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Apostila Histologia pdf

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UNIVERSIDADE DO CONTESTADO – UnC 
CONCÓRDIA/SC 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
HISTOLOGIA 
 
 
 
 
Profª Neide Armiliato 
 
 
 
 
 
 
 
Concórdia-SC 
2013 
 
 
2 
2 
1 MÉTODOS DE ESTUDO EM HISTOLOGIA 
 
1.1 Níveis de organização: 
 Os limites para estudo dos níveis de organização dos sistemas biológicos 
são arbitrários, pois são impostos pelo poder de resolução dos aparelhos 
empregados. Poder de resolução é a capacidade de discriminar dois pontos que 
se encontram separados entre si por uma distância mínima e que geram imagens 
independentes. Esta distância se denomina limite de resolução. 
 A olho nu, é possível discriminar dois pontos por mais de 0,1 mm. 
Considerando-se que a maioria das células é muito menor, para que seja possível 
visualizá-las recorre-se a diversos tipos de microscópios. Basicamente, são 
usados o microscópio óptico e o microscópio eletrônico, cujos poderes de 
resolução máximos são cerca de 0,2 µm (1 µm = 0,001 mm) e de 0,4 nm (1 nm = 
0,001 µm), respectivamente. Por conseguinte, o microscópio óptico aumenta a 
resolução das amostras cerca de 500 vezes em relação à visão direta, e o 
microscópio eletrônico a aumenta outras 500 vezes em relação ao microscópio 
óptico. 
 O microscópio óptico é utilizado para estudar a estrutura dos tecidos e a 
morfologia das células, ao passo que o microscópio eletrônico serve para a 
análise ultra-estrutural dos componentes celulares. 
 
Quadro 1.1 Níveis de organização dos sistemas histológicos e instrumentos 
empregados para seu estudo 
 
Dimensão 
 
Ramo 
 
Estrutura 
 
Método 
> 0,1 mm Anatomia Órgãos Olho e lente simples 
100 – 10 µm Histologia Tecidos Vários tipos de microsc. 
ópticos 
10 – 0,2 µm Citologia Células Vários tipos de microsc. 
ópticos 
200 – 0,4 nm Morfologia 
submicroscópica 
Bactérias 
Componentes celul. 
Microscopia eletrônica 
< 1 nm Ultra-estrutura 
Estrutura molecul. 
e atômica 
Vírus e 
Disposição de 
átomos 
Diferenciação de raios X 
* 1 mm = 1.000 µm; 1 µm = 1.000 nm 
 
 
3 
3 
1.2 Técnicas Histológicas: 
 Quase todos os componentes das células e da matriz extracelular são 
transparentes; isso não se deve apenas ao seu alto conteúdo de água, pois, 
mesmo dessecados, continuam tendo um contraste muito baixo. Para vencer esta 
limitação, são empregados corantes, que coram os componentes celulares com 
certa especificidade. No entanto, como a maioria dos corante é tóxica, as células 
vivas não conseguem resistir a eles. 
 Por este motivo, antes de serem corados, os tecidos são: 
1) Fixados – a fixação do material é essencial para preservar a morfologia e a 
composição química dos tecidos e das células. Consiste na morte destas 
últimas de um modo tal que as estruturas que possuíam em vida se conservem 
com um mínimo de artifícios. Os melhores fixadores são, na realidade, 
misturas fixadoras contendo diferentes substâncias químicas que oferecem 
ótimos resultados na preservação de estruturas biológicas. Exemplos: soluções 
de Bouin (formaldeído, ácido acético e ácido pícrico) e Helly, conhecida 
também como Zenker-Formol (formol, bicloreto de mercúrio e dicromato de 
potássio). Para o microscópio eletrônico, são usadas soluções contendo 
glutaraldeído e tetróxido de ósmio. 
2) Desidratação – tem por objetivo a retirada de água do fragmento, causando 
endurecimento deste e tornando-o adequado às etapas posteriores de inclusão 
e microtomia. A desidratação para microscópio de luz é feita por imersão do 
fragmento em uma série de álcoois graduados. Para a microscopia eletrônica, 
utilizam-se ainda acetona ou óxido de propileno. 
3) Diafanização – tem por objetivo retirar o álcool do fragmento e torná-lo 
transparente, preparando-o, assim para a microtomia e coloração. São usadas 
substâncias solúveis em álcool e insolúveis em água (xilol), com densidade 
maior do que a do álcool. 
4) Inclusão – consiste em incluir o fragmento em um molde metálico ou plástico 
contendo o meio de inclusão em estado líquido que, ao se solidificar, forma um 
bloco contendo o material biológico. Para o microscópio de luz, normalmente é 
feito com parafina histológica ou paraplast (mistura de parafina com polímeros 
 
 
4 
4 
plásticos), também são usadas resinas plásticas, como glicerol metacrilato. 
Para a microscopia eletrônica normalmente é utilizada é a resina conhecida 
como Epon. 
5) Microtomia – consiste na obtenção de cortes delgados, com espessura 
apropriada para observação do material biológico ao microscópio de luz ou 
eletrônico, utilizando-se o micrótomo. 
6) Coloração/contrastação – a grande maioria de estruturas celulares e teciduais 
são transparentes, incolores e com baixo índice de refração, por isso, utiliza-se 
os processos de coloração para a microscopia de luz e de metais pesados 
para a microscopia eletrônica (contrastação). As técnicas de coloração 
procuram basicamente, associar o caráter básico ou ácido do corante a ser 
utilizado ao do material a ser evidenciado. As técnicas de contrastação têm por 
finalidade acentuar as diferenças de densidade das estruturas sub celulares, 
gerado imagens elétron-densas ou elétron-lúcidas, normalmente são usadas 
as substâncias de uranila e o citrato de chumbo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
5 
2 HISTOLOGIA 
 Histologia é o estudo dos tecidos, no que diz respeito à sua origem 
embrionária, seus processos de diferenciação celular, suas estruturas e sua 
fisiologia. 
 
2.1 Diferenciação celular: 
 Após a fusão dos núcleos dos gametas masculino e feminino (fecundação), 
forma-se o zigoto. O zigoto, sofre sucessivas mitoses para dar origem às células 
que constituem o corpo dos seres vivos pluricelulares, as quais dividem o trabalho 
entre elas. Esta distribuição de funções é conseqüência da diferenciação celular. 
 A diferenciação celular ocorre à medida que o organismo se forma. Apesar 
de todas as células terem capacidade de desempenharem todas as funções, a 
eficiência na realização de certas funções é maior em certos tipos de células e 
menor em outros. Certas células aperfeiçoam de tal maneira em uma função em 
relação às demais células do organismo. Por exemplo, todas as células são 
capazes de contrair seu citoplasma quando estimuladas, no entanto, as células 
musculares são especializadas na contração. Do mesmo modo, tem-se células 
diferenciadas para condução de impulsos (células nervosas), para secreção 
(células secretoras), para o revestimento (células epiteliais nos animais e 
epidérmicas nos vegetais) etc. 
 A diferenciação aumenta muito a eficiência das células para favorecer o 
organismo, tornando-as dependentes umas das outras. No homem adulto por 
exemplo são 1013 a 1014 células que se dividem em aproximadamente 200 tipos 
diferentes. 
 Durante a diferenciação ocorrem modificações químicas e morfológicas 
com aumento da complexidade celular. 
 Toda célula é dotada de duas características: a diferenciação e a 
potencialidade. A diferenciação é o grau de especialização da célula; a 
potencialidade é a capacidade que a célula tem de organizar outros tipos celulares 
especializados. Para qualquer célula, quanto maior for a potencialidade menor 
será a diferenciação e vice-versa. As células originadas dos óvulos possuem 
 
 
6 
6 
100% de potencialidade e grau zero de diferenciação, sendo, portanto, 
pluripotentes. A maioria das células tem graus intermediários de diferenciação e 
potencialidade. 
 A capacidade de multiplicação de uma célula é inversamente proporcional 
ao seu grau de diferenciação. As célulasindiferenciadas dos embriões por 
exemplo, multiplicam-se intensamente, enquanto que os neurônios não se 
multiplicam. Por outro lado, as células hepáticas, muito diferenciadas, dividem-se 
por mitose quando estimuladas. 
 Como então, pode-se conceituar a diferenciação celular? Em termos gerais, 
a diferenciação celular é o conjunto de processos que transformam uma célula 
embrionária em uma célula especializada. Esses processos (a diferenciação) são 
controlados através da expressão seletiva de diversos conjuntos de genes. 
 As modificações estruturais e funcionais que ocorrem durante a 
diferenciação resultam da inativação de certos genes e da ativação de outros; isto 
é, na transcrição de certos genes e não de outros. 
 Existem genes que se expressam em todas as células, como aqueles 
necessários para construção de membrana, ribossomos, etc. eles são 
denominados genes de manutenção (ou resistentes). 
 A diferenciação celular vem sendo estudada a muito tempo e alguns dos 
conceitos tem sofrido poucas alterações no decorrer dos anos; no entanto, tem-se 
aprendido muito sobre como os genes são controlados e já existem bons modelos 
para explicar a diferenciação, como a formação dos glóbulos sangüíneos 
(hemocitopoese). 
 
2.2 Tecido 
É um grupo de células especializadas, separadas ou não por líquidos e 
substâncias intercelulares, provenientes de células embrionárias que sofreram 
diferenciação, que se distinguem por sua estrutura e por atuarem conjuntamente 
no desempenho de uma função específica. 
 
 
7 
7 
 Os tecidos são formados pelas unidades biológicas fundamentais 
chamadas células e também pela matriz extracelular, que, em geral, elas mesmas 
produzem. 
 As células podem ser iguais ou diferentes, no organismo existem cerca de 
200 tipos de células, que se diferenciam por suas formas e funções, derivadas da 
presença de componentes químicos particulares, organizados de maneira distinta 
em cada tipo celular. 
A matriz extracelular é um conjunto de substâncias amorfas figuradas, 
líquidos e fibras, produzidas pelas células, que preenchem o espaço entre as 
mesmas. 
 
