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Aula 4: O Pensamento Político e Econômico sob a Ótica do Capital: Neoliberalismo 
Nesta aula, analisaremos as transformações políticas e econômicas forjadas com a perspectiva neoliberal de capitalismo. O período logo após a II Guerra Mundial é denominado por Hobsbawm de: Era de Ouro.
Esse período foi marcado por: êxodo rural, industrialização, crescimento urbano e ampliação da tecnologia.
Este momento, aproximadamente de 1945 a 1973, teve como base um conjunto de práticas de controle do trabalho, tecnologias, hábitos de consumo e configurações de poder político-econômico específico, chamado de fordista-keynesiano (modo de organização do trabalho fordista e política estatal keynesiana), como vimos na aula anterior. Após esse primeiro momento do pós-guerra, o mais próspero e de maior expansão na história do capitalismo, o sistema entra em um período de crise em que se acentuam:
Torna-se evidente a incapacidade de serem contidas as contradições inerentes ao capitalismo. O sistema entra em colapso, iniciando-se um período de rápidas mudanças e muitas incertezas. Esse novo período é caracterizado por processos de trabalho e mercados cada vez mais flexíveis. Na sequência, os anos 90, no bojo desse processo de crise do regime de acumulação fordista e do advento da acumulação flexível, ocorrem profundas mudanças nas relações capitalistas, expressas, fundamentalmente, pela globalização e por alterações profundas no processo produtivo.
Nas palavras de Harvey (1999, p. 117), seria “uma transição no regime de acumulação e no modo de regulamentação social e política a ele associado”. Desse modo, a década de 1970 representou um momento histórico central, quando consideramos as mudanças ocorridas no âmbito do sistema capitalista. A partir desta década e, principalmente no período de 1970-1990, houve uma “nova configuração do sistema do capital”, caracterizada, principalmente, por seu acentuado processo de mundialização.
O regime subsequente ao esgotamento do fordismo caracteriza-se pela:
Transferência das linhas de montagem dos países centrais para os periféricos, onde a mão de obra tem custo bem menor.
Especialização flexível, com produtos menos padronizados e estímulo às pequenas empresas.
Automação flexível, possível pela introdução da informática na produção.
Nova segmentação da força de trabalho, no interior da empresa e fora dela.
Como decorrência desse processo, temos a expansão das novas tecnologias, que contribuiu para a difusão da ideia da necessidade de um trabalhador flexível, sempre disposto a se adaptar diante das transformações e incertezas do novo contexto, no mundo do emprego ou do desemprego.
Na nova conjuntura criada, observa-se um aumento das taxas de exploração, acrescido do incremento do processo de fragmentação e de insegurança do trabalho (trabalho temporário, terceirizado e em tempo parcial), bem como de aprofundamento da desigualdade e da exclusão social. desigualdade e da exclusão social.
A principal referência do padrão de acumulação flexível é o toyotismo (termo originário da experiência da fábrica automobilística japonesa Toyota), cujas características centrais são:
O Neoliberalismo pode ser apontado, então, como a estratégia de gestão do capital frente a todas essas mudanças estruturais no capitalismo, a partir de uma nova divisão internacional do trabalho, onde a circulação de mercadorias e a mundialização da produção se ampliam progressivamente a partir do acirramento do processo de internacionalização do capital.
Destaca-se, também, nesse processo, a supremacia do capital financeiro sobre os outros setores da economia, exigindo reformas estruturais que protejam a sua circulação mundial. Junto com essa tendência econômica, a cultura é carregada em um bonde transnacional, com o mundo mais interligado, através da apropriação, pelas diferentes nações, dos padrões econômicos e comportamentais de ordem neoliberal. O Neoliberalismo, como ideologia política e prática social, rapidamente se tornaram universal e hegemônico, nos anos 80.
Esse processo tem início com a conversão das economias centrais a esse padrão, destacando-se como marco histórico dessa conversão. Destacam-se as eleições de Margareth Thatcher , em 1979, na Inglaterra e... ...de Ronald Reagan, em 1982, nos EUA.
