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Aula 5 O Projeto Político pedagógico construindo caminhos na escola I

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Aula 5: O Projeto Político-pedagógico: construindo caminhos na escola I 
Conceitos e finalidades do projeto político pedagógico
Tomando como referência o texto do professor Celso dos S. Vasconcellos, intitulado Projeto Político-pedagógico, conceito e metodologia de elaboração (2000), podemos afirmar que: O Projeto Político-pedagógico se constitui em uma referência importante para fundamentar e nortear a proposta global da escola, além de poder explicitar os significados e promover a articulação entre as suas atividades/ações e ainda de apontar as estratégias necessárias para viabilizar a sua realização, bem como o seu acompanhamento e avaliação.
É claro que precisamos ter sempre presente uma perspectiva crítica de que o planejamento e, consequentemente, o Projeto Político-pedagógico não vão dar conta de toda a problemática e da complexidade da escola – eles não fazem mágica ou milagre. Contudo, é importante acreditar que eles podem sim contribuir para conceber, organizar e fazer acontecer uma prática educativa escolar mais consciente e consistente, na direção da construção de uma escola que possa ser qualitativamente melhor para formar cidadãos mais críticos, criativos e sujeitos da transformação necessária à construção de um mundo mais solidário, justo e digno para todos e todas.
Não temos mais dúvidas de que o cotidiano escolar nos faz enfrentar constantes desafios e que, muitas vezes, esses desafios são verdadeiros obstáculos que nos parecem impossíveis de serem superados. Todavia, educadores comprometidos com um projeto maior de construção de “um outro mundo possível”, tendem a não desistir e seguir buscando caminhos e/ou alternativas para a reinvenção da escola.
E o espaço dedicado à concepção/elaboração do Projeto Político-pedagógico pode ser um momento de reflexão, debate, confronto de ideias e definição coletiva desses caminhos e/ou alternativas.
Como Gadotti (1994), reconhecemos que o Projeto Político-Pedagógico (de um modo geral elaborado para um período de três anos e anualmente atualizado) não nega nem a história, nem a experiência da escola.
Em outras palavras, não nega as escolhas já feitas e vividas pelos diferentes sujeitos/atores que integram a vida escolar. Ao contrário, pode a partir daí recriar e conceber novas e/ou diferentes alternativas, de modo a transformar a escola sempre em diálogo com as transformações da realidade/sociedade.
Reiteramos que a nossa proposta é pensar a escola em constante movimento e, consequentemente, o Projeto Político-Pedagógico também. Reiteramos ainda que a participação de todos é um princípio metodológico e uma estratégia a ser respeitada quando de sua construção.
Acreditamos que se todos os envolvidos na vida escolar não assumirem de modo crítico e criativo o seu papel e a corresponsabilidade na definição da proposta da escola e, portanto, dos princípios, das finalidades, dos objetivos e das características dos processos e/ou dos currículos e/ou das práticas/ações educativas ali desenvolvidos, corre-se o risco de se implementar um trabalho, sem um sentido claramente definido e reconhecido por todos e, consequentemente, marcado por uma visão fragmentada e distorcida da realidade e/ou do contexto intra e extraescolar.
E não custa lembrar: nesta aula estamos adotando como referência básica as reflexões do professor Celso dos S. Vasconcellos (2000) que, por sua vez, em várias oportunidades utilizou como fonte de inspiração as propostas de Danilo Gandin (1983).
Isto não significa dizer que não podemos ampliar nossas reflexões e nossos debates consultando e/ou dialogando com outros autores que discutem essa mesma temática, como, por exemplo, o professor José Carlos Libâneo (2001), que, a propósito, utiliza neste caso a expressão Projeto Pedagógico-Curricular, destacando que:
De certo modo, o projeto pedagógico-Curricular é tanto a expressão da cultura da escola (cultura organizacional), como a sua recriação e desenvolvimento. Expressa a cultura da escola porque está assentado nas crenças, valores, significados, modos de pensar e agir das pessoas que o elaboram. Ao mesmo tempo é um conjunto de princípios e práticas que reflete e recria essa cultura, projetando a cultura organizacional que se deseja, visando a intervenção e a transformação da realidade.  O projeto, portanto, orienta a prática de produzir uma realidade: conhece-se a realidade presente, reflete-se sobre ela e traçam-se as coordenadas para a construção de uma nova realidade, propondo-se as formas mais adequadas de atender às necessidades sociais [eu acrescentaria culturais] e individuais dos alunos.
As características gerais do projeto político pedagógico
No que se refere às características e/ou à formatação geral do Projeto Político-Pedagógico, longe de querer cristalizar um modelo, na perspectiva de um modelo/roteiro único ou do melhor modelo/roteiro para construí-lo, assumimos, como no texto Vasconcellos (2000), que tal plano é composto por três partes que se que articulam, a saber:
O marco refencial- Espaço dedicado a responder principalmente à questão: o que queremos alcançar? Ou onde queremos chegar? Aqui, trata-se de explicitar o posicionamento político e filosófico da escola, ou seja, qual a sua visão de sociedade e de pessoa que, nesse caso, vai nortear a vida da escola. Trata-se ainda de explicitar os fins e também os princípios pedagógicos orientadores das ações educativas que serão implementadas, bem como as características e/ou propósitos mais gerais da própria instituição responsável por essa implementação. Em síntese, trata-se de expressar os ideais da escola.
