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Definições de Análise do Comportamento

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CAPÍTULO
Definições Contemporâneas da 
Análise do Comportamento
E m m a n u e l Z a g u r y T o u r in h o 
T e r e z a M a r ia d e A z e v e d o P ir es Sér io
A Análise do Comportamento é frequentemente referida como 
uma orientação teórico-metodológica em Psicologia, ampla­
mente sustentada na obra filosófica e científica de B. F. Skinner. 
Considerando essa vinculação filosófica e científica como um 
marco histórico para datar o início da Análise do Comportamen­
to pode-se afirmar que tal orientação tem uma longa história 
que efetivamente construiu as feições que hoje podem ser 
vistas como suas características identificadoras. Assim, ao lado 
do compromisso filosófico e da produção científica dos fun­
dadores, essa história deve ser um elemento fundamental em 
qualquer tentativa de elaborar uma definição razoavelmente 
compreensível dessa orientação.
Enquanto referência teórico-metodológica, a Análise do 
Comportamento sustenta que o comportamento constitui o 
objeto de estudos da Psicologia. Por comportamento, entende-se 
mais precisamente a relação entre organismo e ambiente, 
abordada sob a ótica das relações de contingências entre respos­
tas e estímulos. Analistas do comportamento voltam-se, portanto, 
para as relações comportamentais em seus esforços para expli­
car os fenômenos tradicionalmente reservados à Psicologia, aí 
incluídos os fenômenos cognitivos, motivacionais e emocionais.
A proposição do comportamento assim entendido como 
objeto de estudo trouxe um conjunto de implicações metodo­
lógicas, destacando-se o estudo experimental, em situação 
especialmente criada para isso, das relações comportamentais.
2 ■ Definições Contemporâneas da Análise do Comportamento
O estudo experimental em situação de laboratório com animais não humanos marcou 
as primeiras elaborações que viriam a constituir o corpo teórico da Análise do Compor­
tamento (Skinner, 1938). E essa maneira de produzir conhecimento passou também a 
caracterizar a Análise do Comportamento, que, sintomaticamente, autodenominou-se 
Análise Experimental do Comportamento. Entretanto, essa característica nem sempre 
foi (ou é) bem compreendida; a construção e compreensão da história da Análise do 
Comportamento parecem refletir isso. Apesar da proposição clara de que a ciência 
do comportamento tem como objetivos a predição, o controle e a interpretação (Holland 
e Skinner, 1969)* e que o fazer ciência inclui uma gama ampla de atividades que vão 
desde a observação até a especulação (Skinner, 1974), o compromisso com a experi­
mentação acabou sendo visto como uma restrição para as atividades daqueles que se 
dispunham a desenvolver a Análise do Comportamento.
Possivelmente, por um conjunto de pressões alheias às próprias exigências do 
eventual desenvolvimento da orientação teórico-metodológica adotada, as práticas de 
analistas do comportamento foram tornando-se mais diversificadas e, mais como re­
sultado da própria prática ampliada do que como resultado direto de eventuais reflexões 
sobre ela ou sobre seus fundamentos filosóficos originais, a própria Análise do Com­
portamento foi alargando seu horizonte de possíveis realizações. Na verdade, a própria 
denominação do campo de saber inaugurado por Skinner foi experimentando trans­
formações. Como sugere Michael (s/d), a ampliação do número e também dos tipos de 
trabalhos realizados acabou dando origem a diferentes publicações: Journal of the Ex­
perimental Analysis of Behavior (1958) y Journal of Applied Behavior Analysis (1968) e The 
Behavior Analyst (1978). Entretanto, o título das publicações nem sempre sugere de 
forma precisa qual foi exatamente a ampliação realizada no escopo da Análise do Com­
portamento. Como ressalta Michael (s/d), a diferença entre os dois primeiros títulos 
pode sugerir uma oposição entre as dimensões experimental e aplicada da Análise do 
Comportamento, o que, segundo esse autor, não seria correto; melhor seria reconhecer 
uma ampliação no âmbito da pesquisa e não necessariamente em seu método; as di­
mensões envolvidas seriam a básica (e não a experimental) e a aplicada (que, assim, 
poderia ser também experimental). O reconhecimento da necessidade de outro méto­
do que não o experimental na construção da Análise do Comportamento viria com a 
realização de trabalhos teóricos e filosóficos; tal necessidade e o reconhecimento da 
diversidade de estudos e de interesses que passaram a constituir a Análise do Compor­
tamento teriam como reflexos o último título {The Behavior Analyst) e também o nome 
da associação fundada, nos Estados Unidos, para congregar analistas do comportamen­
to (originalmente, Midzwestem Association of Behavior Analysis e, a partir de 1978, 
Association for Behavior Analysis - International)**.
