Buscar

A CONTROVÉRSIA SIMONSEN GUDIN UMA INTERPRETAÇÃO PARA A HISTÓRIA DAS RELAÇÕES INTERNACIONAIS DO BRASIL

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 14 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 14 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 14 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

4 
 
 
Revista de Geopolítica, EDIÇÃO ESPECIAL, v. 8, n° 2, p. 04 - 17, jul./dez. 2017. 
 
 A CONTROVÉRSIA SIMONSEN - GUDIN: UMA 
INTERPRETAÇÃO PARA A HISTÓRIA DAS RELAÇÕES 
INTERNACIONAIS DO BRASIL 
 
José Alexandre Altahyde Hage1 
 
Resumo 
Ao término da Segunda Guerra Mundial ocorreu relevante debate entre dois importantes 
analistas da economia brasileira, Roberto Simonsen e Eugênio Gudin. O debate marcou a 
defesa que o primeiro fez do planejamento governamental como instrumento de 
industrialização e, por conseguinte, da melhoria do poder nacional brasileiro. Já o segundo, 
Gudin, defendeu a opinião de que o Brasil não deveria descuidar de suas vantagens 
adquiridas na agricultura e sua contribuição para a melhoria econômica. Trata-se de debate 
publicado pelo IPEA que ainda guarda importância para a atualidade. 
Palavras-Chave: Planejamento Governamental; Economia Internacional; Governo Vargas. 
 
La Controversia Simonsen – Gudin: Una Interpretación parala História delas 
Relaciones Internacionales de Brasil 
 
Resumen 
En el término de la Segunda Guerra Mundial ocurreun importante debate hecho por dos 
importantes analistas de la economía brasileña, Roberto Simonsen y Eugênio Gudin. El 
debate marca la defensa que e lprimero hace de la planeación gubernamental como 
instrumento de industrialización y, consecuentemente, la mejoría del poder nacional 
brasileño. Por su vez, el segundo, Gudin, defiende la opinión de que Brasil no debe 
descuidarse de sus ventajas adquiridas en la agricultura y su contribución para la mejoría 
económica. Se trata de debate publicado por IPEA que todavía guarda importancia para la 
actualidad. 
Palabras-Clave: Planificación Gubernamental; Economia Internacional; Gobierno Vargas. 
 
 
 
 
 
 
1 Doutor em Ciência Política Pela Unicamp. Professor do curso de Relações Internacionais da 
Universidade Federal de São Paulo - Unifesp, Campus Osasco. 
5 
 
 
Revista de Geopolítica, EDIÇÃO ESPECIAL, v. 8, n° 2, p. 04 - 17, jul./dez. 2017. 
Introdução 
 Tivemos oportunidade de opinar em outro ensaio (HAGE, 2014) que não é 
evidente a confluência da teoria geopolítica com assuntos de economia, vale dizer, 
de industrialização. Ao menos no aspecto clássico da geopolítica, fundamentalmente 
europeu, a relevância da industrialização para a geopolítica não aparece em cores 
fortes. Halford Mackinder, por exemplo, apresentou em 1904, seu famoso texto 
sobre a Eurásia, em que definiu o poder terrestre como capaz de fazer da 
Alemanha, em aliança com a Rússia, a grande potência mundial ao neutralizar o 
poder britânico nos mares.2 
 Por conseguinte, a sensibilidade da geopolítica para com temas de economia 
era fraca, como na questão do modelo industrial a ser adotado em um determinado 
país ou de seus recursos naturais para uso industrial. Não estava em pauta se a 
industrialização era superior à agricultura. O que importava, à primeira vista, era a 
demografia, o tamanho do território e o posicionamento geográfico. Sim, a economia 
agrária era ponto de cálculo de poder do Estado, mas por causa do fornecimento de 
bens alimentares e não por seu valor em si, abstrato para o mundo da política à 
época. A Grã-Bretanha podia ser industrializada, mas dependia dos produtos 
agrários das colônias para o consumo interno e de seus mercados consumidores 
para a exportação de manufaturados. 
 A confluência entre teoria geopolítica e economia passou a ocorrer com na 
Primeira Guerra Mundial e o conceito que nela se desenvolveu da guerra total, 
grosso modo, é aquela que envolve toda a sociedade e conta com uma estrutura 
produtiva que se torna trunfo para os exércitos no teatro de combate. Caminhões, 
tanques de guerra, fornecimento regular de petróleo, etc, são os novos elementos 
econômicos produzidos por uma economia mais complexa, que só pode ser 
encontrada em um país industrializado. 
 
