Buscar

2016 ARAUJO Exclusao Digital

Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 
CENTRO DE EDUCAÇÃO E HUMANIDADES 
FACULDADE DE EDUCAÇÃO 
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO 
LINHA DE PESQUISA: EDUCAÇÃO INCLUSIVA E PROCESSOS EDUCACIONAIS 
 
 
 
EXCLUSÃO DIGITAL EM EDUCAÇÃO NO BRASIL: UM 
ESTUDO BIBLIOGRÁFICO 
 
 
ADRIANE MATOS DE ARAUJO 
Nº MATRÍCULA: ME1510720 
 
 
RIO DE JANEIRO 
SETEMBRO 
	
  
2016 
Adriane Matos de Araujo 
 
 
 
 
 
Exclusão digital em educação no Brasil: um estudo bibliográfico 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dissertação apresentada, como requisito parcial 
para obtenção do título de Mestre, ao Programa 
de Pós-Graduação em Educação, da Universidade 
do Estado do Rio de Janeiro. Área de 
concentração: Educação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Orientadora: Prof.ª Dr.ª Carmen Lúcia Guimarães de Mattos 
 
 
 
 
 
 
 
Rio de Janeiro 
2016
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CATALOGAÇÃO NA FONTE 
UERJ/REDE SIRIUS/BIBLIOTECA CEH/A 
 
 
 
 
Autorizo, apenas para fins acadêmicos e científicos, a reprodução total ou parcial desta 
dissertação. 
 
_______________________________________ ____________________ 
 Assinatura Data 
 
 
 
 ARAUJO, Adriane Matos de. 
 Exclusão Digital em Educação no Brasil: um estudo bibliográfico – 
 2016. 128f. 
 
 Orientadora: Carmen Lúcia Guimarães de Mattos. 
 Dissertação de Mestrado. Universidade do Estado do Rio de Janeiro. 
 Faculdade de Educação. 
 
 
 1. Educação. 2. Tecnologia Digital. 3. Exclusão Digital. 4. Infraestrutura. 
 Adriane Matos de Araujo 
 
 
 
Exclusão digital em educação no Brasil: um estudo bibliográfico 
 
 
Dissertação apresentada, como requisito parcial 
para obtenção do título de Mestre, ao Programa 
de Pós-Graduação em Educação, da Universidade 
do Estado do Rio de Janeiro. Área de 
concentração: Educação. 
 
Aprovada em ___ de ____ de _____. 
 
Banca Examinadora: 
 
 
_______________________________________________________________ 
Profa. Dra. Carmen Lúcia Guimarães de Mattos (Orientadora) 
Faculdade de Educação da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) 
 
_______________________________________________________________ 
Profa. Dra. Cleonice Puggian 
Faculdade de Formação de Professores da Universidade do Estado do Rio de 
Janeiro (UERJ-FFP) / Universidade do Grande Rio (UNIGRANRIO) 
 
_______________________________________________________________ 
Profa. Dra. Paula Almeida de Castro 
Centro de Educação da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) 
 
 
 
Suplentes: 
 
_______________________________________________________________ 
 
Prof. Dr. Luiz Antônio Gomes Senna 
Faculdade de Educação da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) 
 
_______________________________________________________________ 
Profa. Dra. Sandra Cordeiro de Melo 
Faculdade de Educação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) 
 
 
 
Rio de Janeiro 
2016
DEDICATÓRIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aos que ainda estão excluídos digitalmente no Brasil. 
 
 
 
 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
 
 Agradeço ao Autor e Consumador da minha fé, Jesus, que me sustentou dia após dia 
me dando força, provisão e saúde. Ao meu esposo Alexandre, meu maior incentivador e 
impulsionador, obrigada por tanta generosidade, estímulo, compreensão e amor. Aos meus 
filhos Jordan e Beatriz que cooperaram comigo me enchendo de carinho e cuidado nesse 
período de trabalho árduo, obrigada pela alegria que vocês são na minha vida. A minha 
orientadora Carmen Lúcia G. de Mattos que foi incansável e esteve lado a lado comigo em 
cada etapa desse trabalho, obrigada por se doar tanto, por acreditar em mim, por investir em 
mim, por tanta generosidade, por tantos ensinamentos que levarei sempre comigo. Aos 
amigos e amigas que estiveram me dando palavras, intercedendo por mim, me dando suporte 
emocional para que eu pudesse alcançar com êxito meu objetivo, são muitos e não quero ser 
injusta em deixar de citar ninguém, mas vocês sabem quem são. A Alessandra Campos por 
cuidar da minha casa de forma voluntária enquanto eu me dedicava a esse trabalho, só Deus 
pode te recompensar por isso. A Diana que tive o privilégio de conhecer a pouco tempo, mas 
que de forma generosa esteve ao meu lado me dando apoio nos momentos mais delicados 
desse trabalho. A minha mãe pelo suporte e carinho, aos meus irmãos e irmãs pela torcida, 
pelo companheirismo e por tantas palavras de incentivo, amo vocês demais. Ao meu pai que 
sempre disse que seria um sucesso. Ao grupo de pesquisa NetEDU, cada um de vocês fazem 
parte deste trabalho, vocês me ensinam e me inspiram. Ao CNPq pelo apoio e financiamento 
na concessão de bolsa de estudo no primeiro ano deste trabalho e a FAPERJ pelo apoio e 
financiamento na concessão da bolsa aluno nota 10 no último ano deste estudo, muito 
obrigada por investirem na Educação do nosso país. Ao Proped e professores o meu muito 
obrigada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Quem tem conhecimento é comedido no falar, e quem tem entendimento é de espírito 
sereno. 
 
Provérbios 17:27 
 
 
RESUMO 
 
 
ARAUJO, Adriane Matos de. Exclusão Digital em Educação no Brasil: um estudo 
bibliográfico. 2016. 128f. Dissertação (Mestrado em Educação) – Faculdade de Educação, 
Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2016. 
 
 
A exclusão digital é o objeto de estudo dessa dissertação cujo objetivo geral foi realizar uma 
revisão bibliográfica sobre este tema a partir de publicações cientificas disponíveis on-line em 
bancos de dados nacionais no período entre 2003 e 2015. A premissa teórica que orientou a 
pesquisa busca compreender como se dá, pela mediação das tecnologias digitais, a 
transformação da sociedade da informação em sociedade do conhecimento no Brasil 
contemporâneo. O corpus de dados parte de um total de 2.104 documentos e analisa uma 
seleção de 102 textos com o auxílio de três instrumentos: o software EndNote de 
gerenciamento bibliográfico, o software ATLAS.ti de análise de conteúdo e os mapas 
conceituais. As questões que orientam este estudo foram: a) como está o debate sobre 
exclusão digital nos estudos publicados entre 2003 e 2015, da área da educação e do campo 
das tecnologias digitais no Brasil? b) como, na perspectiva de autores e textos selecionados, a 
exclusão digital está relacionada às questões de exclusão social, educacional e cultural no 
Brasil? e; c) como a desigualdade, a exclusão e a infraestrutura do sistema educacional 
brasileiro tangenciam a exclusão digital no pais? Para a discussão dos resultados foram 
articulados os termos Educação e Tecnologias Digitais como chaves para o entendimento dos 
argumentos utilizados pelos autores de modo a compreender os conceitos e desdobramentos 
dos mesmos em conexão com os estudos sobre exclusão. Como resultado, as categorias 
Infraestrutura e Exclusão Digital são desenvolvidas de modo a demonstrar o desafio que se 
impõe no país no contexto da Educação e das Escolas para a superação da exclusão 
socioeducacional e digital. O estudo conclui que tecnologias humanas e capital tecnológico 
digital são condições indissociáveis para que a inclusão digital para todos se torne, mais do 
que um direito, uma realidade no país. 
 
Palavras-chaves: Educação, Tecnologia digital, Exclusão digital, Infraestrutura. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ABSTRACT 
 
 
ARAUJO, Adriane de Matos. Digital Divide in Educationin Brazil: a bibliographic study. 
2016. 128f. Dissertation (Master of Education) - School of Education, State University of Rio 
de Janeiro, Rio de Janeiro, 2016. 
 
 
The digital exclusion is the object of this study. The main objective was to conduct a literature 
review on this topic from scientific publications, available online, in national databases date 
from 2003 to 2015. The theoretical premise that guided the research seeks to understand how 
is, through the mediation of digital technologies, occurred the transformation of an 
information society into a knowledge society in contemporary Brazil. The data corpus part of 
a total of 2,104 documents, and analyzes a selection of 102 texts using three instruments: the 
bibliographic management software EndNote, the ATLAS.ti software of content analysis and 
the conceptual maps. The questions guiding this study were: a) how is the debate about digital 
exclusion in the studies published between 2003 and 2015, the field of education and digital 
technologies in Brazil? b) From the perspective of authors of the selected texts, how is digital 
divide related to issues of social, educational and cultural exclusion in Brazil? and; c) In what 
extent the nature of the inequality, exclusion and infrastructure of the Brazilian educational 
system is a response to the digital divide in the country? To discuss the results of the 
bibliographic analyses it was articulated as key terms - Education and Digital Technologies to 
understand the arguments used by the authors their concepts and developments on this issues 
and its connection with studies on exclusion. As a result, Infrastructure and Digital Exclusion 
were the categories raised from the analyses, which permit to demonstrate the challenge that 
is posed to the country in the context of Education and schools, which is to overcome the 
socio-educational inequalities and the digital divide. The study concludes that human 
technologies and digital technology capital are inextricable conditions for digital inclusion for 
all people, to become, not only a right, but also the country reality. 
 
