fadiga e, 
eventualmente, leva à falência tendínea, pois há acúmulo de danos no colágeno ou em outros 
componentes da matriz colágena. A teoria vascular propõe que os tendões são tecidos 
metabolicamente ativos e necessitam de aporte vascular; assim, supõe-se que certos tendões, 
ou pelo menos alguns segmentos destes, tenham uma provisão de sangue deficiente, 
deixando-os mais suscetíveis a degenerações (8). 
Diagnosticar tendinopatias do ombro atualmente envolve a realização de uma avaliação 
estruturada que inclui a anamnese em conjunto com a realização de procedimentos de 
avaliação clínica que geralmente envolvem testes. Com base na resposta aos testes clínicos, o 
diagnóstico de tendinopatias é alcançado (9). 
 Estas lesões teciduais podem ser encontradas durante a avaliação fisioterapêutica e 
respectivo diagnóstico cinético-funcional. Após, podem ser submetidas a tratamento 
fisioterapêutico, que objetiva atuar morfofisiologicamente na regeneração dos tecidos 
afetados. Procurou-se, portanto, apresentar uma proposta para recuperação funcional deste 
importante complexo articular, a fim de proporcionar funcionalidade ao indivíduo acometido 
por disfunções do ombro. 
Assim, o objetivo deste trabalho foi verificar a aplicabilidade de um protocolo 
proposto para o tratamento de tendinopatias do ombro, ao se observar: a) o impacto da função 
desta articulação em pacientes submetidos ao protocolo, por meio do Questionário Western 
Ontario Rotator Cuff Index (Worc) (10), b) a dor por meio do Questionário de dor McGill 
(13) e c) a Amplitude De Movimento (ADM) segundo Marques (12). 
 
Metodologia 
O presente estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade 
Assis Gurgacz (Cascavel-PR), sob o número 187/2010.(ANEXO 1). 
Nove voluntários, 08 do gênero feminino e 01 do gênero masculino, com idade 
variando de 20 a 53 anos, foram selecionados para participar do estudo, realizado na Clínica 
Escola de Fisioterapia da Faculdade Anglo-Americano, na cidade de Foz do Iguaçu, Paraná. 
No entanto, durante o estudo, duas mulheres foram desligadas por terem mais de três faltas 
aos atendimentos, sendo a amostra final constituída por 07 voluntários. 
Os critérios de inclusão foram: pertencer a ambos os gêneros, ter disponibilidade de 
tempo, aceitação da rotina de tratamento, concordar e assinar o termo de consentimento. 
Determinou-se como critério de exclusão: realizar outros tratamentos durante a pesquisa, pós-
operatório recente de cirurgia no ombro. 
Para desenvolvimento do trabalho, todos os indivíduos foram examinados pelo 
mesmo pesquisador, por meio de avaliação fisioterapêutica baseada em métodos subjetivos e 
objetivos, que incluíram: anamnese (tabela I), avaliação da dor, exame físico detalhado de 
todo membro superior em questão, onde o mesmo foi realizado na seguinte sequência: 
inspeção, palpação, amplitude de movimento (ADM) ativa, força muscular e testes especiais, 
e avaliação da função do complexo articular do ombro no primeiro e último atendimentos. 
 
Tabela I – Dados da anamnese dos voluntários acometidos por lesão do MR 
Voluntário Idade Gênero Ocupação 
MMSS 
Acometido 
Ademir 45 Masculino Vendedor Direito 
Alicia 49 Feminino Cabeleireira Esquerdo 
Ereni 53 Feminino Doméstica Direito 
Eunice 48 Feminino 
Serviços 
Gerais 
Esquerdo 
Fernanda 20 Feminino Estudante Direito 
Keila 31 Feminino Do Lar Direito 
Vera 51 Feminino Cabeleireira Esquerdo 
 
