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Ciênvia Política- Elementos do Estado e Evolução Histórica do Estado.

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 FACULDADE DE DIREITO
Profª Bernadete Bacellar do Carmo Mercier 
Ciência Política
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 FACULDADE DE DIREITO
Profª Bernadete Bacellar do Carmo Mercier 
Ciência Política
3ª Aula de TGE
ELEMENTOS CONSTITUTIVOS E ESSENCIAIS DO ESTADO 
	 Seus elementos constitutivos (intrínsecos – referentes a sua estrutura): população, território, governo (Segundo Sahid Maluf).
	Há quem pense que são apenas: território e soberania.
 
 Outros: território e povo (elementos materiais) e Poder (elemento formal); 
 Autoridade
 Governo ou Soberania.
	
 E surge o quarto elemento com Groppali (1953): a Finalidade ou Fins.
	José Afonso, e outros, apontam: povo, território, fins e poder (que pode aparecer como poder político ou poder soberano ou soberania).
 Dalmo de Abreu Dallari – povo, território, finalidade e soberania.
	E por isso se fazem necessárias algumas definições. 
Nação – conceito de ordem subjetiva - unidade sócio-psíquica. Forma-se por fatores: a) naturais (idioma, território e etnia); b) históricos (tradições, costumes, religião e leis) e c) psicológicos (aspirações comuns, consciência nacional, etc.) – Conjunto de pessoas ligadas entre si por vínculos permanentes: sangue, idioma, religião, cultura e ideais, etc. É anterior ao Estado. 
 	Sendo que várias nações pode-se reunir em um só Estado, por ex.: a Áustria e a Hungria formaram por muito tempo um só Estado ou a Escócia, a Irlanda e a Inglaterra também. Mas também uma só nação pode dividir-se em vários Estados, como a Alemanha, por exemplo, ou a Itália antes de 1870 que foi dividida em vários Estados. 
	Existe um princípio dominante de direito internacional moderno que prevê que cada Nação deve constituir um Estado próprio. 
População - conceito aritmético, quantitativo, demográfico - em um determinado momento – que designa a massa total dos indivíduos que vivem dentro das fronteiras e sobre a égide da lei de um determinado país. Incluindo a todos (estrangeiros, apátridas, etc).
Povo – genericamente equivale à população, mas estritamente refere- se à nação (ex. povo brasileiro). Conjunto de indivíduos que se unem para constituir o Estado, em permanente vínculo jurídico com ele (Estado), que participam da vontade do Estado e do exercício do poder soberano.
Raça – unidade bio-antropológica. Pode haver uma nação com várias raças e de uma raça podem nascer várias nações. 
Estado – conceito de ordem objetiva - um agrupamento humano ou uma sociedade, estabelecida em um território e submetido a um poder soberano, que lhe dá unidade orgânica. Clovis Beviláqua. 
	O termo Estado entra na terminologia política dos povos ocidentais no século XVI, vindo da expressão que, abreviadamente, se referia as três classes que formavam a população dos países europeus, a nobreza, o clero e o povo. 
	Um povo, em um dado território, só é visto como um Estado, quando conquista sua independência com relação a outros Estados. (tem poder soberano). 
ELEMENTOS DO ESTADO
POVO
Povo – primeiro elemento do Estado (sem seres humanos não há de se cogitar em Estado).
	Deve se considerar o requisito homogeneidade qualificador da população – chegando mais próximo do conceito de nação. Não envolve a idéia de raça (homogeneidade racial). Deve ser uma unidade ético-social que forma uma unidade política. Só os nacionais participam da vontade estatal, já que os estrangeiros não possuem direitos políticos. 
	
	Em Estados criados arbitrariamente por deliberação – a partir de aglomerados heterogêneos, criados por convenções ou tratados internacionais – sua existência será precária ou tumultuada. Sempre que reuniram grandes nações ou as separaram, pela força ou por conveniência de alguns, nunca lograram êxito. 
TERRITÓRIO 
	Base física, elemento físico, âmbito geográfico da Nação. Kelsen “âmbito de validez da ordem jurídica”.
	Uma nação pode se constituir sem território, mas 
um Estado não (nação judaica – desde a expulsão de Jerusalém até a partilha da Palestina).
	É o espaço certo e delimitado onde se exerce o poder do governo sobre os indivíduos. É patrimônio do povo e não do Estado.
	Compreende supra-solo, subsolo e mar territorial (marítimo e fluvial).