Keywords: Education, Digital Technology, Digital Exclusion, Infrastructure. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE ILUSTRAÇÕES 
 
 
Figura 1 – Endnote ................................................................................................ 26 
 
Figura 2 – Mapa Conceitual .................................................................................. 30 
 
Figura 3 – ATLAS.ti .............................................................................................. 38 
 
Figura 4 – Grupo de Significado ........................................................................... 40 
 
Figura 5 – Busca das citações nos textos ............................................................... 42 
 
Figura 6 – Relatório de citações por categoria ...................................................... 43 
 
Figura 7 - Gráfico 6 do IBGE – Percentual de pessoas que utilizam a Internet..... 90 
 
Figura 8 - Gráfico 9 do IBGE – Percentual de pessoas que utilizam a Internet..... 91 
 
Gráfico 1 - Percentual dos artigos por publicação ................................................. 28 
 
Gráfico 2 - Excluídos digitais na percepção dos autores ....................................... 33 
 
Gráfico 3 - Designer da pesquisa ........................................................................... 45 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE TABELAS 
 
 
 
Tabela 1 – 
 
 
 
Cronograma .......................................................................................... 21 
 
Tabela 2 – Termos de busca ................................................................................... 24 
 
Tabela 3 – 
 
 
Seleção dos Textos ............................................................................... 25 
Tabela 4 – 
 
Tipos de Publicação .............................................................................. 28 
 
Tabela 5 – 
 
Perspectiva sobre Exclusão Digital ...................................................... 35 
 
Tabela 6 – 
 
As categorias e as subcategorias iniciais .............................................. 41 
 
Tabela 7 – 
 
Tabela 8 - 
 
Tabela 9 – 
 
Tabela 10 - 
 
 
As categorias e as subcategorias do estudo .......................................... 44 
 
 
Categoria Infraestrutura e suas Subcategorias ...................................... 48 
 
 
Categorias Exclusão Digital e Subcategorias ....................................... 79 
 
 
Projetos de Inclusão Digital ................................................................ 101 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS 
 
 
ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas 
 
ANATEL Agência Nacional de Telecomunicações 
 
APA American Psychological Association 
 
CAPES Centro de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior 
 
CEDUCE Colóquio Educação Cidadania e Exclusão 
 
CGI.br Comitê Gestor de Internet no Brasil 
 
CEPTRO Centro de Estudos e Pesquisas em Tecnologias de Redes e Operações 
 
DNS Domain Name System 
 
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas 
 
IP Internet Protocol 
 
LED Laboratório de Etnografia Digital 
 
NetEDU Núcleo de Etnografia em Educação 
 
NTIC Novas Tecnologias de Informação e Comunicação 
 
ONG Organizações não governamentais 
 
PC Personal Computer 
 
PNAD Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios 
 
PPP Projetos Político Pedagógicos 
 
ProPEd Programa de Pós-Graduação em Educação 
 
SCIELO Scientific Electronic Library Online 
 
SICAPES Sistema Integrado CAPES 
 
SSL Secure Socket Layer 
 
TIC Tecnologia de Informação e Comunicação 
 
TCP Transmission Control Protocol 
 
UERJ Universidade do Estado do Rio de Janeiro 
 
UFRJ Universidade Federal do Rio de Janeiro 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
 INTRODUÇÃO .............................................................................................. 16 
1 METODOLOGIA .......................................................................................... 18 
1.1 Objetivos ........................................................................................................ 18 
1.2 Questões .......................................................................................................... 19 
1.3 Coleta de dados ............................................................................................... 19 
1.4 
1.5 
1.6 
1.7 
Cronograma .................................................................................................... 
Acesso .............................................................................................................. 
A abrangência ................................................................................................ 
Análise de dados ........................................................................................... 
20 
23 
24 
25 
1.7.1 Banco de dados................................................................................................. 25 
1.7.2 Mapas Conceituais ........................................................................................... 29 
1.7.2.1 
1.7.3 
Resultados preliminares dos mapas conceituais ............................................... 32 
ATLAS.ti ....................................................................................................... 
37 
1.7.3.1 Processo de análise ...........................................................................................38 
1.7.3.2 Categorias.......................................................................................................... 41 
2 INFRAESTRUTURA .................................................................................... 47 
2.1 
Infraestrutura: transição entre a Sociedade da Informação e a Sociedade do 
Conhecimento .................................................................................................. 
49 
2.2 Economia: recursos tecnológicos e digitais como base ................................. 53 
2.3 Governo: enfrentamento dos desafios da Sociedade do Conhecimento ........ 56 
2.4 Sociedade: informação + conhecimento: inteligência coletiva ...................... 61 
2.5 Educação: tecnologias humanas como capital digital ................................... 68 
3 EXCLUSÃO DIGITAL ............................................................................... 78 
3.1 Tecnologia Digital: o futuro é agora .............................................................. 82 
3.2 Internet: transformação da vida .................................................................. 86 
3.3 AAcesso é uma questão ultrapassada no Brasil?................................................ 88 
3.4 A informação e o conhecimento .......................................................................... 93 
3.5 Inclusão Digital: porque a escola resiste? ........................................................... 96 
3.6 Exclusão Digital: desafio para a sociedade contemporânea ............................ 103 
4 CONCLUSÃO ..................................................................................................... 108 
 REFERÊNCIAS .................................................................................................. 116 
 APÊNDICES ....................................................................................................... 129 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
 
 Essa dissertação de mestrado intitulada “Exclusão Digital em Educação no Brasil: um 
estudo bibliográfico”, se insere na linha de pesquisa Educação Inclusiva Processos 
Educacionais e no grupo de pesquisa “Etnografia e Exclusão em Educação” do Programa de 
Pós Graduação em Educação da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (PROPED/UERJ). 
Ela é parte das pesquisas realizadas pelo Núcleo de Etnografia em Educação (NetEDU) e 
mais diretamente na “Tecnologia Digital e Pesquisa Etnográfica - 2013-2015”, coordenada 
por Mattos (2015). 
 O tema desta dissertação teve sua origem na combinação da leitura do livro: “Exclusão 
Digital: imagens dos limites e dos desafios sobre a educação na pós-modernidade” 
(MATTOS, 2003), com as atividades de ensino ministradas em (2015) na disciplina 
Tecnologias e Educação do curso de Pedagogia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro 
(UERJ) realizadas como estágio docente, atividades obrigatórias do curso de Mestrado em 
Educação e ainda da preocupação desta mestranda com a exclusão digital presente no sistema 
educacional brasileiro. A experiência em ensino trouxe como contribuição a vivência sobre a 
realidade da formação de professores, evidenciando que a maioria dos estudantes da 
graduação relatam que tiveram muito pouco ou quase nenhuma instrução sobre tecnologias 
digitais e que esse tema merece ser incluído com prioridade e atualidade no curso de 
Pedagogia. 
 O livro de Mattos (idem) levantou referências bibliográficas anteriores a 2002, 
publicado em 2003, enquanto esta dissertação dá continuidade ao estudo cobrindo o período 
entre 2003 e 2015. É importante notar, que dos 102 (cento e dois) textos acadêmicos da área 
da Educação investigados, os autores mais citados foram Pierre Levy e Manuel Castells, 
autores, que circulam na literatura da área, mas que tem suas origens fora dela. Portanto, 
muitos dos argumentos discutidos no texto da dissertação fazem referencia a eles. 
 A atualização dos estudos sobre o tema exclusão digital cria oportunidades, contribui e 
amplia estudos e pesquisas na área da Educação, de modo a avaliar, criticar e contextualizar 
os avanços existentes sobre o tema, seus autores, teorias e projetos em inclusão digital. 
Ademais, o trabalho aponta ser esta uma das questões que merece investigação pela relação 
existente entre a exclusão digital e a exclusão social, educacional e cultural como realidades 
vivenciadas pela maioria da população brasileira. 
 Poder-se-ia, inúmeras outras justificativas para um estudo do tema exclusão digital, 
entretanto, sua atualidade e relevância para as sociedades contemporâneas, assim como as 
transformações em todos os campos do conhecimento originárias do uso de tecnologias 
digitais, justifica por si só, sua importância. 
 Mais de meio século atrás McLuhan (1964) lança o livro Understanding Media, onde 
a inclusão digital surge como um dos modos de transição do homem moderno, para a 
Sociedade do Conhecimento. Na fronteira da exclusão, populações inteiras, pela desigualdade 
ou pela indiferença, vivenciam a exclusão digital. A mensagem de McLuhan parece produzir 
uma sensação de que o que aconteceu com as tecnologias eletrônicas acontece agora com as 
digitais. Da mesma forma que “a mensagem é o meio” no mundo das comunicações 
eletrônicas pelo rádio e pela televisão, a mensagem continua a ser um meio no contexto das 
redes digitais, é através dela que pessoas interagem e se unificam. 
 Ao buscar significado para a interligação entre Educação e Tecnologias, este estudo 
encontra uma série de elementos, termos, conceitos e deles traduz o que representam as 
tecnologias digitais e nelas a Internet na realidade da educação do Brasil. Nessa busca, 
autores, textos, produtos acadêmicos desta área informam que a inclusão digital, assim como 
a igualdade educacional, é quimera no país. 
 A análise desta realidade se apresenta nos três capítulos que compõem este texto. No 
primeiro, descreve-se a trajetória metodológica percorrida pelo estudo. Utilizando a revisão 
bibliográfica como metodologia, aplica-se meios computacionais de análise de conteúdo 
associados a uma tradicional leitura interpretativa realizada através de mapas conceituais de 
documentos acadêmicos selecionados. 
 Com uma seleção que tem por base as contribuições para a discussão crítica sobre o 
objeto de estudo – exclusão digital, o capitulo seguinte descreve as contribuições dos autores 
sobre as diferentes infraestruturas demandadas no momento atual para que se faça a transição 
entre a Sociedade da Informação e a Sociedade do Conhecimento. Como conclusão, um 
capítulo dedicado a exclusão digital pontua desafios, empasses e contradições que, de certa 
forma, impedem o Brasil de utilizar sua enorme plataforma humana formada pelas escolas 
para incluir digitalmente sua população. 
 
