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Profa Maria Bernadete Pierre- Farmacotécnica- UFRJ 1 IV- Outros adjuvantes de formulação Tampões Aumento da viscosidade Conservantes Agentes redutores e antioxidantes Agentes edulcorantes Aromatizantes e essências Corantes DEFINIÇÕES Ácido: substância que quando dissolvida em água produz íons H+. • Agente acidulante: usado em preparações liquidas para proporcionar meio ácido para a estabilidade do produto (ácido acético, cítrico, etc). Base: substância que quando dissolvida em água produz íons OH- • Agente alcalinizante: usado em preparações liquidas para proporcionar meio básico para a estabilidade do produto (carbonato sódio, hidróxido potássio, trietanolamina, etc). • Tampão: composto ou mistura de compostos que quando presentes na solução, resiste a mudanças do pH na diluição ou na adição de ácidos ou álcalis. (fosfato de potássio, citrato de sódio, etc) Exemplos -carbonatos, citratos, gluconatos, lactatos, fosfatos, acetatos, tartaratos, boratos (somente uso externo) ESCOLHA DO TAMPÃO: •pH final da preparação; •Compatibilidade com fármaco e com via de administração; •Proporcionar máxima estabilidade, solubilidade e biodisponibilidade do fármaco. USOS E IMPORTÂNCIA DO AJUSTE DE pH • A dissolução do P.A na concentração pretendida, pH e solubilidade= A solubilidade em água de muitos fármacos dependem do grau em que os eletrólitos estão presentes na forma iônica. Esta, por sua vez, depende do pH da solução. Em geral, os ácidos e bases fracas são pouco solúveis (ou insolúveis) em água, e só se tornarão solúveis se o pH transformá-los em formas iônicas hidrossolúveis. Ácidos fracos: exigem pH alcalino para solubilizar na água. (Barbitúricos, sulfas) Bases fracas: exigem pH ácido (alcalóides, anestésicos) A fixação de um determinado pH é importante pois dele pode depender: •A manutenção da estabilidade química e farmacodinâmica, - A estabilidade química de muitos fármacos em solução podem melhorar pela manutenção do pH da solução em determinada faixa de pH. - A hidrolise depende do pH do meio; há um pH onde esta alteração é mínima, portanto o pH deve ser levado para este valor onde não se vê alteração. - As vezes, este pH que corresponde à máxima estabilidade do P.A não é o melhor para a sua solubilização, uso terapêutico ou área destinada a aplicação. Nesta situação, escolher um pH onde a estabilidade seja razoável e que também seja compatível com o uso clínico. A prevenção de irritação: pH da preparação próximo ao pH fisiológico do tecido para minimizar danos e dor ao paciente. Preparações destinadas a aplicação em membranas: ocular, nasal, injetáveis (músculo, vasos sanguíneos, órgãos, tecidos) ou lesões. A obtenção do efeito terapêutico desejado: - A absorção de certos fármacos bem como o efeito terapêutico é melhorado quando estão presentes as formas ionizadas ou não ionizadas, os quais dependem da manutenção do pH do meio. - Para uso tópico, o pH pode impedir a obtenção do efeito terapêutico adequado. - O pH destas preparações devem estar entre 5 e 7, de preferência sempre na zona ácida. -As soluções alcalinas não são desejáveis pois não são fisiológicas e favorecem o desenvolvimento microbiano. Seleção de um tampão ou agente ajuste de pH Considerar a via de administração do fármaco: 1- Qualquer via de administração: não irritante 2- Sistêmica/Parenteral: não tóxico e estéreis 3- Líquidos orais: sabor agradável SISTEMAS TAMPÕES MAIS COMUNS: ÁCIDO FRACO + BASE CONJUGADA BASE FRACA + ÁCIDO CONJUGADO Exemplo: tampão acetato= acido acético (acido CH3COOH ) + acetato de sódio (base CH3COONa) Adição de ácido no tampão: ocorrerá uma elevação da concentração dos íons H+ no meio (uma perturbação ao equilíbrio); essa perturbação será neutralizada pela base conjugada do tampão, restabelecendo o estado de equilíbrio, e o pH da solução irá variar pouco, conforme a reação abaixo: CH3COO- + H+ ------------------------CH3COOH Base do tampão ácido adicionado ácido neutralizado Adição de base no tampão: ocorrerá uma elevação da concentração dos íons OH– no meio (uma perturbação ao equilíbrio); essa perturbação será neutralizada pelo ácido acético do tampão, restabelecendo o estado de equilíbrio, e o pH da solução irá variar pouco, conforme a reação abaixo: CH3COOH + OH- --------------- CH3COOH + H2O Ácido do tampão base adicionada base neutralizada Profa Bernadete Pierre-2014-1 9 Capacidade tamponante: é a medida da resistência à mudança no pH da solução quando ácidos ou bases são adicionados a ela. 10 A CAPACIDADE TAMPONANTE DE UM PAR ÁCIDO-BASE É SEMPRE A MESMA? Formulário 11 Cocaína HCl------------------------------------------------------------------- (Anestesico) 4% Epinefrina HCl---------------------------------------------------------------- (vasoconstrictor) 1: 7500 Fazer solução tamponada, preservada e isotônica.----------------- Dispensar 15 mL COLÍRIO ANESTÉSICO LOCAL E VASOCONSTRICTOR 12 INDUTORES DA VISCOSIDADE Aumentam a viscosidade de soluções IV- Outros adjuvantes de formulação Viscosidade (η): medida da resistência de um sistema ao fluxo sob a aplicação de stress. Quanto mais viscoso um líquido, maior a força aplicada requerida para fazê-lo fluir. Unidade de viscosidade= poise. (Centipoise= 0,01 poise). As substâncias indutoras de viscosidade são usadas para: Mudar a consistência de uma preparação, fornecendo maior resistência ao escoamento. - Em soluções oftálmicas: aumentar o tempo de contato do fármaco com o local de ação (metilcelulose); - Em cremes, xampus: aumentar a consistência. - Produtos tópicos: fornecer viscosidade e consistência para facilitar aplicação e permanecer em contato com a área afetada. - Líquidos orais: melhorar palatabilidade, pois a viscosidade reduz o contato do fármaco com as papilas gustativas. TIPOS DE AGENTES INDUTORES DE VISCOSIDADE Macromoléculas solúveis A- Derivados da celulose- Semi- sintéticos metilcelulose •Incham em água e produzem dispersão coloidal viscosa -São dispersões coloidais pois o tamanho das moléculas estão na faixa dos colóides (>100 Ǻ). •Diferentes graus de viscosidade Carboximetilcelulose sódica Hidroxipropilcelulose (Klucel/Hyprolose) Hidroxipropilmetilcelulose (Hypromellose) B- POLÍMEROS NATURAIS Goma acácia (= arábica) Goma adraganta Goma xantana Alginato de sódio C- POLÍMEROS SINTÉTICOS Carbômeros (Carbopol)- gel claro Poloxamer (Pluronic)- gel termo-reversível acima 20% (liquido em refrigeração e gel na T corporal) Alcool polivinílico Polivinilpirrolidona D- PARTICULAS COLOIDAIS Insolúveis em água e hidratam facilmente Bentonita (silicato de aluminio hidratado) e Veegum (silicato de Aluminio e Mg) Dióxido de silicone coloidal Celulose Microcristalina CONSERVANTES DEFINIÇÃO: Preservantes antimicrobianos são substâncias adicionadas às formas farmacêuticas para protegê-las da contaminação microbiana. São usados em recipientes de múltiplas doses para inibir o crescimento de microrganismos que podem ter sido introduzidos inadvertidamente durante ou após o processo