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Técnicas Básicas Para Exame Físico

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Blog Consulta de Enfermagem 1 
 
 
Blog Consulta de Enfermagem 2 
 
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Técnicas básicas do 
exame físico 
 
 
 
 
 
 
 
Conheça o Blog 
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https://www.facebook.com/ConsulltaDeEnfermagem 
 
 
Blog Consulta de Enfermagem 3 
 
 
 
Exame físico é o ato ou processo de inspecionar, palpar, percutir e 
auscultar determinadas regiões do corpo e seus respectivos 
sistemas, a fim de detectar alterações no organismo, bem como 
avaliar as condições psicológicas do cliente, visando obter 
informações significantes para a enfermagem, que possam 
subsidiar de maneira eficiente a assistência prestada ao cliente. 
 
Unido à anamnese, o exame físico bem realizado é insubstituível na 
formulação de hipóteses diagnósticas, interpretação de exames, tomada de 
decisões e estabelecimento de uma relação saudável com o cliente. 
Quando realizado corretamente, ao demonstrar presença ou ausência de 
anormalidades, oferece elementos que auxiliam a testar as hipóteses 
produzidas, indica novas hipóteses, ou mesmo define patologias não 
previamente identificadas ou alterações de significado clínico importantes. 
O exame físico em si, é composto por quatro técnicas básicas: 
1. Inspeção; 
2. Palpação; 
3. Percussão; 
4. Ausculta. 
Contando ainda com o uso do olfato e de alguns aparelhos e instrumentos 
simples (p.ex. estetoscópio, oftalmoscópio, lupa, fita métrica, termômetro, 
espátulas). 
Algumas precauções/observações são importantes para uma execução 
satisfatória e segura. São elas: 
 Higienização das mãos; 
 Uso de EPIs em situações especiais (o uso de luvas deve ser obrigatório 
ao lidar com lesões cutâneas e cavidade bucal); 
 Esquema vacinal da hepatite B (devido ao contato direto com pacientes); 
 Observar o posicionamento do paciente, solicitando-o que colabore e 
respeitando sua privacidade; 
 Sempre que possível, realizar o exame no sentido céfalo-caudal, 
evitando interrupções. 
 
Propedêutica do exame físico 
Blog Consulta de Enfermagem 4 
 
1 INSPEÇÃO 
 
Conhecida também como ectoscopia, é o primeiro procedimento 
executado e consiste na observação detalhada do cliente utilizando a visão (e, 
como auxílio, o olfato e a audição). Na inspeção investigamos toda a superfície 
corporal acessível que se mantêm em contato com o exterior. 
A inspeção tem início logo no primeiro contato com o cliente, na 
anamnese (histórico de enfermagem), onde se observam dados importantes 
quanto à condição física, atitude, posições, estado mental, emocional etc., e 
prossegue durante todo o exame clínico. 
Pode ser realizada a olho nu, ou com auxílio de uma lupa, podendo ser: 
 Panorâmica – Visão do corpo inteiro. Não muito utilizada, mas 
necessária no reconhecimento de dismorfias ou transtornos do 
desenvolvimento físico. 
 
 Localizada – Maior utilização, realizada por meio da análise de 
segmentos corporais e áreas restritas. 
 
 Estática – Observando o cliente em repouso. 
 
 Dinâmica – Observando os movimentos corporais. 
 
 Frontal – Olhando frente a frente para a região analisada (modelo 
padrão). 
 
 Tangencial – Olhando tangencialmente a região (modo correto para 
analisar pequenos movimentos e depressões/abaulamentos). 
 