 18 
1 METODOLOGIA 
 
 
Neste capítulo será apresentado o percurso metodológico desenvolvido para 
realização desta dissertação. A abordagem escolhida é a bibliográfica, ela se justifica 
por possibilitar o mapeamento e a ampliação das discussões sobre um determinado 
campo de produção acadêmica (FERREIRA, 2002), uma revisão bibliográfica pode 
ser capaz de gerar pressupostos, interrelações e interpretações que servem como ponto 
de partida para outras pesquisas (LIMA; MIOTO, 2007). 
 Por essa ótica, o estudo realizado para esta dissertação envolveu 4 etapas: 
1. Re-delineamento do projeto de pesquisa quanto aos objetivos atingidos e 
questões respondidas. 
2. Identificação de fontes bibliográficas, delimitação da amostra, coleta, 
seleção e organização dos textos com o uso do software EndNote.X7. 
3. Análise dos textos por meio de mapas conceituais e posteriormente dosoftware Atlas.ti de análise de conteúdo. 
4. Design final do estudo a partir da categorização dos resultados e redução 
dos mesmos pelo método indutivo por aproximação de significado do 
conteúdo. 
 
1.1 Objetivos 
 
 O objetivo geral desta dissertação foi realizar uma revisão bibliográfica sobre 
o tema da exclusão digital em periódicos, artigos científicos, livros, monografias, 
dissertações e teses publicadas on-line no período entre 2003 e 2015 de modo 
entender esse conceito e suas implicações na atualidade no Brasil. 
 Os objetivos específicos foram: a) identificar, selecionar, estudar, criticar e 
descrever como os estudos da área da educação abordam o tema exclusão digital no 
Brasil; b) examinar, criticar e discutir as considerações teórico-conceituais sobre 
tecnologias digitais com o foco na exclusão digital expressas em textos acadêmicos de 
língua portuguesa na área da educação no Brasil; 3) refletir e descrever a exclusão 
digital na educação no Brasil a partir dos resultados das análises de conteúdo de 102 
(cento e dois) textos acadêmicos selecionados de modo a revelar conceitos, teorias, 
autores e questões atuais sobre o tema. 
 19 
 
 
1.2 Questões 
 
 Para atingir os objetivos traçados nesta dissertação as questões que orientam 
este estudo são: a) como está o debate sobre exclusão digital nos estudos publicados 
entre 2003 e 2015, da área da educação e do campo das tecnologias digitais no Brasil? 
b) como, na perspectiva de autores e textos selecionados, a exclusão digital está 
relacionada às questões de exclusão social educacional e cultural no Brasil? e; c) 
como a desigualdade, a exclusão e a infraestrutura do sistema educacional brasileiro 
tangenciam a exclusão digital no pais? 
 
 
1.3 Coleta de dados 
 
 
 A coleta dos dados foi realizada através de acesso à bancos de dados 
acadêmicos disponíveis na internet. Enquanto que, a análise de dados foi realizada em 
três momentos: na elaboração de um banco de dados no software EndNote, na 
construção de mapas conceituais e na produção de um projeto no software Atlas.ti. 
Cada etapa da coleta de dados e nas formas de análise de dados estão dispostos de 
modo descritiva ao longo do capítulo. Na finalização do capítulo será demonstrado a 
decorrência das categorias deste estudo, o designer da metodologia e o delineamento 
dos demais capítulos dessa dissertação. 
 O corpo de dados acessados e compilados foi de 2.104 (dois mil cento e 
quatro) textos que foram catalogados em arquivos e nomeados pelo padrão: Ano-
Autor-Título do texto. A leitura dos resumos dos textos indicou que há um debate 
significante nas produções acadêmicas a respeito da temática da exclusão digital no 
Brasil. Por esse motivo compreendeu-se que a pesquisa bibliográfica possibilitaria um 
delineamento de como o sistema educacional brasileiro está definindo o conceito da 
exclusão digital, assim como, neles se define o repertório intelectual deste objeto de 
estudo. 
A pesquisa bibliográfica é construída, nas palavras de Fonseca (2002), “a 
partir de um levantamento de referências teóricas já analisadas, e publicadas por 
 20 
meios escritos e eletrônicos, como livros, artigos científicos, páginas de websites”. 
(FONSECA, 2002, p.32). Através desse procedimento metodológico acredita-se que é 
possível recuperar o conhecimento científico acumulado sobre a temática e, assim, 
como nas palavras de Paraíso (2014), montar, desmontar e remontar o que já foi dito. 
Estes foram alguns dos princípios que orientaram o estudo realizado. 
 Os fundamentos de base desta dissertação se aplicam em primeira instância na 
ideia de que a exclusão digital é a falta de acesso aos meios, mídias e aparatos 
digitais. Em segunda instância a exclusão digital se caracteriza pela vulnerabilidade, 
despreparo, falta de habilidade, isolamento que afasta os usuários das tecnologias 
digitais ou mesmo os impedem de fazer uso dessa tecnologia para seu 
desenvolvimento social, profissional e científico. Em última instância acredita-se que 
a exclusão digital impede os indivíduos do exercício da cidadania pela crítica e 
autonomia. Portanto, exclusão digital é a ausência de capital tecnológico para que um 
indivíduo se desenvolva com uma tecnologia humana. 
 Admitindo que na área da Educação as tecnologias se unem como um extenso 
campo de pesquisa e que dentro deste as tecnologias digitais têm uma grande 
expressão, elegemos exclusivamente como categoria de estudo a exclusão digital. 
 
 
 
1.4 Cronograma 
 
 
 O cronograma desta dissertação buscou cumprir os prazos estabelecidos à 
integralização do curso e desenvolver as atividades acadêmicas realizadas. Ele foi 
esquematizado de modo a dar visibilidade para o tempo de realização para cada etapa 
de estudo atendendo a abordagem metodológica escolhida. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 21 
Tabela 1 - Cronograma 
CRONOGRAMA 
ATIVIDADES Ano 1 Ano 2 
Meses 	
  1	
   	
  2	
   	
  3	
   	
  4	
   	
  5	
   	
  	
  6	
   	
  7	
   	
  	
  8	
   	
  	
  9	
  	
   	
  10	
   	
  11	
   	
  12	
   	
  13	
   	
  14	
   	
  15	
   	
  16	
   17	
   18	
   19	
  
1- Disciplinas 	
  	
   	
  	
   	
  	
   	
  	
   	
  	
   	
  	
   	
  	
   	
  	
   	
  	
   	
  	
   	
  	
   	
  	
   	
  	
   	
  	
   	
  	
   	
  	
   	
  	
   	
  	
   	
  	
  
2- Seminário de 
Pesquisa 	
  	
   	
  	
   	
  	
   	
  	
   	
  	
   	
  	
   	
  	
   	
  	
   	
  	
   	
  	
   	
  	
   	
  	
   	
  	
   	
  	
   	
  	
   	
  	
   	
  	
   	
  	
   	
  	
  
3- Estágio 
Docente I 	
  	
   	
  	
   	
  	
   	
  	
   	
  	
   	
  	
   	
  	
   	
  	
   	
  	
   	
  	
   	
  	
   	
  	
   	
  	
   	
  	
   	
  	
   	
  	
   	
  	
   	
  	
   	
  	
  
4- Coleta de 
Dados 	
  	
   	
  	
   	
  	
   	
  	
   	
  	
   	
  	
   	
  	
   	
  	
   	
  	
   	
  	
   	
  	
   	
  	
   	
  	
   	
  	
   	
  	
   	
  	
   	
  	
   	
  	
   	
  	
  
5- EndNote 	
  	
   	
  	
   	
  	
   	
  	
   	
  	
   	
  	
   	
  	
   	
  	
   	
  	
   	
  	
   	
  	
   	
  	
   	
  	
   	
  	
   	
  	
   	
  	
   	
  	
   	
  	
   	
  	
  
6- Mapas 
conceituais 	
  	
   	
  	
   	
  	
   	
  	
   	
  	
   	
  	
   	
  	
   	
  	
   	
  	
   	
  	
   	
  	
   	
  	
   	
  	
   	
  	
   	
  	
   	
  	
   	
  	
   	
  	
   	
  	
  
7- Projeto de 
Mestrado 	
  	
   	
  	
   	
  	
   	
  	
   	
  	
   	
  	
   	
  	
   	
  	
   	
  	
   	
  	
   	
  	
   	
  	
   	
  	
   	
  	
   	
  	
   	
  	
   	
  	
   	
  	
   	
  	
  
8- Atlas.ti 	
  	
   	
  	
   	
  	
   	
  	
   	
  	
   	
  	
   	
  	
   	
  	
   	
  	
   	
  	
   	
  	
   	
  	
   	
  	
   	
  	
   	
  	
   	
  	
   	
  	
   	
  	
   	
  	
  
9- Escrita 
Dissertação 	
  	
   	
  	
   	
  	
   	
  	
   	
  	
   	
  	
   	
  	
   	
  	
   	
  	
   	
  	
   	
  	
   	
  	
   	
  	
   	
  	
   	
  	
   	
  	
   	
  	
   	
  	
   	
  	
  
10- Defesa da 
Dissertação 	
  	
   	
  	
   	
  	
   	
  	
   	
  	
   	
  	
   	
  	
   	
  	
   	
  	
   	
  	
   	
  	
