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AUDITORIA INTERNA COMO FERRAMENTA DA TOMADA DE DECISÃO Nome do Aluno: Cristina de Souza de Moraes Nome do Orientador: Prof. Arievaldo Alves de Lima RESUMO A Auditoria é uma ferramenta de controle administrativo que tem como função medir e avaliar a eficácia dos trabalhos realizados por uma Organização, com a preocupação de proteger e sugerir aos gestores informações sobre a exatidão e eficiência dos fatos ocorridos, sendo reconhecida como uma ferramenta da tomada de decisão dos gestores. O objetivo deste artigo consiste em demonstrar a contribuição da auditoria interna como ferramenta de análise dos registros contábeis das empresas. Os gestores se preocupam cada vez mais com as essas informações, pois são através delas que a organização ganha credibilidade e fidedignidade no mercado competitivo e consequentemente adquirindo maior segurança no momento da tomada de decisão para uma estratégia em relação ao mercado em que atuam. A metodologia utilizada para o desenvolvimento deste trabalho foi baseada em pesquisa bibliográficas, Internet e material de apoio do curso ciências contábeis da Universidade Estácio de Sá. Palavra-chave: Auditoria Interna, Demonstrações Contábeis, Contabilidade 1 INTRODUÇÃO A auditoria vem ganhando uma crescente importância nos dias atuais, sendo reconhecida como uma forte ferramenta na tomada decisão dos gestores em cada novo negócio. No cenário atual das organizações, vem demandando cada vez mais a eficiência e a transparência das demonstrações contábeis, que com o apoio das normas e padrões da natureza técnica e ética torna a auditoria um elemento de fundamental importância nos sistemas de informação, medição de desempenho, assim como a prestação de contas da administração. O objetivo deste artigo é demonstrar a contribuição da auditoria interna para a eficácia dos registros contábeis das empresa e consequente permitir as empresas maior segurança no momento da tomada de decisão para adotar uma estratégia empresarial. A metodologia utilizada para o desenvolvimento deste artigo foi através de pesquisa bibliográficas, Internet e material de apoio do curso de ciências contábeis. 2 2 REFERENCIAL TEORICO 2.1 O SURGIMENTO DA AUDITORIA A palavra auditoria tem sua origem no latim, vem de Audire, que significa ouvir. Segundo o dicionário da língua portuguesa escrito por Aurélio Buarque de Holanda, auditoria significa: cargo de auditor; lugar ou repartição onde o auditor exerce as duas funções; exame de operações financeiras ou registros contábeis visando determinar sua correção ou legalidade. Segundo Arruda (2008), não se tem registros do primeiro auditor na história, sabe-se que a origem da auditoria se deu no Século XV, na Itália, cujo cenário organizacional já era constituído por empresas de pequeno porte. O Auditor era conhecido como “guarda-livros”, pessoa conhecida por sua sabedoria e grandes conhecimentos sobre escriturações financeiras, sendo, portanto, consultado constantemente pelos mercadores da época, com o objetivo principal de análise e revisão dos lançamentos contábeis, para identificar possíveis erros e falhas. Arruda (2008) menciona que a Inglaterra, como dominadora dos mares e controladora do comercio, nesse período, foi o Pais que mais desenvolveu a auditoria, pois possuía grandes companhias de comercio e estabelecia a cobrança de impostos sobre o lucro dessas empresas. Com a Revolução Industrial, advento que se início na Inglaterra, no século XVIII, surgiram as primeiras empresas de médio e de grande porte, fato que contribuiu para a ocorrência da primeira evolução dos conceitos de auditoria. O surgimento dessas novas empresas acarretou o aumento da demanda de capital; o surgimento do acionista; problemas contábeis mais complexos e o desenvolvimento e implantação de sistemas de controles internos cuja a finalidade era a prevenção da ocorrência de erros e falhas. Jund (2006), menciona que a grande demanda de capital e a expansão das atividades de comércio, criaram problemas contábeis mais complexos, mudando o eixo da auditoria na Inglaterra a partir do século XVIII: Os exames de auditoria, que antes eram pormenorizados, se tornaram