O diagnostico- Trata-se de identificar as necessidades da escola. É o momento de analisar a sua própria realidade, ou seja, de avaliar os pontos fracos e os pontos fortes da instituição e confrontá-los com o que se deseja/espera que ela seja. Em síntese, faz-se a comparação entre a realidade e os ideais da escola.
A programação- Espaço dedicado a responder à questão: o que faremos concretamente para suprir o que falta? Trata-se de definir a proposta de ação propriamente dita e que deve levar a escola aonde ela deseja chegar ou ao que ela deseja ser. Em síntese, é traçar o caminho para atingir os seus ideais.
Entendemos, como Vasconcellos (2000), que esta estrutura prevista para a elaboração/concretização do Projeto Político-pedagógico revela que a ação a ser desencadeada é fruto da tensão entre a realidade na qual a escola está imersa e as suas finalidades num processo dinâmico de interação. E mais uma vez lembramos: a força de um plano está nas suas possibilidades de construção e execução coletivas. Caso contrário, ele está fadado ou, no mínimo, corre o risco de ir para no fundo da gaveta.
Uma nota: nas duas próximas aulas vamos detalhar as características mais específicas de cada uma dessas partes do Projeto Político-Pedagógico, sugerindo inclusive procedimentos metodológicos para sua elaboração.
Por isso, recomendamos que você tente, desde já, selecionar e analisar um Projeto Político-Pedagógico elaborado por uma escola. Desse modo, você vai poder comparar as aproximações e os distanciamentos entre as ideias veiculadas durante as nossas aulas e o que acontece no cotidiano de uma escola.
E, segundo a nossa compreensão, uma gestão da educação e da escola vivida nesses termos é uma gestão que atinge diferentes aspectos e dimensões, como por exemplo: a valorização dos educadores, criando inclusive condições dignas de sua formação, de salário e de trabalho; a universalização do acesso à escola, acompanhada da preocupação com a permanência dos alunos e a qualidade da sua educação; a viabilização de espaços educativos acolhedores e adequados ao desenvolvimento de projetos pedagógicos inovadores; a concepção de currículos e também práticas educativas mais “antenadas” com as exigências do mundo atual, a transformação do quadro de violência escolar, a construção de relações democráticas com a comunidade intra e extraescolar, entre outras dimensões de caráter político sociocultural, técnico-pedagógico, técnico-administrativo,financeiro e operacional.
Tendo presente essas considerações, entendemos que o planejamento participativo pode ter uma função gerencial importante, na medida em que pode se constituir em um espaço de reflexão e de tomada de decisões coletivas, apontando caminhos não só para responder às exigências do presente como também para projetar a escola para o futuro. Além de ser um instrumento que pode contribuir para e/ou facilitar a concepção, a organização, a coordenação, a orientação e a realização das atividades/ações escolares, bem como a mobilização e a articulação das condições humanas, materiais e financeiras para fazer a escola acontecer, o planejamento participativo pode ser uma oportunidade, um espaço para se pensar e conceber os caminhos para a construção de uma escola comprometida não só com a promoção de aprendizagens mais significativas para os seus alunos, como também com a formação de sujeitos mais autônomos, críticos e criativos, capazes de serem sujeitos de direitos e cidadãos construtores de uma nova sociedade.
Procure conversar com alguns professores da escola sobre a participação deles na construção do Projeto. Acreditamos que você vai perceber que o processo de elaboração nem sempre foi uma tarefa muito simples e/ou realizada sem conflitos. Além disso,  poderá constatar importância e/ou significado desse processo para o grupo.
E mais: procure se informar com esses mesmos professores sobre alguns aspectos que entendemos serem relevantes quando se trata de elaborar o Projeto Político-pedagógico, tais como:
Que metodologia e/ou estratégia foi utilizada para a sua construção? 
O que eles teriam a dizer sobre o grau de compromisso e participação dos sujeitos/atores da escola na sua formulação; qual a relação entre a existência do projeto e o grau de autonomia da escola?
Como foi feita a mobilização do pessoal e a conscientização acerca da importância do processo de construção do Projeto? 
Essas e muitas outras questões podem ajudar a problematizar a temática dessa nossa aula e a construir conhecimento em torno do tema em pauta.
Só assim vamos compreender melhor o significado e a relevância desse procedimento legitimado até mesmo pela Nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - Lei nº 9.394 - que no seu artigo 12, Inciso I, propõe como uma das atribuições dos estabelecimentos de ensino elaborar e executar a sua proposta pedagógica.

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