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Direito - Constitucional

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DIREITO CONSTITUCIONAL
1. Introdução
Não se pode considerar o Direito Constitucional como sendo um ramo do Direito Público, pois que todos os ramos dependem da Constituição. Ele não é ramo e, sim, a base do Direito. Sem a CF não há Direito e nem Estado Democraticamente organizado. E sem Estado não há Direito Público ou privado.
A Constituição apresenta as regras gerais, ou seja, os valores a serem seguidos.
A Constituição é condição para a existência do Direito.
Chama-se Estado de Fato aquela Nação em que não vigora uma Constituição. Ex: Roma antiga.
1.1. A CF vale porque? 
A condição para a validade da CF é a NHF (Hans Kelsen).
A Norma Hipotética Fundamental, como o próprio nome diz, é uma hipótese latente em sociedade, que esta acima da CF, garantindo, a esta, sua validade... Algo parecido com o Direito Natural. A NHF é a vontade, o desejo da nação em termos de princípios e valores que a mesmo elegeu. [1: 	 Apenas parecido, pois que Hans Kelsen (NHF) foi juspositivista.]
	CF é a NHF positivada
CF=NHF
A CF vale, pois que ela coincide com o que a sociedade deseja. Se não coincidir é invalida. Para ser válida, além de coincidir com a vontade do povo, deve ser democrática e legitima.
1.2. Conceito, objetivo e fonte 
1.2.1. Conceito: É a única que estuda a organização jurídica fundamental do Estado.
1.2.2. Objetivo: Sistematizar todo o conhecimento a cerca da organização jurídica fundamental do Estado. 
1.2.3. Fonte: O poder Constituinte (originário e derivado) [forma direta]; Costumes, analogias, et coetera [forma indireta].
1.3. Situação do quadro geral do direito
Ramo do Direito Público (Inicialmente), porém, ele é maior que o Direito Público.
Somente é colocado como ramo do Direito Público para melhor compreensão.
1.4. Existência ou não de uma matéria constitucional
1.4.1. A organização jurídica fundamental do Estado
1.4.1.1. Forma de Estado;
1.4.1.2. Forma de Governo;
1.4.1.3. Modo de aquisição do poder de Estado;
1.4.1.4. Limites de atuação dos poderes;
1.4.1.5. Sistematização dos órgãos do poder (ou seja, estrutura).
1.5. Sentido sociológico, político e jurídico
1.5.1. Sociológico – Ferdinand Lassalle (O que é constituição¿): Ser. A constituição deve descrever o que o Estado é. 
1.5.1.1. Fatores Reais de Poder:
* Forças Armadas;
* Imprensa (meios de comunicação);
* Poder econômico;
* Universidades;
1.5.2. Político – Carl Schmitt (Teoria da Constituição): Constituição seria o documento formal, solene, contendo conjunto de normas jurídicas, que trata da organização primordial de um Estado, dá sentido ao seu funcionamento, estabelece os direitos individuais e fundamentais coletivos e individuais, além de estabelecer garantias
a estes direitos
1.5.3. Jurídico – Hans Kelsen (Teoria Pura do Direito): é o texto escrito.
2. Poder Constituinte
É aquele que põe em vigor, cria, ou mesmo constitui normas jurídicas de valor constitucional. O poder constituinte só é exercitado em ocasiões excepcionais. 
Dele somente se pode cobrar a sua legitimidade, ou seja, se é legítimo ou não;
Finalidade dele é criar a Constituição que o Povo quer; Quando a Constituição criada pelo P. Constituinte Democrático é legítima, se não for democrático é ilegítima;
2.1. Legitimidade e Legalidade
2.1.1. Legalidade:
2.1.1.1. Respeitar os comandos normativos;
2.1.1.2. A favor do que permite a norma;
2.1.1.3. Norma: Se for ordenar algo:
* Permite; (Quando a lei faculta uma possibilidade)
* Proíbe; (É proibido)
* Obriga; (É obrigatório)
* Somente explica (Explicativa)-(não é um comando normativo)
2.1.2. Legitimidade:
2.1.2.1. Depende do consenso – consensus: Concordância da maioria(em regra);
2.1.2.2. Um ato legítimo: O que é consentido, permitido;
2.1.2.3. Formas de Legitimidade:
* Pela maioria (forma simples);
* Pelo procedimento (legítima): Obedece todas as fases;
* Pelo resultado (é completado pelo procedimento);
- É legítimo se estiver de acordo com o fim esperado;
- É ilegítimo não estiver de acordo com o fim esperado;
2.1.3. Teoria da Legitimidade pelo Procedimento (Lulman): É representado pela “Forma”; Essa teoria é incompleta sem o Resultado;
2.1.4. Teoria da Legitimidade pelo Resultado: É representado pelo “Conteúdo”; Essa teoria é incompleta sem o Procedimento;
2.1.5. Teoria da Legitimidade pelo Discurso (J. Habermas): Teoria utilizada em ambiente neutro; Todos os setores da sociedade devem estar presentes; Todo assunto proposto deve ser discutido; A decisão tomada nesse ambiente deve ser implantada (colocada em prática); ***É considerado o melhor método de consenso;
2.2. Pensamento Político de Sièyes 
Emmanuel Joseph Sièyes era um abade; Segundo ele o Terceiro Estado era o Estado verdadeiro; Mas o que é Terceiro Estado? 
