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Líder empreendedor e equipe (pessoas) Álvaro Martín Ortiz MÓDULO 2: PROFESSOR: Liderança e Empreendedorismo 2 H oje em dia sabemos o que distinguirá uma organização inteligente da outra que não é inteligente (organizações tradicionais com perfis rigidamente marcados autoridade / capataz / líder em uma só figura, a obediência como recurso, o medo, para o trabalho, etc.), será o domínio de determinadas disciplinas básicas. Por isso, é relevante a “disciplina de uma organização inteligente”. (P. Senge, 1990). Para o autor, são cinco as novas tecnologias de componentes que convergem na inovação das organizações inteligentes. Todas se encontram em inter-relação permanente e são interdependentes, embora o desenvolvimento seja feito separadamente. Cada uma delas fornece uma dimensão particular que contribui na construção de uma organização que como eixo central tem a potencialidade da aprendizagem permanente e onde se reconhece a necessidade de alcançar maiores aspirações. Então, vamos expor, brevemente, cinco tecnologias que menciona o autor de referência. A primeira é denominada Pensamento Sistêmico. É muito frequente pensar em partes isoladas do sistema, sem olhar necessariamente o sistema, Este tipo de pensamento reconhece a totalidade por sobre as partes, sem prescindir delas. O lema seria: o todo é maior do que a somatória das partes que o constituem; mas não existiria o todo sem elas, nem partes sem o todo. “As organizações que no futuro terão destaque são aquelas que encontrarem a maneira de aproveitar o entusiasmo e a capacidade de aprendizagem das pessoas em todos os níveis da organização” (P. Senge, 1990, Pág. 12). Sobre a Organização inteligente e as equipes de trabalho 2.1 Sobre as organizações LÍDER EMPREENDEDOR E EQUIPO (AS PESSOAS) Álvaro Martín Ortíz M Ó D U L O 2 3 LÍDER EMPREENDEDOR E EQUIPO (AS PESSOAS) Álvaro Martín Ortíz M Ó D U L O 2 Podemos encontrar algumas suposições que nos ajudem explicar esta perspectiva. • Privilégio das relações por sobre os elementos individuais. • Destaca-se a forma por sobre o conteúdo. • A noção de estrutura. • A Importância da dinâmica. • Perspectiva da totalidade: o todo não é necessariamente a somatória das partes. • A interdependência dos componentes do sistema. • Instala a necessidade de múltiplas perspectivas para que o mesmo fenômeno seja explicado. Então, cada fenômeno em si mesmo não pode ser explicado em sua totalidade, nem complexidade, disse Edgar Morín (2005), se não for observado, de uma perspectiva abrangente, sistêmica, que inclua o todo e as partes em interdependência. A perspectiva sistêmica propõe quebrar o paradigma simplista e lineal, mudando para um paradigma mais complexo e multicausal. Vejamos mais perspectivas: Toda entidade está determinada no comportamento pela estrutura Só pode atuar de acordo com o que sua estrutura lhe permite. A referência sobre sua estrutura refere seus componentes e relações que estes mantêm entre si. 2.1 Sobre a Organização inteligente e as equipes de trabalho 4 “O assunto X não pode ser mencionado, porque pai ficará muito bravo”. Ler qualquer conduta de um ser humano implica lê-la no espaço de um determinado sistema. Nós, como humanos que participamos em organizações, de alguma maneira, não podemos deixar de atuar influenciados por este sistema. De uma maneira o de outra, nosso comportamento está determinado por este sistema. Exemplo: todos pertencem a uma determinada família. Nesta família há coisas que são permitidas e outras que não, e nem sempre tudo é dito verbalmente. “Sabe-se que o pai não pode falar nada sobre X assunto porque ele ficará muito bravo”. Ler qualquer conduta de um ser humano implica lê-la no espaço de um determinado sistema. Na família não “se pode falar do assunto”, está “proibido”. Mas cada uma das partes (filhos, por exemplo) normalmente mantém essas proibições através do silêncio ou de não falar sobre o assunto. Isto acontece com gerações inteiras e não é estranho ver até três gerações, que de alguma maneira, mantém esses fenômenos sob silêncio. Para poder lê-los e entendê-los, é preciso pensar em cada sujeito, em cada família, e inclusive na cultura que elas estão imersas. Somos parte sempre de um sistema mais amplo que, ao mesmo tempo, possui sua própria estrutura. Também como família nós estamos imersos, em uma sociedade. Se fosse uma organização também. Estamos em determinada cidade, bairro ou setor, que configura outros sistemas maiores e que aportam determinadas variáveis que fazem com que sujeitos se comportem de uma forma e não de outra. 