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Aula Controle Concentrado de Constitucionalidade FADERGS

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Controle Concentrado de Constitucionalidade
Matheus Rocha Faganello
Ação Direta de Inconstitucionalidade
Previsão Constitucional
	Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe:
	I - processar e julgar, originariamente:
	a) a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou estadual e a ação declaratória de constitucionalidade de lei ou ato normativo federal;
Ação Direta de Inconstitucionalidade
Previsão Constitucional
	
Art. 103. Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade e a ação declaratória de constitucionalidade: 
	(...)
	
Ação Direta de Inconstitucionalidade
Objeto:
Leis ou atos normativos
Federais, estaduais e/ou distritais (na competência dos Estados)
Editados posteriormente à Constituição
Ainda vigentes
Ação Direta de Inconstitucionalidade
Objeto:
Leis ou atos normativos
Artigo 59 da Constituição
Atos que apresentem determinações gerais e caráter vinculativo: resoluções normativas, resoluções de tribunais 
Atos sem caráter geral não são passíveis de controle: leis de efeitos concreto (decreto de desapropriação, concessão de isenção)
Atos sem efeito vinculativo não são passíveis de controle: súmulas de tribunais
Ação Direta de Inconstitucionalidade
Objeto:
Leis ou atos normativos
Resolução normativa dos Tribunais de Justiça – Adin 1352
Deliberações administrativas de outros órgãos do judiciário – Adin 728 e Adin 681
Resoluções administrativas com caráter normativo – Adin 769
Ação Direta de Inconstitucionalidade
Objeto:
Federais, estaduais e/ou distritais (na competência dos Estados)
Não cabível contra leis municipais
Não cabível contra leis distritais no exercício de competência municipal (Súmula 642 do STF)
	