proibitivos, devido a seu elevado custo. Além disso, chegou-se à conclusão de que o objetivo de detectarem erros e falhas poderia ser atingido mais efetivamente através de um adequado sistema de controle interno. Assim o papel do auditor mudou, passando da busca de erros e confirmação da exatidão do balanço, para o exame do sistema e testes de evidências, de modo que se 3 pudesse emitir um parecer sobre a fidedignidade de todas as demonstrações financeiras. O berço da moderna auditoria foi a Inglaterra, que a exportou para outros países, inclusive para o Brasil, juntamente com seus investimentos, principalmente, para a construção de estradas-de-ferro e outros serviços de utilidade pública. Segundo artigo publicado pela Universidade de Brasília (2007), o grande salto da auditoria ocorreu após a crise econômica américa de 1929. No início dos anos 30, é criado o famoso Comitê May, um grupo de trabalho instituído com a finalidade de estabelecer regras para as empresas que tivessem suas ações cotadas na bolsa de Nova York, tornando obrigatória a auditoria contábil independente nos demonstrativos das empresas americanas. Os procedimentos contábeis foram mais aprofundados, sendo a avaliação dos sistemas de controles internos; a definição das amostras; a análise e revisão dos lançamentos contábeis passando a ser realizados por sistema de amostragem. Os objetivos também se tornaram mais criteriosos, passando a identificação das causas dos erros e falhas e a sua prevenção; a comprovação da exatidão dos dados apresentados nos balanços sendo realizados por meio de opiniões independentes interessadas em resguardar os interesses dos acionistas. 2.2 A AUDITORIA NO BRASIL Conforme Jund (2006), o surgimento da auditoria no Brasil se deu no século XX, sendo na época, o cenário empresarial brasileiro constituído de empresas familiares e filiais de empresas estrangeiras de grande porte. A auditoria era realizada por auditores vindos do estrangeiro, com o objetivo de enviar informações das filiais para a matriz no exterior. De acordo com a pesquisa de Crepaldi (2004) , no Brasil, o desenvolvimento da auditoria teve influência de filiais e subsidiárias de empresas estrangeiras; financiamento de empresas brasileiras através de entidades internacionais; a exemplo destes investimentos e como curiosidade, temos a Estação da Estrada de Ferro de Barão de Mauá, também conhecida como Leopoldina, RJ, projeto e construção financiados pelos Franceses em 1900; crescimento das empresas brasileiras e necessidade de descentralização e diversificação de suas atividades econômicas; evolução do mercado de capitais; criação das normas de auditoria promulgadas pelo BACEN (Banco Central do Brasil) em 1968, e criação da Comissão de Valores Mobiliários e da Lei de Sociedades Anônimas em 1976. 4 Jund (2006), esclarece que a auditoria foi formalmente organizada em 26 de março de 1957, com a criação do Instituto de Contadores Públicos no Brasil, em São Paulo, que foi oficialmente reconhecido em 1968, por ato do Banco Central do Brasil. Em 1972, por regulamentação do Banco Central do Brasil e pelo Conselho Federal de Contabilidade, deu-se a formação de um órgão nacional para autodisciplinar o exercício dos profissionais, o Instituto dos Auditores Independentes do Brasil. A partir deste momento começa o processo de evolução da Auditoria no Brasil. Em 1972 é reconhecido a profissionalização da auditoria, com a criaçãodas Normas de Auditoria Geralmente Aceitas por ato do: BACEN, IAIB, (atual IBRACON), e CFC. Quatro anos mais tarde, em 1976 foi promulgada a Lei 6.404, que em seu texto trazia a obrigatoriedade de auditoria externa para as empresas S.A de capital aberto, no mesmo ano promulgou a Lei 6.385 que disciplinou o mercado de valores mobiliário e criou a CVM. Vinte e um anos mais tarde, em 1997, se dão a aprovação das normas profissionais de exame e avaliação e de relatório pelo CFC, cuja última alteração das Normas de Auditoria Independente, pelo CFC se deu por meio das Resoluções nr. 820 e 821, ambas em 17/12/1997. Dois anos após, em 1999, se dá a Publicação da Instrução CVM nr 308 em 15/05/1999, que regulamenta e define as Normas de Auditoria Independente no âmbito das empresas do