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Resenha - A World of Nations: The Internacional Order since 1945. William Keylor Capitulo 9

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA 
INSTITUTO DE ECONOMIa
BACHARELADO EM RELAÇÕES INTERNACIONAIS 
HISTÓRIA DAS RELAÇÕES INTERNACIONAIS II 
PROFESSOR: ERWIN XAVIER 
 
BAESSE, Sthefani Silveira 
FERNANDES, Ana Flávia Santana 
FREITAS, Laura Cristina 
LEITE, Caroline Silva 
NASCIMENTO, Eloísa Bonfim 
SOUZA NETO, José Augusto Soares 
VALENTE, Guilherme Zana 
 
 
Bibliografia 
KEYLOR, William R. A World of Nations: The Internacional Order since 1945. 2. ed. New York: Oxford University Press, 2009. 528 p. Páginas 355-412. Cap. 9. 
 
 
 
 
 
 
 
Uberlândia 
2017 
O estabelecimento do Estado Judaico 
Ao fim da Segunda Guerra mundial, o governo de Londres se preparava para garantir independência às populações do Império Britânico. Mas o ministro de relações exteriores, Ernest Bevin, estava disposto a preservar a presença militar britânica no Oriente Médio, para proteger o petróleo do país e os oleodutos do Golfo Pérsico. Ele acreditava que o local mais adequado para a retenção da influência da Grã-Bretanha nesta região foi a Palestina. Mas seu anseio foi frustrado por duas forças conflitantes na área que fora designada para estabelecer os britânicos como autoridade soberana. A primeira foi a demanda de cerca de 1.3 milhões de árabes por uma Palestina independente, apoiados por países vizinhos. A segunda foi migração de seiscentos mil judeus da Rússia e da Europa Oriental para a Palestina em cinco ondas, de 1882 até 1930. 
Duas organizações sionistas chamadas de Virgin Zvai Leumi (Grupo Nacional Militar) em LEHI (Fighters for the Freedom of Israel, conhecido também como Stern Gang) estavam fazendo uma sangrenta campanha de terror contra soldados e administradores, o que prejudicou severamente o apoio público à tarefa desesperadora do poder obrigatório na Palestina. Bevin anunciou em fevereiro de 1947 que lavava suas mãos do problema e despejava no colo das novas Nações Unidas, visto que o gasto anual para se manter o exército britânico na Palestina era muito alto. 
Em abril, foi formado um comitê das Nações Unidas (UNSCOP) para debate da questão palestina. O UNSCOP decidiu unanimemente que o mandato britânico deveria acabar e deveria ser criado uma Palestina independente, depois de dois anos em um período transicional. Porém o comitê estava dividido em como seria a estrutura política do futuro estado. Uma maioria de 8 pediram por uma divisão do estado entre judeus e árabes e a internacionalização de Jerusalém, que continha locais sagrados das três maiores religiões do planeta. A parte judaica compreendia em 56 por cento e o estado árabe compreendia 43 por cento dos dez mil metros quadrados da Palestina. Uma minoria de três Estados pediu um único estado federal independente. 
Praticamente todos os árabes palestinos e seus vizinhos apoiadores rejeitaram a recomendação e declararam que não cederiam a uma decisão das Nações Unidas, e queixaram-se de que os judeus não deveriam ter mais território, já que são menores em números e estão a menos tempo na Palestina. Em novembro de 1947, a Assembleia Geral das Nações Unidas aprovou por pouco a recomendação de partição pela maioria requerida de dois terços e para a surpresa de muitos, a União Soviética e seus satélites votaram junto aos Estados Unidos e seus aliados, sendo uma das poucas vezes que os dois blocos, rivais na emergente Guerra Fria, apoiaram a mesma decisão. 
Em maio de 1948, foi proclamado o estabelecimento do estado de Israel, que foi emitido pelo chefe da Agência Judaica. No outro dia, quando o mandato britânico na Palestina expirou, as forças britânicas começaram a se retirar do país. Em um caso raro de acordo entre os Estados Unidos e a União Soviética nos estágios iniciais da Guerra Fria, ambas superpotências reconheceram o estado Judeu, enquanto os países árabes vizinhos despachavam forças militares para derrotá-lo. 
Para impedir a renovação das hostilidades, os Estados Unidos, a Grã-Bretanha e a França emitiram, em 1950, a chamada Declaração Tripartite. Os três signatários afirmaram seu compromisso de promover a paz e a estabilidade na região, preservando um equilíbrio militar entre Israel e os estados árabes, de modo que nenhum dos lados seja capaz de derrotar o outro. Mas a guerra de 1948 não seria o último confronto militar entre o estado judeu e seus vizinhos árabes. 
O caminho para Suez 
O triunfo completo de Israel na guerra de 1948 minou severamente o prestígio dos líderes árabes cujos exércitos foram encaminhados pelas forças militares do novo estado judeu. Na Síria, na Jordânia e no Egito, os jovens oficiais de reforma se rebelaram contra seus governos, que culparam pela recente humilhação nacional. Em abril de 1954, os cérebros por trás da revolta militar, o coronel Gamal Abdel Nasser, substituíram Neguib como chefe da junta no Cairo. No final do ano, Nasser adquiriu o poder absoluto e começou a revelar um programa ambicioso para modernizar o sistema econômico antiquado do Egito e rejuvenescer suas forças militares maltratadas. 
A missão do Egito de conseguir ajuda de Washington foi negada pela administração de Eisenhower, que foi vinculada pela Declaração Tripartite de 1950, para preservar a balança militar entre Israel e os Estados Árabes. Frustrado com os Estados Unidos, Nasser se virou ao bloco soviético para pedir ajuda e estava disposto a receber esta ajuda, seja ela o que for. 
O Egito era, nesse tempo, um dos países mais áridos do mundo. Cerca de trinta milhões de pessoas não tinham terra fértil. Para aliviar a situação, Nasser seguiu a proposta de seus economistas de construir uma barragem perto da cidade de Aswan, no Nilo superior, que proporcionaria irrigação para cerca de dez mil metros quadrados de deserto. Como um bônus, a barragem geraria mais energia, o que poderia aumentar a eletricidade em metade. Esse projeto custou muito caro a Nasser, a quem aceitou ajuda dos Estados Unidos e de Grã-Bretanha. 
Enquanto as negociações sobre o financiamento da barragem de Aswan, o governo egípcio anunciou, em maio de 1956, decidiu firmar um acordo diplomático em reconhecimento da República Popular da China. 
No meio da década de 1950, Nasser assumiu de fato a liderança da causa árabe-palestina contra o novo estado judeu. A afluência de judeus para Israel com base na "lei do retorno", juntamente com a recusa do governo israelense de readmitir os habitantes árabes que haviam sido despejados ou fugido durante a guerra de 1948, condenou os refugiados da Palestina ao status de exílio que eles seguiam a recusar. 
Até mesmo antes de Nasser, O Egito desempenhou um papel proeminente no conflito de baixo nível travado pelos estados árabes no Oriente Médio para evitar que Israel consolidasse o controle do território que venceu em 1948. As guerrilhas palestinas estavam permitidas de organizar incursões dentro de Israel, vindo da Faixa de Gaza. Navios mercantes em rota para portos israelenses estavam proibidos de usar o Canal de Suez e o Estreito de Tiran. No ano de 1956, o primeiro ministro israelense concluiu que o único modo de atingir os maiores objetivos da política externa de Israel – o término dos ataques de gaza e a garantia de livre passagem através do Canal Suez e do mar vermelho – era a realização de uma operação militar preventiva contra o Egito. 
Em junho de 1956, a Grã-Bretanha formalmente terminou sua ocupação de setenta anos do Canal de Suez, como estipulado no acordo de outubro de 1954. A saída britânica de Suez deixou o Egito com total responsabilidade de se proteger por água, que é uma parte econômica importante do país. Eisenhower cativava o líder egípcio esperando que este se tornara pró-americano, anticomunista. Mas, por conta de alianças que o Egito formara, Washington reconsiderou seus pensamentos. Eventualmente, o Egito conseguiu assumir controle da Companhia do Canal de Suez, e a nacionalização do canal de Suez estava perfeitamente em acordo com as leis internacionais. 
