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Aula 8: A Sociedade do Conhecimento
A lógica utilizada é a economia baseada em conhecimento, e que pode ser definida como sendo “uma economia onde a criação e uso do conhecimento são o aspecto central das decisões e do crescimento econômico” (DRUCKER, 1993).
Entretanto, não devemos entender que essa economia se baseia apenas nas indústrias de tecnologia da informação. Acredita--se que a capacidade de criar novos mercados, criar novos produtos e, principalmente, inovar é competência indispensável para essa nova economia. Vale ressaltar que isso é aplicado a todas as indústrias, independente do produto que produzam.
Vamos apontar algumas características dessa sociedade do conhecimento. Vejamos o quadro:
Vamos entender  o quadro que acabamos de ver:
O modelo de produção no paradigma industrial tinha como característica a produção em grandes quantidades para baratear o custo da produção e do produto. Já no paradigma do conhecimento, a produção é customizada, os produtos e serviços devem atender às necessidades e preferências do consumidor e não ao contrário, por isso a palavra-chave desse paradigma é flexibilidade. 
No paradigma do conhecimento, o trabalhador deve ser criativo, flexível e empreendedor, aquele trabalhador preconizado por Taylor, o “macaco adestrado” não tem mais vez nessa nova economia. O profissional para se adequar, deve aprender a aprender e estar constantemente atualizado. Com relação ao tempo, o paradigma do conhecimento exige que as respostas sejam em tempo real e imediato.
As empresas com grandes espaços físicos e grandes estoques estão sendo substituídas por empresas com sedes pequenas, localizadas em locais desconhecidos, mas que tem grande visibilidade e negócios na Internet.  Atualmente, as mercadorias, ou massa, produzidas podem não ser mais tangíveis, como máquinas, livros, mesa cadeiras; a produção de livros virtuais, softwares, patentes e habilidades correspondem hoje a um terço de toda a produção do planeta.
Vamos entender de que forma o trabalho é estruturado nessa sociedade do conhecimento, ou como afirma Drucker, sociedade pós-capitalista. O trabalho se organiza em grupos liderados por trabalhadores do conhecimento que são pessoas altamente qualificadas e que buscam construir novas habilidades e conhecimentos. Espera-se dessas pessoas a capacidade de manter, reconhecer e motivar seus trabalhadores. Os trabalhadores não são supervisionados diretamente. No entanto, eles  são recompensados pelo seu desempenho, cada membro do grupo é responsável por supervisionar o colega. Nesse sistema, segundo seus teóricos, o trabalhador deixa de se submeter à máquina, agora é a máquina que se submete ao trabalhador. O foco é na missão do trabalho e as atividades que não são consideradas nucleares são delegadas às pessoas terceirizadas, em condições cada vez mais precarizadas de trabalho. trabalhadores. 
Dos trabalhadores dessa sociedade se esperam algumas características, denominadas de competências necessárias à inserção no mundo do trabalho. São elas:
Vejamos o que afirma uma cartilha escrita pelo Ministério do Trabalho e Emprego dirigidos a trabalhadores, sobre as características fundamentais para esse profissional:
A globalização está provocando uma disputa cada vez maior entre as empresas. A concorrência hoje é entre produtos nacionais e internacionais. O mercado de trabalho também está mudando. O que as empresas procuram hoje é qualidade, produtividade e competitividade. Hoje o trabalhador deve estar preparado para ser um profissional competente e útil em qualquer empresa – isso é empregabilidade.
O trabalhador precisa estar sempre aprendendo e se atualizando. E não para por aí, precisa ser empreendedor. Ter iniciativas, ideias novas e criativas no trabalho, estar sintonizado com as mudanças no campo profissional. Quem sabe até montar seu próprio negócio! 
BRASIL, 2001, pg. 06-141
As mudanças no mundo do trabalho refletem diretamente na escola, uma nova escola para uma nova sociedade, é dessa forma que as mudanças na concepção de escola são anunciadas. Mais uma vez o Banco Mundial é o portador das novas ideias para escola nos países em desenvolvimento. Mais do que nunca, a escola está intimamente ligada às exigências da economia. Para o Banco Mundial:
O terceiro pressuposto tem ligação com a pedagogia do aprender a aprender onde cada pessoa deve desenvolver um mecanismo que o torne autônomo na construção do conhecimento.
Como o conhecimento é volátil e se modifica rapidamente no mundo atual, não é produtivo que cada pessoa tenha que voltar à escola, cada vez que mudanças significativas atinjam o mundo do conhecimento, então cada um fica responsável pela sua formação permanente.
Vejamos o que nos diz Fonseca sobre essa pedagogia:
Outra característica da educação na sociedade do conhecimento é a utilização dos recursos tecnológicos para a disseminação do conhecimento. Para o Banco Mundial (2003), entre os aspectos que devem ser levados em consideração na sociedade do conhecimento são as oportunidades abertas pela “revolução nas comunicações que abriu um novo meio de difundir amplo conhecimento e a baixo custo, reduzindo a defasagem de conhecimento dentro de cada país”. Esse meio encontrado de difundir o conhecimento é a educação à distância.