de fabricação do medicamento. QUANDO NÃO É NECESSÁRIO ADICIONAR PRESERVANTE? A. O produto será usado imediatamente B. Não háágua presente C. Não há nutrientes presentes (substâncias orgânicas) D. pH do meio é < 3 ou >9 E. Ingredientes que possuem atividade antimicrobiana já estão presentes na formulação. USOS: Adicionados às preparações quando há possibilidade de contaminação microbiana e crescimento, tanto na preparação como durante o uso pelo paciente. QUANDO OS PRESERVANTES SÃO CONTRA-INDICADOS? • Recém-nascidos • Soluções oftálmicas para uso nos olhos com córneas não intactas ou para injeção intraocular. • Produtos parenterais com volumes maiores que 50 mL. PRESERVANTES PARA USO ORAL A- ÁLCOOIS E GLICÓIS NOME PROPRIEDADE CONCENTRAÇÃO EFETIVA Álcool etílico: - Álcool USP - Álcool USP desidratado - Álcool desidratado para Injeção USP - Álcool diluído NF A concentração efetiva depende do pH da solução e da “água livre” na formulação. Ativo contra bactérias e fungos Geral: 15 a 17,5 % em relação à “água livre”. Glicerina Oficial: glicerina USP É freqüentemente usada com álcool para reduzir o volume de álcool necessário para preservar um produto. Glicerina preserva um volume de “água livre” igual ao seu próprio volume. Álcool Benzílico Oficial: Álcool Benzílico NF Bactericida Pouco usado via oral pois tem sabor ardido. Mais usado em produtos parenterais (propriedades anestésicas) e em tópicos. 1 a 2%. Propilenoglicol Oficial: propilenoglicol USP 15 a 17,5 % B- ÁCIDOS ORGÂNICOS Oficiais: Ácido Benzóico USP/ Benzoato de Sódio NF/ Benzoato de potássio NF Eficácia dependente do pH: ineficaz em pH acima de 5. Bactérias G+, bolores e leveduras. 0,1 a 0,3% Ácido Sórbico NF Sorbato de potássio NF Bolores e leveduras Fungos e bactérias 0,05 a 0,2% 0,1 a 0,2% USO ORAL C- PARABENOS Aumentando PM, aumenta atividade, mas diminui a solubilidade em água. Metilparabeno NF (NIPAGIN) Vantagem: atividade em larga faixa de pH Desvantagem: Pobre solubilidade em água. Dissolver em pequena quantidade de álcool primeiro. Bactérias G+, bolores e leveduras. 0,05 a 0,25% Metilparabeno de sódio NF Mais solúvel em água; porém o sal só é formado a pH 9, o que a torna suscetível de hidrólise do grupo éster. 0,05 a 0,25% Propilparabeno (NIPAZOL) Idem Metilparabeno. Mais eficaz quando usado com Metilparabeno (efeito sinérgico): 0,18% + 0,02%. Usos: oral, tópico, oftálmico e parenteral. Bactérias G+, bolores e leveduras. 0,02 a 0,04% Associação comum: 0,18% metilparabeno + 0,02% propilparabeno USO ORAL PRESERVANTES PARA USO TÓPICO Álcool etílico: - álcool para fricção Ativo contra bactérias e fungos 15 a 17,5% Álcool Isopropílico Não usado internamente devido sua toxicidade. Seguro para uso tópico. Geral: 15 a 17,5 % em relação à “água livre”. Propilenoglicol Oficial: propilenoglicol USP Não usado internamente devido sua toxicidade. Seguro para uso tópico. 15 a 17,5 % Glicerina Oficial: glicerina USP É freqüentemente usada com álcool para reduzir o volume de álcool necessário para preservar um produto. Glicerina preserva um volume de “água livre” igual ao seu próprio volume. Álcool Benzílico Oficial: Álcool Benzílico NF Bactericida Pouco usado via oral pois tem sabor ardido. Mais usado em produtos parenterais (propriedades anestésicas) e em tópicos. 