	O espaço de validade da ordem jurídica:
o solo contínuo e delimitado;
o solo insular e demais regiões separadas do solo principal;
rios, lagos e mares interiores;
os golfos, baías, portos e ancoradouros;
rios e lagos divisórios;
o mar territorial e respectiva plataforma marítima (200 milhas no Brasil);
subsolo;
espaço aéreo (supra-solo);
navios mercantes ou privadas e aeronaves (em águas brasileiras e alto mar ou espaço aéreo correspondente);
navios ou aeronaves de guerra (públicas ou a serviço do país- art. 5ºCP) onde quer que estejam;
edifícios das embaixadas e legação em países estrangeiros.
FINALIDADE OU FINS
	Há Autores que não colocam a finalidade ou os fins do Estado como elemento do Estado, contudo, é impossível chegar a uma idéia de Estado sem pensar em seus fins. Inclusive há quem entenda que legitimação de todos os atos do Estado depende de sua adequação às suas finalidades. Além disso, sendo uma Sociedade, como vimos, a reunião de indivíduos sempre visará uma finalidade. 
	Porém pode haver circunstâncias que o Estado é forçado a se afastar de suas finalidade e ceder a outros fins que não os seus.
	Mas há uma estreita relação entre seus fins e as funções que desempenha. 
	Muitas vezes há uma exaltação exagerada de uma das finalidades em detrimento das outras, como por exemplo, se o Estado supervaloriza as funções econômico-financeiras ou a obsessão pela ordem e exige uma disciplina férrea que elimina a liberdade (que é um dos valores fundamentais da pessoa humana).
	
	Existe a classificação em fins objetivos e fins subjetivos.
Objetivos – aqueles comuns a todos os Estados de todos os tempos, como desenvolvimento, bem-estar, convívio pacífico, etc.
Subjetivos – síntese dos fins individuais, mudando de Estado para Estado, ou no mesmo Estado com o decorrer do tempo. Ex. “construir uma Sociedade livre, justa e solidária.”art. 3º, inciso I, da CF do Brasil.
	
GOVERNO SOBERANO /PODER/ PODER SOBERANO OU SOBERANIA
	Para alguns o Governo é a soberania colocada em ação ou o exercício do Poder Soberano. É o conjunto das funções necessárias à manutenção da ordem jurídica e da administração pública. 
	O Sahid Maluf considera a soberania a força impulsionadora e geradora do elemento governo.
	Porém, muitos autores colocam o governo com implícito na Soberania/Poder Soberano, ou apenas como meio pelo qual se atinge seus fins. 
	Como afirma o Prof. Dalmo de A. Dallari para maioria dos Autores o poder é um dos elementos essenciais do Estado, posto que é uma sociedade que não pode existir sem Poder (para o exercício da autoridade). Afirma também que a soberania é uma das qualidades desse Poder Estatal.
EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO ESTADO – Estado antigo. Estado Grego. Estado Romano.
	Dinâmico por excelência vem evoluindo sempre, conforme também vem evoluindo a civilização humana. Não segue um desenvolvimento retilíneo, pois ora ocorrem avanços arrojados, outras vezes retrocessos profundos ou longas estagnações.
Classificação:
Estado Antigo -– período de 3000 a.C. até o séc. V da era cristã (queda do império romano – metade ocidental.
– teocrático (poder divino) e politeísta – a monarquia absoluta exercida em nome dos deuses tutelares dos povos (o monarca representante das divindades – descendentes dos deuses). Eram mantidos por força de armas. Com grandes diferençassociais (nobres/ chefes militares e sacerdotes de um lado, e parias e escravos do outro) em sistema de castas.
Estado Oriental – deixa como legado para a humanidade a matemática (no Egito) e a astrologia (na Mesopotâmia). Como também o Código de Hamurabi (Babilônia) e os Livros dos Mortos (Egito) de onde se podem extrair princípios basilares da ordem social que serviram como inspiração para a legislação moderna. Apareceram também as grandes religiões educadoras dos povos: o budismo, o cristianismo e o islamismo.
Destaca-se o Estado de Israel por seu feitio mais humano e racional (monoteísta). Com características democráticas já que todos tinham a proteção da lei, inclusive contra o poder público. O povo não tinha participação efetiva na vontade do Estado, mas os fracos e desamparados eram protegidos, fossem cidadãos ou escravos, nacionais ou estrangeiros. 
Estado Grego - se caracteriza nitidamente pela separação de religião e política. 