A dor foi avaliada por meio de Escala Visual Analógica (EVA) (13) e do 
Questionário de dor McGill (ANEXO 2) (11). A avaliação da função foi realizada por meio 
da versão brasileira do Questionário Worc (ANEXO 3) (10), traduzido e adaptado 
culturalmente para ser aplicado em pacientes com alterações do MR na população nacional. 
Após a avaliação os pacientes iniciaram o tratamento conforme o protocolo proposto: 
O protocolo foi dividido em 3 fases, com objetivos e condutas diferentes, baseado em 
literatura relacionada ao tema: 
- Fase I: objetivou reduzir o processo inflamatório, proporcionar analgesia e ganho 
de ADM. Nesta fase os recursos utilizados foram ultrassom (US); alongamento de 
musculatura póstero-lateral cervical; mobilização em decúbito lateral de escápula; liberação 
miofascial; liberação de trigger points utilizando a técnica de dígito-pressão; mobilização 
intra-articular; decoaptação de cápsula; mobilização em ADM tolerável com bastões e 
roldanas; crioterapia por 20 minutos (14,15). 
- Fase II: objetivou manter e/ou aumentar a flexibilidade e realizar fortalecimento 
muscular. Nesta fase foram realizados fortalecimentos isométrico e isotônico do MR; 
fortalecimento isotônico de extensores do ombro; fortalecimento isotônico de rombóides; 
fortalecimento isotônico de serrátil; flexão de braço com apoio de joelhos bilateral; 
movimentos de atividades de vida diária (AVD’s) (16). 
- Fase III: aprimorar o desempenho muscular, ganhar propriocepção e finalizar a 
recuperação funcional. Nesta fase utilizaram-se exercícios proprioceptivos com a bola 
terapêutica, shoulder flex e na plataforma de equilíbrio; arremessos de lances livres na cesta 
de basquete (14,16). 
O protocolo completo está apresentado no anexo 4. 
Este foi aplicado durante 2 meses, com frequência de 3 vezes por semana, com 
duração média de 45 minutos cada atendimento. Assim, cada voluntário recebeu 24 
atendimentos. 
Para a análise estatística dos dados, foi usado o programa GraphPad Instat, versão 
3.10. Para avaliação do questionário Worc, questionário de dor de McGill e EVA, foi usado o 
teste de Wilcoxon, para dados não-paramétricos. Já para os dados da ADM, foi usado o teste t 
pareado, para dados paramétricos. Como critério de significância, para todos os testes 
realizados, foi considerado 95% (p<0,05). Os valores são apresentados como médias e 
desvios-padrão. 
 
 
Resultados 
 
Escala Visual Analógica 
Os resultados indicaram que houve diferença significativa (p<0,05) entre os valores 
da EVA observados antes e após a aplicação da proposta do protocolo de tratamento, 
demonstrando redução da dor após a aplicação do protocolo. A tabela II demonstra as médias 
dos níveis de dor, antes e após a aplicação do protocolo. 
 
Tabela II - Valores dos resultados da EVA antes e após intervenção fisioterapêutica. 
 Avaliação inicial Avaliação final Valor de p 
Valor da EVA 4,94±2,96 0,95±0,76 0,0156 
 
Questionário de dor McGill 
As características e índice da dor foram avaliados por meio do questionário de dor de 
McGill, constituído por quatro categorias: respostas sensitivas à experiência dolorosa, 
respostas afetivas, respostas avaliativas da experiência dolorosa global e miscelânea (17). Os 
resultados no questionário de dor de McGill são apresentados na tabela a seguir (tabela III). 
 
Tabela III - Resultados do questionário McGill antes e após intervenção fisioterapêutica. 
McGill Avaliação inicial Avaliação final Valor de p 
Sensorial 6±2,51 3,28±2,49 0,0577 
Afetivo 2,57±0,97 1,14±0,89 0,0335 
Avaliativo 1±0 1±0 - 
Miscelânea 2,42±0,78 0,57±0,78 0,0206 
Total descritores 12±3,55 6±3,36 0,0222 
Sensorial 14,57±7,91 6,42±6,45 0,0339 
Afetivo 3,28±1,60 1,28±1,25 0,0340 
Avaliativo 2,71±1,38 2±1,15 0,2030 
Miscelânea 4,57±2,50 1,14±1,46 0,0590 
Total índice de dor 24,5±8,22 10,8±7,84 0,0156 
 
 
 
Questionário Worc 
As alterações do MR e a qualidade de vida dos voluntários foram avaliados por meio 
do Questionário Worc, que é constituído por 21 questões, abrangendo cinco domínios: 1) 
sintomas físicos, 2) esportes e recreação, 3) trabalho, 4) estilo de vida e 5) estado emocional. 
Houve uma redução na média do índice de dor e uma melhora na qualidade de vida em todos 
os grupos citados, com diferenças significativas de p<0,05. A tabela IV apresenta as médias 
dos voluntários por domínios. 
 