* Sobre a presença da interpretação entre as atividades do cientista, encontramos na autobiografia de Skinner 
um comentário interessante sobre o curso que ministrava em 1947: “Meu tratamento do comportamento 
humano era, em grande parte, uma interpretação, não um relato de dados experimentais. Interpretação era 
uma prática científica comum, mas os estudiosos da metodologia científica deram pouca atenção a ela”, (p. 27)
** É possível acrescentar aos títulos já indicados de revistas voltadas especificamente para a análise do com­
portamento e, possivelmente, buscar neles também um eventual resultado de alteração na configuração do 
campo que hoje constitui o que chamamos de Análise do Comportamento (por exemplo, Behaviorism, 1973, 
e, a partir de 1990, Behavior and Philosophy, The Analysis ofVerbal Behaviorl1982); Behavioristsfor the Social 
Action, 1978, e, a partir de 1991, Behavior and Social Issues; e The Behavior Analyst Today, 1999). No Brasil, 
pelo menos duas revistas podem ser vinculadas à Análise do Comportamento: Revista Brasileira de Terapia 
Comportamental e Cognitiva (1999) e Revista Brasileira de Análise do Comportamento (2005).
Definições Contemporâneas da Análise do Comportamento ■ 3
A preocupação com ampliação do escopo da Análise do Comportamento e com 
a caracterização da diversidade de trabalhos e interesses que foram passando a 
constituir o campo do analista do comportamento não é recente e vem ganhando 
força na última década. Talvez se possa tomar como um marco histórico dessa re­
flexão o difundido artigo de Baer, Wolf e Risley (1968) e um levantamento não 
sistemático poderá indicar alguns outros artigos nos quais, a despeito das perspec­
tivas diferentes a que respondem, a diversidade e sua caracterização são objeto 
direto de discussão; somente a título de exemplo poderiam ser citados: Hayes (1978), 
Birnbrauer (1979), Pierce e Epling (1980), Woods (1980), Fraley (1981), Epling e Pier­
ce (1983), Luna (1997), Tourinho (1999,2003), Hawkins e Anderson (2002), Moore e 
Cooper (2003), Rutherford (2004).
Como não poderia deixar de acontecer nesse esforço sistemático de caracte­
rizar a Análise do Comportamento, além de considerar a diversidade cada vez mais 
ampliada de interesses (que pode ser identificada na diversidade de temas e proble­
mas investigados, de atividades realizadas, de locais de trabalho) com a conseqüente 
diversificação de métodos empregados, os analistas do comportamento passaram 
a refletir sobre os próprios fundamentos filosóficos iniciais de sua orientação teó- 
rico-metodológica. A mudança no título da revista Behaviorism (1973) para 
Behavior and Philosophy (1990) pode ser vista como resultado de se assumir ex­
plicitamente a reflexão filosófica como parte das atividades que formam a Análise 
do Comportamento.
Em um comentário a um artigo de Moore (2001), que discute posições de vários 
“behaviorismos” acerca dos conceitos mentais, Leigland (2003) refere-se à ambigüi­
dade do termo “behaviorismo” e sua insuficiência como descritor da abordagem 
psicológica desenvolvida a partir do trabalho de Skinner. A favor de sua tese, Leiglandcita as várias modalidades (por exemplo, Behaviorismo Clássico, Behaviorismo 
Mediacional, Behaviorismo Metodológico, Behaviorismo Lógico ou Filosófico, 
Behaviorismo Radical etc.) e as submodalidades (por exemplo, Behaviorismo Me­
diacional de Tolman, Behaviorismo Mediacional de Hull) de psicologias descritas 
como Behavioristas. Segundo Leigland, quando o termo não é visto como ambíguo, 
ele significa (por exemplo, para psicólogos e filósofos) simplesmente uma posição 
bem estabelecida de reduzir a abordagem de “fenômenos mentais” a uma considera­
ção de eventos publicamente observáveis, o que definitivamente não é compatível 
com a posição skinneriana.
A alternativa de assumir a designação Behaviorismo Radical é considerada 
igualmente insatisfatória por Leigland, em razão de toda a explicação adicional que 
se torna também necessária. Sobre essa alternativa, Drash (1988) já havia apontado 
que o termo radical também “tende a provocar reações negativas em leitores e ou­
vintes” (p. 87), e Hayes e Hayes (1992) argumentaram que descreve uma posição 
filosoficamente inconsistente; alternativamente, Drash (1988) sugeriu a adoção do 
Behaviorismo Científico, e Hayes e Hayes a adoção de Behaviorismo Contextualista. 