Com base nos tipos de células que possuem, na proporção entre estas e as 
matrizes extracelulares, no modo de vinculação das células entre si e com os 
elementos da matriz e nas funções que desempenham, os tecidos se classificam 
nos quatro seguintes tipos fundamentais: 
2.2.1 Tecido epitelial - forma tanto as membranas que revestem superfícies como 
conjuntos celulares que se especializam na secreção de substâncias. As 
membranas denominam-se epitélios de revestimento; os conjuntos 
celulares, epitélios glandulares ou glândulas. 
2.2.2 Tecido conjuntivo - contém células que se encontram dispersas em meio a 
uma abundante matriz extracelular. Existem vários tipos de tecido 
conjuntivo que se diferenciam pelas células que possuem, pela qualidade, 
quantidade, distribuição e propriedades dos elementos da matriz 
extracelular. O tecido conjuntivo pode ser frouxo, denso, mucoso, adiposo, 
cartilaginoso, ósseo, hematopoiético e linfático, incluindo também o sangue, 
com matriz extracelular líquida. 
2.2.3 Tecido muscular – se caracteriza por Ter células que se contraem. Com 
base no ordenamento espacial dos componentes do citoesqueleto, na 
forma e no tamanho das células e levando-se em conta se sua contração é 
governada pela vontade ou não, existem três tipos de tecidos musculares: 
 
 
8 
8 
tecido muscular estriado esquelético ou voluntário, o tecido muscular 
estriado cardíaco e o tecido muscular liso. 
2.2.4 Tecido nervoso – contém neurônios e células acessórias, denominadas 
neuróglia. O tecido nervoso forma o sistema nervoso central e o sistema nervoso 
periférico. 
 
Os tecidos se associam entre si em proporções variáveis e formam os 
órgãos. Muitos órgãos apresentam os quatro tipos de tecidos. 
Por sua vez, grupos de órgãos se associam para realizar funções comuns 
ou complementares, o que dá origem aos sistemas do corpo, como os sistemas 
circulatório, imune, tegumentar, digestivo, respiratório, endócrino, urinário, 
reprodutor e sensorial. 
 
 
3 TECIDO EPITELIAL 
 Os epitélios são basicamente tecidos de revestimento, proteção do 
organismo e secreção. Além de recobrirem todo o corpo do animal, revestem 
internamente órgãos, cavidades e canais, e formam as glândulas. 
 
3.1 Origem: 
- Ectodérmica: epiderme, epitélio do nariz, epitélio da boca, glândulas sebáceas, 
glândulas mamarias, glândulas salivares. 
- Mesodérmica: endotélio, epitélio do sistema urogenital, epitélio de membranas 
que envolve órgãos (pleura - pulmão, pericárdio - coração e peritônio – órgãos 
abdominais). 
- Endodérmica: epitélio que reveste a luz do tubo digestivo, a árvore respiratória, o 
fígado e o pâncreas, epitélio da bexiga urinária, glândulas tireóide e paratireóide. 
 
3.2 Características gerais: 
- Apresentam células justapostas por moléculas de adesão celular e complexos 
juncionais, o que geralmente, dá o aspecto poliédrico; 
- Apresentam pouca ou nenhuma substância intercelular; 
 
 
9 
9 
- Os epitélios revestem todas as superfícies do corpo, exceto a cartilagem 
articular; 
- As células se renovam continuamente por mitose; 
- Localiza-se sobre a lâmina basal (tecido conjuntivo – nutrição) 
- Os epitélios não possuem um suprimento sangüíneo e linfático direto (avascular); 
- Os epitélios possuem polaridade estrutural e funcional; 
- Quantidade de células abundante, pouca variedade de tipos; 
- Tipos de células: prismática, cúbica, pavimentosa. A forma do núcleo geralmente 
acompanha a forma da célula. 
 
3.3 Encontrado: 
- Recobrindo toda a superfície externa do corpo (epiderme); 
- Recobrindo todas as cavidades internas e órgãos que compõem os sistemas 
digestivos, respiratório e urogenital, os vasos sangüíneos e linfáticos (endotélio), e 
as cavidades pleural, pericárdia e peritoneal (pleura, pericárdio e peritônio). 
 
3.4 Polaridade das células epiteliais: 
 A maioria das células epiteliais apresentam uma estrutura diferente, 
conforme a extremidade do citoplasma que é observada. Organelas, vesículas de 
secreção, material de depósito (inclusões) não se distribuem de modo uniforme no 
citoplasma localizado nos dois lados do núcleo celular. Certas estruturas se 
localizam num pólo e outras no outro pólo, conforme a atividade funcional da 
célula. 
 O pólo voltado para a superfície livre é denominado pólo ou região apical, e 
o pólo voltado para o tecido conjuntivo subjacente é denominado pólo ou região 
basal. Essa polaridade celular não é exclusiva das células epiteliais. 
 A polaridade é utilizada para classificar morfologicamente os epitélios. Os 
epitélios possuem três domínios: domínio apical – está exposto para o lúmen ou 
para o meio externo; domínio lateral – está em contato com as células epiteliais 
vizinhas unidas mutuamente por moléculas de adesão celular e complexos 
 
 
10 
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juncionais; domínio basal – está associado a membrana basal que separa o 
epitélio do tecido conjuntivo subjacente. 
 As células epiteliais possuem dois domínios principais: um domínio apical e 
um domínio basolateral. 
 Cada domínio é definido por características estruturais e funcionais 
específicas. 
O domínio apical é a região da célula epitelial voltada para a luz, é rico em 
canais iônicos, proteínas carregadoras, H+ - ATPase, glicoproteínas e enzimas 
hidrolíticas, assim como aquaporinas, proteínas formadoras de canais que atuam 
na regulação do equilíbrio hídrico. Também é o sítio onde produtos de secreção 
regulados são levados para serem liberados. São necessárias várias modificações 
da superfíciepara que o domínio apical de um epitélio possa efetuar suas 
múltiplas funções. Estas modificações incluem microvilosidades, cílios e flagelos 
que são estruturas importantes para a proteção da superfície epitelial. 
 O domínio basolateral pode ser subdividido em duas regiões: a membrana 
plasmática lateral e a membrana plasmática basal. Cada região possui suas 
próprias junções especializadas e receptores para hormônios e 
neurotransmissores. Além disso, estas regiões são ricas em Na+ - K+ ATPase e 
canais iônicos e são locais de secreção constitutiva. As especializações da 
membrana lateral são as zônulas de oclusão, zônulas de adesão, desmossomos e 
junções comunicantes. As especializações da membrana basal são as 
invaginações e os hemidesmossomos 
 
3.5 Lâmina basal e nutrição das células epiteliais: 
 Entre o tecido epitelial e o tecido conjuntivo há uma lâmina denominada 
lâmina basal (20 a 100 nm – visível somente ao microscópio eletrônico), produzida 
pelas células epiteliais, formada por proteína colágeno associada a glicoproteínas 
(laminina e proteoglicanas) e polissacarídeos. Em algumas regiões do corpo, 
verifica-se que no tecido conjuntivo logo abaixo da lâmina basal pode ocorrer um 
acúmulo de fibras reticulares, formando, juntamente com a lâmina basal, a 
membrana basal (visível ao microscópio óptico). 
 
 
11 
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 A lâmina basal não é exclusiva das células epiteliais, sendo encontrada, por 
exemplo, em torno das células musculares, células de Schwann (células nervosas) 
e células adiposas. É uma estrutura de grande significado funcional, tanto no 
organismo adulto, quanto no desenvolvimento embrionário, quando as células 
migram para suas localizações corretas apoiando-se nas lâminas basais. As 
mutações que modificam as proteínas normais da lâmina basal afetam 
gravemente a organogênese, atua também como barreira de filtração glomerular 
durante a etapa inicial da formação da urina, no músculo esquelético mantém a 
integridade do tecido e sua ruptura origina as distrofias musculares, guia a 
migração das células para o desenvolvimento das gônadas. 
 No adulto, durante os processos de cicatrização, e na regeneração do 
tecido muscular e dos prolongamentos das células nervosas, por exemplo, as 
células migram apoiadas e guiadas pelas lâminas basais. O movimento de células 
requer um substrato sólido onde elas possam se apoiar (suspensas em meio 
líquido, as células são imóveis). 
 A lâmina e a membrana basal serve como estrutura de suporte do epitélio, 
fixando-o firmemente ao tecido conjuntivo subjacente. A lâmina basal é permeável 
ao oxigênio, ao gás carbônico e a alimentos, permitindo, assim, que as células 
epiteliais troquem substâncias com os vasos sangüíneos do tecido conjuntivo. Ela 
tem características imunizantes, sendo uma barreira à entrada de 
microorganismos. 
 
3.6 Classificação dos tecidos epiteliais 
 Podem ser classificados com base em sua estrutura e função, em dois 
grupos: revestimento e glandulares. Este critério é um tanto arbitrário, pois existem 
epitélios de revestimento onde todas as células secretam (revestimento do 
estômago) ou apenas algumas células são secretoras (traquéia e intestino). 
 
3.6.1 Tecido epitelial de revestimento: 
Pode ser classificado de acordo com os seguintes critérios: 
 
 
12 
12 
- Quanto ao nº de camadas celulares: simples, estratificado, pseudoestratificado e 
de transição; 
- Quanto à forma das células presentes na camada superficial: pavimentoso, 
cuboide e prismático. 
 
3.6.1.1 Epitélio simples pavimentoso: formado por células achatadas e dispostas 
em uma única camada, apresentam núcleo saliente e central. Ocorre em locais do 
corpo onde a proteção mecânica é pouco necessária. É um epitélio que permite a 
passagem de substâncias. É encontrado no revestimento dos vasos sangüíneos e 
linfáticos (endotélio), compõem a alça de Henle e no mesotélio das cavidades 
pleural (alvéolos pulmonares), peritoneal e pericárdia. 
 
