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Tcc Tese de Conclusão de Curso - Paternidade sócioafetiva

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 2016
LUIZ GUSTAVO DA SILVA NOG
agradecimentos
 Ao Prof. Giovane Brandão meu orientador e amigo de todas as horas, que acompanhou meu progresso durante a caminhada que fiz neste curso, bem como neste estudo, e espero ter correspondido a altura
À Profª Raquel Cardone. Por toda sua paciência e cooperação com este estudo que através de sua sapiência me orientou da melhor forma possível para que este estudo tivesse êxito, meu muito obrigado por tudo.
 À minha família que deu o total apoio durante esta caminhada acreditando em mim e por muitas vezes também me fazendo acreditar, e que em momento algum me abandonou ou deixou de me apoiar, a todos meu muito obrigado.
A DEUS por ter me incumbido a missão de ser uma pessoa do bem e por nunca ter me deixado sucumbir à desistência, bem como por ter posto em meu caminho pessoas maravilhosas como minha esposa e meus filhos que sempre foram a fonte inspiradora para que eu seguisse meus sonhos acreditando que para que haja um mundo melhor temos que começar por nós mesmos ajudando o próximo sem esperar nada em troca.
NOGUEZ, LUIZ GUSTAVO . PATERNIDADE SÓCIO AFETIVA E SEU LUGAR NA LEI E SOCIEDADE.2016. 35. Trabalho de Conclusão de Curso Graduação em direito ANHANGUERA EDUCACIONAL, Rio Grande-RS,2016.
RESUMO
O objetivo deste trabalho é mostrar de forma simples, porém clara a importância da paternidade sócio afetiva e as mudanças sociais sofridas nesta relação em que a família já a algum tempo começa a tomar novas formas e rumos perante a visão da sociedade, da mesma sorte a relação existente entre os membros desta e seus valores no que tange a relevância entre a paternidade sócio afetiva e a meramente registral ou biológica.Não devendo nos confundir o fator registro ou até mesmo sanguíneo como forma concreta desta paternidade, a qual vai muito além do simples reconhecimento.A paternidade sócio-afetiva tem demonstrado que a base de afeto é elemento constitutivo para criar uma ligação paterno filial, independente da existência de vínculo biológico.
Palavras-chave: Paternidade sócio afetiva; Direito de registro; Herança; filiação; Paternidade sócio afetiva e sociedade atual.
SUMÁRIO
1.INTRODUÇÃO......................................................................................................08
 ..............................................................................................................................09
2. PATERNIDADE SÓCIOAFETIVA.......................................................................10
.................................................................................................................................13
 2.1 DIREITO DE REGISTRO.......................................................................................14
 2.2 REAÇÕES JURÍDICAS...................................................................................14 
 
 2.3 FILIAÇÃO.......................................................................................................15
 2.4 PATERNIDADE SÓCIOAFETIVA E A SOCIEDADE ATUAL........................15
3.FILIAÇÃO DE FATO.....................................................................................................16
 3.1. POSSE DO ESTADO DE FILHO..................................................................16
 
 3.2.PRESUNÇÃO DE PATERNIDADE................................................................19
 
 3.3. CARACTERISTICAS DO ESTADO DE FILHO.............................................21
 
 4. DO DIREITO DE POSSE..................................................................................28
 4.1 TEORIA DA APARÊNCIA..............................................................................28
 
 4.2. SESSÃO DA PRESUNÇÃO DE PATERNIDADE........................................30
 4.3. POSIÇÃO DO ESTADO ATRAVÉS DE NORMAS......................................32 
CONCLUSÃO..........................................................................................................34
REFERÊNCIAS..................................................................................................................35
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1.INTRODUÇÃO
A paterno afetividade é uma situação que já acontece a muito tempo, porém agora ganha forças com as transformações da sociedade que se molda em algumas vezes fora do acordo cultural ao qual conhecemos, trazendo assim outras formas as quais ainda não estão bem claras sobre este assunto.
Com o passar do tempo o conceito de família vem sendo moldado de acordo com acontecimentos que antes não eram visto da forma que se vê nos dias atuais, e o estopim deste relacionamento encontramos na cf/88 em seu artigo 22, §6º que nos dá o conceito de filiação, dizendo este em breves palavras que para que haja filiação é necessário tão somente que haja afeto e respeito recíproco entre os envolvidos neste relacionamento familiar.
Desta forma o afeto passou a ser ponto importante para a paterno afetividade, vindo seguido de respeito e compromisso com aquele que se tem como filho fazendo com que os laços existentes entre pai e filho os tornem verdadeiramente reais, desta forma a convivência torna o caminho para afetividade um elo existente entre todos os envolvidos nesta relação.
Indo um pouco mais além, no que diz respeito a posse do estado de filho, esta não possui tempo certo para que seja necessário a concretização do reconhecimento de afetividade familiar, fazendo desta forma com que realmente seja importante é o sentimento e o compromisso paterno familiar entre todos os envolvidos nesta relação afetiva que é tida como base para a formação da família.
Por fim dissertar-se-á sobre os três elementos necessários para o reconhecimento desta situação que são eles, a fama, pelo fato desta fazer parte da exposição à sociedade deste afeto, a reputação, pois esta é de suma importância para toda relação parental e a notariedade, que faz com que este vínculo se torne de certa forma verdadeiro perante a sociedade. 
Este estudo tem como objetivo mostrar que mesmo que não haja vinculo algum em relação a forma biológica nesta relação dos envolvidos na paterno afetividade, o que se leva em consideração nestes casos é que a paternidade sócio-afetiva se constrói independente de laços biológicos paternos.
O fato é que quando falamos de paternidade temos a visão de pai biológico que perante a lei tem total direitos e deveres, juntamente com a mãe, sobre seu filho. porem há de se rever este conceito pois com o aumento de casais que por algum motivo não conseguem manter sua união acabam por vir a optarem pela separação, criando assim muitas vezes um problema na vida deste dependente que até conseguir discernir o que está acontecendo encontra dificuldades em viver uma vida sem a presença do pai ou da mãe.
Porém em quase todas estas situações estes pais acabam conhecendo uma outra pessoa e vem a se relacionar de forma mais firme chegando muitas vezes a formar uma nova união com esta pessoa e aí tudo muda, pois esta nova pessoa não tem vínculo familiar algum com o fruto da relação anterior de seu (ua) novo parceiro (eira) e desta nova relação se forma uma nova família e então aquele fruto da relação anterior passa a ser considerado filho afetivo pelo fato de que a convivência entre estas pessoas cria um vínculo familiar que envolve toda esta família.
A intenção é mostrar que de certa forma muitas as vezes, mesmo que não haja a existência de entre as partes, o direito à paternidade é resguardado desde que o vínculo afetivo esteja presente no cotidiano destas pessoas fazendo com que desta forma a criança ou adolescente seja tratado como filho, reforçando assim o laçofamiliar e efetivando o instituto família, desta forma conclui-se que a paternidade sócio afetiva independe de laço biológico paterno
A paternidade sócio-afetiva vem ganhando força dia pós dia, e desta forma vem trazendo algumas mudanças bem como novas formas de pensamento a respeito deste assunto que também vem sendo vistos em outro ângulos, fazendo com que a própria jurisprudência haja de modo a não prejudicar aquele que foi criado com todos os cuidados que se tem por um filho.
Assim firmamos o conceito de que pai é quem cria e não aquele que dá nome ou fator biológico, pois uma pessoa que recebe somente um nome e que não recebe amor, respeito, dignidade, educação, e o mais importante um lar não tem tudo do que precisa para viver feliz em família, desta forma falar em afetividade sem falar neste fatores é assumir uma família pela metade.
2. PATERNIDADE SÓCIOAFETIVA .
O conceito de paternidade sócio-afetiva é regrado principalmente, entre outros pontos, no sentimento e no afeto entre pai e filho e tem como força maior os laços que se criam através do relacionamento entre ambos, sendo capaz de criar também vínculos psicológicos, os que fazem tanto o pai acreditar que este o é, quanto o filho também assim fazer[1]. Porém tanto a paternidade quanto a maternidade sócio-afetiva necessitam de um pouco mais do que um simples vinculo , para isto é também necessária certas condutas tais como uma convivência duradoura e regrada de amor, carinho, dedicação e respeito, bem como a convivência social perante aos olhos de uma sociedade que percebe a existência deste laço familiar[2]. Rosenvald nos conceitua a paternidade sócio-afetiva da seguinte forma:
A conceituação e valoração da paternidade sócioafetiva está intimamente ligada aos laços comportamentais e afetivos existentes entre dois indivíduos que podem ou não possuir uma ligação biológica, a saber que o elemento afeto é que une pais e filhos, considerando a doutrina que a relação sócio-afetiva é que alguém ocupe, em seu imaginário, o lugar simbólico de pai e mãe mesmo não estabelecendo com eles, necessariamente um vinculo biológico.
(Rosenvald, 2009 ; p 516 )
Temos também José Bernardo Ramos Boeira que conceitua a posse do estado de filho da seguinte maneira :
 Por esta razão, cresceu de importância a noção de posse de estado de filho, que revela a constância social da relação paterno-filial, caracterizando uma paternidade que existe, não pelo simples fator biológico ou por força de presunção legal, mas em decorrência de elementos que somente estão presentes, frutos de uma convivência afetiva.
( investigação de paternidade, posse do estado de filho, paternidade sócio-afetiva, pág 54, 1999 )
Não somente a literatura jurídica, bem como a jurisprudência atualmente reconhece que feitos tais laços, estes não se desfazem mais, pois não se acaba com uma relação de pai e filho como se faz da mesma forma entre marido e mulher, vejamos;
DIREITO DE FAMÍLIA. AÇAO NEGATÓRIA DE PATERNIDADE. EXAME DE DNA NEGATIVO. RECONHECIMENTO DE PATERNIDADE SOCIOAFETIVA. IMPROCEDÊNCIA DO PEDIDO.
 Data da publicação da decisão - 12/03/2012.
ST
Processo: REsp 1059214 RS 2008/0111832-2
 Relator(a):  Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO
 Julgamento: 16/02/2012
 Órgão Julgador: T4 - QUARTA TURMA
 Publicação: DJe 12/03/2012
 RECURSO ESPECIAL Nº 1.059.214 - RS (2008/0111832-2)
	