Para realizar uma boa inspeção, é importante levar em conta algumas 
recomendações: 
 
 Dispor de ambiente confortável, iluminação adequada, de preferência luz 
de cor branca, intensa (para melhor visualizar alterações, como p.ex. 
cianose e icterícia de grau moderado), e bom foco luminoso para análise 
das cavidades (lanterna); 
 
 Examinar o paciente inteiramente, descobrindo a região a ser 
inspecionada, atentando para o pudor do paciente. Assim, deixa-se à 
Blog Consulta de Enfermagem 5 
 
mostra apenas a área a ser examinada no exato momento, mantendo-se 
cobertas as demais partes do corpo - o que oferece privacidade ao 
cliente; 
 
 Conhecer as características normais da área a ser avaliada, bem como 
a anatomia, o que possibilita reconhecer possíveis anormalidades; 
 
 É recomendável sistematizar a inspeção de modo a realizá-la no sentido 
céfalo-caudal/crânio-caudal; 
 
 É de fundamental importância avaliar minuciosamente aspectos como: 
 
o Estado geral: Avaliação da aparência do paciente, classificando-
o em Estado Geral Bom (EGB), Estado Geral Regular (EGR) ou 
Estado Geral Crítico (EGC); 
 
o Nível de consciência: O paciente está lúcido? Consciente? 
Orientado? Seu diálogo é conexo ou desconexo? 
 
o Estado nutricional: Analisar se o cliente aceita bem a 
alimentação por via oral, se faz uso de sonda ou suporte 
nutricional, se está hidratado, desidratado, caquético, etc; 
 
o Linguagem: Notar se o paciente comunica-se verbalmente e/ou 
apenas gesticula, sua expressão facial, se está afônico, disártico, 
afásico; se há taquilalia; 
 
o Movimentação e postura: O paciente deambula? Sua marcha é 
normal? Faz uso de cadeira de rodas? Qual a posição que ele 
prefere permanecer? Esta posição tem relação com a dor ou 
desconforto? 
 
o Pele e mucosas: Avaliar possível palidez, cianose, descamação, 
coloração da pele, xerostomia, xerodermia, prurido, icterícia, 
perfusão periférica, exoftalmia, enoftalmia, tireóide, linfonodos, 
simetria, estado dos pés, etc. Verificar se a pele está pegajosa ou 
há presença de lesões ou ferimentos; 
 
o Higiene: Observar a presença de sujidades, odores, etc. 
 
 
 
Blog Consulta de Enfermagem 6 
 
2 PALPAÇÃO 
 
É uma etapa complementar à inspeção, onde confirmamos os dados e 
obtemos novos indícios por meio do tato, da pressão e da audição (como 
auxílio), utilizando a palma das mãos, uni ou bimanual, ou com a ponta dos 
dedos. 
Tem como principal objetivo a identificação de alterações na 
temperatura, umidade, textura, espessura, volume, tamanho, formas, 
consistência, posições e características de estruturas, sensibilidade (tátil, 
térmica e dolorosa), elasticidade, resistência muscular, presença de massas, 
edemas, nódulos, frêmitos, etc.; podendo ser realizada de maneira superficial 
(objetivando explorar a superfície corporal) ou profunda (avaliação de órgãos 
internos). 
Existem variados métodos de palpação, onde a realização depende 
bastante do local de atuação. Segue abaixo, as diferentes formas, bem como 
suas variantes: 
 
o Palpação com a mão espalmada: realizada com toda a palma de 
ambas as mãos, ou de uma única mão. 
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o Palpação bimanual: com uma das mãos sobrepondo-se à outra. 
 
 
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o Palpação com a borda da mão. 
 
 
o Palpação com a mão espalmada: utilizando-se apenas as polpas 
digitais e a parte ventral dos dedos. 
 
 
 
o Palpação com as mãos em garra: utilizada na avaliação do fígado. 
 
 
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o Palpação com o dorso dos dedos ou das mãos. 
 
 
 
o Palpação por dígitopressão: realizada com a polpa do polegar ou 
indicador. Comprime-se uma área visando encontrar dor, avaliar a 
circulação cutânea, presença de edema... 
 
 
 
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o Palpação em pinça: usa-se o polegar e o indicador formando uma 
‘pinça’. 
 
 
 
o Puntipressão: comprimindo um objeto pontiagudo em um ponto do 
corpo. 
 
 
 
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o Vitropressão: comprime-seuma lâmina de vidro contra a pele, o que 
permite analisar a área através da lâmina. 
 