2.2.1. Terceiro Estado: 
Na França existia: 
* 1º Estado – Nobreza; 
* 2º Estado – Alto Clero: Quem fazia parte de um desses dois primeiros Estados tinha todos os privilégios, inclusive sobre as leis;
* 3º Estado – Povo – Burguesia: Quem fazia parte desse Estado tinha que trabalhar para manter os outros dois Estados, por meio de impostos;
Por razões econômicas os burgueses utilizaram o povo para acabar com o sistema de Estados; 
Segundo Sièyes o Terceiro Estado era a França; Sièyes diz que:
* A Constituição é fruto de um poder diferente daqueles por esta é criada;
* O poder de criar a Constituição é do povo; 
* Os poderes criados pela Constituição vêm da Constituição;
* O monarca (governante) obedece a um poder Constituído (tem um poder menor);
* Tão somente o povo tem poder sobre a Constituição;
Sendo assim, o monarca é limitado pela Constituição que é criada pelo povo;
2.2.2. Contrato Social (***John Locke e Rosseau criaram e pregaram o Contrato social)
No contrato social, o governante governava para o povo (contanto que ele garantisse os Direitos e Garantia do povo), em contrapartida, o povo iria obedecer as ordens do governante.
Antes de ocorrer a Revolução Francesa perguntou-se se o Contrato Social estava sendo cumprido. Vendo que este não estava sendo cumprido, foi feita a Revolução Francesa para que fosse modificado o Contrato Social;
2.3. Natureza Jurídica
2.3.1. Fonte do Poder Constituinte: 
# Baseado do Jus positivismo, esse poder é de “Fato”. Ou seja, o P. Constituinte vem por meio de um fato. Em regra, são revoluções (mudanças de valores, não precisam ser por meio de violência. Mudanças no sentido de Inversão. Ex.: mudança de monarquia para o presidencialismo;)
# Baseado no Jus naturalismo, esse poder é de Direito; Os direitos são naturais,
que advém da natureza humana. Esses Direitos naturais, baseados no Jus naturalismo, são eternos. Para o Jus naturalismo o P. Constituinte vem da autodeterminação dos povos.
2.4. Titularidade e Exercício
Os representantes do Povo possuem autorização para redigir o texto hipotético que representa a vontade do povo;
Ou seja, a titularidade e o exercício são do povo, sendo que no segundo pratica-se por meio de representantes eleitos pelo povo; 
2.5. Limites
2.5.1. Originário (inicial, ilimitado, se cria conforme necessário à época, às necessidades da sociedade)[2: 	 O Poder Limitado, segundo o jus naturalismo, possui autonomia. Já o poder ilimitado para o positivismo jurídico significa soberania, porém todo Estado esta ligado diretamente com Leis Internacionais, na qual às vezes podem-se criar normas que vão contra outros países assim causando guerras.]
2.5.2. Derivado (condicionado, limitado, pois apenas reformula parte em que a sociedade se mudou e necessitou tal mudança.). Poder Reformador (Emenda – Revisão). 2.5.3. Limites Temporal, Material, Formal, Circunstancial. 
* Temporal: A constituição estará sujeita a uma revisão após 5 anos da sua promulgação,
* Circunstancial: Sobre certos eventos não se poder mudar a constituição, Estado de sítio, Defesa, Intervenção Federal, 
* Formal: Procedimento de reforma, ele em si já impões limites para a constituição, (rigoroso) 
* Material: Cláusulas Pétreas, (pode-se mexer em tais porem nãopode-se remover a matéria da constituição).
