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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE 
CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS 
DEPARTAMENTO DE ECONOMIA 
CURSO DE GRADUAÇÃO EM DIREITO 
DISCIPLINA: Economia Política – ECO0120 
DISCENTE: Robson Felipe de Lima Junior 
 
História Econômica Geral – Alexandre Saes e Flávio Saes 
Resumo: tópicos 10.2.2 e 10.3.2 
 
10.3.2 Alemanha 
 As precondições para a industrialização, de acordo com Richard Tilly apud Saes, foram 
o papel da tecnologia estrangeira e sua imitação na Alemanha. Além da reforma agrária na 
Prússia e a criação de uniões alfandegárias. Esse processo articula com a unificação da 
Alemanha em um Estado nacional. 
 A reforma agrária prussiana teve por objetivo o fim da servidão pessoal e a definição de 
direitos individuais de propriedade da terra. No mundo feudal não havia a propriedade absoluta 
da terra, o camponês possuía a posse dela, mas esta pertencia ao senhor. Após a reforma agrária, 
os camponeses obtiveram uma pequena parte da terra, insuficiente para o seu sustento, o que 
fomentou o surgimento de uma classe proletária rural, que agora precisariam procurar trabalhos 
assalariados não agrícolas, estimulando, portanto, movimentos migratórios nesse período. 
 A criação de uniões alfandegárias estimulou a formação de um amplo mercado 
integrado, fortalecendo as relações comerciais entre vários estados. Esse crescimento do 
comércio induziu o impulsionamento da construção de ferrovias, que, segundo Tilly, foram o 
principal fator para a aceleração da industrialização alemã, pois, além de intensificarem a 
integração do mercado, as ferrovias estimulavam a produção de material ferroviário no próprio 
país, ao invés de importar do Reino Unido. 
 Em poucos anos a Prússia deixou de importar material ferroviário para produzir o 
suficiente para abastecer o mercado interno e ainda exportá-lo. As ferrovias induziram, também, 
a extração de carvão e a produção de ferro e aço, além de mudanças no setor de tecidos por 
meio da mecanização de fábricas. 
 Alguns anos depois, o já formado Estado alemão adotou o protecionismo tarifário, que 
aplicava tarifas não só a produtos industriais (química, elétrica e aço), mas também a produtos 
agropecuários (grãos e carnes). A indústria local foi prejudicada com as tarifas sobre produtos 
primários, mas compensou-se com o protecionismo à própria indústria e pela formação dos 
carteis. 
 
 Após 1870, a indústria pesada (carvão, siderurgia, engenharia pesada, química e 
eletricidade) era primordial no crescimento da economia, como já definido no período anterior, 
mas agora aparece a figura das grandes indústrias, as chamadas sociedades anônimas (S.A.), 
que figuravam, entre 1887 e 1907, 80% das cem maiores empresas industriais nacionais. Junto 
com as S/As cresceu a prática de carteis e a formação de oligopólios; estima-se que em 1907 
25% da produção industrial estavam submetidas a acordos desse tipo, que na época não eram 
ilegais. 
 A Alemanha se tornou a principal potência industrial da Europa às vésperas da Primeira 
Guerra Mundial. 
 
 
10.3.2 Estados Unidos: industrialização na América 
 
 Diferentemente dos outros países da Europa e da Ásia, os Estados Unidos da América 
se ergueram como ex-colônias inglesas, isso quer dizer que não haviam heranças feudais, o que 
já evitou diversos problemas. Foi em um cenário de pequenos proprietários e de uma incipiente 
atividade artesanal que nasceria a maior potência industrial do planeta. 
 Nos anos imediatamente posteriores à independência o país ainda não apresentava 
aspectos favoráveis ao surgimento da grande indústria. A abundância de terras, a falta de 
integração do mercado nacional e a concorrência com o Reino Unido foram as principais 
barreiras que impediram o surgimento da indústria na época, além do número reduzido de 
habitantes, que, vivendo em sua grande maioria no campo, não ajudavam a formação de um 
mercado consumidor substancial. 
 Após sua segunda guerra contra a Inglaterra, os EUA tiveram um grande salto 
quantitativo em sua produção, embora depois de reestabelecida a paz e restaurado as 
importações britânicas tivesse suas indústrias sufocadas novamente. Após 1816 o Estado 
retomou seu protecionismo e a ligação do território nacional por meio da navegação fluvial 
tornou mais favorável a produção industrial, com maior especialização em cada região do país. 
 Com o mercado interno integrado, surgiu o avanço das estradas de ferro que, em 
conjunto com o transporte fluvial, permitiram a organização da indústria do ferro, de madeira e 
de máquinas, além do avanço do setor têxtil. Posteriormente, a rápida multiplicação de sua 
população, com intensa urbanização e alta taxa de educação técnica da população faziam o país 
avançar a passos largos. 
 Após a década de 80 o país possuía o maior mercado consumidor do mundo. Via-se 
também diversas descobertas tecnológicas revolucionárias; Henry Ford sintetizou seu famoso 
sistema de produção em massa nas indústrias americanas. 
 Enfim, com 100 milhões de habitantes e uma alta renda per capita, o país era um 
verdadeiro mercado de massas. A enorme taxa de industrialização permitiu um papel 
proeminente dos Estados Unidos da América na Primeira Guerra Mundial, quando definiria por 
muito tempo, com seus suprimentos bélicos e alimentícios, lugar de primazia na lista das 
maiores potências econômicas do planeta. Mas por quanto tempo? 
 
REFERÊNCIAS 
SAES, Flávio Azevedo Marques de; SAES, Alexandre Macchione. História Econômica 
Geral. São Paulo: Saraiva, 2013.

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