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1 PROVA MULTI – IED I 
Thaís Bombassaro – Direito Dinâmica – 1º Período B - 2012 
UNIDADE I – INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO 
 
AS DIVERSAS ACEPÇÕES DO TERMO DIREITO 
 
Dificuldade de conceituação 
O termo “direito” possui diversos significados, que dependem do contexto onde é 
utilizado: 
a) Ciências 
b) Norma jurídica, lei 
c) Poder de prerrogativa 
d) Justiça 
Seu significado depende do contexto onde é utilizado. 
Numa definição real “sintética”, abraçando todo o fenômeno jurídico, o direito é a 
ordenação das relações de convivência, de forma-bilateral atributiva (quando duas ou mais 
pessoas se relacionam, segundo uma proporção objetiva, que as autoriza pretender, exigir ou 
a fazer, garantidamente algo), coercível (goza da possibilidade de invocar o uso da força para 
se fazer valer, se necessário) e heterônima (as normas jurídicas valem objetivamente, 
independentemente da opinião e do querer dos seus destinatários), baseada numa integração 
normativa de fatos e valores. 
DIREITO SUBJETIVO E DIREITO OBJETIVO 
 
Direito Objetivo 
Complexo de normas jurídicas que rege o comportamento humano, autorizando o 
indivíduo a fazer ou a não fazer algo, indicando-lhe o caminho a seguir, e prescrevendo 
sanções no caso de violação dessas normas. 
 
 
2 PROVA MULTI – IED I 
Thaís Bombassaro – Direito Dinâmica – 1º Período B - 2012 
Direito Subjetivo 
Representa a possibilidade de exigir-se, de maneira garantida, aquilo que as normas de 
direito atribuem a alguém como próprio. 
O titular de um direito subjetivo pode usar ou não de seu direito. 
Relação entre Direito Objetivo e Direito Subjetivo 
O direito subjetivo é a garantia conferida pelo direito objetivo, à qual se invoca quando a 
liberdade é violada. Ou seja, enquanto o direito objetivo existe em razão do subjetivo para 
revelar a permissão de praticar ou não atos (através das normas jurídicas), o direito 
subjetivo é a permissão para o uso das faculdades humanas para fazer valer as normas 
jurídicas. 
Elementos conceituais 
a) Sujeito do direito – é o titular do direito. Pode ser uma pessoa, um grupo de pessoas 
ou apenas uma entidade caracterizada por um conjunto de bens. 
b) Conteúdo do direito – faculdade de exigir determinada conduta (no caso dos direitos 
pessoais) ou de dispor de algo (no caso dos direitos reais). 
c) Objeto do direito – o bem protegido. No caso dos direitos reais é a “res”, que 
necessariamente não é uma coisa física (ex.: direito do autor à obra). No caso dos 
direitos pessoais, o objeto é o interesse protegido. 
d) Proteção do direito – a possibilidade de fazer valer o direito por meio da ação 
processual correspondente (garantia de exigência). 
Subdivisão dos direitos subjetivos 
Direitos reais e direitos pessoais 
Direitos reais – autorizam o uso e o gozo imediato de uma coisa, garantindo ao titular a 
faculdade de obter a entrega ou restituição do objeto (res) em face de qualquer um que dele 
se tenha apoderado. Trata-se de um direito “erga omnes”, isto é, em face de qualquer um ou 
perante todos indeterminadamente. 
Exemplos: a propriedade, o usufruto, a hipoteca. 
Direitos pessoais – correspondem a uma pretensão em face de uma pessoa. 
Firmar um contrato de compra e venda de um bem imóvel confere ao comprador um 
direito pessoal, pois, caso o vendedor se recuse a cumpri-lo, a exigência configura uma 
 
 
3 PROVA MULTI – IED I 
Thaís Bombassaro – Direito Dinâmica – 1º Período B - 2012 
pretensão a um ato: o de transferir o imóvel e, em caso de isto não ocorrer, o ato de indenizar. 
Só quando o imóvel, conforme a lei, for objeto de uma escritura registrada em cartório é que 
aparece o direito real e, portanto, a faculdade de dispor, de usá-lo e gozá-lo. 
Quando se celebra um empréstimo em dinheiro, costuma-se oferecer garantias para sua 
devolução; essa garantia pode ser um direito pessoal, como uma nota promissória ou um 
direito real, como a hipoteca sobre um imóvel. 
Direitos simples e direitos complexos 
Direitos simples – garantia de prestação específica. 
Ex.: O direito de um credor em virtude de contrato que obrigue o devedor a efetuar o 
pagamento, em dinheiro, de certa importância ou à devolução de uma coisa. 
Direitos complexos – feixe de possibilidades distintas de ação, ou um conjunto de 
faculdades. 
Ex.: o direito à propriedade, o “status” de mulher casada. 
Quando um conjunto de direitos subjetivos converge para determinada pessoa, dando-lhe 
como que uma dimensão jurídica, dizemos que se verifica a criação de um “status jurídico”. 
Portanto, o “status” implica sempre a existência de um feixe ou um conjunto orgânico de 
direitos subjetivos, os quais, por sua vez, quanto ao seu exercício, podem se desdobrar em 
várias “faculdades”. 
Exemplos: 
• O “estado de mulher casada” significa que a mulher, ao casar, passa a ser centro de 
um conjunto de direitos subjetivos, que são inerentes à situação de esposa. 
• O “estado de sócio ou acionista” significa que o indivíduo que adquire ações de uma 
sociedade, tornando-se acionista, passa a dispor de uma série de possibilidades de 
pretensões, decorrentes daquela qualidade: pode comparecer a uma assembleia, 
votar e ser votado, discutir as matérias constantes da ordem do dia, impugnar 
balanços, discutir relatórios, etc. 
Direitos absolutos e direitos relativos 
Direitos absolutos – direitos que podem ser exigidos contra todos os membros da 
coletividade (“erga omnes”). Neles a coletividade figura como sujeito passivo da relação 
jurídica. 
 
 
4 PROVA MULTI – IED I 
Thaís Bombassaro – Direito Dinâmica – 1º Período B - 2012 
Ex.: o direito à vida, o direito da propriedade, o direito autoral de uma obra. 
Direitos relativos – direitos que podem ser exigidos, ou opostos, apenas em relação a uma 
determinada pessoa ou grupo de pessoas que participam da relação jurídica, com as quais o 
sujeito ativo mantém vínculo, seja decorrente de contrato, de ato ilícito ou por imposição 
legal. 
DIREITO PÚBLICO E DIREITO PRIVADO 
 
Origem histórica da dicotomia 
A divisão entre Direito Público e Privado vem dos Romanos, que a fizeram segundo o 
critério de utilidade ou interesse visado pela norma: tratando-se de interesse pertinente às 
coisas do Estado, o direito era “público”; cuidando-se do interesse particular de cada um, o 
direito era “privado”. 
Teorias Subjetivistas (do sujeito) 
DESTINATÁRIO DAS NORMAS 
Procuram classificar as normas públicas e privadas conforme tenham por destinatário o 
Estado ou os particulares, distinguindo por esse meio o direito público do privado. A 
classificação, porém, não pode ser levada estritamente, mesmo porque, em muita situações, o 
Estado e os entes públicos atuam como sujeitos não diferentes dos particulares, quando, por 
exemplo, celebram um contrato de locação: a regulação desse contrato é civil, 
tradicionalmente vista como de direito privado, apesar da presença dos entes públicos como 
sujeito. 
Teorias do Interesse 
INTERESSE PREPONDERANTE 
A ideia remonta às concepções modernas que vão opor sociedade e indivíduo, cada qual 
com seus respectivos interesses. Os da sociedade, representados pelo Estado, são comuns, 
neutros em face dos egoísmos particulares, e envolvem a gestão da coisa pública, de toda a 
economia nacional. Essa noção, porém, perde nitidez em face de certos interesses particulares 
e não obstante sociais, como é o caso da proteção dos direitos trabalhistas. 
 