   	
  	
   	
  	
   	
  	
   	
  	
   	
  	
   	
  	
   	
  	
   	
  	
  
 
Fonte: Araujo (2016) 
 
O curso de mestrado no Programa de Pós-Graduação em Educação da Faculdade 
de Educação (ProPEd/UERJ) prevê de 24 a 30 meses para sua conclusão, o aluno 
bolsista, que é o caso desta mestranda, deve estar atento ao prazo de 24 meses. 
Entretanto, por estamestranda pertencer ao grupo de pesquisa desde 2011, fez com 
que este trabalho pudesse ser reduzido a 19 meses. 
As atividades realizadas no período do curso de mestrado foram desenvolvidas da 
seguinte forma: 
 
1- Disciplinas obrigatórias e eletivas: cumpriu-se as disciplinas com obtenção de 
resultados satisfatórios. As disciplinas realizadas foram: EDU997245- 2015/1: 
Produção do conhecimento em Educação; EDU999294- 2015/2: Etnografia e 
exclusão em educação: contribuições de Erving Goffman; EDU999267- 2015/1: 
Etnografia e exclusão na educação; EDU997252- 2015/1: Processos de 
inclusão/exclusão escolar; EDU997255- 2016/1: A educação como filosofia ou a 
filosofia como educação; EDU997246- 2015/2: Estágio Docente I e EDU997247- 
 22 
2015/1: Seminário de Pesquisa I, EDU997248- 2015/2: Seminário de Pesquisa II 
e EDU997249- 2016/1: Seminário de Pesquisa III. 
2- Seminário de pesquisa: Realizado semanalmente pelo Núcleo de Etnografia e 
Educação (NetEDU) vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Educação da 
Faculdade de Educação (ProPEd/UERJ). Através da pesquisa colaborativa de 
natureza etnográfica participam do seminário, estudantes do ensino médio, 
professores e professoras da rede pública, gestores de uma escola pública do 
Estado do Rio de Janeiro, assim como estudantes de graduação, estudantes de 
pós-graduação, professores e pesquisadores nacionais e internacionais. O 
NetEDU desenvolve diversos projetos, a saber, o Café com Pesquisa que tem 
como objetivo a socialização de saberes e práticas no âmbito da Faculdade de 
Educação da UERJ, atendendo a comunidade de forma geral; o seminário de 
pesquisa permanente que debate a relação da tecnologia nos usos das pesquisas 
em educação; a cada dois anos realiza o Colóquio Educação Cidadania e 
Exclusão (CEDUCE); o Laboratório de Etnografia Digital (LED) que tem por 
objetivo ampliar e criar inovações pedagógicas na perspectivas dos sujeitos 
escolares envolvidos visando melhorias no processo de escolarização e avanço 
científico, convergindo para os processos educacionais aplicados ao Ensino 
Básico e Superior. 
3- Estágio Docente I: a realização do estágio é cumprida pela ministração de aulas 
sobre Tecnologia e Educação com a turma do primeiro período do curso de 
Pedagogia da UERJ juntamente com a professora titular da disciplina. 
4- Coleta de dados: refere-se a etapa de acesso aos textos científicos à bancos de 
dados acadêmicos disponíveis na Internet. 
5- EndNote: trata-se de um software que permite a construção de um banco de 
dados bibliográfico. O software foi utilizado para organizar e catalogar as 
referências completas, os textos e, posteriormente, os mapas conceituais. 
6- Mapas Conceituais: trata-se de uma metodologia de estudo e análise conceitual 
de textos. 
7- Projeto de Mestrado: nessa etapa foi elaborado e enviado para avaliação o projeto 
de mestrado que foi devidamente aprovado e teve por objetivo nortear a escrita 
final desta dissertação. 
 23 
8- Atlas.ti: trata-se de um software de análise que favorece o entrecruzamento dos 
dados e proporciona uma análise mais aprofundada gerando conexões eficazes 
que permitem a visualização das relações entre os códigos e seus documentos. 
9- Escrita da Dissertação: diz respeito ao período de compilação dos dados e escrita 
final de conclusão deste estudo. 
10- Defesa da Dissertação: refere-se a defesa da dissertação de mestrado como última 
etapa da conclusão do curso. O prazo para defesa é de 24 meses, podendo se 
estender até 30 meses. Porém, essa dissertação será concluída em 19 meses. 
 
 
 
1.5 Acesso 
 
 
 A partir da definição do objeto de estudo Exclusão Digital iniciou-se a etapa 
do acesso aos textos científicos escritos em língua portuguesa nos bancos de dados 
acadêmicos disponíveis na Internet, sendo eles: 
 
a) Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) - 
endereço eletrônico: www.periodicos.capes.gov.br 
b) Scientific Eletronic Library Online (SCIELO) - endereço eletrônico: 
www.scielo.br 
c) Sistema Integrado CAPES (SICAPES / WebQualis) - endereço eletrônico: 
http://qualis.capes.gov.br/webqualis/publico/pesquisaPublicaClassificacao.se
am 
 
Além desses três bancos de dados citados foi acessado também a base de 
dados das pesquisas e estudos do Núcleo de Etnografia e Educação (NetEDU). 
 Ao acessar os bancos de dados na Internet foi selecionada a Educação como 
grande área de acesso por se tratar da área de formação dessa dissertação de mestrado. 
Para busca dos textos disponíveis sobre o objeto de estudo definiu-se três palavras-
chave: tecnologia, exclusão, exclusão digital. Essas palavras-chave foram escolhidas 
por se tratarem de conceitos consolidados pelo NetEDU que visam avançar no 
entendimento sobre as exclusões sociais relacionadas as tecnologias digitais. A 
 24 
palavra-chave exclusão digital surgiu a partir da combinação dos temas exclusão + 
digital com interesse em buscar os estudos que trouxessem discussões sobre o objeto 
de estudo. 
 O corpo de dados acessado foi composto de 2.104 (dois mil cento e quatro), os 
textos foram catalogados em arquivo e nomeados com o padrão: Ano-Autor-Título do 
texto. Foram criadas três pastas nomeadas como: “tecnologia digital”, “exclusão” e 
“exclusão digital”. Os resultados dos 2.104 (dois mil cento e quatro) textos foram 
alocados nas pastas das categorias correspondentes. 
 A seguir foram lidos os resumos dos 2.104 (dois mil cento e quatro) textos, 
por essa leitura verificou-se que nem todos os textos tangenciavam os termos de busca 
apresentando um significado pertinente ao objeto de estudo. Embora o critério de 
busca tenha sido: Educação, Exclusão, Tecnologia, Digital e seus conteúdos. 
Realizou-se então uma análise mais ampla de modo a tornar mais específicos os 
grupos temáticos. Esses textos foram separados pelas categorias e suas combinações e 
apresentam a seguinte frequência de aparecimento: 
 
Tabela 2: Termos de busca 
Tema Textos 
Tecnologia Digital 444 
Exclusão Digital 218 
Exclusão 107 
Total 769 
Fonte: Araujo (2016) 
 
 A etapa seguinte foi iniciar a leitura dos 218 textos sobre exclusão digital. Os 
textos catalogados foram direcionados para o banco de dados do Núcleo de Etnografia 
e Educação (NetEDU). 
 
1.6 A abrangência 
 
 O recorte temporal foi estabelecido entre 2003 e 2015, para dar continuidade 
ao estudo sobre a temática iniciada no livro “Exclusão Digital: imagens dos limites e 
dos desafios sobre a educação na pós-modernidade” de Mattos (2003). Por esse 
motivo, o recorte inicial se justifica pelo ano da publicação de Mattos (2003) que fez 
um levantamento sobre a exclusão digital e termina no da conclusão do levantamento 
 25 
de dados desta dissertação (2015). Desse modo, foram selecionados para a análise de 
conteúdo, somente 218 (duzentos e dezoito) textos sobre exclusão digital. E o recorte 
temporal (janela de tempo entre 2003 e 2015) reduziu a seleção dos textos para a 102 
(cento e dois) por serem estes os mais pertinentes e significativos para responder as 
questões da pesquisa e por estarem dentro da janela de tempo. 
 O processo de seleção para definição final da quantidade de textos analisados 
seguiram a sequência apresentada na tabela 3 – Seleção de textos: 
 
Tabela 3 – Seleção dos textos 
Processo de Seleção dos Textos 
Coletados 2104 
Pertinentes ao objeto de estudo 769 
Sobre exclusão digital 218 
Período de 2003-2015 102 
Fonte: Araujo (2016) 
 
 
1.7 Análise de dados 
 
1.7.1. Banco de dados 
 
 
 Os 102 (cento e dois) textos eleitos para compor o corpo de dados necessitou 
de um gerenciamento de modo a facilitaro acesso pertinente para a análise de 
conteúdo. Decidiu-se pela utilização de um software de gerenciamento bibliográfico. 
Na perspectiva de Zaugg et al (2011), trata-se de uma ferramenta que agrega valores a 
pesquisa e poupa o tempo dos pesquisadores em suas análises. 
 O software escolhido para criação de um banco de dados foi o EndNote, um 
programa digital que permite a construção de um banco de dados bibliográfico on-line 
e off-line. On-line o software direciona a busca para sites e bibliotecas acadêmicas em 
todo mundo, importa arquivos do banco de dados do computador e organiza a 
listagem de referências bibliográficas de acordo com os diferentes estilos exigidos 
pela editoras como American Psychological Association (APA), Associação 
Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), e o estilo de referencia bibliográfica mais 
usado internacionalmente, Chicago, entre outras. Ele possui duas versões, a versão 
 26 
com licença paga e a versão on-line. Nesta pesquisa optou-se pela versão EndNoteX7 
com licença validada para essa mestranda através da obtenção de uma conta de acesso 
pelo site da empresa e com a instalação do software no Macintosh. 
 O software EndNote serviu para organizar e catalogar as referências completas 
dos textos e dos mapas conceituais estudados e analisados. Os textos, como dito 
anteriormente, foram delimitados em 769 textos. Eles foram catalogados e divididos 
em três grupos dentro do EndNote: tecnologia digital com 444 textos inseridos; 
exclusão com 107 textos inseridos; exclusão digital com 218 textos inseridos. 
 Os textos foram catalogados no EndNote através do cadastro completo das 
referências bibliográficas e foram anexados a esse banco em portable document 
format (pdf). Esses 102 (cento e dois) textos foram amplamente catalogados, 
organizados utilizando o software EndNote e a seguir estudados, certificados e 
resumidos em forma de mapas conceituais e posteriormente tanto os textos completos 
quanto os mapas conceituais foram inseridos no software. 
 Abaixo segue, na figura 1, a imagem da plataforma do EndNote referente ao 
banco de dados da pesquisa sobre Exclusão Digital com textos selecionados entre 
2003-2015 em 2104 (dois mil cento e quatro) textos coletados. 
 
