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Concurso de crimes

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PREPARATÓRIO PARA OAB
Professor: Dr. Marcelo Matias Pereira
DISCIPLINA: DIREITO PENAL
Capítulo 5 Aula 3
CONCURSO DE CRIMES
Coordenação: Dr. Ivan Agostinho
01
"Proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio ou processo, assim como a inclusão em qualquer sistema de processamento de dados. A 
violação do direito autoral é crime punido com prisão e multa (art. 184 do Código Penal), sem prejuízo da busca e apreensão do
material e indenizações patrimoniais e morais cabíveis (arts. 101 a 110 da lei 9.610/98 - Lei dos Direitos Autorais).”
www.r2direito.com.br
1. conceito - Quando uma pessoa pratica duas ou mais infrações penais, estamos diante do concurso de 
crimes, que, nos termos dos arts. 69 a 71, pode ser de três espécies: concurso material (art. 69), concurso 
formal (art. 70) e crime continuado (art. 71). 
2. concurso material - nos termos do art. 69, dá-se o concurso material ou real quando o agente, mediante 
duas ou mais ações ou omissões, comete dois ou mais crimes, idênticos ou não. Quando isso ocorrer, as 
penas deverão ser somadas. Normalmente os crimes são apurados no mesmo processo, mas, quando isso 
não for possível, a soma das penas será feita na Vara das Execuções Criminais. A regra do concurso material 
não se aplica, entretanto, quando estiverem presentes os requisitos do crime continuado, crimes da mesma 
espécie, praticados nas mesmas condições de tempo, local e modo de execução, que serão estudados 
adiante. É importante frisar que no concurso material temos desígnios autônomos, vale dizer vontade de 
praticar vários crimes, atingir vários resultados e via de regra são atingidos bens jurídicos diversos e não 
idênticos, como ocorre no crime continuado.
 
2.1. concurso material homogêneo quando os crimes praticados em concurso forem idênticos (dois roubos, 
p. ex.)
2.2. concurso material heterogêneo - quando os crimes praticados em concurso não forem idênticos (um 
homicídio e um estupro, p. ex.). 
3. regras - o art. 69, “caput”, em sua parte final, esclarece que, no caso de aplicação cumulativa de penas de 
reclusão e de detenção, executa-se primeiro aquela. O § 1º do art. 69, por sua vez, determina que, sendo 
aplicada pena privativa de liberdade, não suspensa, sem aplicação de sursis, por um dos crimes, em relação 
aos demais, não será cabível a substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos. Já o § 2º 
dispõe que, sendo aplicadas duas penas restritivas de direitos, em substituição às penas privativas de 
liberdade, o condenado as cumprirá simultaneamente, se forem compatíveis, ou sucessivamente, se não for 
possível o cumprimento simultâneo. 
3. concurso formal - nos termos do art. 70, “caput”, do Código Penal, ocorre o concurso formal quando o 
agente, mediante uma única ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes. Nesse caso, se os crimes forem 
idênticos, no caso de concurso formal homogêneo, será aplicada uma só pena, aumentada de 1/6, a 1/2. 
3.1. concurso material benéfico - Na hipótese do concurso formal heterogêneo, é possível que ocorra uma 
injusta distorção na aplicação da pena. Com efeito, imagine-se o crime de estupro (art. 213) em concurso 
formal com o crime de perigo de contágio de moléstia venérea (art. 130, caput). Suponha-se, então, que o 
juiz fixe a pena mínima para os dois crimes: no estupro, o mínimo é de 6 anos, e no crime de perigo, a pena 
mínima é de 3 meses. Ora, se as penas fossem somadas atingiríamos o total de 6 anos e 3 meses, mas de 
acordo com a regra do art. 70, caput, chegaríamos à pena de 7 anos (6 anos do estupro, aumentada em 
1/6). Nesse caso, a regra do concurso formal, criada para beneficiar o acusado, estaria a prejudicá-lo. 
Atento a esse detalhe, o art. 70, em seu Parágrafo Único, estabeleceu que a pena resultante da aplicação do 
concurso formal não pode ser superior àquela cabível no caso de soma das penas. 
Aula 3
Concurso de Crimes
02
Por isso, sempre que o montante da pena, decorrente da aplicação do aumento de 1/6 a 1/2 (referente ao 
concurso formal), resultar em quantum superior à soma das penas, deverá ser desconsiderado tal índice e 
aplicada a pena resultante da soma. Trata-se de concurso formal em que aplico a regra do concurso 
material, por ser mais benéfica.
3.2. concurso formal impróprio ou imperfeito - a criação do instituto do concurso formal poderia servir de 
estímulo a marginais inescrupulosos, que, visando benefícios na aplicação da pena, poderiam utilizar-se de 
subterfúgios na execução do delito. Neste as penas serão somadas (como no concurso material) sempre que 
o agente, com uma só ação ou omissão dolosa, praticar dois ou mais crimes, cujos resultados ele 
intencionalmente visava (autonomia de desígnios em relação aos resultados). Trata-se, neste caso, de 
hipótese de concurso formal em que aplico a regra do concurso material.
