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METABOLISMO DE CÁLCIO E FÓSFORO UNIVERSIDADE FEDERAL DO ACRE CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA NATUREZA COORDENAÇÃO DE MEDICINA VETERINÁRIA DISCIPLINA DE PATOLOGIA CLÍNICA VETERINÁRIA Discente: Patrícia Konrdörfer Anhaia METABOLISMO DO CÁLCIO Cálcio A maior parte do cálcio do organismo faz parte dos ossos em forma de fosfatos de cálcio Embora 90% do cálcio esteja presente nos ossos, o restante exerce papel importante no funcionamento vital do organismo, e encontram-se de forma ionizada (Ca²) nos fluidos corporais. Metade do Cálcio plasmático encontram-se de forma ionizada A outra metade encontra-se de forma não-ionizada, unida à proteínas, principalmente a albumina IMPORTANTE! Homeostase controlada endocrinamente PTH Hormônio da Paratireoide CT Calcitonina, da tireoide DHC 1,25-di-hidroxi-colecalciferol (metabolismo da vit. D) PTH e DHC CT Fonte: https://www.medicinanet.com.br Figura 1. Ação do PTH e DHC Fonte: http://topicospatologicos.blogspot.com.br/2010/09/ Figura 2: Ação da calcitonina. Funções do cálcio Depositado nos ossos, servindo como reserva para a homeostase. Osteocalcina Proteína ligadora de cálcio, (contém resíduos de γ-carboxiglutamato), envolvida na calcificação do osso. Ativa proteases (zimogênios) da coagulação sanguínea (fatores II, VII, IX e X) Presença de resíduos de γ-carboxiglutamato (importante para que o Ca² se una no processo de ativação enzimática) Vit K é necessária nesse processo cofator da enzima carboxilase Atua como fator direto para ativação dos fatores V e XI do processo de coagulação. MÚSCULOS ESTRIADOS Troponina c – tropomiosina Actina-miosina ATPase da miosina (regulada pela actina e pelo cálcio) MÚSCULO LISO Tropinina ausente MLCK (quinase da cadeia leve da miosina) fosforila subunidade leve da miosina para provocar interação miosina-actina ADRENALINA induz fosforilação MLCK, inibindo fosf. da miosina. Atua na transmissão do impulso nervoso Regula a ação de algumas enzimas Serve como segundo mensageiro na ação de vários hormônios: Catecolaminas Vasopressina Angiotensina GnRH Glucagon Prostaglandinas HIPERPARATIREOIDISMO PRIMÁRIO Adenocarcinomas em cães e gatos senis Hiperplasia das células principais e mutações genéticas sobre os receptores de Ca² na glândula Predispoção racial. Fonte: http://makaracaju.blogspot.com.br SINAIS CLÍNICOS DO HIPERPARATIREOIDISMO Tendência a fraturas Afrouxamento e/ou perda de dentes Disfunção motora Apatia Enfraquecimento muscular Cálculos renais Depressão, anorexia, vômito e constipação Alterações laboratoriais HIPERPARATIREOIDISMO Hipercalcemia (valores de cálcio sanguíneo acima de 14mg/dL) Hipofosfatemia (inibição da reabsorção renal de fósforo; valores abaixo de 4 mg/dL) FA aumentada (atividade osteoblástica compensatória) Hiperparatireoidismo secundário renal Ocorre mais em cães e gatos senis A situação de hipocalcemia se agrava pela hiperfosfatemia Fonte: http://cachorrosfofos.com.br Figura 3: Cão idoso Fonte: http://anaturezadosgatos.blogspot.com.br Figura 4: Gato idoso Fonte: http://cachorrosfofos.com.br Figura 3: Cão idoso Figura 4: Gato idoso Sinais clínicos hiperparatireoidismo secundário renal Aumento das paratireoides Sintomas parecidos com os do hiperparatireoidismo primário Alterações laboratoriais hiperparatireoidismo secundário renal Em cães e gatos os valores de cálcio podem estar baixos ou em valores normais pela ação do PTH, e hiperfosfatemia; Em bovinos, pode apresentar