Figura 1: EndNote 
 
 1- Grupos temáticos 2- Textos catalogados 3-Texto selecionado 
 
4- Bibliotecas online 
Fonte: Banco de dados, Araujo (2016) 
 
 27 
 A figura 1 acima apresenta a imagem da plataforma digital do banco de dados 
gerado para as análises desta dissertação: 
1- Grupos temáticos: diz respeito aos termos de busca para coleta de dados que 
tornaram-se grupos de temas para catalogação dos textos selecionados. 
2- Textos catalogados: são os textos amplamente catalogados dentro do software. 
3- Texto selecionado: trata-se do texto selecionado entre os outros para melhor 
visualização. 
4- Bibliotecas on-line: trata-se de uma listagem de bibliotecas de diferentes 
lugares do mundo disponíveis para acesso e busca. 
 
 O EndNote auxiliou na organização dos textos; facilitou a busca por textos e 
categorias; facilitou a leitura dos textos pela visibilidade que o programa oferece na 
plataforma; facilitou os destaques elencados nos textos, por possuir uma ferramenta 
que realça as partes desejadas, similar a uma caneta marca texto; possibilitou a 
visualização de referências duplicadas ou de produções do mesmo autor que tratavam 
praticamente da mesma informação; gerou automaticamente a frequência dos textos 
por categorias; auxiliou com facilidade a busca por conceitos, autores e temas através 
da inserção de palavras-chave dentro da coleção de textos inserida; possibilitou a 
visualização dos autores que mais se destacaram no tema da pesquisa. 
 Por fim, destaca-se o benefício de maior relevância que está no comando do 
programa intitulado “cite while you write”, essa função seleciona a referência que se 
deseja utilizar, podendo exportá-la para o documento que esteja sendo escrito nas 
plataformas do Microsoft Word no formato/estilo oficial, por exemplo: ABNT, APA, 
etc., de acordo com escolha do usuário do texto. 
 O EndNote sugere o preenchimento de indicadores sobre o texto, diante disso 
foi possível extrair os tipos de publicação que compõe a coletânea bibliográfica para 
este estudo. Os textos que compuseram o corpo principal do estudo foram listados na 
tabela 4 abaixo. Os 102 (cento e dois) textos estão relacionados no apêndice A com as 
devidas referências bibliográficas. As principais análises pelo EndNote visaram 
identificar a distribuição dos artigos a partir dos diferentes tipos de publicação, foram 
elas: 
 
 
 
 28 
Tabela 4 – Tipos de Publicação 
Tipos de Publicação Quantidade 
Artigos Científico de Periódicos 54 
Artigos de Anais de Evento 24 
Capítulo de Livro 8 
Pesquisa Acadêmica 6 
Pesquisa por Amostragem 5 
Livro 5 
Total 102 
Fonte: Araujo (2016) 
 
 
 Gráfico 1 – Percentual dos artigos por publicação 
 
 
Fonte: Araujo (2016) 
 
 A tabela 4 e o gráfico 1 apresentam as seguintes publicações: 
1. Artigos científicos de periódicos: refere-se a um trabalho acadêmico sucinto de 
uma pesquisa. 
2. Artigos de anais de evento: refere-se a registro de eventos ou congressos em 
tempos anteriores organizados ano a ano. 
3. Capítulo de livro: refere-se a uma das subdivisões do livro científico. 
 29 
4. Pesquisa acadêmica: refere-se a produções acadêmicas como monografia, 
dissertação e tese. 
5. Pesquisa amostragem: refere-se a pesquisas que possuem como característica 
escolher aleatoriamente pessoas e a partir delas apresentar respostas de um grupo 
através de inferências estatísticas. 
6. livro: obra publicada de forma unitária como trabalho científico. 
 
 A tabela 4 e o gráfico 1 identificam que o percentual de artigos publicados por 
periódicos é maior do que nos demais tipos de produções acadêmicas. 
 Portanto o uso do EndNote para organização dos dados bibliográficos, 
contribui de sobremaneira para concentrar os dados e para a facilitar o trabalho de 
análise da produção de conhecimento sobre exclusão digital. 
 
 
1.7.2. Mapas conceituais 
 
 
 A partir dos 102 (cento e dois) textos lidos, catalogados e organizados houve 
necessidade de uma análise teórico-conceitual mais aprofundada dos textos. Para este 
fim, utilizou-se o mapa conceitual com intuito de identificar e estudar os conceitos 
que orientam os textos. O mapa conceitual é um instrumento de análise que auxilia na 
construção de modelos conceituais e identificação de teorias. (MATTOS; CASTRO, 
2010). 
 O mapa conceitual possibilita uma investigação dos conceitos relevantes para 
a necessidade de cada estudo. (OLIVEIRA; MARIA, 2015). Compreendeu-se que o 
mapa conceitual é um instrumento metodológico que pode ser criado de forma 
autônoma e reflexiva em acordo com os objetivos da pesquisa e da habilidade e 
sensibilidade teórica. Além de proporcionar um esquema de análise conceitual das 
abordagens teóricas-metodológicas encontradas em cada texto do estudo, o mapa 
conceitual possibilita a revisitação dos dados a todo o momento do texto da 
dissertação. 
 Para elaboração dos mapas conceituais deste estudo, levou-se em conta as 
questões e os objetivos e, assim, delineou-se o campo do conhecimento sobre a 
exclusão digital no sistema educacional brasileiro. 
 30 
 A Figura 2 – Mapa conceitual - apresenta o modelo de configuração do mapa 
conceitual que foi realizado para esta dissertação. Serão apresentados os elementos 
que compuseram as questões de análise dos textos. 
Figura 2 – Mapa Conceitual 
Mapa Conceitual – n.º01/2015 – ARAUJO,A.M. (Livro) 
1- Referência bibliográfica: MATTOS, Carmem Lúcia Guimarães de. Exclusão Digital: imagens dos limites e dos desafios 
sobre a educação na pós-modernidade. Rio de Janeiro: Papel & Virtual, 2003. 98 p. 
2- Resumo do texto: A Universidade brasileira através do ensino, da pesquisa e da extensão, tem como objetivo atender a 
população de modo a eliminar as injustiças sociais e a discriminação no ambiente educacional, promover a cidadania e a inclusão 
social. O nosso esforço como professores é, mapear essas desigualdades, desvelando-as, através da pesquisa ética e consequente. 
É ainda, orientar profissionais estrategicamente no enfrentamento efetivo das desigualdades do sistema educacional. A 
constatação das inúmeras formas de exclusão, não nós permite compreender os processos que a engendram. Não existe “a priori” 
uma cultura da exclusão. Investigar portanto, os fatores de dissociação e desfiliação, inclusão e exclusão, é parte da tarefa do 
educador na prevenção da exclusão, especialmente a EXCLUSÃO DIGITAL nesse início de milênio. O tema tem interface com 
aspectos econômicos, sociais, estruturais, entre outros de modo a configurar-se como um dos aspectos críticos para o 
desenvolvimento nacional e o exercício da cidadania. 
3- Quem são os excluídos digitais? São as pessoas pobres que estão vulneráveis a exclusão socioeducacional 
8_Citação Direta 
-Esse estudo nos leva à questão da pobreza como a fonte primária da exclusão, cujo eixo central é a justiça social e a qualidade 
de vida, o que pressupõe que a pobreza é nosso problema mais urgente e a desigualdade é nossa maior doença. Pag. 25 -Ou seja, 
o ser humano determina-se em sua possibilidade e não pela sua realidade. (Mattos, 2000) Pág. 52 -A ausência de participação em 
qualquer atividade produtiva e o isolamento relacional conjuga seus efeitos negativos para produzir a exclusão, ou melhor, a 
desfiliação. (Castel, 200, p. 24) Pág. 59 -Concluindo, para a inteligência coletiva, o principal obstáculo à participação não é a 
falta de computador, mas sim o analfabetismo e a falta de recursos culturais. É por isso que o esforço para a educação, a inovação 
pedagógica, a formação intelectual e o “capital social” são os fatores chave do desenvolvimento da inteligência coletiva. Pág. 90 
Fonte: Mapa conceitual: modelo utilizado (Araujo, 2016) 
 Os mapas foram numerados e identificados em seu cabeçalho com um número 
em ordem crescente de produção, com o ano da sua elaboração, o tipo de texto e o 
sobrenome do elaborador do mapa. 
5- Como o texto define a Exclusão Digital? Qual a relação da Exclusão digital e a Educação? 
-Percebe-se, hoje, que o analfabetismo digital reforça a pobreza e a lentidão comunicativa, o que termina por levar 
os indivíduos ao isolamento e ao impedimento do exercício da inteligência coletiva. A exclusão digital pode 
impedir que se reduza a exclusão social, uma vez que as principais atividades econômicas, governamentais além de 
boa parte da produção cultural da sociedade vêm migrando para a rede mundial de computadores, sendo praticadas 
e divulgadas por meio da comunicação informacional. Estar fora da rede é ficar fora dos principais fluxos de 
informação. Desconhecer seus conhecimentos básicos é amargar a nova ignorância (Nogueira 2001). Pág. 71 
 