 
5 PROVA MULTI – IED I 
Thaís Bombassaro – Direito Dinâmica – 1º Período B - 2012 
Teorias Patrimonialistas (Caráter Econômico) 
CONTEÚDO PATRIMONIAL 
Público – ausente (Lei Seca, Maria da Penha, Direitos Fundamentais, etc) 
Privado – presente (contratos,regime bens, propriedade, posse, heranças) 
Crítica – critério não corresponde à realidade. 
Ex: CLT negociações – privado / limites – público; responsabilidade fiscal (tem caráter 
patrimonial, porém é público); aquisição e disposição de bens (tem caráter patrimonial, porém 
é público); nome (direito garantido ao indivíduo, porém sem caráter patrimonial). 
Teoria das Relações de Dominação 
PÚBLICO – RELAÇÃO DE SUBORDINAÇÃO 
PRIVADO – RELAÇÃO DE COORDENAÇÃO 
As teorias da relação de dominação veem, formalmente, nas relações do direito público o 
jus imperii do Estado, que se põe superiormente aos entes privados. Estes, ao contrário, 
guardam relações de paridade, um não pode imperar sobre o outro. Assim, nas relações 
sociais ressalta-se o monopólio da força pelo Estado e, em consequência, a concentração e 
centralização do poder de impor condutas. 
Críticas: Prefeitura como fornecedor (privado), Direito Internacional Público (relação de 
coordenação) 
Teorias Mistas 
O direito público trata de relações jurídicas onde o Estado é um dos entes envolvidos, o 
interesse é preponderantemente público e a relação é de subordinação com particulares e de 
coordenação com outros Estados. É regido pelos princípios da autoridade pública e da 
igualdade de tratamento. 
O direito privado trata, em geral, da relação entre particulares e de seus interesses 
individuais. A relação entre particulares é de coordenação, regida pelos princípios de igualdade 
entre as partes. 
 
 
6 PROVA MULTI – IED I 
Thaís Bombassaro – Direito Dinâmica – 1º Período B - 2012 
Como se relacionam Direito Público e Direito Privado 
As fronteiras entre o direito público e o direito privado tornaram-se cada vez menos 
nítidas, devido a dois fenômenos: a publicização do direito privado e a privatização do direito 
público. 
Publicização do direito privado: processo de controle estatal da atividade privada em 
busca da concretização de valores sociais. Ex: 
• Desapropriação de terras improdutivas. 
• Estabelecimento de diversas condições ambientais para os proprietários de imóveis 
urbanos e rurais – a autonomia do proprietário é limitada pelo Estado. 
• Contratos celebrados entre duas partes vistos como fenômenos jurídicos e que devem 
cumprir suas funções sociais. 
• Direito do Trabalho. 
• Direito do Consumidor. 
Privatização do direito público: novas atribuições são assumidas pelo poder público. 
Exigindo novas formas de organização, muitas delas importadas do direito privado. Ex: 
• Estado como sociedades, fundações ou parcerias público-privado. 
• Funcionários do Estado contratados de forma terceirizada ou pelo regime da C.L.T. 
(típico dos trabalhadores do setor privado). 
• Empresas estatais e de sociedades de economia mista com o objetivo de desenvolver 
atividades econômicas – regidas pelo direito privado. 
• Criação de Agências Reguladoras – criar normas mais adequadas ao funcionamento de 
determinados setores da economia e da sociedade. 
• Convocação da sociedade civil a participar do processo de criação das normas. 
• Mecanismos de conciliação, mediação a arbitragem – “privatização” em graus variados 
da Justiça. 
 
 
 
 
7 PROVA MULTI – IED I 
Thaís Bombassaro – Direito Dinâmica – 1º Período B - 2012 
DIREITO NATURAL E DIREITO POSITIVO 
 
Direito natural 
Direito Natural – direito espontâneo, que se origina da própria natureza social do homem 
e que é revelado pela conjugação da experiência e da razão. É constituído por um conjunto de 
princípios, e não de regras, de caráter universal, eterno e imutável. 
Na Idade Média, o direito natural surge como expressão da razão divina: a lei “humana” 
(positiva) é estabelecida pelo homem, inspirada pela lei eterna, via lei natural. 
Na Moderninade, o direito natural surge como expressão da razão humana: é pura 
exigência da razão (existiria “mesmo que Deus não existisse”). 
Os direitos naturais nortearam a construção do direito positivo, conduzindo-o ao objetivo 
do bem comum e do ideal de justiça. Hoje, as ideias do direito natural nos fazem questionar o 
direito positivo e suas normas eventualmente injustas. 
Problemas em relação ao direito natural: 
� Vagueza: as normas de direito natural seriam abstratas demais para resolver 
problemas concretos de determinadas sociedade, não se prestando para o 
funcionamento cotidiano do aparato judicial. Qual o significado concreto de direitos 
como a liberdade ou a igualdade? 
� Subjetivismo: cada jurista que se aventura na busca das normas do direito natural 
termina por encontrar um conjunto diferente, muitas vezes contraditórios entre si. 
Juristas já encontraram normas naturais que afirmariam a diferença fundamental 
entre os humanos, pretendendo a superioridade de alguns e a inferioridade de outros, 
justificando estados como a escravidão (dos inferiores) ou a restrição de direitos às 
mulheres (vistas como inferiores) - naturalização de coisas não-naturais. 
� Conservadorismo: tendo-se em vista que as normas de direito natural são 
consideradas permanentes, ou seja, eternas e imutáveis, uma vez “descobertas”, não 
podem sofrer modificações. Como a sociedade é um conjunto de forças contraditórias 
e está sempre se transformando, há a tendência a essas normas jurídicas naturais 
tornarem-se ultrapassadas e preconizarem a defesa de situações sob um ponto de 
vista conservador. 
� Impotência: talvez o mais grave de todos os argumentos seja aquele que aponta nas 
normas derivadas do direito natural uma impotência decorrente da falta de garantia 
 
 
8 PROVA MULTI – IED I 
Thaís Bombassaro – Direito Dinâmica – 1º Período B - 2012 
estatal. As normas jurídicas positivas são coercivas e atributivas, especificando uma 
sanção penal para o caso de descumprimento. Não há qualquer consequência 
organizada pela sociedade para o caso de descumprimento de uma norma jurídica 
natural. Menos ainda se o descumprimento for praticado pelo próprio Estado. Essa 
impotência levaria o direito natural ao descrédito e a um enfraquecimento ainda 
maior. 
Direito positivo 
Conjunto de normas estabelecidas pelo poder político que se impõem e regulam a vida 
social de um dado povo em determinada época. Pretende obter o equilíbrio social, impedindo 
a desordem e os delitos, procurando proteger a saúde e a moral pública, resguardando os 
direitos e a liberdade das pessoas. 
Diferenças entre direito natural e direito positivo 
� O direito positivo é posto pelo Estado; o natural, pressuposto, é superior ao Estado. 
� O direito positivo é válido por determinado tempo (tem vigência temporal) e base 
territorial. O natural possui validade universal e imutável (é válido em todos os 
tempos). 
� O direito positivo tem como fundamento a estabilidade e a ordem da sociedade. O 
natural se liga a princípios fundamentais, de ordem abstrata; corresponde à ideia de 
Justiça. 
Direito positivo x direito objetivo 
O direito só pode ser positivo na medida em que é sancionado pelo poder público 
(direito legislado) ou criado pelos costumes ou reconhecido pelo Estado ou pelo consenso 
das nações (direito internacional). 
"OBJETIVO" - O direito como norma é chamado de "objetivo" porque, ao surgir, "se 
objetiva", se põe como uma realidade objetiva, independente da pessoa do observador e 
irredutível à sua subjetividade (MIGUEL REALE). É o direito como norma numa visão exterior, 
no seu ângulo externo. Sob esse enfoque, também o direito como "fato social" pode ser 
chamado de direito "objetivo". 
"POSITIVO" - O mesmo direito como norma objetiva pode ser visto sob outro prisma, ou 
seja, ser enfocado como posto ou reconhecido pelo Estado que o garante, quando então se 
denomina direito "positivo"; é o direito institucionalizadopelo Estado. 
 
