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Desafios do Pastor Urbano

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Seminário Teológico Batista do Sudeste em Guarulhos 
Desafios do Pastor urbano 
_________________________________________________
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Carla Geanfrancisco 2006 Página 1 de 8 
Conteúdo 
Desafios do Pastor Urbano ......................................................................................... 1 
Mulheres nas Igrejas ................................................................................................... 5 
As Igrejas e o espaço sociocultural urbano ................................................................. 6 
Bibliografia................................................................................................................... 8 
 
 
Desafios do Pastor Urbano 
 
As Igrejas Cristãs protestantes têm atraído bastante atenção de estudiosos. 
Muitos têm se dedicado a analisá-las. Uma grande parte dos estudos examina o 
seu papel no processo da transformação social e política. 
A estrutura e a organização dessas Igrejas têm também sido objeto de 
investigação. Embora estes estudos possam servir de ponto de partida para uma 
análise das Igrejas, o contexto histórico e sociocultural, é bastante discutido, pois 
estamos em um pais muito grande ou ate mesmo em um mundo, muito 
diversificado de culturas diferentes. 
No prefacio do livro Cidade de Deus, Cidade de Satanás, o Sr. Robert C. 
Linthicum comenta que em vários congressos em diversos paises onde palestrou 
o assunto é amplamente discutido, quando se fala em teologia bíblica urbana, ou 
seja, a necessidade de se compreender o mundo caótico em que vivemos, e suas 
dificuldades, quando a organização comunitária, e compreensão da injustiça e 
confusão reinantes. 
Temos ainda que levar em conta a diversidade ideológica existente, aliada a 
historia de colonização e de vivencia do povo, alem da agregação de diversas 
religiões e ritos de outras igrejas. 
Seminário Teológico Batista do Sudeste em Guarulhos 
Desafios do Pastor urbano 
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Carla Geanfrancisco 2006 Página 2 de 8 
De certo modo, pode-se dizer que a combinação do quase-ateismo e do 
nacionalismo que caracterizava a atmosfera ideológica da primeira década pós-
colonial criou um ambiente relativamente propício para o avanço e proliferação de 
um cristianismo místico, na medida em que esta atmosfera era particularmente 
sufocante para as Igrejas tradicionais, especialmente a católica, que eram, pelo 
menos implicitamente, vistas como uns dos símbolos principais tanto do 
obscurantismo religioso como da dominação cultural e política estrangeira. A 
liberalização econômica e a maior tolerância política e religiosa das autoridades a 
partir dos últimos anos da década passada facilitar progressivamente a 
propagação das Igrejas Protestantes. 
De acordo com a informação sobre assuntos religiosos, novas Igrejas são 
registradas quase que diariamente. Não foi possível conseguir alguma estatística 
oficial fidedigna sobre o número dos afiliados, pois muitas delas não mantêm 
registros, até por que surgem sem bases teológicas, cujo instrumento, embora 
não focado nos aspectos religiosos, incluiu muito a idéia de um “negocio”, para 
aquelas que não são conhecidas como tradicionais e históricas protestantes bem 
estabelecidas (presbiteriana, metodista, adventista, anglicana, etc.). 
Então o futuro pastor urbano encontra-se à frente de uma dificuldade em levar o 
real evangelho de Jesus, com a escritura sagrada, frente a diversas 
denominações e igrejas que abusam da teologia barata do toma lá, da cá. A 
teologia de Deus que responde a atender as necessidades que o povo impõe. 
Existem umas grandes variedades de Igrejas geralmente designadas como 
evangélicas, cujas doutrinas, liturgia, ritos e tabus diferem, mas que compartilham 
uma característica fundamental – a invocação do Espírito Santo e a cura divina 
efetuada por meio da sua ação milagrosa. 
A Igreja Evangélica é uma Igreja de comunidade por excelência – localizada 
dentro da comunidade e sendo parte integrante da vida social comunitária. 
Embora as Igrejas locais sejam freqüentemente ligadas com alguma entidade 
Seminário Teológico Batista do Sudeste em Guarulhos 
Desafios do Pastor urbano 
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Carla Geanfrancisco 2006 Página 3 de 8 
