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Aula 10

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Aula 10: O Planejamento do Processo de Ensino-Aprendizagem: Um Desafio para a Ação Docente III
Antes de seguir em frente aprofundando o nosso estudo acerca da terceira etapa/momento da elaboração do plano anual – concepção das formas de mediação, dê uma rápida olhada sobre o roteiro geral. A ideia é que você possa se situar diante do plano, superar suas possíveis dúvidas e, principalmente, localizar a etapa/momento que vai ser mais detalhado nesta nossa aula.
Só depois de realizadas as etapas anteriores - análise da realidade e projeção das finalidades -, é que você tem os elementos e/ou respostas necessárias para seguir adiante no processo de planejamento. Ou seja, só depois de vencidas essas duas primeiras etapas é que você dispõe dos subsídios que precisa para pensar e planejar o que vai ser trabalhado com os seus alunos em termos de conhecimentos, habilidades e atitudes e também para refletir e planejar sobre como e com que recursos vocês vão trabalhar. Em outras palavras, os elementos e/ou respostas encontrados nas etapas anteriores – e que expressam tanto os contextos como os princípios – devem ser considerados como “pontos de partida” ou, se você preferir, “panos de fundo” norteadores do trabalho e/ou da prática pedagógica propriamente dita.
Neste momento, lembramos o desafio que lançamos para você no final da aula oito (8) e retomamos no final da aula nove (9): conceber a sua própria proposta de roteiro para a elaboração do plano anual. Se você aceitou a nossa sugestão, procure rever as aproximações e as diferenças entre a nossa proposta e a sua. Mas dessa vez concentre a sua análise na etapa/momento concepção das formas de mediação. Etapa/momento que podemos considerar como aquela que se refere à concepção da proposta de ação/programação propriamente dita, ou seja, concepção do que vai ser objeto do processo de ensino-aprendizagem e todas as suas possibilidades e/ou formas de desenvolvimento.
Sobre as formas de mediação: algumas notas importantes
Uma observação inicial: antes mesmo de nos aprofundarmos nas reflexões sobre os diversos itens que compõem o que, em consonância com Vasconcellos (2000), estamos chamando de formas de mediação, acreditamos que vale a pena comentar, mesmo que de forma breve, o significado da própria expressão formas de mediação. Vejamos: segundo o nosso entendimento, podemos pensar que o processo de ensino-aprendizagem como uma relação que se dá entre sujeitos (professores e alunos) com diferentes objetos (conhecimentos, habilidades e atitudes), de uma determinada forma (metodologias de ação e avaliação), com apoio de determinados recursos e sempre em diálogo tanto com o contexto político, social e cultural, como com os princípios e/ou os fundamentos educativos e pedagógicos e tendo presente os objetivos gerais e específicos a serem alcançados.
Nesse sentido, podemos dizer que as formas de mediação dizem respeito principalmente aos objetos dessa relação (o que ensinar e aprender), às formas (maneiras) como essa relação vai acontecer (como ensinar e aprender) e como essa relação vai ser acompanhada e avaliada (como está acontecendo o processo de ensino-aprendizagem).  Além disso, dizem respeito ao tempo, ao espaço, aos recursos e às estratégias que vão ser utilizadas para que as ações aconteçam. Em síntese, estamos entendendo a concepção das formas de mediação como a concepção dos elementos que vão constituir e organizar a ação propriamente dita, pensados sempre de modo articulado com o contexto, ou seja, com a realidade, com os princípios norteadores e os objetivos do processo educativo.
Para começar, vale lembrar que se trata de definir e descrever o quadro geral do o quê vai ser trabalhado no conjunto das disciplinas previstas para o ano/série. Trata-se, portanto de compor a grade curricular e/ou o programa de estudos, o que inclui fazer a seleção dos conteúdos, definir sequências, pré-requisitos, o tempo para serem trabalhados e a maneira como vão ser organizados.