2 É fato que após a Segunda Guerra Mundial todo estudioso de geopolítica teria de ter algum 
aprendizado de economia, da importância da industrialização ou seus problemas para aquele tipo de 
Estado. Essa necessidade ocorreu porque não se poderia mais pensar o emprego da geopolítica sem 
o planejamento estratégico e o advento da tecnologia. O desenvolvimento do avião a jato serve como 
exemplo, já que ele passou a ser objeto de pesquisa para quem acredita que o poder aéreo é 
fundamental para a ascensão de uma potência. A brasileira Escola Superior de Guerra não descuidou 
desse debate. Nela se pode encontrar Golbery do Couto e Silva com seu O Planejamento 
Estratégico, em que versa sobre essa questão. O debate sobre a concorrência entre poder terrestre, 
naval e aéreo pode ser encontrado em Leonel Mello (1996). 
6 
 
 
Revista de Geopolítica, EDIÇÃO ESPECIAL, v. 8, n° 2, p. 04 - 17, jul./dez. 2017. 
 Com efeito, na Segunda Guerra Mundial a importância da economia industrial 
aparece com todo o vigor, dando aos países do Hemisfério Sul o exemplo de 
progresso, eficiência e segurança fornecidos pelas grandes potências do Norte. 
Desta vez, gerar emprego em grande monta, promover uma economia de massa, 
produzir produtos complexos e substituir importações são temas que passam a 
integrar programas governamentais nos países periféricos. O Brasil não só se 
integra a esse debate, mas o faz em grande estilo, uma vez que havia participado do 
conflito na Europa. 
 Os desafios para alcançar uma indústria de base e infraestrutura organizada 
pelo Estado; a importância de um moderno corpo de especialistas para o 
planejamento governamental; dentre outros, foram assuntos do célebre debate entre 
duas personalidades da política e da economia brasileiras. O encontro entre o 
professor carioca Eugenio Gudin e o senador por São Paulo, Roberto Simonsen, foi 
registrado nas Controvérsia Simonsen – Gudin, cujo objetivo fora auxiliar à 
Presidência da República na tomada de decisões mais corretas para o progresso 
econômico do Brasil. 
 Embora o aspecto geopolítico ou de política externa não esteja de fato 
lavrado no debate entre os dois expoentes, isso não impede interpretações de nossa 
parte acerca do impacto das medidas propostas na inserção internacional do Brasil, 
sobretudo se teríamos como nação industrializada uma posição internacional mais 
relevante que de um nação agrária. 
 
O nascimento da controvérsia 
O Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (IPEA), órgão de 
assessoramento do governo brasileiro, relançou importante documento para se 
compreender a história político-econômica do Brasil. Trata-se de A Controvérsia do 
Planejamento na Economia Brasileira, fruto do embate intelectual de dois grandes 
nomes da política nacional das décadas de 1940/50, Roberto Simonsen e Eugênio 
Gudin. Com efeito, o documento não só ajuda na compreensão das questões 
nacionais da época, mas no entendimento das relações internacionais e de nossas 
possibilidades em obter melhor inserção internacional (SIMONSEN e GUDIN, 2010). 
O documento A Controvérsia do Planejamento na Economia Brasileira conta 
com apresentação de João Paulo dos Reis Veloso, fundador do IPEA junto com 
7 
 
 
Revista de Geopolítica, EDIÇÃO ESPECIAL, v. 8, n° 2, p. 04 - 17, jul./dez. 2017. 
Roberto Campos. Veloso também foi ministro do Planejamento do governo Ernesto 
Geisel, onde ajudou a conceber o II Plano Nacional de Desenvolvimento (II PND). 
Roberto Simonsen foi industrial, deputado federal e senador por São Paulo e 
fundador da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP). No campo 
educacional foi o criador do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) e 
de instituições de ensino universitário,da Escola de Sociologia e Política de São 
Paulo (ESP) e da Faculdade de Engenharia Industrial (FEI). A primeira notabilizou-
se por ser a primeira instituição superior de ciências sociais no Brasil, em 1933, 
inclusive convidando mestres norte-americanos e europeus. 
O segundo contendor, Eugenio Gudin, formou-se em engenharia pela antiga 
Escola Politécnica da Universidade do Brasil, atual UFRJ; interessou-se pela 
atividade empresarial, auxiliando investimentos internacionais no campo da energia 
elétrica e nos transportes, e foi delegado brasileiro no Fundo Monetário Internacional 
(FMI). Em 1954 foi ministro da Fazenda no governo de João Café Filho, que 
sucedera Vargas. Além disso, Gudin se notabilizou por iniciar o moderno ensino de 
ciências econômicas, desvinculado do direito e da engenharia, com a fundação do 
Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (IE/UFRJ).3 
O cerne do grande debate realizado nos anos 1944 e 1945, como assessores 
especiais em economia nacional e internacional para a Presidência da República, 
demonstra a defesa de concepções diferentes da política econômica. Simonsen, na 
condição de industrial e intelectual orgânico à favor da industrialização e do avanço 
técnico, pregava a existência do planejamento governamental e o aparelhamento 
burocrático à moda de Max Weber.4 Pregava ainda que o Brasil deveria ter eficiente 
corpo técnico (daí a criação da ESP) para melhor enfrentar as dificuldades e 
aproveitar as oportunidades que adviriam do novo sistema internacional montado 
pelos Estados Unidos ao fim da Segunda Guerra Mundial.. 
 