4. crime continuado previsto no art. 71, “caput”, do Código Penal - o agente, mediante duas ou mais ações 
ou omissões, pratica dois ou mais crimes, e, assim, verá aplicada uma só pena, aumentada de 1/6 a 2/3, 
desde que presentes os seguintes requisitos:
4.1. Que os crimes cometidos sejam da mesma espécie- deve ser entendido como "crimes da mesma 
espécie" aqueles previstos no mesmo tipo penal, simples ou qualificado, tentado ou consumado. Assim, pode 
haver crime continuado entre roubo simples e latrocínio (roubo qualificado). 
4.2 os crimes tenham sido cometidos pelo mesmo modo de execução - não se pode aplicar a regra do crime 
continuado entre dois roubos quando, por exemplo, um delito for cometido mediante violência e o outro 
mediante grave ameaça exercida com emprego de arma. 
4.3. os crimes tenham sido cometidos nas mesmas condições de tempo - a jurisprudência vem admitindo o 
reconhecimento do crime continuado quando, entre as infrações penais, não houver decorrido prazo 
superior a 30 dias. No entanto, há julgados admitindo o crime continuado entre crimes cometidos com prazo 
superior a este. 
4.4. os crimes tenham sido cometidos nas mesmas condições de local - admite-se a continuidade delitiva 
quando os crimes foram praticados no mesmo local, em locais próximos ou, ainda, em bairros distintos da 
mesma cidade e até em cidades contíguas (vizinhas). 
4.5. teoria adotada - para uma parte da doutrina, o Código Penal teria adotado a teoria puramente objetiva, 
ou seja, para o reconhecimento do crime continuado bastaria a presença dos requisitos acima mencionados, 
sem que se tenha de questionar o aspecto volitivo (subjetivo) do agente, uma vez que o art. 71 nada 
menciona a tal respeito. É a opinião, por exemplo, de Alberto Silva Franco. Para outros, entretanto, o 
reconhecimento da continuidade delitiva pressupõe mais um requisito: a unidade de desígnios. Assim, para 
fazer "jus" ao benefício, deve o agente desejar praticar os crimes em continuidade, ou seja, ter a intenção de 
se aproveitar das mesmas relações e das mesmas oportunidades para cometê-los. 
"Proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio ou processo, assim como a inclusão em qualquer sistema de processamento de dados. A 
violação do direito autoral é crime punido com prisão e multa (art. 184 do Código Penal), sem prejuízo da busca e apreensão do
material e indenizações patrimoniais e morais cabíveis (arts. 101 a 110 da lei 9.610/98 - Lei dos Direitos Autorais).”
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03
É a teoria objetivo-subjetiva, segundo a qual existe crime continuado quando, por exemplo, o caixa de um 
estabelecimento subtrai diariamente certa quantia da firma, não o configurando, entretanto, a hipótese de 
assaltante que rouba aleatoriamente casas diversas, sem que haja qualquer vínculo entre os fatos, de forma 
a demonstrar que se trata de criminoso habitual, que não merece as benesses decorrentesdo 
reconhecimento do crime continuado. 
4.6. crimes dolosos contra vítimas diferentes - o art. 71, em seu Parágrafo Único, possui uma regra diferente 
de aplicação da pena quando os crimes que compõem a continuação criminosa são dolosos, cometidos 
contra vítimas diferentes e com emprego de violência ou grave ameaça. Nessas hipóteses, o juiz poderá até 
triplicar a pena de um dos crimes (se idênticos) ou do mais grave (se diversas as penas), considerando, para 
tanto, os antecedentes do acusado, sua conduta social, sua personalidade, bem como os motivos e 
circunstâncias dos crimes. É evidente que a hipótese de triplicar a pena só existirá se forem cometidos três ou 
mais crimes, pois, caso contrário, o crime continuado poderia acabar implicando pena maior do que o 
resultado da soma delas. O próprio Parágrafo Único ressalva, também aqui, a aplicação do concurso 
material benéfico (para que as penas sejam somadas), quando a aplicação do triplo da pena puder resultar 
em pena superior à eventual soma. 
II - PENA DE MULTA NO CONCURSO DE CRIMES - artigo 72 do Código Penal-qualquer que seja a 
hipótese de concurso (material, formal ou crime continuado), a pena de multa será aplicada distinta e 
integralmente, não se submetendo, pois, a índices de aumento. As multas dos crimes concorrentes devem ser 
somadas.
"Proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio ou processo, assim como a inclusão em qualquer sistema de processamento de dados. A 
violação do direito autoral é crime punido com prisão e multa (art. 184 do Código Penal), sem prejuízo da busca e apreensão do
material e indenizações patrimoniais e morais cabíveis (arts. 101 a 110 da lei 9.610/98 - Lei dos Direitos Autorais).”
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