Talvez alguns de vocês sejam tentados a pensar que esse item é fácil de ser planejado, já que bastaria consultar o programa do ano anterior ou reproduzir o índice de um livro didático ou ainda repetir o que uma professora até mesmo de outra escola e responsável por uma turma do mesmo ano que vocês já tivesse planejado. Todavia, agir desse modo seria um erro imperdoável. Seria desprezar toda a reflexão feita nas duas primeiras etapas/momentos.
Seria, portanto, ignorar toda a singularidade do contexto em que você vai trabalhar, o perfil e as necessidades de seus alunos, bem como todos os princípios e objetivos que foram definidos. Seria abandonar toda a reflexão e produção realizada até aqui desde a concepção do projeto Político--Pedagógico. E, nesse caso, todo o esforço para fazer um planejamento comprometido com uma prática educativa mais crítica, criativa e transformadora cairia por terra.
O que estamos querendo sublinhar é que o planejamento dos conteúdos programáticos deve levar em conta prioritariamente a realidade, os princípios, os fundamentos e os objetivos analisados e projetados nas etapas/momentos anteriores. O que não significa dizer que a experiência e a contribuição de outras fontes não possam também ser analisadas e consideradas.O que estamos querendo sublinhar também é que, no momento de definir o conteúdo programático que vai ser objeto do trabalho pedagógico, é necessário refletir, pôr em discussão questões como: quais são as principais questões que estão configurando a vida contemporânea? Como isso se relaciona com o cotidiano dos meus alunos e da realidade no qual ele está inserido?
Que respostas meus alunos estão sendo instigados a dar para intervir na realidade e transformá-la? Que repostas meus alunos estão sendo instigados a dar para serem sujeitos de sua própria história, crescimento e transformação? Como articular a própria definição e a própria organização dos conteúdos a serem trabalhados com os fundamentos das disciplinas? Responder a essas e a outras questões similares é uma exigência, na medida em que desejamos construir uma prática educativa ou implementar um processo de ensino-aprendizagem “antenado” com a proposta de escola que assumimos ao longo de nossas aulas.
O que estamos querendo enfatizar é que não se trata de adotar conteúdos que não façam sentido para os sujeitos do processo de ensino-aprendizagem, reconhecendo que os conteúdos não são significativos ‘em si’, mas adquirem significado em função dos sujeitos com os quais se relacionam e do modo como estas relações são construídas e vividas.
 
Uma nota importante: vale lembrar que estamos assumindo a expressão “conteúdos programáticos” de uma maneira bastante abrangente, isto é, estamos considerando “conteúdos programáticos” tanto aqueles de natureza conceitual (conhecimentos, saberes, conceitos, fatos, fenômenos, leis, princípios, ideias, esquemas, informações etc.), como os de natureza procedimental (mecanismos operatórios habilidades,
aptidões, procedimentos, hábitos, métodos de pesquisa, operações mentais etc.) e ainda os de natureza atitudinal (modos de agir, de sentir, de se posicionar, atitudes, interesses, valores, convicções, regras, normas, vontades, preocupações etc.).Cumpre sublinhar que a reflexão sobre os conteúdos programáticos envolve também definições relacionadas à maneira como tais conteúdos vão ser organizados, ou seja: por disciplina ou na perspectiva de um currículo mais integrado, incluindo a organização interdisciplinar, por projetos, por temas geradores, por unidades de experiências, entre outras modalidades de organização.
                       Planejando a proposta metodológica 
Conceber como o processo de ensino-aprendizagem vai ser desenvolvido é o próximo desafio. Em outras palavras, essa é a oportunidade para pensar, selecionar e definir os procedimentos metodológicos que, de uma maneira mais geral, serão valorizados e adotados ao longo de todo o trabalho pedagógico. Trata-se, portanto de conceber os métodos, as técnicas e/ou as estratégias didáticas que serão utilizadaspara dar “forma” à prática pedagógica propriamente dita.