mercado de valores mobiliário (S.A). Dois anos mais tarde, em 2001, se regulamenta Normas de Auditoria Governamental, através da Instrução Normativa nr. 01/200, SFC/MF, e define Normas de Auditoria e de Controle Interno no âmbito do Poder Executivo Federal. A linha do tempo para exemplificar a evolução histórica da auditoria apresentada acima e criada por Jund (2006), termina no ano de 2005. As normas sobre o manual de auditoria e as normas sobre trabalho de asseguração, foi um complemento do autor deste trabalho, cuja fonte de informação é o Conselho Federal de Contabilidade, que em seu site na internet consta a opção para visualizar todas as legislações inerente: ✓ Normas para Educação Profissional Continuada – (ano 2002) Normas Resolução CFC nr 945 de 27/09/2002 – regulamenta e atende ao disposto no Art. 34 da Instrução CVM nr. 308/99; ✓ Normas sobre a Revisão Externa de Qualidade pelos Pares – (ano 2003) Resolução CFC nr. 964 de 16/05/2003 – regulamenta e atende ao disposto no Art. 33da Instrução CVM nr. 308/99; 5 ✓ Normas sobre Exame de Qualificação Técnica – ( ano 2003) Resolução CFC nr 989 de 11/12/2003 – regulamenta e atende ao disposto no Art. 30 da Instrução CVM nr. 308/99; ✓ Normas sobre Auditoria no Âmbito do Mercado Financeiro – (ano 2004) Resolução BACEN nr. 3.198 de 21/05/2004 – altera e consolida a regulamentação relativa à prestação de serviços de Auditoria Independente para as instituições financeiras; ✓ Normas sobre o Cadastro Nacional de Auditores Independentes – (ano 2005) Resolução nr 1,019 de 18/05/2005 - dispõe sobre a criação do Cadastro Nacional de Auditores Independentes do CFC. ✓ Normas sobre o Manual de Auditoria do Sistema CFC/CRCs – (ano 2007) - Resolução nr 1,101 de 24/08/2007 – regulamenta a uniformização dos procedimentos de Auditoria pelo CFC; e ✓ Normas sobre Trabalho de Asseguração Diferente de Auditoria e Revisão – (ano 2009) – Resolução nr 1,160 de 13/02/2009 – altera alguns itens da NBC TO 01 em relação ao planejamento e execução do trabalho, obtenção de evidencia, preparação de relatório de asseguração e interesses financeiros. 3 A CONTABILIDADE Para melhor compreensão sobre o tema do artigo são indispensáveis o conhecimento da contabilidade, bem como seus conceitos, métodos e princípios. Assim, o presente capítulo procurar retratar brevemente o universo contábil. 3.1 CONCEITO DE CONTABILIDADE De acordo com Neves (2004), a Contabilidade é uma ciência que desenvolveu uma metodologia própria com o objetivo de: ✓ Controlar o patrimônio das entidades econômico administrativas, conhecidas também como “Aziendas” ; ✓ Apurar o resultado das atividades dessas entidades; ✓ Prestar informações às pessoas (usuários) que tenham interesse na avaliação da situação patrimonial e do desempenho dessas entidades. A contabilidade, tem a função de prestar informações, e é de fundamental importância, porque são informações necessárias ao processo de tomada de decisão pelos gestores da empresa, cujo 6 os dados econômicos financeiros da entidade, em determinado momento demonstra a evolução em um dado período, bem como fornece informações, aos demais usuários da contabilidade. O diagrama a seguir faz uma síntese dos objetivos e finalidades da ciência contábil. Figura 1- Fonte: Sérgio Jund, Auditoria 2006, pág. 11 3.2 O MÉTODO CONTABIL Segundo Neves (2004), o método contábil consiste nos principais instrumentos norteadores do registro das informações contábeis, que são: ✓ as partidas dobradas, ✓ os princípios fundamentais de contabilidade. A essência deste método, é que o registro de qualquer operação implica que, para um ou mais débito deve haver um crédito equivalente, de forma que as somas dos valores debitados sejam sempre iguais aos valores creditados, ou seja, “não há débito sem crédito correspondente.”