O primeiro-ministro Anthony Eden considerou o presidente egípcio, Gamal Nasser, como o "Hitlerdo Oriente Médio" que ameaçava os interesses britânicos na região. Nasser pregava uma potente marca de pan-arabismo que pedia a libertação do povo árabe dos remanescentes do imperialismo europeu e a emancipação dos palestinos da dominação israelense. O fracasso do projeto de Eden de derrubar Nasser em 1956 durante a operação Suez trouxe a carreira política do líder britânico para um fim ignominioso e fez Nasser o herói do mundo árabe. 
A intervenção anglo-franco-israelense no Suez foi um sucesso temporário. O exército egípcio equipado com armas soviéticas provou não ser páreo contra forças israelenses no Sinai e não pode prevenir a ocupação anglo-francesa dos principais portos da nação. Mas foi um desastre diplomático por conta de uma inesperada oposição dos Estados Unidos. O governo de Eisenhower se opunha à operação anglo-franco-israelense no Egito. A delegação dos Estados Unidos demandava a retirada das forças de invasão e fez uma jogada de mercado que resultou no colapso da esterlina. Os danos econômicos que os britânicos foram obrigados a pagar como consequência da operação do Suez, revelou o quão fraca está, a uma vez formidável potência imperial. 
A intervenção na por militares soviéticos à Hungria e a intervenção diplomática dos Estados Unidos in Suez demonstra dois importantes e conectados fatos sobre a ordem bipolar durante guerra fria. A Hungria revelou que os aliados do pacto de Varsóvia na Europa Oriental teriam que tolerar o Kremlin e sofrer consequências dolorosas. Suez provou que os aliados da OTAN na Europa Ocidental, enquanto aproveitam a latitude mais do que os Satélites Comunistas. Enquanto isso, os britânicos tentam curar-se dos danos feitos no Suez e aceitam seu status de subordinado, e França começa oficialmente a explorar modos de reduzir a dependência da segurança dos Estado Unidos. 
Nasser e Crises no Líbano, Jordânia e Iraque 
Antes do conflito de Suez, nenhuma das duas superpotências estava diretamente envolvida nos conflitos políticos do Oriente Médio. Após este, oficiais americanos preocupavam que Moscou tentaria preencher o vácuo criado pela recessão britânica e francesa no mundo árabe. A maior preocupação dos Estados Unidos eram os regimes pró-ocidental no Iraque, Jordânia e Líbano. 
 	Depois de obter sua independência da França em 1946, o Líbano representou uma anormalidade no Oriente Médio, sendo predominantemente muçulmano e tendo também uma ampla comunidade cristã maronita. Para evitar a tensão religiosa entre esses cristãos e os muçulmanos sunitas e xiitas, os três grupos criaram um acordo de compartilhamento de poder. Neste acordo, o presidente sempre seria um cristão maronita, o primeiro ministro um muçulmano sunita, e o representante do parlamento muçulmano xiita. Uma vez que o presidente cristão foi responsável pela conduta das relações externas, o Líbano prosseguiu uma política pró-ocidental nos anos após a independência, que foi cada vez mais desafiada pela crescente população muçulmana. 
 	Jordânia e Iraque também se estabeleceram da influência ocidental, ambos foram constituídos como mandatos britânicos sob a liga das nações após a Primeira Guerra Mundial e receberam apoio financeiro e militar de Londres desde então. Embora o Iraque e a Jordânia tenham adquirido independência política em 1932 e 1946, respectivamente, os dois estados permaneceram ligados à Grã-Bretanha, politicamente, militarmente e economicamente. 
 	Para assegurar a segurança nestes três regimes pró-ocidentais, o presidente americano promulgou a doutrina Eisenhower, qual prometeu assistência militar americana a qualquer nação no Oriente Médio que fosse ameaçada pelo comunismo. Críticos suspeitavam que a doutrina Eisenhower fosse menos dirigida à ameaça inexistente do comunismo do que à radical marca do nacionalismo árabe defendida pelo presidente do Egito. 
Os vizinhos pró-ocidentais da Síria criaram um esquema complexo para derrubar o regime de esquerda em Damasco, com o encorajamento da administração de Eisenhower. O Iraque preparou-se para uma ofensiva militar contra a Síria, enquanto o Líbano e a Jordânia comprometeram-se a mobilizar seus exércitos para forçar a dispersão das forças sírias e facilitar uma rápida vitória iraquiana. Enquanto isso, Nasser ostentosamente transportou as tropas egípcias para a Síria, e o governo sírio retribuiu a assistência egípcia, tornando-se o adepto mais importante do Oriente Médio. 
O ápice da cooperação sírio-egípcia surgiu quando o Cairo e Damasco proclamaram a união política dos dois países como a República Árabe Unida. Dois professores sírios, um cristão ortodoxo grego chamado, Michel Aflaq, e um muçulmano chamado Salah al-Din Bitar, estabeleceram um partido do Renascimento Árabe (Baath) em 1943 sob o slogan “unidade, liberdade e socialismo”. O partido Baath defendeu um renascimento cultural árabe, bem como a unificação de todo o mundo árabe sob uma única autoridade política. 
Em 1958, o Oriente Médio, havia se dividido entre linhas da Guerra Fria. Líbano, Jordânia e Iraque enfrentaram os estados do Egito e da Síria. Não demorou até que a instabilidade política teve uma reação. A primeira erupção ocorreu no Líbano, a população muçulmana se ressentiu ao presidente maronita Chamoun por uma série de razões, uma vez que ele se recusou a romper relações diplomáticas com a Grã-Bretanha e a França durante seu ataque ao Egito em 1956. 
Logo, em 1957, após as eleições fraudulentas no Líbano, retornaram muitos partidários de Chamoun ao parlamento, os muçulmanos, que estavam descontentes, suspeitaram um golpe constitucional. Em 1958, Chamoun finalmente prometeu demitir-se no final de seu mandato em Líbano, mas o pequeno país foi de repente varrido em uma violenta explosão política que abalou o Iraque no dia 14 de julho. O rei Faisal II, em Bagdá, ordenou que uma parte de seu exército avançasse para Jordânia em apoio de seu primo Hussein, que estava sob ataque de nacionalistas árabes por suas políticas pró-ocidentais. Quando as unidades iraquianas comandadas por Brigadier Abd al-Karim Kassem passaram perto de Bagdá a caminho da fronteira jordaniana, aproveitaram a oportunidade para derrubar a monarquia de Hashemite. 
Em outubro de 1958, transferiram a sede da aliança da capital iraquiana para Ancara, Turquia, renomeando a Organização Central do Tratado (CENTO) para enfatizar sua localização geograficamente central entre a OTAN e o SEATO. Com medo de que a ameaça de Nasser se espalhasse para o seu próprio país, o presidente Chamoun do Líbano reagiu ao golpe iraquiano, lançando um apelo a Washington para proteção militar. No dia seguinte, os fuzileiros navais americanos desceram às praias de Beirute para o propósito de resgatar o Líbano da ameaça do comunismo internacional, tal como consta na doutrina Eisenhower. 
A tempestade política que atravessou o Oriente Médio no verão de 1958 rapidamente desapareceu. Chamoun honrou sua promessa de demitir-se, e os fuzileiros navais americanos se retiraram do Líbano. Todos os boatos de que iraquianos iam se juntar à República Árabe Unida chegaram ao fim quando Kassem deixou claro que ele não tinha intenção de submeter-se a Nasser. Em outubro de 1958, o governo soviético finalmente concordou em substituir os Estados Unidos, a Grã-Bretanha e o banco mundial como fonte de fundos para a construção da barragem de Assuã. Em setembro de 1961, a união síria-egípcia desmoronou e, em 1963, oficiais pro-Nasser no exército iraquiano derrubaram e assassinaram o Brigadier Kassem, que tinha mantido a distância do líder egípcio. Um mês depois, um golpe semelhante derrubou o governo sírio que serviu a união com o Egito. Durante a primeira metade da década de 1960, uma campanha cada vez mais estridente do Egito, contra as monarquias árabes conservadoras alinhadas com os Estados Unidos ofuscou até a sua oposição a Israel.