2.1 Sobre a Organização inteligente e as equipes de trabalho LÍDER EMPREENDEDOR E EQUIPO (AS PESSOAS) Álvaro Martín Ortíz M Ó D U L O 2 5 Uma vez constituídos como indivíduos, devido à capacidade repetitiva da linguagem humana, somos capazes de nos observar e de observar o sistema que pertencemos e, de ir além de nós mesmos e dos sistemas. Podemos nos converter em observadores do observador que somos e, podemos atuar conforme nossas possibilidades de ação. Nossa capacidade de reflexão nos permite indagar, iniciar um diálogo com outras pessoas e com nós mesmos em relação às novas possibilidades e, além disso, criar. A segunda tecnologia que menciona Senge (1990) é a denomina Domínio Pessoal. Ela “permite esclarecer e aprofundar continuamente nossa visão pessoal, concentrar as energias, desenvolver paciência e ver a realidade de maneira objetiva” (Pag. 16). Perguntas como: O que me interessa? O preciso esclarecer? Para onde vou? Qual é minha missão? É a parte central desta disciplina. Nela convergem às aprendizagens pessoais com as organizacionais, além dos compromissos recíprocos entre os indivíduos e as organizações. Reconhece-se que este tipo de domínio se desenvolve em uma empresa que está constituída por pessoas dispostas a aprender. Mais informações: Senge, Peter (1990). La Quinta Disciplina, Ed. Granica, Buenos Aires, Argentina. LÍDER EMPREENDEDOR E EQUIPO (AS PESSOAS) Álvaro Martín Ortíz M Ó D U L O 2 2.1 Sobre a Organização inteligente e as equipes de trabalho 6 LÍDER EMPREENDEDOR E EQUIPO (AS PESSOAS) Álvaro Martín Ortíz M Ó D U L O 2 A terceira tecnologia é denominada Modelos Mentais. Estas são suposições profundamente enraizadas, que se manifestam na forma de representações e imagens e que tendem a generalizar, a dizer “isto É assim”, e nos fornece uma maneira de compreender e atuar no mundo. A rigidez dos modelos mentais não permite adaptação. Podemos reconhecer que nos encontramos em um mundo em constante modificação, cada vez mais rápida e que leva à necessidade de adaptação constante. A rigidez impede adaptação e, por conseguinte, a aprendizagem. Nesta disciplina tentamos mergulhar na profundidade destes modelos, trazê-los à tona, questioná-los e revisá-los; desta maneira podemos desenvolver o que se denomina metacognição e que representa a possibilidade de pensar na própria aprendizagem. A quarta é denominada Construção de uma Visão Compartilhada. A liderança tem muito a ver com esta tecnologia. Sabe-se que o líder possui a capacidade de compartilhar uma imagem do futuro que se pretende 2.1 Sobre a Organização inteligente e as equipes de trabalho construir. Pensar que por causa dessa única visão, desse único líder, a organização pode alcançar uma meta, seria de uma simplicidade que entraria em contradição com a primeira disciplina (perspectiva sistêmica). Por conseguinte, com esta visão compartilhada se pretende configurar visões de futuro que proporcionem um compromisso genuíno em cada um dos membros da organização, e não só obedecer e submeter-se a uma única visão. A quinta se denomina aaprendizagem em equipe. 7 P. Senge (1990) se pergunta: Como é possível que uma equipe de gerentes talentosos com um quociente intelectual de 120, tem um quociente intelectual coletivo de 63? (Pág. 19). Esta disciplina começa com o diálogo, ferramenta que temos detectado como competência indispensável do novo trabalhador do conhecimento, e eixo na empresa emergente. A capacidade das equipes para poder questionar suas indagações, modelos mentais, representações, juízos e ingressar a um autêntico pensamento conjunto é o desafio da aprendizagem das equipes. O dia-logo para os gregos significava ter um livre fluxo de significado através do grupo, o que permitia a este último descobrir percepções que não se alcançavam individualmente. “Parte da aprendizagem consiste em detectar quais são aqueles padrões de interação que corroem a aprendizagem em equipe. Os padrões de proteção, frequentemente, estão enraizados em uma equipe” (P. Senge, 1990, Pág. 19). Há uma citação do mesmo autor que reflete na comunhão destas 5 disciplinas, onde diz que a perspectiva sistêmica abrange o resto das tecnologias. “Parte da aprendizagem consiste em detectar quais são aqueles padrões de interação que corroem a aprendizagem em equipe. Os padrões de proteção, frequentemente, estão enraizados em uma equipe”. LÍDER EMPREENDEDOR E EQUIPO (AS PESSOAS) Álvaro Martín Ortíz M Ó D U L O 2 2.1 Sobre a Organização inteligente e as equipes de trabalho 8 Há uma citação do mesmo autor que reflete na comunhão destas 5 disciplinas, onde diz que a perspectiva sistêmica abrange o resto das tecnologias. A construção de uma visão compartilhada incentiva a um compromisso de longo prazo. Os modelos mentais enfatizam a abertura necessária para transparecer as limitações da nossa atual maneira de ver o mundo. A aprendizagem em equipe desenvolve as aptidões de grupos de pessoas para buscar uma figura mais ampla que transcenda as perspectivas individuais. E o domínio pessoal incentiva