3. Constituição
3.1. Classificação
3.1.1. Quanto ao conteúdo: 
Conteúdo Formal
A Constituição formal é peculiar modo de existir do Estado, reduzido, sob forma escrita, a um documento solene estabelecido pelo poder Constituinte e somente modificável por processos e formalidades especiais nela própria estabelecidos.. Existem regras, normas, princípios que tem a forma de Constituição. A constituição formal é hierarquicamente superior, abaixo das mesas estão as normas infra-constitucionais. 
Constituição Material
A constituição material é concebida em sentido amplo e em sentido estrito. No sentido amplo, identifica-se com a organização total do Estado, com regime político. No sentido estrito, designa as normas constitucionais escritas ou costumeiras, inseridas ou não num documento escrito, que regulam a estrutura do Estado, a organização de seus direitos fundamentais. 	Neste caso, constituição só se refere á matéria essencialmente constitucional; as demais, mesmo que integrem a escrita, não seriam constitucionais. Constituição material é o conjunto de todas as normas do ordenamento jurídico que tratam de matéria, assunto constitucional. É uma constituição não escrita. Na formação da constituição material terão pedaços de todas as normas constitucionais, não interessa onde estejam escritas. Quais são as constituições materiais? As normas que tratam de formas e organização de Estado, modo de aquisição do poder, estrutura dos órgãos do poder, limites dos órgãos do poder e etc. O 250 artigos Constitucionais não tratam somente da organização de poder, mas inclui assuntos que também assuntos que não são constitucionais, como, por exemplo, a parte da educação (art. 208 CF). O assunto é formalmente constitucional, porém não trata de assunto constitucional (art. 248 CF). Não há ofensa para uma norma materialmente constitucional. 
Constituição Substancial
É o que o ser humano é no dia a dia, a realidade.
3.1.2. Quanto à Forma: escrita ou não escrita.
A Constituição pode ser classificada, no tocante à forma das regras constitucionais, em escrita (normas legislativas positivadas) e não escrita (observação de usos e costumes).
3.1.3. Quanto ao modo de elaboração: 
Modo dogmático
O Dogma é uma verdade indiscutível, a Constituição dogmática é aquela que foi criada em cima de valores eleitos e pré-selecionados pela sociedade. 	 É elaborada por um órgão constituinte, e sistematiza dogmas ou idéias fundamentais da teoria política e do Direito dominante no momento. É sempre escrita e, portanto, formal e de uma criação consciente. 
Modo histórico ou costumeiro 
Constituição histórica ou costumeira, não escrita, é, ao contrário, resultante de lenta formação histórica, do lento evoluir das tradições, dos fatos sócio-políticos, que se cristalizam como normas fundamentais da organização de um determinado Estado. Conforme surgem os conflitos e problemas de uma sociedade, se criam normas para a realidade. A Constituição da Inglaterra é histórica, não foi realizada com a intenção de criá-la, é uma Constituição material. A Constituição histórica, portanto, é material. 
3.1.4. Quanto à origem: 
Constituição Popular
A Constituição popular ou democrática se origina de um órgão constituinte composto de representantes do povo, eleito para o fim de a elaborar e estabelecer, como são exemplos as Constituições brasileiras de 1891, 1934, 1946, 1988. São Constituições legitimas. 
Constituição Outorgada 
Constituições outorgadas são as elaboradas e estabelecidas sem a participação do povo, aquelas que o governante por si ou por interposta pessoa ou instituição, outorga, impõe, concede ao povo, como foram as Constituições de 1824, 1937, 1967 e 1969. A Constituições outorgas são consideradas ilegítimas. 
Constituição Cesarista 
Pode-se acrescentar aqui outro tipo de Constituição, que não é propriamente outorgada, mas tampouco é democrática, ainda que criada com participação popular. Podemos chamá-la constituição Cesarista, porque formada por plebiscito popular sobre um projeto elaborado por um Imperador (plebiscitos napoleônicos) ou um Ditador. A participação popular, nesses casos, não é democrática, pois visa apenas ratificar a vontade do detentor do poder. 
PS: Não se classifica a Constituição como legal ou ilegal, e sim como legítima ou ilegítima. 
3.1.4. Quanto à estabilidade: 
Estabilidade Rígida
A Constituição rígida é aquela que possui um procedimento de reforma diferenciado, especial e mais rigoroso do que o adotado, previsto, para criar lei ordinária. É somente alterável mediante processos, solenidades e exigências formais especiais, diferentes e mais difíceis que os de formação das leis ordinárias ou complementares. 
