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Apostila PPR cap 9

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Linhas de Fulcro e Retentores Indiretos - 70 
 
CAPÍTULO 9 – LINHAS DE FULCRO 
E RETENTORES INDIRETOS 
 
LINHAS DE FULCRO OU DE 
INSTABILIDADE 
 
1 - Conceito 
São linhas imaginárias que tendem a 
movimentar a prótese. Essa movimentação 
ocorre no sentido de aproximação e afastamen-
to dos tecidos, nas classes I e II de Kennedy 
(Figura 1), e no sentido vestíbulo-lingual, em 
espaços anteriores que cruzam a linha média 
(Figura 4). 
 
 
Figura 1 - Linha de fulcro em prótese Classe I de Kennedy 
 
São dois os movimentos que a sela das 
próteses de extremidade livre realizam em 
torno das linhas de instabilidade: movimento de 
aproximação (Figura 2) e de afastamento dos 
tecidos (Figura 3). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 2 - Movimento de aproximação dos tecidos 
 
 
 
Figura 3 – Movimento de afastamento dos teci-
dos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 4 – Linha de fulcro em prótese Classe IV 
de Kennedy 
 
Linhas de Fulcro e Retentores Indiretos - 71 
 
Em próteses de Classe I, essa linha de 
instabilidade localiza-se nos apoios oclusais 
mesiais dos dois dentes vizinhos à extremidade 
livre (Figura1). Nas próteses de classe II, a 
linha de fulcro passa pelo apoio mesial do den-
te vizinho à extremidade livre e pelo último 
apoio planejado no lado dentado (Figura 5). 
 
 
Figura 5 - Linha de fulcro em prótese Classe II de Kennedy 
 
2 - Movimento de aproximação dos tecidos 
Esse movimento (Figura 2) é causado 
por forças que tendem a aproximar a sela ao 
rebordo como, por exemplo, a força mastigató-
ria. Os fatores que diminuem esse tipo de mo-
vimento são: qualidade do rebordo; adaptação 
da sela ao rebordo e intensidade da força. 
 
A) Qualidade do rebordo 
Um rebordo pouco reabsorvido, reves-
tido com fibromucosa densa e firmemente ade-
rida, permitirá menor movimento de aproxima-
ção, quando comparado a um rebordo reabsor-
vido revestido de fibromucosa flácida resiliente. 
 
B) Adaptação da sela ao rebordo 
Quanto melhor a adaptação da sela ao 
rebordo (obtida por moldagem funcional), me-
nor será o espaço entre ambos e menor o mo-
vimento de aproximação. 
 
C) Intensidade da força 
Adequado ajuste oclusal, montagem 
dos dentes artificiais até o 1º molar e correta 
extensão da sela resultarão em forças de me-
nor intensidade e melhor distribuição, reduzin-
do o movimento de aproximação. 
 
3 - Movimento de afastamento dos tecidos 
Esse movimento é causado por forças 
que tendem a afastar a sela do rebordo como, 
por exemplo, a ação pegajosa dos alimentos 
(Figura 3). Para tentar diminuir esse movimen-
to, deve-se utilizar um componente denomina-
do retentor indireto. 
Na figura 5, verifica-se que, durante o 
movimento de afastamento dos tecidos, ocorre 
a formação de uma alavanca do 1
o
 gênero. O 
ponto de apoio, correspondente à linha de ful-
cro (L.F.), está situado entre a potência (P), 
representada pela sela e dentes artificiais em 
relação à área chapeável, e a resistência (R), 
representada pelos componentes situados 
anteriormente a essa linha. Como nesse tipo de 
alavanca, a potência e a resistência caminham 
em sentidos contrários, deve ser planejado um 
componente capaz de reduzir o movimento que 
tende a deslocar a potência (P) no sentido cér-
vico-oclusal e a resistência (R) no sentido oclu-
so-cervical. 
 
 
Figura 5 - Formação de alavanca do 1º gênero 
Linhas de Fulcro e Retentores Indiretos - 72 
 
4 - Próteses intercaladas 
Vamos analisar esse tipo de prótese, 
nas duas formas existentes, separadamente: 
prótese intercalada anterior e prótese intercala-
da posterior. 
 
A) Prótese intercalada anterior – Movimento 
no sentido vestíbulo-lingual. 
Esse movimento ocorre nos espaços 
intercalados que cruzam a linha média. Nesses 
casos, há uma linha de fulcro passando pelos 
apoios oclusais dos dois dentes vizinhos ao 
espaço protético (Figura 6). A sela, nesse tipo 
de prótese, tende a sofrer movimentos para 
vestibular e para lingual, em torno dessa linha 
de fulcro, principalmente durante o movimento 
de protrusão. Para impedir esse movimento, 
deve-se planejar componentes nos dentes mais 
posteriores que possam ser utilizados como 
suporte. 
 