	Art. 125. Os Estados organizarão sua Justiça, observados os princípios estabelecidos nesta Constituição.
	§ 2º Cabe aos Estados a instituição de representação de inconstitucionalidade de leis ou atos normativos estaduais ou municipais em face da Constituição Estadual, vedada a atribuição da legitimação para agir a um único órgão.
Ação Direta de Inconstitucionalidade
Objeto:
Editados posteriormente à Constituição
Somente cabível se o ato objeto de impugnação houver sido publicado posteriormente à promulgação da Constituição
Recepção e revogação
(..) A fiscalização concentrada de constitucionalidade supõe a necessária existência de uma relação de contemporaneidade entre o ato estatal impugnado e a Carta Política sob cujo domínio normativo veio ele a ser editado. (...) - A incompatibilidade vertical superveniente de atos do Poder Público, em face de um novo ordenamento constitucional, traduz hipótese de pura e simples revogação dessas espécies jurídicas, posto que lhe são hierarquicamente inferiores. O exame da revogação de leis ou atos normativos do Poder Público constitui matéria absolutamente estranha à função jurídico-processual da ação direta de inconstitucionalidade.
	(ADI 74 MC, Relator(a):  Min. CELSO DE MELLO, Tribunal Pleno, julgado em 07/02/1992, DJ 25-09-1992 PP-16182 EMENT VOL-01677-01 PP-00001 RTJ VOL-00143-02 PP-00355)
Ação Direta de Inconstitucionalidade
Objeto:
Editados posteriormente à Constituição
Não cabível contra a própria Constituição em normas originárias.
Ausência de hierarquia entre normas constitucionais
	AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. ADI. Inadmissibilidade. Art. 14, § 4º, da CF. Norma constitucional originária. Objeto nomológico insuscetível de controle de constitucionalidade. Princípio da unidade hierárquico-normativa e caráter rígido da Constituição brasileira. Doutrina. Precedentes. (...) Não se admite controle concentrado ou difuso de constitucionalidade de normas produzidas pelo poder constituinte originário.
	(ADI 4097 AgR, Relator(a):  Min. CEZAR PELUSO, Tribunal Pleno, julgado em 08/10/2008)
Ação Direta de Inconstitucionalidade
Objeto:
Ainda vigentes
Medidas Provisórias são passíveis de análise de constitucionalidade, desde que ainda estejam em vigência
Perdendo eficácia a Medida Provisória perde o objeto a ADI
Lei revogada não pode ser objeto de controle de constitucionalidade
Ação Direta de Inconstitucionalidade
Legitimados
Art. 103 da Constituição:
	I - o Presidente da República;
	II - a Mesa do Senado Federal;
	III - a Mesa da Câmara dos Deputados;
	IV - a Mesa de Assembléia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal; 
	V - o Governador de Estado ou do Distrito Federal;       
	VI - o Procurador-Geral da República;
	VII - o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;
	VIII - partido político com representação no Congresso Nacional;
	IX - confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional.
Ação Direta de Inconstitucionalidade
Legitimados:
Grande rol de legitimados
Ampliação com a CF de 88 – era apenas o Procurador-Geral da República
Necessidade de “pertinência temática” para alguns legitimados:
Governador e Assembleias, Confederações e Entidades de âmbito Nacional
Entidade de Classe e âmbito Nacional
Critério da Lei dos Partidos Políticos: associados em 1/3 ou mais dos Estados da Federação
ADI 2866 – relativização: Abersal RN
Ação Direta de Inconstitucionalidade
Decisão:
Caráter Dúplice
Efeitos:
erga omnes (gerais)
ex tunc (retroativos)
vinculantes
repristinatórios
Ação Direta de Inconstitucionalidade
Decisão:
Modulação de efeitos
Lei nº 9.868/99
Possibilidade de retirar os efeitos ex tunc, definindo efeitos ex nunc ou escolher outro momento pretérito ou, ainda, futuro
No caso de efeito futuro, declara-se em mora o legislativo
Segurança jurídica ou interesse social e 2/3 dos membros
O que acontece se o legislativo não faz a lei?
Ação Direta de Inconstitucionalidade
Decisão:
Interpretação conforme, sem redução de texto: 
Excluem-se interpretações que levariam à inconstitucionalidade; todavia não altera-se o texto da norma
Pode atingir uma ou algumas interpretações da norma, ou ainda manter apenas uma ou algumas interpretações da norma.
Ação Direta de Inconstitucionalidade
Decisão:
Interpretação conforme, sem redução de texto: 
EMENTA: PENAL E PROCESSO PENAL. JUIZADOS ESPECIAIS. ART. 90 DA LEI 9.099/1995. APLICABILIDADE. INTERPRETAÇÃO CONFORME PARA EXCLUIR AS NORMAS DE DIREITO PENAL MAIS FAVORÁVEIS AO RÉU. O art. 90 da lei 9.099/1995 determina que as disposições da lei dos Juizados Especiais não são aplicáveis aos processos penais nos quais a fase de instrução já tenha sido iniciada. Em se tratando de normas de natureza processual, a exceção estabelecida por lei à regra geral contida no art. 2º do CPP não padece de vício de inconstitucionalidade. Contudo, as normas de direito penal que tenham conteúdo mais benéfico aos réus devem retroagir para beneficiá-los, à luz do que determina o art. 5º, XL da Constituição federal. Interpretação conforme ao art. 90 da Lei 9.099/1995 para excluir de sua abrangência as normas de direito penal mais favoráveis ao réus contidas nessa lei.
(ADI 1719, Relator(a):  Min. JOAQUIM BARBOSA, Tribunal Pleno, julgado em 18/06/2007)
Ação Direta de Inconstitucionalidade
Decisão:
Reclamação
Ação específica para manter a vinculatividade de decisão proferida no controle concentrado de constitucionalidade
Proposta no STF por aquele que entender que uma decisão de outro magistrado ou tribunal contraria decisão proferida pelo STF em controle concentrado
Ação Direta de Inconstitucionalidade 
por Omissão
Previsão Constitucional:
Art. 103 (...):
	§ 2º Declarada a inconstitucionalidade por omissão de medida para tornar efetiva norma constitucional, será dada ciência ao Poder competente para a adoção das providências necessárias e, em se tratando de órgão administrativo, para fazê-lo em trinta dias.
Ação Direta de Inconstitucionalidade 
por Omissão
Objeto:
Ausência de elaboração de normas previstas pela própria Constituição.
Lacunas (in)constitucionais.
Pode ser total (ausência de norma) ou parcial (tratamento imperfeito ou insatisfatório – Gilmar Mendes)
Fungibilidade entre
ADI e ADO
ADIs 875, 1987, 2727 e 3243
LC 62/89 – Fundo de Participação dos Estados
Ação Direta de Inconstitucionalidade 
por Omissão
Legitimados:
Os mesmos legitimados para a ação de Inconstitucionalidade 
Artigo 103 da Constituição
Ação Direta de Inconstitucionalidade 
por Omissão
Decisão:
Se órgão administrativo, dever de cumprir em 30 dias
Se legislativo não há prazo
Ver ADO 23-MC - ausência de elaboração de lei pelo legislativo 
Ação Declaratória de Constitucionalidade 
Previsão Constitucional:
	Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe:
	I - processar e julgar, originariamente:
	a) a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou estadual e a ação declaratória de constitucionalidade de lei ou ato normativo federal;
Ação Declaratória de Constitucionalidade 
Previsão Constitucional:
	