1 a 2%. B- ÁCIDOS ORGÂNICOS Ácido benzóico Fungos, leveduras, pouca atividade microbiana 0,1 a 0,2% Ácido sórbico Fungos, leveduras, pouca atividade microbiana 0,05 a 0,2% C- PARABENOS Metilparabeno NF (NIPAGIN) Vantagem: atividade em larga faixa de pH Desvantagem: Pobre solubilidade em água. Dissolver em pequena quantidade de álcool primeiro. Fungos e leveduras 0,02 a 0,3 % Metilparabeno de sódio NF Mais solúvel em água; porém o sal só é formado a pH 9, o que a torna suscetível de hidrólise do grupo éster. 0,02 a 0,3 % Propilparabeno NF (NIPAZOL) Idem Metilparabeno. Mais eficaz quando usado com Metilparabeno (efeito sinérgico): 0,18% + 0,02%. Usos: oral, tópico, oftálmico e parenteral. Fungos e leveduras 0,01 a 0,6% PRESERVANTES PARA USO TÓPICO D- DERIVADOS MERCURIAIS ORGÂNICOS NOME PROPRIEDADE CONCENTRAÇÃO EFETIVA Acetato de fenilmercúrio NF (AFM) Preservantes para parenterais, oftálmicos e nasais. Incompatíveis com: metabissulfito de sódio, metais, amônia e seus sais. Edetato dissódico e tiossulfato de sódio inativa o AFM. 0,002 a 0,1% Nitrato de Fenilmercúrio NF (NFM) Preservantes para parenterias, oftálmicos e nasais. Edetato dissódico e tiossulfato de sódio inativa o NFM. 0,002 a 0,1% Timerosal USP Solução tópica de Timerosal Tintura de Timerosal É um sal de sódio que precipita em soluções ácidas. Incompatível com AgNO3. 0,001 a 0,02% Max 0,045 para parenterais. PRESERVANTES PARA USO TÓPICO E- SAIS DE BASES DE AMÔNIO QUATERNÁRIO Cloreto de Benzalcônio NF Bacteriostático, que tem suas propriedades aumentadas com 0,1% EDTA. Incompatibilidades: sabões, fármacos aniônicos e detergentes, tensoativos não iônicos em altas concentrações, citratos, nitratos, permanganatos, salicilatos, sais de prata, caolim, lanolina,, ácido bórico, etc. 0,004 a 0,02%. A dose usual para preservação é de 0,01%. Solução de Cloreto de Benzalcônio NF Concentrações disponíveis: 1:750; 10%, 17% e 50% p/v (soluções aquosas) e 1:750 como tintura. Idem Tintura de Cloreto de Benzetônio NF Solventes: água, acetona e álcool. Cloreto de cetilpiridínio USP Solução tópica de cloreto de cetilpiridínio USP Inativado por metilcelulose. 0,01 a 0,02% PRESERVANTES PARA USO TÓPICO PRESERVANTES PARA USO OFTÁLMICO NOME PROPRIEDADE CONCENTRAÇÃO EFETIVA Clorobutanol Incompatível com AgNO3 e sais de sódio de sulfonamidas. Necessária solução tamponada (pH 5-5,5) para evitar hidrolise. Perda da atividade por sorção em polietileno dos recipientes. Inativado por polissorbato 80 e PVP. 0,5% Cloreto de benzalcônio Idem uso tópico 0,013% é a concentração máxima permitida para oftálmicos (irritante e sensibilizante) Cloreto de benzetônio USP 0,01% é a concentração máxima permitida para oftálmicos. Cloreto de cetilpiridínio Inativado por metilcelulose. 0,01 a 0,02% Acetato fenilmercurio Idem uso tópico 0,002 a 0,004% (oftálmicos) Nitrato fenilmercurio Idem uso tópico 0,002 a 0,004% (oftálmicos) Timerosal Idem uso tópico Máx 0,01% para oftálmicos. Clorexidina EDTA dissodico Metilparabeno Propilparabeno Álcool feniletilico Benzoato de sódio Propionato de sódio Ácido sorbico PRESERVANTES PARA USO OFTÁLMICO Oxidação/ Redução (redox) reações que envolvem a transferência de um ou mais átomos de oxigênio ou Hidrogênio ou a transferência de elétrons. Forma reduzida ⇔ forma oxidada + elétrons Auto- oxidações: oxidações que ocorrem espontaneamente sob condições normais de preparação, embalagem e estocagem (t, luz e pH). ANTIOXIDANTES: são substâncias que previnem ou inibem a oxidação. São adicionadas às Formas Farmaceuticas para proteger os componentes que estão sujeitos à degradação química por oxidação. ANTIOXIDANTES Antioxidantes para sistemas aquosos Nome Aspecto físicoEstabilidade solubilidade Concentração eficaz (%) Ácido ascórbico Pó cristalino branco ou ligeiramente amarelado. Escurece gradualmente quando exposto à luz. Estável no estado seco, mas oxida em solução. 