A Renovação do Conflito árabe-israelense após Suez 
O oponente mais vocal de Israel nos anos após a crise do Suez foi a Síria, que criou duas principais queixas contra oestado judeu. O status dos 2,75 milhões de árabes palestinos apátridas, metade deles refugiados da área incorporada no novo estado judeu após a guerra de 1948, continuaria a ser a questão central no perpétuo conflito entre Israel e seus vizinhos árabes nas próximas décadas. Ahmad al-Shuqayri, foi o primeiro líder da Organização de Libertação da Palestina (OLP). Nasser esperava controlar a OLP e sua ala militar para impedir de provocar um confronto com Israel que arrastaria o Egito para um confronto militar potencialmente prematuro com o estado judeu. Damasco transferiu o apoio da OLP controlada pelo egípcio para uma organização palestina rival, o Fatah. Em 1966, um golpe em Damasco trouxe ao poder um governo Baath radical que estava determinado a substituir o Egito por ser o líder da causa árabe. 
Os Estados Unidos começaram a se envolver na situação política tensa no Oriente Médio mais do que nunca. A administração do governo Kennedy havia fornecido mísseis antiaéreos Hawk a Israel para contrapor as entregas de aeronaves e outros equipamentos militares para o Egito, a Síria e o Iraque. Os Estados Unidos também enviaram armas para regimes árabes conservadores, como para Jordânia e Arábia Saudita, que foram vistos como aliados úteis contra os estados árabes radicais e seu patrono soviético. 
Na manhã de 5 de junho de 1967, ataques aéreos israelenses contra aeródromos egípcios na península do Sinai destruíram a maior parte da força aérea do Egito lá localizada. Este ataque surpresa privou o exército egípcio no Sinai de obter cobertura aérea, expondo-o ao bombardeio israelense e ataques de tanques que destruíram completamente seu potencial como uma força de combate. Quando Jordânia homenageou sua aliança com o Egito ao abrir uma barragem de artilharia contra posições israelenses, Dayan lançou o segundo estágio de seu plano de guerra, lançando unidades israelenses na margem oeste controlada pela Jordânia. O exército israelense tinha capturado Jerusalém oriental e estava avançando pela margem oeste quando o Rei Hussein aceitou apressadamente a oferta israelense de um cessar-fogo. No dia seguinte, Nasser evitou que as forças israelenses que cruzavam o Sinai, tomassem o Canal Suez e destruíssem completamente o exército egípcio. 
Os Estados Unidos, distraídos com o aprofundamento do envolvimento militar no Vietnã, permaneceram distantes durante a Guerra dos Seis Dias. O presidente Johnson insistiu em garantias solenes de que, se a crise degenerasse em conflitos armados, qualquer território conquistado por Israel seria evacuado como parte de um conjunto abrangente de assentamentos de paz com estados árabes individuais que acabariam com o estado de guerra que continuara desde o armistício de 1949. Embora os EUA tenham votado a favor da resolução no conselho de segurança da ONU condenando Israel por anexar unilateralmente Jerusalém oriental, Washington se absteve de exercer pressão sobre Israel para retornar os territórios ocupados. Os EUA substituiriam então a França como principal fonte de armas e apoio diplomático para o estado judeu. 
Nos anos seguintes, grupos de cidadãos privados em Israel montaram uma campanha para converter as conquistas da Guerra de Seis Dias em aquisições permanentes, estabelecendo assentamentos judaicos isolados na margem oeste e, em menor medida, no Sinai, em Gaza e nas Colinas de Golã. Nasser renunciou ao cargo após a humilhante derrota de suas forças militares e a perda de território egípcio durante a guerra, procurou reparar suas relações com os regimes moderados no mundo árabe. Ele precisava desesperadamente da assistência financeira dos estados produtores de petróleo da Arábia Saudita, Kuwait e da Líbia, todos governados por monarquias conservadoras alinhadas com o oeste. Nasser e Hussein expressaram secretamente o interesse em negociações com Israel por intermédio das Nações Unidas que levariam a uma evacuação israelense do Sinai e da margem oeste em troca do reconhecimento da soberania de Israel. Em novembro de 1967, o conselho de segurança da ONU aprovou a resolução 242, que exigia a retirada de Israel dos territórios ocupados na Guerra de Seis Dias como parte de uma solução abrangente que prevê o reconhecimento da soberania e integridade territorial de cada estado da região. Enquanto os estados árabes se recusaram previsivelmente a entrar diretamente em tais discussões com um país cujo direito de existir, eles não estavam preparados para conceder, o negociador das nações unidas foi impedido de fazer qualquer progresso em um acordo de paz ao meio ambiente. 
O líder de Al-Fatah, Yasser Arafat, entrou secretamente na margem oeste em julho de 1967 para organizar o milhão de palestinos que haviam acabado de entrar no governo israelense para um movimento revolucionário de libertação nacional. O líder da guerrilha palestina e o monarca jordaniano compartilharam interesse em impedir que Israel anexasse a margem oeste, o Arafat considerava a região como o núcleo de um futuro estado palestino, e o Hussein esperava restaurá-lo para a soberania jordana. 
À medida que Israel aperta o controle dos territórios ocupados, surgiu uma divisão ideológica dentro do movimento palestino. Al-Fatah enfrentou desafios de movimentos mais radicais e inclinou todos os seus esforços para o único objetivo de forjar um estado palestino. Enquanto os palestinos e jordanianos se concentraram em organizar a resistência à ocupação israelense da margem ocidental, os exércitos do Egito e Israel enfrentaram um a outro no Canal Suez. Entretanto, Nasser procurou restaurar a capacidade militar de seu país que havia sido quebrada durante a Guerra de Seis Dias. Nasser respondeu a bombardeamentos de retaliações israelenses, ao recorrer a Moscou para assistência, ele também pressionou Brezhnev a fornecer mísseis ao Egito, ameaçando renunciar para dar lugar a um sucessor pró-americano se suas demandas não fossem cumpridas. Em troca desses serviços, a frota soviética do Mediterrâneo obteve instalações nos portos egípcios de Alexandria, e em Mersa Matruh. 
O influxo de forças militares soviéticas para o Egito alarmou bastante a administração presidencial de Nixon e levou o secretário de Estado, Rogers, a buscar uma solução diplomática para a guerra não declarada ao longo do Canal de Suez. Rogers enviou uma nota com base na resolução 242 do conselho de segurança da ONU, incluindo sua exigência de evacuação israelense dos territórios ocupados. O Egito e Jordânia endossaram prontamente a nota de Rogers. A administração de Nixon finalmente forçou Israel a se juntar a Egito e Jordânia ao aceitar um cessar-fogo temporário em agosto de 1970, embora nenhum progresso em uma solução diplomática abrangente fosse divulgado. 
As perspectivas de negociações de paz sem os palestinos provocaram uma série de sequestros de aviões em Jordânia, projetados pela PFLP, a facção mais radical da OLP. A vitória de Hussein sobre os palestinos em seu país foi temperada por restrições que lhe foram impostas pelos outros chefes de Estado árabes, que haviam se envolvido em uma rodada de negociações de emergência tão cansativas que, Nasser morreu de um ataque cardíaco no meio de uma das sessões, no dia 28 de outubro de 1970. O novo líder no Cairo, Anwar al-Sadat, fez um esforço para reforçar os vínculos de seu país com seu patrono soviético. Sadat assinou um tratado de amizade e cooperação de quinze anos com a união soviética na expectativa de obter assistência militar adicional para fortalecer o Egito no que ele chamou de, “ano de decisão” sobre a terra perdida no Sinai. 
O crescente desapontamento de Sadat com o nível de apoio soviético levou-o a considerar uma drástica reorientação da política externa egípcia que Nasser há muito tempo ponderou, mas nunca conseguiu implementar; o desenvolvimento de laços com os Estados Unidos. Enquanto o secretário de Estado, William Rogers apoiava fortemente uma solução pacífica baseada na resolução 242, o presidente Nixon claramente simpatizava com Israel e continuou a fornecê-lo armas. Sadat entendeuque os EUA não desempenhariam um papel ativo na disputa entre o Cairo e Jerusalém enquanto o Egito retivesse seus laços militares com Moscou. 