coordenadora dirigida por um bispo, pastor, presbítero, esta ligação na maioria 
das vezes é umas formalidades simbólicas, deixando aos líderes das Igrejas 
locais uma grande autonomia nas questões tanto teológicas como organizacional 
o que pode dificultar a que um membro permaneça em uma igreja, e não fique 
migrando, de uma placa a outra. 
O que vemos muito e a igreja estruturada em torno da figura carismática do pastor 
que freqüentemente, sobretudo em casos de Igrejas pequenas, é também o 
profeta, que possui o dom de invocar, prever, e o Espírito Santo para efetuar a 
cura. De fato, a existência dum profeta carismático é o elemento crucial de 
identificação das atuais igrejas: tanto os crentes como os próprios profetas 
consideram que a existência de um profeta é a característica das que as distingue 
das outras Igrejas, pois o povo tem origem em um misticismo aberto. Os profetas 
na sua maioria são homens de baixo nível de educação e poucos conhecimentos 
teológicos, o que para suas atividades diárias constitui certa vantagem, pois 
facilita a sua integração com os fiéis, devido à semelhança de características 
socioculturais. Outros membros da hierarquia local – diácono, evangelista, 
pregador, conselheiro, etc. – embora na prática tenham funções relativamente 
secundárias, são também elementos importantes na identificação e estruturação 
da igreja, pois assim, em mundos onde muitos se vêem oprimidos conseguem 
galgar cargos, o que em outras religiões não é possível. 
Ao contrário da hierarquia relativamente bem definida das lideranças tradicionais, 
os aderentes representam geralmente uma massa social bastante amorfa. São na 
maior parte residente da zona suburbana, predominantemente migrantes recentes 
das zonas rurais, geralmente pobres, com baixo nível educacional 
e marginalizados em relação ao mercado laboral urbano. São na sua maioria 
convertidos vindos das principais denominações cristãs do país – a Igreja católica 
e as Igrejas protestantes bem estabelecidas, mas também de outras Igrejas 
protestantes. A cura através da fé e de milagres constitui a atração principal das 
novas igrejas. Muitos habitantes da cidade, qualquer que seja a sua afiliação 
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Carla Geanfrancisco 2006 Página 4 de 8 
religiosa anterior, aderem às estas, buscando tratamento para doenças físicas e 
problemas sociopsicológicos. Neste sentido, elas oferecem-lhes uma alternativa 
atrativa tanto ao sector moderno de saúde, elitista e ineficaz, como aos serviços 
comercializados e desacreditados em outros meios. 
Dada a natureza desta atração, a afiliação nestas igrejas continua fluida e 
instável. As pessoas que vão às sessões podem ser divididas em dois grupos : o 
primeiro constituído por membros permanentes, que freqüentam tanto as sessões 
de oração como as de tratamento, e o outro que inclui os que primeiramente 
buscam a cura e, portanto freqüentam, sobretudo as sessões de tratamento. Para 
esta segunda categoria a participação nos serviços religiosos nem sempre 
significauma conversão definitiva : muitos participantes mantêm, mesmo se em 
segredo, afiliação com as suas congregações anteriores. Também muitos 
convertidos recentes podem abandonar a igreja se não estão satisfeitos com os 
resultados do tratamento ou quando consideram que já estão curados e, portanto 
a continuação da sua participação já é desnecessária. Normalmente as igrejas 
não exigem que as pessoas que vêm receber um tratamento rompam com as 
suas Igrejas e se juntem definitivamente. Todavia é subentendido que a cura será 
eficaz e completa só se o paciente não interromper o tratamento. Já que a 
continuação indefinida do tratamento é necessária, a participação contínua do 
paciente nas sessões é de fato requerida. 
Oficialmente a afiliação com a Igreja não exige mais que o pagamento de uma 
quota financeira simbólica ; o tratamento efetuado durante as sessões de cura é 
oficialmente grátis. 
Contudo, na realidade, espera-se que tanto os membros permanentes como os 
participantes temporários que vêm em busca de cura dêem contribuições 
financeiras, e tais expectativas tornam-se cada vez mais evidentes, na medida em 
que a economia de mercado e a comercialização da vida avançam. 
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Então para o pastor urbano, com real propósito, fica um julgo desigual, que 
somente Deus para mudar a este quadro. 
 