RECORRENTE
	
	
P P S G
	ADVOGADO
	:
	ANS SEVERO GUSMAO
	RECORRIDO
	:
	J S G E OUTROS
	ADVOGADO
	:
	CARMEN LUCIA IANKOWSKI DIAS - DEFENSORA PÚBLICA E OUTRO
 EMENTA
DIREITO DE FAMÍLIA. AÇAO NEGATÓRIA DE PATERNIDADE. EXAME DE DNA NEGATIVO. RECONHECIMENTO DE PATERNIDADE SOCIOAFETIVA. IMPROCEDÊNCIA DO PEDIDO.
 1. Em conformidade com os princípios do Código Civil de 2002 e da Constituição Federal de 1988, o êxito em ação negatória de paternidade depende da demonstração, a um só tempo, da inexistência de origem biológica e também de que não tenha sido constituído o estado de filiação, fortemente marcado pelas relações socioafetivas e edificado na convivência familiar. Vale dizer que a pretensão voltada à impugnação da paternidade não pode prosperar, quando fundada apenas na origem genética, mas em aberto conflito com a paternidade socioafetiva.
2. No caso, as instâncias ordinárias reconheceram a paternidade socioafetiva (ou a posse do estado de filiação), desde sempre existente entre o autor e as requeridas. Assim, se a declaração realizada pelo autor por ocasião do registro foi uma inverdade no que concerne à origem genética, certamente não o foi no que toca ao desígnio de estabelecer com as então infantes vínculos afetivos próprios do estado de filho, verdade em si bastante à manutenção do registro de nascimento e ao afastamento da alegação de falsidade ou erro.
3. Recurso especial não provido.	
 ACÓRDAO
A Turma, por unanimidade, negou provimento ao recurso especial, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator.Os Srs. Ministros Raul Araújo, Maria Isabel Gallotti, Antonio Carlos Ferreira e Março Buzzi votaram com o Sr. Ministro Relator.
Brasília (DF), 16 de fevereiro de 2012 (Data do Julgamento)
MINISTRO LUIS FELIPE SALOMAO
 CONFLITO DE JURISPRUDÊNCIA
 STF decidirá sobre paternidade sócio-afetiva e biológica. 
 