Em 6 de outubro de 1973, no dia sagrado judaico de Yom Kipur, quando muitos soldados israelenses estavam de férias, o Egito se juntou à Síria para lançar um ataque surpresa cuidadosamente planejado contra Israel. Forças egípcias cruzaram o Canal de Suez e derramaram-se na Península do Sinai. As forças israelenses expulsaram os sírios das Colinas de Golã e avançaram cerca de vinte milhas para dentro de Damasco. 
Eventualmente, os dois beligerantes aceitaram uma proposta de cessar-fogo soviético americano que o conselho de segurança aprovou dois dias antes, o que previa a implantação de um contingente de paz de sete mil pessoas entre os dois exércitos. Israel foi o claro vencedor da guerra, mas devia essa vitória ao enorme transporte aéreo de material militar americano. Em janeiro de 1974, o secretário de Estado, Henry Kissinger induziu os dois lados a assinar um acordo de desengajamento de forças, o que levou à retirada do exército israelense da margem oeste do Canal de Suez e delineou o território onde as tropas egípcias seriam permitidas. Em setembro de 1975, Egito e Israel assinaram um acordo de desengajamento que estipulava a retirada de Israel das passagens estratégicas que ocupava no Sinai e criou uma área de proteção. Tanto a União Soviética quanto as Nações unidas foram assim eliminadas das negociações israelense-egípcias pelo esperto Kissinger, que sozinho colocou em movimento o que viria a ser conhecido como o processo de paz no Oriente Médio. 
Em 17 de outubro, os estados de produção de petróleo do mundo árabe, retaliaram contra o transporte aéreo americano de equipamentos militares para Israel, impondo um embargo total às exportações de petróleo para os Estados Unidos e um embargo parcial a outros países com base na extensão de seu apoio ao Estado Judeu. O cartel produtor de petróleo, dominado pelos países produtores de petróleo árabe, revelou dramaticamente a extensão da dependência do mundo industrial no mundo em desenvolvimento para o fornecimento de energia. Assim, pela primeira vez na história, os países empobrecidos do mundo em desenvolvimento pareciam ter adquirido uma arma econômica que poderia ser usada contra as nações ricas do mundo industrial para efetuar uma redistribuição massiva da riqueza. 
O desdobramento do processo de implementação da paz árabe-israelense 
A Guerra do Yom Kippur em outubro de 1973 entre Israel e seus vizinhos árabes antecipou uma transformação importante na situação geopolítica no Oriente Médio, que foi a ativa intervenção diplomática dos EUA na solução do conflito árabe-israelense. Dessa forma, em 1973, Richard Nixon interveio, a fim de evitar que qualquer um dos lados vencessem a guerra, ao invés de terem uma paz negociada pela potência norte-americana. Ambos os lados foram obrigados pelos EUA a desistirem da guerra, causando a ideia de uma possível derrota. Kissinger, secretário de Estado, aproveitou essa brecha para a dar à diplomacia americana a possibilidade de intermediar um acordo entre Egito e Israel, que em 1974 resultou na retirada de Israel de uma parte da Península do Sinai. 
O presidente do Egito, Anwar al-Sadat, rompeu com as ligações que tinha com Moscou, pois percebeu que sua aliança com os EUA o ajudaria a recuperar toda a região da Península. Moscou por sua vez, em retaliação à atitude do presidente egípcio, suspendeu o envio de armas para o Cairo. Os EUA forneceram ajuda econômica ao Egito, porém só forneceria assistência militar caso o Egito mudasse sua postura inflexível em relação a Israel. 
Sadat, em uma ousada tentativa improvisada, tentou dar andamento ao processo de paz com Israel. Ele forjou uma visita ao novo primeiro-ministro de Israel, particularmente de direita, Menachem Begin. Em 1977, em Jerusalém, Sadat fez um discurso para o parlamento israelense e deixou um discurso histórico, no qual ele se dizia totalmente disposto a reconhecer o Estado de Israel, porém Begin, irredutível, rebateu que nunca reconheceria a Palestina, mas estava disposto a discutir um futuro status político da Península do Sinai. A insistência de Sadat para a construção de um acordo bilateral com Israel foi de sua total autoria, porém os soviéticos acreditavam que era mais uma ação norte-americana para excluir a URSS da região. 
Quando o presidente Carter percebeu um degelo das relações entre Egito e Israel, ele decidiu introduzir um diálogo bilateral. Em setembro de 1978, Sadat e Begin aceitaram a oferta de Carter. Após 30 dias de muita negociação, os dois líderes consentiram em duas estruturas para futuras negociações. Somente seis meses depois, Sadat e Begin apareceram na Casa Branca no dia 26 de março de 1979 e assinaram um tratado de paz entre Egito e Israel, no qual Carter era a testemunha. 
Em consequência da presença dos EUA nesse acordo, a URSS teve suas ambições frustradas no Oriente Médio, pois ela perdeu suas bases no Egito e os Estados Unidos ganharam o prestígio de intermediador da paz na região. 
Moscou, por sua vez, buscou compensar sua influência no Oriente Médio expandindo sua assistência militar para dois países parceiros: Síria e Iraque. Ambos naquele momento estavam conduzindo um movimento que isolaria o Egito do mundo árabe. Isso se explica pelo fato de que todos os outros países árabes encararam a atitude do Egito – assinar o tratado com Israel – era uma traição à causa árabe e particularmente à causa palestina. O Egito foi expulso da Liga Árabe e mais de vinte países romperam relações diplomáticas. 
Dessa forma, o tratado entre Israel e Egito não chegou a lugar algum, pois foi boicotado pelos líderes da Palestina e da Jordânia. Além disso, o líder judeu, em 1980, intitulou Jerusalém como a capital do Estado de Israel. 
Em outubro de 1981, Sadat foi assassinado por um fanático que era contra o acordo de Camp David (assinado pelo Egito e por Israel). Para a sorte de Begin, o sucessor de Sadat, Hosni Mubarak, prometeu honrar o tratado de paz com Israel. Consequentemente, o bom andamento das relações que Mubarak estabeleceu, permitiu que Israel desocupasse totalmente a Península do Sinai em abril de 1982. 
Aparentemente, esse fato pareceu um primeiro passo do processo de implementação da paz entre Israel e seus vizinhos árabes. Entretanto, em junho de 1981 Israel fez um ataque aos reatores nucleares em Bagdá, no Iraque, o maior inimigo de Israel e em dezembro Israel anexou as Colinas de Golã. 
Em 1976 o governo de Begin decidiu atender ao desejo da população israelense que era promover a expansão de assentamentos judeus na Cisjordânia. Assim que os colonos judeus estabeleceram seus lugares na Cisjordânia, a população palestina se tornou cada vez mais dependente da economia de Israel, o que prejudicou ganhos políticos do governo da Palestina e essa realidade ainda permanecia até 1981. 
De acordo com o Tratado de Camp David, Israel deveria se comprometer a negociar com a Organização para a Libertação da Palestina (OLP) sobre as regiões ocupadas há 5 anos. Porém, a contínua ocupação e a derrubada dos prefeitos da região mostraram que Begin não estava disposto a cumprir com o tratado de paz. 
As sedes da OLP eram localizadas em Beirute no Líbano desde 1970. Isso trouxe dois benefícios para o povo libanês. O primeiro foi permitir o isolamento do os conflitos entre os inimigos judeus com outros Estados árabes, além de propiciar uma relativa harmonia entre islâmicos e cristãos. 
Ataques ocorridos entre cristãos e libaneses, deram a Israel a desculpa que eles precisavam para empregar forças militares contra os inimigos do norte. Em 1982, Begin decidiu invadir o Líbano em grande escala para atingir dois objetivos: estabelecer uma fronteira que preveniria a artilharia de fogo da Palestina e ataques de comando; o segundo foi romper as forças da OLP para manter somente os rivais moderados palestinos, para poder alcançar assentamentos acessíveis na Cisjordânia. 
As forças israelensesconseguiram invadir o coração da OLP e expulsá-los do sul do Líbano. Mas o objetivo do ministro de defesa de Israel, Ariel Sharon, ordenou que as tropas israelenses continuassem a empreitada e chegassem a assentamentos da OLP na região oeste de Beirute. Pelos próximos dois meses, Israel bombardeou e a capital libanesa em busca de liquidar a liderança da OLP, entretanto Arafat e seus apoiadores conseguiram relocar os quartéis da OLP para a Tunísia. 
