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Michelle Cunha Graça 1 Unidade II Regimes Distensivos e transtensivos e Ambientes Tectônicos associados. - Regimes Distensivos: Bacias de riftes continentais; Bacias de margem continental passivas (Tectônica Intraplaca – plumas); Bacias Back-Arc (Tectônica de Placa – subducção). - Regimes Transtensivos : Bacias de Pull-apart – Tectônica de Placas: Subducção e colisão. - Estudo dos Riftes continentais: Formação e evolução; Estruturas; Principais sequências sedimentares (litologia); Possibilidades vulcânicas. O ambiente que mais existe o movimento de transcorrência é a colisão, pois, ambas as placas tectônicas apresentam mesma densidade, fazendo com que a subducção seja difultada favorecendo a transcorrência. Numa falha pode ocorrer o fenômeno de transpressão não ocorrendo formação de bacias: ao longo da descontinuidade a crosta é comprimida. Nessa mesma falha, com diferença do sentido dos vetores-esforço, pode ocorrer o fenômeno de transtensão. Localmente há movimentos distensivos podendo ocorrer a formação de bacias. Há movimento de transcorrência ao longo de toda a falha, mas em uma certa zona que acontece a transtensão, ocorre distensão. O que controla esses movimentos são as heranças da crosta. Bacias de Rifte (começo do Ciclo de Wilson): É uma bacia controlada pelo estiramento da crosta (tectônica distensiva) apresentando falhamentos normais e verticais. Uma pluma ao chegar na crosta continental pode causar o efeito de domo e ao redor, bacias de sinéclise. Com a continuação do processo ao longo de um tempo geológico a crosta diminui significativamente de espessura por estar localmente acima da pluma. A isoterma da astenosfera de 1400ºC ascende fazendo com que a crosta se estirasse e rompesse com um consequente afinamento da mesma. Se o sistema evoluir ele se transformará ao longo de determinado tempo, em crosta oceânica. Uma bacia de rifte apresenta várias possibilidades de evolução. Um rifte pode evoluir para uma bacia de margem passiva, se tranformando em parte em crosta oceância e em parte em bacia de margem passiva (Exemplo: Brasil). Um rifte que não evolui é chamado de abortado. Um outro destino para uma bacia de rifte é ser deformada através de tectônica reflexa. As falhas normais passam a ser falhas inversas e os sedimentos sofrem metamorfismo e deformações. Assim, se um rifte estiver próximo de uma zona de colisão, o seu destino é se transformar em uma faixa dobrada. Um outros destino está associado a descida da isoterma que anteriormente estava elevada (podendo criar vulcânismo, plutônismo) com uma consequente subsidência térmica (esfriamento). Assim, uma fase rifte pode se transformar em uma sinéclise (uma depressão pós-rifte); chamada de fase pós-rifte. Podemos concluir que todas as bacias marginais brasileiras tem a fase rifte, pois estas são uma evolução do próprio rifte. Um rifte que não evoluiu para crosta oceânica são riftes mal sucedidos pois a dinâmica da Terra tem como objetivo a liberação de calor, e esta liberação de calor é mais intensa nos eixos das dorsais. Porém, um rifte mal sucedido não fica estagnado e pode evoluir para uma bacia de subsidência térmica e pode evoluir para uma faixa dobrada. A liberação de calor em um rifte é através das falhas. Junção Tríplice e o Aulacógeno: A cabeça de uma pluma localizada abaixo da crosta continental causa fraturas em todas as direções e principalmente em três direções. Porém a distribuição dos esforços não é a mesma nas falhas. Então dois braços de fraturas evoluem para oceano formando riftes bem sucedidos e se tranformando posteriomente em dorsais. O braço que não evoluiu, ou seja, o rifte mal sucedido é Michelle Cunha Graça 2 chamado de aulacógeno. É um rifte que foi formado simultaneamente ao oceano localizado nas proximidades. Assim, a tectônica é de pluma. O rifte está associado ao oceano – ambos estão ligados através do tempo geológico em que foram formados. Exemplo: Mar Vermelho e os Riftes Africanos (aulacógeno). Há 10m.a. esse processo está se desenvolvendo (datação através de crosta oceânica). No entando esse não é o único sistema de formação de riftes. Há riftes nos continentes sem a ligação direta com os oceanos. As estruturas principais de uma bacia de rifte continental são as falhas verticais e normais da fase de distensão; as falhas transferentes (um tipo de falha transformante); falhas lístricas. Os sedimentos localizados nos horsts são sedimentos pouco profundos e com um menor espessamento. Os Horsts são chamados de altos estruturais e são utilizados como referência para separação de bacias e