Tabela IV - Resultados do questionário WORC antes e após intervenção fisioterapêutica. 
Worc Avaliação inicial Avaliação final Valor de p 
Sintomas Físicos 353,57±96,22 128,28±60,51 0,0156 
Esporte/Recreação 224,14±41,39 68,42±30,24 0,0156 
Trabalho 235,42±121,43 105±50,34 0,0156 
Estilo de Vida 228,57±121,82 61,14±38,00 0,0156 
Emoções 165,14±95,14 69,85±46,78 0,0360 
Resumo 1206,85±395,37 439,85±191,02 0,0156 
 
Amplitude de movimento 
Em relação à ADM, realizada por meio da goniometria, observou-se que houve 
significância estatística com p<0.05. Os valores são apresentados na tabela V. 
 
Tabela V - Resultados da ADM antes e após intervenção fisioterapêutica. 
Membro Superior Acometido 
 Avaliação Inicial Avaliação Final Valor de p 
Flexão 141,42±27,31 170,71±7,13 0,0360 
Extensão 40±8,32 61,14±13,50 0,0355 
Abdução 153,28±27,58 175,57±4,82 0,0590 
Adução 35,85±9,56 56,14±11,95 0,0156 
Rot. Interna 58,57±22,79 82,71±9,28 0,0156 
Rot. Externa 65±26,14 89±2,64 0,0360 
Abdução Hor. 81,57±16,61 105,14±10,38 0,0220 
Adução Hor. 30,42±6,92 54,57±6,79 0,0222 
Discussão 
De acordo com Dutton (18) a função primária do complexo do ombro é posicionar a 
mão no espaço, permitindo ao indivíduo interagir com o ambiente e executar as funções 
motoras finas. O grau de mobilidade é resultante de superfícies articulares saudáveis, de 
unidades musculotendíneas intactas e de restrições capsuloligamentares. A incapacidade de 
posicionar a mão resulta em redução profunda das capacidades de toda a extremidade 
superior, levando à patologia. 
Morelli e Vulcano (19) afirmam que a maioria daspatologias do ombro devem ser 
tratadas conservadoramente. A intervenção fisioterapêutica, nessa situação, é considerada a 
primeira escolha de tratamento por melhorar o equilíbrio muscular da região, aumentar a 
funcionalidade do membro acometido e possibilitar retorno mais rápido às atividades de vida 
diária com diminuição das dores. Além disso, existem indicações seguras de que o tratamento 
cirúrgico não difere significantemente da intervenção fisioterapêutica quanto à melhora da 
funcionalidade e quanto à redução da dor (20). 
De acordo com Giordano et al. (21) existem controvérsias quanto à superioridade de 
um tratamento sobre o outro, sugerindo então, que a conduta mais conservadora seja 
preferível ao tratamento cirúrgico. Outros são mais intervencionistas, como Nirschl (22), que 
prefere adotar tratamentos mais agressivos em função do fato de a doença ser de evolução 
contínua. Admitindo-se a intervenção fisioterapêutica como tratamento mais adequado, esta 
deveria incluir crioterapia, mobilização articular, reequilíbrio neuromuscular, exercícios de 
fortalecimento, eletroterapia e decoaptação articular (23). Indicações de tratamento que 
corroboram com o protocolo proposto. 
A dor é uma experiência subjetiva e então impossível de ser medida diretamente, 
mas uma estimação quantitativa de dor pode ser obtida (24). Assim a EVA é um recurso 
amplamente adotado para verificação de diferentes dores, fornecendo a caracterização dos 
aspectos da dor. 
Teixeira e Pimenta (25) comentam que a EVA de dor consiste de uma linha reta de 
10 cm, onde o 0 representa a ausência de dor e o 10 representa a pior dor imaginável, sendo 
indicada para adultos. Para Rebellatto e Morelli (26), esta escala fornece informações 
conclusivas para o diagnóstico da intensidade da dor. 
Nos resultados apresentados neste estudo, percebe-se que houve uma diferença 
(p=0,0156) entre os valores da EVA observados antes e após a aplicação da proposta do 
protocolo de tratamento, com médias de resultados iniciais de (4,94±2,96) e final de 
(0,95±0,76), demonstrando redução significativa da dor após a aplicação do recurso 
terapêutico. Essa melhora foi observada associada à crioterapia, à mobilização passiva e ativa 
das articulações que envolvem o complexo do ombro contribuindo para a diminuição da dor e 
melhora da ADM. Howell et al.(27), ao compararem dois grupos tratados com e sem a 
prescrição de exercícios, demonstraram que o tratamento com exercício foi bastante eficaz 