à motivação pessoal para aprender continuamente de que maneira os nossos atos afetam o mundo. (…) o pensamento sistêmico permite compreender o aspecto mais sutil da organização inteligente, a nova percepção que se tem de si mesmo e do mundo. No coração de uma organização inteligente há uma mudança de perspectiva: Em vez de nos considerar separados do mundo, nos consideramos conectados com o mundo; em vez de considerar que um fator externo causa nossos problemas, vemos que nossos atos criam os problemas que experimentamos. Uma organização inteligente é um âmbito em onde as pessoas descobrem continuamente como construir sua realidade. E como podem modificá-la. (P. Senge, 1990, Pág. 22). A aprendizagem das equipes tem três dimensões criticas dentro das organizações: 1) A necessidade de pensar de maneira aguda em problemas complexos. Para serem mais inteligentes, as equipes devem aprender a explorar o potencial de muitas mentes e não de uma única só. 2) A necessidade de uma ação inovadora e coordenada. As equipes nas organizações desenvolvem a mesma classe de relação, um ímpeto operativo, onde cada membro é consciente dos outros membros e atuam de maneira sinérgica para poder complementar-se. 3) Os papéis que desempenham os membros da equipe nas outras equipes. Por exemplo, a maioria dos atos dos diretores é realizada através de outras equipes. Embora a aprendizagem em equipe supõe atitudes e conhecimentos individuais, é uma disciplina coletiva. Não faz sentido dizer que “eu” domino a disciplina da aprendizagem da equipe, assim como não teria sentido dizer “eu domino a prática de ser um grande conjunto de músicos”. A disciplina da aprendizagem em equipe implica as duas formas de conversar das equipes: as práticas do diálogo e a discussão. O diálogo e a discussão são potencialmente complementares, mas as maiorias das equipes carecem da aptidão para distinguir entre ambos e de mover-se conscientemente entre os dois. Também implica aprender a enfrentar criativamente as poderosas forças que se opõem ao diálogo e a discussão produtiva. LÍDER EMPREENDEDOR E EQUIPO (AS PESSOAS) Álvaro Martín Ortíz M Ó D U L O 2 2.1 Sobre a Organização inteligente e as equipes de trabalho 9 Na aprendizagem em equipe, a discussão é a contrapartida necessária para o diálogo. Na discussão são apresentados e definidos diferentes pontos de vista que foram apresentados no diálogo. LÍDER EMPREENDEDOR E EQUIPO (AS PESSOAS) Álvaro Martín Ortíz M Ó D U L O 2 Na aprendizagem em equipe, a discussão é a contrapartida necessária para o diálogo. Em uma discussão apresentam-se e definem-se os diferentes pontos de vista, que se apresentaram no diálogo. Em um diálogo exploram-se assuntos complexos. Quando uma equipe deve tomar uma decisão, é necessário um espaço de discussão. A partir de uma análise em comum, resultará fundamental superar distintos pontos de vista e escolher o preferido. Entre os membros da equipe que mantêm diálogos regularmente, desenvolve-se uma relação singular e, cria-se uma profunda confiança que se translada às discussões. Cria-se uma maior compreensão da singularidade da perspectiva de cada pessoa. Ainda mais, experimenta-se que podem surgir entendimentos mais amplos quando, com gentileza, defendemos nosso próprio ponto de vista. Aprendemos a arte de mostrar uma posição com respeito em vez de ser respeitados pela nossa posição. Quando é preciso defender um ponto de vista, podemos fazê-lo com graça e menos rigidez, ou seja, sem a determinação de ganhar. O livre fluxo de ideias em conflito é crucial no pensamento criativo para descrever novas soluções que nenhum indivíduo pôde falar por conta própria. O conflito transforma-se como parte do diálogo. A aprendizagem dos indivíduos expressada e compartilhada em equipes é o que chamamos de aprendizagem nas organizações. 2.1 Sobre a Organização inteligente e as equipes de trabalho 10 O líder deve ter clara consciência do mundo em geral e da realidade em particular na qual se move e na qual sua organização se move. E stamos afirmando que a efetividade e o desempenho de uma equipe dependem da emoção proposta pelo líder como condição organizacional básica. Partindo do princípio que ele vive sua vida, e sobre ela, àquela que a equipe constrói na positividade, na conectividade e na expansão do emergente, com foco nos resultados sobre as metas da equipe e da organização. Aqui está a semente do alto desempenho. Em definitiva, o alto desempenho consiste em criar e manter um espaço emocional eficaz, humanizando a equipe, orientado os resultados da confiança, o que dispara as competências pessoais e coletivas emergentes para um desempenho sobressalente. Para os gerentes, grande parte de suas tarefas implica conversar, e talvez para muitos, seja a tarefa mais importante e a que mais tempo ocupa comparado com outras