É sempre necessário ter presente que os procedimentos metodológicos que serão usados para dinamizar o processo de ensino-aprendizagem devem levar em conta diferentes dimensões como:
Caracteristicas dos alunos
Os princípios pedagógicos
Os fundamentos da disciplina e/ou especificidades dos conteúdos
A própria concepção do que seja ensinar e aprender na concepção de uma pedagogia critica e intercultural.
Todavia, nesse nível de planejamento, isto é, na etapa de concepção do plano anual, é suficiente fazer uma descrição geral dos diversos procedimentos que serão adotados.
aulas expositivas, diferentes alternativas e/ou estratégias de trabalhos em grupo, debates, análises de materiais audiovisuais, análise de situações-problema, estudos de campo, visitas, experiências, estudos em laboratórios, pesquisas, dramatizações, gincanas, exposições, produções de textos e outros eventos...
É relevante que o professor, mesmo que de forma breve, explicite o que pretende com a adoção de tais procedimentos e que princípios nortearam as suas escolhas.
Para complementar e enriquecer o planejamento geral dos procedimentos metodológicos é muito importante refletir e decidir também sobre os recursos didáticos e de apoio que serão utilizados, bem como sobre as possibilidades de integração com diferentes atividades e/ou eventos que acontecem para além da sala de aula. Cumpre ressaltar que o uso de uma ampla diversidade de procedimentos e recursos metodológicos pode contribuir para a adoção de diferentes linguagens – das mais simples e comuns como a linguagem do desenho, oral ou escrita, até as mais complexas que envolvem, inclusive, o uso das mais avançadas tecnologias, o que certamente pode contribuir para envolver os alunos e promover aprendizagens mais significativas.
no momento de planejar os procedimentos metodológicos é importante não esquecer que o processo de ensino-aprendizagem marcado por uma perspectiva crítica e intercultural valoriza os processos de produção e de construção do conhecimento realizados pelos próprios alunos, bem com o aprender a aprender.
PLANEJANDO A AVALIAÇÃO NA APRENDIZAGEM
Conceber os mecanismos de avaliação que serão privilegiados ao longo do ano letivo é uma tarefa bastante desafiadora, principalmente quando desejamos valorizar:
1. A avaliação dialógica - quer dizer, uma avaliação que se realiza em permanente diálogo com o aluno, analisando junto com ele, seus erros, suas dificuldades, mas também seus avanços e conquistas durante todo o processo de ensino-aprendizagem;
2. a avaliação em uma perspectiva diagnóstica – que quer sempre saber como o aluno está, o que aprendeu e o que ainda precisa aprender, quais são suas dúvidas, suas dificuldades, o que já sabe e o que ainda precisa saber;
3. a avaliação formativa – que valoriza mais o processo de aprendizagem e que, portanto, acontece durante ou ao longo de todo esse processo;
4. a avaliação em uma perspectiva integral, isto é, a avaliação não só dos conhecimentos, mas também das habilidades e das atitudes aprendidas.
O que estamos querendo dizer é que para planejar, ou seja, para conceber e definir os mecanismos que serão utilizados para avaliar a aprendizagem dos alunos é necessário ter presente (1) com que concepção de avaliação queremos trabalhar, (2) o que vamos avaliar e (3) para quê vamos avaliar e só então definir (4) como vamos avaliar, ou seja, que mecanismos de avaliação da aprendizagem vamos usar. Neste caso podemos incluir desde diferentes trabalhos e tarefas individuais e em grupo até provas. O importante é que eles façam sentido para os alunos e estejam articulados com todo o processo que vai ser desenvolvido. Segundo Vasconcellos (2000, p. 142), é necessário “definir bem as regras do jogo da avaliação com os alunos, para evitar criar ansiedade e desconfiança na relação pedagógica”.
