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Aula 12 Bacias de margens continentais passivas

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Michelle Cunha Graça 1 
 
Aula 12 – 26/04/2011 
 
BACIAS DE MARGENS CONTINENTAIS PASSIVAS 
 
- Fundamentos 
 -Margens Passivas e tempo geológico 
 -Morfologia MCP 
 -Aspectos geológicos gerais: Cobertura; Embasamento 
 -Evolução e Diacrônismo: Principais sequências sedimentares; 
Diferenças geológicas e importâncias econômicas. 
 
 Períodos de fragmentação na Terra causados por efeitos de plumas causam, em 
algumas áreas, riftes. Esses eventos de 1,9Ga, 1,7Ga criaram riftes na Bahia, Goiás, 
Minas Gerais, Chapada Diamantina, Guimarães, etc. Outras fases de pluma ocorreram 
fazendo com que outros riftes se originassem dentro dos continentes, e também outros 
riftes evoluíram para margens continentais passivas indicando que algum desses riftes 
evoluiu para oceano. A última etapa de pluma foi entre 150-200m.a. formando muitos 
riftes como: Recôncavo, Tucano, Araripe, etc, e formou também o atual Oceano 
Atlântico. No caso das bacias de margens continentais passivas brasileiras, foram 
formadas nesse período Mesozóico na separação do Gondwana. Todas as bacias de 
margem passiva evoluíram de um rifte. 
 A morfologia de uma margem passiva é bastante específica: plataforma 
continental, talude continental e sopé. A pesquisa de petróleo brasileira está 
fundamentalmente localizada na plataforma e no talude. Antes da plataforma se 
localiza também a planície. As diferenças dessas estruturas se encontram na 
inclinação, na largura e na profundidade. O ângulo de inclinação da plataforma é baixo, 
em torno de 1 a no máximo 10º; o ângulo de inclinação do talude pode chegar em torno 
de 20º e no sopé o ângulo volta a diminuir, sendo um ângulo intermediário (diferenças 
topográficas). O comprimento da plataforma continental brasileira está em torno de 
150 a 200 km. Existem lugares que essa largura é mínima (8 km), enquanto que há 
lugares em que a largura é máxima (350 km). Por exemplo, na região de Salvador, a 
largura da platarforma é mínima enquanto que na Foz do Amazonas essa plataforma 
tem largura máxima de 350 km (diacronismo). A plataforma continental não tem um 
relevo contínuo, apresentando irregularidades. Pode apresentar altos na sua topografia 
causados por magmatismo (domo magmático), ou pode apresentar altos de estrutura 
biológica como recifes de corais, atois, etc. Pode apresentar também depressões 
chamados de vales incisos. São formados através da descida do nível do mar com 
consequente descarga de sedimentos (e chuvas) fazendo com que escavem uma 
determinada área da plataforma. Acontece o mesmo com o talude continental: ele não é 
contínuo, reto, contendo também irregularidades. O talude pode ocorrer abaixo de 
3000m de lâmida d’água. Por isso é complicado explorar petróleo no talude: às vezes 
pode ocorrer que além dos 3000m de lâmina d’água há também 3000m de sedimentos, 
tendo no total 6000m de profundidade. A essa profundidade a pressão é muito elevada 
(pressão hidráulica + pressão litostática). No geral o talude apresenta maior ângulo de 
inclinação que a plataforma e também apresenta menor extensão: a largura média do 
talude é menor do que 100km e a largura média da plataforme é em torno de 200km. 
Pode apresentar elevações magmáticas, mas apresenta, principalmente, vales incisos. 
No talude é mais difícil apresentar estruturas biogênicas por causa da profundidade 
que dificulta a penetração dos raios solares, do oxigênio, etc. Porém, vale ressaltar que 
essas propriedades dependem de outros fatores. As estruturas biogênicas se 
proliferarão em ambientes em que haja calor adequadado, presença de alimentos, ou 
seja, um ambiente que ofereça condições favoráveis para a multiplicação da vida. É 
mais provável que isso aconteça na plataforma continental, mas não é em todas as 
 