Análise e discussões, tais como essas, só reafirmam que, entre as diversas atividades 
possíveis de um analista do comportamento, esta é a própria reflexão filosófica, ou 
mais especificamente, a reflexão relacionada a questões sobre a produção de conhe­
cimento. Ao assumir esta atividade como constituinte da Análise do Comportamento, 
entretanto, cria-se um problema no mínimo interessante: a Análise do Comporta­
4 ■ Definições Contemporâneas da Análise do Comportamento
mento deveria ser definida e caracterizada a partir de concepções filosóficas mais 
amplas de tal forma que comportasse a divergência e, portanto, a convivência de 
diferentes posições que estariam todas abrigadas dentro dessa concepção mais 
ampla. Esta atividade - a reflexão filosófica - não é objeto deste capítulo; exemplos 
dela são apresentados apenas como forma de ilustrar sua presença na Análise do 
Comportamento e, com isso, discutir aquilo que é aqui objeto central: a identificação 
e caracterização das diversas atividades que, hoje, constituem o campo da Análise 
do Comportamento.
Em um artigo sobre a distinção entre ciência e prática em Análise do Compor­
tamento, Hawkins e Anderson (2002) argumentam que a intervenção profissional 
de base analítico-comportamental não se confunde com a pesquisa em Análise do 
Comportamento, mesmo quando se pensa em termos de Análise do Comportamen­
to Aplicada (o que concorda com a análise proposta por Michael [s/d], de que os 
pontos extremos em um continuum são pesquisa básica versus pesquisa aplicada); 
entretanto, com a distinção agora proposta - entre ciência e prática - outro conti­
nuum está sendo introduzido, continuum no qual os pontos extremos são pesquisa 
versus aplicação. O controle experimental, que na pesquisa básica e aplicada apresen­
ta-se como uma exigência, não constitui um requisito para a intervenção do profissional 
e, frequentemente, nem lhe está acessível. Luna (1997) já focalizava esse problema, 
ao apontar que o terapeuta (analítico-comportamental) tem compromisso com seu 
cliente, não com a produção de conhecimento e, desse modo, não está submetido 
às exigências proceduais que se aplicam ao cientista, especialmente aquelas que 
definem a investigação experimental (básica ou aplicada) em Análise do Compor­
tamento. Hawkins e Anderson apontam que “a responsabilidade primária de um 
praticante [da Análise do Comportamento] é oferecer ajuda de excelência ao cliente 
ou paciente, não contribuir para o nosso corpo de conhecimento sobre quais inter­
venções influenciam quais resultados” (p. 116). Hawkins e Anderson (2002) propõem, 
então, que as diferentes práticas de analistas do comportamento sejam reconheci­
das sob a forma de designações correspondentes. Para eles:
podemos... identificar pelo menos quatro papéis que um analista 
do comportamento pode desempenhar: analista conceituai do 
comportamento, analista básico do comportamento, analista 
do comportamento aplicado e praticante analítico-comportamental 
Qualquer analista do comportamento pode se engajar em qualquer um 
(ou mais) desses papéis em diferentes momentos e poucos analistas do 
comportamento se engajam em todos. Talvez mais importante do que isso, 
(...) cada um desses quatro papéis é uma parte extremamente valiosa da 
análise do comportamento e cada um merece respeito total e igual. (p. 119)
A caracterização oferecida por Hawkins e Anderson (2002) não apenas consi­
dera constitutivas da Análise do Comportamento práticas profissionais não 
vinculadas à produção de conhecimento, como reconhece vertentes diversas da 
própria produção de conhecimento analítico-comportamental. Isto é, de um lado, 
as aplicações da Análise do Comportamento são algo diverso e adicional ao que 
se tem denominado de Análise do Comportamento Aplicada. De outro, a Análise
Definições Contemporâneas da Análise do Comportamento ■ 5
do Comportamento Aplicada constitui uma vertente da produção de conhecimen­
to na qual se articulam a análise conceituai do comportamento e a Análise 
Experimental do Comportamento.
