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PROCESSO PENAL MILITAR

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Presidência da República
Casa Civil
Subchefia para Assuntos Jurídicos
DECRETO-LEI Nº 1.002, DE 21 DE OUTUBRO DE 1969.
Vide texto compilado Código de Processo Penal Militar
 Os Ministros da Marinha de Guerra, do Exército e da Aeronáutica Militar , usando das atribuições que lhes
confere o art. 3º do Ato Institucional nº 16, de 14 de outubro de 1969, combinado com o § 1º do art. 2º do Ato
Institucional n° 5, de 13 de dezembro de 1968, decretam:
CÓDIGO DE PROCESSO PENAL MILITAR
LIVRO I
TÍTULO I
CAPÍTULO ÚNICO
DA LEI DE PROCESSO PENAL MILITAR E DA SUA APLICAÇÃO
 Fontes de Direito Judiciário Militar
 Art. 1º O processo penal militar reger-se-á pelas normas contidas neste Código, assim em tempo de paz como
em tempo de guerra, salvo legislação especial que lhe fôr estritamente aplicável.
 Divergência de normas
 1º Nos casos concretos, se houver divergência entre essas normas e as de convenção ou tratado de que o
Brasil seja signatário, prevalecerão as últimas.
 Aplicação subsidiária
 2º Aplicam-se, subsidiàriamente, as normas dêste Código aos processos regulados em leis especiais.
 Interpretação literal
 Art. 2º A lei de processo penal militar deve ser interpretada no sentido literal de suas expressões. Os têrmos
técnicos hão de ser entendidos em sua acepção especial, salvo se evidentemente empregados com outra
significação.
 Interpretação extensiva ou restritiva
 1º Admitir-se-á a interpretação extensiva ou a interpretação restritiva, quando fôr manifesto, no primeiro caso,
que a expressão da lei é mais estrita e, no segundo, que é mais ampla, do que sua intenção.
 Casos de inadmissibilidade de interpretação não literal
 2º Não é, porém, admissível qualquer dessas interpretações, quando:
 a) cercear a defesa pessoal do acusado;
 b) prejudicar ou alterar o curso normal do processo, ou lhe desvirtuar a natureza;
 c) desfigurar de plano os fundamentos da acusação que deram origem ao processo.
 Suprimento dos casos omissos
 Art. 3º Os casos omissos neste Código serão supridos:
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 a) pela legislação de processo penal comum, quando aplicável ao caso concreto e sem prejuízo da índole do
processo penal militar;
 b) pela jurisprudência;
 c) pelos usos e costumes militares;
 d) pelos princípios gerais de Direito;
 e) pela analogia.
 Aplicação no espaço e no tempo
 Art. 4º Sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, aplicam-se as normas dêste
Código:
 Tempo de paz
 I - em tempo de paz:
 a) em todo o território nacional;
 b) fora do território nacional ou em lugar de extraterritorialidade brasileira, quando se tratar de crime que atente
contra as instituições militares ou a segurança nacional, ainda que seja o agente processado ou tenha sido julgado
pela justiça estrangeira;
 c) fora do território nacional, em zona ou lugar sob administração ou vigilância da fôrça militar brasileira, ou em
ligação com esta, de fôrça militar estrangeira no cumprimento de missão de caráter internacional ou extraterritorial;
 d) a bordo de navios, ou quaisquer outras embarcações, e de aeronaves, onde quer que se encontrem, ainda
que de propriedade privada, desde que estejam sob comando militar ou militarmente utilizados ou ocupados por
ordem de autoridade militar competente;
 e) a bordo de aeronaves e navios estrangeiros desde que em lugar sujeito à administração militar, e a infração
atente contra as instituições militares ou a segurança nacional;
 Tempo de guerra
 II - em tempo de guerra:
 a) aos mesmos casos previstos para o tempo de paz;
 b) em zona, espaço ou lugar onde se realizem operações de fôrça militar brasileira, ou estrangeira que lhe seja
aliada, ou cuja defesa, proteção ou vigilância interesse à segurança nacional, ou ao bom êxito daquelas
operações;
 c) em território estrangeiro militarmente ocupado.
 Aplicação intertemporal
 Art. 5º As normas dêste Código aplicar-se-ão a partir da sua vigência, inclusive nos processos pendentes,
ressalvados os casos previstos no art. 711, e sem prejuízo da validade dos atos realizados sob a vigência da lei
anterior.
 Aplicação à Justiça Militar Estadual
 Art. 6º Obedecerão às normas processuais previstas neste Código, no que forem aplicáveis, salvo quanto à
organização de Justiça, aos recursos e à execução de sentença, os processos da Justiça Militar Estadual, nos crimes
previstos na Lei Penal Militar a que responderem os oficiais e praças das Polícias e dos Corpos de Bombeiros,
Militares.