Estado Romano – distinguia o direito da moral, enquanto império foi expressão máxima da concentração política e econômica. Com a queda da realeza primitiva, plebe numerosa começaram a conquistar seus direitos de cidadania. A partir do século II a.C. o exército romano tornou-se uma força mercenária, composta de cidadãos de pouco recursos que viam, nas vitórias dos generais que os comandavam, a possibilidade de obter terras e riquezas na final de cada campanha. 
As estruturas políticas das cidades-estados de Roma, com suas velhas instituições (magistraturas, assembléias, senado – com seu caráter oligárquico), não conseguiram dar contas das pressões e interesses conflitantes, desencadeando sangrentas guerras civis até a constituição do Principado, o Império. 
Em 27 a.c. deu início ao Império Romano (alguns indicam outras datas 44a.c. ou 31 a.c.). Por influência do Cristianismo desapareceu a noção de superioridade dos romanos, que sempre foi a base da unidade do Estado Romano, com isso se deu o começo do fim do império, com a desintegração do Imperio Romano no Ocidente, dando início a IDADE MEDIA, no século V (em 476 d. C.), e consequentemente ao Estado Medieval. 
Teodósio I HYPERLINK "http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Theodosius_I%27s_empire.png" \o "Ampliar" ��A divisão do Império após a morte de , 395 d.C. sobreposta em fronteiras modernas. ██ Império Romano do Ocidente. 
██ Império Romano do Oriente.
Estado Medieval – Características: o cristianismo; a invasão dos bárbaros; e o feudalismo. A partir do séc. V, nova expressão de descentralização do poder, mas com preeminência do Papado sobre o governo temporal. Estado Feudal – oriundo da invasão dos bárbaros, expressão da descentralização política, administrativa e econômica, e complexa fusão de valores culturais romanos e germânicos. Vários centros de poder – como: reinos, senhorios, as comunas (cidades/comércio), organizações religiosas, corporações de ofícios – todos com autoridade e independência, e não se submetiam à vontade do Imperador; Conflitos entre o Papa e o Monarca. Feudalismo, estabeleceu três institutos jurídicos acabavam por confundir o setor público e privado: a Vassalagem; o Benefício família, podendo ainda estabelecer-lhes regras de comportamento; e a Imunidade.
A IDADE MÉDIA termina com o fim do Império Romano do Oriente, com a Queda de Constantinopla, no século XV (em 1453 d.C.), quando surge o movimento renascentista.
Estado Moderno 
Estado com Absolutismo Monárquico - inicia no século XV e é um período de transição para os tempos modernos - a nobreza reagiu contra a descentralização feudal da Idade Média – contra o controle da Igreja Romana. A reação das próprias populações escravizadas, o desenvolvimento da indústria e do comércio, e as novas idéias racionalistas (conhecimento apenas advindo da razão) minaram a estrutura feudal, fazendo surgir as nacionalidades e a restauração do Estado. As próprias populações sacrificadas pelo regime de vassalagem procuraram refúgio na unidade do Estado.
De outra parte, os conflitos entre a Igreja e os Monarcas foram constantes no Estado Medieval especialmente no final da Idade Média (sec. XV), em razão da disputa do poder. A igreja romana também começou sofrer ataques do liberalismo religioso e da filosofia racionalista, e reagiu de maneira vigorosa, e ao mesmo tempo o governo temporal entrou abertamente em luta contra o Papado.
Assim as monarquias viram-se liberadas do poder da Igreja e fortalecidas pela dissolução do feudalismo, e caminharam para centralização absoluta do poder
Estado Liberal – implantado pela revolução francesa e baseado no princípio da soberania nacional. 
Estado Social – surge a partir da primeira guerra mundial – com diversas variantes.
SOBERANIA. Poder Soberano.
Dalmo de Abreu Dallari – afirma que soberania é um dos temas que muito tem atraído cientistas de todas as disciplinas: Filósofos do Direito, Cientistas Políticos, Historiadores das Doutrinas Políticas, dentre outros que objetivam o estudo das teorias e fenômenos jurídicos e políticos, e isso deu origem a muitas teorias, farta bibliografia e algumas distorções em razão de conveniências. Diz ainda ser a característica fundamental do Estado (a coloca como elemento).
No Estado da Antiguidade (até o fim o Império Romano do Ocidente) – não se encontra qualquer noção que se assemelhe a soberania. Isso ocorria porque o Estado tinha como função muito específica de estabelecer ordem e tributar, e não havia oposição ao Poder do Estado por outros Poderes. Aristóteles dizia que as Cidades-Estado eram dotadas apenas de Autarquia – auto-suficiência do Estado - sem indicar supremacia de poder. 
