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Aula 05 Tectonica intraplaca continental

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Michelle Cunha Graça 1 
 
Aula 05 29/03/2011 
 
TECTÔNICA INTRAPLACAS CONTINENTAL 
 
- Plumas atuando abaixo da crosta continental 
- Efeitos e processos geológicos, geofísicos e econômicos 
- Introdução: O diacronismo tectônico 
- Domos continentais – Fase pré-rifte 
- Riftes continentais – Fase sin-rifte 
- Fase pós-rifte 
 
 Transformações na crosta podem gerar novos produtos, novos tipos de rochas, 
novas estruturas; e ao gerar esses novos produtos, pode-se ter anomalias geofísicas e 
interesses econômicos associados. 
 Associar a tectônica (causa) com as rochas e estruturas (efeitos) a resposta 
geofísica e aos interesses econômicos é o objetivo dessa aula. 
 Magnetometria e Gravimetria são um dos métodos usados para achar 
anomalias geofísicas no oceanos. 
 O campo gravitacional terrestre é inversamente proporcional ao quadrado da 
distância. Então, ao analisar uma estrutura intraplaca oceânica, por exemplo, um 
platô, localizado no assoalho oceânico, teremos anomalias gravimétricas e magnéticas 
positivas. Essa estrutura, por ser mais elevada que o relevo circundante está mais 
próxima da superfície, fazendo com que provoque essas anomalias. Assim, quanto 
maior a distância, menos o campo e vice-versa. Essas estruturas oceânicas intraplaca 
podem dar anomalias geofísicas positivas. 
 Entretanto, a intensidade varia (alta, intermediária, baixa), dependendo muito 
da variação da profundidade. 
 Assim, dentro dos oceanos pode ter anomalias geofísicas positivas associadas a 
estruturas intraplaca oceânicas. 
 Obs.: Uma dorsal é uma estrutura de limite de placa. 
 
 INTRAPLACA CONTINENTAIS: Como é que as plumas ao chegarem abaixo da 
crosta continental pode gerar processos magmáticos, sedimentares, anomalias 
geofísicas e cenários de interesse econômico? 
 Quando uma superpluma originada na base do manto (D'') passa pelos óxidos, 
aumenta de volume e ramifica, atinge a base da crosta continental em diferentes 
intervalos de tempo e em diferentes pontos da crosta. Exemplo: Rochas vulcânicas de 
1,9 bilhões de anos na Amazônia; Rochas vulcânicas de 1,8 bilhões de anos em Goiás; 
Rochas vulcânicas de 1,75 bilhões de anos na Bahia. As idades muito próximas e o 
vulcanismo com uma semelhante composição mineralógica indicam um mesmo cenário 
de pluma, chegando em diferentes épocas. → DIACRONISMO: são crostas diferentes e 
quantidades de calor de diferentes intensidades. Então, esses efeitos não são 
sincrônicos, são diacrônicos. O diacronismo está também em escala interplanetária: por 
exemplo, Vênus e Terra. Ambos planetas estão no sistema solar, porém Vênus é menos 
evoluído que a Terra. 
 Na Terra, podemos identificar o diacronismo nos oceanos em crescimento 
(Atlântico) e os oceanos que estão em fase de encolhimento (Pacífico). Podemos 
identificar também nas diferentes zonas: Há lugares que tem rifte, outros que estão em 
colisão, etc. Assim, o ciclo de Wilson está agindo diferenciadamente nos tempos atuais: 
a Terra é um sistema diacrônico. 
 Existe também o diacronismo em escala local: O rifte do Recôncavo apresenta 
zonas mais abertas e outras zonas menos abertas; A bacia do recôncavo tem petróleo e 
a bacia Tucano que está próxima, não apresenta petróleo. 
 Origem de rochas: Geoquímica + Geologia de campo + Geologia de laboratório. 
Michelle Cunha Graça 2 
 