 
 
o Fricção com algodão: com uma mecha de algodão, roça-se levemente 
a pele observando a reação do paciente. 
 
 
 
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Alguns pontos importantes: 
 
 São utilizadas regiões diferentes das mãos, que devem permanecer 
sempre limpas, secas e aquecidas. Aqueça-as friccionando-as uma 
contra a outra antes de iniciar o procedimento, para evitar desconforto e 
alteração do relaxamento muscular; 
 
 Cuidado especial com o tamanho das unhas. Elas devem ser curtas, 
evitando deixar marcas na pele do paciente; 
 
 Deve ser inicialmente superficial, aprofundando-se, especialmente no 
abdome de acordo com as necessidades do exame; 
 
 Na análise da textura, aparência e tamanho da estrutura, o indicado é 
utilizar as pontas dos dedos; 
 
 Na avaliação da temperatura, utiliza-se o dorso das mãos e dos dedos; 
 
 As áreas de articulações e as vibrações são detectadas precisamente 
com as palmas das mãos. 
 
 Para avaliar a sensibilidade dolorosa, bem como analisar telangiectasias 
tipo aranha vascular utiliza-se a puntipressão. 
 
 A vitropressão tem como principal aplicação a distinção entre eritema (a 
vermelhidão na pele apaga-se após a pressão) e púrpura (a mancha 
vermelha permanece após a pressão). 
 
 A fricção com algodão avalia a sensibilidade da pele, como p.ex. na 
investigação da hanseníase. 
 
 Em superfícies ósseas, através da compressão digital pode-se detectar 
a presença do sinal de Gorget, que provoca uma depressão na região 
comprimida, mostrando um comprometimento da circulação naquele 
local. 
 
 Outro método é a palpação bimanual combinada, onde há utilização 
do dedo e das polpas digitais, como p.ex. no exame das glândulas 
salivares, onde o dedo indicador é introduzido na boca, ao mesmo 
tempo que as polpas digitais (com exceção do polegar) da outra mão 
palpam a área externa à procura de projeção da glândula. Faz parte do 
exame ginecológico, proctológico e urológico. 
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 Há ainda o método conhecido como pesquisa de flutuação, onde 
aplica-se o dedo indicador da mão esquerda sobre um lado da 
tumefação existente, ao mesmo tempo em que se coloca o dedo 
indicador da outra mão no lado oposto, exercendo sucessivas 
compressões perpendicularmente à pele. Se houver líquido, a pressão 
determinará um leve rechaço do dedo da mão esquerda, ou seja, 
flutuação. 
 
 
3 PERCUSSÃO 
 
 
É a realização de golpes em determinadas áreas do organismo, 
permitindo, por meio das vibrações emitidas, analisar sua tonalidade, 
intensidade e timbre, visando detectar resistência, presença de ar, líquidos ou 
fibroses, bem como determinar o tamanho dos órgãos na estrutura anatômica 
que foi percutida. 
Cada percussão estabelece um som inerente à estrutura, com 
característica própria, que é influenciado pela intensidade da percussão e 
constituição do corpo que vibra como p.ex. uma parede com espessa camada 
de gordura pode vir a dificultar a avaliação. Quanto mais densa a área 
percutida, maior, menos discernível, e mais breve será o som. 
O ambiente deve ser silencioso e o paciente deve ser posicionado de 
modo adequado para a região a ser percutida. O examinador deve estar 
confortável para realizar movimentos amplos em várias direções. 
 
Os tipos de percussão são: 
 
 Percussão direta – Com os dedos fletidos, simulando um martelo, 
utiliza-se as pontas dos dedos e golpeia-se diretamente a região-alvo. 
 
Os golpes são realizados pela articulação do punho, são movimentos 
secos, seguidos e rápidos. 
 
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 Percussão dígito-digital – Repousa-se o dedo médio da mão NÃO-
dominante sobre a região a ser analisada enquanto a borda ungueal do 
dedo médio da outra mão realiza golpes sobre a base dessa falange 
distal. 
 