Michelle Cunha Graça 2 
 
plataformas em que isso ocorre; e ainda pode ocorrer de forma diferenciada. As 
estruturas magmáticas também ocorrem onde a taxa de calor é mais elevada e também 
em locais da crosta com maior taxa de estiramento. Ou seja, não significa que o calor foi 
distribuído de maneira uniforme e nem que a taxa de estiramente foi igual 
(diacronismo). O sopé continental limita a crosta continental da crosta oceânica. O sopé 
tem uma declividade maior que a da plataforma, porém menor que a do talude. A 
profundidade média de lâmina d’água do sopé é a maior de todas. A lâmina d’água do 
sopé pode variar de 3000 a 5000 metros. Logo, o embasamento da plataforme e do 
talude é continental. E à medida que saimos do talude e entramos na crosta 
continental, a crosta aumenta sua espessura por causa da tectônica distensiva. 
 A sedimentação nessas estruturas dependem muito da rocha-fonte, da 
distância, da declividade, to tamanho da rocha-fonte, do clima, do nível do mar, etc. 
Assim, a relação fonte/bacia é diferente de lugar para lugar pela quantidade de 
variáveis que determina o funcionamento desse sistema. Esse é um dos motivos da 
exitência do petróleo pós-sal. As bacias de Santo, Campos e Espiríto Santo apresentam 
como rocha-fonte as Serras do Mar e da Mantiqueira. Quando o nível do mar desce e há 
um elevado volume de chuvas, há deposição dos turbiditos que são os reservatórios do 
pós-sal. 
 De lugar para lugar, nas margens continentais, o embasamento não é uma linha 
reta. Contém elevações magmáticas, biogênicas e tectônicas (horsts). Essas elevações 
causam diferenças na sedimentação. Assim, o embasamento é afinado e falhado. 
Muitas dessas falhas são preenchidas por diques de rochas básicas. A composição do 
embasamento também é diferente em diferentes lugares e apresentam uma herança de 
zonas de fraqueza, etc. 
 No início do estiramento, as falhas normais e verticais tem algo ângulo. À 
medida que o estiramento evolui, ocorre o surgimento de falhas lístricas, que indicam a 
passagem para uma crosta mais quente e mais dúctil, ou seja, uma crosta mais 
profunda. Está mais plática pois com o passar do tempo geológico, a crosta resfria, 
subside e estira fazendo com que a astenosfera fique mais próxima e esquente a crosta 
tornando-a mais plástica. Assim, passando de um regime rúptil para um regime dúctil 
há uma mudança na geometria das falhas. 
 A separação do supercontinente Gondwana foi diacrônica. Devido as diferentes 
características da crosta (composição e estrutura) e as diferentes taxas de calor 
(distribuição desigual do calor), as taxas de estiramento também foram diferenciadas. 
A evolução das bacias são diacrônicas: diacronismo distensivo. Devido a geometria e a 
distribuição dos vetores de velocidade de distenção, numa área da região Nordeste 
brasileira houve rotação/transcorrência. Assim, as sequências sedimentares serão 
diferentes em cada região. As possibilidades de sequências na margem continental 
passiva são: pré-rifte, rifte - rifte, transicional (rifte sag - sinéclise) - golfo, mar 
raso/nerítico, mar transgressivo, mar regressivo → DRIFTE – mar. 
 Há 237m.a. começou o fraturamento do supercontinente de Gondwana. A 
separação começou no Sul, pois a taxa de calor era maior nessa área. A elevação 
magmática comecou no Sul. Ao lado de uma elevação sempre tem uma depressão. 
Assim, a sequência pré-rifte não se encontra em todas as bacias, principalmente nas 
bacias do Sul e do Sudeste. E a sequência de pré-rifte, pela lógica, se encontra nas 
bacias localizadas ao lado do Sul e Sudeste. A seção rifte se encontra em todas as 
bacias, porém as seções rifte são diferentes. Não são as mesmas por causa do tempo de 
evolução: riftes construídos lentamente, rapidamente e moderadamente. Esse é um dos 
motivos para Campos deter 85% do petróleo nacional. A evolução do rifte foi 
relativamente lenta. Existem riftes pouco ou muito evoluídos na espessura, nalargura 
e no comprimento. Existem rifte com diferentes deposições de folhelhos e às vezes não 
apresenta camada de folhelhos; existem riftes com diferentes arenitos, com diferentes 
rochas vulcânicas, etc. Ou seja, o sistema geológico não é o mesmo. Na fase rifte e pré-
rifte, a água, quando existente, é água doce. Na fase drifte, a água é salgada, e na fase 
de transição a água é salobra. O pós-sal se encontra na fase drifte e o pré-sal se 
 
