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Resumo Interpretação e Métodos de Interpretação

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MENDES, Gilmar Ferreira; COELHO, Inocêncio Mártires; GONET BRANCO, Paulo
Gustavo. Curso de Direito Constitucional. 4. ed. São Paulo: Saraiva, 2009.
Páginas 119-130.
5.4. Métodos e princípios da interpretação constitucional
• A interpretação das normas é um conjunto de métodos e de princípios.
• Gustavo Zagrebelsky: não existe na literatura, nem na jurisprudência, uma teoria doa
métodos interpretativos da Constituição.
• Não há método previamente estabelecido nem ordem metodológica concreta.
• Aplicadores escolhem os instrumentos por sentimentos e intuições: “o método pode
explicar a eleição do método”.
• As locuções que rotulamos princípios da interpretação estão sujeitas a contradições
e conflitos de interpretação.
• Como utilizar o método?
• Como aplicar o princípio da proporcionalidade ou da razoabilidade?
• Como usar a velha tópica jurídica?
• A maioria dos autores enaltece que todo pluralismo é saudável e facilita a tarefa de
aplicar o direito.
5.4.1. Métodos de Interpretação Constitucional
5.4.1.1. Métodos Jurídico ou Hermenêutico-Clássico 
• A Constituição é lei – deve ser interpretada pelas regras tradicionais da
hermenêutica.
• Elementos de articulação: genético, filológico, lógico, histórico e teleológico –
interpretação das leis em geral.
• A retirada dos métodos tradicionais (de Savigny) e a inserção de considerações
valorativas ofendem o texto e a finalidade estabilizadora – o juiz “senhor da
Constituição”.
• Não pode se afastar os métodos clássicos de interpretação.
• Baseia-se na crença metafísico-jurídica de que toda norma possui um sentido em si,
seja do legislador, seja emerso do texto.
• O intérprete tem o papel de descobrir o verdadeiro significado das normas e guiar-se
por ele na sua aplicação.
5.4.1.2. Método Tópico-Problemático
• Um problema é toda questão que, aparentemente, permite mais de uma resposta.
• A tópica é a técnica do pensamento problemático.
• Os instrumentos hermenêuticos tradicionais não resolvem as aporias (aporia sf.
Filos. Dificuldade de ordem racional, aparentemente sem saída) emergentes da
interpretação concretizadora do novo modelo constitucional.
• O método tópico-problemático, se não o único, o mais adequado dos caminhos para
se chegar até a Constituição.
• Böckenförde: é natural o uso do método tópico orientado ao problema pela
insuficiência de regras clássicas de interpretação.
• Interpretação jurídica tarefa prática compreender = aplicar.
• Normas constitucionais estruturas: aberta, fragmentária e indeterminada, exige
protagonismo dos intérpretes/aplicadores: leitura processo aberto de
argumentação.
• A abertura textual da Constituição lhe confere caráter mais problemático que
sistemático – necessário interpretá-la dialogicamente.
• Contendas políticas simples conflitos de interpretação. Proteção da Constituição
contra autoritarismo e respeito aos resultados. 
• Deve-se abrir a sociedade dos intérpretes, possibilita a “vivência” da norma.
5.4.1.3. Método Hermenêutico-Concretizador
• Pouca diferença do método tópico-problemático.
• A leitura de qualquer texto normativo começa pela pré-compreensão do
intérprete/aplicador. A ele compete concretizar a norma à luz da Constituição e não
segundo critérios pessoais de justiça.
• Adeptos desse método ancoram a interpretação no próprio texto constitucional, sem
perder de vista a realidade.
• Gadamer: interpretar sempre foi, também, aplicar; aplicar o direito, significa pensar,
conjuntamente, o caso lei, de tal maneira que o direito propriamente dito se
concretiza; e, afinal, o sentido de algo geral, de uma norma, por exemplo, só pode
ser justificado e determinado, realmente, na concretização e através dela.
• Problema: grande dificuldade de produzir resultados consistentes à base dessa
proposta hermenêutica; a pré-compreensão de intérprete distorce a realidade e o
próprio sentido da norma constitucional.
• Para os adeptos: uso correto = concretizações minimamente controláveis.
• Problema: toda pré-compreensão possui algo de irracional, falta algum critério de
verdade que avalize as interpretações, de nada valendo a imprecisa e mal definida
verdade hermenêutica. 
5.4.1.4. Método Científico-Espiritual
• Ideia de Constituição como instrumento de integração em sentido amplo.
• Rudolf Smend - a mais expressiva figura desta escola: a Constituição é a ordenação
jurídica do Estado ou da dinâmica vital em que se desenvolve a vida estatal.
• Como existem espaços livres do direito e direito sem Estado, há espaços do Estado
não alcançados pela normatividade constitucional. Afirmação polêmica. Para
Häberle: todo poder do Estado provém dos cidadãos, a Constituição deve ser prévia
ao Estado.
• Mas o Estado não é uma totalidade imóvel, há de visto como um fenômeno espiritual
em permanente configuração.
• O Estado é uma realidade, numa revivescência contínua. A vida do Estado (Smend)
depende do permanente desejo de coesão.
• Smend: a combinação específica dos órgãos não é mera repartição de poderes, mas
uma repartição de participações.
• Sendo o Direito Constitucional uma positivação das possibilidades e funções
próprias do mundo do espírito, o intérprete encarará a Constituição como algo
dinâmico, que se renova continuamente.
• A Constituição não só permite, como exige, uma interpretação extensiva e flexível.
• É da natureza das constituições abarcarem os seus objetivos de um modo
simplesmente esquemático. Nisso se diferenciam os enunciados constitucionais dos
demais enunciados legais – pela sua elasticidade e capacidade de
autotransformação, de regeneração e preenchimento das próprias lacunas.
• Tanto o Direito quanto Estado e a Constituição são vistos como fenômenos culturais
ou fatos referidos a valores. A integração é o fim supremo.
5.4.1.5. Método Normativo-Estruturante
• Parte da premissa de que existe uma implicação necessária entre o programa
normativo e o âmbito normativo, entre os preceitos jurídicos e a realidade que eles
intentam regular. A própria normatividade se evade dos textos e busca apoio fora do
ordenamento tornar eficazes os seus propósitos normalizados.
• A norma (e o texto da norma) não é produzida pelo seu texto: resulta de dados
extralinguísticos de tipo estatal-social; do funcionamento efetivo e da atualidade
efetiva do ordenamento constitucional às motivações empíricas em sua área de
atuação; e fatores que não há como fixar no texto da norma.
• Não é o teor literal de uma norma que efetivamente regulamenta um caso concreto,
mas todos aqueles que elaboram, publicam e fundamentam a decisão reguladora
junto a outros meios metódicos que ajudam na sua concretização.
• O Direito Consuetudinário também evidencia isso, por não se apresentar sob a
forma de textos definidos.
• Decisões não se baseiam apenas no texto da norma, são elaboradas com ajuda de
materiais legais, manuais didáticos, comentários e estudos monográficos, de
preceitos e de subsídios do direito comparado.
• O aplicador do direito deverá somar, aos elementos resultantes da interpretação do
programa normativo, os que decorram da investigação do seu âmbito normativo. O
teor literal de qualquer prescrição de direito positivo é apenas a “ponta do iceberg”, o
restante, é constituído pela situação normada.
• Konrad Hesse: a interpretação constitucional é concretização. A realidade
elucida/completa o que não aparece de forma clara no conteúdo da Constituição.

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