17 de janeiro de 2013, 17h16
O Supremo Tribunal Federal, em votação no Plenário Virtual, reconheceu Repercussão Geral em tema que discute a prevalência da paternidade socioafetiva sobre a biológica. A questão chegou à corte por meio de processo em que foi pedida a anulação de registro de nascimento feito pelos avós paternos, como se eles fossem os pais, e o reconhecimento da paternidade do pai biológico.
Em primeira instância, a ação em questão foi julgada procedente, entendimento mantido pela segunda instância e pelo Superior Tribunal de Justiça. No recurso interposto ao Supremo, os demais herdeiros do pai biológico alegam que a decisão do STJ, ao preferir a biológica em detrimento da socioafetiva, afronta o artigo 226, da Constituição Federal, segundo o qual a família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado.
O relator do recurso, ministro Luiz Fux, levou a matéria ao exame do Plenário Virtual por entender que o tema — a prevalência da paternidade socioafetiva em detrimento da paternidade biológica — é relevante sob os pontos de vista econômico, jurídico e social. Por maioria, os ministros seguiram o relator e reconheceram a existência de repercussão geral da questão constitucional suscitada.
Três correntes
A discussão entre paternidade biológica e socioafetiva não está pacificada nos tribunais e divide os especialistas. Os defensores da corrente biológica amparam-se principalmente no parágrafo 6º do artigo 227 da Constituição, que diz: Os filhos, havidos ou não da relação do casamento, ou por adoção, terão os mesmos direitos e qualificações, proibidas quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação. Segundo adeptos da corrente, o dispositivo garante aos filhos, reconhecidos e não reconhecidos, direito, inclusive, à herança.
No final de 2012, o STJ decidiu que uma mulher já adulta pode fazer investigação para ter seus pais biológicos reconhecidos juridicamente, com todas as consequências legais, anulando o registro de nascimento em que constavam pais adotivos como legítimos — a chamada adoçãoà brasileira.
Já a outra corrente baseia-se especialmente em jurisprudência firmada em diversas cortes pelo país que determina a prevalência do vínculo socioafetivo, justamente para evitar demandas de cunho meramente patrimonial.
Há ainda uma terceira via, mais rara, a da dupla filiação, em que se reconhece tanto a paternidade socioafetiva quanto a biológica. Em março do ano passado, a Justiça de Rondônia determinou o registro de dois homens como pais de uma criança, que deles recebe, concomitantemente, assistência emocional e alimentar.
Fortunas em jogo
Um dos casos mais emblemáticos da controvérsia é o que envolve a herança do fundador da joalheria H. Stern. No ano passado, dois irmãos cariocas decidiram entrar na Justiça após terem comprovado, por exame de DNA, serem filhos do criador da marca. Eles foram criados por outro homem e descobriram seu verdadeiro pai depois de adultos.
Quando o caso veio à tona, os advogados da H. Stern afirmaram que, apesar de o filho ter o direito de conhecer a sua verdade biológica, o mero exame de sangue não pode prevalecer sobre o vínculo afetivo, em desrespeito aos cuidados e amor recebidos de seu pai registral. No processo, a defesa apresentou exemplos de decisões favoráveis à tese, como a da 7ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, que afirma: “a comprovação da filiação sócio-afetiva entre o investigante e seu pai registral afasta a possibilidade de alteração do assento de nascimento do apelante, bem como qualquer pretensão de cunho patrimonial”.
Já o advogado Flavio Zveiter, defensor dos dois irmãos, contestou a jurisprudência apresentada, uma vez que seus clientes não sabiam quem era seu verdadeiro pai. Ele disse que nos casos em que a paternidade biológica fora rejeitada, os demandantes tinham ciência de quem eram seus pais verdadeiros e pediram direito à herança anos depois de terem ciência da paternidade biológica.
Nos aspectos empresarial e familiar, a decisão do Supremo terá impacto direto em questões de sucessão, já que a legislação determina que 50% da herança deve ser dividia entre os herdeiros legítimos, enquanto os outros 50% são de uso livre pelo autor do testamento. O ponto central será justamente definir se a categoria herdeiros legítimos aplica-se aos filhos de pais biológicos ou apenas aos sócio-afetivos, ou a ambos. Com informações da Assessoria de Imprensa do STF.
ARE 692.186
 Revista Consultor Jurídico, 17 de janeiro de 2013, 17h16.
 http://www.conjur.com.br/2013-jan-17/stf-decidira-disputa- entre-paternidade- socioafetiva-biologica. 
Segundo André Salgado Azevedo este nos diz que é dever do pai dar assistência, criação e educação aos filhos menores e, os filhos têm o dever ajudar aos pais na velhice. Sendo assim, a família existe enquanto o local onde persiste a reciprocidade.
De outra forma nos assevera João Baptista Villela [11] que, a cosanguinidade tem, de fato e de direito, um papel absolutamente secundário na configuração da paternidade. Não é derivação bioquímica que aponta para a figura do pai, senão o amor, o desvelo, o serviço com que alguém se entrega ao bem da criança.
Desta forma fica visível que, como tem sido dito não basta somente o fator biológico, pois existe inúmeros outros que fixam e focam-se na afetividade restando assim a certeza de que nada supera o respeito e o carinho recíproco entre pais e filhos, sejam estes adotivos ou vindos de outra união que não deu certo, pois o respeito e o amor externado por todos os envolvidos nesta união sempre fala mais alto [11].
Na procura por estudos e até mesmo normas e orientações jurisprudenciais, bem todo o tipo de pesquisa que se possa fazer sobre este assunto sempre teremos como norma base para a paternidade sócio-afetiva, o afeto, o respeito, o amor e aceitação de um sentimento fiel e leal de carinho, pois é esta a impressão que se tem de um pai ou mãe por seus filhos, tendo isto teremos de fato o instituto família.
2.1 DIREITO DE REGISTRO COMO FORMA DE RECONHECIMENTO.
É direito de todos o registro como forma de filiação trazendo assim a segurança e a certeza de que realmente tem-se como reconhecido a paternidade, porém não basta somente isto para que se tenha o instituto paterno como base para a família, eis que em determinados casos o pai biológico sequer é o que cria esta criança ou jovem, fazendo-se desta forma por outra pessoa [3]. 
Em outras palavras, o princípio da dignidade humana traz as margens da norma constitucional o direito ao registro civil com a intenção de reconhecimento tanto por parte de pai como por parte de filho fazendo com que haja então uma fonte concreta de filiação e paternidade,) mas em determinadas situações o simples fato de ter-se registrado não é tido como pressuposto para a legalidade, isto vem sendo discutido nos tribunais afim de regrar com convicção o dito popular que afirma que pai é o que cria[1]. 
No momento em que é reconhecia na forma judicial a paternidade sócio-afetiva, este ato não exclui o direito da criança de procurar seu genitor biológico, porém será somente para fins de conhecimento nada mais, pois este não terá direitos algum sobre o patrimônio deste pai, tão pouco direitos alimentares confirmando novamente que pai é quem cria tendo desta forma este pai o direito de ter no registro de nascimento deste filho seu nome como pai [1].
2.2 REAÇÕES JURIDICAS.
Cabe a paternidade sócio-afetiva todos os direitos e obrigações do pai com o filho, entre eles a herança, a pensão alimentícia entre outros, os quais podemos encontrar no Estatuto da Criança e do Adolescente em seus artigos 39 a 52 os quais nos mostram os efeitos jurídicos que este pai suportará, sendo estes : 1) a declaração do estado de filho afetivo, 2) a feitura ou alteração do registro de nascimento; 3) a adoção do sobrenome dos pais adotivos; 4) a relação de parentesco com os parentes do pai adotivo; 5) a irrevogabilidade da relação da paternidade ou maternidade afetiva; 6) a herança entre parentes sociológicos ,pais e filhos; 7) o poder familiar; 8) a guarda e o sustento do filho, bem como o pagamento de pensão alimentícia; 9) o direito de visita; 10) a adoção do sobrenome dos pais afetivos, entre outros.
Entre todos os direitos exercidos pela paternidade sócio-afetiva está a herança que de forma alguma será excluída àquela criança que teve reconhecido tal ato, seja de forma registral ou meramente afetiva propriamente dita, pois desde que a convivência seja de forma amorosa e eficaz esta somente já serve para que garanta seu quinhão nesta relação esta criança ou jovem que era considerado como filho[4].
A constituição Federal ( art.5º caput ) deixa clara que não há desigualdade entre pessoas sejam ela filhos ou não em nenhuma hipótese, desta forma não se pode excluir filho sócio-afetivo de herança, sendo que seu reconhecimento deve ser como herdeiro necessário tendo este o direito de concorrer com igualdade com os demais,como mostra o artigo 1845.cc. “ São herdeiros necessários , os ascendentes, descendentes e cônjuge. “ 
 2.3 QUANTO A FILIAÇÃO.
A filiação é ponto importante nesta relação familiar da sócio afetividade,pois ela firma o que já era sabido, com ela não há mais de se falar em filhos legais ou ilegais e sim somente em filho seja ele fruto do casamento ou não ficando desta forma todos iguais perante a lei e fazendo desta forma uma mudança em algumas normas jurídicas que foram se adaptando de acordo com certos acontecimentos na vida civil [13]. 
O próprio código civil de 2002 nos traz em seus artigos 1593 e 1596 um breve saber sobre este assunto nos levando a certeza quanto a igualdade da sócio afetividade em relação aos filhos,sejam eles biológicos ou não, diz o art.1593 que “o parentesco é natural ou civil, conforme resulte de consangüinidade ou outra origem” e para reforçar o art. 1596 nos diz que “ os filhos havidos ou não da relação de casamento, ou por doação, terão os mesmos direitos e qualificações, proibidasquaisquer designações discriminatórias relativas à filiação”.
Assim fica a filiação normatizada trazendo mais segurança para aqueles filhos que de certa forma não eram gerados através da união carnal entre homem e mulher, que resultava na geração de filhos dando assim prosseguimento a sua raça. Fazendo desta forma que a filiação também garanta à este o direito à herança. 
2.4 DOS DIAS ATUAIS.
Hoje a criação de filhos de outros casamentos se tornou mais do que normal na vida civil e familiar, por este motivo a paterno e materno afetividade passou a fazer parte da vida social e trouxe com ela outras formas de conceitos no que diz respeito a família e seus direitos, existem ainda quem não concordem com determinadas condutas relacionadas com este assunto, porém o fato é que a vida social está sofrendo mutações e devemos acompanhá-las.
Esta é uma realidade nos dias atuais e o melhor que temos a fazer nos adequar da melhor forma para esta nova forma de vida. ( âmbito jurídico.artigos.com.br)
3. FILIAÇAO DE ATO.
3.1 POSSE DO ESTADO DE FILHO.
A posse do estado de filho não somente se dá por meios que afirmem a filiação de um pai em relação a um filho ou de uma mãe em relação a este, pois a posse do estado de filho como dito anteriormente, vai além de um simples reconhecimento jurídico ou cartoral, este procedimento entranha-se diretamente no fator sentimento que envolve as partes deste relacionamento fazendo assim com que a posse passe a ser além de todos os fatores já mencionados um relacionamento de afeto e convivência de fato. [14]
Em sua obra Luis Edson Fachin nos atenta da seguinte forma, não só porque a verdade biológica se impõe em face dos processos da ciência, mas também porque a paternidade sócio-afetiva, demonstrada pela expressão – posse do estado de filho -, passa a ser uma realidade capaz de ser construída todos os dias na relação paterno-filial. [14]
Desta forma tem-se como fonte da posse do estado de filho nada mais do que o dia a dia dos envolvidos em relação a estes, bem como todos os sentimentos expressados recíprocamente por ambos, fazendo com que a convivência traga benefícios também para a estrutura familiar e cultural advinda de uma sociedade em constante transformação.
 Segundo José Bernardo Ramos Boeira.[6]
Na verdade, é preciso que se diga que a paternidade sócio-afetiva é garantidora da estabilidade social, pois um filho reconhecido como tal, no relacionamento diário e afetuoso, certamente, formará uma base emocional capaz de lhe assegurar um pleno e diferenciado desenvolvimento como ser humano[.......]
Por esta razão cresceu de importância noção de “ posse do estado de filho , que revela a constância social da relação paterno-filial, caracterizando uma paternidade que existe, não pelo simples fator biológico ou por força de presunção legal, mas em decorrência de elementos que somente estão presentes, fruto de uma convivência afetiva.
Vejamos também o que diz outras fontes de direito a respeito deste assunto quando a paternidade sócio-afetiva está em questão de ação processual. Ressalta-se também o agravo de instrumento nº 599296654 , da sétima Câmara Cívil do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, cujo relator era o Desembargador Luiz Felipe Brasil Santos. Julgado em 18/08/1999.
Filiação. Filho adulterino "a matre" registrado pelo marido da mãe. Possibilidade de terceiro vindicar a condição de pai. Paternidade jurídica. Paternidade Biológica. Paternidade sócio-afetiva. 1. A Lei nº 8560/92, ao remover qualquer restrição para o reconhecimento de filhos extra matrimoniais pelos respectivos pais, assegura-lhes o interesse jurídico para eventual demanda que tenha essa finalidade. Em decorrência, tanto o pai quanto a mãe tem legitimidade para postular em nome próprio, em ação que visa à vindicação de paternidade ou maternidade. 2. A despeito da ausência de regulamentação em nosso direito quanto a paternidade sociológica, a partir dos princípios constitucionais de proteção a criança (art. 227, CF), assim como da doutrina da integral proteção consagrada na Lei nº 8069/90 (especialmente nos arts. 4º e 6º), é possível extrair os fundamentos que, em nosso direito, conduzem ao reconhecimento da paternidade sócio-afetiva, revelada pela "posse do estado de filho", como geradora de efeitos jurídicos capazes de definir a filiação.3. Entretanto, o pedido formulado na ação não tem esse conteúdo, mas visa, modo exclusivo, desconstituir o registro de nascimento da menor, sem atribuição de paternidade ao autor/agravado. Assim, dada a forma equivocada como foi posta a pretensão, não ostenta o autor legitimo interesse para a demanda. A desconstituição do registro seria mera decorrência da atribuição da paternidade ao autor/agravado. Porem, como esta não consta do pedido - e não poderia a sentença ir alem do postulado - resta o autor órfão de interesse legitimo para propor a demanda nos termos em que foi formulada, a qual, se procedente, traria como conseqüência, simplesmente, a circunstância de que a menor ficaria sem qualquer paternidade reconhecida, o que não pode ser admitido, ate em consideração aos superiores interesses da criança. Deram provimento 
 Esta decisão fundamentada na constituição federal, bem como não estatuto da criança e do adolescente que deixa claro a importância deste instituto da paternidade sócio-afetiva, que se mescla em uma nova sociedade em plena exercício e que tomou conta dos dias atuais sem ser notado até então.
Destaca-se também esta decisão tida em 13/09/2006, expedida pela Sétima Câmara Cívil do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, tendo como relatora a Desembargadora Maria Berenice Dias, a qual deixa clara o vinculo afetivo que se sobrepõe ao biológico. 
NEGATÓRIA DE PATERNIDADE. ANULAÇÃO DE REGISTRO. IMPOSSIBILIDADE. CARCTERIZAÇÃO DAFILIAÇÃO SOCIOAFETIVA. Se comprovada a filiação sócio-afetiva, a despeito da inexistência do vínculo biológico, prevalece a primeira em relação à segunda. O ato de reconhecimento de filho é irrevogável, e a anulação do registro depende da plena demonstração de algum vício do ato jurídico, inexistente no caso concreto. REJEITADA A PRELIMINAR, E NEGADO PROVIMENTO AO APELO. UNÂNIME.
São inúmeras as opiniões em relação a pose do estado, principalmente quando se trata de obras literárias jurídicas, porém todas levam ao mesmo caminho,o qual nos mostram que nada a mais que a forma de convívio para fixar esta expressão. Vejamos o que nos mostra Jacqueline Nogueira quanto a este assunto. [15] 
A posse de estado de filho constitui a base sociológica da filiação, é esta noção fundada nos laços de afeto, o sentido verdadeiro de paternidade. Portanto é essa noção que deve prevalecer em casos de conflitos de paternidade, quando as presunções jurídicas já não bastam e não convencem, ou quando os simples laços biológicos não são suficientes para demonstrar a verdadeira relação entre pais e filhos. Não são os laços de sangue nem as presunções jurídicas que estabelecem um vínculo entre uma criança e seus pais, mas o tratamento diário de cuidados, alimentação, educação, proteção e amor, que cresce e se fortifica com o passar dos dias. 
Para conceituar o famigerado instituto da posse de estado de filho, cabe transcrever o ensinamento de Orlando Gomes, que Citando Planiol, Ripert e Rouast, esclarece que possuir um estado, é ter de fato título correspondente, desfrutar as vantagens a ele ligadas e suportar seus encargos
(http://www.conteudojuridico.com.br/artigo,da-posse-do-estado-de-filho-fundamento-para-a-filiacao-socioafetiva,48437.html )
Nesse sentido, para Luiz Edson Fachin a posse de estado de filho está caracterizada desde que estejam presente três elementos: tractatus, nomem e fama (ou reputatio). Sendo que a tractatus está presente quando a pessoa é tratada na família como filha. Onomem se dá quando a pessoa traz o nome do pai. E a fama é a pessoa ter sido constantemente reconhecida como filha, pelos presumidos pais, pela família e pela sociedade
(http://www.conteudojuridico.com.br/artigo,da-posse-do-estado-de-filho-fundamento-para-a-filiacao-socioafetiva,48437.html)Entende-se desta forma sendo a posse do estado de filho como nada a mais do que um conjunto de ações e sentimentos que envolvem a todos que de certa forma fazem parte de um relacionamento familiar no que diz respeito ao tratamento do (s) pai (s) com seu(s) filho(s). Desta forma a presença paternal se faz necessária na vida de uma pessoa de tal maneira à vir a jurisprudência regrar este comportamento afetivo que cria laços entre os envolvidos nesta relação. Como vimos já anteriormente acima.
Seguindo esta mesma linha de raciocínio Orlando Gomes assevera que em seu ver a posse do estado de filho tem suas particularidades, as quais vejamos :
A posse do estado de filho constitui-se por um conjunto de circunstâncias capazes de exteriorizar a condição de filho legítimo do casal que o cria e educa. Entendendo que posse do estado de filho é uma relação afetiva, intima e duradoura, caracterizada pela reputação frente a terceiros como filho fosse, e pelo tratamento existente na relação paterno-filial, em que há o chamamento de filho e a aceitação do chamamento de pai.
Estas particularidades são encontradas na convivência tão somente, a qual transforma a paternidade biológica não mais elemento de inteira necessidade no âmbito jurídico,- não que este de tal forma não tenha mais nenhum valor social, mesmo porque a norma ainda zela pela forma familiar existente desde os primórdios-, tendo-se que observar que este processo de afetividade se dá com o passar do tempo. 
 