3.6.1.2 Epitélio simples cuboide: formado por uma só camada de células cúbicas 
com um núcleo central. Ocorre nos túbulos renais, tendo a função básica de 
absorção de substâncias úteis presentes na urina, devolvendo-as para o sangue. 
Na superfície livre das células existem invaginações que atuam de modo a 
aumentar a superfície de absorção, semelhante ao que ocorre com as 
microvilosidades. Ocorre também na superfície do ovário e formam os dutos de 
muitas glândulas do corpo. 
 
3.6.1.3 Epitélio simples prismático: formado por uma só camada de células altas, 
prismáticas, com núcleos ovóides geralmente localizados no mesmo nível da 
metade basal da célula. Ocorre revestindo grande parte do trato digestivo 
(estômago e os intestinos), vesícula biliar e grandes dutos das glândulas. É 
comum a presença de glândulas mucosas unicelulares. Atua na digestão e na 
absorção de alimentos. Nos intestinos, a superfície livre das células é rica em 
microvilosidades, que aumentam a área de absorção. O epitélio simples 
prismático que reveste o útero, ovidutos, dutos eferentes e pequenos brônquios é 
ciliado. 
 
 
 
13 
13 
3.6.1.4 Epitélio pseudoestratificado: formado por apenas uma camada de células 
com alturas diferentes, dando falso (pseudo) aspecto de estratificado, ou seja, de 
ser formado por mais de uma camada de células. Apresenta núcleos em várias 
alturas, mas todas as células atingem a lâmina basal. É encontrado na uretra 
masculina, no epidídimo e nos grandes ductos excretores das glândulas. O epitélio 
pseudoestratificado que reveste as fossas nasais, traquéia e brônquios, tuba 
auditiva, parte da cavidade timpânica e saco lacrimal apresenta cílios e glândulas 
mucosas unicelulares. O muco aglutina partículas estranhas que penetram no 
nosso corpo pelas vias aéreas e os cílios transportam essas partículas para fora. 
 
3.6.1.5 Epitélio estratificado pavimentoso (não-queratinizado): formado por várias 
camadas de células; apenas a inferior possui células com capacidade de divisão 
celular (mitose). As células mais basais (profundas) deste epitélio têm forma 
cuboide, as localizadas no meio do epitélio são polimorfas e as células que 
compõem a superfície livre do epitélio são achatadas (pavimentosas). Como as 
células da superfície são nucleadas, este epitélio é denominado não-
queratinizado. Usualmente, é úmido e é encontrado revestindo a boca, faringe, 
esôfago, cordas vocais e vagina. A função desse epitélio é basicamente proteção 
mecânica, ocorre em áreas de atrito. 
 
3.6.1.6 Epitélio estratificado pavimentoso (queratinizado): é semelhante ao epitélio 
estratificado pavimentoso não-queratinizado, exceto pelas camadas superficiais 
deste epitélio serem compostas por células mortas, cujos núcleos e citoplasma 
são substituídos por queratina. Este epitélio constitui a epiderme da pele, uma 
camada resistente que resiste à fricção e é impermeável à água. 
 
3.6.1.7 Epitélio estratificado prismático: formado por várias camadas de células, na 
superfície as células são altas, prismáticas. Ocorre na uretra e na membrana 
conjuntiva do olho. A função é basicamente de proteção. 
 
 
 
14 
14 
3.6.1.8 Epitélio estratificado de transição: modificação especial do epitélio 
estratificado pavimentosos, em que o número de células e suas formas variam de 
acordo com a distensão do órgão. Ocorre revestindo internamente a bexiga 
urinária. 
 
 Os epitélios de revestimento além da função de revestir superfícies 
externas e internas do corpo, podem desempenhar outras funções específicas: 
protetor, sensorial, ciliado e de absorção. 
- Função protetora: representado principalmente pelo epitélio estratificadopavimentoso, epiderme da pele. Este tecido está sujeito ao atrito e dessecamento, 
apresenta células ricas em queratina, uma proteína que confere resistência e 
impermeabilidade à epiderme. 
- Função sensorial (neuroepitélios): ocorrem nos órgãos relacionados com a 
audição, olfação e gustação, geralmente ao lado do epitélio de revestimento. 
- Células ciliadas: epitélios ciliados, encontram-se na traquéia, onde o epitélio é do 
tipo pseudoestratificado, e na tuba uterina, onde é do tipo prismático simples. 
- Função de absorção: são formados por células que apresentam vilosidades, 
epitélio prismático simples do intestino. 
 
Membranas: o tecido epitelial, associado sempre ao tecido conjuntivo, pode formar 
membranas que envolvem cavidades. Quando essas membranas revestem 
cavidades internas fechadas, são chamadas de serosas (pleura, pericárdio e 
peritônio) e quando revestem cavidades que se comunicam com o exterior do 
organismo, são chamadas de mucosas (mucosa bucal, mucosa gástrica). O tecido 
conjuntivo das mucosas e serosas recebe o nome de lâmina própria. 
 
3.7 Especializações das células epiteliais 
3.7.1 Estruturas que aumentam a superfície ou movimentam partículas 
- Microvilosidades (microvilos): são projeções digitiformes da superfície apical da 
célula epitelial que contém um eixo de microfilamentos em ligação cruzada. Na 
extremidade citoplasmática da microvilosidade, feixes de actina e outras proteínas 
 
 
15 
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se estendem até a trama terminal, uma rede filamentosa de proteínas do 
citoesqueleto que ocorre paralela ao domínio apical da célula epitelial. Nos 
microvilos, geralmente o revestimento de glicoproteína (glicocálix) apresenta-se 
mais denso. Cada célula contém inúmeras microvilosidades, o que aumenta a 
área superficial, aumentando assim, a área de absorção. Encontradas no intestino 
e nos túbulos do rim. 
- Estereocílios: são estruturas imóveis, encontrados na região apical das células 
de revestimento do epidídimo, do canal deferente e nas células pilosas do ouvido. 
São constituídos por longos prolongamentos citoplasmáticos, que podem 
anastomosar-se entre si. Aumentam a superfície celular, facilitando o trânsito de 
moléculas para dentro e para fora das células e geram sinais. 
- Cílios: são projeções celulares móveis que se originam a partir dos corpúsculos 
basais ancorados por raízes à porção apical do citoplasma. Os epitélios que 
contém cílios, são os epitélios ciliados, como é o caso do epitélio que reveste a 
cavidade interna da traquéia e do epitélio da tuba uterina. Na traquéia (uma célula 
da traquéia tem aproximadamente 250 cílios na superfície apical), o batimento dos 
cílios produz um deslocamento, do interior para o exterior do corpo, de muco, de 
bactérias e de partículas de poeira nele aprisionadas, impedindo que elementos 
estranhos penetrem os alvéolos pulmonares e dificultem a troca de O2 e CO2. Na 
tuba uterina, o batimento ciliar contribui para o deslocamento do óvulo ou do ovo 
fecundado em direção ao útero. 
 
3.7.2 Estruturas que promovem a adesão entre as células 
As células epiteliais apresentam uma intensa adesão mútua e, para separá-las, 
são necessárias forças mecânicas relativamente grandes. Essa coesão varia com 
o tipo epitelial, mas é especialmente desenvolvida nos epitélios sujeitos a forte 
trações e pressões, como no caso da pele. Participam nessa aderência, proteínas 
da família das caderinas, que são proteínas transmembrana, com função de 
prender as membranas de células contíguas. Essas membranas perdem sua 
adesividade na ausência de Ca2+. 
 
 
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 Além da aderência proporcionada por proteínas integrais da membrana 
lateral das células epiteliais, essas membranas formam especializações que 
formam as junções celulares. Que servem para aderência e para vedar o espaço 
intracelular, impedindo o fluxo de moléculas por entre as células. Certas junções 
formam canais de comunicação entre células adjacentes. 
 Nos epitélios prismáticos com uma única camada de células, 
freqüentemente as junções se apresentam numa ordem definida da parte apical 
para a parte basal da célula. 
- Zona ou zônula de oclusão: é uma junção íntima (mais apical) na forma de 
cordões, entre as proteínas ocludinas e claudinas, proteínas juncionais, das 
membranas plasmáticas de células adjacentes, reforçada pelas caderinas, não 
ficando nenhum espaço entre elas no ponto de contato. Situa-se logo abaixo da 
superfície livre das células, elas impedem os movimentos das proteínas da 
membrana do domínio apical para o domínio basolateral e fundem as membranas 
plasmáticas de células adjacentes impedindo as moléculas hidrossolúveis de 
passarem entre as células, servindo, então, como uma barreira à entrada de 
macromoléculas através do espaço entre células vizinhas. As macromoléculas só 
podem penetrar através do tecido epitelial, passando para o interior das células. 
Encontrada especialmente nos tecidos epiteliais de revestimento. 
- Zônula de adesão: em muitos epitélios aparece após a zônula de oclusão e 
também circundam a célula, as membranas plasmáticas de células vizinhas estão 
firmemente unidas por uma substância intercelular adesiva, esta substância é 
formada por glicoproteínas transmembrana da família das caderinas e uma faixa 
circuferencial de filamentos de actina, as quais conferem maior resistência a essa 
região. Esta junção não somente une as membranas celulares, mas também liga o 
citoesqueleto das duas células através das proteínas de ligação transmembrana. 
Ocorre principalmente nos tecidos epiteliais de revestimento. 
- Desmossomos: correspondem a “manchas” ou “discos” de adesão entre as 
células, sendo, por isso, muitas vezes denominados máculas de adesão. São 
estruturas elaboradas e, assim como a zônula de adesão, apresentam 
modificações no citoplasma e no espaço intercelular (30 nm) de células vizinhas. 
 