também são usados na dividão das próprias bacias (divididas em sub-bacias). Os grabens são as partes mais baixas do embasamento das bacias. Assim, o que um geofísico analisa em uma bacia primeiramente, é a quantidade de horsts e de grabens – zonas altas e baixas do embasamento. Em áreas de horsts o efeito geofísico gravímetrico e magnético se elevam e as ondas tem um menor tempo de trânsito devido a menor profundidade (contraste sísmico devido a descontinuidade sedimento/embasamento). Nos grabens o inverso ocorre: a densidade média é menor, a magnetometria é menor e o tempo de trânsito da onda sísmica é maior (descontinuidade sedimento/embasamento). Acima das estruturas de grabens, a possibilidade sedimentar é maior. A sedimentação é mais espessa e pode ser mais diversificada, e por isso pode ser mais interessante econômicamente (água, petróleo, etc). Por exemplo, podem existir cinco camadas intercaladas de arenitos e folhelhos em um graben enquanto que pode existir somente uma camada de folhelho e uma camada de arenito acima de um horst. Na exploração pode-se poluir, por exemplo, três camadas no graben e ainda existirem duas camadas não poluídas enquanto que no horst isso não é possível. A possibilidade exploratório no graben é mais vantajosa. Se existir água subterrânea nas bacias, no horst por ser menos profundo, tem mais possibilidade de poluição devido a atividades agrícolas e etc. No graben as camadas mais rasas podem estar poluídas mas as camadas mais profundas podem não estar. Existem também riftes mais rasos que outros e riftes mais profundos que outros. Nos riftes mais profundos e nos grabens que há maior probabilidade de formação de petróleo. Um rifte raso não vai ter folhelhos de água profunda, ou seja, não vai ter a formação do gerador. Modelo dominó: Jogo de falhas que mergulham numa mesma direção com blocos de tamanhos similares. Falhas normais numa bacia de rifte. Falhas lístricas: Resultam em refletores. Entre cobertura e embasamento. As falhas lístricas mostram a localização da base da crosta. Esta parte inferior da crosta está mais quente por causa do efeito da pluma. As falhas lístrica indicam uma perda de rigidez (rúptil) e ganho de plasticidade (dúctil). Assim, na parte inferior da crosta não é favorável a formação de petróleo por causa do excesso de calor que pode transformar o petróleo em gás. E se as falhas entrarem em contato com a superfície, este gás se propaga e se perde na atmosfera. Assim, na parte superior as falhas são normais de alto ângulo e à medida que estas falhas vão para a base da crosta dúctil esses ângulos vão se tornando baixos e paralelizando com as falhas principais. A taxa de estiramento em uma bacia é diferenciada devido a intensidade da pluma que localmente varia e também devido as características da crosta que não é homogênea ao longo da bacia (estrutura e composição). As falhas normais e verticais que são as primeiras falhas a se formarem e são paralelas à estrutura da bacia em mapa, ou seja, perpendiculares aos esforços distensivos.A diferença desses esforços ao longo da bacia rotaciona a estrutura originando as falhas transferentes, que são falhas mais novas que as normais/verticais. Estas falhas surgem como um tipo de acomodação da diferença de esforço. O sistema de falhas transferentes é transversal à bacia. Essas Michelle Cunha Graça 3 falhas servem de conduto para o óleo e também auxiliam na divisão da bacia em sub- bacias. Na Bacia do Recôncavo existem duas falhas principais: as Falhas de Itanagra e Matacatu. Com os movimentos de translação das falhas verticais e normais e com o movimento de rotação das falhas transferentes, sedimentos que antes eram horizontalizados podem se transformar em sedimentos inclinados sofrendo o fenômeno de basculamento. Este fenômeno é muito importante na geração de petróleo. Basculamento Antitético: sistema de falhas normais que mergulham em direção a um quadrante e os sedimentos mergulham em direção ao quadrante contrário. Basculamento Sintético: sistema de falhas normais e sedimentos mergulhando em direção ao mesmo quadrante. Outras estruturas muito importantes de uma bacia de rifte são os domos formados de argila (principalmente). A argila é um material com propriedades plásticas que se adapta quando sofre algum tipo de esforço. Se, por exemplo, no fundo de uma bacia há uma grande deposição de argila, e se houver uma grande deposição de sedimentos nessa bacia, pode-se comprimir lateralmente esse material argiloso formando um diápiro. Este diápiro ao ascender pode causar deformação e dobramentos nas rochas sobreadjacentes. Esses diápiros são