3.2 PRESUNÇÃO DE PATERNIDADE.
Quanto a presunção de paternidade, este é um assunto de muito cuidado pois é relevante que se atenda à todos os requisitos que levam à esta dita presunção de forma que não se aja de forma erronia para com nenhuma das partes envolvida nesta situação.Segundo os princípios da dignidade humana, é assegurado a todos o direito de saber sua paternidade ou maternidade biológica.[10]
Em se tratando de reconhecimento paternal ou maternal, uma das formas mais relevantes e válidas deste é a verificação através da exame de DNA, o qual sendo negado por parte da pessoa que está em investigação pode levar à presunção de paternidade, como podemos ver na súmula 301 do STF, que se posiciona de forma viril em relação ao caso; vejamos. 
“Em ação investigatória, a recusa do suposto pai a submeter-se ao exame de DNA induz presunção juris tantum de paternidade. ( súmula 301. STF )”
Toda pessoa, especialmente quando em formação, tem direito à paternidade, existindo uma série de normas gerais que evoluem o interesse da filiação sob aspecto da indisponibilidade de direitos. São regidos pelo princípio constitucional da Prioridade Absoluta ao interesse da filiação esboçado no  artigo 227 da Constituição Federal. ( juisway.com/artigos)
Art. 227 É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.
[...]
§ 6º Os filhos, havidos ou não da relação do casamento, ou por adoção, terão os mesmos direitos e qualificações, proibidas quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação.
 