Moore e Cooper (2003) oferecem uma interpretação semelhante à de Hawkins 
e Anderson (2002), porém sugerindo que as práticas de analistas do comporta­
mento variam ao longo de um continuum de atividade que vai de uma maior 
preocupação com o conhecimento fundamental a uma maior preocupação com 
a aplicação. Moore e Cooper situam a Análise Experimental do Comportamento 
e a oferta de serviços nos extremos desse continuum, e a Análise do Comporta­
mento Aplicada em uma posição intermediária. Sua maior preocupação ao longo 
desse artigo consiste em explicitar as diferenças entre a oferta de serviços e a pes­
quisa em Análise do Comportamento Aplicada.
Os provedores de serviço têm pouca necessidade de se preocupar 
com condições de pesquisa formalmente controladas, com medidas de 
fidedignidade e com a publicação avaliada por pares. No lugar disso, 
precisam solucionar problemas eficientemente, de forma direta e a um custo 
razoável em termos financeiros e de tempo. (Moore e Cooper, 2003, p. 82)
Curiosamente, Moore (um analista do comportamento que se dedica primaria­
mente a trabalhos conceituais e filosóficos) e Cooper (2003), em várias passagens 
do artigo, ignoram que Hawkins e Anderson (2002) fazem referência à análise con­
ceituai do comportamento como um “papel” desempenhado pelo analista do 
comportamento, como os demais. Na parte final do artigo, Moore e Cooper reco­
nhecem a Análise Conceituai do Comportamento como uma quarta dimensão da 
Análise do Comportamento atribuem a ela a função de “informar os outros domínios” 
(p. 80) sobre questões filosóficas e teóricas. De qualquer modo, o que Moore e Cooper 
argumentam centralmente é que, se em outros momentos houve uma preocupação 
com a diferenciação entre Análise Experimental do Comportamento e Análise do 
Comportamento Aplicada, o que mais importa no momento é esclarecer a distinção 
entre Análise do Comportamento Aplicada e a prestação de serviços.
Em uma direção de valorização das investigações não-experimentais (e não 
aplicadas) em Análise do Comportamento, Rutherford (2004) chama a atenção para 
o crescimento e diversificação dos estudos históricos em Análise do Comportamen­
to. Segundo a autora, historiadores da Análise do Comportamento agora se voltam 
para mais do que a construção do sistema explicativo skinneriano, focalizando a 
área como um todo e as contribuições de vários analistas do comportamento, uma 
mudança considerada “crucial... se for para a história da Análise do Comportamen­
to continuar a desenvolver-se de modo sofisticado e vigoroso” (Rutherford, p. 2). Em 
seguida, Rutherford propõeque consideremos a história da Análise do Comporta­
mento como uma outra dimensão do sistema descrito por Moore e Cooper (2003):
Concluo com um acréscimo à recente divisão da análise do 
comportamento por Moore e Cooper em quatro partes... sugiro que a análise 
do comportamento considere a adição da história a esse esquema, conferindo a 
ela um papel junto ao behaviorismo radical como filosofia, informando as
6 ■ Definições Contemporâneas da Análise do Comportamento
outras três ramificações. E que tal uma filosofia behaviorista 
radical da história? Uma explicação behaviorista radical do 
comportamento do historiador? O futuro da história da análise 
do comportamento é de fato brilhante. (Rutherford, 2004, p. 3)
Se, a pesquisa básica experimental inegavelmente tem respondido pela maior 
parte da produção de conhecimento e impulsionado o desenvolvimento da Aná­
lise do Comportamento em todas as direções, parece, atualmente, ser inegável 
também que o estabelecimento de pesquisas em outros domínios, como, por 
exemplo, o conceituai e o histórico, fez com que os métodos da Análise do Com­
portamento se estendessem para além da experimentação. Uma argumentação 
desse tipo foi oferecida por Donahoe (2004), no contexto de uma discussão da 
proposição de Skinner (1945) de que a interpretação é um método válido, quando 
a experimentação não é possível. Segundo Donahoe (2004):
Skinner distinguiu dois aspectos complementares da ciência - a análise experi­
mental e a interpretação... A análise experimental só é possível 
quando as condições permitem a manipulação elou controle de todas as 
variáveis antecedentes e a mensuração de todas as conseqüências que 
participam de relações funcionais ordenadas com aqueles 
antecedentes. Apenas no laboratório podemos nos aproximar desse 
estado idealizado. No caso específico da análise do comportamento, 
as condições para a análise experimental geralmente requerem o uso de 
animais não-humanos, a fim de controlarmos sua história pré-experimental.
Dessa perspectiva, muitos experimentos - incluindo a maior parte dos 
experimentos valiosos - não se aproximam suficientemente daquelas 
condições idealizadas para qualificarem-se como análises experimentais. 