3 É pertinente notar que as duas personagens também incursionaram no âmbito editorial. Simonsen é 
autor de Evolução Industrial do Brasil. E Gudin escreveu Princípios de Economia Monetária, entre 
outros. 
 
4 Burocracia é definida como um corpo de funcionários públicos ou privados, cuja seleção é feita por 
meio de rigorosos testes de aptidão e competência. Uma vez empregado, o burocrata trabalha de 
modo impessoal e racional, sem atender a apelos emocionais ou pessoais na administração da 
empresa ou do Estado. O objetivo desse corpo profissional é servir com eficiência o empregador 
(WEBER, 1982). 
8 
 
 
Revista de Geopolítica, EDIÇÃO ESPECIAL, v. 8, n° 2, p. 04 - 17, jul./dez. 2017. 
O senador acreditava na pertinência de se obter corpo técnico moderno e 
eficiente no serviço público, que tivesse condições de mapear, estudar e 
compreender as grandes questões nacionais. Aproveitando o precedente aberto 
pela criação do Departamento do Serviço Público (DASP) no governo Vargas, nos 
anos 1940, Simonsen defendia a necessidade de se formar o Estado Planejador, 
não necessariamente estatizante, mas com uma autoridade que chamasse para si a 
responsabilidade de resolver problemas prementes que perturbavam o crescimento 
nacional, como a falta energia elétrica que à época estava completamente sob 
controle de empresas internacionais. 
Nesse ponto é importante sublinhar que a criação de instituições estatais na 
regulação da economia brasileira não se iniciam por causa das observações do 
senador. É claro que Simonsen traz novos elementos para a crítica nos anos 1940; 
contudo, o primeiro governo Vargas já se adiantava na busca de se obter instituições 
mais afinadas com aquilo que o presidente queria no clima do Estado Novo. Sobre 
isto, Sonia Draibe escreve que nos anos 1930 já havia iniciativas de uma moderna 
burocracia no Estado brasileiro com a criação do Instituto do Açúcar e do Álcool 
(IAA), do Instituto da Borracha e o Instituto do Café (IBC). 
Não somente o período autoritário dava azo ao projeto getulista, a iminência 
da Segunda Guerra de igual forma contribuía para que o Estado brasileiro tivesse 
melhor assentamento na economia: 
 
Os processos originais de formação dos Estados nacionais e a 
elaboração dos primeiros códigos eram, de fato, um movimento de 
demarcação de soberania do Estado sobre ‘seu’ território, diante de 
processos similares e simultâneos de formação de outros Estados, em 
geral, num quadro de enfrentamento mútuo. Os códigos de florestas, 
no ocidente, constituíam recurso estratégico para a economia interna e 
a guerra; por isso, foram objeto de disputa entre os Estados em 
formação e o motivo de regulamentação precoce. (DRAIBE, 2004: 83). 
 
Talvez o ponto nevrálgico da questão fosse o déficit de saber técnico no 
âmbito da burocracia e/ou o intervalo na trajetória desenvolvimentista com a 
presidência de Eurico Gaspar Dutra, em 1946, cujo ímpeto industrializante fora 
menor que do período de Vargas. Gudin, não obrigatoriamente hostil ao pensamento 
de seu oponente, era da opinião de que o desenvolvimento e bem-estar viriam da 
promoção daquilo que é o valor comparativo brasileiro, a agricultura e pecuária. O 
9 
 