 
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No citoplasma, forma-se, em cada célula vizinha, um disco de material 
citoplasmático denso (placa citoplasmática), formada por uma série de proteínas 
de fixação, das quais as mais bem caracterizadas são as desmoplaquinas e as 
pacoglobinas, para onde convergem filamentos de queratina, denominados 
tonofilamentos. No espaço intercelular existem outros filamentos que unem as 
placas citoplasmáticas das células vizinhas, atuando como estruturas adesivas, 
são as desmogleínas, na presença de cálcio, elas prendem-se às proteínas de 
ligação transmembrana da célula adjacente. 
- Hemidesmossomos: assemelham-se a meio desmossomo e serve para prender 
a membrana celular basal à lâmina basal. São placas de adesão, compostas por 
desmoplaquinas e outras proteínas associadas, tonofilamentos de queratina 
inserem-se nestas placas, ao contrário dos do desmossomo, no qual os filamentos 
entram na placa e fazem uma volta saindo da mesma. As proteínas de ligação 
transmembrana dos hemidesmossomos são integrinas. 
- Junções tipo gap ou néxus: pode ocorrer em qualquer posição nas membranas 
laterais das células epiteliais. São encontradas em outros tecidos com exceção do 
tecido muscular estriado esquelético. São canais de comunicação entre as células, 
formados por blocos de proteínas específicas, as conexinas, que atravessam as 
camadas de lipídio da membrana, projetando-se no espaço intercelular, permitindo 
a passagem de íons, aminoácidos, adenosina monofosfato cíclico, pequenas 
moléculas e alguns hormônios, permitindo assim a propagação de informações 
entre células vizinhas, integrando as funções celulares nos tecidos. Seu objetivo é 
a sinalização celular por meio de íons ou por meio de pequenos peptídeos 
sinalizadores que atravessam do citoplasma de uma célula diretamentepara o 
citoplasma da célula vizinha, sem passar pelo meio extracelular. A passagem da 
molécula ou íon sinalizador se dá pelo interior do poro formado pela união das 
extremidades de duas conexinas, cada uma na membrana de uma das células em 
junção. Esse trânsito é muito rápido, fazendo com que essa especialização 
juncional seja uma das mais eficientes formas de comunicação entre as células 
animais. São importantes também, na embriogênese, onde coordenam o 
 
 
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desenvolvimento tecidual do embrião e para a distribuição de moléculas de 
informação através das massas celulares em migração. 
- Interdigitações: são dobras da membrana plasmática de duas células que se 
encaixam. As interdigitações realizadas pelas membranas plasmáticas de duas 
células pareadas são especializações de comunicação celular que têm como 
propósito ampliar a superfície de contato entre as células que as realizam. Não é 
incomum que esta região de membranas interdigitadas seja local de ocorrência de 
alguma junção. Podem ser descritas como evaginações e invaginações 
complementares para o interior do corpo de uma e de outra célula pareada. Seu 
local de ocorrência predominante é a região lateral das células em proximidade. 
 
 
3.8 Renovação celular 
 As células que constituem os tecidos epiteliais geralmente possuem uma 
alta taxa de renovação, que está relacionada a sua localização e função. O 
espaço de tempo necessário para a renovação celular permanece constante para 
cada epitélio. 
 As células da epiderme, por exemplo, são constantemente renovadas na 
camada basal, por divisão celular. Deste local, as células começam sua migração 
da camada germinativa em direção à superfície, tonando-se queratinizadas em 
seu caminho até chegarem à superfície, morrerem e descamarem. Todo esse 
processo dura aproximadamente 28 dias. Outras células epiteliais são renovadas 
em menos tempo. 
 As células que revestem o intestino delgado são substituídas a cada 4 a 6 
dias por células regenerativas na base das criptas. As novas células migram para 
a extremidade das vilosidades, morrem e descamam. Ainda outros epitélios, por 
exemplo, são renovados periodicamente até se chegar à idade adulta; 
subseqüentemente, esta população de células permanece estável para o resto da 
vida. Entretanto, quando há perda de um grande número de células causada por 
lesão ou destruição tóxica aguda, a proliferação celular é desencadeada e a 
população celular é restaurada. 
 
 
 
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3.9 Glândulas 
 As glândulas originam-se de células epiteliais que abandonam a superfície 
da qual se formaram e penetram no tecido conjuntivo subjacente, produzindo uma 
lâmina basal em torno delas. 
 As unidades secretoras, juntamente com seus ductos, constituem o 
parênquima da glândula, enquanto o estroma da glândula representa os 
elementos do tecido conjuntivo que invadem e sustentam o parênquima. 
 Os epitélios glandulares fabricam seu produto intracelularmente 
sintetizando macromoléculas que, em geral, são empacotadas e armazenadas em 
vesículas denominadas grânulos de secreção. O produto de secreção pode ser 
um hormônio polipeptídio (exemplo, da hipófise); uma substância graxa (exemplo, 
glândulas ceruminosas do canal auditivo); ou leite, uma combinação de proteína, 
lipídio e carboidratos (exemplo, glândulas mamarias). Outras glândulas (tais como 
as glândulas sudoríparas) secretam pouco além do exsudato que recebem do 
sangue. Além disso, os dutos estriados (p.ex., das grandes glândulas salivares) 
agem como bombas de íons que modificam as substâncias produzidas pelas 
unidades secretoras. 
 Com base no método de distribuição de seus produtos de secreção, as 
glândulas são classificadas em dois grandes grupos: 
1. Glândulas exócrinas secretam seus produtos, através de dutos, para a 
superfície epitelial, interna ou externa, da qual se originaram. 
2. Glândulas endócrinas não possuem ductos, tendo perdido suas ligações com o 
epitélio do qual se originaram, secretam seus produtos nos vasos sangüíneos 
ou linfáticos para serem distribuídos. 
Muitos tipos celulares secretam moléculas sinalizadoras denominadas 
citocinas, que realizam a função de comunicação célula-a-célula. As citocinas são 
liberadas por células sinalizadoras específicas. 
 Dependendo da distância, a citocina precisa viajar para alcançar sua célula-
alvo, e seus efeitos podem ser um dos seguintes: 
- Autócrino: a célula sinalizadora é seu próprio alvo; a célula estimula a si 
mesma. 
 
 
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- Parácrino: a célula-alvo está localizada na vizinhança da célula sinalizadora; 
assim, a citocina não precisa ir para o sistema vascular. 
- Endócrino: a célula-alvo e a célula sinalizadora estão longe uma da outra; 
assim, a citocina tem que ser transportada pelo sistema sangüíneo, ou 
linfático. 
As glândulas que secretam seus produtos através de uma via secretora 
constitutiva o fazem de um modo contínuo, liberando seus produtos de secreção 
imediatamente sem armazenamento e sem necessitar de um estímulo por 
moléculas sinalizadoras. As glândulas que possuem uma via secretora regulada 
concentram e armazenam seus produtos de secreção até que seja recebida a 
molécula sinalizadora adequada para sua liberação. 
 
3.9.1 Glândulas exócrinas 
 As glândulas exócrinas secretam seus produtos através de um duto para a 
superfície do epitélio que lhe deu origem. 
 São classificadas de acordo com a natureza de sua secreção, modo de 
secreção e número de células (unicelular ou multicelular). Muitas glândulas 
exócrinas dos sistemas digestivo, respiratório e urogenital secretam substâncias 
que são descritas como mucosas, serosas ou mistas. 
 As glândulas mucosas secretam mucinógenos, grandes proteínas 
glicosiladas que, quando hidratadas, incham tornando-se um lubrificante protetor 
espesso, viscoso, semelhante a um gel, denominado mucina, um importante 
componente do muco. Exemplos de glândulas mucosas incluem as células 
caliciformes e as pequenas glândulas da língua e palato. 
 As glândulas serosas, como o pâncreas, secretam um fluido aquoso rico em 
enzimas. 
 As glândulas mistas contém ácinos (unidades secretoras) que produzem 
secreções mucosas assim como ácinos que produzem secreções serosas; além 
disso, alguns de seus ácinos mucosos possuem semiluas serosas, um grupo de 
células que secretam um fluido seroso. As glândulas sublingual e submandibular 
são exemplos de glândulas mistas. 
 
 
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 As células das glândulas exócrinas possuem três mecanismos diferentes 
para liberar seus produtos de secreção: (1) merócrina, (2) apócrino e (3) holócrino. 
A liberação do produto de secreção das glândulas merócrinas (exemplo, parótida) 
se dá por exocitose; consequentemente, nem a membrana celular nem o 
citoplasma tornam-se parte da secreção. Apesar de muitos pesquisadores 
questionarem a existência do modo apócrino de secreção, historicamente tem se 
acreditado que nas glândulas apócrinas (exemplo, glândula mamária em 
lactação), uma pequena porção do citoplasma apical é liberado juntamente com o 
produto de secreção. Nas glândulas holócrinas (exemplo, glândula sebácea), uma 
célula secretora amadurece, morre e torna-se o produto de secreção. 
 
 
3.9.1.1 Glândulas exócrinas unicelulares 
 As glândulas exócrinas unicelulares, representadas por células secretoras 
isoladas em um epitélio, constituem a forma mais simples de glândula exócrina. O 
exemplo primário são as células caliciformes, que estão dispersas individualmente 
pelo epitélio que reveste o trato digestivo e partes do trato respiratório. A secreção 
liberada por estas glândulas mucosas protege o revestimento destes tratos.As células caliciformes receberam este nome por terem a forma de um 
cálice. O processo de liberação do mucinógeno é regulado e estimulado por 
irritação química e pela inervação parassimpática, levando à exocitose de todo o 
conteúdo de secreção da célula, desta maneira lubrificando e protegendo a lâmina 
epitelial. 
 