Suas plataformas políticas apontavam a iminente necessidade de desmantelamento do Estado Social de Direito.
A partir do início do século XX, os países centrais passam a contar com a inserção mais significativa de interesses interclasses no interior do Estado, que fica encarregado, a partir de então, de garantir de uma sistemática político-social, como vimos na aula anterior.
Com o advento do ideário neoliberal, ocorre a crítica à ampliação dos direitos sociais, que implicava na centralização da esfera executiva do poder. A partir do argumento de que a excessiva ampliação dos direitos sociais aumentava consideravelmente à atuação do Estado, gerando, com isso, sua ineficiência na execução de políticas públicas, ganha ressonância a necessidade de Reforma do Estado, na perspectiva de implementação do Estado mínimo como estratégia e condição fundamental para garantia de crescimento econômico. Apesar de todas essas mudanças, qualitativamente a conversão neoliberal não apontou inovações nos matizes filosóficos do capitalismo, pois a necessidade da despolitização total dos mercados e a liberdade absoluta da circulação dos indivíduos e dos capitais privados seguem os mesmos preceitos do liberalismo clássico do século XIX e XX. O novo padrão de desenvolvimento, porém, implicou na reestruturação do processo produtivo e, também, na alteração das relações sociais gerais e nas relações de poder, com a implementação de reformas estruturais necessárias para levar as economias mundiais ao ajuste e às exigências do capital globalizado.
Esse processo de atrelamento passivo da economia periférica aos ditames dos polos centrais do capitalismo mundial se concretiza nas diretrizes dos planos econômicos, a níveis nacionais, e de renegociação da dívida externa, a níveis internacionais. Assim, se evidencia a intervenção direta das agências financiadoras internacionais (FMI e Banco Mundial) no projeto de sociedade em sedimentação. O processo de consolidação neoliberal, nos meados dos anos 90, estruturou-se a partir da proposta da Reforma do Estado como elemento fundamental do processo de estabilização econômica, garantindo uma maior flexibilização da administração pública, através do enxugamento da máquina burocrática. Dentro desse processo de Reforma do Estado, ocorre um redirecionamento jurídico em relação às novas funções a serem desempenhadas pelo Estado, constituindo-se em quatro atividades específicas:  
Atividades Exclusivas: setor com funções exclusivas do Estado, como segurança, soberania e tributação.
 Núcleo estratégico: setor de planejamento e execução das políticas públicas. Estado sctritu sensu.   
Esse quadro implementado pela reforma do Estado ocasiona o esvaziamento das funções públicas do Estado, levando-a a se retrair de seu papel social. O Estado passa, paulatinamente, a desregulamentar as políticas sociais, passando sua execução para o campo da sociedade civil.   Na lógica neoliberal e em seu projeto político “liberal-corporativo”, a auto-organização da sociedade civil é estimulada, porém, busca-se reduzi-la à defesa de interesses regulados pela lógica capitalista e de natureza específica, neutralizando discussões e reivindicações de caráter geral, deslocando o eixo do conflito de classe para a defesa de interesses corporativos na sociedade.
Assim, o que ocorre, invariavelmente, é a fragmentação da luta social, cada vez mais setorizada e reprodutivista dos padrões dominantes de sociedade. O aumento do desemprego e da precariedade das relações de trabalho decorrente da reestruturação produtiva é outra característica marcante nessa matriz. Essas novidades provocaram, mais uma vez, alterações na composição e na organização da classe trabalhadora.
A mundialização do sistema capitalista provocou,nas palavras do professor Ricardo Antunes, um movimento pendular. Diz o autor:
A classe trabalhadora hoje, diante da precarização e da flexibilização das relações e dos postos do trabalho, e de sua composição multifacetada, vai-se consolidando como aquela que foi/é despossuída dos meios de produção e, cada vez mais, perde o controle sobre seu trabalho. Se no passado recente, a presença física de grande número de trabalhadores era fundamental para o processo produtivo industrial burguês, na atualidade, depois do fordismo, taylorismo, toyotismo e do ‘just in time’, a presença de grandes contingentes nas unidades produtivas, está cada vez mais dispensável.