 
Revista de Geopolítica, EDIÇÃO ESPECIAL, v. 8, n° 2, p. 04 - 17, jul./dez. 2017. 
professor emérito da UFRJ não era, de fato, contra a industrialização, mas não era a 
favor de que ocorresse em detrimento da agricultura e dos parcos recursos 
econômicos federais. A industrialização deveria ser um processo natural da 
maturação da economia agrária – uma analogia do modelo clássico que ocorreu na 
Grã-Bretanha do século XIX. De certo modo, Gudin não contrariava o pensamento 
ricardiano, para quem a economia internacional cresce à medida que os países 
participam com aquilo que melhor sabem fazer.5 
Como país peculiar no campo da agropecuária, à moda ricardiana, o Brasil 
deveria deixar que suas inclinações naturais tirassem proveito da base agrícola, 
aumentando a produtividade e a renda nacional para auxiliar na construção de um 
setor industrial moderno, mas que tivesse condições de sobreviver por conta própria, 
sem socorros financeiros ou protecionismos alfandegários. Podemos dizer que 
Gudin foi o representante do pensamento liberal no pós-guerra, que só teve paralelo 
com Octávio Gouvêa de Bulhões nos anos 1960 e Roberto Campos nos anos 1980. 
Segue Gudin: 
 
Eu não faço e nunca fiz guerra à indústria nacional (...). Seria um 
contrassenso não nos industrializarmos. Precisamos é de aumentar 
nossa capacidade agrícola, em vez de menosprezar a única atividade 
econômica em que demonstramos capacidade para produzir 
vantajosamente, isto é, capacidade de exportar. (SIMONSEN e 
GUDIN, 2010: n.d.). 
 
Mas por que os dois estudiosos da economia política se emularam nos anos 
finais da Segunda Guerra? Afinal, que motivos impulsionaram Simonsen e Gudin a 
um debate célebre que perdura, em parte, até hoje? Ao inaugurar a discussão das 
grandes questões econômicas nacionais, que escapasse das implicações pessoais 
e dos limites programáticos dos partidos (que foram cassados por Vargas), o embate 
intelectual foi animado por causa de um documento solicitado pelos governos 
Vargas e Roosevelt (Estados Unidos) sobre os problemas existentes no Brasil que 
abortavam a industrialização. Vale dizer, que progresso e industrialização nos 
países aliados eram convenientes para o período de conflito mundial. 
 
5 Daí as vantagens comparativas do economista britânico David Ricardo que contribuem para a 
conformação da Divisão Internacional do Trabalho, premissa arduamente combatida pelo 
pensamento desenvolvimentista dos anos 1930 a 1960. 
10 
 
 
Revista de Geopolítica, EDIÇÃO ESPECIAL, v. 8, n° 2, p. 04 - 17, jul./dez. 2017. 
O Relatório Cook, de 1942, fruto da missão que leva o mesmo nome, foi 
encomendado pelos Estados Unidos ao levar em conta a posição do Brasil como 
membro dos Aliados contra o Eixo na Grande Guerra. Era necessário saber se 
realmente o país possuía condiçõesde lutar ao lado dos Estados Unidos e demais 
aliados contra o nazifascismo. A Missão Cook tinha duas preocupações. Primeiro, 
fazer levantamento da situação econômica do Brasil no que tange a matérias-primas 
estratégicas, como borracha e ferro, e infraestrutura para exportação. Era conhecido 
que havia as matérias-primas necessárias no país, mas as condições eficientes para 
fazê-las chegar aos países aliados ou transformadas ao teatro de guerra eram muito 
precárias. Essa questão atualmente é conhecida no Brasil como gargalo logístico, 
apontada como um dos problemas que atrapalham uma maior participação brasileira 
no comércio externo. 
A segundo preocupação da missão era diagnosticar o quadro de saúde e 
educação do brasileiro, para que os brasileiros pudessem apoiar os esforços de 
guerra na Europa. Mas se as condições físicas e educacionais do povo brasileiro 
caminhavam mal, então, fazia-se urgente tomar medidas para sanar os problemas. 
O Relatório Cook era da opinião de que um país das dimensões do Brasil 
evoluiria em todos os sentidos se adotasse a industrialização: 
 
Devido à sua pouca produção, às dificuldades na distribuição e ao 
relativo isolamento em que vivem muitos núcleos de sua população, 
uma parte substancial esta sofre de doenças, é subnutrida e 
insuficientemente educada. A industrialização do país, sábia e 
cientificamente conduzida, com um melhor aproveitamento de seus 
recursos naturais, é o meio que a Missão aponta para alcançar o 
progresso desejado por todos. (SIMONSEN e GUDIN, 2010: n.d.). 
 