3.9.1.2 Glândulas exócrinas multicelulares 
 As glândulas exócrinas multicelulares são compostos por agrupamentos de 
células secretoras dispostas em graus variados de organização. Estas células 
secretoras não agem sozinhas e de modo independente, mas funcionam como 
órgãos secretores. As glândulas multicelulares podem ter uma estrutura simples, 
exemplificada pelo epitélio glandular do útero e da mucosa gástrica, ou uma 
 
 
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estrutura complexa composta por vários tipos de unidades secretoras e 
organizadas de um modo ramificado composto. 
 As glândulas multicelulares são classificadas como simples, quando seus 
dutos não são ramificados, e compostos quando seus dutos se ramificam. Elas 
ainda são classificadas de acordo com a morfologia de suas unidades secretoras 
em tubulosas, acinosas (também denominadas alveolares, assemelhando-se a 
uma uva), ou tubuloalveolares. 
 As glândulas multicelulares maiores são envolvidas por uma cápsula de 
tecido conjuntivo colagenoso, que envia septos subdividindo-a em compartimentos 
menores denominados lobos e lóbulos, estes septos são utilizados para a entrada 
e saída dos elementos vasculares, nervos e dutos, além disso, os elementos do 
tecido conjuntivo dão a sustentação estrutural da glândula. 
 Os ácinos de muitas glândulas exócrinas multicelulares, possuem células 
mioepiteliais, algumas apresentam características das células musculares lisas, 
particularmente a contratilidade. Suas contrações auxiliam a expulsar a secreção 
dos ácinos e de alguns dutos pequenos. 
 
 
3.9.2 Glândulas Endócrinas 
As glândulas endócrinas não possuem dutos, e seu produto de secreção, 
os hormônios, são liberados diretamente no sangue, ou no sistema linfático, 
através dos quais são levados para os órgãos-alvo. As grandes glândulas 
endócrinas do corpo incluem as glândulas adrenal (supra-renal), hipófise 
(pituitária), tireóide, paratireóide e pineal, assim como os ovários, placenta e 
testículos. 
Os hormônios secretados pelas glândulas endócrinas incluem peptídeos, 
proteínas, aminoácidos modificados, esteróides e glicoproteínas. 
As células secretoras das glândulas endócrinas estão organizadas em 
cordões celulares, ou em folículos. No tipo cordonal, a disposição mais comum, as 
células formam cordões anastomosantes em torno dos capilares ou sinusóides 
sangüíneos. O hormônio a ser secretado é armazenado intracelularmente e é 
 
 
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liberado com a chegada da molécula sinalizadora apropriada, ou de impulso 
nervoso. São exemplos: adrenal, lobo anterior da hipófise e paratireóide. 
No tipo folicular de glândula endócrina, as células secretoras (células 
foliculares) formam folículos que envolvem uma cavidade que recebe e armazena 
o hormônio secretado. Quando é recebido um sinal para sua liberação, o hormônio 
armazenado é reabsorvido pelas células foliculares, liberado no tecido conjuntivo e 
entra nos capilares sangüíneos. Um exemplo do tipo folicular de glândula 
endócrina é a tireóide. 
Algumas glândulas do corpo são mistas: por exemplo, o parênquima 
contém tanto unidades secretoras exócrinas como endócrinas. Nestas glândulas 
mistas (p. ex., pâncreas, ovário e testículo), a porção exócrina da glândula secreta 
seu produto em um duto, enquanto a porção endócrina secreta seu produto na 
corrente sangüínea. 
 
 
 
4 TECIDO CONJUNTIVO 
 
4.1 Origem: Mesoderme (mesênquima) 
 
4.2 Características gerais: 
- Está distribuído amplamente pelo nosso corpo; 
- Apresenta vários tipos de células; 
- Apresenta grande quantidade de substância intercelular (matriz), que preenche 
espaço entre as células e as fibras; 
- Funções: preenchimento, sustentação, transporte, armazenamento de gordura e 
defesa; 
- Apresenta vasos sangüíneos, linfáticos e nervos. 
 
4.3 Matriz extracelular 
 
 
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 A matriz extracelular, composta por substância fundamental e fibras, resiste 
a força de compressão e tração. É uma barreira à penetração de microorganismos 
e é um veículo para a passagem de células, moléculas hidrossolúveis e íons. 
 
4.3.1 Substância fundamental: é um material hidratado, amorfo, composto por 
glicosaminoglicanos, longos polímeros não-ramificados de dissacarídeos que se 
repetem; proteoglicanos, os eixos protéicos aos quais vários glicosaminoglicanos 
estão ligados covalentemente, responsáveis pelo estado de gel da matriz 
extracelular; e glicoproteínas de adesão, grandes macromoléculas responsáveis 
pela adesão de vários componentes da matriz extracelular uns aos outros, e a 
integrinas da membrana celular. 
 
4.3.2 Fibras: 
 As fibras da matriz extracelular são de colágeno (e reticulares) e elásticas. 
Pode existir mais de um tipo de fibra num mesmo tipo de tecido conjuntivo. Muitas 
vezes a fibra predominante é responsável por certas propriedades do tecido. 
 
4.3.2.1 Fibras colágenas: são formadas basicamente pela proteína colágeno e são 
mais comuns que as fibras elásticas e as reticulares. São fibras inelásticas, 
resistentes à tração e muito flexíveis, podem ocorrer em feixes espessos. São 
conhecidas pelo menos 15 tipos diferentes de fibras de colágeno, que variam nas 
seqüências de aminoácidos de suas cadeias. O colágeno é a proteína mais 
abundante no corpo humano (30% do total de proteínas). A síntese de colágeno é 
feita pelos fibroblastos. 
Os tipos principais de colágeno são: 
- Tipo I: tecido conjuntivo propriamente dito, osso, dentina e cemento; 
- Tipo II: cartilagens hialina e elástica; 
- Tipo III: fibras reticulares; 
- Tipo IV: lâmina densa da lâmina basal; 
- Tipo V: associado ao colágeno tipo I e na placenta; 
- Tipo IV: liga a lâmina basal à lâmina reticular. 
 
 
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4.3.2.2 Fibras elásticas: são formadas basicamente pela proteína elastina 
(elasticidade) e microfibrilas (estabilidade). Estas fibras são altamente elásticas e 
podem ser distendidas até 150% de seu comprimento em repouso, sem se romper 
apresentam boa elasticidade. Ramificam-se e ligam-se umas as outras formam 
uma trama de malhas irregulares. Cedem facilmente mesmo às trações mínimas. 
Quando tensionada se estira e quando em relaxamento se enrola. A síntese 
ocorre nos fibroblastos. 
 
4.3.2.3 Fibras reticulares: essas fibras recebem esse nome porque se entrelaçam 
de forma a constituir um retículo. São as mais finas, podendo apresentar 
ramificações, apresentam estriação transversal. Ocorre em grande número nos 
órgãos glandulares e são formadas por uma substância chamada reticulina, 
semelhante ao colágeno. Formam o arcabouço de sustentação das células dos 
órgãos hemocitopoiéticos (baço, linfonodos, medula óssea) das células 
musculares lisas, dos nervos, dos adipócitos e das células de muitos órgãos 
epiteliais (fígado, rins e as glândulas endócrinas). 
 
4.4 Origem das células dos tecidos conjuntivos: 
As células dos tecidos conjuntivos podem se originar a partir das células 
totipotentes da medula óssea vermelha ou a partir de células mesenquimatosas 
indiferenciadas. Além disso, há a possibilidade de certos tipos celulares já 
diferenciados darem origem a outros. São agrupadas em duas categorias, células 
fixas (residentes) e células transitórias. 
Algumas células do tecido conjuntivo se originam localmente, enquanto outras, 
como os leucócitos, vêm de outros locais e permanecem temporariamente.Mesênquima: tecido conjuntivo primitivo, encontrado nas primeiras fases do 
desenvolvimento embrionário, e que por processos de diferenciação celular, 
vai dando origem a todos os tipos de tecidos conjuntivos definitivos e 
também aos tecidos musculares. Surge a partir da mesoderme intra-
embrionária. 
 
 
 
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4.5 Células presentes no tecido conjuntivo frouxo 
4.5.1 Células fixas 
- Fibroblastos: células alongadas e ativas com muitas ramificações, responsáveis 
pela formação das fibras de colágeno e elastina, de polissacarídeo e de proteínas 
que compõem a substância intercelular amorfa. É rico em retículo endoplasmático 
rugoso e aparelho de Golgi, apresentam núcleo ovóide relativamente grande. 
Unem-se as fibras de colágeno pela proteína integrina. 
- Fibrócitos: são células menores, menos ativas e com menos ramificações, 
apresentam núcleo menor, fusiforme e mais escuro, pobre em retículo 
endoplasmático rugoso e complexo de Golgi, mas rico em ribossomos livres. Estas 
células podem diferenciar-se em células adiposas, condrócitos (durante a 
formação de fibrocartilagem), e osteoblastos (em condições patológicas). 
 
 
 
 
- Miofibroblasto: é uma célula parecida com o fibroblasto. A quantidade desta 
célula é relativamente escassa, porém aumenta na presença de feridas, pois, tem 
a função de contrair o tecido conjuntivo lesado e facilitar a cicatrização. Contem 
filamentos de actina associados a miosina II, o que permite contrair-se. 
- Macrófagos: são células grandes de formato irregular, com núcleo em 
forma de rim. Caracteriza-se por apresentar grande capacidade de pinocitose e 
fagocitose. Importantes nos mecanismos de defesa. Quando não estão em 
atividade intensa, recebem o nome de histiócitos, tornando-se imóveis, com 
formato fusiforme ou estrelado e com núcleo ovóide. O citoplasma apresenta 
muitos lisossomos. São originados dos monócitos, que atravessam a parede das 
vênulas e capilares, penetrando no tecido conjuntivo (monócito e macrófago são a 
mesma célula em diferentes fases). No processo de transformação de monócito 
em macrófagos, ocorre aumento na síntese de proteínas, do tamanho da célula, 
do tamanho do aparelho de Golgi e do número de lisossomos, microtúbulos e 
microfilamentos. Encontram-se em movimento ou aderidos às fibras colágenas. 
Em processos de cicatrização, pode haver transformação de 
fibrócitos em fibroblastos. 
 