1g/3 mL de água 1g/30 mL álcool 0,05 a 3,0 Bissulfito de sódio (NaHSO3) Pó ou cristais brancos ou branco amarelado. Instável no ar, perdendo SO2, oxidando para sulfato. 1 g/4 mL água 1 g/ 70 mL álcool 0,1 Metabissulfito de sódio (Na2 S2O5) Pó branco ou cristais incolores Oxida lentamente a sulfato se exposto ao ar e umidade. 1 g/2 mL água solúvel na glicerina 0,02 a 1 Tiossulfato de sódio Na2S2O3. 5 H2O Pó cristalino ou cristais incolores grandes. Eflorescente no ar seco em T>33C e levemente deliqüescente em ar úmido. 1 g/0,5 mL água insolúvel em álcool. 0,05 Antioxidantes para sistemas oleosos Nome Aspecto físico solubilidade Concentração eficaz (%) Palmitato de ascorbila Pó branco ou branco amarelado. Solúvel no álcool. Levemente solúvel em água e em óleos vegetais. 0,01 a 0,2 BHA (Butilhidroxianisol) Cera branco sólida ou branca amarelada. Facilmente solúvel no álcool e PG. Insolúvel na água 0,005 a 0,01 BHT (butilhidroxitolueno) Sólido cristalino branco Insolúvel em água e em PG. Solúvel no álcool. 0,03 a 0,1 Galato de propila Pó cristalino branco Levemente solúvel em água e em álcool. 0,05 a 0,15 Alfa- tocoferol (vitamina E) Óleo viscoso, claro, amarelo ou amarelo esverdeado. Insolúvel em água. Solúvel no álcool Miscível com acetona e óleos vegetais 0,05 a 2 AGENTES QUELANTES: substância que forma complexo estável (quelato) com metais que podem causar a instabilidade em formulações. Mecanismo de Ação: inibe a oxidação por complexar com íons metálicos, os quais agem como catalisadores para algumas reações de oxidação. Ex: EDTA dissódico (solúvel em água; uso a 0,1%) EDTA tetrassódico ácido acético, ácido cítrico, ácido tartárico. Complexo EDTA- METAL Profa Maria Bernadete Pierre- Farmacotécnica- UFRJ 31 Agentes edulcorantes -Importância Ex:- Carboidratos da baixo P.M., principalmente sacarose. Sacarose- vantagens do uso: incolor muito solúvel em água estável na faixa de pH 4-8 produz soluções viscosas que são mais agradáveis de serem ingeridas mascara sabores salgado e amargo efeito suavizante nas membranas da garganta Desvantagens: cariogênica e calórica SOLUÇÃO DE SACAROSE em água= Xaropes como edulcorantes IV- Outros adjuvantes de formulação 32 NATURAIS: Possuem alto poder adoçante e podem ser empregados nas preparações para diabéticos. • Lactose (extraído do leite) • Manitol (7% na preparação; extraído de frutas e algas) • Sorbitol (20-70% na preparação; extraído de frutas) • Xilitol (extraído da xilose) • Frutose (extraído de frutas e mel; 45-99,5% na preparação); 1,2 x mais doce sacarose. • Esteveosideo (0,1- 0,5%): 250 x mais doce sacarose (natural, extraído de planta) • Mel Agentes edulcorantes IV- Outros adjuvantes de formulação xilitol manitol Esteveosídeo Sorbitol frutas Profa Maria Bernadete Pierre- Farmacotécnica- UFRJ 33 Edulcorantes ARTIFICIAIS: podem ser usados em associação para diabéticos. Possuem alto poder adoçante: Ex: -Sacarina (sais de sódio e cálcio): muito hidrossolúveis e estáveis em larga faixa de pH)- 300 x mais doce que sacarose (conc usual: 0,04-0,6%) Ciclamatos (40 x mais doce) Aspartame: a partir de fenilalanina + ácido aspártico (180 x mais doce; 01-0,5%) Acessulfame K (120-200 x mais doce; 0,3-0,5%) Sucralose Desvantagem: sabor residual amargo ou metálico 34 Sacarina (derivada petroleo) Ciclamato (derivada petroleo) Acesulfame K aspartame Edulcorantes