baixa [ ] Ca², porém sem hiperfosfatemia o rim não é o órgão principal de excreção de fósforo; Em equinos, hipercalcemia, principalmente em casos de animais alimentados com dietas ricas em cálcio rim é o órgão principal de excreção de Ca², estando P normal ou baixo. Hiperparatireoidismo secundário nutricional Frequente em cães e gatos jovens alimentados, predominantemente com carne ou fígado. Frequente em animais de zoológico Cavalos alimentados com grãos, ricos em P e forragens de má qualidade, ou forragens ricas em oxalatos que formam complexos insolúveis e com baixa absorção intestinal. Figura 5 Figura 6 Figura 7 Fonte: google.com Fonte: google.com Fonte: google.com Mecanismo compensatório Dietas com: Baixo teor de cálcio Excesso de fósforo com com cálcio normal ou baixo Deficiência de vit D Diminuição da relação Ca/P no sangue estimulação prolongada da paratireóide Hipertrofia e hiperplasia das células principais da paratireóide, devido à hipocalcemia Em casos excessivos de ingestão de P hiperfosfatemia com hipocalcemia Deficiência vit D diminuição da absorção intestinal de Ca² Sinais clínicos hiperparatireoidismo secundário nutricional Em cães e gatos: Transtornos de locomoção Apatia Fraqueza Dor óssea à palpação Em cavalos: Claudicação Osteodistrofia fibrosa ou hiperostose deformação da mandíbula hipoparatireoidismo Condição rara Cães de raças pequenas (Schnauzer e Terrier), e gatos. Baixa secreção de PTH Figura 8: Predisposição para hipoparatireoidismo Fonte: google.com Sinais clínicos hipoparatireoidismo Incremento da excitabilidade neuromuscular e tetania Os níveis de Ca² podem cair para 4-6 mg/dL Os níveis de fósforo aumentam devido à reabsorção tubular. Febre do leite Hipocalcemia, Paresia do Puerpério. Doença metabólica aguda 3 a 4 dias pós parto Vacas de alta produção leiteira Mais comum em vacas mais velhas, e com predisposição racial Jersey e Holandesa. fatores Sinais clínicos da febre do leite - vaca Hiperexcitabilidade e tetania Temperatura corporal normal Estágio prodrômico Anorexia Agalactia Estase ruminal Timpanismo Temperatura norma Estágio final Decúbito esternal Paralisia muscular Pulso débil Temperatura subnormal Estágios avançados Decúbito lateral Coma Flacidez total dos membros (degeneração e necrose das fibras musculares) Sinais clínicos da febre do leite - cadela Tetania neuromuscular Perda do tono muscular Paralisia flácida Hipotermia Depressão nervosa Decúbito lateral Paralisia muscular Opistótono Bradicardia Hipotensão Reflexo palpebral positivo Eclampsia puerperal Éguas, porcas e cadelas, raro em vacas. Chihuahua, Poodle Toy e Terrier Hipomagnesemia e hipocalcemia Tetania e convulsões. Animal apresenta perda de consciência, fortes contrações musculares da região cervical, nistagmo e excitação permanente. Osteoporose Doença crônica e insidiosa Sinais clínicos de osteoporose Enfraquecimento dos ossos Deformações Dor Tendência à fraturas Diminuição da capacidade de locomoção Inflamação das articulações e claudicação Apetite depravado e infertilidade (associado à falta de P) Figura 9: Osso com osteoporose x Osso normal Fonte: http://www.realh.com.br RAQUITISMO E OSTEOMALÁCIA Transtornos de mineralização dos ossos deficiência de vit D Deficiência de P, Ca ou exposição à luz solar. Ocorre mais em animais confinados deficiência de vit D Alimentação exclusiva com pastagens de má qualidade deficiência de P RAQUITISMO Desmineralização da cartilagem nas placas epifisárias dos ossos longos, resultando em crescimento