 
 
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- Mastócitos: células grandes, arredondadas ou ovoides, com núcleo esférico 
e central. Citoplasma rico em grânulos que contêm heparina (um anticoagulante) e 
histamina (substância liberada nas reações alérgicas e inflamatórias, importante 
na dilatação e no aumento da permeabilidade dos vasos sangüíneos). Participa da 
inflamação e tem um papel central na alergia. 
- Célula adiposa: são células arredondadas que armazenam grande 
quantidade de energia na forma de triglicerídeos (gordura), apresentando quase 
todo o seu citoplasma ocupado por substância de reserva. O núcleo é periférico e 
o citoplasma fica como uma delgada camada ao redor da gota de gordura. Pode 
ocorrer isoladas ou em pequenos grupos nos tecidos conjuntivos frouxos ou, 
agrupados em grande número, formando o tecido adiposo. 
- Pericitos: estão localizados ao lado externo da parede dos capilares e das 
pequenas vênulas, onde parecem circundá-los. Estas células têm longos 
prolongamentos primários, localizados ao longo do eixo maior do capilar, e dos 
quais saem prolongamentos secundários que envolvem o capilar e formam 
algumas junções comunicantes com células endoteliais. Os pericitos compartilham 
a lâmina basal das células endoteliais. Os pericitos possuem um pequeno corpo 
de Golgi, mitocôndrias, REG, microtúbulos e filamentos que se estendem para os 
prolongamentos. Estas células também contêm tropomiosina, isomiosina e 
proteína quinase, todas relacionadas com o processo de contração que regula o 
fluxo de sangue pelos capilares. Além, disso, depois de lesões, os pericitos podem 
diferenciar-se tornando-se células musculares lisas e células endoteliais das 
paredes de arteríolas e de vênulas. 
 
4.5.2 Células transitórias 
- Plasmócitos: células aproximadamente ovóide, com citoplasma rico em 
ergastoplasma. O complexo de Golgi e os centríolos ficam ao lado do núcleo que 
é esférico, não central e em forma de roda de carroça. São originados do linfócito 
B. São os principais produtores de anticorpos, participando dos processos de 
defesa do corpo. Pouco numerosos, exceto em locais sujeitos à penetração de 
bactérias e proteínas estranhas (mucosa intestinal), aparecem em grande 
 
 
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quantidade nas inflamações crônicas. Tempo de vida relativamente curto, 2 a 3 
semanas. 
- Leucócitos: ou glóbulos brancos, células de defesa, são constituintes 
normais do tecido conjuntivo, vindos do sangue, através de vênulas e capilares 
por diapedese. As diapedeses aumentam quando ocorrem invasões locais de 
microrganismos. Os leucócitos mais freqüentes no tecido conjuntivo, são os 
neutrófilos, eosinófilos e os linfócitos. Somente os linfócitos retornam ao sangue, 
as demais células permanecem por um certo período e depois morrem. 
 
 
 
 
 
 
 
4.6 Tipos de tecido conjuntivo: 
São vários os tipos de Tecido Conjuntivo, formados pelos constituintes básicos 
(fibras, células e matriz extracelular). Os nomes são dados conforme o 
componente de maior quantidade ou a organização estrutural do tecido. São 
classificados em: 
 Tecidos conjuntivos embrionários 
1. Tecido conjuntivo mesenquimatoso 
2. Tecido conjuntivo mucoso 
 Tecido conjuntivo propriamente dito 
1. Tecido conjuntivo frouxo 
2. Tecido conjuntivo denso 
a. Tecido conjuntivo denso não-modelado 
b. Tecido conjuntivo denso 
3. Tecido reticular 
4. Tecido adiposo 
 Tecido conjuntivo especializado 
Células adventícias: são células mesenquimatosas indiferenciadas, que 
ocorrem no tecido conjuntivo do adulto. Têm capacidade de originar as demais 
células do tecido conjuntivo, com exceção dos leucócitos, macrófagos e 
plasmócitos. 
 
 
 
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1. Cartilagem 
2. Osso 
3. Sangue 
 
4.6.1 Tecido conjuntivo embrionário 
Este tecido inclui o tecido conjuntivo mesenquimatoso e o tecido conjuntivo 
mucoso. 
 
4.6.1.1 Tecido conjuntivo mesenquimatoso: o tecido conjuntivo mesenquimatoso 
somente está presente no embrião e é constituído por células mesenquimatosas 
imersas em uma substância fundamental gelatinosa contendo fibras reticulares 
dispersas. As células mesenquimatosas possuem núcleo oval com uma rede de 
cromatina fina e nucléolo proeminente. O citoplasma, escasso e de coloração 
clara, projeta pequenos prolongamentos em várias direções. Figuras mitóticas são 
observadas com freqüência nas células mesenquimatosas, pois elas dão origem à 
maioria das células do tecido conjuntivo frouxo. Acredita-se que, de modo geral, 
uma vez dispersas pelo embrião, a maioria das células mesenquimatosas, se não 
todas, sejam, eventualmente, exauridas e não mais existam como tal no adulto, 
exceto na polpa dentária. Entretanto, no adulto, pericitos pluripotentes, presentes 
ao longo de capilares, podem diferenciar-se em outras células do tecido 
conjuntivo. 
 
4.6.1.2 Tecido mucoso: é um tecido conjuntivo frouxo amorfo possuidor de uma 
matriz composta basicamente por ácido hialurônico e esparsamente povoada por 
fibras de colágeno do tipo I e do tipo II e por fibroblastos. Este tecido também 
denominado geléia de Wharton, somente é encontrado no cordão umbilical e no 
tecido conjuntivo subdérmico do embrião. 
 
 
4.6.2 Tecido conjuntivo propriamente dito 
 
 
 
3030 
4.6.2.1 Tecido conjuntivo frouxo: recebe esse nome porque suas fibras encontram-
se frouxamente distribuídas na matriz extracelular. Essas fibras são as elásticas, 
colágenas e reticulares, sem predominância. É um tecido de propriedades gerais, 
muito comum e o de maior quantidade no organismo. Preenche espaços não 
ocupados por outros tecidos, apoia e nutre células epiteliais, envolve nervos, 
músculos e vasos sangüíneos e linfáticos, faz parte da estrutura de muitos órgãos 
e desempenha papel importante no isolamento de infecções localizadas e nos 
processos de cicatrização. As células presentes nesse tecido são de vários tipos, 
mas as predominantes são os fibroblastos e os macrófagos. Apresenta 
consistência delicada, flexível e pouco resistente às trações. 
 
4.6.2.2 Tecido conjuntivo denso: formado pelos mesmos elementos que o tecido 
frouxo, mas com predominância de fibras colágenas. É um tecido menos flexível 
que o frouxo e muito mais resistente às trações. Dependendo do modo de 
organização das fibras colágenas, o tecido pode ser classificado em não-
modelado ou fibroso e modelado ou tendinoso. 
- Não-modelado ou fibroso: fibras colágenas dispostas em feixes que não 
apresentam orientação determinada. Ocorrem sob a forma de lâminas, sendo 
exemplos desse tipo de tecido a derme, cápsulas que envolvem alguns órgãos, 
como rins e fígado, o periósteo (osso) e o pericôndrio (cartilagem). 
- Modelado ou tendinoso: fibras colágenas dispostas em feixes paralelos e 
compactos, determinando estruturas resistentes à tensão. Ocorrem nos tendões, 
estruturas cilíndricas, alongadas, brancas e inextensíveis, que ligam as 
extremidades dos músculos esqueléticos aos ossos; nos ligamentos, são 
semelhantes aos tendões, possuem fibras elásticas e colágenas, as quais estão 
ordenadas de modo um tanto irregular 
- Tecido elástico denso modelado: formado por feixes paralelos de fibras elásticas 
grossas. O espaço entre estas fibras é ocupado por fibras colágenas e fibroblastos 
achatados. A riqueza em fibras elásticas confere ao tecido elástico sua cor 
amarela típica e uma grande elasticidade. O tecido elástico é pouco freqüente, 
sendo encontrado, por exemplo, nos ligamentos amarelos da coluna vertebral, no 
 
 
31 
31 
ligamento suspensor do pênis, na parede de grandes artérias, nas cordas vocais e 
nas paredes de vísceras ocas. 
 
4.6.2.3 Tecido reticular: neste tecido existe grande quantidade de fibras reticulares 
formando um retículo, em que se encontram as células denominadas reticulócitos 
ou células reticulares. É também denominado T. C. hemocitopoiético ou 
hematopoiético, devido à propriedade de produzir células do sangue. Ocorre nos 
nódulos linfáticos, amígdalas, adenóides, baço e timo, onde recebe o nome de 
tecido linfóide, e na medula óssea vermelha, onde recebe o nome de tecido 
mieloide. O tecido linfóide é rico em linfócitos, e o tecido mieloide é rico em células 
precursoras de todos os elementos figurados do sangue: hemácias, leucócitos e 
plaquetas. 
 
4.6.2.4 Tecido adiposo: predominância de células adiposas (adipócitos) e 
substância intercelular reduzida. Essas células podem ser encontradas isoladas 
ou pequenos grupos no tecido conjuntivo comum, mas a maioria se agrupa no 
tecido adiposo espalhado pelo corpo. É um tecido de ampla distribuição 
subcutânea (ocorre embaixo da pele), que exerce funções de reserva de energia 
(triglicerídeos), proteção contra choques mecânicos, isolamento térmico, de certa 
forma modela o corpo das mulheres, as diferenciando dos homens. Ocorre 
também ao redor de alguns órgãos, como rins e coração.Apresenta-se envolto por 
um tecido conjuntivo frouxo, onde se localizam os vasos sangüíneos responsáveis 
pela sua nutrição. A gordura é armazenada inicialmente em gotas separadas que 
depois coalescem, dando origem à célula adiposa com apenas uma gota de 
gordura bem desenvolvida. Quando o corpo mobiliza essa gordura, a célula 
adiposa esvazia. 
 