A questão é enfrentada por Fachin quando examina, com a competência e autoridade que lhe são reconhecidas, o funcionamento da presunção “pater is est”, que no sentido de viabilizar a declaração não só de uma paternidade jurídica e biológica, mas sobretudo, a convivência sócio-afetiva, caracterizadora da relação paterno-filial.[6. p 90]
Desta forma a presunção de paternidade vem acompanhada de um grande leque de requisitos a serem observados para que seja feita a justiça em relação a esta paternidade, da melhor maneira possível na forma de não prejudicar a intenção de nenhuma das partes.
Sobre o tema, inclusive, vale lembrar o Enunciado nº 129 da Jornada de Direito Civil, consagrada esta compreensão: Proposição para inclusão de um artigo no final do Cap. II, Subtítulo II, Cap. XI, Título I do Livro IV, com a seguinte redação: Art. 1.597-A. ‘A maternidade será presumida pela gestação. Parágrafo único. Nos casos de utilização das técnicas de reprodução assistida, a maternidade será estabelecida em favor daquela que forneceu o material genético, ou que, tendo planejado a gestação, valeu-se da técnica de reprodução assistida heteróloga. A justificativa do enunciado é plausível: No momento em que o art. 1.597 autoriza que o homem infértil ou estéril se valha das técnicas de reprodução assistida para suplantar sua deficiência reprodutiva, não poderá o Código Civil deixar de prever idêntico tratamento às mulheres. O dispositivo dará guarida às mulheres que podem gestar, abrangendo quase todas as situações imagináveis, como as técnicas de reprodução assistida homólogas e 22 heterólogas, nas quais a gestação será levada a efeito pela mulher que será a mãe socioevolutiva da criança que vier a nascer. Pretende-se, também, assegurar à mulher que produz seus óvulos regularmente, mas não pode levar a termo uma gestação, o direito à maternidade, uma vez que apenas a gestação caberá à mãe sub-rogada. Contempla-se, igualmente, a mulher estéril que não pode levar a termo uma gestação. Essa mulher terá declarada sua maternidade em relação à criança nascida de gestação sub-rogada na qual o material genético feminino não provém de seu corpo. Importante destacar que, em hipótese alguma, poderá ser permitido o fim lucrativo por parte da mãe sub-rogada".
(http://www.rkladvocacia.com/arquivos/artigos/art_srt_arquivo2013040114
 Assim a presunção de paternidade ou maternidade é assunto de grande escalão e que não gera somente uma posição no âmbito jurídico, pois é preciso que se tenha total conhecimento do caso em questão para que se segue em conclusão correta, porém existem determinadas certezas como as que um pai que assume perante registro cartoral um filho e o trata como tal não pode de forma alguma reverter sua declaração de pai perante este, mesmo que não passe de filiação meramente afetiva.
3.3 CARACTERISTICAS DO ESTADO DE FILHO.
Ao começo do exposto vejamos que a principal característica do estado de filho é a já mencionada posse do estado de filho que se funda na convivência com a criança a qual se tem por filho, o fato é que ainda temos outros fatores que corroboram com essência afetiva familiar que não se traduz tão somente em convivência, mas em outros requisitos que reforçam esta relação; vejamos então.
Para José Bernardo Ramos Boeira, os elementos que caracterizam e constituem a posse de estado são, tradicionalmente, indicados pela doutrina, como sendo o nome, o trato e a fama. Assim, deve o indivíduo ter sempre usado o nome do pai ao qual ele identifica como tal; e que o pai o tenha tratado como filho e tenha contribuído, nesta qualidade, para a sua formação como ser humano; que tenha sido, constantemente, reconhecido como tal na sociedade e pelo presumido pai. Aqui a fama representa a exteriorização do estado, em que terceiros consideram o individuo como filho de determinada pessoa, ou seja, mostra que ele é conhecido como tal pelo público.
Entretanto, a doutrina reconhece em sua maioria que, o fato de o filho nunca ter usado o patromínico do pai, não enfraquece a posse de estado de filho, se ocorrerem os demais elementos-trato e fama- a confirmarem a verdadeira paternidade. Na verdade, esses dois elementos são os que possuem densidade suficiente capaz de informar e caracterizar a posse de estado.
Não diferente, nos diz Orlando Gomes a respeito que, a aparência de legitimidade deve ser sustentada por uma posse de estado constante, a revelar um relacionamento continuo, perseverante, quotidiano, público e notório da filiação.
 ( Boeira, José Bernardo Ramos.Investigação de paternidade.Posse do estado de filho. P .62 / 63. 1999 )
Desta forma vimos quão importante é a posse do estado,porém existem doutrinadores que afirmam que mais que a posse, a reputação também soma como fator de suma importância perante tal assunto, bem como também a teoria da aparência, tornando-se assim em um compilado de fatores que contribuem aos requisitos estes. Vejamos então o que nos diz a doutrina da Tomás Oliveira e Silva sobre reputação e tratamento, os quais ao mesmo, estes possuem diferentes formas de compreensão.
 A reputação é a realidade subjetiva: pois é a convicção por parte do investigado que é pai do investigante.
O tratamento é uma realidade objetiva: um conjunto de manifestações, de atos voluntários do pretenso pai, de cariz moral, econômico e social, tendo como destinatário o pretenso filho, em termos que legitimem o juízo de que a sua motivação é, exatamente, aquela convicção da paternidade.
Explica o autor que na prática, o que normalmente acontecerá é que os fatos qualificados como tratamento , constituirão, eles próprios, o suporte do juízo de reputação . Claro que pode existir reputação sem tratamento, ou este sem aquele.
(Oliveira e Silva, Tomás. Filiação e Extinção do Respectivo Vinculo.Almeida.Coimbra,1989,p 188 / 189.)
Como requisitos temos também a afetividade, que estabelece o vinculo de filiação e que está mudando o conceito de família com o passar dos tempos, bem como o reconhecimento da paternidade afetiva em relação ao possível pai em relação ao possível filho na forma de reconhecimento deste sobre aquele, ou vice - versa, a convivência e o respeito recíproco.
A posse do estado de filho em relação ao pai, relaciona-se também ao nome na forma de registro voluntário, por aquele indivíduo que não tem qualquer laço sanguinio com a acriança,o tratamento dispensado entre ambos em relação ao pai e ao filho, o reconhecimento como sendo estes pai e filho verdadeiramente, a fama ou reputação, que na verdade seria a notariedade e a publicidade e o reconhecimento de ambos a sociedade , além do reconhecimento do família.
Para isto temos o artigo 1593 do código civil que nos diz o seguinte a respeito deste assunto nos confirmando de forma certa que, o parentesco pode ser, civil,biológico ou de outra origem, estabelecendo assim que para que tenhamos uma paternidade sócio-afetiva temos tão somente que preencher determinados requisitos.
Quanto ao direito de sucessão, estes terão os mesmos dos filhos biológicos, como mostra o artigo 227,§ 6º da Constituição Federal que nos assevera que o filho sócio-educativo tem os mesmos direitos que os demais filhos até mesmo em relação a herança, sendo possível também o reconhecimento da paternidade mesmo que não por nome,é o que acontece com o tio que criou o sobrinho.
O ato de reconhecimento é irrevogável, não sendo possível a sua revogação posteriormente, fato este que traz uma determinada segurança ao ato, que após decorridos os tramites legais se torna ato jurídico perfeito.
Segue algumas orientações jurisprudenciais sobre este assunto, então vejamos como é vista esta situação aos olhos da justiça e qual sua posição a respeito deste.
STJ - RECURSO ESPECIAL REsp 1104743 RR 2008/0256996-0 (STJ)
Data de publicação: 05/06/2014
Ementa: RECURSO ESPECIAL. INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE. ACRÉSCIMO DO PATRONÍMICO PATERNO AO NOME DO AUTOR. DIREITO DO MENOR.RECONHECIMENTO DE PATERNIDADE. HOMOLOGAÇÃO DE ACORDO. AGNOME. BISNETO. SUBSTITUIÇÃO PELO PATRONÍMICO DO GENITOR. POSSIBILIDADE. ACRÉSCIMO APÓS A MAIORIDADE. 1. É direito subjetivo do menor acrescer ao seu nome no registro de nascimento o patronímico do genitor em decorrência de declaração posterior de paternidade. 2. A identificação da origem familiar, por meio do patronímico, visa proteger os vínculos de parentesco e de ancestralidade. 3. É imprescindível a caracterização de justo motivo para exclusão do sobrenome do genitor do nome registral da criança meramente para manter o agnome "Bisneto", a fim de prestar homenagem à linha materna, no caso, o bisavô do menor. 4. A alteração das regras previstas na Lei de Registros Públicos somente é admitida em caráter excepcional e em decorrência de fundamentação adequada, ausente no caso concreto. 5. Recurso não provido
.STJ - RECURSO ESPECIAL REsp 1059214 RS 2008/0111832-2 (STJ)
 Data de publicação: 12/03/2012
Ementa: DIREITO DE FAMÍLIA. AÇÃO NEGATÓRIA DE PATERNIDADE. EXAME DE DNANEGATIVO. RECONHECIMENTO DE PATERNIDADE SOCIOAFETIVA. IMPROCEDÊNCIADO PEDIDO. 1. Em conformidade com os princípios do Código Civil de 2002 e da Constituição Federal de 1988, o êxito em ação negatória de paternidade depende da demonstração, a um só tempo, da inexistência de origem biológica e também de que não tenha sido constituído o estado de filiação, fortemente marcado pelas relações sócio-afetivas e edificado na convivência familiar. Vale dizer que a pretensão voltada à impugnação da paternidade não pode prosperar, quando fundada apenas na origem genética, mas em aberto conflito com a paternidade sócio-afetiva. 2. No caso, as instâncias ordinárias reconheceram a paternidade sócio-afetiva (ou a posse do estado de filiação), desde sempre existente entre o autor e as requeridas. Assim, se a declaração realizada pelo autor por ocasião do registro foi uma inverdade no que concerne à origem genética, certamente não o foi no que toca ao desígnio de estabelecer com as então infantes vínculos afetivos próprios do estado de filho, verdade em si bastante à manutenção do registro de nascimento e ao afastamento da alegação de falsidade ou erro. 3. Recurso especial não provido.
Encontrado em: CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 RECONHECIMENTO DE FILIAÇÃO - AÇÃO DECLARATÓRIA DE NULIDADE - VÍNCULO SÓCIO
 Nº 70060945169 (Nº CNJ: 0287079-38.2014.8.21.7000) 
APELAÇÃO CÍVEL. ANULATÓRIA DE RECONHECIMENTO DE PATERNIDADE. REGISTRO CIVIL. O ato de reconhecimento de filho é irrevogável, nos termos do que dispõem o artigo 1º da Lei nº 8.560/92 e artigo 1.609 do CCB.
A anulação do ato de reconhecimento de filiação exige prova da ocorrência de vício de consentimento. Ausente tal comprovação, inviável desconstituir a paternidade livremente assumida. O simples arrependimento e a alegada ausência de liame afetivo não são suficientes para a procedência do pedido anulatório.
DERAM PROVIMENTO AO RECURSO.
	Apelação Cível
	Oitava Câmara Cível
	Nº 70060945169 (Nº CNJ: 0287079-38.2014.8.21.7000)
	Comarca de Osório (Terra de Areia)
	N.R.P.S.
..
	APELANTE
	A.V.C.S.
..
	APELADO
ACÓRDÃO
Vistos, relatados e discutidos os autos.
Acordam os Magistrados integrantes da Oitava Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado, à unanimidade, em dar provimento ao recurso.
Custas na forma da lei.
Participaram do julgamento, além do signatário (Presidente), os eminentes Senhores Des. Ricardo Moreira Lins Pastl e Dr. José Pedro de Oliveira Eckert.
Porto Alegre, 11 de dezembro de 2014.
DES. ALZIR FELIPPE SCHMITZ,
Relator.
RELATÓRIO
Des. Alzir Felippe Schmitz (RELATOR)
Ação anulatória de reconhecimento de paternidade proposta por Antônio contra Nathalia (nascida em 16/08/2005).
Na inicial, o autor alegou erro ao registrar a demandada pensando ser ela sua filha biológica. Pediu a nulidade do reconhecimento.
A sentença julgou procedente o pedido.
Apelou a demandada. Pediu, preliminarmente, a desconstituição da sentença por ausência de fundamentação e, no mérito, a improcedência da demanda anulatória.
Vieram contrarrazões.
O Ministério Público neste grau de jurisdição manifestou-se pelo provimento do recurso.
Registro que foi observado o disposto nos artigos 549, 551 e 552 do Código de Processo Civil, em razão da adoção do sistema informatizado.
É o relatório.
VOTOS
Des. Alzir Felippe Schmitz (RELATOR)
PRELIMINAR
A apelante alegou que a sentença deve ser cassada por ausência de fundamentação, pois ausente o enfrentamento da tese de ausência de vício de vontade, o que, por si só, conduziria à improcedência do pedido.
Não há nulidade. A magistrada de origem,embora por fundamentos diversos dos alegados pela ora apelante, expôs os motivos que formaram sua convicção. Nesse passo, o não enfrentamento específico da tese da demandada não invalida a sentença.
Rejeito a preliminar.
A PATERNIDADE.
A apelante alegou que o apelado não demonstrou o alegado erro ao registrar-lhe. Aduziu que, ainda que ausente o vínculo biológico, a desconstituição do reconhecimento espontâneo de paternidade somente seria possível com a demonstração de algum vício de consentimento, o que não ocorreu. Por fim, alegou que o apelado havia sido alertado sobre a possibilidade de não ser seu pai, mas ainda assim, optou por proceder ao registro.
Quanto ao mérito, com a devida vênia, estou provendo o apelo nos exatos termos do parecer do Ministério Público neste grau de jurisdição (fls. 135/138):
[...]. A apelante, nascida em 2005, foi registrada pelo autor (fl. 09), sendo que ele não era casado com a mãe biológica, apenas mantendo um relacionamento amoroso, terminado antes da notícia da gravidez.
