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NR 32 – Segurança e Saúde no Trabalho em Serviços de Saúde Portaria GM 485, de 11/11/2005 Portaria GM 939, de 18/11/2008 Portaria GM 1748, de 30/09/2011 Tem por finalidade estabelecer as diretrizes básicas para a implementação de medidas de proteção à segurança e à saúde dos trabalhadores dos serviços de saúde, bem com daqueles que exercem atividades de promoção à assistência à saúde em geral. Serviços de saúde – qualquer edificação destinada à prestação de assistência à saúde da população, e todas as ações de promoção, recuperação, assistência, pesquisa e ensino em saúde em qualquer nível de complexidade. Biossegurança • Conjunto de medidas necessárias para a manipulação adequada de agentes biológicos, químicos, genéticos, físicos dentre outros, para prevenir a ocorrência de acidentes e conseqüentemente reduzir os riscos inerentes às atividades desenvolvidas, bem como proteger a comunidade e o ambiente e os experimentos. Biossegurança • O estudo da biossegurança é amplo e sempre deve ser renovado e atualizado, de acordo com o desenvolvimento de novas tecnologias e descobertas de novos patógenos , microorganismos e novos mecanismos de resistência. Biossegurança • Todo profissional que trabalha com substâncias químicas de risco, com material biológico que esteja sujeito a radiações, ou que manipule material pérfuro-cortante ou, ainda, equipamentos com bases de funcionamento físico (microondas, ultra-som, autoclaves etc.), deve seguir as seguintes condutas: Biossegurança • Estar atento e não fazer uso de drogas que afetem o raciocínio, autocontrole e comportamento; • Ler a recomendação da biossegurança de saúde e procedimentos operacionais padrão do setor; • Agir com tranqüilidade e sem pressa; • Prevenir-se de eventuais acidentes utilizando, de acordo a sua necessidade, os equipamentos de proteção individual e coletivo (jaleco, avental, óculos, protetor facial, cabelos presos, luvas, botas, máscara, avental de chumbo, câmara de exaustão, cabina de segurança biológica e química). Biossegurança • As medidas de biossegurança contribuem para a segurança da vida, no dia-a-dia das pessoas, como por exemplo, a utilização de cinto de segurança, e a travessia na faixa de pedestres. • As normas de biossegurança englobam todas as medidas que visam evitar: • Riscos físicos: Radiação, Temperatura, Pressão atmosférica, Umidade , Vibrações, Ruídos. • Riscos químicos: Substâncias tóxicas ou mutagênicas, Descarte de químicos, • Riscos biológicos: Agentes infecciosos, Microorganismos. • Riscos ergonômicos: Posturas de trabalho. • Riscos psicológicos: Estresse. Biossegurança • O risco de acidentes pode ocorrer por desatenção ou descuido do manipulador, falta de manutenção de equipamentos, falta capacitação profissional por parte do trabalhador, falta de instrução do empregador, chefe ou responsável, para o empregado. • Inicialmente, é necessário que todas as pessoas sigam conselhos universais para a elaboração de qualquer trabalho ou atividade profissional. Hospital • A característica essencial e básica de estabelecimento de saúde está relacionada diretamente com o diagnóstico, tratamento e cura, devem ter uma estrutura física desenhada com base nas Normas do Ministério da Saúde. • Os projetos dos hospitais devem incluir o tipo e o modelo de hospital desejado, população a ser atendida, atividades a serem exercidas, capacidade, finalidade . Hospital • Nos setores de maior trânsito e fluxo de pessoas, as sinalizações gerais das áreas restritas e permitidas devem ser freqüentes e devem estar visíveis. • As referidas sinalizações devem ser expressas, também, em "braile" para os deficientes visuais; ou com indicação simbólica ou monitor para os analfabetos. Hospital • As áreas devem estar bem definidas e o fluxo de pacientes (internos ou externos), visitantes e acompanhantes deve ser controlado. • Na entrada, na saída do das unidades do hospital deve haver pias e