artificiais 35 Sucralose (cana açúcar modif) Fonte: http://www.inmetro.gov.br/consumidor/produtos/adocantes.pdf Lourdes Masson/Maria Ivone 36 FLAVORIZANTES= confere ou intensifica sabor + aroma. Melhoram palatabilidade ou mascarar sabor desagradável (amargo) de P.A. PALADAR Preparações orais: aceitação do medicamento (crianças). Não devem ser muito agradáveis pois incentiva a ingestão. Crianças: sabor doce e frutal (morango, framboesa, cereja) Adultos: café, licor, chocolate. Flavorizantes: A maioria são óleos (de limão, de laranja, etc) ou como concentrados alcoólicos. Se for um óleo a ser adicionado a uma solução aquosa, deve ser primeiramente solubilizado em álcool ou solvente similar aprovado para uso oral. Substâncias Flavorizantes S ubst ância Sabor e aroma Benzaldeído amêndoas amargas Vanilina: baunilha Aldeído cinâmico: canela Eugeno l cravo Citral limão Antranilato de metilo uv a Profa Maria Bernadete Pierre- Farmacotécnica- UFRJ 39 Aromatizantes e essências Usados em conjunto com edulcorantes Muito usados em formulações pediátricas Auxiliam na identificação do produto Obtenção: fontes naturais (suco de frutas, óleos aromatizados) sintéticos (mais baratos, estáveis e disponíveis) Escolha dever ser compatível com a cor do produto e possuir a capacidade de mascarar sabores amargo, salgado, doce e azedo. IV- Outros adjuvantes de formulação Profa Maria Bernadete Pierre- Farmacotécnica- UFRJ 40 Corantes Usos Principalmente para soluções de uso oral e algumas vezes para uso externo Normalmente associado com o aroma de preparação Usado para facilitar identificação Deve-se verificar se o corante escolhido é aprovado para uso farmacêutico, cosmético ou alimentar. Para uma mesma substância corante existem diferentes denominações, dependendo do país ou continente Deve-se ter certeza que o corante escolhido não é afetado pelo pH da preparação ou por radiação UV ou pela adição de agentes oxidantes/redutores. IV- Outros adjuvantes de formulação Concentrações de corantes recomendadas para preparações Farmacêuticas Líquidos: - Usado em quantidades pequenas: fazer solução estoque e usar gotas ou seringa de 1 mL para medida do volume. -Concentrações de 0,001% a 0,0005%. Pós: - Aproximadamente 0,1% produz um tom claro a branco. -O corante deve ser incorporado usando diluição geométrica e trituração. Profa Maria Bernadete Pierre- Farmacotécnica- UFRJ 42 2. Corantes Naturais (mais aceitos)- exemplos: PIGMENTOS DE PLANTAS: Carotenóides (beta carfoteno) clorofilas, Antocianinas, riboflavinas, MINERAIS: óxido férrico 1. Corantes Sintéticos (cores mais vivas e estáveis)- exemplos Lourdes Masson/Maria Ivone 43 Lourdes Masson/Maria Ivone 44 1. Combinar sabores: - Mistura de flavorizantes Ex: Sabor azedo= com sabor cítrico ou frutal + adição adoçante. Antiácidos são associados com sabor de menta, sabor este melhorado com adição de adoçante. Sabor amargo= melhora com adição de sabor salgado (NaCl), doce ou azedo ácido cítrico). 2.Mascarar: - Adição de flavorizante e/ou adoçante com sabor intenso para mascarar o sabor do fármaco. - Aumentandoa concentração do flavorizante ou adoçante, aumenta a intensidade do sabor. Métodos para melhorar a palatabilidade de preparações orais 3. Físico - Alterar a solubilidade do fármaco, usando sua forma insolúvel ou precipitando o fármaco pela alteração do pH do solvente da preparação. - Escolher quando possível, entre os derivados da molécula cujo sabor é agradável. Palmitato cloranfenicol= menos amargo. - Óleos podem ser emulsificados (emulsão é mais palatável que a forma líquida). Ex: Emulsão óleo rícino. - Veículo viscoso reduz o contato do fármaco com as papilas gustativas da língua. 