Mulheres nas Igrejas 
A participação nas Igrejas é simultaneamente um reflexo e um mecanismo de 
adaptação às mudanças nos papéis e hierarquia dos sexos. 
As mulheres são sobre representadas nas sessões, e as « doenças de 
mulheres », especialmente a esterilidade, bem como as doenças de crianças, que 
são sempre a cargo das mulheres, são entre os alvos centrais da cura milagrosa. 
Por exemplo, uma das mulheres, não tinha podido conceber durante treze anos 
após o nascimento do seu primeiro filho. 
O tratamento no hospital não deu resultados, e ela dirigiu-se a uma congregação 
Depois das sessões curativas, ela concebeu, e decidiu ficar na Igreja. Várias 
mulheres entrevistadas vieram em busca de tratamento para os seus filhos. Uma 
outra forma típica da entrada de mulheres nas Igrejas é através do matrimônio. 
A análise da participação de mulheres nas Igrejas não tradicionais em outros 
contextos histórico-culturais, nomeadamente nas Igrejas evangélicas 
e pentecostais da América latina, tem indicado que esta participação poderia 
contribuir para a emancipação de mulheres (Brusco 1995 ; Machado 1996). Em 
princípio, a participação das mulheres nas Igrejas poderia também desempenhar 
um papel significativo no aumento do poder das mulheres no seio do lar, na 
medida em que esta participação afasta tanto a mulher como o homem do 
domínio ilimitado do tradicional sistema patriarcal. Porém, isso não significa que o 
ambiente preconiza a igualdade entre os sexos : a subordinação da mulher é 
simplesmente um pouco atenuada. As Igrejas em geral não se opõem que 
mulheres que tenham vindo de um casamento desfeito com filhos participem da 
igreja, mesmo que elas não tenham cargos, porem isso difere muito das 
chamadas tradicionais, e acabam sendo um atrativo. 
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Por outro lado os pastorem tem que ter uma atenção especial a elas, já que esta 
é à busca de um lugar que as abriguem, sem uso de instrumentos principais da 
subjugação da mulher dentro da sociedade e do lar. Embora os aderentes sejam 
proibidos de casar-se com mais de uma mulher, os matrimônios são permitidos e 
imputados para que se regularizem suas situações antes da adesão à Igreja, 
assim então as mulheres possam ser melhores amparadas. Um homem casado 
que vem à Igreja sem a sua esposa é bem-vindo, mas uma mulher casada que 
não venha acompanhada pelo marido ou cujo marido não tenha comunicado aos 
líderes da Igreja a sua aprovação da participação dela Enfim, mesmo se a 
afiliação com uma Igreja oferece a mulheres uma alternativa ao tradicional 
sistema da opressão patriarca, a reclusão social dentro das pequenas 
comunidades pode reduzir os contactos das mulheres com outros modelos 
socioculturais e conseqüentemente dificultar a sua emancipação. 
 