 
 
 
 
4- Metodologia 
O livro é fruto do diálogo com alunos da graduação e professores universitários com intuito de ampliar as 
discussões, as leituras e as interpretações que possam contribuir para melhor formação do professor no Brasil. 
7- Abordagem Teórica e Teóricos utilizados 
Chauí (2001) que trata sobre o mecanismo ideológico de naturalização de desigualdades sociais, tornando as 
diferenças naturais. Pág. 25 -Mota (2002) argumenta que não existem excluídos no Brasil e sim um povo incluído 
que faz girar a máquina de reprodução das desigualdades. Pág. 28 -Cunha (2002) fala sobre Peregrino que 
evidencia que na sociedade brasileira a desigualdade social é transmitida através de gerações, ou seja, a evidência 
do aspecto intergeracional. Pág. 39 -Scalon (1999) diz que o Brasil possui uma estrutura social muito fechada e 
existe uma forte tendência a reprodução de classe e que no Brasil existe uma imobilidade social. Pág. 40 -Freire 
(1992) Inédito-viável – tornando possível a realização através de determinação individual, conscientização e 
processo de emancipação cultural. (Utopia – faz-se a história quem queira) Pág. 50 -Castel (2000) que diz que não 
nascemos excluídos nós nos tornamos. Populações que estão sempre a margem da sociedade são chamadas de 
quarto mundo. Para ele a nova pobreza está na mira da exclusão. Pág. 56 – O autor propõe uma compreensão da 
realidade social a partir da categoria de análise do trabalho. Pág. 57 -Pretto (1999) critica sustentar nosso sistema 
escolar dentro de velhos paradigmas diante das constantes transformações. Pág. 72 e 73 
 
 
 
 
 
 
 
 31 
 O mapa conceitual tem como uma das suas características facilitar o trabalho 
da pesquisa orientando o processo de escrita e foi estruturado em oito elementos: 
Elemento 1: teve como objetivo disponibilizar no mapa a referência bibliográfica 
dentro dos padrões da (ABNT), identificando dessa maneira a que texto o mapa se 
refere. 
Elemento 2: inseriu-se o resumo oficial do texto estudado. A intenção foi auxiliar a 
releitura e revisitação deste mapa. Dessa forma, os principais pontos mapeados 
poderiam ser relembrados rapidamente. 
Elemento 3: foi desenvolvida uma primeira pergunta que correspondesse a um dos 
objetivos específicos propostos na dissertação. O intuito dessa questão foi retirar do 
texto, caso o mesmo informasse, quem eram os sujeitos da exclusão digital na 
perspectiva dos (as) autores (as). 
Elemento 4: foi levantando qual a metodologia utilizada pelos seus autores. Foi dada 
ênfase sobre como estes norteiam a exclusão digital. 
Elemento 5: diz respeito as questões e objetivos pensados para desenvolvimento desta 
dissertação. A partir disso foi elaborada duas questões para análise dos textos. São 
elas: Como o texto define a exclusão digital? e Qual a relação da exclusão digital e a 
educação? 
Elemento 6: ainda pensando nos objetivos desta dissertação buscou-se levantar nos 
textos quais os projetos que os autores propunham como alternativa e superação a 
exclusão digital. 
Elemento 7: foi verificado nos textos o tipo de abordagem teórica considerada pelos 
autores para análise do tema exclusão digital no contexto da educação. 
Elemento 8: teve como foco extrair o posicionamento dos autores sobre a exclusão 
digital destacando-se as citações diretas que melhor ilustram o sentido que deu aos 
temas tecnologia digital e exclusão digital. 
 
 
 
 
 
1.7.2.1. Resultados preliminares dos mapas conceituais 
 
 32 
 Na análise preliminar dos mapas conceituais os elementos que constituíram o 
mapa geraram resultados que serão apresentados abaixo: 
I- (Referência bibliográfica): apenas descritivo para identificação do texto mapeado 
II- (Resumo do texto) : apenas descritivo para identificação do texto mapeado. 
III- (Quem são os excluídos digitais?): como resultado os autores apresentaram 
perspectivas diversas sobre o excluído digital. Identificou-se ainda os seguintes perfis 
desses sujeitos: 
 
a) Pessoas pobres –> diz respeito aos sujeitos de baixa renda per capita ou em 
situação de risco social. 
b) Pessoas sem acesso –> diz respeito aos sujeitos que não possuem acesso a 
Internet e/ou as tecnologias digitais. 
c) Pessoas sem acesso a banda larga –> diz respeito aos sujeitos que possuem 
acesso a Internet, porém não usufruem de conexão em alta velocidade. 
d) Pessoas passivas digitalmente –> diz respeito aos sujeitos que têm acesso a 
Internet e não dominam as habilidades necessárias para a apropriaçãoe uso das 
tecnologias digitais para a prática da cultura digital. 
e) Pessoas sem acesso e passivas digitalmente -> diz respeito aos sujeitos que 
não têm acesso e consequentemente não possuem habilidades ao uso das tecnologias 
digitais. 
f) Não informaram -> diz respeito aos textos que não sinalizaram quem são os 
excluídos digitais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Gráfico 2 – Excluídos digitais na percepção dos autores 
 33 
 
Fonte: Araujo, 2016 
 
 O Gráfico 2 – Excluídos digitais na percepção dos autores – demonstra que a 
maioria (24%) dos excluídos digitais são pobres. São pessoas em situação de 
fragilidade social e de baixo poder aquisitivo. O perfil do excluído digital descrito nos 
artigos por sua condição de pobreza dificulta seu acesso às Novas Tecnologias de 
Informação e Comunicação (NTIC). Pois, o investimento necessário para aquisição 
das tecnologias digitais é alto diante das dificuldades de infraestrutura que as 
populações de baixa renda vive. A falta de acesso à Internet e às tecnologias digitais 
foi o ponto comum nos perfis dos usuários mencionados pelos autores, tais como: 
pessoas sem acesso; pessoas sem acesso a banda larga e os passivos digitais (conceito 
elaborado nesta pesquisa). 
 O perfil conceituado como passivo digital foi identificado no estudo de 
Warschauer (2006) quando o autor diz que “O letramento, como o acesso a TIC, 
inclui uma combinação de equipamentos, conteúdo, habilidades, entendimento e 
apoio social, a fim de que o usuário possa envolver-se em práticas sociais 
significativas” (p. 64). O passivo digital para o autor é aquele sujeito que não está 
inserido no contexto da cultura digital de forma plena, por não possuir os 
conhecimentos necessários para a apropriação e uso das tecnologias digitais para a 
prática da cidadania digital. 
 34 
 Os autores apresentaram uma inquietação em relação ao acesso à Internet 
como um ponto de partida para a inclusão digital. O perfil “pessoas sem acesso a 
banda larga” aparece por conta das discussões de caráter estrutural e a importância de 
estar conectado à Internet em alta velocidade. Há uma preocupação em fortalecer 
estruturalmente as regiões, as escolas e as entidades públicas com um acesso de alta 
velocidade para beneficiar o uso de softwares, sites e aplicativos para uso pessoal e 
para a produção do conhecimento. 
 O perfil das pessoas “passivas digitalmente” denota duas particularidades. A 
primeira diz respeito aos sujeitos que têm acesso a internet e não dominam as 
habilidades necessárias para a apropriação e uso das tecnologias digitais para a prática 
da cultura digital, e a outra, diz respeito àqueles que não têm acesso à Internet e 
consequentemente não a dominam. Percebeu-se que mesmo tendo acesso à Internet, o 
sujeito pode ser um passivo digital, pois não adianta possuir o acesso e não 
experienciar a educação para a Internet. É como não ter um investimento humano 
para usufruir dos dispositivos tecnológicos que compõem a sociedade nos dias atuais 
que avançam com intensa velocidade. 
IV- (Metodologia): nesse elemento o objetivo foi identificar as principais 
metodologias que os estudos apresentavam. Da análise das metodologias presentes 
nos textos identificou-se as teórico-bibliográficas ou teórico-conceituais, as 
amostragens de dados, a revelar sua natureza etnográfica e de pesquisa-ação. 
V- (Definições sobre exclusão digital e relação dela com a educação): nesse elemento 
buscou-se responder as questões sobre a definição de exclusão digital e a forma como 
os textos relacionam os temas educação e exclusão digital, os textos apresentaram o 
conceito de exclusão digital em duas perspectivas: 
a) A primeira associando o termo aos grupos e as pessoas que não possuem acesso 
à Internet e as tecnologias de informação e comunicação. 
b) A segunda associando os excluídos digitais aos grupos e pessoas sem ou com 
pouca habilidade para o uso das NTICs de forma cidadã e participativa na sociedade 
digital para a produção do conhecimento. 
 Para melhor compreensão da significação dada ao termo exclusão digital, 
elencamos na tabela 5 – Perspectiva sobre exclusão digital - alguns temas associados: 
 
 
 
 35 
 Tabela 5 – Perspectiva sobre Exclusão Digital 
 fenômeno 
 fenômeno contemporâneo 
 face da exclusão social 
Exclusão digital exclusão social 
compreendida como: face perversa da exclusão 
 brecha digital 
 divisão digital 
 barreira socioeconômica 
 infoexclusão 
 analfabetismo digital 
Fonte: Araujo (2016) 
 