Somente durante a Idade Média que o tema começa a ganhar importância (aparecem inúmeras ordenações independentes – inclusive confundindo as atribuições do Estado com as de outras entidades, como por exemplo: os feudos).
Teoria da Soberania Absoluta do Rei - teorias teocráticas
A partir do séc. XIII o Monarca vai ampliando sua esfera de competência exclusiva – acima de todos os barões – adquirindo o poder supremo de justiça e de polícia, até conquistar também o poder legislativo. O Rei era soberano em todo o reino – e vai cada vez mais adquirindo o caráter absoluto – até ser supremo. No final da idade média os monarcas tem supremacia - ninguém lhes disputa o poder- de origem divina do poder – nasce o absolutismo monárquico. Assim a soberania do séc. XVI aparece pela primeira vez como conceito teórico. Soberania era originária, ilimitada, absoluta, perpétua e irresponsável em face de qualquer outro poder temporal ou espiritual. O Monarca era o representante de Deus e todo o poder se concentra nele. Começou a firmar-se nas monarquias medievais e se consolidou nas monarquias absolutistas.
Bodin diz ser um poder absoluto e perpétuo, tendo como limitações as leis divinas e naturais (de Deus). Outros autores acrescentaram como característica a inalienabilidade.
Teoria da Soberania Popular - teorias democráticas	
Dois séculos mais tarde (1762) Rousseau – transfere a titularidade da soberania – da pessoa do governante para o povo. Diz que o contrato social gera o corpo político denominado Estado enquanto passivo, denominado Soberano quando ativo e Poder quando comparado com os semelhantes (com outros Estados). Diz que a soberania é inalienável e indivisível. Afirma que quando o poder absoluto, que o pacto social dá ao Estado, é dirigido pela vontade geral é soberania. O poder absoluto e inviolável não pode ultrapassar os limites das convenções gerais, ou seja, o poder do monarca é limitado pela vontade geral e as exigências aos súditos devem ser iguais a todos. Soberania popular - sustenta a limitação da autoridade e o direito de resistência do povo - reconhecia o poder real como soberania constituída – reconhecia um poder maior exercido pelo povo.
Essas idéias (burguesia contra a monarquia absoluta) atingem seu ponto forte na Revolução Francesa.
Teoria da Soberania Nacional - teoriasdemocráticas	
Essa idéia de Soberania Popular exerceu grande influência na teoria da Soberania Nacional – no começo do séc. XIX – Soberania expressão do Poder Político. Concebe a nação como sendo o próprio povo numa determinada ordem. 
Teoria da Soberania do Estado - Escolas Alemã e Austríaca
E surge na Alemanha a teoria da personalidade jurídica do Estado – e aponta-o como o titular da soberania – Ninguém pode desobedecê-lo – pois seria transgressão à soberania. 
No séc. XX – surgiram muitos conceitos de Soberania:
Poder do Estado 
Qualidade do Poder do Estado
Expressão da unidade de uma ordem (Kelsen)
Qualidade essencial do Estado (Reale)
Nota essencial do Poder do Estado
Elemento essencial do Estado e qualidade do Estado (o caracteriza).
Dalmo de Abreu Dallari – diz ainda que em todas as teorias a noção de soberania estão ligadas a uma concepção de poder. Afirma que o que diferencia tais concepções é uma evolução do sentido eminentemente político para uma noção jurídica.
Concepção meramente política - a soberania expressa a plena eficácia do poder. Por esse conceito o poder soberano não se preocupa em ser legítimo ou jurídico – apenas se importa em ser absoluto (não admite confrontações). 
E a soberania baseada na supremacia do poder do mais forte gerou um verdadeiro egoísmo entre os grandes Estados.
Concepção meramente jurídica - a soberania é o poder de decidir em última instância sobre a atributividade das normas (a quem pertence o direito) – expressa a eficácia do direito. É o poder jurídico utilizado para fins jurídicos. O Estado decide qual é a regra aplicável em cada caso. Não há Estados mais fracos ou mais fortes já que a noção de direito é a mesma.
Terceira conceção - Culturalista - Miguel Reale – Não admite que Soberania seja uma mera força (concepção política) nem tão pouco apenas fenômeno submetido ao direito. E conceitua: como sendo o “poder de organizar-se juridicamente e de fazer valer dentro de seu território a universalidade de suas decisões nos limites dos fins éticos de convivência”.� (delimitadores: direito e fins éticos de convivência - valores). 