O governo de Ronald Reagan desaprovou o fracasso das operações em Beirute e organizou uma operação de resgate juntamente à França e à Itália para dirigir a retirada de oficiais da OLP em Beirute e posteriormente aplicou alguns embargos à Israel para mostrar seu descontentamento. 
Israel acabou se decepcionado com suas operações no Líbano, as quais conseguiram expulsar a OLP, mas não lograram em restabelecer a estabilidade e a ordem na fronteira do norte. 
A partir do verão de 1984 para o verão de 1985, uma coalizão do governo de Jerusalém, conduzida pelo líder do Partido Comunista Shimon Peres, removeu todas as tropas israelenses do Líbano. Com as forças sírias operando no nordeste, as tropas de Israel se instalaram no sul e várias milícias patrulhavam outras áreas, o governo central do Líbano perdeu o controle político do país. Na metade da década de 1980s o otimismo produzido pelo acordo de Camp David, deixou um pessimismo sobre as perspectivas de se alcançar uma resolução mutuamente aceita por Israel e Palestina. O acordo bilateral entre Israel e Egito, que trouxe segurança para as fronteiras judaicas e restaurou o controle pelo Egito do Sinai, parecia ser o fim ao invés do começo da instauração da paz no Oriente Médio. 
A Revolução Iraniana, a guerra Irã-Iraque, e a Intifada 
O regime de Xá Reza Pahlevi no Irã se tornou um aliado convicto dos EUA após a falha de um movimento separatista apoiado pela URSS no extremo norte da província em 1946. O nacionalismo exacerbado do Primeiro-Ministro Mohammed Mossadegh propiciou a nacionalização da indústria petroleira iraniana, o que abalou o controle inglês da Companhia de Petróleo Anglo-Iraniana. Tal empresa pediu ajuda ao governo inglês, que por sua vez requisitou a ajuda de Washington. Dessa forma, o presidente Eisenhower decidiu que Mossadegh deveria deixar o governo no Irã. 
As operações da CIA conspiraram com os oficiais inimigos do exército iraniano para fomentar a insurreição contra Mossadegh, no verão de 1953, o que resultou em sua deposição e na renovação de um Xá pró-ocidental. Por volta de 1955, empresas americanas adquiriram semelhante controle da produção iraniana de petróleo juntamente a Anglo-Iraniana Companhia de Petróleo. O Irã continuou a ter um papel importante da contenção da influência soviética no sul asiático, além de fazer parte do Pacto de Bagdá. 
Da década de 1970, Nixon começou a equipar a força militar e naval iranianas com modernos equipamentos para substituir a artilharia britânica que há pouco havia retirado suas últimas unidades navais do Golfo Pérsico, onde era a mantenedora da estabilidade dessa importante e estratégica região. Posteriormente, a Crise do Petróleo em 1973 fez com que o Irã se inundasse em petrodólares, os quais foram usados pelo Xá para construir seu próprio exército e iniciar um programa de modernização econômica. Porém toda essa nova riqueza vinda da exportação de petróleo propiciou, na verdade, a ruína do Xá: um governo imoral que desperdiçou dinheiro em projetos públicos gerando uma hiperinflação que acabou por acabar com poupança de aposentados e outros rendimentos fixos. Além disso, toda a população estava desapontada com a corrupção desenfreada e o ostensivo estilo de vida do Xá e as pessoas do seu partido. 
Em janeiro de 1979, eclodiram uma série de revoltas populares que obrigaram o Xá deixar o governo para que não ocorresse uma revolução. Um antigo opositor do Xá que estava exilado, Aiatolá Ruhollah Khomeini retornou ao Irã e tomou o poder em fevereiro do mesmo ano. Khomeini transformou o Irã de uma monarquia moderna para uma república fundamentalista islâmica. Todas as relações do Irã com os Estados Unidos foram cortadas abruptamente e arruinou muitas estratégias ocidentais que auxiliava na luta contra a URSS. 
A revolução iraniana surpreendeu tanto o bloco soviético quanto os capitalistas ocidentais. A orientação antiamericana agradou os líderes em Kremlin, porém Khomeini também era contra o comunismo ateísta tanto quanto era contra o sistema capitalista ocidental. As intenções de Khomeini em propagar a república islâmica era uma ameaça aos interesses soviéticos no Oriente Médio. 
Todavia, os EUA que sofreram com as consequências da revolução iraniana. As relações iranianas com os EUA se deterioraram de uma forma tão alarmante ao ponto de o governo norteamericano proibir qualquer comércio com o Irã, congelar 12 bilhões de ativos iranianos em bancos dos Estados Unidos. Nesse momento, uma onda de sentimento antiamericano se espalhou pelo mundo islâmico, através dos simpatizantes da revolução iraniana e se espalhou da Líbia até o Paquistão. 
Saddam Hussein que emergiu ao poder em 1979 através do Partido Baath executando todos seus principais rivais e reconheceu que Khomeini e seu fundamentalismo xiita poderia ser uma ameaça para a estabilidade do Iraque, por causa de uma possível incitação da parcela xiita iraquiana. 
Em setembro de 1980, Hussein revogou o Acordo de Algiers de 1975 e ultrapassou as fronteiras com o Irã. O Iraque conseguiu uma vitória rápida pelo fato de o Irã estar passando por instabilidade política interna. Na primavera de 1981, as forças iraquianas já haviam invadido uma porção considerável do território iraniano, mas Khomeini organizou um contra-ataque por ar e por terra. Isso gerou um impasse, caracterizado por ofensivas e contra ofensivas sangrentas, bem como destruiu instalações petroleiras em ambos os territórios. 
Hussein tentou formar uma liga árabe contra o inimigo Irã, mas não foi bem-sucedido seu plano. Além disso, o presidente da Síria, Hafez al-Assad demonstrou todo apoio ao líder do Irã, pois acreditava que Hussein era seu principal rival no mundo árabe. Os governos da Argélia, da Líbia e do Yemen fizeram o mesmo que Assad e apoiaram o Irã. 
Um aspecto da guerra Irã-Iraque que remete à Primeira Guerra Mundial, foi o uso de armas químicas como o agente mostarda, primeiro contra os curdos, depois contra os iranianos. Quando o Irã respondeu com um ataque de míssil contra Bagdá, a “guerra das cidades” se tornou uma trágica forma de eliminar cidadãos em números cada vez maiores. 
Pelo fato de essa guerra interferir na exportação e comércio de petróleo com as potências ocidentais, os dois blocos se viram obrigados a intervir nos conflitos. A URSS apoiou o Iraque, assim como a França. Reagan se mostrou a favor do Iraque também por causa de antigos conflitos entre Khomeini e Carter. 
Todos os desdobramentos da Guerra Irã-Iraque demonstraram que o Golfo Pérsico era uma região extremamente vital para a maioria das potências do mundo para manter-se livre de qualquer conflito. 
Mesmo com suas forças sendo deterioradas, foi o Irã que respondeu aos pedidos do Iraque por um cessar-fogo depois de 8 anos de guerra em 1988. Os resultados da guerra foram: 300 mil iranianos mortos, enquanto 135 mil iraquianos mortos, 750 mil feridos, um custo de 600 bilhões de dólares para o Irã e 400 bilhões para o Iraque. A guerra acabou em um impasse, onde nenhum dos países ganharam território, população e recursos. 
Durante a Guerra do Golfo, as questões da Palestina e Israel foram esquecidas pela comunidade internacional. Nesse momento, o povo palestino estava vivendo sob a imposição do Estado de Israel, que obrigou uma dependência econômica aos palestinos e reprimia com total violência qualquer agitação na Faixa de Gaza ou na Cisjordânia. Porém em 1987, um suposto acidente com 4 palestinos dentro de um carro de Israel, causou a eclosão da Primeira Intifada, que foi uma grande revolta dos palestinos contra toda a repressãoisraelense na região. 
O secretário de Estado dos EUA respondeu ao significante gesto da Palestina em reconhecer o Estado de Israel com uma abertura para negociações com a OLP na Tunísia. No ano seguinte, a Liga Árabe sinalizou esse fato como um avanço nas negociações com Israel admitindo o Egito como membro. No final da década de 1980 a paz no Oriente Médio parecia mais provável do que em qualquer momento desde a invasão israelense no Líbano em 1982. 