 
9 PROVA MULTI – IED I 
Thaís Bombassaro – Direito Dinâmica – 1º Período B - 2012 
Contudo, quando se fala em direito "institucionalizado" pelo Estado, não significa que 
todas as normas tenham sido elaboradas pelo Estado, e sim que todas elas valem como 
normas de direito vigente, porque, seja qual for sua origem efetiva, "o Estado as quer como 
tais e as aplica como tais", no dizer de RECASÉNS SICHES. 
Ou segundo MIGUEL REALE, "é o direito declarado ou reconhecido pelo Estado, através de 
suas próprias fontes ou que resulta das demais fontes, sem conflito com as fontes estatais". 
De consequência, tanto o Direito Objetivo como o Direito Positivo não só abrangem as 
normas elaboradas pelo Estado, mas também as originadas de outras fontes e que são 
reconhecidas e garantidas pelo Estado. 
Deve ser igualmente afastada a falsa impressão de que o Direito Objetivo/Positivo é 
sempre escrito. Ele é tanto o direito "escrito", elaborado pelo poder competente, como a 
norma consuetudinária, "não-escrita", resultante dos usos e costumes de cada povo. 
Vale lembrar que há autores que, na distinção entre Direito Objetivo e Direito Positivo, 
assim a fundamentam: aquele abrange todas as normas jurídicas em vigor NO Estado, 
enquanto este abrange apenas as normas jurídicas oriundas DO Estado. 
Existem normas jurídicas criadas originalmente pelo Estado, e normas jurídicas criadas 
pela vontade dos particulares, tão somente reconhecidas pelo Estado como jurídicas. As 
normas jurídicas criadas pelo Estado... cuja fonte é o Estado, formam um todo denominado 
Direito Positivo....O Conjunto de todas as normas jurídicas no Estado chama-se, então, 
Direito Objetivo. 
Direito histórico x direito vigente 
 
 
 
 
10 PROVA MULTI – IED I 
Thaís Bombassaro – Direito Dinâmica – 1º Período B - 2012 
RAMOS DO DIREITO PÚBLICO 
 
Direito Constitucional 
� Direito primordial – condiciona os demais, conferindo-lhes estrutura diversa de Estado 
para Estado. É evidente que o Direito Civil ou o Direito Administrativo não podem ter a 
mesma configuração quando subordinados a uma constituição de tipo socialista ou a 
uma capitalista. 
� Regras referentes à organização do Estado 
� Regime político 
� Forma de estado 
� Divisão dos poderes 
� Órgãos estatais substanciais e suas funções 
� Direitos e garantias fundamentais dos indivíduos (limitam a ação legislativa) 
Direito Administrativo 
� Realização de serviços públicos destinados à satisfação das necessidades coletivas 
fundamentais com: 
o Regulamentação da atuação governamental 
o Estruturação das atividades dos órgãos da administração pública 
o Execução dos serviços públicos 
o Ação do Estado no campo econômico 
o Administração dos bens públicos 
o Poder de polícia 
� Interesse do próprio Estado, enquanto representante da coletividade. 
Direito Tributário 
� Tem como objeto o campo das receitas de caráter compulsório, disciplinando a 
imposição, fiscalização e arrecadação de impostos, taxas e contribuições. 
Direito Financeiro 
� Tem por objeto toda a atividade do Estado quanto à forma de realização da receita e 
despesa necessárias à execução de seus fins; disciplina a receita e a despesa pública. 
 
 
11 PROVA MULTI – IED I 
Thaís Bombassaro – Direito Dinâmica – 1º Período B - 2012 
Direito Previdenciário 
� Conjunto de normas relativas às contribuições para o seguro social e aos benefícios 
dele oriundos (pensões, auxílios, aposentadorias). 
Direito Processual 
� Regula a organização judiciária e o processo judicial. 
� Disciplina a criação de normas jurídicas individuais (sentenças) pela aplicação de uma 
norma geral, e estabelece as normas procedimentais, indicativas dos atos sucessivos e 
das normas que deve cumprir o juiz para aplicar o direito. 
� Disciplina a atividade dos juízes, dos tribunais ou órgãos encarregados da distribuição 
da justiça, determinando como devem agir para fazer cumprir a lei que foi violada. 
� Aplicação do direito – indica quem deve proceder à determinação da sanção, em caso 
de violação da norma, e como se fará essa aplicação. 
� Organização do Poder Judiciário 
� Direito Processual Civil – destinado à solução dos conflitos que surgem nas atividades 
de ordem privada, de caráter civil ou comercial. 
� Direito Processual Penal – regula a forma como o Estado resolve os conflitos surgidos 
em razão de infrações da lei penal. 
Direito Penal 
� Define os crimes e estabelece as penalidades correspondentes ou medidas de 
segurança, de maneira precisa e prévia. 
Direito Internacional Público 
� Disciplina as relações internacionais, as relações entre os Estados soberanos e os 
organismos análogos. As suas fontes principais são os tratados e os costumes 
internacionais. Ex: exportações 
Direito Internacional Privado 
� Solucionar conflitos no plano internacional entre leis pertencentes a diferentes 
Estados soberanos, aplicadas à situação privada. 
� Define o limite entre a aplicação do direito nacional e do direito alienígena 
(estrangeiro). 
� Grande parte de suas normas se encontram na LINBD (Lei de Introdução às Normas do 
Direito Brasileiro). 
 
 
12 PROVA MULTI – IED I 
Thaís Bombassaro – Direito Dinâmica – 1º Período B - 2012 
RAMOS DO DIREITO PRIVADO 
 
Direito Civil 
� Direito comum – o que há de comum entre todos os homens. 
� Disciplina o estado e a capacidade das pessoas e suas relações, de caráter privado, 
atinentes à família, às coisas, às obrigações e à transmissão hereditária dos 
patrimônios. 
� Código Civil 
o Parte geral – normas concernentes às pessoas, aos bens, aos fatos jurídicos, 
aos atos e negócios jurídicos, desenvolvendo a teoria das nulidades e os 
princípios reguladores da prescrição. 
o Parte especial – normas atinentes ao direito das obrigações, ao direito da 
empresa, ao direito das coisas, ao direito de família e ao direito das sucessões. 
Direito Comercial ou Empresarial 
� Regula a atividade econômica habitualmente destinada à circulação das riquezas, 
mediante bens e serviços, inclusive o ato do comércio. 
Direito do Trabalho 
� Rege as relações individuais e coletivas de trabalho e a condição social do assalariado. 
� Disciplina o contrato de trabalho entre particulares, patrão e empregado, porém sofre 
acentuada intervenção estatal, que vem impondo limites à iniciativa individual. 
 
Outros ramos 
 
 
 
 
 
 
13 PROVA MULTI – IED I 
Thaís Bombassaro – Direito Dinâmica – 1º Período B - 2012 
UNIDADE II – A CIÊNCIA DO DIREITO 
O termo “ciência” 
Não há sentido único: 
� Extensão 
� Natureza 
� Características 
� Critérios de diferenciação 
 
Linhas gerais de distinção: 
 
Abstrações em que o sujeito cognoscente ultrapassa os fenômenos observáveis, 
estabelecendo relações / inferências / razão de ser. 
X 
Simples assimilação dos objetos, sem preocupação de causa e significado das coisas. 
 
 
PROBLEMA � HIPÓTESE (resposta preliminar) � PROCEDIMENTOS E TÉCNICAS � CONCLUSÃO 
 
(Conclusão = afirmação ou negação da hipótese // é verdadeira até que seja refutada ou alterada) 
A definição do problema direciona o posicionamento do pesquisador. 
A opção pelo método pode distorcer o resultado. 
 