 
Obs.: A palma da mão não deve repousar sobre a região, pois 
abafa o som. É preciso deixa-la suspensa, colocando apenas o 
dedo médio sobre a região a ser avaliada, sem esforço, mantendo 
a mesma força durante a percussão, para comparar exatamente 
os sons. 
 
O dedo que golpeia é o plexor, e o que recebe o golpe é o 
plexímetro. 
 
Aconselha-se executar dois golpes seguidos, secos e rápidos, 
levantando-se o plexor imediatamente após o segundo golpe. O 
cotovelo permanece fixo, angulo de 90º, enquanto o punho faz o 
movimento. 
 
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 Percussão com a borda da mão – Com os dedos estendidos e unidos, 
golpeia-se a região a ser avaliada com a borda ulnar da mão, 
pesquisando por sensações dolorosas aos golpes. 
 
 
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 Punho-percussão – Com a mão fechada, utilizando a borda cubital, o 
examinador golpeia a região em análise observando se há sensação 
dolorosa. 
 
 
 
 
A percussão com a borda da mão e a punho-percussão são utilizados no 
exame físico dos rins, golpeando a área onde o órgão se projeta (regiões 
lombares). Avalia-se o surgimento de dor, sugestivo de pielonefrite (lesões 
inflamatórias das vias urinárias altas). 
 
 
 Percussão piparote – O examinador golpeia o abdome com piparotes 
utilizando uma das mãos, enquanto a outra mão permanece espalmada 
na região contralateral, procurando captar ondas líquidas chocando-se 
contra a parede abdominal. Esta técnica é utilizada na pesquisa de 
ascite. 
 
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Os sons obtidos da percussão variam de pessoa para pessoa, e devem 
ser treinados previamente antes de percutir no doente, para que haja uma 
familiarização com os sons. 
 
São classificados em quatro tipos: 
 
 
 Maciços – É o som obtido ao percutir regiões desprovidas de ar, como 
órgãos maciços ou em presença de processo patológico, como tumores 
e derrames. Acompanha sensação de dureza ou resistência. 
 
Regiões: Coxa, nível do fígado, coração, baço. 
Para treinar: O som maciço é referente ao som obtido ao se percutir a 
cabeceira da cama, uma parede, ou um bloco de madeira. 
 
Blog Consulta de Enfermagem 18 
 
 Submaciço – Variação do som maciço, observado nos limites entre as 
vísceras maciças e ar, por exemplo, limite dos pulmões com fígado. 
 
 Timpânicos – Regiões fechadas, recobertas por uma membrana 
flexível; com ar. Acompanha-se de sensação de elasticidade. É uma 
sonoridade ampliada, como quando se percute uma câmara gástrica, 
pneumotórax ou pulmões hiperarejados. 
 
Regiões: Abdominal: Intestinos ou espaço de Traube (fundo do estômago). 
Para treinar: É obtido percutindo uma caixa vazia ou um pequeno tambor. 
 
 Claro pulmonar – Obtido na percussão de regiões arejadas dos 
pulmões. Depende da presença de ar dentro de alvéolos e demais 
estruturas pulmonares. 
 
Regiões: Obtido ao se golpear o tórax normal. 
Para treinar: Obtêm-se ao percutir um colchão de mola, caixa contendo 
pedaços de isopor, ou um livro grosso sobre uma mesa. 
 
Os sons maciço, timpânico e pulmonar são os três tipos fundamentais. É 
importante treiná-los para adquirir experiência em sua identificação, bem como 
utilizar a percussão no corpo humano normal para análise de diferenciação. 
 