Estabilidade Flexível
Ao contrário, a Constituição flexível é a que não tem procedimento especial. Pode ser livremente modificada pelo legislador segundo o mesmo processo de elaboração das leis ordinárias. Quando uma lei ordinária contraria uma Constituição flexível o que equivale à lei mais nova, que emendará a Constituição. Porém, também existe inconstitucionalidade na Constituição flexível. 
Estabilidade semi-rígida
Constituição semi-rígida é aquela que possui alguns artigos rígidos e outros flexíveis, uma parte só pode ser mudada pelo procedimento rigoroso e outra pelo procedimento simples. Exemplo: Constituição do Império do Brasil, à vista de seu art. 178.
3.1.5. Quanto à finalidade: 
Finalidade sintética
A Constituição sintética é curta (Constituição dos EUA), cuida basicamente de separação de poderes e declaração de direitos, possui poucos artigos, é liberal e modelo clássico de Constituição. 
Finalidade Analítica 
A Constituição analítica é extensa, cuida dos mais variados assuntos (Constituição Brasileira), tudo o que o legislador considera interessante vai para a Constituição. 
A Constituição Brasileira é formal, escrita, dogmática, democrática, rígida, e analítica. 	
3.2. Constituição Orgânica ou Ideológica (Segundo Celso R. Bastos)
Uma Constituição nunca vai ser puramente orgânica ou ideológica;
Quanto mais determinada (entendível) ela for, mais orgânica (densa – cheia de detalhes) ela será. Quanto menos determinada (entendível) ela for, mais ideológica ela será;
3.2.1. Constituição Orgânica: É mais determinada. Trata da forma de Estado, dos poderes, Declaração dos Direitos etc. Uma Constituição do “ser”, ou seja, trata da estrutura do Estado.
3.2.2. Constituição Ideológica: É mais aberta (nas normas), por serem, suas normas, dependentes de complemento.
3.2.2.1. Normas principiológicas: a norma principiológica é de eficácia plena, é ato executável. A norma principiológica não é auto – aplicável diretamente sobre o fato, por exemplo: um crime, o princípio não será aplicado para um juiz condenar ou não o sujeito. A norma principiológica serve para orientar a aplicação do direito, o sujeito tem o direito a vida, a dignidade e etc., e tais princípios são aplicáveis na interpretação da norma, nunca ao caso concreto, atinge somente indiretamente a norma. Além de interpretar o direito, a norma principio lógica serve para a produção do próprio direito, novas normas, e orientação na produção legislativa e orientação da interpretação do direito. A terceira função da norma principio lógica é a função prospectiva, significa que a mesma obtém eficácia conforme o passar do tempo. São Normas abertas.
Não necessita de complemento. Tem que ser intermediado por uma norma.
3.2.2.2. Tem função prospectiva: ou seja, quanto mais o tempo passa, mais aumentam sua importância (força).
3.2.2.2. Normas programáticas: Norma do “Dever ser”. Prevêem um fim, tarefa, solução de compromisso. Criam programas (tarefas) a serem executados. Mesmo sendo programática, a norma deve ter o mínimo de eficácia para não ser considerada inconstitucional. Sua eficácia é limitada, sempre necessita de complementação enão é auto-aplicável. Eficácia limitada.
	***Toda norma necessita de normas densas (para estruturar o Estado) e de normas abertas (para mostrar os programas e princípios a serem atingidos e respeitados).***
3.3. Falta de Determinação da Norma
3.3.1. Falta de determinação Horizontal: quando a Constituição vem tratando de vários assuntos, mas chega um assunto à mesma pula, não cuidando do mesmo. Quando o assunto não está presente na Constituição (pode ser intencional ou não)
3.3.2. Falta de determinação Vertical: quando o assunto vai do geral para o específico, por exemplo: o legislador fala da vida, do lazer, mas chega um momento em que o mesmo pára pois não cabe tudo na Constituição (também pode ser intencional ou não).
