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Biofísica da Respiração Profa. Fátima P. Souza Respiração Objetivos Fornecimento de oxigênio aos tecidos Remoção de dióxido de carbono Ventilação pulmonar • Renovação cíclica do gás alveolar pelo ar atmosférico Difusão de O2 e CO2 entre os alvéolos e o sangue Transporte no sangue e nos líquidos corporais • O2 (dos pulmões para as células) • CO2 (das células para os pulmões) Regulação da ventilação Dividida em 4 eventos funcionais Anatomia do Sistema Respiratório Mecânica da ventilação pulmonar Mecanismos da ventilação Movimentos do diafragma para cima e para baixo Elevação e abaixamento das costelas * Pressões que causam a ventilação pulmonar O pulmão é uma estrutura elástica que colapsa como um balão e expele todo o ar pela traquéia toda vez que não há força para mantê-lo inflado. O pulmão flutua na cavidade torácica, cercado por uma fina camada de liquido pleural que lubrifica o movimento dos pulmões dentro da cavidade. Pressões que causam a ventilação pulmonar • é a pressão do líquido no estreito espaço entre a pleura visceral e a pleura parietal, há um leve sucção entre os folhetos, o que significa uma discreta pressão negativa. Durante a inspiração normal, a expansão da caixa torácica traciona os pulmões para fora com uma força maior e cria mais pressão negativa. Pressão Pleural • é a pressão do ar dentro dos alvéolos pulmonares. Devido a um influxo de ar para os alvéolos, a pressão em seu interior deve cair para um valor ligeiramente abaixo da pressão atmosférica, durante a inspiração normal. A pressão alveolar diminui cerca de – 1 centímetro de água. Pressão Alveolar • diferença entre a pressão alveolar e a pressão pleural Pressão Transpulmonar Pressões que causam a ventilação pulmonar Mudanças no volume pulmonar, pressão alveolar, pressão pleural e pressão transpulmonar durante a respiração normal Complacência Pulmonar É o grau de expansão que os pulmões experimentam a cada unidade de aumento da pressão transpulmonar. Pessoa de porte mediano Complâcencia pulmonar de 200ml/cmH2O Diagrama de Complacência dos Pulmões Relaciona as alteração do volume pulmonar às mudanças da pressão transpulmonar. cada diagrama é determinado pelas forças elásticas dos pulmões: • Força elástica do tecido pulmonar propriamente dito e; • Forças elásticas causadas pela tensão superficial do líquido que reveste as paredes internas dos alvéolos. As forças elásticas do tecido pulmonar são determinadas principalmente pelas fibras elastina e colágeno. Principio da tensão superficial Principio da tensão superficial: A superfície da água está tentando se contrair. Isto resulta numa tentativa de forçar o ar para fora do alvéolo através do brônquio e, ao fazer isso, induz o alvéolo a colapsar. O efeito geral é causar uma força contrátil elástica de todo o pulmão, que é chamada de força elástica de tensão superficial. O surfactante e seus efeitos na tensão superficial. É um agente ativo de superfície na água, o que significa que ele reduz bastante a tensão superficial da água. O surfactante é uma mistura complexa de vários fosfolipídios, proteínas e íons. Estes compostos são responsáveis pela redução da tensão superficial . Pressão em Alvéolos Ocluídos Causadas pela Tensão Superficial: se as vias aéreas que levam aos alvéolos pulmonares estiverem bloqueadas, a tensão superficial no alvéolo tende a colapsá-lo. Isto cria um tensão positiva alveolar na tentativa de empurrar o ar par fora, assim a pressão gerada pode ser calculada da seguinte forma: Pressão = 2x tensão superficial Raio do alvéolo Efeito da Caixa Torácica na Expansibilidade Pulmonar O trabalho de inspiração pode ser dividido em três frações: 1) Aquela necessária para expandir os pulmões contra forças elásticas do pulmão e do tórax, chamada de trabalho de complacência ou trabalho elástico; 2) Aquela necessária para sobrepujar a viscosidade pulmonar e das estruturas da parede torácica, chamada trabalho