O contexto e as consequências da Guerra do Golfo 
O único país árabe que se recusou a ajudar na solução do conflito Israel- Palestina foi o Iraque de Saddam Hussein. Depois do fim da guerra com o Irã, Hussein começou a investir em sua indústria bélica, o que para muitos foi interpretado como uma ação militar provocativa contra Israel. Contudo, as forças iraquianas, em agosto de 1990, invadiram as reservas de petróleo no Kuwait, obrigando a família do governante fugir para a Arábia Saudita. Após dois dias, Hussein anunciou a anexação do Kuwait e ele havia acumulado força militar o suficiente para poder invadir as reservas da Arábia Saudita. Com o Iraque no controle do Kuwait e da Arábia Saudita, possuía quase 40% das reservas mundiais de petróleo. 
O presidente Bush conduziu uma organização internacional, que contou até mesmo com a ajuda da União Soviética (antiga aliada do Iraque), para responder às anexações do Iraque. Em 9 de agosto de 1990, o Conselho de Segurança decidiu, por unanimidade, que seriam aplicadas severas sanções comerciais contra o Iraque. Posteriormente, em algumas semanas, uma força multinacional se aproximou do Golfo para proteger as reservas de petróleo na Arábia Saudita contra possíveis ataques do Iraque. 
As sanções comerciais e a intensa pressão diplomática não foram eficazes contra o controle iraquiano do Kuwait. Então, o Conselho de Segurança aprovou uma resolução que dava ao Iraque um prazo – até 15 de janeiro de 1991- para retirar suas tropas das ocupações, ou sofreria uma resposta militar das tropas de paz da ONU. O prazo expirou e Hussein não cumpriu com a retirada do Kuwait. Então, uma coalizão formada por forças da França, da Itália, da Grã-Bretanha, da Arábia Saudita lideradas pelos EUA, invadiu Bagdá, com bases na Arábia Saudita, na Turquia e porta-aviões no Golfo Pérsico. Em poucos dias todas as forças iraquianas foram derrotadas e se tornaram inoperantes por causa de ataques de mísseis. Equipados com mais de 3.400 tanques, a coalizão que derrotou o Iraque, em 24 de fevereiro, lançou uma operação por terra para despejar o exército iraquiano do Kuwait. 
Houve uma série de consequências após a vitória da coalizão dos aliados ocidentais sobre o Iraque. A mais importante foi que a derrota acabou com a esperança do Iraque de conseguir dominar regiões no Golfo Pérsico, através da imposição de medidas que restringia a soberania do país, a fim de evitar que Hussein reconstruísse toda sua força militar. 
Desde que o Iraque usou armas químicas contra o Irã, e ainda suspeitava-se que usava armas biológicas e nucleares também, uma equipe da Comissão Especial do Desarmamento da ONU (UNSCOM) foram enviadas para o Iraque para supervisionarem a destruição dessas armas e os locais que as produziram. Sanções econômicas muito restritivas foram aplicadas até que o governo iraquiano atender aos requerimentos da ONU de desarmamento e inspeção. A economia do Iraque foi devastada pela intensa queda dos lucros da exportação. 
Pelos próximos anos, Hussein conseguiu obstruir os esforços da UNSCOM para acessar os lugares que eram produzidas as armas químicas e biológicas. Para atingir esse objetivo, Hussein utilizou da fragilidade do Conselho de Segurança, que já não acordava em unanimidade sobre as sanções comerciais impostas ao Iraque, devido aos problemas que a população civil estava enfrentando por causa das sanções comerciais. 
Nesse contexto, os EUA e a Grã-Bretanha começaram uma intensa campanha para derrubar Hussein do poder, através de propagandas e apoio a grupos de oposição ao governo. Hussein respondeu expulsando as equipes de inspeção da ONU em 1998, sob a acusação de que na verdade eles eram agentes de espionagem norte-americanos. Por fim, as sanções impostas na Guerra do Golfo surtiram efeito, pois conseguiram evitar que Hussein utilizasse a renda advinda da exportação para investir e aumentar seu exército. 
A criação de uma dificuldade 
Nesse contexto, o presidente Bush, diferente de seu predecessor, Clinton, que entendia os altos custos que uma ação unilateral militar traria, usou como pretexto os ataques ao World Trade Center em Nova Iorque em 2001 para mobilizar a população e instigar um ataque direto a Al-Qaeda liderado por Saddam Hussein. A política de intervenção de Bush consistia na ideia de uma doutrina de segurança nacional contra o terrorismo, qual justificava o uso de armamento militar pesado. A vista disso, grande maioria do tempo presidencial de Bush fora então voltado para a intervenção no Iraque. Todavia, o assunto seria bastante discutido entre os membros da ONU, pois alguns eram a favor e outros contra, como a França e Rússia que tentaram bloquear a ida dos EUA ao Iraque. Fato que não foi bem sucedido, uma vez que mesmo contra a decisão da ONU, os EUA invadiram o Iraque e derrotaram Saddam. 
Entretanto, vale lembrar que apesar da perspectiva norte-americana de que a “Guerra ao Terror” e a queda de Hussein iria agradar sua população, esta ficou descontente. Várias guerrilhas entre o povo aconteceram nesse meio tempo por homens que ficaram a favor da população civil iraniana que não estava ligada com o conflito, logo não deveria sofrer consequências. Ademais, a descoberta de que ligações entre Hussein e a Al-Qaeda eram falsas além de não haver armas de destruição em massa no Iraque, levaram a população a repudiar uma possível nova invasão em 2003. 
Esta tinha finalidade de substituir a ditadura lá implantada com o pretexto de abranger os ideais de democracia no Oriente Médio. Porém, a semente de democracia já estava instalada lá pelo CPA e em 2005, o partido Xiita ascendeu ao poder presidencial depois de uma votação para um sistema federal descentralizado na nação. 
Dessa maneira, assim que os xiitas tomaram posse da cadeira presidencial, os conflitos se agravaram ainda mais, principalmente devido ao monopólio do uso da força no Iraque. Uma vez que o país é território de várias linhas do Islamismo como os curdos; sunitas e xiitas. A principal rivalidade era entre os dois últimos, qual culminaria em uma guerra civil no Iraque. Os xiitas aproveitaram de seu poder político quanto ao país criaram diversas leis que prejudicavam os sunitas. Em adição a isso, atos de terrorismo, violência exacerbada e guerrilhas iniciaram-se em represália. Vale lembrar que nesse meio tempo, o presidente Bush sentindo a pressão da população para “trazer as tropas de volta” aos EUA, resolveu tentar um último esforço ao incitar os militares a ajudarem no fim da guerrilha. Desse modo, apesar da participação americana ter sido de grande ajuda, a incapacidade dos curdos, dos sunitas e dos xiitas de resolverem seus problemas deu continuidade a instabilidade política previamente iniciada. 
É importante ressaltar que muito desse descontento da população americana é reminiscente dos horrores sofridos pelos militares durante a guerra do Vietnã. Todavia, a grande maioria da população iraquiana civil temia por um banho de sangue que certamente ocorreria se os americanos deixassem o território. Fora durante esse período que outra nação apareceria para dar ainda mais fomento ao conflito, o inimigo americano Irã. O surgimento de um bloco entre o Irã e o Iraque xiita iria diretamente ameaçar os interesses dos aliados americano sunitas na região, a Arábia Saudita e alguns estados vizinhos. Uma vez que todos estavam interessados no grande potencial do petróleo encontrado na região. Em suma, a guerra que deveria levar a democracia para o território apenas auxiliou na criação de um caos político e no aumento da população vigenteaté os dias atuais. 
Irã Após Khomeini 
O autor então começa a discutir as relações do Irã dentro do Oriente Médio. Tal país só não agravou a disputa com os Estados Unidos da América devido ao financiamento do Irã ao partido xiita, e principalmente a suspeita de que o mesmo estaria desenvolvendo armas nucleares. Nesse contexto, Rafsanjani fora eleito presidente do Irã e instaurou uma política mais relaxada quanto às liberdades de expressão e civis. Sua prioridade era a reconstrução da economia depois dos efeitos devastadores da guerra do Iraque. O posterior a ele na cadeira presidencial fora ainda mais persistente nesse quesito, visto que apelou para as minorias, mulheres e jovens na luta contra o conservadorismo das antigas elites. Contudo, a velha guarda reminiscente no país conseguiu por meio do poder de veto bloquear as reformas propostas pelo presidente, e uma reforma genuinamente política fora interrompida com a vitória dos conservadores nas eleições de 2005. 