Nas palavras de Carmo (1992, p. 13):
“Em uma sociedade onde a participação na abundancia e o sucesso profissional são aspectos essenciais para a integração social. O fato de encontrar-se sem trabalho constitui sentimento grave de derrota. Trata-se das contradições de um sistema que traz a exaltação do trabalho, mas se sustenta deixando à margem um sem-número de desempregados – um exército industrial de reserva – de que ele lança mão quando necessita”
É neste momento que os responsáveis pelo processo produtivo justificam a dinâmica demissão/admissão como de responsabilidade da sociedade. O desemprego passa a ser fruto da inaptidão do (ex-) empregado às novas tecnologias ou de alguma crise inesperada. Nesse contexto, o emprego passa a ser, ao mesmo tempo, uma conquista do desempregado e uma dádiva do empregador.
Ao assumir a responsabilidade pelo seu desemprego, o trabalhador, se desempregado, procurará se preparar de acordo com as exigências do mercado (que exige escolarização, especialização, capacitação e atualização) e, se ele estiver empregado, será impelido a fechar acordos, menos para garantir ganhos, mas para evitar perdas (especialmente do posto de trabalho).
Ao flexibilizar direitos, abrem-se as portas para outro caminho: o da precarização.
A precarização, na atualidade e relacionada ao mundo do trabalho, abrange não só a questão da quantidade de postos de trabalho, como também a qualidade nesses postos. Ao flexibilizar as relações de trabalho, precarizam-se as condições de trabalho.
Neoliberalismo no Brasil
O novo padrão de desenvolvimento neoliberal implicou na reestruturação do processo produtivo e, também, na alteração das relações sociais gerais e nas relações de poder no Brasil, o que ocorre com a vitória dos grupos conservadores nas eleições presidenciais de 1989 e 1994, com Fernando Collor e Fernando Henrique Cardoso, respectivamente.
Fernando Collor e Fernando Henrique Cardoso
Esse novo padrão de desenvolvimento da sociedade brasileira vai se estruturar, basicamente, em duas etapas:
Historicamente, no caso brasileiro, como marco inicial desse processo tem a vitória de Fernando Collor nas eleições diretas para presidente em 1989. Nesse governo ocorre o atrelamento de nossa economia aos ditames do mercado financeiro.
Após o impechement de Fernando Collor, os governos de Itamar Franco e Fernando Henrique Cardoso consolidaram a nossa inserção nesse novo padrão de desenvolvimento.
O Governo Collor começa e os Governos Itamar e Cardoso implementam as reformas estruturais necessárias para levar nossa economia ao ajuste às exigências do capital globalizado.  Esse processo de atrelamento passivo das economias periféricas se concretiza nas diretrizes dos planos econômicos, em âmbito nacional e de renegociação da dívida externa, a nível internacional, evidenciando, assim, a intervenção direta das agências financiadoras internacionais (FMI e Banco Mundial) no projeto de sociedade em sedimentação. Assim, identificamos que, nos países latino-americanos, a globalização se traduziu em planos de estabilização da moeda. No caso brasileiro, o Plano Real, implementado pelo Governo de Itamar Franco, se consubstanciou na mais significativa dessas iniciativas.
O Plano, ao conseguir estabilizar e controlar a inflação, contribuiu de forma dramática na inculcação ideológica sobre as vantagens do Neoliberalismo para a economia brasileira.
O controle da inflação implicou em um aumento imediato do poder de compra dos trabalhadores e os ideólogos neoliberais rapidamente usaram esses elementos como determinantes na consolidação da hegemonia do bloco no poder.  O processo de consolidação neoliberal nos meados dos anos 90, no Governo de Fernando Henrique Cardoso, estruturou-se a partir da proposta da Reforma do Estado como elemento fundamental do processo de estabilização econômica, garantindo, assim uma maior flexibilização da administração pública, através do enxugamento da máquina burocrática.
Dentro desse processo de Reforma do Estado, ocorre um redirecionamento jurídico em relação às novas funções a serem desempenhadas pelo Estado.

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