 As perspectivas elencadas na Tabela 5 foram retiradas do conjunto de 
informações contidas nos textos estudados e expressam como o conceito de exclusão 
digital é apresentado pelos autores. 
 Na questão “Qual a relação da exclusão digital e a educação?” os textos 
selecionados informam que a exclusão digital possui duas medidas, compreensão e 
perspectivas. A primeira está relacionada com a educação ao passo que as escolas não 
possuem acesso à internet ou possuem acesso à Internet de forma precária. Os 
conteúdos dos textos revelam ainda que a ausência desse recurso proporciona o 
aumento da exclusão digital, caracterizando um discurso com foco estrutural para 
orientar a inclusão digital da escola. 
 A outra perspectiva sugere que a relação entre a exclusão digital e a educação 
discutida nos textos é a questão da apropriação e uso da linguagem digital e da 
inserção da cultura escolar na cultura digital. Nas discussões há uma resistência da 
escola não cooperar com o letramento digital dos estudantes por ainda em estar 
inserida na cultura digital. Como apontaremos mais tarde neste dissertação o 
letramento digital é a ação de apoderamento das linguagens e dos instrumentos 
digitais e, do uso das tecnologias digitais como instrumento de produção do 
conhecimento e de ação social e cidadã. 
 Ressalta-se que além da questão instrumental do uso e acesso à internet os 
autores levantam discussões a respeito da escola na Internet, o que facilita aos 
estudantes sua inserção prática na sociedade contemporânea, como nas palavras de 
 36 
Pretto (2013), “não queremos a internet nas escolas, mas as escolas na internet”. 
(PRETTO, 2013, P.1). 
VI- (Projetos propostos): no elemento que mostrou os projetos propostos como 
alternativa para superação da exclusão digital, verificou-se que os projetos são 
voltados, em sua maioria, aos grupos excluídos do acesso à Internet. São propostas de 
inclusão digital para que os sujeitos excluídos possam ter acesso às tecnologias 
digitais. Os projetos não avançam nas discussões sobre a qualidade do uso das 
tecnologias digitais à gerar autonomia aos sujeitos e sim para a abertura de acesso 
sem considerar uma discussão crítica sobre as condições humanas (biológica, 
cognitiva, emocional, dentre outras). 
 Porém, esses projetos cooperam com a universalização do acesso, 
proporcionando possibilidades de inclusão digital de sujeitos que, de outra maneira, 
não teriam essa inclusão. Na seção de resultados do Capítulo 3 – Exclusão digital 
serão apresentados esses projetos. 
VII- (Abordagem teórica e teóricos utilizados): na investigação das abordagens 
teóricas os nomes dos autores que aparecem com mais frequências nos textos 
analisados são: Pierre Levy e Manuel Castells. As obras mais citadas desses autores 
foram: Cibercultura (Levy, 1999) e A sociedade em rede (Castells, 2001). Esse fato 
demonstra que: 
 
a) os estudos sobre tecnologia digital são tradicionais e se pautam em autores 
norte ocidentais para servir de base em suas pesquisas; 
b) que a maioria dos estudos preferem utilizarlivros em referencia em português 
de autores já referenciados por outras áreas e não na Educação. 
c) que as ideias apresentadas nesses textos podem ser ultrapassadas quando se 
considerar duas coisas: a atualidade do tema e a amplitude desse tipo de 
estudo no mundo. 
 
 Dada as inúmeras recorrências dos autores Pierre Levy e Manuel Castells 
decidiu-se realizar uma análise em separada dos textos, livros, artigos e etc., e 
construir um mapa conceitual específico sobre os mesmos. O mapa representa as 
citações diretas que associam as ideias e posicionamentos desses autores sobre os 
temas: tecnologias digitais e a exclusão digital. Dessa forma de maneira crítica os 
argumentos expostos sobre esses temas pelos autores foram analisados. 
 37 
 
VIII- (Citações Diretas): nessa etapa final do mapa foi extraído dos textos as citações 
diretas que contemplavam os conceitos sobre exclusão digital associado a tecnologia 
digital. 
 Portanto os mapas conceituais foi um recurso metodológico de análise que 
auxiliou na leitura dos textos. Ao todo foram confeccionados 102 mapas conceituais 
que estão disponibilizados no apêndice B desta dissertação. Os oito elementos 
descritos acima sobre a construção do mapa, descreveu o corpo de dados que serviu 
de embasamento para as discussões e definiu os resultados desta dissertação. 
 
 
1.7.3 ATLAS.ti 
 
 
 A terceira ferramenta utilizada para a análise de conteúdo dos textos 
estudados para esta dissertação foi o ATLAS.ti. Este é um software com capacidade 
para analisar grandes quantidades de dados de textos, no caso desta dissertação de 102 
(cento e dois) textos. A versão de modo a codificar e categorizar este estudo foi o 
“ATLAS.ti for Mac 1.0.48”, com licença paga e instalação do software no Macintosh. 
 Queiroz e Cavalcante (2011) explicam que o ATLAS.ti permite: 
 
[...] codificar e analisar outros tipos de formatos como imagem, vídeo, áudio 
exibidos ou não em sites desde que em HTML. O software permite algumas 
vantagens em relação a técnicas antigas empregadas na análise de conteúdo. 
É possível realizar anotações e comentários, elaboração de relatórios, de 
memorandos, edição, disposição de dados em tabelas e matrizes, entre 
outros (p. 11778). 
 
Os autores identificam o uso ATLAS.ti como um dos fatores de melhoria desta 
técnica sobre as antigas formas de análise de conteúdo é a possibilidade de registros, 
elaboração de relatórios dentre outras possibilidade que o software permite. 
Portanto, para melhor entendimento do conteúdo dos 102 textos destacados 
para o estudo, o ATLAS.ti permitiu gerar conexões entre os textos e assim estabelecer 
o entrecruzamento dos dados e das relações entre eles. 
 
 38 
 
1.7.3.1 Processo de análise 
 
 
 O processo de análise foi iniciado pela criação de um arquivo dentro da 
plataforma do software ATLAS.ti, foram inseridos na função “Documentos” os 102 
textos definidos para análise. Essa função carrega todos os textos e os disponibiliza 
para que seja criada uma unidade hermenêutica. Os textos em formato PDF foram 
inseridos de acordo com o ano, sobrenome do autor e título. A seguir, procedeu-se a 
criação de uma lista com todas as palavras contidas nos textos pela função do 
chamado aplicativo Word Cruncher. Esta função gera uma tabela de frequência que é 
exportada para fora do programa em formato Excel. 
 A Figura 3 – ATLAS.ti apresenta a plataforma digital do arquivo de análise 
gerado, após inserção dos 102 textos para análise de conteúdo. 
 
Figura 3 - ATLAS.ti 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Araujo (2016) 
 
 39 
 A próxima ação após a utilização da função Analysis / Word Cruncher do 
programa foi gerar uma listagem com a recorrência das palavras existentes no total 
dos textos inseridos. Ao selecionar essa função o programa gerou uma tabela de 
frequência de palavras que foi exportada para o programa Microsoft Excel, 
fornecendo a recorrência das palavras em uma extensa planilha por ordem crescente 
de contagem. A planilha gerada continha cerca de 38.000 (trinta e oito mil) palavras, 
após a eliminação de palavras com uma, duas ou três letras, as palavras foram 
selecionadas e colocadas em ordem decrescente possibilitando a sua associação por 
raiz de palavra ou forma de escrita. 
 A seguir, a partir das análises das palavras cujos significados eram 
semelhantes e seu grupamento, formou-se grupos de palavras por significado que 
possibilitaram a identificação de categorias temáticas utilizadas pelos autores nos 
textos. Para se chegar a esse grupo de palavras significativas buscou-se excluir da 
listagem geral as 100 (cem) palavras menos recorrentes e analisar as restantes. Ainda 
nesta etapa de análise verificou-se que os primeiros procedimentos como seleção e 
origem do EndNote e a realização dos mapas conceituais foram fundamentais para 
que a unidade hermenêutica gerada pelo ATLAS.ti pudesse ser significada de modo a 
validar algumas das expressões textuais citadas pelos autores. Assim como, os 
pressupostos teóricos e conceituais mais utilizados por eles. 
 A etapa seguinte deste processo analítico configurou-se com a criação de uma 
nova unidade hermenêutica com as frequências dos grupos de palavras que emergiram 
dos textos. Após a etapa anterior, a planilha foi reduzida e, assim sucessivamente, 
procedeu-se a criação de grupos por proximidade de significado. 
 Definiu-se como grupos de significado as palavras: Exclusão Digital e 
Infraestrutura. Elas foram definidas por terem as maiores recorrências entre os textos 
e por fazerem parte das temáticas principais da Educação, da Exclusão e da 
Tecnologia Digital. As demais palavras da contagem foram catalogadas por grupos de 
significados conforme Figura 4. 
 
 
 
 
 
 
 40 
Figura 4: Grupo de significado 
 
Fonte: Araujo (2016) 
 
 Para averiguar os dados encontrados nos 102 (cento e dois) textos analisados, 
procedeu-se o mesmo exame com os mapas conceituais. O processo foi similar ao 
realizado anteriormente. As etapas de análise se constituíram da seguinte forma: 
 
1- Inseriu-se os 102 mapas conceituais no formato de word. 
2- A partir do uso da ferramenta word cruncher foi gerado uma planilha no Excel 
originando uma nova unidade hermenêutica. 
3- A planilha gerou cerca de 16 mil palavras. 
4- Formou-se grupos de palavras por significado. 
5- Foram escolhidas as 30 primeiras palavras mais recorrentes. 
 