tarefas. Embora, alguns gerentes possam considerar que isto representa grande perda de tempo; muito pelo contrario, representa grande parte do poder transformador, bem como a responsabilidade do seu papel. Além do autoconhecimento, o líder deve ter clara consciência do mundo em geral e da realidade em particular na qual se move e na qual sua organização se move. Uma consciência múltipla, porque são múltiplos os planos que requerem atenção. Isto permite que o líder desenvolva uma visão do sistema organizacional ao qual pertence e o contexto com o qual este sistema interage. O fato de saber integralmente o que acontece na organização, não implica saber tudo, mas representa o conhecimento que é necessário para poder desenhar sobre a realidade, e em função disso é indispensável que um gerente saiba se comunicar. 2.2 A liderança e suas competências para o trabalho em equipeLÍDER EMPREENDEDOR E EQUIPO (AS PESSOAS) Álvaro Martín Ortíz M Ó D U L O 2 11 Cada pessoa tem um modelo pessoal de realidade, todos somos diferentes observadores. As representações internas, crenças e convicções são os filtros que influenciam nossa conduta. A transcendência da liderança não está no talento ou nas habilidades do líder, encontram-se nos valores e na ética que guiam seus pensamentos e suas ações. Segundo estes valores e ética a pessoa terá os talentos e as habilidades para danificar ou construir. A liderança deve basear-se na ética do respeito legitimo pelo outro, somente assim é possível à convivência e a construção de espaços que expandem oportunidades. Não afirmamos que tudo seja válido, mas, pelo contrario, a ética baseada no respeito é o suficientemente poderosa para compreender o outro como alguém diferente de mim e poderá validá-lo como tal. Em um mundo volátil, incerto e complexo, os líderes, além de terem uma visão devem inspirar comunicar, coordenar e envolver as pessoas no processo de trabalho. Construir uma equipe partindo da ideia de ser aquele elemento do sistema que busca se incorporar ao conjunto que finalmente, se juntará ao conjunto da organização. 2.2 A liderança e suas competências para o trabalho em equipe “... não sabemos como as coisas são, sabemos em função de como as interpretamos…” Principio da Ontologia da Linguagem. Rafael Echeverrìa (2006, Pág.25). “Um líder é alguém que toma uma visão, e com coragem a executa de maneira tal que, vibre como as almas das pessoas”. LÍDER EMPREENDEDOR E EQUIPO (AS PESSOAS) Álvaro Martín Ortíz M Ó D U L O 2 12 LÍDER EMPREENDEDOR E EQUIPO (AS PESSOAS) Álvaro Martín Ortíz M Ó D U L O 2 2.2 A liderança e suas competências para o trabalho em equipe Mais informações: Covey, Stephen (2005). El 8vo. Habito – De la efectivi- dad a la grandeza, Ed. Paidos Empresa, Buenos Aires, Argentina. O novo líder é alguém que tem a capacidade de potenciar a outros lideres. Isto implica a grande necessidade de gerar espaços que promovem a expansão das habilidades dos membros da organização; para que cada um possa tomar decisões e produzir mudanças. Este líder ajuda seus colaboradores a alcançar o máximo potencial de liderança. Este novo líder possui a capacidade de confiar em outras pessoas, em função de que ele pode observar coisas que muitas vezes seus colaboradores não conseguem ver. Pode, então, confiar-lhes responsabilidades que, seguramente, exigiram aproveitar ao máximo seu potencial, liderando dessa forma algo que o outro possui e muitas vezes não consegue observá-lo em si mesmo. Reconhece e aproveita desta forma, os recursos físicos, mentais, emocionais e espirituais que os colaboradores possuem. Assim, como parte dessa função também tem a de “liberar o potencial humano” (S. Covey, 2005). O líder é a pessoa que inspira encontrar esses espaços do potencial. Vejamos uma definição de liderança. Em seu nível mais elementar e prático, “a liderança consiste em transmitir as pessoas seu valor de um modo tão claro que, estas acabam vendo esses valores em si mesmos.” (S. Covey, Pág. 116, 2005). Podemos dizer que estas pessoas terminam reconhecendo esses potenciais em si mesmas. Esta definição de liderança que temos adotado nos leva necessariamente a pergunta: Como fazê-lo? Quais ferramentas posso transmitir este valor? Como contagiar os outros com essa energia? Uma das ferramentas é aquilo que vocês já puderam revisar durante o Módulo 1: o Líder Coach. 13 N as empresas tradicionais predominam algumas dinâmicas de funcionamento que, perante determinadas mudanças mundiais, parecem não estar dando respostas (ou pelo menos, as respostas esperadas: por exemplo, a maximização das utilidades). Os seguintes são os elementos-chave para entender a passagem para uma nova organização emergente: 1. Modelo impositivo Baseia-se na autoridade formal É coercitivo. 