Nesse meio tempo, dois eventos, de acordo com Keylor, ajudaram a fortalecer a posição do Irã na região, ironicamente ambos feitos por seu antigo inimigo, os Estados Unidos. O primeiro foi à derrubada das forças americanas no Afeganistão durante o regime sunita, já o segundo foi a queda de Saddam Hussein, adversário sunita do Irã. 
Porém, a intenção de hegemonia regional do Irã veio a preocupar tanto os EUA quanto a comunidade europeia quando rumores se espalharam de que o mesmo estaria desenvolvendo armamento nuclear. Os EUA temiam que tal armamento em forma de misseis balísticos poderia vir a ser usado em seus aliados no Oriente Médio (Israel e Arábia Saudita), além de significar uma fortificação demasiada do território islã. Dessa maneira, vale ressaltar que apesar da possível ameaça de um poderio iraniano, os EUA tinham razões para não brecar esse avanço como a vergonha de não ter encontrado programas nucleares no Iraque, além dos custos altos com a arte da guerra. Logicamente, a tentativa que os americanos encontraram para resolver o conflito foi a diplomacia a partir de 2003. 
Durante todo esse período, tanto a ONU quanto os EUA ficaram indecisos quanto ao que fazer em relação às práticas nucleares na região. Uma das soluções seria responder agressivamente e impor sanções ao Irã ao fim de 2006 e parar o enriquecimento de Urânio em Teerã (insistia que era para fins pacíficos). Contudo, não foi necessária nenhuma dessas medidas já que fora comprovado que o Irã já havia parado com seu programa nuclear anos antes das discussões acerca do mesmo. 
O Renascimento da Esperança por Paz e Estabilidade Regional 
A partir desse ponto, o autor começa a analisar a leva de conflitos ocorridos durante a tentativa de negociações de paz entre Israel e Palestina, bem como a Jordânia. O presidente Bush fora muito mais severo que seu anterior quanto a pressionar Israel em aceitar a soberania palestina nos seus territórios ocupados. Contudo, Saddam pouco tempo depois lançou bombas na população israelense como represália a intervenção norte-americana no local. 
Após o cessar fogo da Guerra do Golfo em 1991, os EUA conseguiram juntar ambos os territórios (Israel e Palestina) em negociações em uma convenção internacional. Não havia mais receio de Israel quanto aos palestinos, visto que o Fatah estava sem quase nenhuma vantagem no período (isolamento diplomático e crise econômica). Uma vez que perdeu financiamentos durante a guerra, além da perda principal de seu aliado fora do Oriente Médio desmantelado pouco depois, a URSS. Contudo, vale ressaltar que fora nessas discussões de Madri que pela primeira vez houve contato entre os líderes árabes e israelitas desde 1978, apesar de logo esbarrar em um impasse, visto que Shamir estava demasiado interessado em continuar sua expansão judia por entre a Cisjordânia e a Faixa de Gaza. 
A situação política em Israel iria mudar drasticamente em 1992, pois um partido trabalhista com programas para resolver a situação territorial via diplomacia vencera as eleições. Tal partido suspendeu a maioria dos projetos de construção da Cisjordânia e se manteve aberto para negociações sobre uma autonomia palestina. Tal fato coincidiu com a ascensão do Hamas (Movimento de Resistência Islâmica) na Palestina, que desafiava a autoridade da OLP de Arafat quanto a sua posição impotente em relação aos territórios ocupados. 
Ainda no ano de 1993, em Washington as discussões não levaram a nada devido à ausência do líder da OLP (Organização para Libertação da Palestina), cuja presença era necessária para uma resolução dos acordos. Contudo, fora revelado que diversas conversas clandestinas aconteceram entre os líderes de Israel e Palestina. Para tanto, a Palestina se comprometeu a renunciar a violência e reconhecer Israel, se este reconhecesse a OLP como representante oficial do povo palestino. Nesse contexto, foi assinado o primeiro acordo de Oslo em 13 de Setembro, um marco histórico no conflito. O acordo de Oslo determinava a evacuação de Israel da Faixa de Gaza e da Cisjordânia, a criação de um órgão palestino administrativo, bem como a negociação de uma paz permanente na região. 
Em adição a isso, a Jordânia viria a ascender como o próximo líder árabe a tentar fazer as pazes com o estado judeu, por meio de acordos que iriam garantir o acesso ao Rio Jordão e proteção a lugares muçulmanos sagrados em Jerusalém. Já situação com a Síria era um pouco mais complicada, afirma Keylor. Pois a Síria demandava um comprometimento israelita em relação a sua retirada do Golão, enquanto Israel insistia que deve primeiramente instaurar paz e frear os avanços terroristas sírios em seu território. 
Dessa forma, Israel e Palestina aprovaram um plano em 1993 (segundo Acordo de Oslo) para a transferência de determinado território da Cisjordânia para o controle palestino. Tal ação causou represálias, principalmente religiosas (lugar de nascimento de Jesus) nos judeus residentes tanto no território quanto em Israel. Para tanto, o presidente Rabin de Israel fora pouco tempo depois assassinado por um rebelde do partido de direita em 1995. Em meio a uma onda de protestos e atos de terrorismo do Hamas, o sucessor de Rabin viria também a honrar os acordos de Oslo, para descontentamento da população israelense que era contra o processo de paz. Em 1996, o novo presidente palestino Arafat declarou sua intenção de cancelar as cláusulas dos acordos que orquestrariam a destruição de Israel. No dia seguinte Israel já declarava o fim de sua oposição em favor da criação do estado palestino. Grupos como o Hamas (contra o processo de paz) boicotaram então a campanha eleitoral. 
Já em 1996, as conversas estavam chegando a um final com a promessa de um estado palestino entre Israel e Cisjordânia com Jerusalém oriental como sua capital. Além do retorno dos três milhões de refugiados palestinos, bem como ajuda aos 120 mil judeus espalhados pelo Oriente Médio (cláusula de Israel). 
Todavia, a tão sonhada esperança de paz na região começou a definhar com a leva de homens-bomba do Hamas que causaram receio na população israelense. Para tanto, o presidente Netanyahu recusou a aceitar um Estado palestino e anunciou que Jerusalém seria para sempre a capital indivisível de Israel. Essas ações trouxeram massivas revoltas e protestos violentos entre os cidadãos dos três Estados vizinhos. Por conseguinte, Israel decide fechar suas fronteiras deixando milhares de trabalhadores desesperados devido à perda do emprego no estado israelense. 
Quase no fim de 1998, Washington decide convidar ambos os líderes de Israel e Palestina para mais uma leva de conversa. Os dois chegam a assinar o Memorando Wye River. Este pontuava que Israel deveria retirar sua força militar da Cisjordânia, a ser comandada por autoridades palestinas (20% da área) em troca da promessa de Arafat de extinguir a violência na região. Vale ressaltar que o presidente israelita eleito em 1999 era muito mais flexível quanto ao processo de paz, o que facilitava as negociações. Clinton fora uma personalidadeimportante nesse período apesar de estar no final de seu mandato. Ele tinha a pretensão de estabelecer outro acordo entre os países rivais qual Israel deveria se retirar de 90% do território da Cisjordânia e palestino e transformar tal espaço no Estado da Palestina. Entretanto, tal proposta fora rejeitada por ambos. Israel sabia que se reconhecesse o Estado palestino, a população de tal iria sobrepor eventualmente a judia. Já a Palestina desejava seu território no âmbito das fronteiras estabelecidas previamente a 1962. Consequentemente, as negociações falharam mesmo com a virada do milênio. 