A interpretação acontece quando algum fenômeno é observado sob 
condições que não possibilitam a análise experimental, mas ao qual podem se 
aplicar para a sua explicação, os frutos de análises experimentais anteriores. 
O comportamento complexo - especialmente o comportamento humano - é 
quase sempre o domínio da interpretação, não da análise experimental, (p. 83)
Observe-se que as condições definidas por Donahoe (2004) como ideais para a 
experimentação são condições de difícil acesso, mesmo na pesquisa com organismo 
não humanos, mas especialmente na investigação com organismos humanos. Assim, 
poderíamos dizer não apenas que “todas as aplicações da análise do comportamen­
to a campos como a educação e a remediação do comportamento disfuncional são 
instâncias de interpretação” (Donahoe, 2004, p. 84), mas, que o continuum entre a 
Análise Experimental do Comportamento e a oferta de serviços, sugerido por Moore 
e Cooper (2003) poderia ser descrito como envolvendo uma passagem gradual da 
experimentação para a interpretação, de forma que, próximo a um extremo estaria 
a pesquisa experimental básica realizada em laboratório com organismos não hu­
manos (aqui há um grau avançado de controle de variáveis, mas não aquelas 
condições ideais de controle referidas por Donahoe - portanto, há também um grau 
de interpretação) e no outro a pretação de serviços; entre um e outro, encontraríamos
Definições Contemporâneas da Análise do Comportamento ■ 7
um conjunto de atividades de pesquisa que já conteria muito da atividade de inter­
pretar, mesmo que mantendo algumas características da manipulação de variáveis, 
típica da experimentação. A rigor, podemos supor (e isso é também uma interpre­
tação) que, assim como a complexidade do comportamento varia ao longo de um 
continuum, as descrições que podemos oferecer variam ao longo de um continuum 
que vai de uma maior fundamentação experimental a uma maior dose de interpre­
tação. Donahoe, porém, considera indispensável especificarmos em que consiste 
exatamente a interpretação como método, uma questão que não tem recebido suficiente 
atenção, entre outros, em razão do reduzido número de analistas do comportamento 
dedicados ao trabalho conceituai ou reflexivo. No entanto, desde a proposição de 
Skinner (1945), a interpretação em Análise do Comportamento difere da interpreta­
ção na Psicologia mentalista; enquanto a primeira se volta para o comportamento 
humano complexo com os princípios e conceitos derivados da investigação expe­
rimental, a última lança mão de processos inferidos da própria observação do 
comportamento humano complexo. Possivelmente, esta diferença reflete concepções 
diferentes de conhecimento científico; como já foi indicado, possibilitar a interpre­
tação é um dos objetivos da prática científica, ao lado da predição e do controle 
(Holland e Skinner, 1969).
Nos últimos anos, a expansão dos horizontes da Análise do Comportamento 
tem encontrado expressão também nas instituições que representam a área. Em 
particular a Association for Behavior Analysis - International (ABA), principal 
entidade a reunir pesquisadores e profissionais em Análise do Comportamento, 
vem repercutindo as transformações mencionadas. Midgley (2002) descreve a ABA 
assinalando que:
... é uma organização dedicada ao campo da análise do 
comportamento - uma abordagem baseada na ciência natural 
do comportamento, frequentemente associada com o ‘behaviorismo 
radical de B. F. Skinner. Entre as suas áreas de especialização estão a 
análise experimental do comportamento (pesquisa básica)t a análise do 
comportamento aplicada (a pesquisa aplicada e clínica) e a análise 
conceituai do comportamento (a pesquisa teórica e histórica). Essas áreas 
têm em comum a conceitualização do comportamento em termos 
naturalísticos e a rejeição do dualismo psicoflsico e de explicações para o 
comportamento formuladas em termos de processos, estados e eventos
mentais hipotéticos. (Midgley, 2002, p. m)
Na página eletrônica da ABA (www.abaintemational.org) vemos que sua missão 
é “desenvolver, avançar e sustentar o crescimento e vitalidade da análise do compor­
tamento por meio da pesquisa, da educação e da prática”. Mas é na organização de 
suas reuniões científicas anuais que encontramos um indicador mais preciso do im­
pacto das mudanças no funcionamento da ABA. Desde 1975, a ABA (inicialmente uma 
associação regional, a Midwestern Association of Behavior Analysis) vem realizando 
convenções anuais, em diferentes locações nos Estados Unidos e no exterior (em 2002, 
a convenção aconteceu em Toronto, Canadá). A partir de 2001, passou a realizar con-
8 ■ Definições Contemporâneas da Análise do Comportamento
ferências internacionais, todas fora dos Estados Unidos (Veneza, Itália, em 2001; 
Campinas, Brasil, em 2004; Pequim, China, em 2005; e Sidney, Austrália, em 2007).