importantes na pesquisa de petróleo porque podem criar dobramentos localizados de sedimentos. Se existirem camadas impermeáveis ao redor, o petróleo fica preso na camada inclinada de areia. Assim, o diápiro cria uma condição estrutural favorável para petróleo e o sistema sedimentar que origina o diápiro. O domo de argila é geralmente mais leve que as rochas adjacentes, assim, esse domo cria anomalias gravimétricas negativas e fechadas. Podem também existir domos de sal, apesar de ser mais comum os domos de argilas nessas bacias. Então pode existir dobras não muito intensas dentro de um rifte: por escorregamento (slump), diapirismo e tectônica reflexa. Taxas de sedimentação elevadas podem produzir dobras. Resumindo: as estruturas podem apresentar dobras, falhamentos, diapirismo e basculamento. Numa bacia de rifte poderá ser encontrado vários tipos de falhas, sendo as principais falhas as normais e depois transferentes. Existem ainda os subtipos: lístricas, dominós, duplex. Poderá ocorrer diapirismo. Localmente podem existir dobras, basculamento e superfícies de discordância quando existe intervalo de tempo entre as camadas sedimentares. Sedimentação: Variando a sedimentação também pode apresentar anomalias geofísicas. As principais sequências sedimentares de uma bacia de rifte: pré-rifte, sin- rifte e pós-rifte (megasequências). Material da litosfera em volume: 10% de rochas sedimentares e 90% de rochas cristalinas (ígneas + metamorficas). Na superfície terrestre: 75% são rochas sedimentares e 25% são rochas cristalinas. Os sedimentos do planeta: 80% são rochas lamosas (argila/folhelho), 13% são arenitos e 7% são rochas carbonáticas. A grande maioria dos sedimentos do planeta é argila por causa que estas são resultado do intemperismo químico do SiAl (rochas graníticas da crosta). São resultado do intemperismo químico dos feldspatos e plagioclásios que predominam na crosta. Material terrígeno: material que veio do SiAl, do continente, embasamente. É formado de areia, argila e suas misturas (grânulos). Assim, as argilas e siltes se depositam nas bacias através dos processos de intemperismo químico e decantação. A decantação ocorre em períodos de calmaria, ou seja, períodos em que não há movimentação das falhas. Então as argilas entram nas bacias por suspensão e se depositam por decantação. As areias e os grânulos se depositam por rios e por arrastes. Esse material terrígeno predominam nas bacias de rifte. Em uma planície desértica, ou seja, em um ambiente eólico, há a ocorrência de arenitos puros por causa da seleção dos grânulos causada pelos ventos (arenitos eólicos). Essas argilas são levadas para uma bacia com um lago, formando folhelhos orgânicos. Os folhelos orgânicos formam os geradores e os arenitos eólicos formam os reservatórios. Exemplo: Recôncavo. Michelle Cunha Graça 4 O gerador da fase rifte é o gerador do recôncavo e de toda a margem passiva brasileira. O reservatório que muda. Os materiais autigênicos são formados dentro da bacia. Os materiais terrígenos são levados para dentro da bacia. A fonte dos sedimentos na fase pré-rifte é o próprio domo/embasamento. Na fase rifte também: os próprios horsts são erodidos e foram os sedimentos. -> Sedimentos terrígenos. À medida que vai erodindo o relevo vai sendo mudado, vai se aplainando. O material autigênico é formado de forma diferente: material precipitado. A água está concentrada em íons de cálcio, sódio, magnésio, cloro etc. Numa determinada condição de temperatura, concentração dos íons, pH, eH, vai precipitar quimicamente esses íons e formar o material autigênico: cálcarios, evaporitos etc. Mas esses materiais em uma bacia de rifte podem ocorrer em uma pequena proporção e na fase de pós-rifte. Nas imediações da platarforma e planície a vida é abundante (algas, corais, foraminíferos, conchas etc) com um sistema biogênico favorável para a formação de calcários (margem continental passiva). Entre a terra alta (nascente de rios e fonte de sedimentos) e a bacia existe uma planície. Os sedimentos da área-fonte se transportam em busca de uma depressão por causa da gravidade. Essa depressão pode ser um rifte, uma plataforma continental, um lago. As planícies tem diversos tamanhos. A declividade também pode variar. Nem todas as bacias de rifte (e nem toda uma bacia de rifte) tiveram a fase pré- rifte, depende da quantidade de energia da pluma e das características da crosta. Numa fase pré-rifte o domo foi o local em que recebeu maior quantidade de calor da pluma; era a fonte de sedimentos. Na fase rifte o domo é a parte que a crosta mais afina por causa da maior taxa de estiramento