Em adição a isso, outro incidente contribuiu para a destruição dos acordos, quando um líder de direita israelense visitou um templo árabe que aparentemente era o local de ascensão ao céu de Maomé. Tal ação fora repudiada pela população palestina que atacaram judeus civis perto do Muro das Lamentações (segunda intifada). Consequentemente, viria uma represália de Israel. Paralelamente a isso, a posição norte-americana era primordialmente de observadora, pois temia se envolver até mesmo pela democracia, em uma situação demasiado delicada depois de tantas tentativas de negociações. Todavia, em 2001, o presidente George Bush proclamou sua ajuda à criação do Estado palestino. 
Novamente, tais ações se deram por esquecidas com uma nova onde de mortes que aconteceu em 2002 na Cisjordânia. Posteriormente viriam assassinatos, guerrilhas, protestos violentos, entre outros. Nesse ponto, Israel já havia ignorado qualquer tentativa de negociação com Arafat, uma vez que acreditavam que ele defendia os ataques terroristas. 
Em meados de 2003, Arafat submeteu-se a pressão internacional e apontou Mahmud Abbas como primeiro ministro em seu lugar. Este era completamente contra a violência e a favor de sérias negociações com Israel, o problema é que a maioria da população não estava interessada em ser controlada por uma potência estrangeira. 
Ariel Sharon, israelense, em tal altura percebeu que a única maneira de o conflito ser amenizado seria Israel agindo sozinho. Além disso, para ele, mesmo que a Cisjordânia viesse a fazer parte da “Grande Israel”, a taxa de nascimento indicava que em pouco tempo, os palestinos ainda sim passariam em número os judeus. A democracia, portanto, não era um regime viável. Por conseguinte, em 2003, Sharon anunciou que iria retirar os assentamentos israelenses da Faixa de Gaza e da Cisjordânia e permitiria a criação do Estado palestino nos territórios evacuados, mas para isso seria criado uma barreira de segurança separando os judeus dos palestinos. Ou seja, a ocupação da Palestina não era mais vantajosa devido à bomba demográfica que eventualmente significaria uma predominância palestina na região. A solução então seria separar os dois grandes grupos. Mesmo que em 2006 a maioria desses acordos não fosse respeitada, especialmente em relação à Cisjordânia. 
Nesse contexto, o Fatah qual muitos acreditavam que tomaria o controle do futuro Estado palestino, foi submetido pelo radical islâmico, Hamas. Uma vez que este vinha ganhando força entre as massas já que seus serviços e infraestruturas voltados para a população foram enaltecidos. O principal comprometimento do Hamas era para com a criação do Estado Islâmico em toda Palestina, e para tanto, repudiava as negociações com Israel, além de incitar a violência. Para os seus seguidores, o poder seria adquirido por meio da agressividade e não da diplomacia. 
Em suma, aterrorizados com a situação conflituosa que o Hamas estava proporcionando, os EUA, as nações europeias e outros países do Ocidente tentaram frear o movimento ao diminuir os recursos enviados a região. Além disso, a nação norte-americana finalmente entendeu que a democracia não era o meio para a paz no Oriente Médio, uma vez que o movimento liderado pelo Hamas não a desejava e sim pleiteava a destruição total da nação israelense, além de ressurgir e fomentar a violência dentre os envolvidos. 
O retorno da agitação política e do conflito armado no Líbano 
Três anos depois de expulsar o PLO do Líbano em 1982, Israel retirou suas forças militares para uma “zona de segurança” no sul desse país, com intuito de proteger cidades do norte de Israel de bombardeios em toda a fronteira norte. Enquanto Israel e o PLO faziam as pazes e tentaram estabelecer o acordo de Oslo de 1993 durante o resto da década, o grupo xiita radical Hezbollah, com o apoio da Síria e do Irã, organizou ataques contra o posto militar israelense na “zona de segurança”. Israel retaliou com ataques ferozes em vilas xiitas suspeitas de guarnecer guerrilhas do Hezbollah, causando morte e destruição generalizadas, um êxodo em massa de refugiados, e crescente condenação internacional. No verão do ano de 2000, o governo de Ehud Barak retirou abruptamente a Força de Defesa Israelita da área. 
Com a saída das tropas israelitas do sul, as únicas forças estrangeiras que permaneceram no Líbano eram remanescentes do contingente sírio de 40.000 homens que haviam sido despachados para a parte oriental do país pelo presidente sírio Hafez-al-Assad. Em fevereiro de 2005, o primeiro ministro Rafik Hariri, crítico assíduo da presença síria em seu país, foi morto em um incidente que, posteriormente, foi conectado a agentes libaneses aliados da Síria. O assassinato gerou uma onda de protestos que, em conjunto com pressões dos Estados Unidos e da França, forçaram o governo sírio a cumprir com uma demanda do Conselho de Segurança da ONU, que exigia a saída de tropas estrangeiras do Líbano. 
A saída do exército sírio e a formação de um governo anti-sírio apoiado por potências ocidentais ameaçavam seriamente a posição do Hezbollah, que evoluiu de um grupo militante clandestino para uma organização política com um segmento significativo no país. 
A nova incursão israelita no Líbano no verão de 2006, resultou em uma destruição em massa da infraestrutura do país, na morte de quase mil civis libaneses e na fuga de outros milhares. Quando a Força de Defesa Israelita finalmente retirou-se do país no outono de 2006, o Hezbollah desafiadoramente declarou vitória frente aos muçulmanos. A última guerra trouxe o último prego ao caixão dos ousados planos do primeiro ministro israelense de evacuar a maior parte da Margem Oeste. As esperanças de paz e reconciliação entre Israel e os palestinos foram mais uma vez quebradas. 
Conclusão
 
O grupo acredita que o texto estudado de William Keylor, em alguns momentos, foi de difícil compreensão devido a palavras não comumente usadas no inglês. Entretanto, o trabalho do autor é de uma cadeia demasiada de informações extremamente relevantes acerca da região do Oriente Médio no contexto da Guerra Fria. Além disso, utilização de mapas fora de grande relevância para o auxílio na compreensão do assunto, uma vez que colaborou para uma visão ampla e concreta dos conflitos descritos por Keylor.
Dessa forma, ao longo do capítulo, Keylor chama atenção para os motivos e estímulos que levaram as potências tanto ocidentais quanto orientais da época a lidarem com os conflitos regionais no Oriente Médio. A atenção especial das duas grandes potências nessa região se explica pelo fato de ser o espaço que possui as maiores reservas de petróleo do mundo, o que era extremamente importante para aquecer a corrida armamentista na época.
Os EUA tinham um plano de implementar a democracia no Oriente Médio por muito tempo. Entretanto tal objetivo se provou falho já que a inacabável guerra entre Israel e Palestina provou que ambos os Estados não desejam tal regime.
Ademais, sendo Jerusalém o berço das três maiores religiões do mundo - islamismo, cristianismo e judaísmo – é uma região intensamente disputada por islâmicos, principalmente pelos palestinos, e pelos judeus de Israel. Logo, através da análise de Keylor, é possível compreender como conflitos que remetem desde o término da Segunda Guerra Mundial, perpassando pela Guerra Fria, têm consequências nos desdobramentos de conflitos atuais na região do Oriente Médio, principalmentena Faixa de Gaza e em Jerusalém.
 
Perguntas 
A conhecida "Guerra ao Terror" retratada por Keylor em determinados pontos do texto é até hoje vista como vergonhosa por certa parte da população americana já que se provou que não havia programa militar no Iraque como dito pelos EUA como pretexto? 
Para William Keylor, a tentativa de instauração da democracia no Oriente Médio fora mesmo um dos grandes empecilhos que culminou na guerrilha entre Israel, Palestina, Cisjordânia e outras potências? Ou o passado histórico e religioso teria maior vigor nesta questão? 
A imposição de um embargo total às exportações de petróleo para os Estados Unidos e um embargo parcial a outros países prejudicou estes países importadores devido ao cartel produtor de petróleo, dominado pelos países árabes. Como isto demonstra-se ser uma arma econômica que pode ser usada contra as nações ricas do mundo industrial para efetuar uma redistribuição massiva da riqueza? 
Por que o ministro de relações exteriores Ernest Bevin acreditava que o local mais adequado para a retenção da influência da Grã-Bretanha era a Palestina?
Descreva o que era a Declaração Tripartite e qual sua função.
Qual a relação direta entre a Guerra do Golfo e as Intifadas?
Por que para a liga árabe assinatura do tratado de Camp David por parte do Egito era uma traição à causa árabe?

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