de resistência tecidual; 3) Aquela necessária para sobrepujar a resistência aérea ao movimento de ar para dentro dos pulmões chamada de trabalho de resistência das vias aéreas. Volumes pulmonares Volumes Pulmonares: Quatro volumes pulmonares quando somados são iguais ao volume máximo que os pulmões podem expandir 1) Volume corrente é o volume de ar inspirado ou expirado em cada respiração normal; a quantidade é de cerca de 500mL no homem adulto 2) O volume de reserva inspiratória é o volume extra de ar que pode ser inspirado acima do volume corrente normal quando uma pessoa inspira com força total; geralmente cerca de 3.000mL 3) O volume de reserva expiratório é o máximo volume extra de ar que pode ser expirado numa expiração forçada após o final de uma expiração corrente normal; normalmente cerca de 1.100ml. 4) O volume residual é o volume de ar que fica nos pulmões após a expiração mais forçada; este volume é de cerca de 1.200ml. Capacidades pulmonares 1) A capacidade inspiratória é igual ao volume corrente mais o volume de reserva inspiratório. É a quantidade de ar que a uma pessoa pode respirar, começando em nível normal e distendendo o pulmão a uma quantidade máxima (3.500ml). 2)A capacidade residual funcional é igual ao volume de reserva expiratória mais o volume residual é quantidade de ar que permanece nos pulmões no final de uma expiração nos pulmões no final de uma expiração normal; (2.300ml). 3) A capacidade vital é igual ao volume de reserva inspiratória mais o volume corrente mais o volume de reserva expiratória. É a quantidade máxima de ar que uma pessoa pode expelir dos pulmões após primeiramente enchê-los à sua extensão máxima (4.600ml). 4) A capacidade pulmonar total é o volume máximo que os pulmões podem ser expandidos com o maior esforço (5.800ml). É igual a capacidade vital mais o volume residual. Volumes e capacidades pulmonares Ventilação alveolar A ventilação pulmonar pode renovar continuamente ar nas áreas de trocas gasosas dos pulmões, onde o ar está em proximidade com a circulação sanguínea pulmonar. Essas áreas incluem: Alvéolos Sacos alveolares Ductos alveolares Bronquíolos respiratórios A velocidade com que o ar novo alcança essas áreas é chamada de ventilação alveolar Espaço morto e seu efeito na ventilação alveolar A parte do ar que uma pessoa respira nunca alcança as áreas de trocas gasosas porque simplesmente preenche as vias respiratórias onde não ocorrem trocas como o nariz, a faringe e a traqueia. Este ar é chamado de ar do espaço morto porque ele não é útil para as trocas gasosas. Na expiração, o ar do espaço morto é expirado primeiramente, antes de qualquer ar dos alvéolos alcançar a atmosfera. É desvantajoso para a remoção dos gases expiratórios dos pulmões. Em homem jovem é de 150mL. Intensidade da ventilação alveolar A ventilação alveolar por minuto é o volume total do ar fresco que penetra nos alvéolos a cada minuto É a frequencia respiratória multiplicada pela quantidade de ar fresco que entra nos alvéolos a cada inspiração VA = f x (VT – VD) Intensidade da ventilação alveolar Volume corrente = 500mL Espaço morto = 150mL Frequencia ventilatória = 12 ciclos/min VA= f x (VT – VD) VA = 12 x (500-150) = 4200mL/min Difusão dos gases Os gases com importância na fisiologia respiratória são moléculas simples, capazes de se moverem livremente umas por entre as outras. Essa movimentação recebe o nome de difusão. A fonte de energia é a própria energia cinética das moléculas. A direção da difusão do gás ocorre da área de maior concentração para a área de menor concentração. Difusão dos gases A pressão total de um gás é diretamente proporcional à concentração desse gás. Pressão parcial de gás 760mmHg 79% Nitrogênio 21% Oxigênio 79% de Nitrogênio 760mmHg (600mmHg) 21% de Oxigênio 760mmHg (160mmHg) Considerando uma mistura de gases: Pressões de gases dissolvidos em líquidos Determinada pela concentração e o coeficiente de solubilidade do gás. Pressão = [gás dissolvido] Coef. solubilidade Coeficientes de solubilidade O2 0,024 CO2 0,57 CO 0,018 N2 0,012 He 0,008 Difusão de gases entre a fase gasosa e o sangue Obedece a diferença de pressões do gás: Difusão do sentido de maior concentração para o de menor concentração do gás. CICLO RESPIRATÓRIO: INSPIRAÇÃO E EXPIRAÇÃO Homeostasia do meio interno - estado estacionário A ventilação é passiva em condições normais A obstrução de vias aéreas impede o movimento do ar Pressão de vapor da água Pressão que as moléculas de água fazem para escapar da superfície. Dependente da temperatura À 37°C corresponde a 47mmHg À 0°C corresponde a 5mmHg À 100°C corresponde a 760mmHg Difusão de gases nos tecidos Os gases respiratórios tem grande solubilidade em lipídios Solúveis em membranas celulares Velocidade de difusão na água Velocidade de difusão nos tecidos = água Composição do ar alveolar Composição do ar atmosférico é diferente do ar alveolar 1 - Ar alveolar é parcialmente substituído a cada ciclo 2 – Oxigênio é constantemente absorvido 3 – CO2 é constantemente difundido do sangue para os alvéolos 4 – O ar atmosférico é umidificado Velocidade de renovação do ar alveolar Capacidade residual funcional dos pulmões é de 2.300mL; Apenas 350mL de ar fresco são renovados; Muitos ciclos para substituição do ar. Pressão de O2 e CO2 nos alvéolos Concentração e pressão dos gases O2 Velocidade de absorção pelo sangue Velocidade que o novo O2 entra nos pulmões pela ventilação CO2 Velocidade de excreção do CO2 diretamente proporcional à ventilação Ar expirado Parcela de ar do espaço morto + parcela de ar alveolar Unidade respiratória Composto por bronquíolo respiratório, dutos alveolares, átrios e alvéolos. Unidade respiratória Paredes dos alvéolos extremamente finas e com extensas redes de capilares Lençol de sangue em movimento Gases alveolares ficam muito próximos do sangue Trocas gasosas ocorrem através de todas as membranas das porções terminais dos pulmões Membrana respiratória ou membrana pulmonar Membrana respiratória Espessura da membrana é de 0,2 a 0,6M A área total da membrana de um adulto é de 70m2 Quantidade total de sangue nos capilares pulmonares é de 60-140mL O diâmetro médio dos capilares é de 5M Hemácias passam apertadas Velocidade de difusão gasosa na membrana respiratória Espessura da membrana respiratória A área da membrana respiratória O coeficiente de difusão do gás na membrana A diferença de pressões entre os dois lados da membrana Capacidade de difusão na membrana respiratória Volume de gás que se difunde através da membrana a cada minuto, para uma diferença de pressões de 1mmHg. Capacidade de difusão para O2 e CO2 Capacidade de difusão O2 Homem jovem – 21mL/min/mmHg Exercício - 65mL/min/mmHg CO2 20X maior que O2 Repouso- 400- 450mL/min/mmHg EFEITO BOHR Quando Hb se liga ao O2, ela libera a proton H+ e; Quando desliga o O2 incorpora H+ EFEITO HALDANE Quando a Hb liga-se ao O2, sua afinidade pelo CO2 diminui e quando a Hb desliga-se do O2 sua afinidade pelo CO2 aumenta No pulmão HB se liga ao O2 e libera H+ CO2 que forma H. HCO2 que e eliminado No tecido HB libera O2 e se combina com H+ e CO2 Aspectos biofisicos do transporte de gase Exercícios 1) Descreva brevemente os dois mecanismos envolvidos na mecânica da ventilação pulmonar. 2) Calcule o volume da ventilação alveolar por minuto de Antônio, levando em consideração que, aos 72 anos, ele apresenta um volume corrente de 460mL, espaço morto de 180mL e uma frequência ventilatória de 10 ciclos/min. 3) Compare os fatores que afetam a velocidade de difusão dos gases respiratórios na água, nos tecidos e na membrana respiratória. 4) Comparando as diferenças de pressão de O2 e CO2 presentes nos capilares alveolares e no ar alveolar, descreva o sentido de difusão desses gases. 5) Descreve o efeito BOHR e HALDANE no transporte de O2 e CO2. Referência Guyton & Hall. Tratado de Fisiologia Médica.
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