Saber se ela vem de uma subducção, de um arco, de uma pluma, etc. Os elementos 
terras raras = DNA da rocha (indica sua origem)* Obs.: Sistema de falhas normais está 
associada a uma zona de distensão; mas não indica a origem das rochas. O que indica é 
a geoquímica. 
 Os riftes mesozóicos brasileiros (a partir de 200 milhões de anos) formados a 
partir de um mesmo cenário de pluma que também formou o oceano Atlântico. No 
entanto, os riftes brasileiros não chegaram na fase de Mar, apesar desse mesmo evento 
ter criado um que atualmente é o oceano Atlântico. → Diacronismo. Assim, podemos 
dizer que teve um lugar em que a energia e a crosta facilitaram a abertura do rifte. 
 Bacias bem sucedidas: evoluíram para oceano 
 Bacias abortadas: começaram o ciclo mas não chegaram em oceano. 
 O diacronismo também está presente na sedimentação de cada local. Na bacia 
do Recôncavo, por exemplo, não tem petróleo em toda a bacia. 
 Um dos fatores para o diacronismo estar presente em bacias é a relação entre a 
crosta e a força, que em cada bacia, não são iguais. É particular de cada bacia. Existe 
bacia com embasamento de gnaisse formada a partir de sedimentos, outra bacia com 
embasamento de gnaisse formada a partir de rochas do arco continental, outra com 
gnaisse de rochas de um arco de ilhas; assim a origem da crosta, a espessura, não são 
as mesmas. Então a taxa de abertura também não o será. 
 O que abre a crosta? 01. Força 02 Crosta. 
 A crosta depende da espessura, da composição e da estrutura. Uma crosta 
espessa e isotrópica (sem descontinuidade estrutural, sem orientação) ao receber uma 
força, essa força é distribuída igualmente em todos os pontos. Porém se a crosta tem 
zonas de fraqueza, a crosta vai abrir com mais facilidade e preferencialmente nessa 
zona de fraqueza ( falhas, descontinuidades, etc). 
 Há ainda também a intensidade dessa força: tem de haver uma relação estre 
essas duas variáveis. 
 FASES DE ABERTURA/ CICLO DE WILSON: 
 01.Domo ou Pré-rifte; 02. Fratura; 03. Rifte; 04. Golfo; 05.Mar 
 As fases 01, 02, e 03 são da crosta continental (intra continente) e as fases 04 e 
05 são fases da crosta oceânica. 
 Não são todas as vezes que a pluma ao chegar na litosfera continental vai gerar 
as fases de Domo e de Fratura. A depender, pode gerar diretamente a fase Rifte. 
 Todos os processos geológicos tem uma velocidade em que ocorrem (“time”). Ter 
ou não as fases de Domo e Fratura dependem da velocidade do processo de distensão. 
Existem lugares em que ocorrem todas as fases lentamente. Mas também existem 
lugares em que o rifte é demorado e existem lugares em que a fase rifte foi curta, 
rápida. Essas diferenças se refletem nas características das bacias inclusive se pode ou 
não haver a ocorrências de petróleo. 
 Na bacia do Recôncavo, por exemplo, houve uma lenta fase de rifte. A bacia pré-
rifte recebia lentamente os sedimentos e afundava lentamente. Ao sedimentar o arenito 
de reservatório, foi possível o aparecimento de petróleo do recôncavo. 
 Assim, podemos concluir que a velocidade (“time”) de um processo geológico é 
fundamental. E podemos concluir que o ciclo de Wilson é um modelo e que nem sempre 
é igual em todas as suas fases. Depende da intensidade da pluma e da resposta da 
crosta. 
 Se a crosta continental tiver muitas falhas, o rompimento é facilitado e 
consequentemente mais rápido. Se a crosta continental é fina, tem muitas falhas e a 
pluma é muito quente, então o processo é extremamente rápido. É o que, por exemplo, 
acontecia muito no Arqueano: as crostas eram muito finas e o calor era intenso. 
 O controle da sedimentação nem sempre está ligado com a tectônica. Existem 
outros fatores importantes, como o nível do mar, a rocha fonte, o clima, etc.

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