Obs: ÉTICA � melhor forma de agir 
 
Objeto da ciência jurídica (em última instância) � as relações sociais 
 
 
Conhecimento Científico x Conhecimento Vulgar 
Conhecimento Científico Conhecimento Vulgar 
• Caráter designativo ou descritivo, 
genérico, comprovação e 
sistematização. 
• Busca por enunciados verdadeiros 
• Precariedade das certezas (históricas) 
• Leis e hipóteses 
 
• Assimilação do objeto sem busca pela 
causa/razão das próprias coisas.Tem validade 
Pode virar pesquisa / conhecimento científico 
Leis � resumos e enunciados, com grau de certeza maior do que as hipóteses. 
A partir de uma teoria posso desenvolver uma lei ou uma hipótese. 
 
A “dicotomia” ciências naturais e ciências humanas 
• Objeto de estudo � métodos (princípios de avaliação) 
o Métodos nãos são técnicas ou procedimentos. 
• Ciências naturais: predomina o método explicativo (relações de causalidade). 
o Relações de causa e efeito 
o Não pode ser feita abrindo mão de toda a subjetividade (valores). 
 
 
14 PROVA MULTI – IED I 
Thaís Bombassaro – Direito Dinâmica – 1º Período B - 2012 
• Ciências humanas: marcadas pelo ato de “compreender” (valor). 
o Ciência Social 
o Situada historicamente 
o Influência dos valores 
o Apesar de utilizar técnicas pré-estabelecidas, as suas concepções (subjetividade) 
afetarão os resultados. 
O direito trabalha com a “verdade” mais aceitável � RAZOABILIDADE 
O caráter científico do Direito 
A ciência jurídica como estudo das normas vigentes 
� Postura prevalecente até o Séc. XX: o Direito ocupa-se da interpretação e 
sistematização das normas jurídicas. 
� Estudo do direito objetivo 
A ciência do Direito como estudo do fenômeno jurídico historicamente realizado 
� Direito como ciência social aplicada: ser humano. 
� Complexidade do fenômeno jurídico: experiência efetiva no tempo e espaço. 
Direito é uma ciência social/humana � estuda as relações sociais 
Dica de livro: Teoria Pura do Direito de Hans Kelsen 
A Zetética e a Dogmática Jurídica 
Um mesmo fenômeno admite abordagens diferentes: 
PROBLEMA � RESPOSTA 
Enfoque Zetético 
� Destaca o aspecto “PERGUNTA”: as 
premissas podem ser 
questionadas. 
� Preocupação com o verdadeiro � 
especulação infinita: ser (que é 
algo?). 
A natureza da “coisa” / conceituação 
Natureza informativa 
Pode questionar o próprio ponto de partida 
 
 
 
 
Enfoque Dogmático 
� Ressalta a dimensão “RESPOSTA”: 
preocupação com a “ação” � 
“dever-ser” (como deve ser algo?) 
� As respostas são atingidas dentro 
do quadro de dogmas 
estabelecidos � admite premissas 
inatacáveis (autoridade). 
� Natureza diretiva. 
O ponto de partida é indiscutível. 
“Resposta” – dada pelo jurídico 
“Ação” – como agir 
O limite da discussão é o dogma. 
Ex.: 
Dogma � norma jurídica 
Discussão � a aplicabilidade de uma 
lei/norma
 
 
15 PROVA MULTI – IED I 
Anotações de Aula 
Thaís Bombassaro – Direito Dinâmica – 1º Período B - 2012 
 
A Diferença entre Dogmática Jurídica e Zetética Jurídica 
A diferença entre dogmática jurídica e zetética jurídica está na maneira de enfocar o 
direito enquanto objeto de estudo. É uma diferença que diz respeito à delimitação do 
objeto “direito” de análise. 
Dogmática tem sua origem na palavra grega dokein que significa doutrinar, ensinar. Na 
dogmática jurídica temos um não questionamento das premissas contidas na 
abordagem do direito, na medida em que tais premissas são presentes no 
ordenamento jurídico, mais precisamente na lei. Dessa forma, tomando tais premissas 
como inquestionáveis, temos um enfoque do direito enquanto investigação de um 
problema baseado na resposta, na solução, na decisão. 
Zetética tem sua origem na palavra grega zetein que significa perquirir, procurar. Na 
zetética jurídica as premissas básicas do sistema, seus enunciados e seus elementos 
fundadores permanecem abertos à duvida. Dessa forma, temos um enfoque do direito 
enquanto investigação de um problema baseado no caráter problemático 
(questionamento) da própria formulação da pergunta. 
Por exemplo, o fato de que o funcionário público pode ou não fazer greve é uma 
questão aberta para a zetética jurídica, porém balizada pelo ordenamento jurídico 
para a dogmática jurídica. 
 
 
 
 
16 PROVA MULTI – IED I 
Anotações de Aula 
Thaís Bombassaro – Direito Dinâmica – 1º Período B - 2012 
 
UNIDADE III – O DIREITO POSITIVO E AS OUTRAS ORDENS NORMATIVAS 
 
ESTRUTURA DAS NORMAS ÉTICAS 
 
� Valores historicamente construídos � normas: juízo de valor (“dever-ser”) 
� 
Constantes através de relações sociais 
� 
Conduta historicamente construída 
� Juízo de realidade x Juízo de valor 
� 
Caso não possa ser sustentado pela validade 
� 
Imperatividade – não tem acordo próprio / você age 
de acordo com o que é esperado
 
Juízo de Realidade � são próprios do mundo da natureza. Neles, nos limitamos a 
constatar a existência do fenômeno, sem possibilidade de opção ou preferência; 
vemos as coisas enquanto elas “são”. Indicando a relação casual entre o Sujeito e o 
Predicado, o juízo de realidade “explica” o fenômeno em suas causas e consequências. 
 
� Juízo de realidade � está ligado ao “ser”, ao que é. 
o Se aplica às ciências humanas. 
o Estuda fatos. 
 
Juízos de Valor � são próprios do mundo da cultura. Por eles, vemos as coisas 
enquanto “valem” e, porque valem, “devem ser”. Expressam, pois, um “dever”, porque 
se reconheceu antes a existência de um “valor”. A ligação entre o Sujeito e o 
Predicado, no juízo de valor, resulta de uma apreciação subjetiva, ou seja, há uma 
tomada de posição em referência ao objeto ou fato, reconhecendo nele um valor ou 
desvalor e, em consequência, aceitando-o ou rejeitando-o, aprovando-o ou 
reprovando-o. 
 
� Juízo de valor � normas que representam valor prévio 
o Os valores não mudam 
o Imperatividade � ordem, superioridade 
o Imperatividade das normas éticas � mesmo que sejam questionadas ou 
“desobedecidas” não são invalidadas. 
 
 
 
17 PROVA MULTI – IED I 
Thaís Bombassaro – Direito Dinâmica – 1º Período B - 2012 
Normas éticas � “dever ser” 
Determinam o agir social e a sua vivência já constitui um fim. 
Normas técnicas 
Indicam fórmulas do fazer e são apenas meios que irão capacitar o homem a 
atingir certos resultados. 
 
O Direito é uma espécie de norma ética, mas que se distingue dos demais 
instrumentos de controle social (Moral, Religião e Normas Sociais). 
 
DIREITO E MORAL 
 
Teoria do Mínimo Ético 
� Jellenik: o direito representa o mínimo de preceitos morais necessários ao 
bem-estar da coletividade. (O direito deve conter o mínimo de conteúdo moral, 
indispensável ao equilíbrio das forças sociais). 
A ética é entendida pela maioria como valores bons. Os valores são construídos através de 
relações sociais. A ética (algo prático) é construída pela história. Esses valores dão origem às 
normas. A norma tem conteúdo de “dever-ser”, que vai sempre conter um juízo de valor. 
 