As Igrejas e o espaço sociocultural urbano 
O lugar das Igrejas no espaço sociocultural Brasileiro pode ser definido em termos 
de três dimensões inter-relacionadas. A primeira é a dimensão sócioterapêutica 
no sentido mais amplo da palavra, isto é, incluindo a prevenção e o tratamento de 
doenças físicas, a provisão de conforto emocional, e a solução de problemas 
sociais. 
Embora alguns pastores prefiram ver as suas Igrejas como « escolas », a 
metáfora que parece mais adequada é a de « clínica ». 
 Neste mercado sócioterapêutico as Igrejas concorrem com o setor moderno da 
saúde, a medicina tradicional e outras Igrejas. 
A segunda dimensão é a dimensão etnocultural, estruturada pela dicotomia do 
mundo indígena, tradicional, o mundo importado brancos e negros, e a –, a 
dicotomia que permeia a vida quotidiana da sociedade urbana. As Igrejas refletem 
Seminário Teológico Batista do Sudeste em Guarulhos 
Desafios do Pastor urbano 
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simultaneamente o conflito entre as tradições indígenas, as de origem rural e as 
normas urbanas de origem ocidental, e a interpenetração entre ambas. Assim, por 
um lado, elas opõem-se veementemente ao culto tradicional dos antepassados, à 
« feitiçaria » e outras crenças e práticas indígenas consideradas 
« obscurantistas ». Por outro lado, os rituais e procedimentos curativos dos 
próprios são parecidos com os dos curandeiros tradicionais. Estes elementos 
« quase tradicionais » das Igrejas facilitam o ajustamento cultural e a integração 
social dos migrantes rurais ao meio urbano. 
A terceira dimensão é a da estruturação e reestruturação das relações sociais. 
Esta (re) estruturação ocorre a vários níveis. Ao nível do lar, a participação na 
Igreja, influencia a hierarquia e as relações entre os sexos. Ao nível da 
comunidade, as Igrejas, espalhadas por toda a cidade, formam eixos importantes 
da organização social da comunidade. A participação nas Igrejas cria um novo 
tipo de laços sociais, especialmente para as mulheres, e, portanto reorganiza o 
espaço social comunitário. Esta reorganização inclui elementos tanto de coesão e 
solidariedade como de tensão e conflito, na medida em que diferentes 
congregações religiosas, e outras competem na arena comunitária. Ao mesmo 
tempo, a dedicação quase exclusiva à cura e o caráter recluso das Igrejas limitam 
o impacto delas sobre a organização social da comunidade. 
Ao nível da estruturação política, o papel das Igrejas é ainda mais complexo. 
Vários estudos têm analisado o lugar das Igrejas no processo político. Alguns 
dizem que uma forma, mesmo que implícita, de mobilização sóciopolítico, outros 
chegaram à conclusão que a aquiescência das doutrinas das Igrejas, focadas 
primeiramente nas preocupações individuais dos seus afiliados, lhes fazia retirar-
se do processo político externo, com a sua orientação antigentios, tinham o 
potencial de mobilizar a população para que votem em seus candidatos – uma 
ameaça reconhecida (e talvez exagerada)pelo próprio regime. Porém, depois da 
avaliação feita e da demonstração de atuação destes “políticos cristãos”, e 
especialmente no ambiente da transição para a economia de mercado, as Igrejas 
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parecem ter perdido o ímpeto político inicial. Nestas condições a retórica já não é 
suficiente para a organização política da comunidade. Embora as Igrejas 
estejam bem situadas para se tornarem fulcros da expressão e mobilização 
política das massas pobres excluídas do processo político de « alto nível », a 
impressão geral é que a maioria dessas Igrejas prefere afastar-se do discurso 
sobre a crescente injustiça e desigualdade social, e em vez disso concentrar-se 
na busca da saúde e do bem-estar individual. 
Assim podemos dizer que neste processo todo. O pastor devera e terá que tratar 
vários assuntos tendo muito fortemente o seu chamado. Pois deve encarara à 
igreja como um Ministerio Urbano de Deus. 
Firmemente embasado nas escrituras sagradas, com um propósito muito firme de 
oração, e vida em comunidade, buscando ser fiel a Deus, e em seus propósitos 
de reino, como amor ao próximo. 
 
Bibliografia 
 
Hesselgrave, Davida J. Plantar Igrejas. Um guia para Missoes Nacionais e 
Transculturais. Edição Vida Nova. 1995 
Linthicum, Robert C. Cidade de Deus Cidade de Satanás, uma teologia Bíblica 
dos Centros Urbanos. Editora Missao , 1993.

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