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Disciplina Empreendedorismo e sustentabilidade Unidade 1: Empreendedorismo 1 Empreendedorismo e Sustentabilidade Unidade 1 : Empreendedorismo Disciplina Empreendedorismo e sustentabilidade Unidade 1: Empreendedorismo 2 Autor (a): Jácomo Chiaratto Jr capa por: kjpargeter/ Kues / Freepik Empreendedorismo e Sustentabilidade Disciplina Empreendedorismo e sustentabilidade Unidade 1: Empreendedorismo 3 Introdução................................................................4 1. O que é empreendedorismo...................................5 2. Empreendedorismo e suas Implicações..................8 3. Empreendedorismo no Brasil.................................9 4. O perfil empreendedor.........................................12 5. Tipos de empreendedores....................................13 6. Tipos de empreendimentos..................................15 Síntese da unidade..................................................18 Referência Bibliográfica...........................................19 Sumário Disciplina Empreendedorismo e sustentabilidade Unidade 1: Empreendedorismo 4 Nesta unidade você dará início ao aprendizado sobre empreendedorismo. Você vai saber como surgiu o con- ceito de empreendedorismo e sua importância para a evolução do desenvolvimento econômico, desde os primórdios da Revolução Industrial até sua influência nos mais modernos setores empresariais de hoje. Também ficará sabendo o que é preciso ter como ha- bilidade pessoal para iniciar e manter um empreendi- mento e quais os principais tipos de atividades empre- endedoras. Empreendedorismo Introdução Disciplina Empreendedorismo e sustentabilidade Unidade 1: Empreendedorismo 5 1. O que é empreendedorismo Empreender é pôr em prática uma ideia, aceitando o risco de realizá-la, ou seja, significa realizar algo de forma diferente e arcar com as consequências do ato. O sentido mais comum da palavra está associado à criação ou à inovação de negócios que visam lucro, mas também pode se aplicar a projetos culturais e organi- zações sociais filantrópicas. Pode-se dizer que pessoas que se propõem resolver problemas antigos ou novos de uma forma inédita ou inusitada estão empreenden- do. O significado de empreendedorismo sofreu mudanças ao longo do tempo, evoluindo conforme o período his- tórico. No início da revolução industrial, o economista Jean Baptiste Say (1767-1832) considerava a atividade do empreendedor como aquela que permeia todas as classes de produtores e entre estes e os consumidores. É o que faz mover as relações de produção, pois o em- preendedor tem a habilidade de realizar coisas, apro- priando-se do que é ignorado ou sabido pelos outros, criando ou recriando ideias, processos e produtos para reverter em benefício próprio. Para isso, assume risco e tem êxito no enfrentamento da incerteza. Na virada do século 19 para o 20, quando os grandes conglomerados empresariais começam a se formar e a dinâmica econômica torna-se cada vez mais ágil, o empreendedorismo passa a ser associado à noção de inovação. Sob essa conotação, o empreendedor é visto como desconstrutor de processos antigos, responsá- vel por tornar obsoletos padrões de produção e fontes de mercadorias que são paulatinamente substituídos por padrões mais eficazes e produtivos. Um exemplo prático desse processo são as inovações introduzidas por Henry Ford no sistema de produção de carros, or- ganizando sequencialmente a montagem dos veículos, dando origem ao conceito de linha de produção, o que provocou uma expansão considerável da escala de pro- dução. O economista Joseph Schumpeter sintetiza muito bem a função transformadora que o empreendedor assume Disciplina Empreendedorismo e sustentabilidade Unidade 1: Empreendedorismo 6 na sociedade, formulando o termo agente da destrui- ção criativa. O livro Capitalismo, Socialismo e Demo- cracia, de sua autoria, traz a seguinte definição: O impulso fundamental que inicia e mantém o movimento da máquina capitalista decorre dos novos bens de consumo, dos novos métodos de produção ou transporte, dos novos mercados, das novas formas de organização industrial que a organização capitalista cria. (...) ilustram o mesmo processo de mutação in- dustrial – usando um termo biológico – que incessantemente revoluciona a estrutura econômica por dentro, incessantemente destruindo a antiga, incessantemente criando a nova. Este pro- cesso de Destruição Criativa é o fato essencial sobre o capitalis- mo (SCHUMPETER, 1942, p. 83, in: MARIANO E MAYER, 2011. Tradução livre)1 Na sociedade contemporânea – com a revolução tec- nológica dos computadores e os equipamentos pesso- ais “inteligentes”, como os smartphones –, houve uma disseminação massiva de informação através da inter- net: a possibilidade ilimitada de acesso à informação alastra conhecimento de modo rápido, ágil e colabora- tivo. Nesse ambiente, as atividades econômicas do se- tor terciário passam a predominar, e, dessa maneira, o empreendedorismo volta-se ao desenvolvimento de novos serviços. Na chamada nova economia, empresas iniciantes, mais conhecidas como startups, estão na vanguarda da criação de funcionalidades virtuais dos mais variados tipos. O Quadro 1 a seguir resume o pa- norama geral do significado do termo empreendedo- rismo no decorrer da história. 1 MARIANO, Sandra Holanda, MAYER, Verônica Feder. Empreendedorismo – Fundamento e Técnicas para Criatividade. Pág. 21. LTC, 12/2010. https://integrada.minhabiblioteca.com.br/books/978-85-216-1967-3/pageid/37 Disciplina Empreendedorismo e sustentabilidade Unidade 1: Empreendedorismo 7 2 Ibidem. Pág. 23 3 ZEN, A. C.; FRACASSO, E. M. Quem é o empreendedor? As implicações de três revoluções tecnológicas na construção do termo empre- endedor. Revista de Administração. São Paulo: Mackenzie, v. 9, n. 8, 2008. Quadro 1 – Significado de empreendedorismo em três momentos da história 2 Fonte: Zen e Fracasso (2008).3 Revolução Industrial Fordista Tecnologia da Informação - Empreendedor é caracterizado por uma iniciativa individual visando o lucro - Ação empreendedora é associada ao risco - Diferenciação do papel do investidor e do empreendedor - Surgimento das grandes corpora- ções. - Ampliação dos limites da firma, que gera novas oportunidades de negó- cios. - Inovação e importância de quem a implementa no mercado (empreende- dor). - Surgimento do intraempreendedor. - Diferenciação do papel do gerente e do empreendedor. - Inovações em tecnologia da infor- mação, que possibilitam o desen- volvimento de redes, favorecendo o incremento no número de empreen- dedores coletivos e sociais. - Emergência do empreendedor social, contrapondo-se à lógica de acumulação de riqueza capitalista. Disciplina Empreendedorismo e sustentabilidade Unidade 1: Empreendedorismo 8 Podemos dizer que empreender é fazer o novo, reno- var. O empreendedor propõe o novo como superação do que já existe, dando contornos diferentes ao estabe- lecido. Boa parte dos capitalistas tende a seguir o que já se sedimentou no mercado, limitando-se a reprodu- zir o caminho que se mostra mais prudente. Portanto, é importante frisar que nem sempre administrar um negócio pode ser considerado empreender. Dessa maneira, é fácil pressupor que a atividade em- preendedora não é uma coisa simples. Muitas vezes temos ideias que nos parecem excelentes – e talvez possam até realmente ser geniais –, mas concretizá-las requer olhar aguçado para oportunidades que se mos- tram promissoras e postura disciplinada para pô-las em prática. Determinação é um requisito primordial, assim como a motivação, que deve sempre impulsio- nar o empreendedor na direção de seu objetivo. Como se pode perceber, o empreendedorismo exerce uma função estratégica chavepara a evolução do siste- ma econômico. Porém, nem sempre o agente empreen- dedor é aquela pessoa destemida com sentido aguçado para identificar uma oportunidade. Levantamentos realizados por entidades dedicadas à investigação do empreendedorismo como fenômeno de estímulo ao desenvolvimento econômico consideram que há basi- camente duas categorias de empreendedorismo, que variam de acordo com o estágio de desenvolvimento dos países: em nações mais avançadas economicamen- te, o empreendedorismo é movido por oportunidades de exploração de novos nichos tecnológicos, enquanto nos países em que a renda média da população ainda não atingiu um patamar capaz de proporcionar uma boa condição de vida, muitas das ações empreende- doras surgem pela necessidade de gerar renda para a subsistência. 