para aumentar a função do ombro. Do mesmo modo, Ginn et al.(28) confirmam a hipótese ao 
realizar um estudo com 66 voluntários com dor no ombro de origem mecânica: os resultados 
apontaram melhora na dor de abdução livre e flexão, incapacidade funcional e auto percepção 
do indivíduo tratado. Portanto, a fisioterapia por meio da vasta gama de recursos disponíveis é 
uma importante aliada no tratamento conservador, podendo proporcionar, além do alívio das 
condições sintomatológicas, o restabelecimento da função normal do ombro acometido. 
Já o questionário de dor de McGill é considerado o melhor instrumento e o mais 
utilizado quando se pretende obter informações qualitativas e quantitativas da dor, a partir de 
descrições verbais (17). Compõe-se de 78 palavras utilizadas para descrever a dor, 
qualitativamente semelhantes, grupadas em 4 categorias: sensitivo-discrimativo, afetivo-
motivacional, cognitivo-avaliativo e miscelânea. Algumas dessas palavras (descritores) são 
sinônimas entre si, outras parecem, mas variam em intensidade, enquanto outras apresentam 
diferenças mínimas que podem ser importantes para os indivíduos que estão tentando 
comunicar a dor. O índice máximo possível de dor é 78 (quanto maior o índice, maior será a 
dor). 
Este questionário foi capaz de fornecer informações sobre as diferentes percepções 
dos vários domínios que integram o sintoma dor nos indivíduos, uma vez que a percepção 
desse sintoma está relacionada aos aspectos sensoriais, afetivos, motivacionais e não somente 
à intensidade. Como mostra a tabela III, houve uma redução na média dos descritores da 
avaliação inicial (12±3,55) para a final (6±3,36) e do índice de dor inicial (24,5±8,22) para a 
final (10,8±7,84), entretanto, com pouca significância estatística no descritor sensorial 
(p=0,0577) e nos índices de dor avaliativo (p=0,2030) e miscelânea (p=0,0590). 
De acordo com Ferreira et al. (29) o Questionário de dor McGill demonstrou ser um 
instrumento útil para avaliar a qualidade e intensidade da dor, o que confere com Camargo et 
al. (30) que ao realizar um estudo com 27 trabalhadores com síndrome do impacto revela que 
o Questionário de dor McGill é uma ferramenta importante e útil na avaliação de diversas 
situações clínicas do ombro. 
Napoles et al. (31) menciona que o aumento crescente do número de pesquisas 
multinacionais e multiculturais com o interesse de mensurar a qualidade de vida e a eficácia 
de tratamentos motivou a elaboração e a validação de vários questionários na Língua Inglesa, 
que precisam ser traduzidos e adaptados para outras línguas. O que esta de acordo com os 
achados de Knaut et al. (32) que relata a existência de vários instrumentos de medidas 
voltados à avaliação da funcionalidade do ombro encontrados na literatura, porém apenas 
alguns apresentam versões em português. Um desses instrumentos de medidas encontra-se 
nos achados de Lopes et al. (10) que menciona que o questionário Worc é um instrumento 
específico, que engloba aspectos de qualidade de vida relevantes para doença específicas do 
MR. Contém 21 questões, abrangendo cinco domínios: 1) sintomas físicos, 2) trabalho, 3) 
esportes e recreação, 4) estilo de vida e 5) estado emocional. O formato de respostas das 
questões do Worc é através de EVA. Todas as questões têm o mesmo valor ponderal. 
Portanto, cada item tem a possibilidade de ser pontuado de 0 a 100 na EVA e o resultado final 
pode variar de 0 a 2100. O total de 0 implica em nenhuma redução na qualidade de vida e 
2100 é a pior pontuação. É possível obter o total de cada domínio separadamente. O resultado 
final pode ser convertido para percentagem de acordo com uma fórmula proposta pelos 
autores da versão original. 
O Questionário Worc foi um método adequado, pois enfatizou as queixas mais 
frequentes dos voluntários, que são dor e limitação funcional, além de permitir satisfatória e 
simples avaliação objetiva da função do ombro, e avaliação subjetiva com dados provenientes 