Características da Soberania:
		 	 una (em um Estado não se admite a convivência de duas soberanias),
			 Indivisível (não se admite várias partes separadas da mesma soberania), 
 inalienável – não se negocia – quem a perde desaparece,
 e imprescritível – não tem prazo de duração
Ainda, para Zancucchi (doutrinador italiano), é Poder:
 Originário – nasce quando nasce o Estado (atributo inseparável).
	Incondicionado – limites impostos pelo próprio Estado. 
 Coativo – o Estado ordena e faz cumprir coercitivamente.				
 O poder soberano é superior a todos os demais (individuais ou grupais) internamente – poder jurídico mais alto - e externamente com significação de independência sendo que nenhum outro poder lhe é superior (são iguais).
Mas pode ser delimitado. A Teria da Autolimitação do Estado afirma que ele sujeita-se voluntariamente a normas jurídicas, não implicando em sua diminuição.
Existe ainda Teorias Teocráticas (Poder Divino) – Predominância no fim da Idade Média – e Teorias Democráticas (Poder do Povo).
Sahid Maluf – não coloca a Soberania como sendo o quarto elemento posto que Estado sem soberania não é Estado. É a autoridade superior que não pode ser limitada por nenhum outro poder. Diz ser, o Estado, fonte do poder soberano. 
 	Em uma federação como o Brasil os Estados membros não são soberanos, são autônomos. Somente a União exerce soberania.
Soberania – Capacidade de impor, em última instância, a própria vontade, para realizar o direito justo - dito pelo Prof. Pinto Ferreira. 
	Autoridade superior que sintetiza politicamente a energia coativa nacional segundo o direito- Prof. Clovis Beviláqua. 
≠
Autonomia – capacidade de governar. Direito ou Faculdade de se reger por leis próprias, mas condicionada a um poder normativo dominante. 
Fonte ( ou titulariedade) do Poder Soberano:
Para as teorias carismáticas (ou teocráticas) – o poder vem de Deus e se concentra na pessoa do soberano.
Para as teorias democráticas – o poder provém da vontade do povo (soberania popular). Evolução –povo (massa amorfa integrante numa ordem) depois nação (conjunto de indivíduos ligados por vínculos permanentes integrante numa ordem).
Para as escolas alemã e vienense – a soberania provém do Estado (soberania estatal) – O Estado personalidade jurídica - tem vontade própria ( que pode ser formada pelo povo)
 Dessas três derivam outras tantas – desdobram em várias ramificações – em várias escolas e doutrinas. 
Teoria da Soberania Absoluta do Rei 
Teoria da Soberania Popular 
Teoria da Soberania Nacional
Teoria da Soberania do Estado - Escolas Alemã e Austríaca
Teoria Negativista da Soberania – Soberania não existe concretamente apenas existe a crença na Soberania - não há direito natural ou fonte de normatividade jurídica que não seja o próprio Estado - a soberania se resume em mera noção de serviço público. O homem se dignifica em prostar-se perante a lei para se livrar de ajoelhar perante o tirano. 
Teoria Realista ou Institucionalista – atributo do poder de auto-organização e autodeterminação – Soberania originária da Nação mas só juridicamente institucionalizada no órgão estatal (para seu exercício). 
Limitações Direito Natural
 Direito Grupal
 Direito Internacional (coexistência pacífica dos Estados).
Questões em classe:
) Quais são os elementos do Estado?
2) O que é nação, população e povo?
3) Pode haver nação sem Estado? Pode haver várias nações em um só Estado? Ou ainda, uma nação pode ser divida em vários Estados?
4) O que compreende o território de um Estado?
5) Todo Estado tem suas finalidades ou fins? Podem ser entendidos como elemento constitutivo do Estado?
6) Quais os principais Estados denominados Antigos?
7) Qual a principal diferença entre os Estados Antigos do Oriente (Mesopotâmia, Egito, China, etc) e o Estado de Israel?
8) Qual a principal característica do Estado Grego? Como era denominado?
9) Quais as principais características do Estado Romano? Como era denominado?
10) Qual fator (ou fatores) responsável pelo surgimento do Império Romano? 
11) O que é soberania (citar concepções)?
12) A soberania pode ser limitada? Justifique a resposta. 
13) Quais as características da Soberania?
14) Quais as principais fontes ou titulares da soberania encontrados nas diversas teorias sobre esse assunto?
 
� Teoria do Direito e do Estado. Pág. 127.
 
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