2. Empreendedorismo e suas Implicações Disciplina Empreendedorismo e sustentabilidade Unidade 1: Empreendedorismo 9 3. Empreendedorismo no Brasil O interesse pelo empreendedorismo é algo recente. Pode-se dizer que houve um crescimento acentuado da atividade empreendedora a partir de 1990. A onda da globalização que tomou conta do mundo nesse pe- ríodo repercutiu nos mercados europeu, americano e asiático. O chamado Consenso de Washington disse- minou ideias, cujos princípios liberalizantes nortea- ram a condução de linhas de política econômica vol- tadas ao incentivo dos mecanismos da “mão invisível” atuando na regulação do mercado. Com isso, governos do mundo inteiro foram estimulados a dar prioridade à iniciativa privada como solução aos gargalos de de- senvolvimento e passaram a promover programas de incentivos a empreendedorismo. Para saber mais... O Consenso de Washington foi o nome dado a um encontro promovido em 1989 pelo Insti- tute for International Economics que reuniu economistas latino-americanos defensores das ideias liberais, representantes das princi- pais entidades multilaterais de financiamento, como o Fundo Monetário Internacional – FMI, o Banco Mundial, o Banco Interamericano de Desenvolvimento – BID e também o governo dos Estados Unidos. O tema da reunião era discutir possibilidades de reformas e ajustes a ser aplicados nas economias latino-americanas, com o intuito de sanar seus gargalos financeiros, e torná-las aptas a cumprir os pagamentos da dívida externa já acumulada, assim como se requalificar para tomar novos empréstimos. Em linhas gerais, as recomenda- ções propostas tinham como receituário a re- dução das restrições comerciais com o mercado internacional, incentivo à economia de mercado com menos intervenção do Estado e rígido con- trole fiscal das contas públicas. Disciplina Empreendedorismo e sustentabilidade Unidade 1: Empreendedorismo 10 No Brasil não foi diferente. O movimento do empreen- dedorismo brasileiro ganhou força no início da década de 90, quando algumas entidades, como o Sebrae (Ser- viço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) e a Softex (Sociedade Brasileira para Exportação de Sof- tware), foram criadas. O efeito da abertura econômica brasileira e a globaliza- ção fizeram com que as empresas nacionais procuras- sem alternativas para aumentar a competitividade e reduzir os custos para se manterem no mercado. A con- sequência direta da ânsia empresarial pela produtivida- de foi o aumento do índice de desemprego no País, prin- cipalmente devido à eliminação dos postos de trabalho regidos pelas regras da CLT, substituídos pelas contra- tações terceirizadas de mão de obra como forma de re- duzir ou eliminar as despesas com encargos sociais. Com isso, ex-funcionários das empresas se viram “per- suadidos” a procurar alternativas de subsistência e co- meçaram a criar seus próprios negócios dentro das con- dições em mãos naquele momento. O despreparo para o enfrentamento dessa nova situação se evidenciou pela maneira não muito planejada na montagem do negócio e, em muitos casos, pela precariedade da estrutura fi- nanceira disponível, uma vez que lançavam mão de to- dos os recursos financeiros de que dispunham. Por outro lado, a burocracia para registro e escritura- ção das empresas contribuiu para que a maioria desses novos “empresários” acabasse optando pela economia informal, por causa de uma série de barreiras impostas pela complexidade administrativa, como: dificuldade Para saber mais... O SEBRAE vem capacitando empreendedores há mais de 40 anos. Se você quer saber mais, acesse www.sebrae.com.br. A SOFTEX pro- move e apoia, desde 1996, o desenvolvimento tecnológico no País. Confira acessando www. softex.br. A Associação Nacional de Entidades Promo- toras de Empreendimentos Inovadores – ANPROTEC – é uma entidade que desenvol- ve programas para incubadoras de empresas e parques tecnológicos em várias regiões do Brasil. Acesse o site http://anprotec.org.br e descubra as possibilidades de apoio a empre- sas nascentes. Disciplina Empreendedorismo e sustentabilidade Unidade 1: Empreendedorismo 11 em obter crédito, altas taxas de juros, excesso de impos- tos, falta de