Para concluir a nossa reflexão sobre a elaboração do plano anual, vale reiterar três aspectos:
1º ASPECTO- a possibilidade do plano anual ser “pensado” em termos de plano semestral, trimestral ou bimestral;
2º ASPECTO- a importância dele ser concebido também de forma coletiva, envolvendo professores de um mesmo ano/série;
3º ASPECTO- a necessidade do plano anual ser avaliado à medida que for sendo executado/realizado e, dependendo dos resultados dessa avaliação, ser ajustado e/ou reorientado.
Sobre o plano de aula
Segundo Vasconcellos (2000, p. 148), o plano de aula “é a proposta de trabalho do professor para uma determinada aula ou conjunto de aulas (por isso também chamado de plano de unidade). Corresponde ao nível de maior detalhamento e objetividade do processo de planejamento didático. É a orientação para o que fazer cotidiano”.
Podemos dizer que há muitas maneiras de pensar uma aula ou um conjunto de aulas (sem deixar é claro de fazer a articulação necessária com o próprio plano anual e com o projeto Político--Pedagógico). Por sua vez, planejar uma aula não significa que não possamos abrir espaços para o improviso decorrente do acolhimento de situações importante que podem surgir no cotidiano da escola, seja trazida pelos alunos, seja por conta de algum acontecimento local, nacional e até internacional. Ao contrário, um planejamento bem realizado e conduzido com flexibilidade pode se enriquecer quando abre espaços para a própria dinâmica da vida, sem, contudo, perder seu rumo e se distanciar de seus objetivos.
Para ajudar na elaboração do plano de aula, apresentamos a seguir uma sugestão de roteiro. 
1. Identificação
Nome da escola:
Turma:
Professora:
Data:
Duração total:
2. Assunto ou Temática
3. Objetivos específicos
4. Conteúdos
5. Procedimentos metodológicos/Atividades (e respectiva duração)
6. Recursos didáticos e de apoio
7. Procedimentos/Atividades de Avaliação
8. Tarefa(s) para a próxima aula
9. Bibliografia consultada
É necessário dizer que se trata de um roteiro possível e que, portanto, pode ser modificado e/ou enriquecido por você. O importante é garantir que os diferentes aspectos aqui indicados sejam contemplados. Sua visão crítica e criatividade devem ser bastante mobilizadas também neste nível de planejamento.
E vale lembrar: mesmo que o plano de aula esteja mais relacionado ao trabalho que diz respeito a você e seus alunos, você pode e até deve trocar ideias com outros professores, fazer pesquisas, conhecer outras experiências, quer dizer, conhecer outros planos de aula que poderão lhe dar sugestões, fazer “acender” possibilidades para dinamizar o dia a dia da sua sala de aula. Mas uma coisa é fundamental: suas principais referências para a montagem de seu plano de aula são: a sua própria turma e todas as reflexões e decisões que você foi assumindo até chegar a essa fase e/ou nível de planejamento
Esperamos que você tenha tido a oportunidade de compreender a importância do ato de planejar, para além de uma perspectiva meramente instrumental ou formal e entender o planejamento como uma oportunidade para construir uma prática pedagógica reflexiva, participativa, significativa para os sujeitos que dela participam, com objetivos claramente definidos e marcada pelos princípios de uma didática crítica e intercultural. 
Nossa proposta não foi a de lhe apresentar receitas, mas sim a de partilhar nossas reflexões e ideias em torno do tema do planejamento escolar. Desejamos que você, acrescentando outras leituras, discussões e análises, tenha condições de fazer avançar essas nossas reflexões e ideias, bem como de construir os seus próprios conhecimentos acerca desta temática. Além disso, acreditamos que à medida que você for praticando, isto é, for vivendo processos de elaboração do planejamento escolar nos seus diferentes níveis, maiores serão suas possibilidades de se posicionar crítica e criativamente diante dele e assim contribuir para trazer novas ideias e possibilidades sobre as diversas dimensões e/ou aspectos que envolvem o ato de planejar na escola.

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