2. Figura de autoridade: gerente/capataz Estrutura hierárquica e vertical. Descansa sobre a comoção do medo. 3. O poder do medo. 4. O erro: grande inimigo do desempenho. A hierarquia e autoridade são fundamentais neste modelo tradicional. Esta autoridade determina desde um espaço de poder, aquilo que se permite fazer ou não na organização. As modalidades de comando e o controle da empresa tradicional são insuficientes e também determinam um limite de crescimento no desempenho, restringindo e anulando. Uma vez que alcançamos o desempenho, só resta mantê-lo, mas não abrirá espaços para novas aprendizagens, a inovação terá desaparecido. O comando e o controle no trabalho não utilizam o máximo potencial das pessoas e também lhes impedem de aprender e consequentemente de inovar, além de subutilizar aquilo que eles poderiam saber, desaproveitando suas competências no presente. Por outro lado, são todos mecanismos baseados no medo. O medo é uma forte emoção, que em muitas oportunidades nos leva a submetermos a vontade do outro; o medo nos dobra nos inibe e nos fecha. Nova comoção na empresa: construção de confiança Liderança e equipes de alto desempenho2.3 LÍDER EMPREENDEDOR E EQUIPO (AS PESSOAS) Álvaro Martín Ortíz M Ó D U L O 2 14 Em forma crescente se começa a perceber a necessidade de instalar novas relações de trabalho. Reconhece-se que nas atuais condições, o medo tem perdido eficácia. O chefe já não assusta da mesma forma que o fazia antigamente e, parece ter perdido sua capacidade de conseguir rendimentos máximos. As pessoas que faziam trabalho manual o medo parecia ter eficácia e o trabalhador produzia mais, mas com as pessoas que trabalham na área do conhecimento não acontecia mesma coisa. Sob a influência do medo esse trabalhador produzia menos. E não expandia sua capacidade de ação, pelo contrario, limitava-se. O medo, como emoção, possui qualidades que motivam a prepararmos para determinadas situações (perigo, ou aquelas que percebemos como tal), mas também limita profundamente para outras situações. Desta maneira atualmente escutamos que são necessários novos mecanismos de regulação, e que estes mecanismos requerem basear-se em uma emoção diferente, a confiança. É a confiança a estrutura firme da futura empresa. Precisamente este assunto tem ganhado vários adeptos nos últimos anos, embora surpreenda o fato de que pouco se conhecia dela. As relações baseadas na confiança, não são necessariamente uma relação entre iguais. Muitas são assimétricas, a partir do ponto de vista da distribuição do poder. Mas o poder é diferente. Nas relações baseadas na confiança, o poder exerce-se por autoridade e não fazendo uso da força. Quando o poder está em relação à autoridade, são aqueles sobre as quais esse mesmo poder aplica-se, os precisamente conferem a autoridade. A autoridade é conferida somente se existe confiança. R. Echeverría (2009) disse a respeito: “Se confio que meu mestre sabe, lhe concederei autoridade. Se, ao contrario perco essa confiança, e descubro que realmente não sabe o que dizia saber, deixarei de conferir-lhe essa autoridade”. (Pág. 109). O critério lícito para conferi-lo ou anulá-lo, descansa na confiança. Quando existe confiança nos sentimos mais seguros, mais protegidos, menos expostos e vulneráveis. A falta de confiança aumenta o temor. Percebo o entorno como ameaçador, sejam pessoas, espaços, ações, políticas, decisões, etc. Por outro lado, sentindo confiança eu digo “Juan inspira-me confiança”, estou também dizendo que ele poderá proteger- me, cuidar-me, resguardar-me caso seja necessário. Por outro lado, se eu digo ou penso que a “Minha chefe não é confiável”, estou dizendo que não poderá ocupar-se de mim, nem de ninguém, que ficaremos a deriva, que a equipe não poderá com as ações e perderemos a direção facilmente; não conseguiremos os resultados esperados.Estou dizendo que seus comportamentos representarão resultados que vão impactar-me e afetar-me. A confiança dilui o medo, a sensação de vulnerabilidade. Se não tivéssemos confiança ao levantarmos todas as manhãs para ir ao trabalho, com todos os riscos que isso representa: Sair de carro, estradas, velocidade, chuva, ônibus, atravessar ruas, caminhar, o elevador ou qualquer outro fenômeno que nos expõe aos riscos; porque confiamos que podemos sair na rua. A confiança, então, dilui esse potencial medo que poderia existir. Mas para que exista confiança é necessário que existam três elementos, que de alguma maneira se entrelacem e a motivem. O novo líder é quem faz possível desenvolver os seguintes elementos no marco das equipes de trabalho: • Sinceridade • Competência • Responsabilidade LÍDER EMPREENDEDOR E EQUIPO (AS PESSOAS) Álvaro Martín Ortíz M Ó D U L O 2 Liderança e equipes de alto desempenho2.3 15 1) Normas de comportamento e sua administração. 2) Disposição de Informação e conhecimento. 