políticas públicas de apoio, entre outras. A falta de planejamento e políticas erradas de gestão le- varam uma grande parte dessas empresas a fechar suas portas. Sabe-se que, de cada três empresas formadas, duas fechavam suas portas em até cinco anos, sobretudo as pequenas e as microempresas. Atualmente, tais índices têm diminuído, graças a uma política de incentivo mais eficaz e, principalmente, aos vários programas que auxiliam empreendedores a abrir seus novos negócios de forma planejada. Redes colaborativas e exemplos de sucesso Atualmente, assistimos despontar empresas desenvolvedoras de aplicativos para smar- tphones que exploram o potencial de conectivi- dade desses aparelhos à internet, combinando de forma criativa e inovadora funcionalidades da fácil portabilidade e as diferentes modali- dades de comunicação, não mais limitadas a chamadas telefônicas, mas a infinidades de interação com processos coletivos de trocas de informação. O sucesso do aplicativo WAZE ilustra bem como opera esse segmento: o pro- grama, desenvolvido para plataformas An- droid e IOS, fornece gratuitamente aos usu- ários caminhos alternativos para se livrar do trânsito das grandes cidades. Outros aplicativos, como Facebook e Twiter, também possuem grande popularidade pela capacidade de interface de opiniões e notícias, estampadas através do que se convencionou chamar de redes sociais. Sua utilização massi- va tem conseguido transformar mobilizações virtuais em ações de impactos reais na socie- dade, funcionando como catalizadores na for- mação de grandes manifestações de rua. Disciplina Empreendedorismo e sustentabilidade Unidade 1: Empreendedorismo 12 O empreendedor é motivado pela autorrealização, pelo desejo de assumir responsabilidades e pela indepen- dência. Embora busque ter satisfação financeira, con- sidera inerente assumir novos desafios, mantendo-se atento a novas oportunidades ou formulando novas ideias para ser transformadas em negócios. Deve ter uma postura de constante autoavaliação, analisando criticamente o contexto onde está inserido e aferindo seu desempenho em relação a outros players do merca- do. Para tornar-se um empreendedor de sucesso, é desejá- vel exercitar as seguintes habilidades: imaginação, de- terminação, capacidade de organizar, liderar pessoas e de conhecer tecnicamente etapas e processos. Uma pessoa empreendedora deve moldar seu perfil ca- pacitando-se para lidar com os desafios de criar o novo e encarar as incertezas do mercado. Para isso, algu- mas aptidões serão exigidas em maior ou menor grau, como, por exemplo: 4. O perfil empreendedor a) Disciplina. b) Capacidade para assumir riscos. c) Ser inovador. d) Ser orientado a mudanças. e) Ser persistente.f) Ser um líder visionário. Disciplina Empreendedorismo e sustentabilidade Unidade 1: Empreendedorismo 13 A atividade empreendedora pode variar ao longo da trajetória profissional. Nem sempre empreender é uma iniciativa solitária e independente, por isso é im- portante que o empreendedor identifique o contexto em que irá atuar. Especialistas no assunto apontam os principais tipos de empreendedores4 : a) Empreendedor externo ou indepen- dente – aquele que realiza todo o processo de empreendedorismo de forma autônoma, desde a concepção até a consolidação do negócio. É um empreendedor visionário que sabe aonde quer chegar. Cria uma empresa com planejamento prévio, tem em mente o crescimento que quer buscar para a empresa e visa geração de lucros, empregos e riquezas. b) Empreendedor interno – é vinculado a uma empresa, mas sempre está em busca de soluções inovadoras. Usa sua inteligência e au- toiniciativa em prol da melhoria dos processos 5. Tipos de empreendedores 4 Oliveira, Djalma de Pinho Rebouças de. Empreendedorismo: vocação, capacitação e atuação direcionadas para o plano de negócios. Pág. 18 a 20. Atlas, 02/2014. [Minha Bilbioteca]. Retirado de https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788522486748/pageid/42 internos, produtos e serviços da empresa. É um profissional desejado em empresas que também possuem perfil inovador, mas em ambientes cor- porativos conservadores pode se tornar um gera- dor de conflitos. c) Pseudoempreendedor – imagina-se um empreendedor audaz e criativo, mas