do voluntário. Utilizando o protocolo, observou-se uma redução na média do índice de dor e 
na qualidade de vida em todos os grupos citados, com diferenças significativas de (p < 0,05). 
Assim, os achados da presente pesquisa fortalecem os de Holtby e Razmjou (33), que 
realizaram um estudo com 154 voluntários antes de serem submetidos à cirurgia para 
patologias do MR, obtendo seus resultados que reforçam a utilização a validade do Worc para 
utilização em indivíduos com esta patologia, o que também está de acordo, por exemplo, com 
os achados de Kirkley et al. (34) que afirmam que o Worc pode ser utilizado como desfecho 
primário em experimentos clínicos avaliando tratamentos de indíviduos, embora suas 
principais características sejam igualmente atraentes para acompanhamento da evolução dos 
pacientes na prática clínica. 
Ao mensurar a ADM, existem três fontes principais de variação: as variações 
biológicas (idade, raça, genética, história e condições clínicas); variação temporal (diferentes 
momentos, condição clínica, nível de atividade, estado emocional e ritmo circadiano); e o erro 
de medida (métodos de procedimento, instrumentos de medidas, variações da força manual 
aplicada pelo examinador durante a ADM passiva e as variações de força do sujeitodurante a 
ADM ativa) (35). 
No presente estudo, foi optado pelas ADM’s ativas, pois de acordo com Armstrong 
(36), estas representam melhor a função e apresentam maior confiabilidade do que os 
movimentos passivos. As medidas passivas são menos confiáveis que as medidas ativas, 
devido à variação de força que é colocada pelo terapeuta. Esta mesma dificuldade pode ser 
observada quando o terapeuta estabiliza a articulação evitando os movimentos 
compensatórios que são detectados visualmente, principalmente nos casos em que existe 
limitação articular, ocorrendo influência na realização ou não da estabilização nas medidas 
(37). 
Alguns movimentos são relatados na literatura como mais difíceis de obter 
confiabilidade nas medidas da articulação do ombro, como abdução, rotação externa e 
extensão (36). 
Verificou-se na pesquisa em questão que houve aumento significativo da amplitude 
de movimento no complexo articular do ombro em todos os movimentos analisados (p < 
0,05), conforme demonstra na tabela V. Confirma-se assim a observação de Magnusson (39), 
que o alongamento da unidade músculo-tendínea reduz significativamente a tensão passiva do 
tecido. Já Souza (40) diz que os músculos do MR induzem à abdução da escápula, que é 
contrabalanceada pelos músculos rombóides e elevador da escápula e pelas fibras superiores 
do trapézio. Esse equilíbrio é fundamental para a adequação dos ritmos escapulotorácico e 
escapuloumeral durante os movimentos do membro superior, por isso foram utilizadas 
técnicas miofasciais para reestabelecer o equilíbrio entre essas musculaturas e promover a 
melhora das amplitudes de movimentos. 
O aumento da funcionalidade e a diminuição da dor resultaram em significante 
aumento da satisfação referente à sua condição anterior à intervenção fisioterapêutica. O 
protocolo desenvolvido demonstrou-se eficaz para esse tipo de indivíduo. Esses achados 
confirmam que os indivíduos podem ser beneficiados com o tratamento fisioterapêutico. 
Giordano et al. (21) demonstraram a eficácia do tratamento fisioterapêutico com a utilização 
de um protocolo baseado em metodologia nos quais os recursos a serem aplicados variavam 
conforme a fase da doença. Em outro estudo, Lima et al. (41), ao analisarem a funcionalidade 
e a percepção da dor em pacientes, antes e após intervenção fisioterapêutica, concluíram que 
houve melhora substancial do quadro álgico e função do ombro pós-tratamento. 
Sugere-se para estudos futuros, trabalhos com maior número de voluntários, com 
faixa etária mais próxima, haja vista o tamanho reduzido da amostra e a diferença de idade 
entre os voluntários, além de um período mais longo de tratamento. É importante manter a 
aplicação dos questionários, uma vez que os mesmo são ferramentas extremamente úteis para 
obter maiores dados estatísticos. 
 