retardado OSTEOMALÁCIA Animais adultos Articulações aumentam de tamanho Ossos se curvam e se deformam Costelas adquirem nódulos nas articulações costocondrais Dentes retardam erupção Mandíbula desalinhada e dor PERFIL SANGUÍNEO Níveis baixos de P e às vezes de Ca Ca*P (mg/dL) menor que 30 (normal 40-80) HIPERCALCIFICAÇÃO DOENÇA Excesso de Ca ou de vit D Aumenta absorção intestinal Erro no manejo alimentar Indução de secreção permanente de CT Calcificação de tecidos macios SINAIS CLÍNICOS Claudicação Dor Rigidez articular Impotência nos reprodutores Calcificação do endotélio de artérias e do coração Osteopetrose Alterações laboratoriaisHIPERCALCIFICAÇÃO Perfil sanguíneo: Níveis de Ca superiores a 13mg/dL e de P maiores de 12mg/dL PLANTAS CALCINOGÊNICAS Solanum malacoxylum Pântano Brasileiro 1,25-diidroxicolicalciferol (vit D3) Calbidina aumenta a capacidade do intestino de absorver cálcio Mobilização de cálcio ósseo proliferação osteoclástica calcificação metastática por causa da deposição de sais de cálcio em tecidos moles Sinais clínicos incluem: Redução severa do peso Cifose Distúrbios de locomoção Depravação do apetite Figura 10: Solanum malacoxylum Fonte: homeoint.org PLANTAS CALCINOGÊNICAS Nierembergia veitchii Sul do Brasil Calcinose enzoótica Afeta ovinos Emagrecimento progressivo Andar rígido Abdomen retraído Dispinéia Decúbito Figura 11: Nierembergia veitchii Fonte: wikipedia.com METABOLISMO DO FÓSFORO FÓSFORO Quase metade do conteúdo de Ca 85% está presente nos ossos em forma de fosfato inorgânico A relação de Ca:P nos osso é de 2:1 Nos tecidos moles, apresenta-se em maior quantidade do que o Ca Relação Ca:P no sangue é proporcional. Fosfato inorgânico do plasma é excretado, principalmente via renal Também pode ser excretado pela saliva, sendo reabsorvido pelo intestino Fósforo na saliva serve como tampão para manter o pH ótimo no rúmen Funções do fósforo Estrutura óssea junto com o Ca Componente de fosfoproteínas, fosfolipídeos e ácidos nucléicos Participação em vias metabólicas, sendo integrante de muitos intermediários ligados ao metabolismo energético (ATP, GTP, creatina-fosfato, glicídeos fosfatados), Integrante de nucleotídeos envolvidos na ação hormonal (cAMP, cGMP) Participa no equilíbrio ácido-base intracelular Componente estrutural de coenzimas importantes do metabolismo (NAD, NADP) Crescimento bacteriano ruminal Deficiência do fósforo Sinais clínicos deficiência de fósforo Sinais clínicos podem confundir a causa deficitária Sinal avançado de falta de P é a depravação de apetite, que leva o animal a ingerir material estranho e ao risco de intoxicações por Clostridium botulinum ingestão de ossos de carcaças contaminadas. Hemoglobinúria puerperal Sinais clínicos hemoglobinúria puerperal Alterações laboratoriais Hemoglobinúria puerperal Níveis subnormais de P sérico (<1,0mg/dL) Anemia normocítica normocrômica Referências bibliográficas DANIEL RICARDO RISSII; RAQUEL RUBIA RECHI; FELIPE PIEREZAN; GLAUCIA DENISE KOMMERS; CLAUDIO SEVERO LOMBARDO DE BARROS. Intoxicação em ovinos por Nierembergia veitchii: observações em quatro surtos. Ciência Rural, Santa Maria, v.37, n.5, p.1393-1398, set-out, 2007. DÍAZ GONZALES; FÉLIX HILÁRIO. Introdução à Bioquímica Clínica Veterinária. 2ª edição. Porto Alegre: Editora UFRGS, 2006. HELENICE DE SOUZA SPINOSA; SILVANA LIMA GÓRNIAK; JOÃO-PALERMO NETO. Toxicologia Aplicada à Medicina Veterinária. Barueri/SP: Manole, 2008. OBRIGADA!!!
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