na prá- tica suas ideias não se mostram inovadoras ou inusitadas. Pode também almejar se tornar um empreendedor externo, porém lhe faltam as capa- cidades necessárias. Para alguém assim, é impor- tante frisar que o empreendedorismo não é um caminho garantido para a realização profissional, lembrando que outros percursos profissionais podem ser até mais tranquilos e compensatórios. d) Empreendedor por iniciativa – aquele que age por impulso e se arrisca sem antes fazer uma análise balizada da sua ideia, o que, muitas vezes, leva-o ao fracasso. e) Empreendedor por necessidade – candidato a empreendedor que se aventura por falta de opção, por estar desempregado e não ter Disciplina Empreendedorismo e sustentabilidade Unidade 1: Empreendedorismo 14 alternativas de trabalho. O Brasil é um dos países com maiores índices de empreendedorismo do mundo, porém grande parte dos nossos empre- endedores se caracteriza pelo empreendedoris- mo de necessidade. São vendedores ambulantes, donas de casas que produzem doces e salgados para complementar a renda familiar, sacoleiros e tantos outros que de alguma forma lutam pela sua sobrevivência e ficam à margem dos registros estatísticos oficiais, mas são compelidos pela ne- cessidade a empreender. Conheça essa história! Em muitos lugares do Brasil pessoas conse- guem lançar mão de uma incrível criatividade para aproveitar, de maneira engenhosa, seus recursos escassos, criando negócios de suces- so. Acesse http://istoe.com.br/as-meninas-da- -laje/ e conheça a história de Érika Bronze. f) Empreendedor de renovação é quem conse- gue reinventar a utilidade de um produto ou ser- viço oferecendo novos benefícios ou dando maior praticidade ao que já existe. Disciplina Empreendedorismo e sustentabilidade Unidade 1: Empreendedorismo 15 Além da tipificação por categorias de empreendedores, também é útil reconhecer o tipo de empreendimento de acordo com a estrutura e a função a que se propõe. Isso ajuda o empreendedor que se prepara para gerir ou superar desafios a maximizar oportunidades, con- forme as peculiaridades de cada empreendimento. Os principais tipos de empreendimentos são:5 a) Empreendimento familiar – trata-se de atividades iniciadas por grupos de pessoas com laços de família. Há, portanto, uma super- posição entre funções administrativas e relações parentais que não deve ser negligenciada, pois é muito comum haver confusão quando as atribui- ções designadas não correspondem às demandas exigidas pelo empreendimento, podendo gerar conflitos com uma dose excessiva de passionali- dade. Existem consultorias especializadas para lidar com esse tipo de empreendimento, o que é bas- tante aconselhável para esse tipo de estrutura. b) Empreendimento Social – tem como 6. Tipos de empreendimentos 5 Ibidem. Pág. 26 a 29. meta promover melhorias para o bem-estar cole- tivo da sociedade. Por isso, o resultado financeiro está em segundo plano, ou é sobrepujado perante a função humanitária que dá razão à criação des- se tipo de empreendimento. Outra diferenciação relevante se refere ao meio de financiamento dessa modalidade de organiza- ção, que muitas vezes exige atenção redobrada e empenho especial, pois, em geral, a fonte de re- cursos se constitui de entidades patrocinadoras que precisam estar muito bem esclarecidas quan- to aos benefícios sociais que o empreendimento objetiva alcançar. Consequentemente, é comum a necessidade de se elaborar relatórios de acom- panhamento dos resultados obtidos e da ampli- tude da divulgação das ações concretizadas. Ad- miração e reconhecimento pela sociedade são os principais valores desse grupo. c) Empreendimento Inovador diz res- peito às iniciativas que estão na vanguarda tec- nológica dos negócios. Tem como diferencial a busca de novas formas de realizar negócios, seja Disciplina Empreendedorismo e sustentabilidade Unidade 1: Empreendedorismo 16 pela criação de um produto ou serviço inédito, seja por meio da melhoria ou otimização do que já existe no mercado. O serviço de transporte que utiliza o aplicativo UBER é um exemplo de inovação que vem cau- sando grande impacto no modo de locomoção das grandes cidades. d) Empreendedorismo Corporativo – origina-se de empresas que criam novos negó- cios, produtos