 
4.6.3 Tecido conjuntivo especializado 
 
 
 
32 
32 
4.6.3.1 Tecido Cartilaginoso: também denominado cartilagem, apresenta 
consistência firme, rígida, atuando como um dos tecidos de sustentação do corpo, 
a cartilagem reveste superfícies articulares, facilitando os movimentos e atuando 
como estruturas amortecedoras de choques mecânicos, é essencial para a 
formação e o crescimento dos ossos longos. É formada por substância intercelular 
denominada matriz e por células que recebem o nome de condroblastos – quando 
em intensa atividade metabólica e de divisão – e de condrócitos – quando inertes. 
Os condroblastos são responsáveis pela formação da matriz cartilaginosa, 
que é composta por fibras colágenas, por fibras reticulares e por 
mucopolissacarídeos associados à proteínas. 
Não existem vasos sangüíneos e linfáticos nem nervos nas cartilagens, 
sendo nutridas pelo pericôndrio (tecido conjuntivo denso não-modelado que 
envolve a cartilagem) ou através do líquido sinovial das cavidades articulares. A 
atividade metabólica da cartilagem é baixa. 
A cartilagem é classificada em três tipos dependendo do tipo e da 
quantidade de fibras: hialina, elástica e fibrosa. 
- Cartilagem Hialina: apresenta matriz homogênea, com quantidade moderada de 
fibras colágenas. Esse tipo de cartilagem é o mais comum e ocorre no nariz, na 
laringe e nos anéis da traquéia e dos brônquios. No feto, a cartilagem hialina é 
muito abundante, pois o esqueleto é inicialmente formado por esse tecido, que 
posteriormente é substituído pelo tecido ósseo. Entre a diáfise e a epífise dos 
ossos longos em crescimento observa-se o disco hipofisiário de cartilagem hialina, 
responsável pelo crescimento do osso em extensão. 
- Cartilagem Elástica: apresenta, além das fibras colágenas, grande número de 
fibras elásticas, o que a torna mais resistente à tensão do que a cartilagem hialina, 
que não apresenta esse tipo de fibra. A cartilagem elástica é encontrada no 
pavilhão auditivo, na trompa de Eustáquio, na epiglote e em algumas partes da 
laringe. 
- Cartilagem fibrosa ou fibrocartilagem: é um tecido rico em fibras colágenas. É 
considerado um tecido de transição entre a cartilagem hialina e o tecido conjuntivo 
denso modelado. Ocorre em associação com algumas articulações do corpo 
 
 
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humano e em pontos onde tendões e ligamentos fixam-se aos ossos. Está 
sempre associado ao tecido conjuntivo denso, sendo imprecisos os limites. Não 
apresenta pericôndrio, a nutrição ocorre através do líquido sinovial. 
 
4.6.3.2 Tecido Ósseo: forma o esqueleto dos vertebrados, onde é o tecido mais 
abundante, exercendo importante função de sustentação. Os ossos são órgãos 
que apresentam, além do tecido ósseo predominante, outros tipos de tecido 
conjuntivo, como o fibroso, o reticular (medula óssea vermelha), o adiposo, o 
cartilaginoso, o sangue e o tecido nervoso. 
 Por ser uma estrutura inervada e irrigada, os ossos apresentam grande 
sensibilidade, alto metabolismo e capacidade de regeneração. 
 Os ossos contêm uma cavidade central, a cavidade da medula, que 
hospeda a medula óssea, um órgão hematopoiético. 
 Exceto nas articulações sinoviais, a superfície externa do osso é recoberta 
pelo periósteo, que é constituído por uma camada celular interna contendo células 
osteoprogenitoras (osteogênicas). A cavidade central de um osso é revestida pelo 
endósteo, um tecido conjuntivo delgado especializado composto por uma 
monocamada de células osteoprogenitoras e de osteoblastos. 
 O tecido ósseo apresenta-se formado por células e por material intercelular 
denominado matriz óssea. 
 A matriz óssea dos ossos de indivíduos adultos é composta por 
aproximadamente65% de substâncias inorgânicas (fosfato de cálcio – mais 
abundante; fosfato de magnésio e carbonato de cálcio) que dão rigidez e por 35% 
de substâncias orgânicas (90% fibras colágenas e o restante de 
mucopolissacarídeos) que dão flexibilidade. 
 
 Características das células ósseas 
- Osteoprogenitoras: localizam-se na camada celular interna do periósteo, 
revestindo canais de Havers e no endósteo. Estas células, derivadas do 
mesênquima embrionário, podem passar por divisões mitóticas e têm o potencial 
de se diferenciar em osteoblastos. Além disso, em certas condições de baixa 
 
 
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tensão de oxigênio, estas células osteoprogenotiras são fusiformes e têm um 
núcleo oval pouco corado; seu citoplasma escasso e fracamente corado apresenta 
um REG escasso e um aparelho de Golgi pouco desenvolvido, mas abundância 
de ribossomos livres. Estas células são mais ativas durante o período de 
crescimento ósseo intenso. 
- Osteoblastos: células jovens, com intensa atividade metabólica e responsáveis 
pela produção da parte orgânica da matriz. Em ossos já formados, elas ocorrem 
na periferia, sendo que durante a formação dos ossos, à medida que ocorre a 
calcificação da matriz, os osteoblastos acabam ficando em lacunas, denominadas 
osteoplastos, diminuem sua atividade metabólica e passam a osteócitos. 
- Osteócitos: células adultas. Atuam na manutenção dos constituintes químicos da 
matriz em níveis normais. As ramificações dos osteoblastos (prolongamentos 
citoplasmáticos) formam canalículos que permitem a difusão de solutos de uma 
célula para outra. 
- Osteoclastos: células grandes, multinucleadas, originadas dos monócitos do 
sangue. Após deixarem os capilares sangüíneos, os monócitos se fundem e 
formam os osteoclastos. Eles estão relacionados com a reabsorção da matriz e 
com os processos de regeneração do tecido após fraturas. Eles digerem a matriz 
óssea, e os osteoblastos reconstroem os ossos, que estão em constante 
remodelação em função de pressões recebidas e do envelhecimento. 
 
Tipos de tecidos ósseos: 
Com base na sua estrutura macroscópica, o tecido ósseo permite a 
classificação dos ossos em esponjoso ou reticulado e o compacto ou denso. Os 
dois apresentam o mesmo tipo de célula e de substância intercelular, diferindo 
entre si apenas na deposição de seus elementos e na quantidade de espaços 
medulares. Normalmente ocorrem juntos nos ossos. 
- Tecido ósseo esponjoso: apresenta espaços medulares mais amplos, sendo 
formado por várias trabéculas, que dão aspecto poroso ao tecido. 
- Tecido ósseo compacto: praticamente não apresenta espaços medulares, 
existindo, no entanto, além de canalículos, um conjunto de canais que são 
 
 
35 
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percorridos por nervos e vasos sangüíneos: canais de Volkmann e canais de 
Havers. 
Os canais de Volkmann partem da superfície externa ou interna do osso, 
possuindo uma trajetória perpendicular ou oblíqua em relação ao eixo maior do 
osso. Esses canais comunicam-se com os canais de Havers, que percorrem o 
osso longitudinalmente e podem intercomunicar-se por projeções laterais. Em 
volta dos canais de Havers, observam-se várias lamelas concêntricas de 
substâncias intercelular e de células ósseas. O conjunto é denominado Sistema de 
Havers ou sistema haversiano. 
 
 
 Formação dos ossos: de acordo com a origem embriológica, há dois processos 
básicos de formação do osso: ossificação intramembranosa ou conjuntiva e 
ossificação endocondral ou intracartilaginosa. 
- Ossificação intramembranosa ou conjuntiva ocorre dentro de tecido 
mesenquimatoso, a partir de uma membrana de tecido conjuntivo embrionário 
(molde de tecido cartilaginoso hialino), originando os ossos chatos e curtos. Nessa 
membrana conjuntiva, surgem centros de ossificação caracterizados pela 
transformação de células mesenquimatosas em osteoblastos, que produzem 
grande quantidade de fibras colágenas. Esses centros vão aumentando, tendo 
início a deposição de sais inorgânicos. À medida que isso ocorre, os osteoclastos 
ficam em lacunas, transformando-se em osteócitos. 
As “moleiras” encontradas na caixa craniana de recém-nascidos 
representam pontos que ainda não sofreram ossificação. O crescimento da caixa 
craniana é possível devido à ação dos osteoclastos, que reabsorvem a matriz 
óssea. 
- Ossificação endocondral ou cartilaginosa é o processo mais comum de formação 
de osso. Ela se caracteriza pela remoção de uma base cartilaginosa, que é 
substituída por osso. Não ocorre transformação de cartilagem em osso, mas, uma 
substituição. Normalmente é a cartilagem hialina. Exemplo, formação do fêmur. A 
ossificação começa no centro e ao redor do molde de cartilaginoso e dirige-se 
 
 
36 
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para as extremidades, onde também tem início a formação de centros de 
ossificação. Mesmo depois de terminado o processo de ossificação, ainda 
permanecem regiões com cartilagem no interior do osso, que mantêm a 
capacidade de crescimento longitudinal. 
 
 
 
4.6.3.3 SANGUE – Tecido conjuntivo de transporte 
 
 Características: 
- Substância intercelular é líquida; 
- Sangue venoso – vermelho escuro e o sangue arterial – vermelho vivo; 
- Volume: 5 a 6 litros – 8% do peso corporal (pessoa de tamanho médio, normal) 
- Formado por duas fases: os glóbulos sangüíneos e o plasma; 
- Funções: transporte (substâncias nutritivas, gases respiratórios, excretas, 
hormônios, enzimas, anticorpos e sais), garante o equilíbrio hídrico e osmótico e 
mantém o equilíbrio ácido-base (efeito tampão), termorregulador e proteção. 
 