A partir de 1979, as convenções anuais da ABA passaram a indicar a área de 
cada trabalho. Atualmente, essas áreas incluem:
• Autismo.
• Farmacologia comportamental.
• Clínica, família e medicina comportamental.
• Intervenções em comunidades, questões sociais e éticas.
• Atraso no desenvolvimento.
• Desenvolvimento humano e gerontologia.
• Análise experimental do comportamento.
• Educação.
• Gestão do comportamento em organizações.
• Ensino de análise do comportamento.
• Questões teóricas, filosóficas e conceituais.
• Comportamento verbal.
• Outros.
• Internacional (sic).
Além dessas áreas, que refletem temas específicos de interesse, a partir do ano 
de 2000, os trabalhos passaram a ser categorizados também quanto à natureza em: 
“trabalhos com base emdados” e “outros”. Essa classificação, ao mesmo tempo em 
que diferencia o que não é trabalho empírico (com base em dados), legitima e esti­
mula a apresentação de trabalhos de outra natureza nos eventos da ABA.
Mais importante, a partir de 2005, as categorias dos trabalhos apresentados nos 
eventos da ABA (as convenções anuais e as conferências internacionais) deixam de 
ser duas e passam a ser quatro: “Análise Experimental”, “Análise do Comportamen­
to Aplicada”, “oferta de serviços” e “teoria”, o que está inteiramente em acordo com 
aquela visão que foi se estabelecendo da Análise do Comportamento como uma 
disciplina multidimensional.
A maior diversificação das produções em Análise do Comportamento e seu reconhe­
cimento institucional em vários contextos, nos últimos anos, não acontecem 
simplesmente por força de uma percepção diferente que analistas do comportamento 
passam a ter de si mesmos e de suas potencialidades, mas, principalmente, como re­
sultado de contingências sociais mais amplas e complexas, relacionadas à configuração 
do mercado de trabalho para analistas do comportamento nos Estados Unidos (princi­
palmente) e em outros países. Uma análise dessas contingências está para além dos 
objetivos deste capítulo. Mas apenas para dar uma ideia do que acontece nesse domínio, 
vale a pena citar que, atualmente, uma parte considerável das apresentações de traba­
lhos em eventos da ABA nos Estados Unidos, nas várias categorias, versam sobre o 
atendimento a autistas, por uma razão simples: há uma legislação federal que garante 
recursos para o atendimento a autistas e um reconhecimento da eficácia de programas 
com base na Análise do Comportamento, de modo que as instituições que oferecem 
aquele serviço e agências que financiam a pesquisa na área tendem a preferir contratar 
profissionais ou apoiar pesquisadores com formação em Análise do Comportamento.
Definições Contemporâneas da Análise do Comportamento ■ 9
Um outro exemplo de como aquelas contingências operam é encontrado 
comparando-se a produção de conhecimento e a oferta de serviços na área da tera­
pia analítico-comportamental, nos Estados Unidos e no Brasil. Nos Estados Unidos, 
a oferta da psicoterapia é coberta por seguros ou planos de saúde, que só autorizam 
despesas com tratamentos “empiricamente validados”, sendo essa validação estabe­
lecida por meio de estudos que se fundamentam em uma lógica conceituai e me­
todológica conflitante como a da Análise do Comportamento (Neno, 2005). Como 
resultado, há poucos tratamentos de base analítico-comportamental empiricamente 
validados, a modalidade de psicoterapia dominante é a terapia cognitivo-compor- 
tamental, e há poucos pesquisadores em Análise do Comportamento dedicados à 
pesquisa em terapia analítico-comportamental. No Brasil, ao contrário, a psicote­
rapia não é coberta por seguros ou planos de saúde, a oferta é livre, e o consumo do 
serviço está baseado em informações sobre a satisfação de usuários. Especialmen­
te na última década, com as publicações e eventos promovidos pela Associação 
Brasileira de Psicoterapia e Medicina Comportamental (ABPMC), a oferta de terapia 
de base analítico-comportamental multiplicou-se, assim como a produção de co­
nhecimento sobre essa modalidade de intervenção. Como resultado, há muito mais 
produção brasileira do que norte-americana sobre a terapia analítico-comporta­
mental, ainda que essa produção seja muito heterogênea do ponto de vista de sua 
articulação com investigações básicas e conceituais em Análise do Comportamen­
to (algumas vezes consistem apenas de descrições de intervenções).
