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Natália Quintão e Ábila Dutra FACIG MED 003 Patologia Aula 2 Cavidade oral Qual o papel da medicina e qual o da odontologia? Geralmente, doenças da cavidade oral são diagnósticas por dentistas. Porém, existe uma incidência de cerca de 50% dos casos de carcinoma na cavidade oral, dá uma sobrevida ao paciente de 5 anos apenas. Quais os principais cânceres de cavidade oral? Adenocarcinoma e espinocelular, que quando diagnosticado dá uma ‘sentença’ pro paciente de mais 5 anos de vida. Mas então esse tipo de câncer é tão invasivo assim? Não. É um tumor primário, no qual o grande problema é ser negligênciado. Os médicos e dentistas hoje estão mais preocupados com a lente, com a estética, na ortodontia, na buchectomia, que ao olhar para a boca do paciente não consegue visualizar que ali tem uma lesão pré-cancerosa, que se naquele momento isso for encaminhado vai ser tratado e retirado. Não é só o dentista que examina a boca, pediatra e otorrinolaringologista também fazem isso. Herpes é uma lesão muito característica, é bolhosa e de fácil distinção, mas hoje em dia temos afecções bucais que são indicativos de HPV (o HPV16 em cavidade oral é potencialmente carcinogênico; toda verruga no corpo é HPV, mas nem todo HPV tem sorotipo que predispõe ao câncer). Esôfago Se dividirmos o esôfago em 3 partes temos: primeiro terço de musculatura estriada esquelética, segundo terço de musculatura esquelética e lisa e o terceiro terço de apenas musculatura lisa. O epitélio de revestimento do esôfago é estratificado pavimentoso é estratificado e do estomago é simples colunar. No esôfago o segundo e o último que tem musculatura lisa, na região próximo da cárdia, alguns pacientes podem apresentar refluxo gastroesofágico. O aumento de HCl leva ao refluxo gastroesofágico quando: o pH é básico, há aumento de gastrina, aumento de histamina, presença de H. pylori, etc. Com o excesso de HCl no estômago, o muco não é suficiente para proteger a mucosa estomacal (principalmente na região do fundo, onde não há células produtoras deste muco). Com a falha do esfíncter cárdico, o refluxo chegará ao esôfago, onde não há células produtoras de muco, agredindo-o e podendo gerar metaplasia esofágica a longo prazo. Relembrando: metaplasia é a substituição de um tecido por outro de mesma origem, mas isso não está relacionado a malignidade. Para acontecer a metaplasia é necessário presença de células pluripotentes capaz de se diferenciar em qualquer célula para renovar o tecido, estas estão localizadas próximos a lâmina basal. Porém, quando a agressão é persistente (crônica), somado ao fato que 15% dos pacientes possuem H. Pylori (bactéria) no estômago, destes, 80% vão desenvolver Adenocarcinoma no esôfago ou estômago. Ex.: pessoas com costumes de tomar bebidas muito quentes, tem predisposição de desenvolver câncer de esôfago. Entendendo: aumento da produção de HCl + falha no relaxamento do esfíncter cárdico refluxo gastroesofágico enfraquecimento da musculatura esofagiana metaplasia displasia câncer. Diferença de hiperplasia para displasia: hiperplasia é o aumento da taxa de divisão celular; displasia é o aumento da taxa de divisão celular, associado a uma perda da diferenciação, por isso é considerado situação pré- neoplásica. Chron ou Retocolite, qual das duas patologias tem maior probabilidade de desenvolver câncer? Retocolite, pois ela está localizada no epitélio e o tecido epitelial, na sua lâmina basal tem células de reserva pluripotentes que tentam fazer a recuperação de um tecido, podendo perder o controle e gerar uma displasia que pode avançar para uma neoplasia. Lamina histológica tecido epitelial estratificado pavimento não queratinizado: Explicação da lâmina: Acima da lâmina basal se encontra células volumosas que forma a camada basal profunda. Sobre essas células encontra-se outro grupamento celular com núcleo menor, que são as células para-basais, formando a camada para-basal. Acima dessa camada, há células prismadas com núcleo maior, chamada d camada de transição. Por último, há células com núcleos pequenos que forma a camada externa. Tudo isso gera o epitélio estratificado pavimentoso, entretanto, este pode ser queratinizado ou não, dependendo da presença ou ausência da queratina. Exemplo patológico de carcinoma de célula epidermóide (neoplasia maligna de células epiteliais) : Explicando o exemplo: Normalmente, as células da camada basal profunda e para-basal são muito justapostas e fortemente aderidas a lâmina basal. Caso em algum exame, elas se apresentem de forma frouxa é indicativo que essas células estão sofrendo alguma agressão, sendo então prenúncio de displasia ou até mesmo neoplasia. No caso do esquema acima, as células basais estão em processo de displasia que evoluiu para neoplasia com invasão de estroma (condição de malignidade). Alteração de cor e forma em células neoplásicas. Em uma célula fisiológica o núcleo é roxo e o citoplasma rosa (HE), porém uma célula tumoral apresenta citoplasma roxo devido a diminuição do pH e o núcleo pode-se apresentar róseo e em cariorrex. Sintomas esofágicos Disfagia é a sensação que surge durante ou após a deglutição, de dificuldade no transporte do bolo da faringe ao estômago. Pode ter etiologia esofágica (motor: acalasia, espasmo e esclerodermia; mecânico: anéis, tumor e estenose) ou buco faríngea. Odinofagia é uma dor no ato da deglutição. Pirose é uma dor em queimação retroesternal, entre o apêndice xifoide e manúbrio, que pode irradiar para membro superior, região cervical anterior e lateral do tórax. Se diferencia da azia, pois azia é uma queimação epigástrica, ou seja, relaciona-se com o estômago. Regurgitação é o retorno de alimento ou secreção a cavidade oral sem participação dos músculos abdominais. Sialorreia (sialose) é o aumento da secreção salivar. Hematêmese é o vomito com sangue. Cólica esofágica é a contração do esôfago seguido de dor torácica, que erradia para mandíbula e membro superior esquerdo. Consequências da Acalasia : halitose grave, broncoaspiração com possibilidade de pneumonia, perda de peso leve e imagem em chama de vela ou funil. O predomínio da doença é no sexo masculino de 20 a 40 anos. Há Acalasia na presença da doença de Chagas é chamada de megaesôfago (acalasia secundária).
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