Agora que entendemos o que significa a sociedade do conhecimento e seus desdobramentos no mundo do trabalho e na educação, podemos começar a entender realmente o que está por trás desse discurso que anuncia a sociedade pós-capitalista e o fim da relação capital-trabalho. Primeiramente, precisamos afirmar que a sociedade do conhecimento não é o fim da sociedade capitalista, é apenas uma resposta desse sistema à crise.
Para Alves (2005), o final dos anos 90 anunciam um novo (e precário) mundo do trabalho sob o modelo predominante de um toyotismo sistêmico onde a subjetividade operária foi capturada de tal forma que as reivindicações sindicalistas foram resumidas à manutenção de postos de trabalhos, mesmo que em condições de precarização.  
Alves nos alerta que a ofensiva do capital na produção do mundo do trabalho se evidencia na nova hegemonia que obriga a adaptação do trabalhador às novas tecnologias, na ruptura do mundo do trabalho, com a prática da contratação temporária ou terceirizada de trabalhadores, mesmo naquilo que para Alves é crucial, a subjetividade do trabalhador.
Não é somente deter a técnica, conhecer novas tecnologias e domá-las, mas constituir o que Alves chama de uma “poderosa operação ideológica, capaz de constituir uma nova hegemonia do capital na produção” (ALVES, p. 254). Os novos profissionais devem ser qualificados, pró-ativos e propositivos, empreendedores, capazes de ter iniciativa, de resolver problemas diante da prática cotidiana.
Podemos, então, compreender que na sociedade do conhecimento a luta de classe continua presente e que agora a subjetividade do trabalhador é capturada buscando sua adesão ao novo sistema.
A partir da análise, o sistema Toyota, como parâmetro das novas formas internacionalizadas de controle do trabalho, supõe  uma intensificação de sua exploração.
“Tal intensificação se expressa, entre outros elementos, quer pelo fato de que os operários atuam simultaneamente com várias máquinas diversificadas, quer através do sistema de luzes que possibilitam ao capital intensificar – sem estrangular – o ritmo produtivo do trabalho.
Com isso, a porosidade no trabalho é ainda menor que no fordismo. A flexibilidade requerida hoje nos processos de trabalho, [...] advém da chamada crise de superacumulação, de 1973, que joga um papel determinante em todo este processo, pois ela demarca não só a crise do modelo fordista-keynesiano – o que não significa, em absoluto, a sua eliminação –, como também e, principalmente, a necessidade de o capital gestar e construir um novo padrão de acumulação, denominado acumulação flexível. Contrapondo-se à rigidez do fordismo, ela se apoia na flexibilidade dos processos de trabalho, dos mercados de trabalho, dos produtos e padrões deconsumo. Caracteriza-se pelo surgimento de setores de produção inteiramente novos, novas maneiras de fornecimento de serviços financeiros, novos mercados e, sobretudo, taxas altamente intensificadas de inovação comercial, organizacional e tecnológica”  (ASSIS; PADILHA, 2004, p. 275).
A partir dessa reestruturação da organização social, a educação tem como objetivo criar uma unidade moral e intelectual comprometida com a concepção burguesa de sociedade. Nessa concepção, a classe trabalhadora continua participando dentro dos marcos delimitados pelas classes dominantes, ressignificando as formas de participação e o sentido histórico da política e da luta social.
Os instrumentos principais para esta ressignificação seria a defesa a uma democracia dialógica, a montagem de um novo pacto social com aparente participação popular.  
Contudo, o objetivo desta nova pedagogia da hegemonia, com expressões claras na prática cotidiana escolar, seria o de legitimar o consenso e a conformação das classes trabalhadoras. A educação torna-se espaço essencial para cimentar estas novas relações e ressignificações cujo eixo central é o mundo burguês.
Dentro desse contexto, cabe à educação formar e conformar um novo tipo de homem exigido pelo projeto neoliberal. Essa necessidade de formação e conformação advém das mudanças nas relações produtivas, com a inserção de novas tecnologias no processo produtivo, e da necessidade de competição intercapitalista. Para a realização dessas metas, torna-se, então, necessária a formação polivalente, privilegiando a técnica e a capacitação para a resolução de problemas.
Longe de propor uma formação humanística que tenha por objetivo a construção de um ser humano em seu sentido amplo, a classe dominante prima por uma pedagogia da qualidade, buscando a racionalização e otimização do trabalho. A formação do trabalhador nesta proposta tem uma íntima ligação com o mercado e procura ajustar o trabalhador às suas novas demandas. No centro dessas novas demandas do processo de reestruturação produtivo está a máxima da qualidade cuja lógica seria maior capacidade de produção com o menor custo.
Ou seja, formar mais e melhor gastando menos, racionalizando os custos. Essa formação é necessária e urgente, recaindo sobre ela a responsabilidade de desenvolvimento do país e sua competitividade no mundo globalizado. Essa qualidade e racionalização se traduzem na “pedagogia do aprender a aprender”.

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