Foi o Relatório Cook que impulsionou o embate entre Simonsen e Gudin. Ao 
chegar às mãos da Presidência da República fez com que o governo procurasse 
saber como superar questões tão sérias, algumas provenientes do século XIX, caso 
da desnutrição e da baixíssima escolaridade. Para os autores, esses males não se 
desvencilhavam do modelo econômico brasileiro, concentrador de renda e montado 
sobre a ineficiência técnica do setor. 
11 
 
 
Revista de Geopolítica, EDIÇÃO ESPECIAL, v. 8, n° 2, p. 04 - 17, jul./dez. 2017. 
Em realidade, mesmo a agricultura nacional tinha importância mais pela 
quantidade do que pela qualidade do seu trabalho. Portanto, deveria ser seriamente 
modificada. 
Na visão de Simonsen a superação dos males apontados aconteceria com 
uma transformação qualitativa da economia brasileira. Depois da crise de 1929 não 
havia mais pertinência de o Brasil continuar como essencial exportador de bens 
primários em troca de manufaturas. Aliás, a crise da Bolsa de Nova York apontava 
para outra questão, não havia mais razão de o Brasil continuar na antiga Divisão 
Internacional do Trabalho (DIT) em uma época em que o gerente do sistema 
internacional não mais expressava poder suficiente para protegê-lo. Referia-se 
Simonsen à Grã-Bretanha com seu livre-cambismo que, efetivamente, havia 
suportado até então o modelo de civilização ocidental, mas que, naquele momento, 
havia perdido vigor em virtude de novos desafios, como em face dos nacionalismos 
que nasceram da tragédia de 1914 (POLANYI, 2000). 
Independentemente dos motivos que levaram o liberalismo econômico ao 
ocaso nas décadas de 1930/40, Simonsen procurava ser pragmático, inclusive não 
ignorando que os Estados Unidos como novos gerentes não deixariam de usar o 
poder político para se proteger do desequilíbrio externo. Assim, não estava em pauta 
a moral do problema, se era certo ou errado o modelo econômico internacional da 
pax britannica, como denominara Polanyi, e sim constatar que quem saía perdendo 
eram os países do Sul, exportadores de bens primários: 
 
É realmente ilusório o enriquecimento de muitas repúblicas latino-
americanas no período da guerra (...) verifica-se que, em números 
globais, comparadas as cifras referentes aos anos de 1938 a 1942, 
diminuiu o volume de matérias e matérias-primas exportadas das 
repúblicas latino-americanas para os Estados Unidos. O que se 
registrou, realmente, foi um aumento de exportação de alguns artigos 
e um acréscimo em muitos dos preços. (SIMONSEN e GUDIN, 2010: 
n.d.). 
 
No raiar da década de 1930 o nacionalismo havia ganhado vida a partir da 
crise programática do liberalismo britânico. Teve emergência o protecionismo 
econômico que, de alguma forma, legitimava atuações de políticas autônomas como 
as adotadas pela periferia capitalista da própria Europa. Por isso, o liberalismo e sua 
pregação virtuosa fora considerado instrumento ideológico das potências 
12 
 
 
Revista de Geopolítica, EDIÇÃO ESPECIAL, v. 8, n° 2, p. 04 - 17, jul./dez. 2017. 
tradicionais; ao mesmo tempo em que o protecionismo, e o componente intelectual 
que o cercava, era a busca de um lugar menor na ordem internacional. 
No livro Vinte Anos de Crise, Edward Carr descreve que o liberalismo, tout 
court, é visto por seus oponentes como ferramenta ideológica e de manutenção da 
realidade, benéfica ao bloco anglo-americano (CARR, 1981). Inclusive algumas 
potências que formariam o Eixo, usariam o protecionismo para alavancar atividades 
industriais e, partir daí, melhorar os índices de poder nacional, sobretudo militar. Não 
é muito lembrar o interesse que a Alemanha nazista demonstrou pelo Brasil, visto 
como mercado compensatório e antiliberal, em que Berlim ajudaria Vargas a 
construir a desejada grande siderúrgica em troca do fornecimento de matérias-
primas para a Alemanha. 
Outro livro para compreender a atmosfera intelectual dos anos 1930 a 1950 e 
a militância pela industrialização dos países periféricos é A Construção do Terceiro 
Mundo, do americanista Josef Love, no qual faz um paralelo entre as raízes da 
fertilidade intelectual latino-americana sob inspiração da CEPAL com os esforços de 
industrialização feitos na periferia europeia, como a Romênia dos anos 1920. Love 
acredita que a gênese do pensamento cepalino para romper com a DIT tem um 
certo toque de protofascimo, que habitou os planos econômicos de Bucareste por 
meio da criação de sofisticada base burocrática no serviço público para que dirigisse 
a industrialização (LOVE, 1998). 
Foi essa atmosfera que inspirou Simonsen, o fundador da FIESP, a 
vislumbrar no planejamento governamental a ferramenta para a industrialização. Se 
industrializar em bens de capital era então passaporte para fazer com que um 
determinado Estado tivesse melhor inserção internacional: 
 
Impõem, assim, a planificação da economia brasileira em moldes 
capazes de proporcionar meios adequados para satisfazer as 
necessidades essenciais de nossas populações e prover o país de 
uma estruturação econômica e social, forte e estável, fornecendo à 
nação os recursos indispensáveis a sua segurança nacional e a sua 
colocação em um lugar digno na esfera internacional. (SIMONSEN e 
GUDIN, 2010, n.d.). 
 