 
Direito e Moral 
� Contém normas de caráter ético que estão ligados ao agir humano (qual a melhor 
forma de agir? Como devo fazer? Etc) 
� Ética devida � conduta devida, “bom” 
� Tudo que está sendo julgado está sujeito a julgamento ético. 
� A forma política de agir lida com a ética. 
 
Qual a diferença entre Direito e Moral? 
� O direito constitui o mínimo de moral = O direito está dentro da moral. O direito é a 
parte obrigatória da moral. 
 
Mínimo Ético 
� A norma jurídica está dentro do conjunto de normas morais. Algumas são tidas como 
obrigatórias, positivadas (Ex: normas jurídicas). Toda norma jurídica seria moral, mas 
nem toda norma moral seria jurídica. 
 
Problemas do Mínimo Ético 
� Normas jurídicas imorais 
� Normas jurídicas amorais (sem caráter moral, sem juízo de valor – ex: nº de 
deputados, prazo para recursos) 
 
 
 
18 PROVA MULTI – IED I 
Thaís Bombassaro – Direito Dinâmica – 1º Período B - 2012 
 
O Direito 
hoje: 
 
 
 
 
 
 
 
 
Diferença entre Direito e Moral 
Miguel Reale: “Ninguém é bom por violência.”– Não se pode obrigar alguém a ser moral. 
a) Quanto à coercibilidade (possibilidade de coação) 
� Força / Imposição 
Coerção � Possibilidade de usar da força (coação) para obrigar uma pessoa a 
fazer algo que deixou de fazer, obrigado por lei. (aplicação da sanção) 
O direito é coercivo – a coerção gera um medo da coação. A coerção age no 
psicológico da pessoa. Afirma a legitimidade do Estado e das normas. 
� Sanção x Coação 
A Sanção Moral é desorganizada e não é prevista por normas e afins. 
A Sanção Jurídica é prevista na própria norma. 
Sanção � toda consequência que se agrega intencionalmente a uma norma 
com o fim específico de garantir seu cumprimento obrigatório. (Consequência 
pelo descumprimento de uma norma jurídica ou moral) 
Sanção Jurídica � é a consequência agregada à norma para garantir-lhe seu 
cumprimento obrigatório. (pré-estabelecida na própria norma) 
Quando a medida se reveste de uma expressão de força física, temos 
propriamente o que se chama “coação”. 
Coação � é a “sanção concreta”, ou melhor, a sanção enquanto se concretiza 
pelo recurso à força que lhe empresta um órgão, nos limites e de conformidade 
com os fins do Direito. 
 
 
MORAL 
AMORAL 
Ou 
IMORAL 
D 
I 
R 
E 
I 
T 
O 
 
 
19 PROVA MULTI – IED I 
Thaís Bombassaro – Direito Dinâmica – 1º Período B - 2012 
b) Quanto ao cumprimento das normas 
� Heteronomia: normas impostas por terceiros, seguidas independentemente da 
convicção do sujeito. 
DIREITO 
Estado – produtor, fiscalizador e órgão punitivo 
� Autonomia: dependem de livre adesão 
MORAL 
Escolha 
Ex. de ação moral: ajudar um cego a atravessar a rua / ceder seu lugar no ônibus para 
um idoso. 
� Legitimidade – referendado pela sociedade, aceitação, reconhecer algo como 
certo, como devido 
� Legitimidade Social – Ex: Lula, Chaves 
� Legitimidade Religiosa – Ex: Papa 
� Legitimidade Racional – Direito 
Quanto maior a legitimidade do Estado � menor transgressão 
da norma � menor uso da coerção (força) 
 
c) Quanto à formalidade 
� Padrão formal de criação/aplicação � E.D.D. (Estado Democrático de Direito) 
� Não obedece a procedimentos pré-estabelecidos (Moral) 
d) Bilateralidade atributiva (ver definição em Miguel Reale) 
� Intersubjetividade: relação entre sujeitos 
Existe uma proporção entre os sujeitos (atribui a cada um), na qual um deles pode 
exigir ou pretender garantidamente algo. 
� Objetividade da relação Pautada no direito objetivo 
� Garantia Dada pelo direito objetivo 
 
 
20 PROVA MULTI – IED I 
Thaís Bombassaro – Direito Dinâmica – 1º Período B - 2012 
 
Normas Jurídicas e Normas Religiosas 
� Fé – Crença em entidade metafísica superior – caráter sobrenatural 
� Normas criadas e sustentadas pela fé 
� Convenção humana – racionalidade – poder 
� Sanção? 
� Existe também nas normas religiosas 
� Pode ser tanto quanto ao mundo sobrenatural, quanto dentro da 
comunidade à qual segue uma mesma crença. 
 
Normas Sociais e Normas Jurídicas 
 
Normas sociais: 
� Condutas: hábito/costumes. (prática social) – conduta social efetivamente 
praticada – como as pessoas agem no seu cotidiano. 
� Convenções sociais. Ex.: higiene, moda, tratamento, etiqueta. Padrão 
� Regras de convivência. 
� Identidade: grupo x indivíduo. 
� Nem sempre são pensadas ou discutidas, apenas utilizadas. 
� Grupos fora do padrão acabam sendo excluídos/marginalizados. 
 
� Sanções: controle social � geram elitismo/preconceito. 
� No conflito entre norma e costume, fica-se com o costume. 
� Costumes influenciam tanto a positivação de certos costumes como a revogação 
de normas (que caíram em desuso ou que não sejam mais aceitas pela sociedade). 
 
 
 
21 PROVA MULTI – IED I 
Thaís Bombassaro – Direito Dinâmica – 1º Período B - 2012 
SANÇÃO = GARANTIA DE CUMPRIMENTO DAS NORMAS 
 
Todas as normas éticas, religiosas, morais, de trato social ou jurídicas, foram 
formuladas para serem cumpridas e executadas. Sendo, pois, a obediência e o 
cumprimento da sua essência, é natural que todas aquelas normas se garantam, 
de uma forma ou de outra, para que não fiquem apenas no papel, para que não 
sejam tão só letra morta. As formas de garantia do cumprimento dessas 
normas denominam-se “sanções”. 
Sanção, portanto, é toda consequência que se agrega, intencionalmente, a 
uma norma, com o fim específico de garantir seu cumprimento obrigatório. 
Se a sanção jurídica é a consequência agregada à norma para garantir-lhe seu 
cumprimento obrigatório, quando a medida se reveste de uma expressão de 
força física, temos propriamente o que se chama “coação”. Podemos dizer que 
a coação é a “sanção concreta”, ou melhor, a sanção enquanto se concretiza 
pelo recurso à força que lhe empresta um órgão, nos limites e de conformidade 
com os fins do Direito. 
 
Sanções religiosas – são as retribuições a serem dadas numa vida ultraterrena, 
segundo o valor ético da existência e conduta de cada um; o remorso também é 
para o crente uma forma de sanção religiosa. 
 
Sanções morais – quando alguém deixa de cumprir, a desobediência provoca 
determinadas consequências que valem como sanção. Como sanção de foro 
íntimo, temos o remorso, o arrependimento, etc.; ela depende, até certo ponto, 
da formação de cada um; geralmente encontramos dentro de nós uma censura, 
quando violamos um preceito moral. Mas pode haver também uma reação por 
parte da sociedade, quando agimos de modo contrário à tábua de valores 
vigentes: é a crítica, a condenação, a marginalização, a opinião pública que se 
forma contra. Temos, agora, uma sanção externa, de natureza social, que não se 
encontra, todavia, organizada mas “difusa” na sociedade, e com grande força de 
pressão. 
 