Dessa forma, tratou-se de nítido reconhecimento espontâneo de paternidade, o qual – por força dos arts. 1.609, 1.610 do CC – é irrevogável .
Em verdade, o pedido inicial é de anulação do reconhecimento de paternidade e não “ação negatória de paternidade”, como equivocadamente constou da inicial.
Sabe-se que, a negatória de paternidade destina-se a afastar a paternidade emergente da presunção de filhos nascidos na constância do casamento (art. 1.597 do CC).
Como, no caso, houve reconhecimento voluntário da paternidade, ao autor não seria possível a ação negatória. De qualquer sorte, como o pedido é mesmo de desconstituição do registro passa-se à análise casuística.
O relato constante da inicial é no sentido de que, mesmo já estando separado da mãe da menor quando soube da gravidez, o autor acreditava que ela era sua filha e, por isso, a registrou.
Mais tarde, segundo alega, tomou conhecimento que a genitora manteve outros relacionamentos, surgindo, pois, a dúvida que buscou dirimir.
In casu, ainda que o exame de DNA tenha excluído a existência de liame biológico entre as partes (fls. 51/53), ante a já anunciada irrevogabilidade do reconhecimento de filho, tem-se que a procedência do pedido de anulação só seria possível se comprovado que o autor agiu com vício de consentimento.
E isso não é o que se extrai dos autos.
Primeiro, porque a motivação que sobressai para o ingresso da ação foi o ajuizamento da execução de alimentos pela menor (apensa), já que a propositura de ambas as demandas ocorreram quase de forma concomitante.
Dessa forma, pretendeu o pai da infante esquivar-se do pagamento de alimentos, cumulando pedido de diminuição da verba alimentar.
Segundo, denota-se dos autos que a prova de vício de consentimento – ônus que incumbia ao autor – não foi produzida, havendo prova de que registrou a apelante por livre e espontânea vontade, contra a qual não cabe mero ‘arrependimento’.
Ora, o varão era casado com outra mulher quando do reconhecimento da paternidade, sendo que nem estava mais mantendo relacionamento com a mãe da recorrente quando soube da gravidez. Evidente, a criança poderia não ser sua filha biológica e, mesmo assim, ele quis registrar e a registrou.
A testemunha Antônio referiu que, na época da gravidez havia comentários de que o apelado poderia não ser o pai da criança, relatando, inclusive, que esse assunto chegou a ser debatido no grupo de amigos do futebol de que fazia parte o declarante e o autor (fl. 84).
O depoente Otacílio, colega de trabalho do autor, relatou que o teria “alertado” sobre a conduta da mãe da menina, mas que ele a registrou de qualquer forma (fl. 84).
Em suma, a prova testemunhal fornece a compreensão de que o autor estava ciente e fora avisado de que a mãe da menor mantinha relacionamentos, evidenciando que ele tinha pleno conhecimento de que poderia não ser o pai biológico da menina.
Destarte, ante a absoluta carência de prova de que o autor tenha agido movido por vício de consentimento, ou de forma equivocada, inviável o acolhimento do seu pedido de desconstituição do registro, não bastando o arrependimento posterior e a alegação de falta de sócio afetividade para ceifar da criança do vínculo ao qual se comprometeu voluntariamente.
Afinal, o dano causado à criança será irreversível diante do mau proceder do próprio apelado, que simplesmente não quer pagar alimentos.
A corroborar:
“NEGATÓRIA DE PATERNIDADE. REGISTRO CIVIL. DÚVIDA DO AUTOR SOBRE A PATERNIDADE. VÍCOI DE CONSENTIMENTO INEXISTENTE. 1. O ato de reconhecimento de filho é irrevogável (art. 1º da Lei nº 8.560/92 e art. 1.609 do CCB). 2. A anulação do registro, para ser admitida, deve ser sobejamente demonstrada como decorrente de vício do ato jurídico (coação, erro, dolo, simulação ou fraude). 3. Se o autor registrou a ré como filha, mesmo diante da possibilidade de inexistência do liame biológico, não pode pretender a desconstituição do vínculo sob a alegação de ter dúvida acerca do liame biológico, pois é inequívoca a voluntariedade do ato. Recurso desprovido”. (Apelação Cível Nº 70059661934, Sétima Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Sérgio Fernando de Vasconcellos Chaves, Julgado em 28/05/2014) 
“APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO ANULATÓRIA DE RECONHECIMENTO DE PATERNIDADE IMPROPRIAMENTE DENOMINADA "NEGATÓRIA DE PATERNIDADE". INDEFERIMENTO DA INICIAL. AUSÊNCIA DE ALEGAÇÃO DE ERRO OU QUALQUER OUTRO VÍCIO DE CONSENTIMENTO CAPAZ DE MACULAR O ATO NA ORIGEM. IMPOSSIBILIDADE JURÍDICA DO PEDIDO. 1. O pedido de anulação do reconhecimento espontâneo de paternidade é juridicamente possível sob o argumento da existência de vício de consentimento capaz de macular o ato em sua origem, com fundamento no art. 1.604 do Código Civil. 2. Da atenta leitura da inicial não se extrai, em uma linha sequer, a mais tênue alegação de erro ou qualquer outro vício de consentimento. Pelo contrário, o próprio autor afirma e reconhece não ter acreditado na possibilidade de ser o pai biológico da requerida, mas, ainda assim, por livre e espontânea vontade, registrou a criança. Considerando que tal manifestação de vontade se deu por ato voluntário, ainda que "impensado", como refere o autor, não se afigura juridicamente possível o seu desfazimento sob o argumento de que, posteriormente, a genitora da requerida afirmou que a menina não é filha biológica do apelante. Assim, correta a extinção do feito sem julgamento de mérito, pois diante da causa de pedir declinada na inicial, o pedido é juridicamente impossível e não merece trânsito. POR MAIORIA, NEGARAM PROVIMENTO”. (Apelação Cível Nº 70058098401, Oitava Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Luiz Felipe Brasil Santos, Julgado em 20/03/2014)
“APELAÇÃO CÍVEL. NEGATÓRIA DE PATERNIDADE. AÇÃO EQUIVOCADA. PRETENSÃO DE ANULAÇÃO DO REGISTRO CIVIL DE NASCIMENTO DO RÉU. ABSOLUTA AUSÊNCIA DE ALEGAÇÃO DE VÍCIO NO CONSENTIMENTO OU FALSIDADE NO REGISTRO. IMPOSSIBILIDADE JURÍDICA DO PEDIDO RECONHECIDA. MANUTENÇÃO DA SENTENÇA, NO CASO CONCRETO. 1) O autor é carecedor de ação, na medida em que a pretensão de anular o registro civil de nascimento do réu, sob a alegação exclusiva de que registrou o menor sem ter certeza quanto a paternidade é vedada pelo ordenamento jurídico pátrio (artigos 1.609e 1.610 do Código Civil e art. 1º da Lei nº 8.560/92). Impossibilidade jurídica do pedido reconhecida no caso concreto. 2) Correção, de ofício, no dispositivo da sentença, pois a impossibilidade jurídica do pedido acarreta, em nosso sistema processual, a extinção sem resolução de mérito, na forma do art. 267, VI, do CPC. APELAÇÃO DESPROVIDA”. (Apelação Cível Nº 70056883705, Oitava Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Ricardo Moreira Lins Pastl, Julgado em 13/03/2014) (grifado)
Assim, percebe-se que a pretensão de anulação do reconhecimento de paternidade só é possível mediante prova de que existiu vício de vontade, sendo que, em casos onde tal defeito não é sequer arguido, o feito deve ser extinto de imediato por impossibilidade jurídicado pedido. [...].
Ante o exposto, dou provimento ao apelo para julgar improcedente a ação anulatória.
Inverto os ônus sucumbenciais.
Des. Ricardo Moreira Lins Pastl (REVISOR) - De acordo com o (a) Relator (a).
Dr. José Pedro de Oliveira Eckert - De acordo com o (a) Relator (a).
DES. ALZIR FELIPPE SCHMITZ - Presidente - Apelação Cível nº 70060945169, Comarca de Osório (Terra de Areia): "DERAM PROVIMENTO AO APELO. UNÂNIME."
Julgador (a) de 1º Grau: LETICIA BERNARDES DA SILVA
Assim conclui-se que para que haja a paterno afetividade de fato,é preciso que se observe os requisitos legais -de acordo com normas e jurisprudências-, pois somente desta forma haverá então legalidade no ato,fazendo desta forma que se exima qualquer vicio que possa vir a prejudicar tal ato em um todo. Fica claro que aos o reconhecimento de tal filho, esta ação é irrevogável, ou seja, não pode o pai mais voltar atrás, querendo desfazer tal ato jurídico perfeito. 
4. DO DIREITO DE POSSE.
4.1 TEORIA DA APARÊNCIA.
Quanto à teoria da aparência, esta tem grande valia no âmbito probatório em relação a paternidade sócio-afetiva, pois a aparência expressa a possibilidade de notariedade e publicidade de uma relação entre os envolvidos nesta. A teoria da aparência mostra aos olhos da sociedade uma situação que por muitas vezes pode não ser determinada como legal perante a norma – pois muitas vezes a paternidade sócio-afetiva não é reconhecida no âmbito jurídico através do registro – porém é notada através da exposição.
José Bernardo Ramos Boeira, em sua obra Investigação de Paternidade. Posse do Estado de Filho. Paternidade Sócio-afetiva. p 81. 1999 , expõe a teoria a aparência de forma que a faz, parte desta relação sócio-afetiva entre as partes interessadas, sejam elas pais ou filhos, ou até mesmo ambos. Vejamos.
A posse do estado “ é também explicada pela teoria da aparência, em que a publicidade faz reconhecer uma situação jurídica em favor de um individuo que, na realidade, ainda não a possui.”Assim a juízo de terceiros, o detentor da posse de estado de filho passa a desfrutar de uma situação que, efetivamente, não existe, em termos de formalização, mas a aceitação é de tal ordem determinada pela aparência, que o que importa na caso, é a publicidade resultante desta situação de fato.
Angel M. Lopez sustenta em sua teoria da aparência jurídica, que a proteção à aparência se justifica nos ordenamentos que possuem um sistema de publicidade defeituosa , daí por que o valor jurídico da aparência esta justamente vinculado ao valor atribuído à publicidade que venha suprir.
 Pode-se dizer que a publicidade qualifica a aparência, pois assegura a esta uma eficácia “ erga omnes “. Para o citado autor, a posse de estado não e efeito dessa realidade exterior consistente no gozo público de um estado ; é elemento constitutivo dela, mas não obsta a sua qualificação como aparência: esta é geralmente, a tutela de exterioridade legal correspondente a uma dada realidade jurídica, que dela extrai forma e cor. 
Na verdade, a aparência revela a posse de estado em toda sua amplitude, demonstrando a relação paterno-filial em todos os seus elementos identificadores, revelando a terceiros o que até então era desconhecido. Difere, entretanto, a aparência decorrente da posse de estado de filho da aparência considerada pelo direito civil.
Isso porque a teoria da aparência no direito civil visa proteger o terceiro de boa-fé que em razão da aparência da legalidade do ato, acredita na sua validade. Já na posse de estado, a aparência, que se expressa através da fama, é identificadora da relação paterno-filial, não sendo considerada como elemento essencial à boa-fé de terceiros.
Temos através da paternidade sócio-afetiva, o reconhecimento, também, do princípio da aparência, que fortalece os laços existentes nesta relação entre pai e filho,bem como em relação ao casal que o tem no estado de posse, como podemos ver neste trecho de sua obra o escritor Orlando Gomes, a posse do estado de filho constitui-se por um conjunto de circunstâncias capazes de exteriorizar a condição de filho do casal que o cria e educa (apud, FARIAS e ROSENVALD, 2011, p. 570).
Vejamos a seguinte jurisprudência o que nos mostra a respeito de seu entendimento a Sétima Câmara Cívil do Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul, em relação ao assunto este:
Ementa: AÇÃO DECLARATÓRIA. ADOÇÃO INFORMAL. PRETENSÃO AO RECONHECIMENTO. PATERNIDADE AFETIVA. POSSE DO ESTADO DE FILHO. PRINCÍPIO DA APARÊNCIA. ESTADO DE FILHO AFETIVO. INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE SOCIOAFETIVA. PRINCÍPIOS DA SOLIDARIEDADE HUMANA E DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA. ATIVISMO JUDICIAL. JUIZ DE FAMÍLIA. DECLARAÇÃO PATERNIDADE. REGISTRO. A paternidade sociológica é um ato de opção, fundando-se na liberdade de escolha de quem ama e tem afeto, o que não acontece, às vezes, com quem apenas é a fonte geratriz. Embora o ideal seja a concentração entre as paternidades jurídica, biológica e sócio-afetiva, o reconhecimento da última não significa o desapreço à biologização, mas atenção aos novos paradigmas oriundos da instituição das entidades familiares. Uma de suas formas é a "posse do estado de filho" , que é a exteriorização da condição filial, seja por levar o nome, seja por ser aceito como tal pela sociedade, com visibilidade notória e pública. Liga-se ao princípio da aparência, que corresponde a uma situação que se associa a um direito ou estado, e que dá segurança jurídica, imprimindo um caráter de seriedade à relação aparente. Isso ainda ocorre com o "estado de filho afetivo", que além do nome, que não é decisivo, ressalta o tratamento e a reputação, eis que a pessoa é amparada, cuidada e atendida pelo indigitado pai, como se filho fosse. O ativismo judicial e a peculiar atuação do juiz de família impõe, em afago à solidariedade humana e veneração respeitosa ao princípio da dignidade da pessoa, que se supere a formalidade processual, determinando o registro da filiação do autor, com veredicto declaratório nesta investigação de paternidade sócio-afetiva, e todos os seus consectários. APELAÇÃO PROVIDA, POR MAIORIA. (Apelação Cível Nº 70008795775, Sétima Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: José Carlos Teixeira Giorgis, Julgado em 23/06/2004). Dessa forma, a aparência de estado de filho diante de toda uma comunidade, é uma situação que contribui para a formação da personalidade daquele que detêm a posse de estado de filho, não tendo como o judiciário não reconhecer a relevância dessas razões, sendo assim o juiz pode aplicar o ativismo judicial, porque em Direito de Família, o juiz dispõe de poderes e atribuições que não são próprios de outros magistrados, pois tem como foco “outra índole investigatória na busca firme e direta da verdade escondida nos fatos; deixa de ser mero condutor do debate, como deseja o sistema dispositivo, para intervir com prudência e parcimônia na devassa da causa”.22 4.1.3- Princípio do melhor interesse da criança e do adolescente