Art. 103. Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade e a ação declaratória de constitucionalidade: 
	(...)
Ação Declaratória de Constitucionalidade 
Objeto:
Lei ou ato normativo federal submetido a comprovada controvérsia constitucional
Visa a afastar insegurança jurídica decorrente de inúmeras ações questionando a inconstitucionalidade de norma
“Transformação” de presunção relativa em absoluta de constitucionalidade de normas.
Ação Declaratória de Constitucionalidade
Legitimados
Art. 103
Decisão:
Caráter Dúplice
Efeitos:
erga omnes (gerais) – demais órgãos do judiciário também
ex tunc (retroativos)
vinculantes
Arguição de Descumprimento 
de Preceito Fundamental
Previsão Constitucional:
Art. 102
	§ 1º A argüição de descumprimento de preceito fundamental, decorrente desta Constituição, será apreciada pelo Supremo Tribunal Federal, na forma da lei.
- Lei nº 9.982/99 – regulamenta (define estabelece os limites) 
Arguição de Descumprimento 
de Preceito Fundamental
Objeto:
Art. 1o A argüição prevista no § 1o do art. 102 da Constituição Federal será proposta perante o Supremo Tribunal Federal, e terá por objeto evitar ou reparar lesão a preceito fundamental, resultante de ato do Poder Público.
	Parágrafo único. Caberá também argüição de descumprimento de preceito fundamental:
	I - quando for relevante o fundamento da controvérsia constitucional sobre lei ou ato normativo federal, estadual ou municipal, incluídos os anteriores à Constituição
 
Arguição de Descumprimento 
de Preceito Fundamental
Legitimados:
Mesmos da ADI
Subsidiariedade:
Somente cabível quando não for possível utilização de outro meio (Por exemplo, Ações diretas)
ADPF 33 – subsidiariedade não se aplica em relação ao controle difuso (possibilidade de controle subjetivo não impede a ADPF)
Decisão:
Erga omnes
Vinculante
Ex tunc - modulação
Arguição de Descumprimento 
de Preceito Fundamental
Fungibilidade
	(...) 2. AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. Impropriedade da ação. Conversão em Argüição de Descumprimento de Preceito Fundamental - ADPF. Admissibilidade. Satisfação de todos os requisitos exigidos à sua propositura. Pedido conhecido, em parte, como tal. Aplicação do princípio da fungibilidade. Precedente. É lícito conhecer de ação direta de inconstitucionalidade como arguição de descumprimento de preceito fundamental, quando coexistentes todos os requisitos de admissibilidade desta, em caso de inadmissibilidade daquela. (...)
	(ADI 4163, Relator(a):  Min. CEZAR PELUSO, Tribunal Pleno, julgado em 29/02/2012, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-040 DIVULG 28-02-2013 PUBLIC 01-03-2013)
Súmula Vinculante
	Art. 103-A. O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação, mediante decisão de dois terços dos seus membros, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, aprovar súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma estabelecida em lei. 
	§ 1º A súmula terá por objetivo a validade, a interpretação e a eficácia de normas determinadas, acerca das quais haja controvérsia atual entre órgãos judiciários ou entre esses e a administração pública que acarrete grave insegurança jurídica e relevante multiplicação de processos sobre questão idêntica. 
Súmula Vinculante
	Art. 103-A. (...)
	§ 2º Sem prejuízo do que vier a ser estabelecido em lei, a aprovação, revisão ou cancelamento de súmula poderá ser provocada por aqueles que podem propor a ação direta de inconstitucionalidade.
	 § 3º Do ato administrativo ou decisão judicial que contrariar a súmula aplicável ou que indevidamente a aplicar, caberá reclamação ao Supremo Tribunal Federal que, julgando-a procedente, anulará o ato administrativo ou cassará a decisão judicial reclamada, e determinará que outra seja proferida com ou sem a aplicação da súmula, conforme o caso.

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