ou serviços como decorrência dos segmentos em que já atuam ou investem em ou- tros ramos em busca do inusitado. A ramificação de negócios das grandes empreiteiras brasileiras ilustra bem esse tipo de empreendimento. e) Empreendimento com franquia – um dos modos mais populares de empreendimento no Brasil, o sistema de franquia tem a comodi- dade de já ter toda a formatação do negócio pre- viamente configurada. De fato, a adesão a uma franquia significa tornar-se parte da rede de dis- tribuição dos produtos e serviços franqueados. Por outro lado, neste tipo de empreendimento as regras a ser seguidas na forma de operação são quase sempre bem rígidas e o modelo de negócio possui um padrão predefinido, que deve ser aca- tado sem possibilidade de contestação. Como qualquer outro empreendimento, a fran- quia não está livre de riscos, e alguns cuidados devem ser tomados na hora da escolha do fran- queador, como: Fazer um levantamento bem abrangente com os franqueados para verificar como é operar com a marca selecionada;] Analisar em detalhes a COF (Circular de Ofer- ta da Franquia), em particular no que se refere aos compromissos com resultados financeiros assumidos pelos franqueadores; Checar o índice de sucesso dos franqueados e os eventuais casos de fracassos, verificando quais fatores contribuem nos dois casos. Apurar se o franqueador tem registro de pro- cessos jurídicos envolvendo contestações das condições estabelecidas pela franquia; Obter informações sobre os fornecedores da franquia; Verificar se a marca de franquia está com re- gistro regular; Disciplina Empreendedorismo e sustentabilidade Unidade 1: Empreendedorismo 17 Levantar informações sobre o número de uni- dades fechadas nos últimos cinco anos e com- parar com a taxa de crescimento da rede em igual período; Verificar se a marca tem certificação de quali- dade pela Associação Brasileira de Franchising (ABF).Disciplina Empreendedorismo e sustentabilidade Unidade 1: Empreendedorismo 18 Com a unidade 1 você aprendeu o significado de empreendedorismo, definido dentro de seu contexto histórico e da sua relevância estratégica como fator de dinamização do progresso econômico. Com isso, foi possível perceber que empreender exige técnica e habilidades pessoais que devem ser exercitadas para aumentar as chances de êxi- to na montagem do empreendimento e na sua manutenção. Você notará mais adiante que as características apresentadas aqui formam um conjunto de informações que lhe serão muito úteis, não só no caso de você resolver se tornar um empreendedor, mas também para organizar suas ideias para pôr em prática suas ambições pessoais. Síntese da unidade Disciplina Empreendedorismo e sustentabilidade Unidade 1: Empreendedorismo 19 Principal MARIANO, Sandra Holanda; MAYER, Verônica Feder. Empreendedorismo – Fundamento e Técnicas para Criatividade. Rio de Janeiro: LTC, 2010, p. 21. Disponível em: <https://integrada.minhabiblioteca.com.br/ books/978-85-216-1967-3/pageid/37>. Acesso em: 27/12/2016. OLIVEIRA, Djalma de Pinho Rebouças de. Empreendedorismo: vocação, capacitação e atuação direcionadas para o plano de negócios. São Paulo: Atlas, 2014, p. 18 a 20. Disponível em: <https://integrada.minhabiblioteca.com. br/#/books/9788522486748/pageid/42>. Acesso em: 27/12/2016. SCHUMPETER, Joseph A..Capitalism, Socialism and Democracy, Nova York: Harper & Brothers, 1950. ZEN, A. C.; FRACASSO, E. M. Quem é o empreendedor? As implicações de três revoluções tecnológicas na constru- ção do termo empreendedor. Revista de Administração. São Paulo: Mackenzie, v. 9, n. 8, 2008. Alternativa TAJRA, Sanmya Feitosa. Empreendedorismo - Conceitos e Práticas Inovadoras. São Paulo: Érica, 2014. Disponível em: <https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788536513218/>. Acesso em: 27/12/2016. BESSANT, John; TIDD, Joe. Inovação e Empreendedorismo - Administração. Porto Alegre: Bookman, 2009. Dis- ponível em: <https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788577805112/>. Acesso em: 27/12/2016. Sites http://www.sebrae.com.br https://endeavor.org.br http://www.certi.org.br/pt/competencias-economia-verde - Fundação CERTI http://anprotec.org.br Referência Bibliográfica
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