dispositivos com álcool gel, para higiene das mãos, com sinalização, visível e acessível. Classificação das áreas • Área Crítica: a que oferece risco potencial para aquisição de infecção seja pelos procedimentos invasivos realizados, ou pela presença de pacientes susceptíveis às infecções. Ex.: Centro Cirúrgico e Obstétrico, Berçário, UTI, Hemodiálise, Laboratório, CME, Banco de Sangue, área suja de lavanderia etc. • Área Semi-crítica: possui menor risco de infecção, são ocupadas por pacientes que não exigem cuidados intensivos ou de isolamento. Ex.: Enfermarias, Apartamentos e Ambulatórios. • Área não crítica: todas as áreas não ocupadas por pacientes e aquelas destinadas a exames de pacientes. Ex.: Escritórios, Almoxarifado, Setor de Radiologia e Consultórios. Higienização do ambiente • A limpeza tem como objetivo remover a sujidade. • Entende-se que os resíduos retém microrganismos que podem, em algum momento, ser transmitidos tanto por contato direto como através de poeira suspensa no ar. • Outro aspecto importante é o bem estar proporcionado por um ambiente limpo e organizado, mesmo sendo em instalações físicas simples. Higienização do ambiente • Por definição a limpeza é a remoção ou retirada de sujeira através de fricção de uma superfície com água e sabão ou detergente. • Em ambiente fechado de assistência à saúde utiliza-se a varredura úmida, feita através de rodo e panos úmidos. Não se utiliza varrer ou espanar as superfícies para não dispersar partículas de poeira que podem se depositar nos artigos hospitalares. • O nosso ambiente de trabalho pode ser dividido em área física compreendendo o piso, paredes, teto, portas e janelas; o mobiliário compreendendo cadeiras, mesas, balcões, macas, bancadas e pias e equipamentos eletroeletrônicos e artigos hospitalares específicos da assistência. • Limpeza concorrente é aquela realizada diariamente e logo após exposição à sujidade. Inclui o recolhimento do lixo, limpeza do piso e superfícies do mobiliário geralmente uma vez por turno, além da limpeza imediata do local quando exposto à material biológico. • Limpeza terminal é aquela geral, realizada semanal, quinzenal ou mensalmente conforme a utilização e possibilidade de contato e contaminação de cada superfície. Inclui escovação do piso limpeza de teto, luminárias, paredes, janelas e divisórias. Higienização do ambiente • Seqüência • Como primeiro passo, recomenda-se o recolhimento do lixo; • Inicia-se a limpeza do local mais alto para o mais baixo, próximo ao chão; • Limpa-se a partir do local mais limpo para o mais sujo ou contaminado; • Inicia-se pelo local mais distante dirigindo-se para o local de saída de cada peça. Higienização do ambiente Artigos Hospitalares • Além do tipo de material é necessário classificá-lo de acordo com sua utilização direta ou indireta no paciente, o que resultará em três grupos de artigos que determinará a forma de processamento a que será submetido: limpeza, desinfecção ou esterilização. Artigos Hospitalares Artigos Hospitalares • Artigos críticos: são os que penetram em mucosas ou pele, invadindo sistema vascular e tecidos subepiteliais e expondo os materiais ao contato direto com sangue ou outros fluidos contaminantes. Fica indicado sempre a esterilização com todas as etapas que incluem este processo. Exemplos: instrumental cirúrgico, seringas e agulhas, espéculos ginecológicos, etc. Artigos Hospitalares • Artigos semi-críticos: são os que tem contato com pele ou mucosa íntegras, mas que para garantir seu múltiplo uso devem passar pelo reprocessamento na forma de desinfecção de alto nível ou esterilização. Exemplos: ponteiras de otoscópios, ambús, nebulizadores, etc. Artigos Hospitalares • Artigos não críticos: são de uso externo ao paciente, entrando em contato apenas com pele íntegra, de manipulação pelos profissionais de saúde, o que exige que tenham um processamento específico na forma de limpeza ou desinfecção de baixo nível (se foi exposto a material