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A doutrina da graça

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Seminário Teológico Batista do Sudeste em Guarulhos 
 A doutrina da Graça 
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Carla Geanfrancisco 2007 Página 1 de 5 
Conteúdo 
A Doutrina da Graça ................................................................................................................ 1 
POSSIBILIDADE DE SE RESISTIR À OBRA DO ESPIRITO SANTO CONTRASTADA 
COM A CHAMADA EFICAZ DO ESPÍRITO OU GRAÇA IRRESISTÍVEL ........................ 3 
 Arminianismo: ............................................................................................................. 3 
 Calvinismo: ................................................................................................................... 4 
A QUEDA DA GRAÇA CONTRASTADA COM A PERSEVERANÇA DOS SANTOS ...... 4 
 Arminianismo: ............................................................................................................. 4 
 Calvinismo: ................................................................................................................... 4 
Bibliografia ................................................................................................................................ 5 
 
A Doutrina da Graça 
Graça define-se como: manifestação de favor ou bondade sem relacionar a valor ou 
mérito da pessoa que recebe e independentemente do que a pessoa merece. 
A Graça é um dos atributos principais de Deus. O senhor Deus é “compassivo, 
clemente e longânime e grande em misericórdia e fidelidade”. Conseqüentemente, a 
graça esta quase sempre associada à misericórdia, amor, compaixão e paciência. 
No antigo testamento, o exemplo supremo da graça foi à redenção do povo hebreu 
do Egito e seu estabelecimento terra prometida. Isto não ocorreu devido a algum 
mérito da parte de Israel, mas independentemente de suas iniqüidades (DT 7:7-8; 
9:5-6). 
Embora a graça de Deus seja livre e não merecedora, não deve ser considerada 
como regra. A graça somente é desfrutada dentro da ALIANÇA – a dádiva é dada 
por Deus e é recebida pelas pessoas através de arrependimento e fé (AM 5:15). 
Deve ser humildemente procurada através da oração pela fé (Ml. 1:9). 
A graça de Deus foi revelada de modo surpreendente e concedida na pessoa e obra 
de Jesus Cristo. Jesus não foi apenas o beneficiário da graça de Deus (Lc 2.40), 
mas também sua encarnação (Jô 1.14), trazendo-a a raça humana para a salvação 
(Tt 2.11). Por sua morte e ressurreição Jesus restaurou a comunhão quebrada entre 
Deus e seu povo, judeus e gentios. 
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 O único caminho para a Salvação de qualquer pessoa é “pela graça do Senhor 
Jesus” (At 15:11) 
A graça de Deus revelada em Jesus Cristo é concedida aos seres humanos para 
salvação por meio do Espirito Santo, que é chamado “o Espirito da Graça” (Hb 
10.29). 
O espirito é aquele que une Cristo ao povo, para que este possa receber perdão, 
adoção como filhos e novidade de vida, assim como todo tipo de dom ou graça 
espiritual (Ef 4.7). 
Nós a chamamos de “graça soberana” porque graça não é meramente uma oferta de 
salvação; é também um poder que salva. Paulo deixa isto muito claro em Efésios 
2.5,6. “Estando nós ainda mortos em nossas ofensas, nos vivificou juntamente com 
Cristo (PELA GRAÇA SOIS SALVOS), e nos ressuscitou juntamente com ele e nos 
fez assentar nos lugares celestiais, em Cristo Jesus”. A razão de Paulo inserir esses 
parênteses foi ensinar-nos que a graça é um poder que ressuscita os mortos e, 
portanto, é TOTALMENTE imerecida. 
O tema da graça é especialmente notório nas cartas de Paulo. Este coloca a regra 
acima e contra a lei e as suas obras (Rm 3.24,28). 
Paulo deixa suficientemente claro que a salvação não é algo que pode ser 
conquistada; pode ser recebida apenas como dom da graça (RM 4.4). 
A graça, no entanto deve ser acompanhada pela fé; uma pessoa precisa confiar na 
misericórdia e no favor de Deus, mesmo que não lhe sejam merecidos. (Rm 4.16; l 
2.16). 
Nós nunca sentiremos a maravilha completa da graça até que desistamos da nossa 
idéia de que damos a palavra final em nossa salvação. Nunca seremos sinceros em 
relação à soberania de Deus em nossa vida se daremos a Ele toda a glória por 
nossa salvação até que reconheçamos que somos tão inúteis que Ele teve de fazer 
tudo. 
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Nós temos de acreditar. É claro, nós temos. Paulo já falou da natureza e 
necessidade da fé nos capítulos 3 e 4 de Romanos. Mas mesmo nossa fé é de Deus 
ou, como nós provavelmente diríamos melhor, é resultado de Seu trabalho em nós. 
Em Efésios Paulo diz “porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem 
de vós, é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie” (Efésios 
2.8-9). Quando somos salvos, primeiramente pensamos naturalmente que temos 
uma grande participação nisto, talvez por causa de ensinamentos errôneos ou 
superficiais, mas muito comumente apenas porque sabemos mais sobre nossos 
próprios pensamentos e sentimentos do que conhecemos de Deus. Mas, há quanto 
mais tempo alguém é cristão, mais ele se distancia de qualquer sentimento de que 
somos responsáveis por nossa salvação ou mesmo alguma parte dela, e mais 
próximos chegamos à conclusão de que é tudo de Deus. 
A lei de Moises revelou a justa vontade de Deus em meio à escuridão do paganismo; 
foi à dádiva graciosa de Deus a Israel (DT 4.8). 
Mas sua vontade tornou-se completa quando Jesus trouxe o evangelho da Graça ao 
mundo (Jô 1.17) 
Resumindo, então, Jesus certamente ensinou a absoluta soberania de Deus, a 
incapacidade do homem, à eleição incondicional de um povo para salvação, a graça 
eficiente de Deus que infalivelmente traz salvação aos eleitos e a perseverança final 
desses eleitos para a vida eterna. Esse é um dos textos chaves que apóiam a 
posição Reformada; porem mesmo assim vemos discussões como a seguir sobre a 
graça. 
POSSIBILIDADE DE SE RESISTIR À OBRA DO ESPIRITO SANTO 
CONTRASTADA COM A CHAMADA EFICAZ DO ESPÍRITO OU 
GRAÇA IRRESISTÍVEL 
 