. D.V.P. B.P. B.F. DLP/ACUM DOAR D.R.E CONTABILIDADE MÉTODOS OBJETO CAMPO DE APLICAÇÃO PFC Part.Dobradas FUNÇÃO ADMINISTRATIVA FUNÇÃO ECONÔMICA Controlar o Patrimônio Apurar o Resultado PRESTAR INFORMAÇÕES Lei 6.404/76 Lei 4.320/67* USUÁRIO EXTERNO USUÁRIO INTERNO AUDITORIA INTERNA AUDITORIA XTERNA TOMADA DE DECISÕES DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS DEMONSTRATIVO DA GESTÃO NOTAS EXPLICATIVAS B.O. B.P. B.O. – Balanço Orçamentário B.F. – Balanço Financeiro D.V.P. – Demonstrações Variações Patrimoniais . PFC – Princípios Fundamentais Contabilidade BP – Balanço Patrimonial DRE – Demonstração Resultado Exercício DOAR – Demonstração Origens e Aplicação Recursos DLP/ACUM – Demonstração Lucro / Prejuízo * Aplicável somente na Administração Pública 7 As contas representam registros de débito e crédito da mesma natureza, identificadas por nomes que qualificam elementos patrimoniais (bens, direitos, obrigações, patrimônio líquido, receitas e despesas). Uma conta, para ser completa, deve possuir os seguintes elementos: ✓ nome da conta; ✓ data da operação; ✓ histórico da operação; ✓ débito (valor); ✓ crédito (valor) ✓ saldo (valor). ✓ Débito de uma conta - situação de dívida de responsabilidade da conta. As contas que representam bens, direitos, despesas e custos têm saldo devedor. ✓ Crédito de uma conta - situação de direito de haver da conta. As contas que representam Obrigações do Passivo Exigível (PE), Patrimônio Líquido (PL) e Receitas têm saldo credor. ✓ Saldo de uma conta - representa a diferença entre o valor do débito e do crédito. Pode ser devedor, credor ou nulo. ✓ Contas Patrimoniais - representam a situação estática, ou seja, do patrimônio: bens, direitos, obrigações com terceiros (PE) e o Patrimônio Líquido. ✓ Contas de Resultado - representa a situação dinâmica, ou seja, as contas que alteram o patrimônio líquido: receita e despesas. O lançamento contábil refere-se ao registro dos fatos contábeis – aqueles que provocam mudanças na composição do patrimônio da empresa. As contas de Ativo, por terem saldo devedor, são aumentadas de valor por débito e diminuídas por crédito. As contas de Passivo Exigível e do Patrimônio Líquido, por apresentarem saldo credor, são aumentadas de valor por crédito e diminuídas por débito. As contas relativas às receitas e despesas, por afetarem diretamente o Patrimônio Líquido (PL) são, respectivamente, creditadas (porque aumentam o PL) e debitadas (porque diminuem o PL). 8 O quadro abaixo, exemplifica resumidamente o mecanismo de débito e crédito. NATUREZA PARA O SALDO DAS CONTAS DO SALDO AUMENTAR DIMINUIR ATIVO = BENS E DIREITOS D D C PASSIVO = OBRIGAÇÕES C/ TERCEIROS C C D PATRIMONIO LÍQUIDO C C D RECEITAS C C D DESPESAS E CUSTOS D D C CONTAS RETIFICADORES DO ATIVO C C D CONTAS RETIFICADORASDO PASSIVO D D C Figura 2- Fonte: Auditoria, Conceitos e Normas, 2006, pág.14 3.3 PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DA CONTABILIDADE A estrutura conceitual básica da contabilidade tem seus fundamentos nos Princípios Fundamentais da Contabilidade, que são premissas básicas acerca dos fenômenos econômicos contemplados pela contabilidade, que formam o arcabouço necessário à composição da estrutura do “edifício contábil” conforme figura abaixo. (JUND, 2006) CONSTRUÇÃO DO EDIFÍCIO CONTABIL PRINCÍPIOS CONTÁBEIS Figura 3 - Fonte: Auditoria, Conceitos e Normas, 2006, pág. 16. LEGISLAÇÃO = RESTRIÇÕES APLICÁVEIS ESTRUTURA - Objetividade - Conservadorismo ou =CONVENÇÃO prudência - Materialidade - Consistência - Custo como base de Valor - Realização da receita = PRINCÍPIOS - Confronto das despe- sas com as receitas no período contábil 9 Objetivamente, a Contabilidade é um sistema de informações e avaliação destinado a alimentar seus usuários com demonstrações e análises de natureza econômica, financeira, física e de produtividade, sendo a entidade objeto deste sistema. O Conselho Federal de Contabilidade, em 1993 aprovou a Resolução nº 750, que trata dos Princípios Fundamentais de Contabilidade, abaixo descriminado: 1. O Princípio da Entidade - é o que reconhece o Patrimônio (Entidade) como objeto da contabilidade. O patrimônio pertence exclusivamente a entidade, mas a Entidade não pertence ao Patrimônio, mas pertencem aos seus sócios como proprietários. 2. O Princípio da Continuidade - é a aquele que define o que deve ser considerado quando a classificação e avaliação das mutações patrimoniais, quantitativas e qualitativas. 3. O Princípio da Oportunidade- é aquele que, para a integridade do registro do patrimônio e das suas mutações, determina que seja feito de imediato, independentemente das causas que as originou. 