3) Solidariedade no marco do sistema organização. 4) Diálogo e confiança. A confiança também habita na linguagem e é habilitada a partir dela, são necessárias conversações sinceras, transparentes e genuínas. Para confiar precisamos da sinceridade do outro, de que esse outro se mostre do jeito que ele é e finalmente que haja certa entrega de si mesmo. Também necessitamos possuir competências sobre aquilo que se espera de mim, não podemos pedir-lhe a um psicólogo que faça um balance contábil, em função de que não tem as competências necessárias, ou vice-versa, pedir uma sessão psicológica a um contador. Você pode imaginar esse cenário? A competência e o fato de ser competentes, também nos torna confiáveis. Confiamos em que alguém possa resolver tal ou qual coisa dado que possui a competência necessária. E por último, deve existir responsabilidade, baseada no cumprimento de minhas promessas. A responsabilidade tem a ver com minha incumbência tanto dos sucessos como nos erros. Reconhecer o erro é também um ato de humildade, de reconhecer-me humano e ao mesmo tempo de responsabilidade. Reconheço o erro, posso corrigi-lo. Se não há um diálogo sincero, predomina a desconfiança. Não basta querer, precisamos saber o que fazer, e por último, se não cumprimos, onde está a minha responsabilidade? Como temos visto, a confiança é um atributo da nova empresa emergente como sistema social. A confiança passa a ser um atributo funcional na nova organização. Para isso, é necessário gerar diversos mecanismos para produzir confiança no interior das organizações. Os líderes, nas organizações, estão encarregados de vigiar o desenvolvimento, além da criação e sustentabilidade dos seguintes mecanismos: LÍDER EMPREENDEDOR E EQUIPO (AS PESSOAS) Álvaro Martín Ortíz M Ó D U L O 2 Liderança e equipes de alto desempenho2.3 16 1. Normas de comportamento e sua administração Isto é o que coloquialmente chamamos de: “regras do jogo”. Estas determinam o jogo e como jogaremos. Estar em uma organização social, qualquer que seja (família, igreja, templo, empresa, futebol, etc.), implica reconhecer regras e obedecê-las para poder participar. Em função de como sejam essas regras, haverá uma confiança que se desenvolverá entre seus membros. 2. Disposição de Informação e conhecimento Outro elemento que pode atentar contra a construção da emoção de confiança nas organizações é à disposição da informação e do conhecimento. Quando qualquer membro da organização possa ter acesso à informação vital da empresa, este confiará mais no sistema. Esta informação nos indica o que, quem, onde, quando e quantos. A diferença dos dados, a informação resulta importante porque tem relação com os interesses do observador. Então: Qual é a minha responsabilidade? LÍDER EMPREENDEDOR E EQUIPO (AS PESSOAS) Álvaro Martín Ortíz M Ó D U L O 2 De quem dependo? O que tenho que fazer? Qual é o meu horário? Para onde vamos? Qual é minha missão? Quem faz tal coisa? Como está a organização? É seguro trabalhar aqui? entre outras perguntas. 3. Solidariedade no marco do sistema organização Outro elemento é o que denomina solidariedade. Trata-se do que, coloquialmente, podemos entender por amor ao próximo. É expresso um interesse legitimo pelo outro, pelo seu bem-estar, e que estou disposto a preservá-lo. Nas organizações normalmente falam sobre o “cuidado do capital humano”. O conceito do humano deixa de ser um “recurso” e se transforma em algo valioso. Através da solidariedade faço dos meus problemas seus problemas e das minhas expectativas suas expectativas. Através de estratégias que promovem à coesão grupal, a unidade, a identificação, e que conseguem incentivar organizações solidarias. Desta forma, os espaços emocionais efetivos são parte do alicerce que promove a solidariedade entre seus membros. Liderança e equipes de alto desempenho2.3 17 4. Diálogo e confiança O diálogo e as competências para desenvolver, são os eixos para a construção de equipes de alto desempenho e organizações inteligentes. Deste modo, o diálogo e a confiança estão intimamente relacionados. O diálogo deve ser coerente com aquilo que se mostra para que possa construir confiança nas organizações. Por isso que o diálogo e seu cuidado se transformam no eixo central. Encontramos organizações que professam determinados valores, formas de fazer as coisas, etc. Nos seus sites aparecem desejos, escritos como diálogos públicos dirigidos aos clientes; por exemplo: “nosso valor é o compromisso com a qualidade” ou “nossos produtos têm os melhores padrões”. O cliente confia, compra, usa e o produto não é aquilo que tinham prometido, pelo contrário, é deficiente. O cliente sentirá desconfiança em relação a marcas baseadas na falta de compromisso e que atacam a confiança através de “mentiras” ou “encobrimentos”. LÍDER EMPREENDEDOR E EQUIPO (AS PESSOAS) Álvaro