Considerações finais 
O protocolo utilizado neste estudo apresentou um resultado positivo no que diz 
respeito à melhora funcional e da dor em pacientes com tendinopatias do ombro. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Referências 
 
1. Kapandji JA. Fisiologia articular: membro superior. 5 ed. São Paulo: Panamericana. 
2000. 
2. Bissacotti JF, Lech O, Severo A. Traumatismos do ombro e do braço. In: Herbert S, 
Xavier R, Pardini Jr. AG, Barros Filho TEP. Ortopedia e traumatologia: princípios e prática. 2 
ed. Porto Alegre: Artmed. 1998. 
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dor em pacientes com síndrome do ombro doloroso. Acta ortopédica brasileira. São Paulo. 
2008; 16(3):165-167. 
4. Barbosa RI,Goes R, Mazzer N, Fonseca MCR. A influência da mobilização articular 
nas tendinopatias dos músculos bíceps braquial e supra-espinal. Revista brasileira de 
fisioterapia. 2008: 12(4):298-303. 
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PROTOCOLO DE TRATAMENTO PROPOSTO 
Descrição das fases e exercícios componentes do protocolo: 
 
Fase I 
1. Ultrassom (marca Chattanooga, Intelect Advanced, model 2762 CC, Série nº 
2627) cabeçote de 1 Mhz, pulsado a 50%, ciclado a 100 Hz, dose e tempo de aplicação de 
acordo com o biotipo e área de maior sintomatologia do voluntário; 
 
 
 
2. Alongamento de musculatura póstero-lateral cervical: a) voluntário deitado na 
maca em decúbito dorsal, ombros na borda superior da maca com pescoço de cabeça fora da 
mesma; terapeuta realizou flexão lateral direita, flexão e rotação esquerda; b) mantendo a 
mesma posição na maca, terapeuta realizou flexão lateral esquerda, flexão e rotação direita. 
Realizado três séries de trinta segundos; 
 
 
 
3. Mobilização em decúbito lateral de escápula: voluntário deitado na maca em 
decúbito lateral, com ombro sintomatológico para cima, terapeuta mantém contato com seu 
esterno em região proximal do úmero do voluntário, comprimindo-o contra a maca; mantém 
contato com suas mãos na escápula do voluntário, mobilizando-a em todas as direções. 
Realizado por um minuto; 
 
 
 
4. Liberação miofascial: voluntário deitado na maca em decúbito ventral, sendo 
realizados traços neuromusculares suficientes para atingir região de trapézio e supra-espinal 
com desativador de trigger points; 
 
 
 
5. Liberação de trigger points (Dígito-Pressão): voluntário deitado na maca em 
decúbito ventral, realizado compressão de trigger points por 90 segundos em região de 
trapézio e supra-espinal com desativador de trigger points; 
 
 
 
6. Mobilização intra-articular: voluntário sentado em cadeira, terapeuta em 
posição posterior a ele; mantém contato com mão cefálica estabilizando a cintura escapular e 
mão caudal em úmero proximal para mobilizá-lo ântero-posteriormente e súpero-
inferiormente. Realizado por um minuto; 
 
 
 
7. Decoaptação de cápsula: voluntário sentado em cadeira, com flexão de 
cotovelo a 90 graus e terapeuta posterior a ele; mantém contato com mão cefálica no punho 
do voluntário (membro superior do terapeuta anterior ao tronco do voluntário) e mão caudal 
em antebraço proximal (membro superior do terapeuta posterior ao tronco do voluntário) para 
mobilizá-lo inferiormente, decoaptando cápsula articular do ombro; 
 
 
 
8. Mobilização em ADM tolerável: voluntário em pé, realizou todos os 
movimentos da articulação do ombro, primeiro com o auxílio de bastão e, após, com roldana; 
 
9. Crioterapia (marca Chattanooga, modelo Hydrocollator Cold Pak Chiling Unit 
C-2) com bolsa de gel, com tempo de aplicação de vinte minutos, aplicado no ombro do 
voluntário; 
 
 
 
10. Orientações e cuidados: recomendações dadas de acordo com a queixa de cada 
voluntário (14,15). 
 
Os parâmetros para evolução à fase II foram: 
§ Aumento de goniometria (12) em 20%, em pelo menos quatro movimentos; 
§ Diminuição da dor na escala visual analógica (EVA) em 20%; 
§ Realização de quatro atendimentos nesta fase. 
 