4. O princípio do Registro pelo Valor Original – é aquele que determina que os componentes do patrimônio devem ser registrados pelos valores originais das transações efetuadas, de acordo com o documento fiscal que se deu origem e pelo valor presente da moeda do país. 5. O Princípio da Atualização Monetária - é aquele que determina que o efeito das atualizações monetárias em relação ao poder aquisitivo da moeda, devem ser reconhecidos nos registros contábeis, através dos ajustes dos valores patrimoniais. 6. O Princípio da Competência – á aquele que determina que as receitas e despesas devem ser incluídas na apuração do resultado dentro do período que ocorreu o evento, independente do período que ocorreu ou ocorrerá o recebimento ou pagamento. 7. O Princípio da Prudência – é aquele que determina a adoção do menor valor para os componentes do ATIVO e do maior valor para os componentes do PASSIVO, sempre que houver alternativas válidas para quantificação das mutações patrimoniais que alterem o patrimônio líquido. Jund (2006) enfatiza que pelas Normas Contábeis, todos os Princípios Fundamentais acima descritos estão em vigor e de acordo com a legislação do órgão regulador e fiscalizador da profissão contábil, o Conselho Federal de Contabilidade, portanto, os contadores quando envolvidos na função de auditores, devem atentar para a correta elaboração e apresentação das demonstrações contábeis, de acordo com o que determina a legislação pertinente, porque são 10 nesses resultados que é demonstrado o impacto que a contabilidade causa no resultado de uma organização, podendo ser positivo ou negativo, apontando onde deverá ser corrigido 4 AUDITORIA INTERNA 4.1 CONCEITOS De acordo com Almeida (1996), com a expansão dos negócios, notou-se a necessidade de dar maior atenção às normas ou aos procedimentos interno da empresa, isso decorreu do fato de que o administrador e, em alguns casos, o proprietário da empresa não poderia supervisionar pessoalmente todas as atividades. No entanto, de nada valeria a implantação de quaisquer procedimentos internos sem que houvesse um acompanhamento para verificar se eles eram seguidos pelos empregados da empresa. Almeida (1996) nos mostra a mais importante contribuição da auditoria interna na gestão empresarial, além da fidedignidade dos dados como resultado final dos procedimentos dos empregados, a confiabilidade e tranquilidade que proporciona ao gestor da empresa, e que o mesmo poderá transmitir para novos investidores Lima (2009) demonstra, através do exemplo abaixo, com riqueza de detalhes a importância da Auditoria Interna, assim como a contribuição que a mesma proporciona para o gestor da empresa: Uma pequena empresa de um só dono, que pode controlar todas as operações que envolvem dinheiro, para a compra e venda de mercadorias, recebimentos e pagamento, controle de produção e eficiência dos funcionários, conta a pagar e contas a receber. Como tudo isso está centralizado em um único local e seu tempo é voltado única e exclusivamente à empresa, essa pessoa consegue desenvolver eficientemente todas as atividades. Devido ao crescimento de sua atividade econômica, essa empresa passou a dispor de mil funcionários e de três fábricas de atividades diversas, situadas em locais distintos e distantes. Aquele controle inicial exercido, única e exclusivamente, pelo dono necessita ser delegado a outras pessoas que cuidarão, individualmente, de uma parte ou segmento da empresa, e assim por diante. A Auditoria Interna neste momento passa a ser uma atividade necessária à organização, concedendo-lhe alternativas para tomada de decisões, como ferramenta de trabalho, de controle, assessoria e administração Pode-se encontrar na literatura um vasto e complexo referencial teórico sobre auditoria interna. Muitos autores contribuíram de forma significativa para os estudos e compreensão do tema. 11 A partir deste contexto apresentou-se a conceituação de auditoria interna através de Teixeira, Jund e do Concelho Federal de Contabilidade. Segundo Teixeira (2007) a auditoria interna é uma atividade de avaliação independente e de assessoramento de administração voltada para o exame da adequação, eficiência