 Para Carr e Love, a industrialização era sinônimo de poder, elemento crucial 
para a ascensão de quem quer ser grande potência ao queimar etapas. Porisso, não 
13 
 
 
Revista de Geopolítica, EDIÇÃO ESPECIAL, v. 8, n° 2, p. 04 - 17, jul./dez. 2017. 
haveria muita possibilidade para um grande país agroexportador ascender 
internacionalmente, embora não devesse ser desprezado como fonte de recursos 
naturais. Ao ser convocado por Vargas, Simonsen aconselhou o planejamento para 
se industrializar. E para isto, deveria haver também novas políticas educacional, 
tarifária, agrícola e diplomática, que juntas concorreriam para fazer com que o 
Estado tirasse proveito da industrialização. 
Já Gudin, com o dissemos, não era antiindustrializante, apenas não se 
conformava com a ideia de que o Estado queimasse recursos intelectuais, políticos e 
monetários para o fomento daquilo que o moderno empresário, nacional e externo 
poderia encabeçarsem grandes tormentos. Sem que haja prova do interesse do 
fundador do IE sobre o grupo posteriormente apelidado de neoliberal, há apenas 
como dizer que Gudin foi a expressão nacional de Friedrich Hayek, quando passou a 
defender os perigos iminentes ao crescimento desmesurado do poder político (da 
burocracia) sobre a economia. Domínio que poderia migrar fatalmente para a política 
(HAYEK, 1985). 
Qual era o norte dos dois debatedores em questão? Em Simonsen o modelo 
a ser seguido, em principio, são os Estados Unidos com seu forte progresso técnico. 
Em todos os quesitos a economia norte-americana era muitas vezes superior à 
brasileira. Além da riqueza econômica e da eficiência produtiva aquele país também 
era inspirador pela qualidade de sua burocracia que, para Simonsen, era 
conhecedora das modernas técnicas de planejamento governamental, provadas 
inclusive em período de guerra. A economia estadunidense não era de livre 
mercado, mas planejada pelo poder público, e porisso podia unir o conveniente dos 
dois lados: os cuidados sociais com o direto de empreender. 
Em Gudin o modelo adotado era o argentino e o canadense, nossos “vizinhos 
ricos” da época. Havia à época a opinião de que a Argentina era aquilo que 
gostaríamos de ser, um país rico, bem alimentado por meio do que a natureza lhe 
propiciou: clima, terra e água em abundância. Buenos Aires havia tido o cuidado de 
tirar proveito de sua agricultura eficiente e produtiva, sua principal fonte de riqueza. 
O bem-estar de sua população não era proveniente de invenções e artificialismos 
que cegam a visão, mas sim daquilo que se convencionou chamar de vantagens 
adquiridas pela agricultura e pecuária. Se a Argentina for se aventurar pela 
industrialização o malogro seria certo, visto que sua concepção de mundo não 
14 
 