4. Químico - Complexação do fármaco ou pró-droga. Métodos para melhorar a palatabilidade de preparações orais 5. Fisiológico - Adição de pequenas quantidades de agentes anestesiantes: mentol, fenolato de sódio, hortelã-pimenta. Modificar o modo de administrar o medicamento: - Diluição do medicamento em água ou sumos de frutas - Diluição do medicamento em água gasosa - Produção de efervescência na preparação. - Refrigeração da preparação: reduz sabor e anestesia papilas. Métodos para melhorar a palatabilidade de preparações orais SABOR CORRIGE COM Amargos Xaropes caramelo, cacau, hortelã Pimenta. Óleo de anis, óleo de menta. Ácidos ou Azedo Edulcorante (xarope comum) + aroma ácido natural (essência limão, laranja, groselha) Salgados Xarope de frutas com ligeiro sabor ácido (laranja, hortelã-pimenta); Maple. Doces Harmonizar com aromatizante agradável: cacau, baunilha. Álcalis Licor amoniacal com anis Alcalóides Quinina: xarope cacau, extrato fluido de Alcaçuz. Ferro Xarope ameixas; Glutamato monossódico* (> 12 anos) KI Xarope ameixas Sulfamidas Suspensão em xarope de canela, cereja, etc Nome do medicamento Fabricante Fármaco (Princípio ativo) Forma Farmacêutica Digesan Sanofi Bromoprida Solução oral 49 Indicado para o alívio dos distúrbios da motilidade gastrintestinal, situações de refluxo gastroesofágico, náuseas, vômitos e para facilitar procedimentos radiológicos do trato gastrintestinal Hietelose (hidroxietilcelulose) Metilparabeno / propilparabeno sacarina sódica Aroma de damasco Ácido cítrico Corante tartrazina água purificada q.s.p. bromoprida ......................................... 1 mg veículo q.s.p. ....................................... 1 mL hidroxietilcelulose, sacarina sódica, metilparabeno, propilparabeno, ácido cítrico, aroma de damasco, corante tartrazina, água destilada. Polimero não iônico, indutor de viscosidade Conservante antimicrobiano Edulcorante não cariogênico Aromatizante + sabor/ flavorizante Acidificante, quelante, “flavour enhancer” corante Solvente /veículo Profa Maria Bernadete Pierre- Farmacotécnica- UFRJ 50 VI- Estabilidade das soluções Química: integridade e potência dos ativos devem ser mantidas Física Limpidez: exame visual ou densidade óptica Características organolépticas: Cor (visual ou espectrofotômetro), Odor, sabor Viscosidade: propriedades reológicas (reômetros ou viscosímetros) Profa Maria Bernadete Pierre- Farmacotécnica- UFRJ 51 VII- Preparo geral das soluções Mistura: Pequena ou grande escala: misturadores com sistema de agitação. AGITADOR: Hélice, turbina, pá. TANQUE: cilíndrico, de aço inox. Envolvendo o tanque, há jaqueta de aquecimento, onde circula água ou vapor. Processo: Soluto adicionado ao solvente e agitação até dissolução completa. Corantes são dissolvidos antes em pequena porção de solvente e adicionados ao volume restante. Substâncias voláteis (essências e aromatizantes) devem ser adicionados ao final do processo e após o resfriamento. Refinamento: filtração da solução Envasamento HÉLICE PÁ Profa Maria Bernadete Pierre- Farmacotécnica- UFRJ 52 BIBLIOGRAFIA FARMACOTÉCNICA: FORMAS FARMACÊUTICAS & SISTEMAS DE LIBERAÇÃO DE FÁRMACOS. ANSEL, H.C.; POPOVICH, N. G.; ALLEN, L. V., JR. 2000, 6a ed., Ed. Premier. http://sites.google.com/site/farmacotecnicaurfj/
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