4. Constituição Garantia, Balanço e Dirigente
4.1. A Constituição Garantia
Segundo Manoel Gonçalves F. Filho, é uma Constituição Liberal, clássica, quês urgiu quando se mudou do Absolutismo para o Liberalismo. Tipo de Estado criado que só mantém a ordem social, porém, não tem mais nenhuma intervenção do Estado na sociedade (Estado pequeno), nesse tipo de Estado somente era mantida a segurança e nada mais (Estado mínimo). Cuida da separação dos poderes e da Declaração dos Direitos. Nessa época foram criados, com essa Constituição, os Direitos de 1ª geração (negativos). Nos EUA ainda é utilizado esse tipo de Constituição
4.1.1. Negativos: no sentido do não agir por parte do Estado, no que diz respeito a intervir nos Direitos.
4.2. Constituição Balanço
Segundo Lassale, surgiu na URSS. Descreve a atualidade do Estado, ou seja, Constituição do “ser”. Fazia o Balanço de em qual estágio o Estado estava. Muito Orgânica – muitas normas de Estruturação.
4.3. Constituição Dirigente
Ssegundo Canotilho, surgiu em Portugal na década de 70. É o contrário da Constituição Balanço. Tem mais normas programáticas. Acreditava muito na força normativa dessas normas programáticas. Baseada no “Dever ser”.
5. Elementos da Constituição
5.1. Elementos Orgânicos
Definem a estrutura do Estado e seus poderes: Legislativo, Executivo, Judiciário; União, Estados-membros, Distrito Federal, Municípios.
5.2. Elementos Limitativos
São os direitos e garantias fundamentais Limitam a atuação do Estado e dos seus órgãos. Coíbem o Absolutismo. Através da Declaração dos Direitos.
5.3. Elementos Sócio-ideológicos
Definem o compromisso social com o Estado, pode ser um compromisso liberal, o Estado não interfere na vida das pessoas. O Brasil é um estado social. Entre o estado liberal e o estado social o ideal é o meio termo. A constituição do Brasil em alguns pontos não descreve a realidade como deveria. É meio idealista. 
5.4. Elementos de Estabilização Constitucional
É aquele que trás estabilidade para constituição, por ex. normalidade, forças armadas, controle de constitucionalidade, estado de sitio, estado de defesa, e intervenção federal, emenda a constituição. 
5.5. Elemento Formal de Aplicabilidade
O preâmbulo constitucional não tem status de norma constitucional, é um elemento formal de aplicabilidade, nos da uma idéia de como aplicar e como interpretar a constituição. O ato das disposições constitucionais transitórias, como nós devemos aplicar a nova ordem, art. 5§1°. 
6. Recepção, Repristinação e Desconstitucionalização
6.1. Recepção
6.1.1. Tácita: Não existe, porque ocorre a “quebra” da antiga Constituição, não pode restar nada da outra sem autorização expressa da nova Constituição. A nova Constituição recepcionou todas as normas infraconstitucionais que estejam conforme aquela, tacitamente. 
6.1.2. Expressa: Pode ocorrer, porque o poder Constituinte originário é “Ilimitado”.As normas infraconstitucionais não precisam de Recepção expressa.
	*** Obs.: Quem faz a verificação da recepção das normas infraconstitucionais é o STF.
6.2. Repristinação
É a ressurreição da Lei. A Repristinação, principalmente a tácita, não existe. Não existe Repristinação de Constituição brasileira e nem mesmo nas leis. Porém, expressamente ainda poderá existir, mas é um caso raro.
6.3. Desconstitucionalização
Tornar uma norma Constitucional em uma norma infraconstitucional. Algumas matérias têm que ficar alocadas em um lugar mais flexível, para facilitar a adoção das medidas cabíveis. Tirar o status da matéria de norma constitucional.
7. Interpretação, Integração e Aplicação 
InterpretaçãoIntegraçãoAplicação
7.1. Interpretação
A constituição trata de valores, filosóficos, tudo sendo muito abstrato e genérico. A constituição é um texto político para o cidadão comum. A constituição tem que ser interpretada, pois foi escrita em linguagem simples e trata de muitos assuntos diferentes. 
Devemos interpretar a Constituição de modo harmonioso.
7.1.1. Principio da Unidade: quando fomos interpretar a Constituição temos que garantir a unidade, a interpretação deve ser seguida como único texto de norma e único texto de lei. A fim de ser vista como uma norma só. A constituição é uma única lei.
7.1.2. Principio da concordância prática ou harmonização: é um principio que tem que harmonizar normas, regras, artigos e Incisos. Todas ficando em harmonia. Toda norma constitucional é importante, deve produzir efeitos, o direito de ir e vir usa-se a harmonização, restringe os dos dois, pois os dois têm direitos iguais.
7.1.3. Princípio efeito integrador: deve produzir o efeito de integração nacional, o ponto de concórdia. Deve ser um texto que garanta que todas as regiões do Brasil se sintam mais próximas.