 
Revista de Geopolítica, EDIÇÃO ESPECIAL, v. 8, n° 2, p. 04 - 17, jul./dez. 2017. 
combina com coisas para as quais ela não tem competência (SIMONSEN e GUDIN, 
2010). 
O período dourado do agronegócio argentino, ao menos em espírito, ainda se 
faz presente no cotidiano político e econômico do país platino. Sobre isso há duas 
implicações. A primeira é a de que os esforços industrializantes feitos pela sessão 
argentina da Cepal, no governo Perón, principalmente, nos anos 1950, contrariou a 
realidade das coisas, menosprezou as vantagens adquiridas para abraçar algo que a 
nação não tinha competência: a economia industrial. A industrialização, no fundo, 
havia trazido mais tormentos do que benefícios para a sociedade. A segunda 
implicação reside na ideia de que se a economia argentina era rica no período 
agrário, então por que não retomá-lo!? 
Aliás, o propósito de retomar o agronegócio nos termos da belle époque 
ganharia vida no movimento ditatorial da Argentina. Na primeira parte dos anos 1980 
o ministro da Fazenda, Martinez de Hoz havia feito militância para diminuir a 
industrialização do país e retornar com toda força o agronegócio, dando a entender 
que a Argentina deveria procurar a “volta ao tempo perdido” onde fora mais feliz; ao 
contrário do caminho trilhado pelos militares brasileiros (HAGE, 2004). 
Caminhando para o desfecho deste ensaio, quais foram as consequências do 
grande debate sobre o planejamento governamental no Brasil entre Simonsen e 
Gudin? Considerando o apelo que a industrialização tinha para o poder nacional 
brasileiro, bem como para as relações internacionais, o presidente Vargas deu a 
entender que teria preferência pelo argumento do senador por São Paulo. Em 1950 
Getúlio foi eleito democraticamente, mas Simonsen morrera em 1948.6 
O governo Dutra (1946 - 1950) fora de relativa frustração para o 
desenvolvimentismo e para o planejamento governamental. O impacto da Guerra 
Fria e a política de alinhamento automático com Washington fizeram com que 
aquele governo atendesse as demandas da grande potência, como adotar o 
liberalismo econômico sem contrapartida. Houve no período a procura se de fazer o 
plano SALTE (Saúde, Alimentação, Transporte e Energia), mas que não ganhou 
vida naquela administração por causa de empenho político, como escreve Reis 
Veloso na introdução de Controvérsia entre Simonsen e Gudin. 
 
6 Gudin morreu em 1986. 
15 
 
 
Revista de Geopolítica, EDIÇÃO ESPECIAL, v. 8, n° 2, p. 04 - 17, jul./dez. 2017. 
O retorno de Vargas ao poder acalentaria o pensamento de Simonsen. Um 
princípio de planejamento, sob inspiração da CEPAL, fez com que o governo 
voltasse a abraçar o desenvolvimentismo. A criação da Petrobras, do CNPq, do 
BNDE, são alguns de seus componentes. A industrialização era sinônimo de 
sofisticação política e econômica. No campo das relações internacionais também o 
espírito do desenvolvimentismo ganhou espaço e fincou raízes. Amado Cervo e 
Clodoaldo Bueno (2002) são da opinião de que parte importante do 
desenvolvimentismo brasileiro no período não deixou de ser também mérito da 
Chancelaria. 
Quer dizer, o desenvolvimentismo econômico deveria ser também tarefa do 
corpo diplomático brasileiro em perceber o valor da industrialização e seu peso na 
configuração do poder nacional. Um Brasil industrializado poderia ter lugar de maior 
qualidade no sistema internacional. De certa forma, essa mensagem ainda ocupa a 
mente do Itamaraty. 
Apesar do mencionado acima, houve efetivamente derrota de Gudin sobre a 
pertinência da agricultura? De alguma forma, o pensamento do professor carioca 
ainda persiste, sobretudo em um momento em que a crise brasileira na atualidade 
só não se aprofunda em virtude da eficiência da economia primária de exportação. 
E o drama nacional pode aumentar se passarmos a considerar a relativa 
desindustrialização, a perda de competitividade no setor de transformação e o 
acanhamento do setor de bens de capital. Problemas que emergiram na vida 
brasileira nos últimos quinze anos. 
 
Considerações finais 
Se houve derrota intelectual de Gudin pelo fato de o presidente Vargas, e 
posteriores, terem preferido o planejamento industrializante de Simonsen, ela deve 
ser relativizada e compreendida em seu tempo. Isto porque, apesar de tudo, o Brasil 
nunca pôde se desvencilhar da economia agrícola; nem seria prudente. Ora o Brasil 
atende ao café e a cana de açúcar, ora a soja. Para que o governo Vargas pudesse 
adquirir capitais importantes na compra de bens duráveis e máquinas seria 
necessária a valorização do café brasileiro no mercado internacional. E há que se 
lembrar o empenho da Chancelaria para valorizar o café nos Estados Unidos 
(CERVO e BUENO, 2002). 
16 
 