 Arminianismo: 
O Espírito chama internamente todos aqueles que são externamente chamados pelo 
convite do Evangelho. Ele faz tudo que pode para trazer cada pecador à salvação. 
Sendo o homem livre, pode resistir de modo efetivo a essa chamada do Espírito. O 
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Espírito não pode regenerar o pecador antes que ele creia. A fé (que é a 
contribuição do homem para a salvação) precede e torna possível o novo 
nascimento. Desta forma, o livre arbítrio limita o Espírito na aplicação da obra 
salvadora de Cristo. O Espírito Santo só pode atrair a Cristo àqueles que O permite 
atuar neles. Até que o pecador responda, o Espírito não pode dar a vida. A graça de 
Deus, portanto, não é invencível; ela pode ser, e de fato é, freqüentemente, resistida 
e impedida pelo homem. 
 Calvinismo: 
Além da chamada externa à salvação, que é feita de modo geral a todos que ouvem 
o evangelho,o Espírito Santo estende aos eleitos uma chamada especial interna, a 
qual inevitavelmente os traz à salvação. A chamada externa (que é feita 
indistintamente a todos) pode ser, e, freqüentemente é, rejeitada; ao passo que a 
chamada interna (que é feita somente aos eleitos) não pode ser rejeitada. Ela 
sempre resulta na conversão. Por meio desta chamada especial o Espírito atrai 
irresistivelmente pecadores a Cristo. Ele não é limitado em Sua obra de aplicação da 
salvação pela vontade do homem, nem depende, para o Seu sucesso, da 
cooperação humana. O Espírito graciosamente leva o pecador eleito a cooperar, a 
crer, a arrepender-se, a vir livre e voluntariamente a Cristo. A graça de Deus, 
portanto, é invencível. Nunca deixa de resultar na salvação daqueles a quem ela é 
estendida. 
 A QUEDA DA GRAÇA CONTRASTADA COM A PERSEVERANÇA 
DOS SANTOS 
 Arminianismo: 
Aqueles que crêem e são verdadeiramente salvos podem perder sua salvação por 
não guardar a sua fé. Nem todos os arminianos concordam com este ponto. Alguns 
sustentam que os crentes estão eternamente seguros em Cristo; que o pecador, 
uma vez regenerado, nunca pode perder a sua salvação. 
 Calvinismo: 
Todos aqueles que são escolhidos por Deus e a quem o Espírito concedeu a fé, são 
eternamente salvos. São mantidos na fé pelo poder do Deus Todo Poderoso e nela 
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perseveram até o fim. 
 
Bibliografia 
 
 Champlin, Russel Norman. Enciclopédia da Bíblia Teologia e Filosofia, 2002. 
Hagnos 
 DIB – Dicionário Ilustrado da Bíblia 
 Hodge, Charles. Teologia Sistemática, 1ª edição, 2005. 
 Strong, Augustos Hopkins. A doutrina de Deus vol II, Hagnos. 
 Stott, John, Romanos coleção a bíblia fala hoje. 2ª ed. 2003. ABU 
 Tradução livre e adaptada do livro The Five Points of Calvinism - Defined, 
Defended, Documented, de David N. Steele e Curtis C. Thomas, Partes I e II, 
[Presbyterian & Reformed Publishing Co, Phillipsburg, NJ, USA.], feita por João 
Alves dos Santos.

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