e também a parte mais profunda formando os baixos estruturais pois esta é mais falhada. Sendo assim, a sedimentação da fase pré-rifte está localizada na bacia de sinéclise das adjacências do domo e que na fase rifte se transforma na parte mais elevada no rifte. Assim podem existir áreas com somente pré-rifte, áreas com pré-rifte e áreas sem pré-rifte. Uma área que não tem sedimentação pré-rifte pode ter sido na época de sinéclise a área-fonte. Assim, podemos concluir que nem toda bacia de rifte teve a fase pré-rifte, e quando teve a fazer de pré- rifte, pode não ocorrer ao longo de toda a bacia. Não vai ter sedimentação pré-rifte em áreas em que na fase pré-rifte eram os altos magmáticos (domos) e vai ocorrer a sedimentação pré-rifte nas áreas em que eram as bacias de sinéclise na fase pré-rifte (ao lado do domo) e que na fase rifte estão localizadas nas partes mais rasas. As bacias do estágio de pré-rifte são de um modo geral bacias rasas comparadas com a largura; a largura é muito maior que a profundidade; bacias largas com uma pequena profundidade. Se há a ocorrência de água formando um lago, será um lago de água rasa. Esses lagos apresentam argilas vermelhas impuras e oxidadas, pobres em matéria orgânica (não tem interesse econômico). São materias avermelhados, que devido a pouca profundidade do lago, o oxigênio do ar penetra e oxida essas argilas. À medida que há deposição dos sedimentos,o domo vai sendo erodido. Se o nível de base desce, pode ser mandado para dentro da bacia um aporte sedimentar arenoso e se nível de base sobe, há deposição de argila novamente. Então, para cada camada de argila dentro do pré-rifte, uma subida no nível da água está associada, como se fosse uma transgressão; e para cada camada de areia está associado uma descida no nível de base como se fosse uma regressão. Assim, pode-se encontrar sedimentos lacustrinos intercalados com sedimentos fluviais e na fase intermediária: fluviolacustrino. Recôncavo: Uma grande parte do topo erodiu com entrada de areia fluvial. De repente, o clima muda para desértico, transformando os arenitos em arenitos eólicos. O reservatório do recôncavo é o arenito eólico da fase pré-rifte. O clima que era úmido passou a ser desértico. Em um clima árido há a seleção das areias aumentando a pureza das mesmas através dos ventos. Se transforma em um bom reservatório de óleo. No recôncavo, tectônicamente, o reservatório foi formado primeiro que o gerador. O gerador é formado na fase rifte (não é formado na fase pré-rifte pois é uma bacia muito rasa). Michelle Cunha Graça 5 Então, na fase pré-rifte há uma predominância de materia lacustrino raso, fluvial, fluvio-deltáico e fluvio-eólico. A fase de domo é uma fase movida pela tectônica de epirogênese: vai lentamente subindo a área do domo (que recebeu mais calor) e vai lentamente descendo a área adjacente ao domo, que se transforma é uma bacia de flexura. Há também lenta erosão do domo e lento preenchimento sedimentar da bacia de flexura. Ou seja, não é uma tectônica aguda, é uma tectônica lenta. Essa tectônica lenta associada à descida e a subida do nível de base e uma mudança radical climática (clima úmido para um clima desértico) formam o sistema sedimentar do estágio pré- rifte. A sedimentologia não é muito diversificada. Não tem rocha vulcânica. A seção pré-rifte está diretamente em contato com o embasamento. Existe diferença de velocidade entre as areias eólicas e areias fluviais por causa da diferença de porosidade; o mais poroso dará uma velocidade menor. A depender da coluna se encontrarmo argilas e areias intercaladas, de um modo geral as argilas tem velocidade sísmica menor; e entre os corpos arenosos, a velocidade menor será o que detém maior porosidade. Se apresenta falhamento também terá menos velocidade. Saindo da fase pré-rifte e entrando na fase rifte, apresentam maior quantidade de falhas as áreas em que se localizavam os domos e que na fase pré-rifte eram as áreas mais elevadas, e na fase rifte se transformam nas áreas mais profundas e falhadas (apresentavam maior calor e maior pressão). As partes mais elevadas do rifte eram as bacias de sinéclise da fase pré-rifte e que na fase de rifte vão apresentar sedimentação do pré-rifte. Na nova etapa geológica, há construção de sequências sedimentares nas regiões que não tinham sedimentação pré-rifte, ou seja, antigas áreas de domo. A taxa de estiramente nas áreas dos antigos domos são mais elevadas, ou seja, na fase rifte essas áreas terão uma maior quantidade de falhas, sendo estas mais profundas; na área em que há sedimentação pré-rifte a quantidade de falhas é