Sanções jurídicas – são sanções organizadas de forma predeterminada. Isso se 
faz necessário face à ineficácia para muitos das sanções religiosas ou morais, o 
que leva a sociedade a organizar as sanções no campo do Direito. 
Ex.: Matar alguém é um ato que fere tanto um mandamento ético-religioso 
como um dispositivo penal. A diferença está em que, no plano jurídico, a 
sociedade se organiza contra o homicida, através do aparelhamento policial e 
do Poder Judiciário. Um órgão promove as investigações e toma as medidas 
necessárias à determinação do fato; um outro órgão examina a conduta do 
agente e pronuncia um veredito de absolvição ou condenação. Condenado, eis 
novamente a ação dos órgãos administrativos para aplicar a pena. 
 
 
22 PROVA MULTI – IED I 
Thaís Bombassaro – Direito Dinâmica – 1º Período B - 2012 
Em razão dessa predeterminação da sanção jurídica, sabemos de antemão a que 
sanções estamos expostos se violarmos uma norma jurídica; como também, se 
formos lesados em nossos direitos, de antemão sabemos que poderemos 
recorrer à justiça para a devida reparação. 
São múltiplas, pois, as sanções jurídicas: vão desde a declaração da nulidade de 
um contrato ao protesto de uma letra de câmbio; desde o ressarcimento de 
perdas e danos até o afastamento de funções públicas e privadas; desde a perda 
da liberdade até a perda da própria vida, nos países que consagram a pena de 
morte; desde a limitação de direitos até a outorga de vantagens destinadas a 
incentivar o cumprimento da norma. 
COAÇÃO = FORÇA A SERVIÇO DO DIREITO 
 
Apenas o direito é coercível, ou seja, capaz de adicionar a força organizada do 
Estado, para garantir o respeito a seus preceitos. A via norma de cumprimento 
da norma jurídica é a voluntariedade do destinatário, a adesão espontânea. 
Quando o sujeito passivo de uma relação jurídica, portador do dever jurídico, 
opõe resistência ao mandamento legal, a coação sefaz necessária, essencial à 
efetividade. A coação, portanto, somente se manifesta na hipótese da não 
observância dos preceitos legais. 
A Moral é incoercível. Consistindo em uma ordem valiosa para a sociedade, é 
natural que a inobservância de seus princípios provoque uma reação por parte 
dos membros que integram o corpo social. Essa reação, que se manifesta de 
forma variada e com intensidade relativa, assume caráter não apenas punitivo, 
mas exerce também uma função intimidativa, desestimulante da violação das 
normas morais. 
 
O Estado, como ordenação do poder, disciplina as formas e os processos de 
execução coercitiva do Direito. Esta pode consistir na penhora, como quando o 
juiz determina que certo bem seja retirado do patrimônio do indivíduo, para 
garantia de um seu débito, se as circunstâncias leais o autorizarem. Coação 
pode ser a própria prisão, ou seja, a perda de liberdade infligida ao infrator de 
uma lei penal. Coação pode ser a perda da própria vida, como acontece nos 
países que consagram a pena de morte Pode-se chegar ao extremo de tirar o 
bem supremo, que é a vida. 
 
A coação no direito não é efetiva, mas potencial. 
O Estado é o detentor da coação em última instância. 
 
Kelsen � definiu o direito como sendo a ordenação coercitiva da conduta 
humana. 
 
 
 
23 PROVA MULTI – IED I 
Thaís Bombassaro – Direito Dinâmica – 1º Período B - 2012 
 
DIREITO MORAL RELIGIÃO 
NORMAS SOCIAIS - 
Regras de Trato 
Social 
Formalidade 
Conjunto de regras, 
segundo padrões 
formais de criação e 
aplicação, que 
definem a dimensão 
da conduta exigida. 
Forma não 
concreta, de 
diretiva mais 
geral, sem 
particularizações. 
Não obedece a 
procedimentos 
pré-estabelecidos. 
 
Não obedece a 
procedimentos pré-
estabelecidos. 
Bilateralidade 
Bilateralidade - 
estrutura 
imperativo-
atributiva, ao mesmo 
tempo em que 
impõem um dever 
jurídico a alguém, 
atribuem um poder 
ou direito subjetivo a 
outrem. 
Unilateralidade 
(imperativa) - 
ninguém tem o 
poder de exigir 
uma conduta de 
outrem. 
Unilateralidade 
Uniteralidade 
(imperativa) - 
impõem deveres e 
não atribuem 
poderes de exigir. 
Heteronomia 
Heteronomia - 
sujeição ao querer 
alheio - as regras 
jurídicas são 
impostas 
independentemente 
da vontade de seus 
destinatários. 
Autonomia - 
querer 
espontâneo - livre 
adesão 
Prevalentemente 
autônomo. 
Autonomia - O 
querer do indivíduo 
não é necessário. 
Ex.: bom dia! 
Obrigam os 
indivíduos 
independentemente 
de suas vontades. 
Coercibilidade 
Apenas o direito é 
coercível, ou seja, 
capaz de adicionar a 
força organizada do 
Estado, para garantir 
o respeito a seus 
preceitos. 
A moral é 
incoercível. 
Imcoercível. 
Incoercível - não 
sofrem a intervenção 
do Estado e por isso 
não são impostas 
coercivamente. 
Sanção 
Prevista na própria 
norma. 
É difusa, 
desorganizada, e 
não é prevista por 
normas. 
Geralmente 
prefixada. 
Difusa, incerta e 
consiste na 
reprovação, na 
censura, crítica, 
rompimento de 
relações sociais e até 
expulsão do grupo. 
Função 
O direito elege 
valores de 
convivência. Seu 
objetivo limita-se a 
estabelecer e a 
garantir um 
ambiente de ordem, 
a partir do qual 
possam atuar as 
forças sociais. 
SEGURANÇA SOCIAL. 
A moral visa ao 
aperfeiçoamento 
do ser humano e 
por isso é 
absorvente, 
estabelecendo 
deveres do 
homem em 
relação ao 
próximo, a si 
mesmo, e 
segundo a Ética 
superior, para 
com Deus. 
 
Aperfeiçoamento do 
convívio social. 
 
 
24 PROVA MULTI – IED I 
Thaís Bombassaro – Direito Dinâmica – 1º Período B - 2012 
UNIDADE IV – As Fontes do Direito 
Permite ao jurista sustentar (juridicamente) o seu posicionamento (acusação, defesa, julgamento, 
parecer, etc.) 
OS SISTEMAS CONTINENTAL E O “COMMON LAW” 
Organização/Estrutura jurídica organizada. Sua teorização serve de instrumento para sua aplicação. 
Tradição histórica ocidental 
• Romanística (continental ou “civil law”) 
o Noções latinas e germânicas 
o Processo legislativo (é fundamentado neste processo � produção das normas) 
o Normas positivas (produção do processo legislativo) 
A maior parte dos direitos objetivos está positivada. >>DIREITO POSITIVADO<< 
A lei tem papel essencial. 
• Anglo-saxônica (consuetudinário ou “common law”) 
o Anglo-americanas 
o Processo judicial 
o Precedentes e costumes (Jurisprudência) 
O centro desse sistema não é escrito. Construído no dia-a-dia através dos costumes e 
dos precedentes. 
FONTES FORMAIS E FONTES MATERIAIS DO DIREITO 
 
Fontes Materiais 
� O direito não é um produto arbitrário da vontade do legislador, mas uma criação que 
se lastreia no querer social. É a sociedade, como centro de relações de vida, como 
sede de acontecimentos que envolvem o homem, que fornece ao legislador os 
elementos necessários à formação dos estatutos jurídicos. 
� Referem-se ao CONTEÚDO do direito. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Condicionados pela Moral, 
Economia, Geografia, 
Cultura, Religião, etc. 
 