7.1.4. Principio da Conformidade Funcional ou Justeza: a interpretação deve estar conforme a estrutura de Estado que nós temos.
7.1.5. Principio da Força Normativa da Constituição: A Constituição quando for lida, tem que trazer na mente, de quem a lê, que é uma norma, portanto, quem a desobedecer sofrerá uma sanção (força coercitiva).
7.2. Interpretação conforme a Constituição
7.2.1. Redução de texto norma infraconstitucional: Retirando do texto normativo tudo o que afronta aos princípios declarados na Constituição.
7.2.2. Sem redução de texto, elegendo uma forma: Ocorre quando a lei (norma) permite interpretações diversas. Quando isso ocorre, o STF se pronuncia dizendo qual é a interpretação que mais concerne com a Constituição.
7.2.3. Sem redução de texto, excluindo uma(s) forma(s) de interpretação: Ocorre em casos idênticos aos casos do tipo de interpretação anterior. Porém, nesse caso, o STF vai dizer quais as interpretações que não estão conforme a Constituição.
7.3. Integração
Tem que ser aplicada quando a interpretação não trouxer a solução para a lacuna na lei. Na interpretação a resposta está em uma única norma; e a integração é a combinação de várias normas para solucionar a lacuna na lei. A resposta esta fora da constituição, tendo que sair do texto constitucional para achar a resposta, estando no direito constitucional comparado, costume, constituição anteriores, costumes constitucionais, princípios Gerais do direito constitucional, achando a resposta ao direito constitucional lacuna constitucional é identificada por dois critérios.
* Fato não está previsto 
* Fato análogo previsto
7.3.1. Elementos para que aplique-se a Integração
* Fato não previsto nas regras existentes.
* Não encontrado em outras regras.
* Fato análogo previsto.
* Regra encontrada para um fato semelhante.
* Omissão da lei ou falta de determinação vertical da lei.
7.4. Aplicação
7.4.1. Tempo, temporal: É o prazo da promulgação até a quebra da lei Constitucional
7.4.2. Espaço, territorial: É o local onde a lei Constitucional vai valer (vigorar). Todo o território em que predomine a soberania nacional. Podendo ser o próprio país, embaixadas, embarcações ou aeronaves com qualquer bandeira, desde que estejam em território brasileiro e sejam civis, mas se forem militares será aplicada a lei Constitucional da bandeira das embarcações ou aeronaves.
7.4.3. Eficácia Plena: é a norma que não depende de complementação, a maneira que esta escrita e utilizada,não precisa de lei completando, é auto-aplicável e auto-executável. Ex. art. 5 da CF, §1°, inc. I.
7.4.3.1. Contida : não depende de complementação, é de eficácia plena, porém permite uma restrição na sua eficácia. Na sua aplicação. Art. 5 inc. XIII, norma de eficácia contida, limita a liberdade da norma. É quando a Constituição permite a regulamentação através de norma infraconstitucional.
7.4.3.2. Limitada (norma de eficácia relativa dependente de complementação): sempre precisa de complementação. Eficácia mediada que é a maioria das normas da constituição.
 
7.5 Interpretação das normas infraconstitucionais conforme a constituição (interpretação conforme)
 7.5.1. existem 3 maneiras para a aplicação 
1-com redução de texto. “o supremo declara uma parte da lei inconstitucional (infraconstitucional) e o restante ele da uma interpretação conforme” 
2-sem redução de texto elegendo uma forma de interpretação(de varias aplicações o supremo escolhe uma delas para ser a aplicada) 
3-exclui uma decisão apenas, as outras todas são possíveis, sem redução no texto original
LEGISLADOR POSTIVO = congresso, ele cria uma lei nova uma regra nova (não pode criar uma nova norma) 
LEGISLADOR NEGATIVO = ao invés d criar ele declara inconstitucional, 
8. Histórico das Constituições Brasileiras
8.1. Brasil Colônia: de 1500 a 1800, era considerado Colônia de Portugal. A carta de doação foi o primeiro documento escrito que dava alguma regularidade ao Brasil, nomeava o capitão de cada capitania hereditária e lhe dava um pequeno poder de criar algumas leis, praticar jurisdição (julgar), e administrar. Poderes legislativo, executivo e judiciário e administravam, de acordo com as leis portuguesas. Em 1549, o rei cria uma figura de poder, o governador geral (Tomé de Souza foi o 1º), para representar seu poder. O governador estava acima dos Capitães. Surge então o Regimento do Governador Geral, que atribuía ao governador geral os poderes legislativo, executivo e judiciário, praticava administração. A corte foge para o Brasil pelas ameaças de Napoleão. Em 1815, Dom João VI eleva o Brasil a condição de Reino, Reino Unido à Portugal e Algar1ues. Depois Dom Pedro I torna o Brasil independente, transformando-o em Império.