menor, sendo estas menos profundas. Assim, nas áreas mais profundas (antigos domos) se formam lagos profundos e quando a tectônica fica estagnada, sem movimentação das falhas do rifte, há deposição de argilas. Essas argilas são verdes, cinzas e pretas, cheias de matéria orgânica; esse é um ambiente não-oxidante, ou seja, redutor. Se o lago apresentar vida, essas argilas decantam ricas em matéria orgânica e formam o gerador. De repente, uma falha do rifte se movimenta e deposita os chamados leques de conglomerados dentro dos folhelhos orgânicos alterando a geofísica do local. Os folhelhos orgânicos indicam períodos de calmaria, e cada movimentação de falha indica os leques de conglomerados. Na Bacia do Recôncavo os folhelhos são chamados de Cadeias. Há deposição de argila mas também há erosão das partes altas fazendo com que mude a morfologia. Com a descida do nível do lago pode haver a deposição de turbiditos. Turbiditos são misturas de silte e/ou argila e/ou areia e/ou material grosseiro conglomerático. Esses corpos entram nos folhelhos quando há diminuição do nível de base e/ou quando há pertubação tectônica. Eles formam um segundo tipo de reservatório: gerador lado a lado com o reservatório. São os reservatórios da fase sin- rifte de lagos profundos. Porém, petróleo em turbiditos é uma controvérsia pelo fato de ser um material impuro, com seus poros preenchidos pelas argilas e siltes. Isso é explicado atraves do fato de que os turbiditos sofrem uma seleção granulométrica através de correntes de contorno que ocorrem dentro dos lagos/mares. Uma outra explicação seria uma seleção por gravidade. Pode ainda ocorrer carbonatos dentro do lago, causando mudanças na velocidade sísmica. Assim, num ambiente de lago profundo 90% é folhelho, os outros 10% pode ser conglomerados de borda de falha, turbiditos, e alguns leques de calcário de lago continental. O relevo é mudado por causa da erosão das partes altas e do preenchimentos das partes profundas. A topografia vai mudando ao longo do tempo, com tendências de aplainamento, formando uma planície. Existem fases: encosta, rampa e planície. Quando há a existência de rampas, passa de sedimentação lacustrina para sedimentação delta-lacustrina. Quando a bacia está praticamente plana, entra é Michelle Cunha Graça 6 fluvial. Assim, o topo de rifte não tem mais praticamente sendimentos profundos. Na parte mais profunda do rifte predomina argilas, na parte intermediária ao invés de sedimentos lacustrinos há predominância de sedimentação deltáica; e nas partes mais rasas há predominância de sedimentação fluvial. Preenchimento + Erosão = mudança de relevo = mudança de sedimentação Possibilidade de fase pós-rifte (depende da taxa de aquecimento e da taxa de esfriamento): As áreas da bacia que absorveram mais calor ( com as variáveis quantidade de calor, tempo geológico e tipo de rocha), na fase pós-rifte há um processo de resfriamento. A isoterma de 1400ºC que estava elevada, começa a descer. Há de se analisar, porém, que a absorção de calor na crosta foi diferenciada, então a isoterma não desce de maneira uniforme. A área da crosta que absorveu mais calor sofre um processo mais intenso de resfriamento do que as outras áreas, fazendo com que fiquem em maiores profundidades do que as áreas que absorveram menos calor. Essa subsidência térmica da crosta resulta numa sinéclise. A fase de pós-rifte não apresenta falhamentos e os estratos são subhorizontais; pois, se não tem falhas não apresenta basculamento; ao contrário da fase de rifte que apresenta falhas podendo ocorrer a movimentação das mesmas tendo como consequência o basculamento dos estratos sedimentares. Assim, apresenta uma discordância angular entre a fase de rifte e a pós-rifte resultando em refletores (truncamento estrutural). Não apresenta vulcânismo. Qual o material da seção pós-rifte? Depende. O oceano pode entrar formando um mar continental raso. Grandes pacotes de folhelhos marinhos, de calcário e de sal não vão ocorrer; vão ocorrer pequenas camadas. Pode ocorrer camadas de cálcario, camadas de evaporitos (a depender do clima), camadas de areias finas e argilas e fósseis marinhos. Se o mar não entrou, a sedimentação do pós-rifte é clástica terrígena e depende do clima e da altura da área-fonte: arenitos, folhelhos, conglomerados e misturas. O mar pode entrar, sair e entrar. A sedimentação é mista. O pós-rifte se encontra no topo da sequênciaestratigráfica. Às vezes a bacia é tão rasa/fina que a erosão atua na sedimentação do pós-rifte fazendo com que atualmente esta fase não exista mais.
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