O resultado da unidade hermenêutica gerada pelos mapas conceituais 
confirmou as categorias e subcategorias por grupos de significado. Portanto, 
revelou-se, proporcionalmente as mesmas palavras e recorrências. 
 
 
 
 
 
 41 
1.7.3.2 Categorias 
 
 
 Nesta dissertação entende-se por categoria a identificação de ideias com 
significados similares resumidos em uma palavra ou um conceito. Para definir as 
categorias nesta dissertação, os grupos de significados foram pareados entre palavras 
recorrentes. 
 Após o pareamento dos grupos de significado chegou-se ao apontamento de 
quatro grupos “exclusão digital, tecnologia digital, infraestrutura e educação/escola”. 
Esses grupos tornaram-se as categorias de análise desta dissertação. Essas categorias 
possuíam palavras que estavam associadas aos seus sentidos. Essas palavras foram 
definidas como subcategorias. Para que fosse possível desenvolver a discussão teórica 
sobre o objeto de estudo, definiu-se – tabela 6 - as quatro subcategorias mais 
recorrentes associadas a cada categoria. 
 
Tabela 6 – As categorias e as subcategorias iniciais 
Exclusão	
  Digital	
   Infraestrutura	
  
SubcategoriasRecorrências	
   Subcategorias	
   Recorrências	
  
Exclusão	
  digital	
   5250	
   Infraestrutura	
   5519	
  
Inclusão	
   4580	
   Sociedade	
   4951	
  
Exclusão	
   2922	
   Governo	
   2041	
  
Desigualdade	
   1910	
   Economia	
   1979	
  
Tecnologia	
  Digital	
   Educação	
  /	
  Escola	
  
Subcategorias	
   Recorrências	
   Subcategorias	
   Recorrências	
  
Tecnologia	
  
digital	
   6603	
  
Educação	
  /	
  
Escola	
   3811	
  
Internet	
   5838	
   Desenvolvimento	
   3054	
  
Informação	
   5020	
   Conhecimento	
   2895	
  
Acesso	
   4979	
   Aprendizagem	
   2099	
  
Fonte: Araujo (2016) 
 
 Com as categorias e subcategorias definidas o próximo passo de análise foi 
criar palavras-chaves dentro do programa ATLAS.ti para filtrar dentro dos textos as 
citações referentes as categorias e subcategorias. Elas serviram como palavras-chave 
para sinalizar nos textos os trechos onde havia alguma discussão significativa sobre os 
termos categorizados. 
 42 
 No ATLAS.ti há uma ferramenta que possibilita a busca das citações a partir da 
criação de palavras-chaves. A função no ATLAS.ti que gera as palavras-chaves para 
usá-las na busca das citações é a função “Code / New Code”, que está disponível no 
menu de opções do programa. Foi utilizada essa função que gerou as 16 palavras-
chaves de busca correspondentes as 4 categorias e as 12 subcategorias pré-definidas. 
Elas: 1- Educação Aprendizagem; 2- Educação Conhecimento; 3- Educação 
Desenvolvimento; 4- Educação Educação / Escola; 5- Exclusão Digital Exclusão; 6- 
Exclusão Digital Desigualdade; 7- Exclusão Digital Exclusão Digital; 8- Exclusão 
Digital Inclusão; 9- Infraestrutura Economia; 10- Infraestrutura Estrutura / 
Infraestrutura; 11- Infraestrutura Sociedade; 12- Infraestrutura Governo; 13- 
Tecnologia Acesso; 14- Tecnologia Digital; 15- Tecnologia Informação; 16- 
Tecnologia Internet. 
 Para que essas palavras-chaves fossem encontradas dentro dos textos foi 
necessário abrir cada um dos 102 textos e utilizar a função “Code / Auto Coding”. 
Essa função abre uma pequena tela de opções para que seja inserido a palavra que 
deseja ser encontrada, dentro da categoria desejada e a extensão do trecho. No caso 
desta pesquisa definiu-se como trecho a ser sinalizado a opção “parágrafo” para 
visualizar a citação completa. Após esses preenchimentos o passo seguinte foi clicar 
na opção “code all”, para que todos os parágrafos que tiverem a palavra selecionada 
sejam codificados, como mostra a Figura 5 - Busca das citações nos textos: 
 
Figura 5 – Busca das citações nos textos 
Fonte: Araujo (2016) 
 43 
 A Figura 5 - mostra as palavras-chaves “Educação Aprendizagem” e o trecho 
do texto selecionado pela opção “parágrafo”. Após essas seleções foi selecionada a 
função “code all” e, assim, todas os parágrafos que tinham a palavra selecionada 
foram codificados como “Educação Aprendizagem”. 
 O programa ATLAS.ti disponibiliza ainda uma ferramenta analítica que cria 
um relatório com as citações geradas referente as categorias correspondentes as 
palavras-chaves em cada texto. Para criar os relatórios das categorias inseridas nos 
textos, acessou no menu principal a função “Quotation / Output / Quotation by 
codes”. Uma nova e pequena tela abriu-se para filtrar as opções do relatório. As 
opções definidas nesta pesquisa foram “In document” essa opção elenca o nome do 
texto da citação apresentada. E a outra opção foi “Contents” que habilita a inserção do 
trecho completo onde a categoria foi selecionada. Por fim, selecionou-se a função 
“Export as report” para que o programa exporte os dados e gere no Microsoft Word 
um relatório com todos trechos encontrados dentro da categoria eleita que podem ser 
usadas em forma de citações como pode ser verificado na Figura 6 – Relatório de 
citações por categoria: 
 
Figura 6 – Relatório de citações por categoria 
 
Fonte: Araujo (2016) 
 
 44 
 Os relatórios foram organizados por categoria, gerando assim, um blocão de 
cada categoria com os trechos pertinentes as palavras-chaves inseridas nas buscas. Os 
blocões totalizaram em média 3500 (três mil e quinhentos) páginas de relatório. Com 
os relatórios das categorias em mãos foi possível a releitura das discussões 
concernente aos conceitos e significados de cada categoria e subcategoria relevante. 
Ao tema da dissertação. 
 Ao definir as categorias finais para as discussões e resultados desta 
dissertação, verificou-se que as quatro categorias e as doze subcategorias pré-
definidas possuíam uma aproximação dos significados com sentidos semelhantes. A 
partir disso, revisitou-se a planilha de contagem de palavras novamente para realizar 
um novo pareamento por significado das palavras. 
 Após a recontagem, analisou-se que os significados pertinentes ao objeto de 
estudo poderiam ser representados pela categoria Infraestrutura e Exclusão na 
categoria Exclusão Digital composta pelas subcategorias: exclusão, digital, 
tecnologia, internet, informação e inclusão. Enquanto que, a categoria Infraestrutura 
foi composta pelas subcategorias: educacional, social, governamental e econômica. 
Conforme Tabela 7 – As categorias e as subcategorias do estudo – ilustram a seguir: 
 
Tabela 7 – As categorias e as subcategorias do estudo 
EXCLUSÃO	
  DIGITAL	
  
	
  
INFRAESTRUTURA	
  
Subcategorias	
   Recorrências	
  
	
  
Subcategorias	
   Recorrências	
  
Exclusão	
  	
   11275	
  
	
  
Educação	
   36200	
  
Digital	
   7089	
  
	
  
Sociedade	
   19594	
  
Tecnologia	
   6603	
  
	
  
Governo	
   8211	
  
Internet	
   5838	
  
	
  
Economia	
   5868	
  
Informação	
   5020	
  
	
  
	
  	
   	
  	
  
Acesso	
   4979	
  
	
  
	
  	
   	
  	
  
Inclusão	
   4580	
  
	
  
	
  	
   	
  	
  
Exclusão	
  Digital	
   45384	
  
	
  
Infraestrutura	
   69873	
  
 
Fonte: Araujo (2016) 
 
 As categorias emergentes do processo de análise anterior, feitas no software 
ATLAS.ti, poderão ser exploradas futuramente em outras produções acadêmicas e 
científicas a serem realizadas por essa mestranda. 
 45 
 Nesta dissertação as categorias Exclusão Digital e Infraestrutura delineiam os 
resultados e as discussões que serão apresentados nos próximos dois capítulos. 
 Em conclusão deste capítulo sobre a metodologia destaca-se que os dados 
estudados foram obtidos através dos instrumentos de análise de conteúdo: mapa 
conceitual, do software EndNote e do software ATLAS.ti. Por intermédio dessas 
opções metodológicas surgiram as categorias e subcategorias foram confirmadas e 
reconstruídas de forma a assegurar as discussões sobre exclusão digital. 
 Na busca de mais entendimento sobre a metodologia desta dissertação, criou-
se o design da pesquisa no Gráfico 3 – Design da Pesquisa. 
 
Gráfico 3 - Designer da Pesquisa 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Araujo (2016) 
 
 Neste gráfico os elementos que o caracterizam foram destacados de forma a 
ilustrar a metodologia aplicada. 
O banco de dados gerado por esta pesquisa, incluindo os 2.104 (dois mil cento 
e quatro) textos catalogados, o banco de dados EndNote com 769 (setecentos e 
sessenta e nove) textos inseridos, os 102 (cento e dois) mapas conceituais e os 
relatórios de análise gerados pelo software ATLAS.ti foram disponibilizados na 
plataforma digital do banco de dados do NetEDU. 
 Para a apresentação dos resultados desta pesquisa definiu-se a elaboração de 
dois capítulos de discussão serão apresentados os desdobramentos que os textos 
selecionados são eles, Infraestrutura e Exclusão digital. 
 46

Outros materiais