Martín Ortíz M Ó D U L O 2 Mais informações: Rafael Echeverria, La Empresa Emergente, Editorial Granica, 2009 (3era edición), Buenos Aires, Argentina. No interior da organização acontece a mesma coisa, falamos “nosso valor, as pessoas”, mas depois encontramos que não se participa se desvaloriza não se cuida, não há estratégias para a coesão interna, nem processos de motivação, etc. Isto fará com que as pessoas que trabalham no lugar desconfiem do que se fala publicamente, e encontrará os argumentos com base nos fatos que a organização para manter essa desconfiança. Liderança e equipes de alto desempenho2.3 18 Temos dito que o desempenho individual é insuficiente para as organizações, para isso e necessário que os indivíduos coordenem suas tarefas com a finalidade de obter resultados superiores. Tem-se escrito muito sobre equipes de ALTO DESEMPENHO. Desde a proposta da ontologia da linguagem, o alto desempenho das equipes reside em processos de diálogo que se relaciona intimamente com uma das melhores pesquisas levada a cabo para determinar as características dessas equipes. Marcial Losada realizou a pesquisa científica mais completa conhecida até o momento sobre equipes de alto desempenho. Seus resultados mostraram que as únicas duas características, matematicamente comprováveis que, diferenciavam as equipes de alto e médio desempenho, e que permitem predizer os resultados sobressalentes são a conectividade e taxa de positividade/negatividade (P/N). Definiu conectividade como o número de conexões de comunicação entre os membros de uma equipe e dá o conceito da taxa de P/N como o elemento essencial na criação do espaço emocional das equipes de alto desempenho. Neles, as comunicações e os conteúdos das coordenações entre as pessoas estavam marcadas pelo positivo e as emoções expansivas, aquelas que abrem espaços de possibilidade,em uma razão de 6:1 (Isto significa que: as equipes de alto desempenho mostram 6 expressões condutas, comunicacionais e de conexão positivos por cada 1 negativo) com respeito da negatividade e as emoções restritivas. Esta relação de 6 por 1 entre positividade/negatividade produzem impactantes efeitos fisiológicos, psicológicos econômicos que se “notam” na rentabilidade da empresa. Equipes de alto desempenho No sentido prático, a demonstração da palavra, seu exercício e sua ação, não leva a noção de diálogo. A palavra não existe por si mesma, existe em relação com o outro, embora esse outro seja eu mesmo. Essa relação nos coloca no que chamamos de diálogo. Podemos reconhecer três subdomínios no interior de todo diálogo: A linguagem, a emoção e a linguagem corpórea. No subdomínio da linguagem encontramos as competências de escutar e falar. Por acaso podemos duvidar da importância ao escutar um chefe de um projeto, um psicólogo, um aluno, um assessor ou em um líder? Dentro do processo de escutar temos um conjunto de competências do diálogo para adquirir que incidem na produtividade. A capacidade de falar é o outro pilar nos diálogos e sabemos que estas duas competências (escuta e fala) incidem diretamente na efetividade de nosso trabalho. No subdomínio da emoção, descobrimos que em função da emoção que predomine no indivíduo, na equipe de trabalho ou na empresa, as ações que se empreendam serão diferentes. É necessário ganhar competências nos componentes de um diálogo, mas também resulta importante ganhar competências no diálogo que devemos manter e reconhecer. Por exemplo, são muito diferentes as competências que precisamos para fazer uma reclamação efetiva, das que precisamos para construir uma relação pessoal. O conhecimento não garante desempenhos superiores, o diálogo sim. Estas competências fazem ao conjunto das competências necessárias que precisam ser adquiridas pelo novo trabalhador do conhecimento. As competências passam por uma abertura da aprendizagem, não basta com incorporar novas técnicas de oratória para melhorar nosso “falar”, ela se transforma incorporando a competência do “escutar” e esta a sua vez incorporando a competência para questionar nossa forma de “pensar”. As competências no diálogo: eixo central para a construção e consolidação de equipes de alto desempenho LÍDER EMPREENDEDOR E EQUIPO (AS PESSOAS) Álvaro Martín Ortíz M Ó D U L O 2 Liderança e equipes de alto desempenho2.3 19 Estes estão ligados a dinâmicas complexas, mas os de baixo desempenho a dinâmicas de ponto fixo, estes têm uma baixa orientação à tarefa (25%), obtendo notas próximas a 100% em positividade e na sua capacidade não verbal de mostrar suas emoções. Poderíamos entender as EQUIPES DE ALTO DESEMPENHO como equipes onde seus integrantes sentem que a confiança é a emoção, onde papeis e tarefas estão distribuídas, mas são flexíveis e onde se considera o espaço para que a coordenação e a ação de talentos aconteçam assim como também a coordenação das ações. …) “O mundo confronta uma profunda crise ética que apela a falta de sentido profundo no que fazemos, e que se expressa através da dificuldade nas relações entre as pessoas a título individual e organizacional. O desafio, ante o qual nos encontramos, é um desafio ético que precisa enfrentá-lo com uma excepcional profundidade (...)”