8.2. Brasil Império: 1822: primeira constituição escrita no Brasil. A constituição mais duradoura do Império, vigorou por 67 anos tendo uma única emenda. Poder executivo, legislativo, judiciário e moderador (serve para resolver qualquer conflito entre os outros 3 poderes), teoria de Benjamin Constant de Rebecque. Só poderiam votar aqueles que tivessem acima de uma certa renda anual mínima. Foi uma Constituição ortogada, não foi feita de maneira democrática, foi imposta. Ultima Constituição semi-rigida que teve no Brasil. Adotou como regime de governo a Monarquia Hereditária, Constitucional e Representativa (o povo elegia alguns cargos). Por concentrar os poderes no Imperados, acabou dando resultado positivo para o Brasil, pois quando você centraliza o poder nas mãos da mesma pessoa, a decisão é muito mais rápida e não existe contradição, mas também tem desvantagens como estar a mercê do “humor” do Imperador.
8.3. Constituição Política do Império do Brasil, 25/03/1824: Constituição semi-rígida.
Não é democrática, pois era uma Constituição que seria criada com dispositivos que limitavam o poder do Imperador, que, por sinal, não gostou nem um pouco e ordenou a dissolução da Assembléia Constituinte, e, por conseguinte, convocou juristas de grande saber jurídico para criarem uma Constituição de sua vontade.
Foi a primeira, mais duradoura e menos emendada das Constituições do Brasil. 
Com quatro poderes: Legislativo, Judiciário, Executivo e Moderador (segundo o pensamento de Benjamin Constant de Rebecque). O tipo de governo era a Monarquia Hereditária.
Constituição que previa a representação do povo por representantes eleitos pelo povo (de forma censitária).
8.4. Constituição da Republica dos Estados Unidos do Brasil, 24/02/1891: Feita nos moldes da Constituição dos EUA. Constituição Garantia, Constituição Liberal. O projeto que foi aceito pela Constituinte da época foi o criado por 5 juristas. Falhou por não ser intervencionista: por exemplo: faltavam leis eleitorais. Transformou as Províncias em Estados, e o país passou a ser uma Federação e abandonou a monarquia adotando o presidencialismo.Foi nela que passou a fazer parte o Habeas-Corpus. Abandonou-se o voto censitário. Abandonou-se a divisão dos poderes em 4, e adota a divisão de Montesquieu, que é a tripartição.
8.5. Constituição da República dos Estados Unidos do Brasil, 16/07/1934:
8.6. Constituição dos Estados Unidos do Brasil, 10/11/1937:
8.7. Constituição da República dos Estados Unidos do Brasil, 18/09/1946
8.8. Constituição do Brasil, 23/01/1967: - E.C nº1 de 17/10/1969 – Constituição Federativa do Brasil.: Restringiu os direitos humanos; reduziu as garantias fundamentais; o Governo poderia suspender algumas garantias fundamentais, como o Habeas Corpus
1.8.1. A.I. 5, 13/12/68
1.8.2. Emenda Constitucional nº 1/69: alguns consideram como uma nova Constituição, até o nome da Constituição foi mudado. 
1.8.3. Bipartidarismo: ARENA e MDB, a eleição era indireta, o congresso nacional escolhia o presidente.
1.8.4. E.C. 26: Assembléia Constituinte
8.9. Constituinte
9. Princípios e objetivos do Brasil
9.1. Princípios do Estado brasileiro: Art. 1ª Caput
9.1.1. Democracia
9.1.2. Estado de Direito: legalidade ampla
9.1.3. Estado Democrático de Direito
9.2. Fundamentos: Art. 1º, I ao V; e Art. 2º
9.2.1. Soberania: Nacionalmente soberania quer dizer que não há nenhum outro poder maior que o da Republica, pois ela é soberana. Internacionalmente o termo soberania considera que os países soberanos devem ter um tratamento igualitário.