FONTES 
MATERIAIS 
= = 
CAUSA 
PRODUTORA 
DO DIREITO 
FATOS SOCIAIS E 
PROBLEMAS QUE 
EMERGEM NA 
SOCIEDADE 
 
 
25 PROVA MULTI – IED I 
Thaís Bombassaro – Direito Dinâmica – 1º Período B - 2012 
 
Fontes Formais 
� As fontes formais são os meios de expressão do Direito, as formas pelas quais as 
normas jurídicas se exteriorizam, tornam-se conhecidas. Para que um processo jurídico 
constitua fonte formal, é necessário que tenha o poder de criar o Direito. 
� CANAIS POR ONDE SE MANIFESTAM AS FONTES MATERIAIS. 
 
� Fontes diretas 
� Fontes indiretas � não criam a norma, mas fornecem ao jurista subsídios para o 
encontro desta, como é a situação da doutrina jurídica em geral e da jurisprudência. 
 
� Fontes formais estatais � LEGISLAÇÃO e JURISPRUDÊNCIA. 
� Fontes formais não estatais � COSTUMES e DOUTRINA. 
 
Lei x Legislação 
 
Lei 
� NORMA JURÍDICA APROVADA REGULARMENTE PELO PODER LEGISLATIVO. 
� É o preceito comum e obrigatório, emanado do Poder Legislativo, no âmbito de 
sua competência. 
� Caracteres substanciais: generalidade, abstratividade, bilateralidade, 
imperatividade, coercibilidade. Seu conteúdo expressa o bem comum. 
� Caracteres formais: escrita, emanada pelo Poder Legislativo em processo de 
formação regular, promulgada e publicada. 
Legislação 
� CONJUNTO DE NORMAS JURÍDICAS PRODUZIDAS PELO ESTADO (Direito Positivo) 
� A legislação compreende todos os atos da autoridade cuja missão consiste em 
editar regras gerais, sob forma de injunções obrigatórias, como são as leis 
propriamente ditas, os decretos, os regulamentos. 
 
AS FONTES FORMAIS ESTATAIS 
 
LEGISLAÇÃO 
Normas Constitucionais e Legais 
Normas Constitucionais 
• Sobrepõem-se a todas as normas do ordenamento jurídico. 
• Contém normas que: 
− garantem direitos individuais e coletivos (direitos fundamentais); 
− tratam da organização do Estado; 
− tratam da produção de outras normas, etc. 
 
 
26 PROVA MULTI – IED I 
Thaís Bombassaro – Direito Dinâmica – 1º Período B - 2012 
Emendas Constitucionais 
• Acrescentam, suprimem ou modificam o texto da Constituição da República. 
• Quórum de 3/5 do Congresso Nacional (de cada uma das casas – Câmara e 
Senado). 
• Não podem tratar de qualquer tema (art.60, §4º, CR/88) 
Leis Complementares 
• Regulamenta matérias relativas à organização, estrutura e serviços do Estado. 
Regulamentam matérias determinadas pela Constituição. 
• Maioria absoluta nas duas Casas do Congresso Nacional (quórum). 
• Não são superiores às leis ordinárias. Ex.: CTN, Estatutode Magistratura 
(art.93, CR/88), art. 131, CR/88... 
� Trata de temas especificados pela Constituição 
Leis Ordinárias 
• Atividade típica e regular do Legislativo 
• Editadas pelo Poder Legislativo da União, Estados e Municípios, com a sanção 
do chefe do Executivo. 
• Maioria simples 
• Temas variados. Ex.: Lei do Inquilinato, Lei de Falências, Lei do Salário-Família, 
Código Civil, CDC, Lei de Licitações, CTB,... 
� Trata de todo e qualquer assunto. 
Leis Delegadas 
• Elaboradas e editas pelo Presidente da República. 
• Sujeita à apreciação do Congresso Nacional. 
• Art. 68, CR/88. 
• Originadas de atribuição do poder de legislar ao Executivo. 
• A delegação é solicitada pelo Presidente ao Congresso Nacional. 
• Geralmente, não utiliza votação ou qualquer tipo de discussão. Não admite emenda. 
• É mais comum ao Executivo utilizar as medidas provisórias para legislar. 
Decreto Legislativo 
� Matéria de competência exclusiva do legislativo. 
� Maioria simples pelo Congresso. 
� Não necessita sanção do Executivo. 
� Promulgado pelo presidente do Senado Federal. 
� Ex.: julgamento de contas públicas, ratificação de tratados internacionais. 
Resoluções do Senado 
� Força de lei ordinária. 
� Versam sobre temas de atribuição exclusiva do Legislativo, mas de repercussão 
interna. 
� Por proposta do Presidente da República ou de 1/3 dos senadores. 
� Aprovadas por maioria absoluta do Senado. 
� Não tem sanção. 
� Promulgada pela mesa do Senado. 
� Ex.: Regimento Interno, licença e perda de cargo parlamentar, etc. 
 
 
 
27 PROVA MULTI – IED I 
Thaís Bombassaro – Direito Dinâmica – 1º Período B - 2012 
Medidas Provisórias 
� Normas expedidas pelo Presidente da República. 
� Substituíram o antigo decreto-lei. 
� Força de lei (art. 62, CR/88). 
� Não podem tratar de qualquer matéria (art. 62, §1º, CR/88) � relevância do 
interesse público e urgência. 
� Imediatamente submetidas ao Congresso Nacional. 
� Perdem sua eficácia se não forem convertidas em lei dentro do prazo de 60 
dias, prorrogável por uma única vez por igual período, a partir de sua 
publicação. 
Normas Jurídicas Infra-Legais 
 
Normas jurídicas que não são submetidas ao processo legislativo. São simplesmente 
decretadas ou instituídas pelo Executivo. Estão abaixo das leis, porém devem estar de acordo 
com elas. 
Decreto Regulamentar ou Decreto Executivo 
� Estabelecidos pelo Poder Executivo (União, Estados e Municípios) 
� Detalhar lei/aplicabilidade (detalhar leis pré-existentes a fim de facilitar a sua 
aplicação). 
� Vedada inovação. 
Instruções Ministeriais 
� Art. 87, CF/88 
� Expedidas pelos Ministros de Estado 
� Promover a execução de leis, decretos e regulamentos atinentes às atividades 
de sua pasta � orientação. 
Circulares 
� Ordenar serviço administrativo. 
Portarias 
� Comandos de caráter administrativo emitidos pelos órgãos públicos (desde o 
Ministério até uma simples repartição pública). 
Resoluções 
� Conselhos / Órgãos colegiados. 
� Matérias específicas – disciplinam temas de repercussão geral. 
 
JURISPRUDÊNCIA (Atividade Jurisdicional) 
• Dois significados: 
o Ciência do Direito 
o Conjunto de decisões harmônicas e sucessivas sobre determinado assunto. 
• Conjunto de decisões (sentenças) uniformes e constantes dos tribunais, resultantes da 
aplicação de normas a casos semelhantes, constituindo uma norma geral aplicada a 
todas as hipóteses similares ou idênticas. 
• Entendimento dos Tribunais. 
• Não vinculam (regra). 
 
 
28 PROVA MULTI – IED I 
Thaís Bombassaro – Direito Dinâmica – 1º Período B - 2012 
AS FONTES FORMAIS NÃO ESTATAIS 
Fontes subsidiárias do direito. 
COSTUMES (Prática Consuetudinária) 
• Conduta praticada ao longo do tempo (USO) + Sentimento de obrigatoriedade 
(CONVICÇÃO JURÍDICA). 
• Norma que deriva da longa prática uniforme ou da geral e constante repetição de 
dado comportamento sob a convicção de que corresponde a uma necessidade jurídica 
(que ao violá-la tenha de incorrer em alguma sanção exigível). 
• Art. 4º, L.I.N.D.B. 
• O recurso do costume só tem cabimento quando se esgotarem todas as 
potencialidades legais � completar a lei/preencher a lacuna. 
• Prática Consuetudinária = Fonte Formal. 
• Costume = Forma de expressão jurídica. 
 