Michelle Cunha Graça 3 
 
encontra na fase transicional. A bacia de Campos tem o pré-sal e o pós-sal. A fase de 
transição é a passagem do fim do rifte para as primeiras incursões marinhas. A 
abertura do Gondwana se iniciou pelo Sul. Assim, quando o Sul do Brasil já existia 
crosta oceânica, a parte Sudeste ainda estava em rifte continental, por exemplo, (125-
120m.a.). A passagem do mar para o rifte continental depende da existência de uma 
conexão. Se o rifte continental apresentar uma barreira, o mar fica impedido de 
penetrar no rifte. Essa barreira pode ser um alto estrutural ou um domo magmático. 
No caso do Brasil, o alto chama-se Alto do Florianópolis. Assim, o mar fica impedido de 
penetrar na bacia, batendo e voltando na barreira. Enquando o mar não penetra na 
bacia de rifte, a bacia vai evoluindo, preenchendo de sedimentos, aumentando a 
quantidade de camadas sedimentares e consequentemente de espessura, as partes 
altas vão sendo erodidas, etc. Por enquanto que o mar não adentra, a bacia é 
preenchida por água doce. Num determinado tempo geológico, essa barreira é vencida. 
Uma das causas é o resfriamento. O domo magmático, após um certo tempo geológico, 
vai sofrer uma subsidência térmica; e também há ainda a erosão marinha. As 
primeiras incursões marinhas (o mar não entra de vez) mistura a água doce contida na 
bacia com a água salgada do mar. 
 A bacia de rifte com água de lago continental continha muitos caramujos e com 
a entrada da água salina do mar, altera as condições físicas, químicas, pH, eH, etc, do 
ambiente em que viviam e então, esses caramujos começam a morrer. Nas partes altas 
e erodidas do fim do rifte, ou seja, nas partes mais rasas, aonde os raios solares e o 
oxigênio do ar penetravam no lago continental, viviam os caramujos e outros tipos de 
vida. Com as incursões marinhas, a água começou a ficar mais salina provocando a 
morte dos caramujos. Com a morte dos caramujos (que se alimentam de algas) e com as 
mudanças das características da água, começam a se proliferar os tapetes algais. Esses 
tapetes algais que marcam o fim da fase rifte e o início da fase de transição, formam o 
reservatório do pré-sal. Nas partes mais profundas do rifte é mais difícil apresentar 
tapetes algais, por causa dos raios solares e do oxigênio. Assim, podemos concluir que o 
reservatório do pré-sal não é contínuo, já que só se formou nos horsts dos riftes. Por 
isso é preciso uma avaliação na Bacia de Campos para saber aonde estão localizados os 
tapetes algais que formam o reservatório. Esses tapetes algais estão controlados pelos 
altos do embasamento. Pode existir água quente e ácida localizada nas falhas da fase 
rifte, subir e ao chegar aos tapetes algais causar processos de dissolução aumentando a 
porosidade dos microbiolitos. Assim, é importante o mapeamento desses planos de 
falhar, pois, provavelmente, nos contatos, os microbiolitos terão maior porosidade. À 
medida que a água do mar vai vencendo a barreira e penetra no continente, a água vai 
se tornando cada vez mais salina. Num determinado tempo geológico, o clima muda 
para desértico. Com a mudança do clima, a taxa de evaporação da água fica intensa e a 
concentração de sal aumenta por causa da incursão marinha. Assim, o sal começa a 
precipitar formando a camada de sal. Estratigraficamente, a camada de microbiolitos 
está localizada abaixo da camada de sal, ou seja, os microbiolitos são o reservatório do 
pré-sal. Ambas as camadas estão na fase de transição. Nas áreas mais profundas, a 
camada de sal pode apresentar cerca de 2000m de espessura. O relevo do fim da fase 
rifte que controla a espessura da camada de sal. Nos horsts a espessura é menor e nos 
grabens a espessura é maior. Por isso a camada de sal pode variar de 200 a 2000m de 
espessura. Assim, a camada de sal é muito irregular. 
 A zona de transição apresenta também outros tipos de rochas, como: folhelhos 
(subida do nível do mar), vulcanismo (taxa de estiramento), calcário (temperatura e 
profundidade da água), arenitos (descida do nível do mar), etc. Ou seja, a sequência de 
transição é relativamente curta, mas com a possibilidade de apresentar vários tipos de 
camadas. Todas essas diferentes deposições são controladas pelo nível do mar. Existem 
também lugares em que estão mais profundos, outros mais rasos. Há bacias que tem 
camadas de espessuras muito diferentes de sal e há bacias que não existe a camada de 
sal. Possivelmente, essas bacias que não apresentam, quando o clima estava árido, o 
mar não penetrou no rifte. A existência da camada de sal só ocorre até Sergipe por 
 
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causa que a região mais ao Norte sofreu transpressão. Nem todas as bacias apresentam 
camada de sal e microbiolitos. 
 Microbiolitos: Os tapetes algais nasciam, porém os caramujos comiam e não 
deixam se proliferar. À medida que a salinidade foi aumentando os caramujos não 
aguentaram e morreram. Com a morte dos caramujos os tapetes algais de proliferaram 
e formam os microbiolitos. 
 O nível do mar combinado com a variação do relevo pode depositar folhelhos e 
arenitos.

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