 Componentes do sangue: 
 Plasma: 
O principal componente do plasma é a água, que constitui cerca de 90% do 
volume. As substâncias orgânicas compõem de 9 a10% e são representadas 
pelas albuminas, globulinas (gamaglobulinas), fibrinogênio, protrombina, 
aglutininas, enzimas, anticorpos, hormônios, vitaminas, colesterol, triglicérides, 
uréia, ácido úrico, creatina e as substâncias inorgânicas compõem 0,9% do seu 
volume, predominando os íons de sódio, cloro, potássio, cálcio e fosfato. 
O componente fluido do sangue sai dos capilares e de pequenas vênulas e 
penetra nos espaços do tecido conjuntivo formando o fluido extracelular que, desta 
maneira, tem uma composição de eletrólitos e pequenas moléculas semelhantes à 
do plasma. Entretanto, a concentração de proteínas do fluido extracelular é muito 
mais baixa do que a do plasma, pois é difícil, até mesmo para pequenas proteínas 
 
 
37 
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como a albumina, cruzar o revestimento endotelial de um capilar. Realmente, a 
albumina é a principal responsável pela pressão osmótica coloidal do sangue, ou 
seja, a força que mantém normais o volume do sangue e do fluido intersticial. 
 
Origem e função das proteínas do sangue 
- Albumina: são produzidas no fígado, sua função é manter a pressão 
osmótica coloidal e transportar alguns metabólitos insolúveis. 
- Globulinas: as globulinas  e  são produzidas no fígado, com função de 
transportar íons metálicos, lipídios ligados a proteínas e vitaminas lipossolúveis. A 
globulina , é produzida nos plasmócitos e tem como função a produção de 
anticorpos da defesa imunológica. 
- Proteínas de coagulação (protrombina, fibrinogênio, globulina 
aceleradora...): são produzidas no fígado e têm como função a formação de 
filamentos de fibrina. 
- Proteínas do complemento (C1 e C9): são produzidas no fígado e a função 
é a destruição de microorganismos e início de inflamação. 
- Lipoproteínas do plasma: os quilomícrons são produzidos nas células 
epiteliais do intestino e têm como função transporte de triglicerídeos para o fígado; 
a lipoproteína de densidade muito baixa (VLDL) é produzidano fígado e tem como 
função o transporte de triglicerídeos do fígado para as células do corpo; a 
lipoproteína de baixa densidade também é produzida no fígado e tem como função 
o transporte de colesterol do fígado para as células do corpo. 
 
Glóbulos Sangüíneos 
Os glóbulos sangüíneos são representados pelos eritrócitos ou hemácias 
(42-47%), as plaquetas e diversos tipos de leucócitos (1%) (granulócitos ou 
agranulócitos). 
 
Eritrócitos ou Hemácias: 
- Em humanos têm a forma de disco bicôncavo (proporciona grande superfície em 
relação ao seu volume – facilita as trocas gasosas); 
 
 
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- Durante seu desenvolvimento e maturação as células precursoras das hemácias 
expelem seu núcleo e suas organelas, portanto as hemácias maduras são 
anucleadas, fato pelo qual não se nutrem e nem se reproduzem; 
- São constantemente repostas, o tempo de vida é de aproximadamente 120 dias, 
quando atingem essa idade, elas apresentam um grupo de oligossacarídeos em 
sua superfície sendo então digeridas pelos macrófagos, principalmente no baço; 
- Durante o tempo de vida das hemácias, as mesmas percorrem todo o sistema 
circulatório pelo menos 100.000 vezes, passando por inúmeros capilares cuja luz 
é menor que seu diâmetro, passam facilmente pelas bifurcações dos capilares 
mais finos, sem se romperem, isto só é possível devido a sua flexibilidade, sendo 
que a membrana celular e o citoesqueleto mantém a integridade da célula; 
 - A concentração normal de hemácias nas mulheres é de 4,5 milhões por mm3 e 
nos homens é de 5,5 milhões por mm3; 
- As hemácias são ricas em hemoglobina, pigmento formado por um radical heme, 
com um átomo de ferro, associado a um polipeptídio (globina – proteína simples), 
o radical heme é responsável pela cor. Atua no transporte de gases respiratórios; 
- São produzidas na medula óssea vermelha; 
- Uma hemácia pode ter cerca de 280 milhões de moléculas de hemoglobina; 
- Nos pulmões, a pressão de O2 é alta, cada molécula de hemoglobina combina-
se com 4 moléculas O2, formando a oxi-hemoglobina. O O2 será transferido para 
os tecidos, onde a pressão de O2 é menor. A hemoglobina combina-se também 
com o CO2 (produzido nos tecidos) constituindo a carbo-hemoglobina. A maior 
parte do CO2 é transportado dissolvido no plasma. 
 
Leucócitos: 
- Os leucócitos são células especializadas na defesa do organismo; 
- São incolores, com forma esférica; 
- Apresentam variação em número, forma, tamanho e funções; 
- Pertencem ao tecido sangüíneo temporariamente, utilizando-o apenas como um 
meio de transporte, quando chegam ao seu destino realizam diapedese, penetram 
no tecido conjuntivo e realizam suas funções; 
 
 
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- A concentração no adulto normal é de 6.000 a 10.000 mm3 . 
- Dependendo da forma do núcleo e das granulações do citoplasma, classificam-
se em: Agranulócitos (linfócitos e monócitos) e Granulócitos (neutrófilos, 
eosinófilos e basófilos). Os grânulos denominados azurófilos, são lisossomos. 
 
Agranulócitos: 
 Os leucócitos agranulócitos revelam um citoplasma homogêneo, sem 
granulações, e se formam em órgãos linfóides, como o baço, o timo e a imensa 
rede de gânglios linfáticos. 
- Linfócitos: apresenta núcleo mais ou menos esférico e grande, ocupando boa 
parte da célula. Apresenta citoplasma basófilo. Alta capacidade de produção de 
anticorpos, representando relevante papel nos mecanismos imunitários do 
organismo. Formado no timo, baço e nos gânglios linfáticos ou linfonodos, além de 
outras estruturas, como amígdalas, parede intestinal e apêndice cecal. Os 
linfócitos encontram-se no sangue circulante, em condições normais, numa taxa 
variável entre 20 e 25% do número global dos leucócitos, o que representa 1.500 
a 2.500/mm3. Admite-se que os plasmócitos do tecido conjuntivo sejam linfócitos 
que migraram do sangue. O tempo de vida varia, alguns vivem apenas alguns 
dias, enquanto outros vivem durante muitos anos. 
Há variedades diferentes de linfócitos, os principais são os Linfócitos B e T. 
Linfócito T - sua superfície contém receptores T, que não são imunoglobulinas; é 
especializado em reconhecer antígenos ligados à superfície de outras células. 
Sabe-se, hoje, que o vírus da AIDS ataca diretamente os Linfócitos T, 
conseguindo, com isso, aniquilar o principal recurso de defesa orgânica do 
indivíduo. 
Linfócito B – apresenta imunoglobulinas na superfície, quando ativado por 
antígeno específico prolifera por mitoses e se diferencia em plasmócitos que 
secretam grande quantidade de anticorpos; algumas das células ativadas originam 
os linfócitos B da memória imunológica. 
- Monócitos: são as maiores células do sangue circulante, mononucleados, núcleo 
segmentado, origem linfocitária (formado nos órgãos linfóides). Representam 3 a 
 
 
40 
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8% dos glóbulos brancos, com um número de 200 a 800/mm3. Atuam na defesa 
do organismo por fagocitose. Permanecem alguns dias no tecido sangüíneo e 
vários meses no tecido conjuntivo. Depois que os monócitos realizam diapedese e 
atingem o tecido conjuntivo se transformam em macrófagos, os quais realizam 
fagocitose. 
Granulócitos: 
 Os leucócitos granulócitos têm origem mielóide ou mielocítica (formados 
pela medula óssea vermelha), providos de um citoplasma bastante granuloso e 
que atuam nos mecanismos de defesa, praticando fagocitose dos 
microorganismos invasores. De acordo com as suas afinidades tintoriais por 
corantes neutros, ácidos ou básicos, são classificados em neutrófilos, acidófilos e 
os basófilos. 
- Neutrófilos: polimorfonuclear, têm núcleo formado por dois a cinco lóbulos 
(freqüentemente três), ligados entre si por finas pontes de cromatina. O citoplasma 
mostra afinidade por corantes neutros, como o vermelho neutro e azul de 
metileno. São os leucócitos mais abundantes e mais ativos no sangue circulante, 
cerca de 60 a 70% da série branca, o que representa 3.500 a 7.000/mm3. O tempo 
de vida é de menos que uma semana. Constituem importante defesa celular 
contra a invasão de microorganismos, elas apresentam em seus grânulos, várias 
enzimas e farmacológicos que auxiliam nas funções antimicrobianas. No sangue 
são esféricos e não fagocitam, mas se tornam amebóides e fagocitários tão logo 
toquem um substrato sólido sobre o qual passam a emitir seus pseudópodes. 
- Acidófilos (eosinófilos): apresenta núcleo bilobulado. Se cora com a eosina 
(corante ácido). Encontrado no sangue humano normal numa porcentagem de 2 a 
4%, o que representa um número de 150 a 400/mm3. O tempo de vida é menor 
que duas semanas. Seu número aumenta muito nos processos alérgicos ou 
parasitários, pois, suas funções são fagocitose do complexo antígeno-anticorpo e 
destruição de parasitos. 
- Basófilos: apresenta núcleo volumoso, com forma retorcida e irregular, 
geralmente com aspecto de letra S. São menos numerosos, representam cerca de 
1% dos glóbulos brancos, com um número de 50 a 100/mm3. Em camundongos o 
 
 
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tempo de vida é de 1 a 2 anos. Produzem heparina (anticoagulante) e histamina 
(substância vaso dilatadora liberada nos estados alérgicos). A função é 
semelhante aos mastócitos mediando respostas inflamatórias. 
 
Plaquetas: 
 As plaquetas são corpúsculos anucleados, com forma de disco, derivados 
de células gigantes e poliplóides da medula óssea, os megacariócitos. A 
membrana apresenta numerosos receptores e um glicocálix espesso. Promovem 
a coagulação do sangue, auxiliando na reparação da parede dos vasos 
sanguíneos, evitando hemorragia. Normalmente existem de 200.000 a 
300.000/mm3 . Vivem aproximadamente 10 dias. 
 
Processo de Coagulação: 
Aglutinação de substâncias, geralmente por ação

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