Voltando à questão da conformação contemporânea da Análise do Compor­
tamento, adimitindo suas quatro dimensões, a diversidade de métodos na 
investigação e produção de conhecimento e a natureza peculiar dos procedimen­
tos de intervenção do profissional com formação analítico-comportamental, é 
possível relacionar esse estágio de desenvolvimento da área com certos aspectos 
da constituição da Psicologia como campo de conhecimento e como profissão de 
ajuda. Tourinho (2003) assinalou que:
...por razões histórico-sociais, a Psicologia se ediflca como 
um campo do saber que envolve simultaneamente:
(a) Um esforço reflexivo sobre a natureza humana, seus problemas e suas pos­
sibilidades de realização em diferentes domínios da vida (social, material, 
intelectual, religioso etc.).
(b) Uma investigação cientificamente orientada para a descoberta de regulari- 
dades dos fenômenos psicológicos (um modo de tentar apreender as novas 
experiências sob a forma de enunciados que incorporam os requisitos em- 
pírico-racionais da emergente ciência).
(c) Uma profissão de ajuda, voltada à solução de problemas humanos, (p. 35).
No mesmo artigo, Tourinho (2003) propõe a interpretação da Análise do Com­
portamento como um campo do saber que assume determinada conformação em 
resposta às demandas tradicionalmente dirigidas à disciplina psicológica. Recu­
perando uma ideia anteriormente formulada (Tourinho, 1999) de interpretar o 
campo da Análise do Comportamento como um triângulo, cujos vértices são re­
10 ■ Definições Contemporâneas da Análise do Comportamento
presentados pela trabalhos conceituais/filosóficos, trabalhos de intervenção e 
pesquisas empíricas, Tourinho (2003) sugere que o Behaviorismo Radical a Análi­
se Experimental do Comportamento e a Análise do Comportamento Aplicada 
constituem os vértices de um campo condicionado pelos três tipos de demandas 
dirigidas à Psicologia, mas cujas produções podem se diversificar muito mais, 
localizando-se em posições variadas da área interna daquela figura. A Figura 1.1 
reproduz essa representação da Análise do Comportamento.
Levando em conta as caracterizações mais recentes da Análise do Comporta­
mento, podemos pensá-la como um campo do saber no interior do qual se 
articulam tipos variados de produção, mais ou menos aproximados de três refe­
rências principais:
• Investigação básica de processos comportamentais.
• Produções reflexivas ou metacientíficas.
• Intervenções voltadas para a solução de problemas humanos.
Falamos dessas três referências como constitutivas de um mesmo campo, 
porque o que se produz em uma área é de algum modo regulado pelo que se pro­
duz nas demais. Além disso, essas referências podem condicionar de diferentes 
modos as produções em Análise do Comportamento, gerando uma diversidade 
muito maior de realizações.
A investigação básica consiste da produção de conhecimento acerca do objeto 
que define primariamente o campo da Análise do Comportamento, isto é, as relações 
comportamentais, sob a forma de identificação de regularidades dessas relações. A 
investigação básica em Análise do Comportamento é tipicamente experimental. 
Variações metodológicas nas tentativas de estabelecer tais regularidades em geral 
representam produções mais afastadas do vértice da investigação básica, mais pró­
ximas de outros vértices, em posições internas do nosso triângulo epistêmico.
As produções reflexivas ou metacientíficas reúnem tanto trabalhos mais filo­
sóficos, quanto investigações científicas propriamente ditas, de caráter histórico, 
teórico ou conceituai. As últimas são aqui designadas como metacientíficas, de 
um lado, para assinalar que continuam sendo trabalhos cientificamente validados, 
não são apenas reflexões filosóficas sobre os objetivos, o objeto e os métodos da
Behaviorismo Radical
Análise do Análise
Comportamento Experimental do
Aplicada Comportamento
Figura 1.1 - Representação da Análise do Comportamento de acordo com Tourinho (2003).
Definições Contemporâneas da Análise do Comportamento ■ 11
Análise do Comportamento (como Skinner, 1963/1969, definia o Behaviorismo 
Radical); por outro lado, seu objeto é a própria investigação básica dos processos 
comportamentais e questões a ela associadas.