Desta forma novamente a teoria da aparência se mostra, como sempre, como um princípio muito relevante para a comprovação das relações existentes, quanto a paternidade sócio-afetiva, bem como a relação familiar afetiva, quanto à criança ou ao adolescente. Assim o principio da aparência cria uma forma sutil, porém segura no que tange a paterno-afetividade social como já visto.
4.2 SESSÃO DA PRESUNÇÃO DA PATERNIDADE.
Segundo José Bernardo Ramos Boeira, a presunção da paternidade cessa quando há a separação do casal em relação a sua união, fazendo com que desta forma a paternidade seja afetado no que tange ao relacionamento entre pai e filho. Vejamos o que nos mostra em sua obra, o que assenta na página 91.. investigação de paternidade:[6]
Para, tanto, o reconhecido mestre refere duas circunstancias determinantes da cessação de presunção pater is est, quais sejam a separação de fato entre os cônjuges e a ausência de posse de estado de filho diante do marido da mãe.
Informa, ainda, que o STF, em julgamento de recurso Extraordinárionº 46.135- São Paulo-1962, admitiu o reconhecimento da filho de homem solteiro com mulher casada, por aquele, no registro de nascimento. Desta forma, a jurisprudência admitiu a investigação ou o reconhecimento, desde que haja a separação de fato entre os cônjuges somada à ausência de posse de estado de filho diante do marido.[........]
O referido mestre alerta que a solução encontrada pela jurisprudência, em que a separação efetiva dos cônjuges passou a suprir ou dispensar a contestação de paternidade do marido da mãe, não pode ser tomada como fundamento jurídico para a decisão. Segundo afirma, um novo fato não pode, por si só, substituir uma ação judicial especifica, moralmente quando este fato não constitui causa de pedir de uma nova ação.
ARTIGO 1826º
1. Presume-se que o filho nascido ou concebido na constância do matrimônio da mãe tem como pai o marido da mãe.
2. O momento da dissolução do casamento por divórcio ou da sua anulação é o do trânsito em julgado da respectiva sentença; o casamento católico, porém, só se considera nulo ou dissolvido por dispensa a partir do registro da sentença proferida pelas autoridades eclesiásticas.
(Redação do Dec.-Lei 496/77, de 25-11)
 ARTIGO 1828º
Filhos concebidos antes do casamento
Relativamente ao filho nascido dentro dos cento e oitenta dias posteriores à celebração do casamento, cessa a presunção estabelecida no artigo 1826º se a mãe ou o marido declararem no acto do registro do nascimento que o marido não é o pai.
(Redação do Dec.-Lei 496/77, de 25-11)
ARTIGO 1829º
Filhos concebidos depois de finda a coabitação
1. Cessa a presunção de paternidade se o nascimento do filho ocorrer passados trezentos dias depois de finda a coabitação dos cônjuges, nos termos do número seguinte.
2. Considera-se finda a coabitação dos cônjuges:
a) Na data da primeira conferência, tratando-se de divórcio ou de separação por mútuo consentimento.
b) Na data da citação do réu para a ação de divórcio ou separação litigiosa, ou na data que a sentença fixar como a da cessação da coabitação;
c) Na data em que deixou de haver notícias do marido, conforme decisão proferida em ação de nomeação de curador provisório, justificação de ausência ou declaração de morte presumida.
(Redação do Dec.-Lei 496/77, de 25-11)
Desta forma fica evidente-mesmo não sendo a opinião de uma parte dos juristas- que cessa a presunção de paternidade ao tempo de separação do casal, o que por vezes não faz sentido pelo fato de que a paternidade, mesmo com o fim da união, será sempre válida pois não se pode deixar de gostar de alguém somente por causa da distância existente entre os envolvidos.
4.3 POSIÃO DO ESTADO ATRAVÉS DE NORMAS.
O estado através de suas normas vem se adequando ao novo sistema de família que cresce de forma bem visível e rápida no sistema jurídico brasileiro, trazendo cada vez mais situações que o obrigam a rever os conceitos de família, estendendo-se desta forma ao direito propriamente dito.
Segundo o autor Paulo Luiz Netto Lobo:
"Encontram-se na Constituição Federal brasileira algumas referências, cuja interpretação sistemática conduz ao princípio da afetividade, constitutivo dessa aguda evolução social da família, especialmente: a) todos os filhos são iguais, independentemente de sua origem (art. 227, § 6º); b) a adoção, como escolha afetiva, alçoa-se integralmente ao plano da igualdade de direitos (art. 227, §§ 5º e 6º); c) a comunidade formada por qualquer dos pais e seus descendentes, incluindo-se os adotivos, e a união estável têm a mesma dignidade de família constitucionalmente protegida (art 226, §§ 3º e 4º)." (LOBO, 2005).
Em relação ao principio da igualdade entre os filhos, as normas existentes deixam claro que esta dever somente para fins afetivos e na forma de reconhecimento dos direitos inerentes à todos, sem exceções, não sendo assim aceita para qualquer outro fim.
 TRF-2 - APELAÇÃO CIVEL AC 200751010045859 RJ 2007.51.01.004585-9 (TRF-2)
Ementa: ADMINISTRATIVO - MILITAR - NETA MAIOR DE IDADE - ADOÇÃO POR AVÔ - IMPOSSIBILIDADE - ART. 227, § 6º, DA CF/88 - PRINCÍPIO DA IGUALDADE ENTRE OS FILHOS - APLICAÇÃO DO ART. 42, § 1º, DA LEI Nº 8.069 /90 - ADOÇÃO PARA FINS PREVIDENCIÁRIOS - IMPOSSIBILIDADE - PRECEDENTES - PENSÃO POR MORTE - DESCABIMENTO. 1. A partir de 1988 é inadmissível qualquer forma de discriminação entre os filhos menores de idade e os maiores, diante do princípio da igualdade de direitos entre os filhos, previsto no artigo 227, § 6º, do Texto Maior. 2. Nas hipóteses de adoção de maior de idade, a partir da vigência da Carta Magna de 1988, é cabível a aplicação dos ditames do artigo 42 , § 1º , da Lei nº 8.069 /90 - Estatuto da Criança e do Adolescente , que veda a adoção dos ascendentes e dos irmãos do adotando. 3. Os atos de adoção têm por escopo principal a prestação de assistência material e emocional àquele que necessita, não se admitindo sua utilização como manobra para se escapar das legislações previdenciárias que não lhe são favoráveis. Precedentes.. 4. Uma vez configurada a ineficácia do ato constitutivo de adoção da Autora pelo seu avô, efetivado em 2002, em relação à Administração Castrense, descabe o pedido de pensão militar por ela formulado. 5. Apelação desprovida. Sentença confirmada. Data de publicação: 28/06/2011.
Decisão do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, sobre a desconstitucionalização da paternidade sócio-afetiva, que afirma:
EMENTA: APELAÇÃO. NEGATÓRIA DE PATERNIDADE. PATERNIDADE SOCIOAFETIVA. Descabido anular o registro e paternidade, ainda que o apelante não seja o pai biológico da apelada. Quando o registro foi feito o apelante sabia não ser o pai biológico. E ademais sempre criou a apelada como filha, o que consubstancia a paternidade sócio-afetiva. NEGARAM PROVIMENTO. BRASIL. Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul. Apelação Cível 700016096596. Rel. Rui Portanova. Porto Alegre, 26 de outubro de 2006.
STJ - RECURSO ESPECIAL REsp 1444747 DF 2014/0067421-5 (STJ)
Data de publicação: 23/03/2015
Ementa: RECURSO ESPECIAL. DIREITO CIVIL. FAMÍLIA. ADOÇÃO. VIOLAÇÃO DO ART. 45 DO ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE. NÃO OCORRÊNCIA. PATERNIDADE SOCIOAFETIVA DEMONSTRADA COM O ADOTANTE. MELHOR INTERESSE DO ADOTANDO. DESNECESSIDADE DO CONSENTIMENTO DO PAI BIOLÓGICO. 1. Cinge-se a controvérsia a definir a possibilidade de ser afastado o requisito do consentimento do pai biológico em caso de adoção de filho maior por adotante com quem já firmada a paternidade socioafetiva. 2. O ECA deve ser interpretado sob o prisma do melhor interesse do adotando, destinatário e maior interessado da proteção legal. 3. A realidade dos autos, insindicável nesta instância especial, explicita que o pai biológico está afastado do filho por mais de 12 (doze) anos, o que permitiu o estreitamento de laços com o pai socioafetivo, que o criou desde tenra idade. 4. O direito discutido envolve a defesa de interesse individual e disponível de pessoa maior e plenamente capaz, que não depende do consentimento dos pais ou do representante legal para exercer sua autonomia de vontade. 5. O ordenamento jurídico pátrio autoriza a adoção de maiores pela via judicial quando constituir efetivo benefício para o adotando (art. 1.625 do Código Civil). 6. Estabelecida uma relação jurídica paterno-filial (vínculo afetivo), a adoção de pessoa maior não pode ser refutada sem justa causa pelo pai biológico, em especial quando existente manifestação livre de vontade de quem pretende adotar e de quem pode ser adotado. 7. Recurso especial não provido.
São muitas as decisões a respeito deste assunto, porém existem muitos pontos a serem observados, desta forma para cada caso há uma posição, mas o certo é que a paternidade sócio-afetiva é fato presente nos dias atuais e não se pode negar que este comportamento vem transformando nosso sistema jurídico, o qual vem valorizando de forma concreta o afeto e a convivência exercida através do respeito, do amor, do carinhoe todos os sentimentos que exprimam a possibilidade de tal relacionamento afetivo.
CONCLUSÃO.
A paternidade sócio-afetiva é fato concreto nos dias atuais e não se tem como negar isto, o que faz com que tal situação se transforme, de certa forma, num ato comum em nossa sociedade atual, porém ainda há muito a ser mudado em relação ao assunto que vem trazendo consigo outras formas e conceitos para a área jurídica no que tange a respeito de família.
A jurisprudência atual já reconhece que, para que haja a verdadeira essência do conceito família tem que haver também o mais importante pilar que é capaz de configurar a estrutura familiar, que é a afetividade entre os integrantes desta, pois sem afeto não há convivência de amor e carinho entre os envolvidos, sendo desta sorte, elemento fundamental para as relações de todos.
O amor, o afeto, a dedicação são fatores de suma importância para que nesta relação sócioafetiva haja não tão somente a convivência e mais nada, pois a paterno afetividade vai além de uma simples convivência, esta tem que ser regada de sentimentos puros os quais farão que toda a família viva em harmonia e que desta forma possa se dar para a criança ou jovem pilares fortes através da estrutura familiar, mostrando assim o caminho certo a se seguir.
O conceito família vem mudando seus moldes sociais e vem trazendo outros tipos de entendimento em relação a justiça, no que tange à convivência existente entre os envolvidos nesta situação, pois nesta essência é necessário haver muito mais que convivência, tem que haver aceitação por parte do pai, quanto por parte do filho, ambos regidos pela afetividade para que desta forma possa haver verdadeiramente o amor e a cumplicidade entre ambos, fazendo assim com que esta relação tenha bons frutos.
Desta forma a paternidade sócioafetiva vem mudando e moldando a sociedade atual com o passar dos tempos, e como não poderia ser diferente, está sendo vista com outros olhos no que diz respeito às normas existentes que regram a sociedade familiar, pois pode-se ver que pare ser pai não basta somente ter a biologia ao seu favor, e sim o respeito e o amor como se assim o fosse e não obstante tratar este filho como seu lhe proporcionando tudo o que de necessário para uma vida digna e com pilares fortes para que este entenda o verdadeiro significado da para família.
REFERÊNCIAS
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BARBOSA, Heloisa Helena. Novas formas de filiação e paternidade. In Repassando o direito de família. Rodrigo Cunha Pereira. Belo Horizonte : Del Rey,1999,p 40
Boeira, José Bernardo Ramos. investigação de paternidade: posse do filho: paternidade sócio-afetiva. 1999, pg 60.
Código civil 202, art.1593 , art.1604, art. 1603.
Constituição Federal da República art.226,§ 4º,§6º,§7º
Constituição federal da República, art.22, § 6º.
Da paternidade sócio-afetiva segundo a Constituição Federal, art.226,§§ 3º, 4º.
Dias, MariaBerenice. Direito e psicanálise. www.mariaberenicedias.com.br
Diniz.Maria Helena, direito de família- São Paulo;saraiva,2007
Disponível:http;//www.ambitojuridico.com.br/site/índex.php?n_link=resvista.artigos_artigos_leitura_id=9280).
Eca art. 22.segundo fundamentação do pai sócio afetivo.
Fachin, Luis Edson, a tríplice paternidade dos filhos imaginários. Repertório da jurisprudência e doutrina sobre o direito de família. V2, p178. Rio de Janeiro. 2004.
Nogueira, Jacqueline Figueiras, A filiação que se constrói, o reconhecimento do afeto com o valor jurídico. São Paulo, memória jurídica,p 113, 114. 2001.
Rodrigues, Silvio. direito civil. direito de família. são paulo : 2004
Venosa, Silvio de Salvo. direito de família. 5ª ed. são paulo. atlas, 205
VILLELA, JOÃO Baptista Villela. Desbiologização da paternidade.revista da faculdade de direito.Universidade de Minas Gerais, v 21,p 401-419, 1979.
	