 PONTO IMPORTANTE: 
 
o Presença de macicez nas regiões laterais e inguinais: 
O examinador percute o abdome do paciente (em decúbito dorsal) 
podendo evidenciar a existência de macicez nas regiões laterais e inguinais. 
Ocorrendo este achado, há a sugestão de líquido dentro da cavidade 
abdominal, ou seja,ascite. Porém, seu diagnóstico semiológico depende de 
outros sinais, como macicez móvel. 
o Macicez móvel: 
Sinal importante e significativo para diagnosticar semiologicamente a 
ascite. O paciente é percutido em duas posições: Decúbito lateral direito – 
onde se percutirá os flancos direito e esquerdo (nota-se macicez no flanco 
Blog Consulta de Enfermagem 19 
 
direito, e timpanismo no esquerdo). Logo após, avalia-se o Decúbito lateral 
esquerdo, percutindo-se os flancos (nota-se o oposto: macicez no flanco 
esquerdo e timpanismo no direito). 
Tal mudança de macicez indica que há presença de líquido na cavidade, 
visto que ele se desloca de um lado para o outro, de acordo com a 
modificação do decúbito. Sinal de ascite. 
 
 
 
4 AUSCULTA 
 
O ato de auscultar consiste em ouvir os sons e ruídos produzidos pelo 
organismo (que possuem amplitudes capazes de gerar vibração entre a sua 
origem e a superfície corpórea), observando o aparecimento de alterações. Por 
meio da audição, o examinador pode colher os dados precisos. 
É primordial na avaliação dos sistemas respiratório e circulatório, sendo 
útil na análise do abdome, perante a suspeita de abdome agudo e em 
condições que originem sopros vasculares. 
Blog Consulta de Enfermagem 20 
 
As vibrações obtidas são transmitidas para a superfície, podendo ser 
captadas de maneira direta ou indireta. 
 
 Ausculta direta: Os sons são captados diretamente do local auscultado 
pela orelha externa do profissional. 
 Ausculta indireta: A vibração sonora é captada indiretamente através 
de instrumentos, como estetoscópio, pinar... 
 
Os diferentes tipos de som variam de acordo com o órgão auscultado, por 
exemplo: 
 
 Pulmão: murmúrios vesiculares; 
 Coração: bulhas cardíacas; 
 Intestino: ruídos hidroaéreos. 
 
Em condições normais, as vísceras ocas do tubo digestório contêm, em seu 
interior, líquidos e gases, provenientes da ingestão e digestão dos alimentos. 
Tal conteúdo é constantemente agitado, misturado e impulsionado por 
movimentos segmentares e peristálticos, coordenados pelo sistema nervoso 
autônomo. A ação destes movimentos produz sons (ruídos hidroaéreos), que, 
normalmente, são audíveis apenas com uso do estetoscópio ou com 
procedimentos de ampliação de intensidade. 
Em situações patológicas, é possível observar modificações no 
comportamento dos ruídos hidroaéreos, como por exemplo: 
 
 No quadro de abdome agudo inflamatório, quando há comprometimento 
do peritônio, os ruídos podem desaparecer. 
 Na fase inicial da apendicite, os ruídos estão presentes, porém, quando 
evolui para peritonite, eles diminuem ou tornam-se ausentes – isto torna 
necessário que a ausculta seja demorada, por vários minutos. 
 Nos casos de infecção intestinal ou sangramento intralumial, com 
diarreia, é comum os ruídos ampliados em frequência e intensidade, 
juntamente com dores abdominais em cólica. 
 Também há intensificação dos ruídos na fase inicial de processos 
obstrutivos, onde são mais agudos e com timbre metálico. 
 
Blog Consulta de Enfermagem 21 
 
A partir do momento em que os ruídos são audíveis na ausculta direta, 
passam a ser chamados de borborigmos. Ex.: Roncos abdominais em 
pacientes com aerofagia. 
Além dos ruídos hidroaéreos, podemos encontrar sons provenientes de 
outros órgãos, como sopros abdominais, que podem surgir durante 
interrupções do fluxo laminar do sangue, no interior dos vasos arteriais 
intracavitórios (Ex.: aneurismas da aorta abdominal, placas ateromatosas nas 
ilíacas ou femorais, obstruções parciais de artérias renais). 
Os sons não-fisiológicos decorrentes de condições patológicas (secreções 
pulmonares, esteatose, de válvulas cardíacas) ou produzidos por interferências 
extremas (atrito de roupas) são denominados ruídos adventícios. 
São fatores que provocam erro na ausculta: apoio inadequado do 
instrumento sobre a pele; ausculta sobre roupas e pêlos; forte compressão; 
barulho ambiental e tremor muscular – favorecido pelo frio. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Blog Consulta de Enfermagem 22 
 