 
Figura 6 - Classe IV de Kennedy 
 
Analisando a Figura 6, pode-se verificar 
que da linha de fulcro para anterior (sempre em 
direção a sela e dentes artificiais) está o braço 
de potência, que será maior, quanto maior e 
mais curvo for o espaço desdentado; e da linha 
de fulcro para posterior (em direção aos reten-
tores indiretos) está o braço de resistência, que 
será maior, quanto mais distante (mais para 
posterior) estiverem situados os retentores 
indiretos. 
Nesses casos, pode-se verificar que os 
retentores indiretos estão representados pelo 
conjunto apoio oclusal, grampos de retenção e 
oposição e conector menor. Assim, quando a 
sela tende a se movimentar para vestibular, os 
grampos geminados situados nos molares vão 
impedir esse deslocamento. Já o movimento no 
sentido lingual ou palatino, será impedido pelos 
apoios oclusais. 
 
B) Prótese intercalada posterior 
Nesses casos, uma prótese unilateral 
proporcionará a formação de linha de fulcro, 
passando pelos apoios oclusais dos dois den-
tes vizinhos ao espaço protético. Dessa forma, 
a sela irá se movimentar para vestibular e para 
lingual, semelhante ao que ocorre nas próteses 
de classe IV. Por essas razões, esse tipo de 
prótese não apresentará estabilidade, gerando 
forças nocivas aos dentes pilares. Portanto, o 
planejamento de uma prótese parcial removível 
unilateral é contra-indicado, devido à incidência 
de forças nocivas sobre os dentes pilares. 
O planejamento de componentes de 
suporte no hemi-arco oposto irá eliminar a linha 
de fulcro e os movimentos descritos anterior-
mente (Figura 7). 
 
 
Figura 7 - As linhas A,B,C e D são os limites da prótese 
Linhas de Fulcro e Retentores Indiretos - 73 
 
que passam pelos apoios oclusais, proporcionando estabi-
lidade. 
 
 
C) Próteses classe I, II, III e IV de Kennedy. 
Além dos movimentos de aproximação, 
de afastamento e em torno do rebordo, existe 
um quarto movimento observado em todos os 
tipos de prótese parcial removível. Esse ocorre 
em torno de um eixo imaginário, que passa no 
centro do arco, e é causado por forças laterais 
e oblíquas geradas durante a função. Esse 
movimento é impedido pelos grampos de opo-
sição e conectores menores, ambos rígidos 
(Figura 8). 
 
 
 
Figura 8 - Eixo imaginário que passa no centro do arco. 
 
RETENTORES INDIRETOS 
 
1 - Conceito 
São componentes rígidos que apresen-
tam função principal de estabilizar a prótese 
parcial removível, reduzindo os movimentos 
que ocorrem em torno da linha de fulcro. Para 
selecionar a localização dos retentores indire-
tos, deve ser considerada a distância da linha 
de fulcro, o suporte periodontal e a anatomia da 
coroa dentária (Figura 9). 
A distância dos retentores indiretos em 
relação à linha de fulcro deve ser a maior pos-
sível, aumentando a resistência ao movimento 
de afastamento. Porém, se somente esse fator 
for levado em consideração, em alguns casos, 
os retentores indiretos irão se localizar nos 
incisivos centrais, mas por serem dentes perio-
dontalmente frágeis e com maior dificuldade 
para confecção de nichos, prefere-se confec-
cioná-los em caninos e pré-molares, bilateral-mente. 
 
 
 
Figura 9 - Retentores indiretos ilustrados na cor azul 
 
Na Figura A, pode-se observar que R1 
seria um braço de resistência maior do que R, 
porém, o retentor indireto estaria localizado em 
incisivos centrais, que são dentes de suporte 
mais fracos. Em R, compensa-se a diminuição 
do braço de resistência, localizando dois reten-
tores indiretos em dentes pilares mais fortes. 
Linhas de Fulcro e Retentores Indiretos - 74 
 
 
 
Figura A - Localização dos retentores indiretos. 
 
A seguir, serão apresentados alguns 
casos de arcos parcialmente desdentados, 
localizando-se as linhas de fulcro e os retento-
res indiretos. 
Na Figura B, a linha de fulcro passa pe-
los dois apoios oclusais principais, nas mesiais 
dos primeiros pré molares. Foram utilizados 
para alojar os retentores indiretos os dois cani-
nos, por serem dentes periodontalmente mais 
fortes. 
 
Figura B – Classe I de Kennedy 
 
Na Figura C, a linha de fulcro passa 
nas mesiais dos segundos pré-molares. Embo-
ra os caninos estejam presentes, as mesiais 
dos primeiros pré-molares foram utilizadas para 
alojar os retentores indiretos, devido à facilida-
de do preparo. Essa preferência está relacio-
nada ao fato de que a superfície oclusal mesial 
do primeiro pré-molar é favorável ao preparo do 
nicho, pela facilidade de confecção, quando 
comparado a um incisal ou de cíngulo. Além 
disso, a relação de contato proximal existente 
entre o primeiro pré-molar e o canino, possibili-
ta o preparo do nicho e a passagem do conec-
tor menor sem que haja necessidade desse 
contato ser rompido. 
 
 
 
Figura C: Classe I de Kennedy. 
 