9.2.2. Cidadania: Um conceito mais amplo de cidadania: é ter o reconhecimento da existência por parte do Estado. Adquire-se a cidadania ao nascer. Devemos garantir a todas as pessoas os direitos fundamentais. Conceito Jurídico: conceito mais estrito, cidadão é aquele que faz o alistamento eleitoral, que tem o titulo de eleitor. Até os 16 anos não é cidadão. Dos 16 aos 18 anos adquire alistabilidade, o direito de votar. A partir dos 18 anos adquire elegibilidade, direito de ser votado.
9.2.3. A Dignidade da Pessoa Humana: aquele mínimo de direitos, mínimo de garantias indispensáveis a realização plena do individuo. (vida, moradia, lazer, saúde, educação, cultural).
9.2.4. Trabalho:
9.2.5. Pluripartidarismo: pluralidade de idéias políticas, de filosofias
9.3. (Tripartição) Separação das Funções do Poder: art. 1º; $ único e art. 2º -> Adota o principio da separação dos poderes. Todo o poder (uno, indivisível [representantes; executiva (adm.); legislativa; judiciário; fiscalização; percepção criminal; proteção dos interesses dos menores]) (político) emana do povo. As funções não podem ser atribuídas há uma única pessoa. Montesquieu: sistema de freios e contrapesos
9.4. Objetivos Fundamentos: Art. 3º
9.4.1. Construir uma sociedade mais justa, mais livre, mais solidaria
9.4.2. Garantir desenvolvimento nacional.
9.4.3. Erradicar a pobreza
9.4.4. Erradicar a marginalização
9.4.5. Reduzir desigualdade econômica entre as regiões (sul, sudeste, norte, nordeste e centro-oeste)
9.4.6. Promover o bem de todos, independente de sexo, idade, opção sexual, raça, cor, religião, origem, etc.
9.5. O Brasil na ordem internacional: Art. 4º
9.5.1. Independência das Nações: o Brasil é contra um País governar o outro. Ex: EUA que invade os países e impõe ao povo suas regras.
9.5.2. Auto-determinação dos povos: determinar seu próprio caminho
9.5.3. Não intervenção: os povos são independentes, uma nação não pode intervir na outra.
9.5.4. Prevalência dos direitos Humanos: é favorável ao respeito dos direitos humanos.
9.5.5. Repudio ao terrorismo
9.5.6. Repudio ao racismo
9.5.7. Concessão de asilo político
9.5.8. Solução pacifica dos conflitos
9.5.9. Defesa da Paz
9.5.10. Cooperação entreos povos para o progresso da humanidade
	Virtuosas
	Objetivo
	Desvirtuados
	Monarquia – Governo de uma pessoa.
	Governar em favor da maioria
	Transforma-se em Tirania
	Aristocracia – Governo de poucos.
	Governar em favor da maioria
	Transforma-se em Oligarquia
	Democracia – Governo de muitos.
	Governar em favor da maioria
	Transforma-se em Demagogia
10. Princípios do Estado Brasileiro
- República – se opõe a monarquia.
- Federativa.
- Estado Democrático de Direito.
10.1. República
* Na Monarquia os Bens do Estado são do governante.
- Na República os Bens do Estado são do povo.
* Na Monarquia a transferência do governo é hereditária, e perpétua.
- Na República existe alternância dos governantes, periódica e democrática.
10.2. Federação
Os Estados, que são de caráter federativo, substituíram as províncias, que são de caráter de Estado Unitário. A Federação se diferencia da Confederação, pois que aquela não pode ser desfeita e esta pode.
10.3. Estado Democrático de Direito
Segue ao princípio da Democracia. O Brasil, com a CF de 1988, passou a adotar esse tipo de Estado.
10.4. Democracia
Manifestação direta de Democracia: Plebiscito, referendo, iniciativa Popular, ação Popular gratuita. Contra atos que vão contra o patrimônio público, histórico, paisagístico.
10.4.1. Manifestação indireta de Democracia:
* Através de seus representantes: Criação de leis; Administração da máquina pública.
	O Brasil é de manifestação semi-direta de democracia. Meio termo.
10.5. Estado de Direito
Segue o Princípio da Legalidade (lato sensu) – Obriga-se a fazer algo que em virtude de qualquer lei. Ex.: Constituição Federal, Estaduais, Orgânicas e outros tipos de lei.
Quando a população escolhe esse tipo de Estado, ela escolhe ser governada por leis e não por homens.
10.6. Estado Democrático de Direito
Única lei que pode obrigar-nos a algo é a criada em virtude da vontade (no sentido de necessidade) democrática (vontade popular).

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