biológico). Exemplos: termômetro, botões de equipamentos acionados pelo profissional, mesas auxiliares para procedimentos, comadres, cubas, etc. Higienização das mãos • A higienização das mãos é a medida mais simples e eficaz para se evitar a transmissão de microrganismos entre pacientes e entre um sítio contaminado para outro limpo no mesmo paciente. • A adesão do profissional de saúde a higienização das mãos ainda persiste muito baixa, cerca de 40%, taxa insuficiente para bloquear a infecção hospitalar por transmissão cruzada. Higienização das mãos • A higiene inadequada das mãos também contribui para a disseminação das doenças infecciosas de origem comunitária, tais como: viroses respiratórias, pneumonia, diarréia infecciosa e infecções em neonatos. • O objetivo primordial é a prevenção de infecções através da eliminação da transmissão cruzada. Higienização das mãos • CONCEITOS • MICROBIOTA RESIDENTE - Constitui a microbiota normal do corpo, impede a colonização por outros microrganismos. É eliminada parcialmente com o uso de antissépticos. Possui baixa virulência, como por exemplo o S. epidermidis, podendo causar infecção em cirurgias com implante de prótese. • MICROBIOTA TRANSITÓRIA -Principal causador das infecções nosocomiais devido à transmissão cruzada. Constituída por microrganismos que colonizam transitoriamente a pele, pois não estão aderidos a receptores específicos. É facilmente removida através da higienização das mãos. BMR Higienização das mãos • AGENTES UTILIZADOS NA HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS • SABÃO/DETERGENTE COMUM: Remove a sujidade e a microbiota transitória. • CLORHEXIDINE DETERGENTE: Além de remover, possui ação antisséptica sobre a microbiota transitória e parte da residente. Age nas bactérias através da destruição da membrana citoplasmática e da coagulação de proteínas. Possui efeito residual • ÁLCOOL GEL (70%): Possui ação germicida, porém sem efeito residual. Age nas bactéiras através da lise celular e coagulação de proteínas. Higienização das mãos • FALHAS COMUNS NA HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS • O uso de luvas não substitui a higiene das mãos devido ao potencial de contaminação da mão durante sua colocação e retirada, além do risco da presença de microperfurações na luva. • Anéis, alianças e pulseiras impedem a penetração do produto e a secagem adequada das mãos, favorecendo a proliferação de bactérias, além de serem potencial carreadores de microrganismos. Medidas de Isolamento e Precaução • O objetivo básico de um sistema de precauções é a prevenção da transmissão de um microorganismo de um paciente para outro, ou para um profissional da saúde. • Esta prevenção abrange medidas referentes à transmissão dos agentes envolvidos. • Precaução padrão; • Precaução específica; • Precaução empírica. • PRECAUÇÕES PADRÃO: devem ser aplicadas no atendimento a todos os pacientes, independente da confirmação ou não de doenças transmissíveis, na presença de risco de contato com sangue, fluídos corpóreos, secreções e excreções, pele com solução de continuidade e mucosas. • Medidas: Higienização das mãos, uso de luvas de procedimento, avental, máscara, óculos de proteção, descarte adequado de pérfuro cortantes, limpeza e desinfecção de materiais e equipamento utilizados no paciente, rotinas de limpeza de ambiente e rouparia. Medidas de Isolamento e Precaução 37 Equipamentos de Proteção Individual • PRECAUÇÕES ESPECÍFICAS: elaboradas de acordo com o mecanismo de transmissão das patologias e designadas para pacientes suspeitos ou sabidamente infectados ou colonizados - por patógenos transmissíveis e de importância epidemiológica - baseada em três vias principais de transmissão: • Transmissão por contato; • Transmissão aérea por gotículas; • Transmissão aérea por aerossóis. Medidas de Precaução • Precaução de contato: • Indicado para Infecção (ou suspeita de infecção) ou colonização por bactérias multirresistentes ou microorganismos