e dos sistemas de controle, bem como da qualidade do desempenho da área em relação as atribuições aos planos, metas, objetivos e as políticas definidas pelas empresas. Conforme Teixeira (2007), a auditoria interna serve para assessorar a administração da empresa, ao identificar a inexistência, deficiência, falha ou não cumprimento do controle interno, para isso o Auditor Interno deverá ter conhecimento da funcionalidade e aplicação desses mecanismos na empresa. De acordo com Jund (2006), a auditoria interna tem por missão básica assessorar a administração no desempenho de suas funções e responsabilidades, através do exame da adequação e eficácia dos controles assegurando a integridade e confiabilidade das informações e registros. O Concelho Federal de Contabilidade (CFC), na Resolução nº 986/2003, ainda em vigor, apresenta o seguinte conceito: A Auditoria Interna compreende os exames, análises, avaliações, levantamentos e comprovações, metodologicamente estruturados para a avaliação da integridade, adequação, eficácia, eficiência e economicidade dos processos, dos sistemas de informações e de controles internos integrados ao ambiente e de gerenciamento de riscos, com vistas a assistir à administração da entidade no cumprimento de seus objetivos. A atividade de Auditoria Interna está estruturada em procedimentos, com enfoque técnico, objetivo,sistemático e disciplinado, e tem por finalidade agregar valor ao resultado da organização, apresentado subsídios para o aperfeiçoamento dos processos, da gestão e dos controles internos, por meio da recomendação de soluções para as não-conformidades apontadas nos relatórios. 4.1 CONTROLES INTERNOS Segundo Teixeira (2007), os controles internos são aqueles relacionados com a proteção dos ativos e com a validade dos registros contábeis. Teixeira (2007) explica que através dos controles internos existentes nas empresas e após avaliação da auditoria interna, pode-se sugerir e recomendar a implementação ou melhoramento de mecanismos interno de prevenção. 12 Segundo Jund (2006), os controles internos são subdivido em dois grupos: controles contábeis e controles administrativos. Os controles contábeis visão a salvaguarda dos ativos e a idoneidade dos registros, tendo como objetivos a veracidade dos registros, a legalidade dos atos e a flexibilidade funcional, sendo composto por: plano de contas, plano de livro/registro, plano de formulários, plano de trabalho, controle fixo dos ativos, sistema de conferencia aprovação e autorização de gastos, segregação de funções e auditoria interna. Os controles administrativos devem ser entendidos como quaisquer ações, métodos ou procedimentos adotados pela organização, compreendendo o plano organizacional e os procedimentos e métodos empresariais, tendo como objetivo auxiliar o processo decisório, a eficiência operacional, o exame da conveniência e da oportunidade dos programas e projetos, sendo composto pelo: estatuto/ contrato social, regimento interno, manual de organização, controle de qualidade, estudos de tempo e movimentos, treinamento de pessoal, analise estatística de lucratividade por produtos, analise das variações orçadas e controle dos compromissos econômicos. 4.2 PAPÉIS DE TRABALHO Segundo o Manual de Auditoria CONAB (2008), os papéis de trabalho constituem o conjunto formado pelo programa de auditoria utilizado, acrescido dos elementos comprobatórios (formulário, documentos, etc.), os quais foram coletados, e se constituem na evidência do trabalho executado e no fundamento da opinião da equipe de auditoria. A custódia dos papéis de trabalho ficará a cargo da Unidade de Auditoria Interna, sendo que esses papéis de trabalho são propriedades da Empresa, devendo permanecer sob rigoroso controle da Unidade de Auditoria Interna devendo ser acessível somente a pessoal autorizado, incluindo os auditores. Conforme o Manual, o auditor deve documentar todas as questões que foram consideradas importantes para proporcionar evidências, visando fundamentar o parecer da auditoria e comprovar que a auditoria foi executada de acordo com as Normas de Auditoria Independente das Demonstrações econômico financeiros. Na preparação dos papéis de trabalho o Manual recomenda que o auditor deve levar em consideração os seguintes detalhamentos: ✓ Concisão – os papéis devem ser concisos, de forma que todos entendam sem necessidade de explicações da pessoa que os elaborou. ✓ Objetividade – os papéis devem ser objetivos, de maneira que se entenda aonde o auditor pretende chegar, de forma objetiva e sem pormenores. 