. Rafael Echeverría. Conferencia Internacional 2010-EUA Consolidação das Equipes de Alto Desempenho O fator chave de uma equipe não radica na amizade, se não em outro tipo de relação. A chave é alinhamento, quan- do um grupo de pessoas funciona como uma totalidade. A chave é o alinhamento, quando um grupo de pessoas funciona como totalidade. Na maioria das equipes, a energia de cada membro se cruza em diversas direções, cada indivíduo possui um poder individual (aptidão para conseguir os resultados desejados) dirigido a diferentes rumos. Seria o seguinte: A característica fundamental de uma equipe que não esta alinhada é o desperdício da energia. Os indivíduos normalmente colocam muito empenho, mas seus esforços não se traduzem, eficazmente, em um trabalho em equipe. As equipes de alto desempenho têm alta “conectividade” entre seus membros, ou seja, uma grande capacidade de influência e afetação conjunta, sendo a escuta a competência que está diretamente relacionada com ela. LÍDER EMPREENDEDOR E EQUIPO (AS PESSOAS) Álvaro Martín Ortíz M Ó D U L O 2 Liderança e equipes de alto desempenho2.3 20 “Uma poderosa organização é aquela que indivíduos com conhecimento, habilidade, desejo e oportunidade para triunfar e desta maneira, levar o sucesso para a organização” (...) Stephen R. Covey (2007) A aprendizagem na equipe é o processo de alinhar-se e desenvolver capacidades para criar os resultados que se desejam. Constrói-se sobre a visão compartilhada e sobre o domínio pessoal, porque as equipes talentosas estão constituídas por indivíduos talentosos. Mas, a visão compartilhada e o talento não são suficientes. O importante é que eles saibam atuar juntos. O líder possui um papel fundamental: consolidar uma visão compartilhada, gerar um espaço emocional eficaz, promover diálogos efetivos, a conectividade e potencializar a cada membro de equipe. Ao contrario, quando uma equipe consegue um maior alinhamento, aparece uma direção comum e as energias individuais se harmonizam. Há menos desperdício de energia, porque é sinérgica. Existe um propósito comum, uma visão compartilhada que permite complementar esforços. Os indivíduos não sacrificam seus interesses pessoais à visão da equipe, se não que a visão compartilhada transforma- se em uma prolongação das suas visões. O alinhamento é a condição necessária para que o potencial do indivíduo inspire as capacidades na equipe. LÍDER EMPREENDEDOR E EQUIPO (AS PESSOAS) Álvaro Martín Ortíz M Ó D U L O 2 Mas finalmente é a confiança uma chave na construção de uma equipe que impacta na relação interpessoal dos membros. Gerar um contexto que este compartilhado com um significado e um sentido criado por todos os membros. A emoção faci- lita os melhores resultados. Neste processo de geração conjunta, e desde as emoções individuais, se constrói um estado de ânimo expansivo e permanente. É o E3, o Espaço Emocional Eficaz, chave básica das equipes de alto desempenho. Este E3 caracteriza-se por equipes onde a confiança instala-se e impregna nas relações intragrupais como a atmosfera emo- cional essencial e um indicador de base do processo de alto desempenho. Em um ambiente de trabalho de confiança, as capacidades individuais se dispõem voluntariamente em função dos objetivos da equipe, se está disposto a contribuir e colaborar desde o papel que a equipe dinamicamente configurada para mim, assu- mindo ou chegando a um a liderança rotativa, se for necessário. Na confiança, a liberdade criadora se expande e geram-se processos inovadores que produzem valor organizacional e econô- mico para a empresa, valor cultural para a equipe, valor interpessoal para os membros, valor humano e satisfação individual para cada pessoa. Liderança e equipes de alto desempenho2.3 Bibliografía Citado en Patricia Hasuel (2001). Conversando con un Coach. Editorial Distal, Buenos Aires, Argentina. Covey, Stephen (2005). El 8vo. Hábito – De la efectividad a la grandeza, Editorial Paidos Empresa, Buenos Aires, Argentina. Edgar Morín (2005). Introducción al Pensamiento Complejo. Editorial Gedisa. Barcelona, España. Rafael Echeverria. La Empresa Emergente, Editorial Granica, 2009 (3° edición), Buenos Aires, Argentina. Senge, Peter (1990). La Quinta Disciplina, Editorial Granica, Buenos Aires, Argentina. Stephen R. Covey (2007). Los 7 hábitos de la gente altamente efectiva. Editorial Paidos Empresa. Buenos Aires, Argentina.
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