No exemplo da Figura D, a linha de ful-
cro passa pelas mesiais do primeiro pré-molar 
e do segundo molar. Foi utilizada, para alojar o 
retentor indireto, a mesial do primeiro pré-molar 
(14). 
 
Figura D: Classe II de Kennedy 
 
Linhas de Fulcro e Retentores Indiretos - 75 
 
Desse modo, quando ocorre uma situ-
ação como no exemplo da figura E, ou seja, a 
presença de uma área de modificação (espaço 
desdentado secundário à extremidade livre), a 
linha de fulcro passa, da mesma forma que na 
Figura D, pela mesial do dente vizinho à extre-
midade livre (no caso, primeiro pré-molar) e 
pelo último apoio no outro lado do arco (no 
caso, mesial do segundo molar). O segundo 
pré-molar, no lado da área de modificação, é 
utilizado como retentor direto desse espaço 
protético e, do mesmo modo que nos casos 
anteriores, o retentor indireto é localizado pre-
ferencialmente na mesial do primeiro pré-molar 
(por estar mais distante da linha de fulcro do 
que o segundo pré-molar, aumentando, assim, 
o braço de resistência). 
 
Figura E – Classe II de Kennedy modificação 1 
 
Já no exemplo da Figura F, observa-se 
que o primeiro pré-molar atua como retentor 
direto para a área de modificação e, também, 
como retentor indireto para a linha de fulcro da 
extremidade livre. 
 
 
Figura F - Classe II de Kennedy modificação 1 
 
Após essas considerações sobre reten-
tor indireto, no que diz respeito ao braço de 
resistência, serão analisados alguns aspectos 
relacionados ao braço de potência. 
Em todos os exemplos, verifica-se que 
sempre ocorre desigualdade entre a resistência 
e a potência. Dessa forma, não há como au-
mentar esse braço de resistência, restando 
apenas a possibilidade de tentar diminuir a 
potência, o que vai proporcionar maior equilí-
brio entre os dois e, conseqüentemente, melho-
rar a estabilidade da prótese e dos dentes pila-
res. Assim, a montagem dos dentes artificiais 
até primeiro molar reduz a força mastigatória 
incidente e a ação das forças que tendem a 
afastar a sela dos tecidos. A sela acrílica deve 
recobrir a maior extensão possível da área 
chapeável (utilizando os mesmos limites da 
prótese total), a fim de obter uma melhor distri-
buição das forças por unidade de área. 
Por meio dessa cobertura citada no i-
tem anterior, obtida com moldagem funcional 
da área desdentada, pode-se conseguir, tam-
bém, os princípios de adesão, coesão e pres-
são atmosférica, utilizados em prótese total, o 
que, certamente, reduzirá muito o movimento 
de afastamento da sela dos tecidos, pela reten-
ção conseguida. 
Nas próteses de extremidade livre, a-
Linhas de Fulcro e Retentores Indiretos - 76 
 
lém desses dois movimentos (aproximação e 
afastamento dos tecidos), em torno da linha de 
fulcro, ocorre um outro, em torno do rebordo. 
Esse movimento é causado pela ausência de 
dente pilar posterior e pelas forças laterais e 
oblíquas que aparecem durante a mastigação e 
tendem a deslocar a sela para a vestibular e 
para lingual ou palatino, em torno de um eixo 
imaginário que passa pelo centro do rebordo. É 
impedido ou diminuído pela rigidez da barra ou 
conexão maior (Figura G). 
 
 
Figura G: Movimento da sela em torno do rebor-
do ocorre para vestibular e para lingual ou palatino. 
 
 
 
 
 
Referências: 
 
1. DeFRANCO,R.L.Designing Removable 
Partial Dentures.Dent. Cl.North 
Am.,local, v.28,n.2,p.307-325,apr.1984. 
 
2. FIORI, S.R. Atlas de prótese parcial 
removível. 1ª ed., Panamed Editori-
al.Ltda., São Paulo, p.261-64. 
 
3. FRANK, R. P.; NICHOLLS, J. I. An in-
vestigation of the effectiveness of indi-
rect retainers. Prosthet Dent, St. Louis, 
V 38, n 5,p. 495-506, nov.1977. 
 
4. GRABER, G. Color Atlas of Dental 
Medicine – Removable Partial Dentures 
v.2, Germany: Ed. Thieme, 1988, 216p. 
 
5. McGIVNEY, G.P.; CASTLEBERRY, 
D.J. Prótese parcial removível de Mc-
Cracken.8ª ed., São Paulo: Ed. Artes 
Médicas, 1994, 330p. 
 
6. TODESCAN, R.;SILVA, E.E.B.; SILVA, 
O. J.Atlas de Prótese Parcial Removí-
vel.1ª ed. São Paulo:Ed. Livraria San-
tos,2001, 345p. 
 
7. ZANETTI, A. L.; LAGANÁ, 
D.C.Planejamento: Prótese Parcial 
Removível. 2ª ed. São Paulo: Ed. Sar-
vier, 1996, 147p 
 
 Vista Lingual

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