13 ✓ Limpeza – os papéis devem estar limpos, de maneira a não prejudicar o seu entendimento; ✓ Completos – os papéis devem conter todas as informações julgadas necessárias para fundamentar a opinião do auditor, quando da realização do relatório ou do parecer. De acordo com Barreto (2008), a extensão dos papéis de trabalho é julgamento profissional do auditor, contudo, eles devem ser padronizados para melhorar a eficácia dos trabalhos, facilitar a delegação de tarefas e melhor controlar a qualidade dos exames. Entre os papéis de trabalho que podem ser padronizados, tem-se: lista de verificação de procedimentos, resumo de movimentação de ativos permanentes e passivo exigível a longo prazo, carta de confirmação de saldos e de advogados, termos de inspeção físicas de caixa, de estoques e de outros ativos. De acordo com Almeida (1996), com a expansão dos negócios, notou-se a necessidade de dar maior atenção às normas ou aos procedimentos interno da empresa, isso decorreu do fato de que o administrador e, em alguns casos, o proprietário da empresa não poderia supervisionar pessoalmente todas as atividades. No entanto, de nada valeria a implantação de quaisquer procedimentos internos sem que houvesse um acompanhamento para verificar se eles eram seguidos pelos empregados da empresa. Almeida (1996) nos mostra a mais importante contribuição da auditoria interna na gestão empresarial, além da fidedignidade dos dados como resultado final dos procedimentos dos empregados, a confiabilidade e tranquilidade que proporciona ao gestor da empresa, e que o mesmo poderá transmitir para novos investidores. 4.3 O PARECER DA AUDITORIA Conforme Barreto (2008), o parecer de auditoria é a opinião manifestada ou declarada pelo auditor em decorrência de seus exames sobre as demonstrações econômicos financeiras. Através do parecer, o auditor informa aos gestores, sócios, investidores e demais interessados nas informações contábeis, de forma clara e objetiva, se concorda ou não com os fatos divulgados, apresentando as respectivas razões. Barreto (2008), esclarece que o parecer de auditoria deve expressar, clara e objetivamente, se as demonstrações econômicas financeiras auditadas, em todos os aspectos relevantes, na opinião do auditor, representando as posições orçamentárias, patrimonial e financeira da empresa; o resultado das operações; as mutações do patrimônio líquido; as variações patrimoniais e as origens e aplicações de recursos. 14 De acordo com Barreto (2008), o auditor deve revisar e avaliar todas as conclusões obtidas, para poder suportar a emissão do seu parecer sobre as demonstrações contábeis. Os elementos básicos para elaboração do parecer de auditoria, devem ser considerados, segundo as normas de auditoria, sendo compostos basicamente por três parágrafos: o referente à identificação das demonstrações contábeis e à definição das responsabilidades da administração e dos auditores, o parágrafo relativo a extensão dos trabalhos e o parágrafo que expressa a opinião sobre as demonstrações contábeis. No relatório de apresentação do trabalho deve conter o título, o nome destinatário, a referência às normas de auditoria, a assinatura do auditor e data do relatório. 5 METODOLOGIA Os instrumentos metodológicos que foram utilizados para o desenvolvimento deste estudo, foram literários. Este artigo pode ser definido como uma investigação explicativa, pois procurou esclarecer conceitos abordados em auditoria interna. Quanto as variáveis, a pesquisa foi bibliográfica, pois foi baseada em publicações na mídia e literaturas de autores que se relacionam com o tema em questão. A abrangência possui limitações por ser um método bibliográfico, na medida em que a pesquisa sofreu subjetividade de interpretações. Por se tratar de uma pesquisa bibliográfica e possuir suas limitações, não será indicado o universo. Os dados serão coletados através de pesquisa bibliográfica em livros, internet e material de apoio do curso de ciências contábeis da universidade Estácio de Sá. Foram utilizadas fontes secundárias. 