DOUTRINA (Atividade Científico-Jurídica) 
• DOUTRINA � Produção científica dos estudiosos do direito: tratados, artigos, 
pareceres, manuais, monografias. 
• A doutrina é o estudo de caráter científico que os juristas realizam a respeito do 
direito, seja com o objetivo meramente especulativo de conhecimento e 
sistematização, seja com o escopo prático de interpretar as normas jurídicas para sua 
exata aplicação. 
• É nos tratados que se procuram as normas, neles os juristas apresentam sua 
interpretação e normas e soluções prováveis para casos não contemplados; se seus 
pensamentos forem aceitos pelos seus contemporâneos, fixam-se em doutrina, que 
por sua vez, irá inspirar os tribunais. A doutrina jurídica, nesse sentido, é um 
importante recurso à produção de normas jurídicas individuais para preencher 
determinadas lacunas. 
• É a doutrina que constrói noções gerais, conceitos, classificações, teorias, sistemas. 
Com isso, exerce função relevante na elaboração, reforma e aplicação do direito, 
devido à sua grande influência na legislação e na jurisprudência, que se inspiram no 
estudo dos juristas, que, com sua grande formação científico-jurídica, dedicam-se a 
aprofundar os problemas jurídicos, oferecendo em suas obras o resultado de suas 
reflexões e estudos. 
• Nítida é a influência da doutrina na legislação, porque o legislador, muitas vezes, vai 
buscar, no ensinamento dos doutores, os ensinamentos para legiferar. 
• A concepção do direito como um fenômeno lacunoso justifica a ação legislativa e 
estabelece limites para a função jurisdicional, permitindo, além disso, ampliar o papel 
da doutrina, que pode ser considerada colaboradora na função legislativa da 
colmatação das lacunas. 
• É inegável a influência da doutrina na decisão judicial, por proporcionar os 
fundamentos do julgado e por, ante os comentários, as críticas e definições jurídicas 
apresentadas pelos jurisconsultos, modificar a orientação de juízes e tribunais. � 
Ponto de apoio ao judiciário. 
• É fonte formal? 
o Sim. 
o Não. 
• Inegável caráter de fonte material. 
 
 
 
29 PROVA MULTI – IED I 
Thaís Bombassaro – Direito Dinâmica – 1º Período B - 2012 
NORMAS JURÍDICAS QUANTO À SISTEMATIZAÇÃO 
 
Leis esparsas 
� Se editadas isoladamente. 
� Ex.: a lei do inquilinato, a lei do salário-família, etc. 
Leis codificadas 
� Quando constituem um corpo orgânico de normas sobre certo ramo do direito. 
� Ex.: Código Tributário Nacional, Código Civil, Código Penal, Código de Processo Civil, 
etc. 
� O código não é um complexo de normas, mas uma lei única que dispõe 
sistematicamente sobre um ramo jurídico. 
Consolidadas 
� Quando forem uma reunião de leis esparsas vigentes sobre determinado assunto. 
� Ex.: Consolidação das Leis do Trabalho. 
 
 
 
 
 
 
30 PROVA MULTI – IED I 
Thaís Bombassaro – Direito Dinâmica – 1º Período B - 2012 
UNIDADE V – Relação Jurídica 
CONCEITOS 
• Vida em sociedade: conflitos (relações familiares, amorosas, religiosas, sociais... 
jurídicas � vínculo jurídico entre pessoas) 
 
• Nem todas as relações sociais são jurídicas. 
 
� As relações sociais relevantes para a vida em convivência ingressam no 
mundo do Direito. 
� As relações jurídicas se forma pela incidência de normas jurídicas em fatos 
sociais – não há relação jurídica se não houver um fato que corresponda a 
certas normas ou regras de Direito. 
 
O direito é um dos meios de resolver conflitos, quando há relação jurídica. 
Os conflitose relações podem ser judicializados (nem todos) � levar os conflitos da sociedade 
para o judiciário resolver. 
Quando existe uma norma jurídica prévia (positiva ou não) que incide sobre um fato social 
(conflito) e existe um direito subjetivo (possibilidade de exigir de alguém aquilo q a lei me 
atribui como próprio) � temos uma relação jurídica. 
 
• Relação Jurídica 
 
� Vínculo entre pessoas do qual derivam consequências obrigatórias, por 
corresponder a uma hipótese normativa. 
� Dois requisitos são necessários para que haja uma relação jurídica: 
o Uma relação intersubjetiva – um vínculo entre duas ou mais pessoas 
(físicas ou jurídicas) 
o A correspondência ou adequação do vínculo a uma hipótese 
normativa, decorrendo por isso consequências obrigatórias. 
 
 
• Direito objetivo � fato � direito subjetivo 
 
 
 
 
 
31 PROVA MULTI – IED I 
Thaís Bombassaro – Direito Dinâmica – 1º Período B - 2012 
UNIDADE VI – A Escola da Exegese 
 
Interpretar o direito consiste numa profissão de fé (apego às normas). 
 
� Principais representantes: Jean Ch. F. Demolombe, Troplong, Alexandre Duranton, 
Proudhon, Charles Aubry, Frédéric Charles Rau e Pothier. 
� A filosofia racionalista do séc. XVII e XVIII contribuiu para a formação dos ideais que 
arcaram as revoluções liberais, como a Revolução Gloriosa (1689) na Inglaterra e, 
posteriormente, quase no séc. XVIII, a Revolução Francesa (1789). 
� O absolutismo foi perdendo espaço, e a burguesia cresce com base nas teorias racionais, 
iluministas e universais. 
� Após a Revolução Francesa, sob a influência de Rousseau, o Direito revela-se como forma 
de limitar o poder, evitando o abuso. A necessidade de segurança se sobrepõe à justiça, 
que só existia no campo formal. 
� Surgimento do Estado Liberal e dos direitos fundamentais de 1ª geração (direitos civis e 
políticos). 
� A Escola da Exegese surge a partir do movimento doutrinário que estudou o Código de 
Napoleão (Código Civil Francês – 1804). Havia uma pretensão de se encontrar na lei a 
resposta para todos os conflitos. Movimento do fetichismo legal. (1804-1830) 
� O juiz era visto como mero aplicador da lei e simples funcionário do Estado, devendo 
interpretar a norma gramaticalmente buscando a vontade originária do legislador. 
Raciocínio jurídico meramente dedutivo. 
� Apesar de todas as críticas que permearam em torno do apego à literalidade do Código de 
Napoleão, o mesmo conseguiu se manter inalterado por quase cem anos. 
� A questão das lacunas não foi enfrentada pela Exegese, embora o art. 4º do Código 
abordasse que o juiz não poderia deixar de julgar alegando ausência ou obscuridade da lei, 
sob pena de ser acusado de crime de denegação de justiça. 
 
Principais características: 
 
DOGMATISMO LEGAL 
• Supervalorização do código (fetichismo legal) 
• Autossuficiência do código – o código encerrava todo o Direito. Nele apresentava-se a 
possibilidade de solução para todos os casos que viessem a ocorrer na vida social 
(consideravam que o código não apresentava lacunas). 
SUBORDINAÇÃO À VONTADE DO LEGISLADOR 
• O principal objetivo era o de revelar a vontade do legislador, aquele que planejou e fez a 
lei. 
• O intérprete deveria cumprir o seu dever de aplicador da lei. 
• “Se o intérprete substituir a intenção do legislador pela sua, o Judiciário estará invadindo a 
esfera de competência do Legislativo”. 
O ESTADO COMO ÚNICO AUTOR DO DIREITO 
 
Declínio (1880-1900): 
 
• Enquanto não houve mudanças sensíveis nas relações sociais, houve correspondência 
entre as estruturas sociais e o conteúdo das normas do código. 
• Revolução Industrial � surgimento de um desajuste entre a lei, codificada no início 
daquele século, e a vida com novos aspectos e exigências. A todo instante apareciam 
problemas nem sequer imaginados pelos legisladores do Código Civil.

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