 
Revista de Geopolítica, EDIÇÃO ESPECIAL, v. 8, n° 2, p. 04 - 17, jul./dez. 2017. 
A escolha de Simonsen sobre Gudin se deu pelo fato de que no pós-guerra 
não seria fácil defender a preeminência da economia agrícola sobre a industrial em 
um mundo em que o processo de descolonização se associava a ideia de mudança 
econômica para neutralizar o “sistema colonial”. Afinal, todas as potências eram 
industrializadas; seja industrializadas pelo modo clássico, como Reino Unido e 
Países Baixos, ou por meio da “via prussiana”, caso da Alemanha Imperial e do 
Japão, que é quando o Estado toma para si a direção do andamento progressivo da 
economia, liderando empresários. Então, não haveria justificativa para que o Brasil 
não se industrializasse, de um modo ou de outro. 
Em outro aspecto, na época da Controvérsia não havia avançado suporte 
tecnológico a serviço da agricultura, que aumentasse sua qualidade e produtividade. 
Não havia nos anos 1940, acreditamos que no mundo, algo que fosse análogo a 
Embrapa, fomentando tecnologia no campo. A fundação dessa empresa pública, em 
1972, possibilitouque houvesse a revolução verde no cerrado brasileiro. Mais do 
que isso, houve melhora surpreendente na engenharia genética empregada para a 
criação de sementes mais resistentes a pragas e variações climáticas. Instituições 
sediadas em São Paulo, como Instituto Biológico, de 1927, ou o Instituto Agronômico 
de Campinas, de 1887, por mais dinâmicos que fossem não davam conta dos 
problemas e da percepção que a agricultura demandava nos anos 1940 e 1950. 
Na atualidade, não há uma forte linha mundial ou latino-americana que 
defenda a industrialização como meio de desenvolvimento e de melhor 
posicionamento no sistema internacional. Houveram iniciativas nacionais pontuais 
que voltaram a valorizar a industrialização, bem como o papel do Estado como 
agente dinamizador, como no governo Lula, mas sem desconhecer o papel do 
agronegócio, como a produção de etanol. 
A partir dos anos 1980 houve nova valorização da agricultura por causa da 
tecnologia nela empregada, dando novo valor agregado. No caso brasileiro o 
emprego da soja e da cana de açúcar são exemplares para afirmar a importância da 
economia agrícola como suporte para melhor participação no mercado internacional. 
Na afirmação do Brasil como fornecedor internacional de energia, o álcool 
combustível tem a ver com essa história. 
Por fim, o embate entre Simonsen e Gudin não fazia de seus autores seres 
tão divergentes como pode dar a entender à primeira vista. Em essência, os dois 
17 
 
 
Revista de Geopolítica, EDIÇÃO ESPECIAL, v. 8, n° 2, p. 04 - 17, jul./dez. 2017. 
combinavam com o princípio de que tanto na indústria quanto na agricultura deve 
haver um Estado eficiente e sabedor de sua missão na condução do país a um novo 
patamar no sistema internacional. A industrialização ou a agricultura não seriam 
suficientes para alcançar níveis positivos de bem-estar; eram apenas a base sobre a 
qual se construiria a educação de qualidade, a saúde garantida e uma melhor 
participação internacional. O debate ainda persiste. 
 
 
Referências 
 
CARR, Edward. Vinte Anos de Crise. Brasília: Universidade de Brasília, 1981. 
 
CERVO, Amado Luiz; BUENO, Clodoaldo. História da Política Exterior do Brasil. Brasília: 
Universidade de Brasília, 2002. 
 
DRAIBE, Sonia. Rumos e Metamorfoses: Um Estudo da Constituição do Estado e as 
Alternativas da Industrialização no Brasil. São Paulo: Paz e Terra, 2004. 
 
HAGE, José Alexandre Altahyde. As Relações Diplomáticas entre Argentina e Brasil no 
MERCOSUL. Curitiba: Juruá, 2004. 
 
_____. Economia e Geopolítica: Industrialização como Fator de Poder no Terceiro Mundo. In 
Meridiano 47. Vol. 15, nº 143. Disponível em 
https://www.academia.edu/7755888/Economia_e_Geopol%C3%ADtica_Industrializa%C3%A
7%C3%A3o_como_Fator_de_Poder_no_Terceiro_Mundo. Consulta em 04.03.2017. 
 
HAYEK, Friedrich. O Caminho da Servidão. São Paulo: Instituto Liberal, 1985. 
 
LOVE, Josef. A Construção do Terceiro Mundo. São Paulo: Paz e Terra, 1998. 
 
MELLO, Leonel Itaussu. Quem Tem Medo da Geopolítica? São Paulo: Hucitec, 1996. 
 
POLANYI, Karl. A Grande Transformação. As Origens de Nossa Época. Rio de Janeiro: 
Campus, 2000. 
 
SIMONSEN, Roberto. GUDIN, Eugênio. A Controvérsia do Planejamento na Economia 
Brasileira. Brasília; Rio de Janeiro, IPEA, 2010. Disponível em 
http://www.ipea.gov.br/sites/000/2/livros/2010/Simonsen_Vol.2.pdf. Consulta em 05/07/2010. 
 
WEBER, Max. Ensaios de Sociologia. Rio de Janeiro: Zahar, 1982. 
 
 
 
Recebido em Maio de 2017. 
Publicado em Julho de 2017.

Outros materiais