6 Considerações Finais Conforme escrito no artigo e respondendo à pergunta a qual deu início a nossa pesquisa, conseguimos conquistar um amplo universo de conhecimentos relativos às questões levantadas. Verificou - se que as empresas adquirem também alguns benefícios, quanto da aplicação da técnica da “Auditoria Interna”. O foco do estudo é a auditoriainterna na tomada de decisão na gestão empresarial, com a contribuição da “Auditoria Interna” em uma tomada de decisão, é de fundamental importância para o gestor da entidade, é a busca cada vez maior no foco dos resultados internos, que são refletidos no resultado final, ou seja, cada vez mais a Auditoria Interna proporciona ao gestor um retrato generalizado de todos os procedimentos executados em sua empresa, dando lhe assim a oportunidade de aperfeiçoar os processos internos na busca do melhor resultado final. As empresas atingem resultados à longo prazo, que são contabilmente conhecidos e incrementados com um exercício contábil a cada 12 meses, o que concede ao gestor um prazo 15 para que o mesmo ajuste o (s) procedimento (s) que foram apontados pelos auditores em seu relatório final, desta forma aprimorando a execução dos procedimentos internos. O presente trabalho teve como objetivo demonstrar a contribuição da Auditoria Interna visando à eficácia dos Registros Contábeis, para a minimização dos possíveis riscos, frequentemente causados por erros e/ou desperdícios que podem atingir a credibilidade da organização, perante seus acionistas e também para o Fisco. No que diz a respeito à agilidade da tomada de decisão, a competitividade, assim como a integridade e fidedignidade das informações desta empresa ao entrar no mercado, tornando-a atrativa para novos negócios, a auditoria interna é a mais importante ferramenta no controle interno administrativo e/ou contábil, entretanto a auditoria contribui também, com a viabilização de uma otimização econômica dos custos dos processos internos, e assim o gestor pode redirecionar seus esforços para o produto final da organização, sendo este o principal objetivo do gestor. Em primeira instância, a pesquisa procurou mostrar a história da Auditoria desde seu nascimento até os dias atuais, e de como evolui e tornou-se uma das ferramentas mais importantes nos dias de hoje para as organizações, de forma a proporcionar ao leitor uma visão desta técnica que constitui o objeto de estudo do presente trabalho. Conclui-se por meio da pesquisa realizada para o presente trabalho, que a Auditoria Interna é uma ferramenta poderosa, auxiliando, assegurando, proporcionando credibilidade, fidedignidade nos processos, no controle, nas rotinas internas dos empregados, e consequentemente atestando a confiabilidade das informações contábeis, administrativas e de outros tipos para o gestor da empresa ou para novos investidores. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS ALMEIDA, Marcelo Cavalcanti. Auditoria: Um Curso Moderno. 5.ed. São Paulo: Atlas, 1996 ARRUDA, Daniel Gomes. Auditoria Contabil: Enfoque Teórico. Rio de Janeiro: Saraiva, 2008 BARRETO, Pedro Humberto. Auditoria Contabil: Enfoque Teórico. São Paulo: Atlas,2008 CONAB – Companhia Nacional de Abastecimento – Manual de Auditoria. 2ª Versão – Brasília - 2008. 16 CREPALDI, Silvio. Origem, Evolução e Desenvolvimento da Auditoria. 3.ed. São Paulo: Atlas, 2004 JUND, Sergio Lopes. Auditoria: Conceitos, Normas, Técnica e Procedimentos. 8.ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2006. LIMA, Leandra de Jesus - A Importância da Auditoria Interna nas Organizações, (Estudante de Ciências Contábeis), Artigo do Boletim nr.170 do CRC/SP, 2009. NEVES, Silvério. Contabilidade Básica e as Demonstrações Financeiras.12 Ed. São Paulo, 2004 TEIXEIRA, Paulo Henrique – Manual de Auditoria Gerencial - Portal Tributário@ Editora e Maph Editora, 2007. UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA. Artigo: Um pouco de História da Auditoria Interna, 2007
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