	
	
	
	
	
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LUIZ GUSTAVO DA SILVA NOGUEZ
PATERNIDADE SOCIOAFETIVA E SEU LUGAR NA LEI E SOCIEDADE.
RIO GRANDE-RS
2016
LUIZ GUSTAVO DA SILVA NOGUEZ
PATERNIDADE SOCIOAFETIVA E SEU LUGAR NA LEI E SOCIEDADE.
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à ANHANGUERA EDUCACIONAL ,como requisito parcial para a obtenção do título de graduado em DIREITO.
Orientador : Denise Pinheiro de Alcântara 
RIO GRANDE-RS.
2016
 Dedico este trabalho à todos aqueles que acreditaram em meu potencial tanto como pessoa quanto como um simples estudante de direito que acredita na justiça e se propôs a fazer parte dela.
 À minha querida mãe ( póstuma ) que me ensinou o que é dignidade e torceu sempre pela minha vitória... sei que estás vendo do lado de Deus o que não podes ver ao meu.
 Ao meu grande pai (póstuma) que me ensinou que ser homem vai muito além do que somente trazer este título, é ter respeito por sua familia e jamais abandonar um filho.
 Família e amigos verdadeiros são tudo. 
 
NOGUEZ, LUIZ GUSTAVO.: PATERNITY SOCIO AFFECTIVE AND ITS PLACE IN LAW AND SOCIETY.2016. 35. Work Completion Course Degree in law - ANHANGUERA EDUCATIONAL, Rio Grande-RS, 2016.
ABSTRACt.
The objective of this work is to show in a simple, but clear the importance of affective social parenthood and social changes experienced in this relationship in the family since the time begins to take new forms and directions at the sight of society, likewise also the relationship between the members of this and values regarding the importance of affective social fatherhood and merely registral biológic. no or should we confuse the record factor or even blood as a concrete form of this fatherhood, which goes far beyond simple recognition
Key-words: Word 1. Socio-affective paternity; Word 2. Registration Law; 
Word 3. heritage; Word 4. filiation; Word 5. socio-affective paternity and society today.

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