As intervenções voltadaspara a solução de problemas humanos são aquelas 
que se ocupam dos problemas usualmente reservados à Psicologia como profissão, 
frequentemente problemas relacionados ao processo de individualização no mun­
do moderno, no campo da saúde mental, da educação, do trabalho etc. Como 
discutido acima, essas intervenções não se confundem com a pesquisa aplicada, 
não reproduzem seus métodos e não estão comprometidas com a produção de 
conhecimento, mas com o atendimento de demandas da população. Onde fica, 
então, a pesquisa aplicada em Análise do Comportamento, em nosso triângulo 
epistêmico? Em algum lugar intermediário, entre o vértice da investigação básica 
e o vértice das intervenções analítico-comportamentais.
Elaborado desse modo, podemos pensar que as quatro dimensões do campo 
da Análise do Comportamento sugeridas por Hawkins e Anderson (2002) são 
apenas algumas das diversas realizações possíveis da disciplina. Por exemplo, 
ao lado da análise conceituai do comportamento, podemos considerar estudos 
filosóficos e históricos em Análise do Comportamento como outros tipos de 
produção reflexiva ou metacientífica. A proposta de Rutherford (2004) sobre 
a história da Análise do Comportamento, uma filosofia Behaviorista Radical da 
história etc. acomoda-se igualmente no vértice das produções reflexivas ou me- 
tacientíficas. Estas, por seu turno, não precisam ser vistas como uma área que, 
de fora, informa as outras, como sugerido por Moore e Cooper (2003), mas podem 
ser consideradas produções que regulam e são reguladas pelas demais, também 
variando quanto aos aspectos metodológicos e a conexões com interesses na 
solução de problemas humanos.
Em uma direção diferente, podemos considerar as análises comportamentais 
da cultura como produções que se situam em alguma posição intermediária entre 
os estudos reflexivos e a investigação básica (algumas vezes, também conectadas 
de modo próximo com estudos aplicados a aplicações da Análise do Comporta­
mento). Isto é, são produções que podem se aproximar mais de um ou outro 
vértice do triângulo epistêmico da Análise do Comportamento, sendo reguladas 
pelos avanços em cada um dos campos que o constituem.
O aspecto mais importante na presente discussão consiste no reconhecimento 
do caráter multidimensional da Análise do Comportamento e do processo em cur­
so de diversificação das produções em seu âmbito. Há várias razões para que esse 
reconhecimento seja enfatizado nos dias de hoje. Ainda hoje prevalece, dentro e fora 
da Análise do Comportamento, uma concepção que identifica o campo analítico-
- comportamental com a Análise Experimental do Comportamento. Externamente, 
essa identificação funciona para desqualificar a Análise do Comportamento, sugerin­
do uma estreiteza de seus horizontes, o que impacta o reconhecimento social de 
analistas do comportamento e seu acesso ao mercado de trabalho da Psicologia. 
Internamente, essa identificação funciona para, entre outras razões, reduzir o valor 
ou a importância de produções não experimentais, o que tende a ser evitado quan­
do analistas do comportamento dedicam-se a programas amplos de pesquisa que 
envolvem produções básicas, conceituais e aplicadas.
12 ■ Definições Contemporâneas da Análise do Comportamento
Outra razão para destacarmos a multidimensionalidade da Análise do Compor­
tamento consiste no notório desequilíbrio da produção na área e da necessidade de 
superá-lo, ampliando as realizações de analistas do comportamento dedicados a 
produções não experimentais. Por muitos anos, analistas do comportamento dedica- 
ram-se em sua grande maioria à investigação básica, o que impactou positivamente 
a disciplina de vários modos, mas não favoreceu que ela se desenvolvesse com vigor 
em todas as direções possíveis.
A afirmação da Análise do Comportamento como campo do saber multidimen­
sional, nos termos discutidos anteriormente, também a qualifica como sistema 
psicológico, isto é, como um conjunto de práticas que responde às demandas que 
a cultura cotidianamente dirige à Psicologia. Esse reconhecimento deve trazer con­
seqüências para o acesso e atuação de analistas do comportamento em contextos 
variados de produção e gestão das práticas psicológicas na cultura.
Por último, a caracterização aqui oferecida da Análise do Comportamento 
sugere termos à frente e também um desafio para a formação de analistas do 
comportamento. Se, é verdade que a especialização do conhecimento e das funções 
sociais são quase inescapáveis no mundo contemporâneo, precisamos buscar 
soluções para que ela não afete a formação de analistas do comportamento sob a 
forma de um domínio restrito do conhecimento e das técnicas desse campo de 
saber. Refletir sobre o impacto desse reconhecimento nas disciplinas vinculadas 
à Análise do Comportamento, em cursos de graduação e pós-graduação (incluin­
do os de especialização que têm entre seus objetivos a formação de analistas do 
comportamento), talvez seja uma tarefa das mais urgentes.
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