Fase II 
1. Fortalecimento isométrico de MR: voluntário em pé, com cotovelo flexionado 
a 90 graus. Realizadas contrações de rotadores internos, utilizando como resistência um 
batente de porta e contrações de rotadores externos, utilizando como resistência a parede, em 
cinco séries de seis segundos durante quatro atendimentos; 
 
 
2. Fortalecimento isotônico de MR: voluntário em pé, com cotovelo flexionado a 
90 graus. Realizados movimentos de rotação interna e externa, utilizando theraband no 
espaldar, com três séries de dez repetições; 
 
 
 
3. Fortalecimento isotônico de extensores do ombro: voluntário em pé, de frente 
ao espaldar, com theraband fixado ao mesmo, segurando o theraband e fazendo uma extensão 
do ombro com cotovelo estendido, sem qualquer movimentação de punho. Realizado três 
séries de dez repetições. 
 
 
 
4. Fortalecimento isotônico de rombóides: voluntário em pé de frente para o 
espaldar, utilizando o theraband fixado ao mesmo. A posição inicial do voluntário foi de 
abdução do ombro até 90 graus, associada à flexão de cotovelo também a 90 graus, 
realizando, então, o movimento de abdução horizontal do ombro. Realizado três séries de dez 
repetições. 
 
 
 
5. Fortalecimento isotônico de serrátil: voluntário em pé, de costas para o 
espaldar, com ombro flexionado a 90 graus e cotovelo estendido. A resistência do theraband 
fixado no espaldar ficou atrás do voluntário. O theraband foi seguro com a mão, e realizado 
movimento de protração do ombro contra a resistência, sem rodar o corpo, e com movimento 
de circundução do ombro. Realizado três séries de dez repetições. 
 
 
 
6. Flexão de braço com apoio de joelhos bilateral: voluntário partiu da posição 
ajoelhada, abaixou lentamente o corpo na direção do solo, enquanto manteveo alinhamento 
neutro da pelve e da coluna vertebral. Os cotovelos ficaram flexionados no plano sagital. A 
escápula realizou abdução e adução durante o movimento; 
 
 
 
7. Movimentos de atividades de vida diárias (AVD’s): recomendações dadas de 
acordo com a profissão de cada voluntário (16). 
 
Os parâmetros para evolução para a fase III foram: 
§ Aumento de força muscular em uma casa conforme o teste de força (grau I, II, 
III, IV e V) (42); 
§ Realização de dez atendimentos nesta fase. 
 
Fase III 
1. Fortalecimento isotônico de MR: voluntário em pé, com cotovelo flexionado a 
90 graus. Foram realizados movimentos de rotação interna e externa utilizando theraband no 
espaldar, com três séries de dez repetições; 
 
 
 
2. Exercícios proprioceptivos com bola terapêutica e com shoulder flex com 
orientação vertical, horizontal, e diagonal: a) voluntário em pé, com uma bola sob as mãos 
desenvolveu reações de equilíbrio sobre uma superfície fixa (parede). b) voluntário em pé, 
com semi-flexão de joelhos e coluna ereta, segurar o shoulder flex com uma das mãos 
realizando movimentos oscilatórios na vertical, horizontal e diagonal. Realizou três séries de 
dez repetições em cada movimento; 
 
 
 
3. Exercícios proprioceptivos na plataforma de equilíbrio: voluntário em posição 
de quatro pontos de contato, transferiu o peso para a plataforma de equilíbrio; 
 
 
 
4. Arremessos de lances livres em cesta de basquete: voluntário em pé, executou 
arremessos de lances livres em 20 repetições (pela dificuldade de conseguir trabalhar em 
quadra de basquete foi utilizada adaptação dentro da clinica utilizando bola e cesta de 
basquete ambas de menor tamanho) (14,16). 
 
 
 
Os parâmetros para evolução para a alta funcional foi: 
§ Realização de dez atendimentos nesta fase. 
 
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