epidemiologicamente importantes (como rotavírus, vírus sincicial respiratório, herpes simples localizado, diarréia aguda,furunculose, infecção de ferida operatória, escabiose, pediculose), passíveis de transmissão por contato direto. • Internação de paciente, quando possível, em quarto privativo ou em quarto com paciente que apresente infecção pelo mesmo microrganismo (coorte). Medidas de Precaução • Precaução de contato: • Higienização das mãos deve ser enfatizada a importância desta ação, utilizar anti-séptico como o álcool-gel ou soluções degermantes (clorexidina a 2% ou PVPI 10%); • Usar luvas limpas, não estéreis, ao entrar no quarto durante o atendimento ao paciente; trocar de luvas após contato com material biológico; retirar as luvas antes de deixar quarto; • Usar capote limpo - não necessariamente estéril - ao entrar no quarto durante o atendimento ao paciente e retirá-lo antes de deixar o quarto. Medidas de Precaução • Precaução de contato: • Equipamentos de cuidado ao paciente: estetoscópio, esfignomanômetro e termômetro devem ser de uso individual. Caso não seja possível, devem ser limpos e desinfetados com álcool a 70%, entre pacientes. • Ambiente: itens com os quais o paciente teve contato e superfícies ambientais devem ser submetidos à desinfecção com álcool a 70% (ou produto compatível com a natureza da superfície) a cada plantão. • Visitas: restritas e reduzidas. Medidas de Precaução • Precaução de contato: • Transporte do paciente: limitado. O profissional que transportar o paciente deve usar as precauções padrão e realizar desinfecção das superfícies após o uso do paciente. 44 Medidas de Precaução • Precauções para aerossóis: • Indicado para Infecção respiratória suspeita ou confirmada por microorganismos transmitidos por aerossóis (partículas de tamanho menor ou igual a 5 micra), que permanecem suspensas no ar e podem ser dispersadas a longas distâncias - como varicela, sarampo e tuberculose. • O quarto deve ser privativo com pressão negativa; filtragem do ar com filtros de alta eficiência (caso seja reabsorvido para o ambiente); seis a 12 trocas de ar por hora, manter as portas do quarto sempre fechadas. Caso a instituição não tenha quartos com estas características, manter o paciente em quarto privativo, com as portas bem fechadas e boa ventilação. Medidas de Precaução • Proteção respiratória: usar máscaras com capacidade de filtragem e vedação lateral adequada (PFF2 - Proteção • Facial Filtro 2 - ou N95 - regulamentação por entidades americanas). Estas máscaras podem ser reutilizadas • pelo mesmo profissional por longos períodos - desde que se mantenham íntegras, secas e limpas. • Transporte de paciente: utilizar máscara tipo cirúrgica para o paciente. • Visitas: restritas e orientadas. • NOS CASOS DE HERPES ZOSTER (EM PACIENTES IMUNODEPRIMIDOS) E VARICELA: • ASSOCIAR PRECAUÇÕES DE CONTATO COM PRECAUÇÕES PARA AEROSSÓIS. Medidas de Precaução 48 • Precauções por gotículas • Indicado para pacientes portadores ou com infecção por microorganismos transmissíveis por gotículas, que podem ser gerados por tosse, espirro, conversação. • Exemplos: parotidite, coqueluche, difteria, rubéola, meningite por meningococos, síndrome aguda respiratória grave (pneumonia asiática). • O quarto privativo ou, caso não seja possível, em quarto de paciente com infecção pelo mesmo microorganismo (coorte); a distância mínima entre os leitos deve ser de um metro. Medidas de Precaução • Precauçãopor gotículas • Máscara deve ser utilizada quando a proximidade com o paciente for menor de um metro. • Transporte de paciente limitado, mas quando necessário, utilizar máscara cirúrgica para o paciente. • Visitas restritas e orientadas. Medidas de Precaução 52 • As PRECAUÇÕES EMPÍRICAS são indicadas em síndromes clínicas de importância epidemiológica sem a confirmação da etiologia. • Será escolhida a precaução específica conforme a suspeita. 53 Medidas de Precaução
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