NOTA IMPORTANTE: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O OLFATO COMO RECURSO DIAGNÓSTICO 
 
Não é considerado tão importante quanto a inspeção, palpação, 
percussão e ausculta, porém, o sentido do olfato permite, também, obter dados 
relevantes por meio da identificação de odores como hálito, fezes, secreções, 
vômitos, escarros, etc., fornecendo uma indicação diagnóstica valiosa. 
Existem algumas enfermidades que exalam odores diferentes em decorrência 
da secreção de determinadas substâncias. Exemplos: 
 
 Hálito de uma pessoa que ingeriu bebida alcóolica; 
 Cetoacidose diabética que apresenta odor semelhante à acetona; 
 Coma hepático, onde o hálito apresenta cheiro de maçã estragada; 
 Doentes em uremia que apresentam hálito com cheiro de urina; 
 Halitose oral; 
 Ausência de cuidados higiênicos. 
 
O exame físico torna-se completo com a aferição dos sinais vitais: pressão 
arterial, frequência respiratória, pulso e temperatura. 
Em certas situações, ao final da investigação, torna-se importante a análise 
macroscópica de materiais como urina, fezes, vômito, escarro, e secreções, 
Para aqueles que ainda não desenvolveram habilidade na diferenciação dos sons 
durante a ausculta cardíaca e/ou pulmonar, clique aqui e tenha acesso a um 
programa educacional em ausculta torácica, produzido pela UNIFESP. 
Trata-se de um simulador de sons fisiológicos e patológicos. Acompanha ainda 
casos clínicos. Muito interessante para quem está iniciando/adaptando o método 
da ausculta. 
Blog Consulta de Enfermagem 23 
 
visto poderem oferecer contribuições valiosas para o diagnóstico, como por 
exemplo: 
 
 A urina pode apresentar diversas colorações devido à presença de 
bilirrubina ou demais substâncias; 
 Fezes podem conter sangue e muco na presença da síndrome 
desinteriforme, bem como podem apresentar tonalidade clara na icterícia 
colestática, e escura na hemolítica; 
 Em casos de obstrução pilórica, o vômito pode apresentar alimentos 
ingeridos há longo tempo, bem como aspecto e cheiro fecaloide em 
casos de obstrução alta do intestino delgado; 
 Se há presença de bile em drenos abdominais é indício de coleperitônio; 
 Pus em grande quantidade, eliminado pela tosse, está presente em 
abcessos pulmonares. 
 
É indiscutível a importância do exame físico, porém, a realização de 
exames complementares é, em determinadas circunstâncias, indispensável na 
confirmação de suspeita clínica, etiologia e avaliação de prognóstico. 
 
 
Blog Consulta de Enfermagem 24 
 
REFERÊNCIAS 
 
 
BARROS, A.; Anamnese e exame físico: avaliação diagnóstica de 
enfermagem no adulto. Porto Alegre: Artmed, 2003. 
ESCOLA MÉDICA VIRTUAL. Faculdade de Medicina de Botucatu. 
Disponível em: <http://www.emv.fmb.unesp.br>. 
LÓPEZ, M.; MEDEIROS, J. de L.; Semiologia médica: As bases do 
diagnóstico clínico. 5º ed. Rio de Janeiro: Revinter, 2004. 
PORTO, C. C.; Exame Clínico: Bases para a prática médica. 6º ed. Rio de 
Janeiro: Guanabara Koogan, 2008. 
POSSO, M.; Semiologia e Semiotécnica de enfermagem. 3º ed. São 
Paulo: Atheneu, 2003. 
VIANA, D. L.; PETENUSSO, M.; Manual para realização do exame físico. 
São Caetano do Sul, SP. Editora Yendis, 2009. 
Imagens: Google.

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