TÍTULO II
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CAPÍTULO ÚNICO
DA POLÍCIA JUDICIÁRIA MILITAR
 Exercício da polícia judiciária militar
 Art. 7º A polícia judiciária militar é exercida nos têrmos do art. 8º, pelas seguintes autoridades, conforme as
respectivas jurisdições:
 a) pelos ministros da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, em todo o território nacional e fora dêle, em relação
às fôrças e órgãos que constituem seus Ministérios, bem como a militares que, neste caráter, desempenhem missão
oficial, permanente ou transitória, em país estrangeiro;
 b) pelo chefe do Estado-Maior das Fôrças Armadas, em relação a entidades que, por disposição legal, estejam
sob sua jurisdição;
 c) pelos chefes de Estado-Maior e pelo secretário-geral da Marinha, nos órgãos, fôrças e unidades que lhes são
subordinados;
 d) pelos comandantes de Exército e pelo comandante-chefe da Esquadra, nos órgãos, fôrças e unidades
compreendidos no âmbito da respectiva ação de comando;
 e) pelos comandantes de Região Militar, Distrito Naval ou Zona Aérea, nos órgãos e unidades dos respectivos
territórios;
 f) pelo secretário do Ministério do Exército e pelo chefe de Gabinete do Ministério da Aeronáutica, nos órgãos e
serviços que lhes são subordinados;
 g) pelos diretores e chefes de órgãos, repartições, estabelecimentos ou serviços previstos nas leis de
organização básica da Marinha, do Exército e da Aeronáutica;
 h) pelos comandantes de fôrças, unidades ou navios;
 Delegação do exercício
 1º Obedecidas as normas regulamentares de jurisdição, hierarquia e comando, as atribuições enumeradas neste
artigo poderão ser delegadas a oficiais da ativa, para fins especificados e por tempo limitado.
 2º Em se tratando de delegação para instauração de inquérito policial militar, deverá aquela recair em oficial de
pôsto superior ao do indiciado, seja êste oficial da ativa, da reserva , remunerada ou não, ou reformado.
 3º Não sendo possível a designação de oficial de pôsto superior ao do indiciado, poderá ser feita a de oficial do
mesmo pôsto, desde que mais antigo.
 4º Se o indiciado é oficial da reserva ou reformado, não prevalece, para a delegação, a antiguidade de pôsto.
 Designação de delegado e avocamento de inquérito pelo ministro
 5º Se o pôsto e a antiguidade de oficial da ativa excluírem, de modo absoluto, a existência de outro oficial da
ativa nas condições do § 3º, caberá ao ministro competente a designação de oficial da reserva de pôsto mais
elevado para a instauração do inquérito policial militar; e, se êste estiver iniciado, avocá-lo, para tomar essa
providência.
 Competência da polícia judiciária militar
 Art. 8º Compete à Polícia judiciária militar:
 a) apurar os crimes militares, bem como os que,por lei especial, estão sujeitos à jurisdição militar, e sua autoria;
 b) prestar aos órgãos e juízes da Justiça Militar e aos membros do Ministério Público as informações
necessárias à instrução e julgamento dos processos, bem como realizar as diligências que por êles lhe forem
requisitadas;
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 c) cumprir os mandados de prisão expedidos pela Justiça Militar;
 d) representar a autoridades judiciárias militares acêrca da prisão preventiva e da insanidade mental do
indiciado;
 e) cumprir as determinações da Justiça Militar relativas aos presos sob sua guarda e responsabilidade, bem
como as demais prescrições dêste Código, nesse sentido;
 f) solicitar das autoridades civis as informações e medidas que julgar úteis à elucidação das infrações penais,
que esteja a seu cargo;
 g) requisitar da polícia civil e das repartições técnicas civis as pesquisas e exames necessários ao complemento
e subsídio de inquérito policial militar;
 h) atender, com observância dos regulamentos militares, a pedido de apresentação de militar ou funcionário de
repartição militar à autoridade civil competente, desde que legal e fundamentado o pedido.
TÍTULO III
CAPÍTULO ÚNICO
DO INQUÉRITO POLICIAL MILITAR
 Finalidade do inquérito
 Art. 9º O inquérito policial militar é a apuração sumária de fato, que, nos têrmos legais, configure crime militar, e
de sua autoria. Tem o caráter de instrução provisória, cuja finalidade precípua é a de ministrar elementos necessários
à propositura da ação penal.
 Parágrafo único. São, porém, efetivamente instrutórios da ação penal os exames, perícias e avaliações
realizados regularmente no curso do inquérito, por peritos idôneos e com obediência às formalidades previstas neste
Código.
 Modos por que pode ser iniciado
 Art. 10. O inquérito é iniciado mediante portaria:
 a) de ofício, pela autoridade militar em cujo âmbito de jurisdição ou comando haja ocorrido a infração penal,
atendida a hierarquia do infrator;
 b) por determinação ou delegação da autoridade militar superior, que, em caso de urgência, poderá ser feita por
via telegráfica ou radiotelefônica e confirmada, posteriormente, por ofício;
 c) em virtude de requisição do Ministério Público;
 d) por decisão do Superior Tribunal Militar, nos têrmos do art. 25;
 e) a requerimento da parte ofendida ou de quem legalmente a represente, ou em virtude de representação
devidamente autorizada de quem tenha conhecimento de infração penal, cuja repressão caiba à Justiça Militar;
 f) quando, de sindicância feita em âmbito de jurisdição militar, resulte indício da existência de infração penal
militar.
 Superioridade ou igualdade de pôsto do infrator
 1º Tendo o infrator pôsto superior ou igual ao do comandante, diretor ou chefe de órgão ou serviço, em cujo
âmbito de jurisdição militar haja ocorrido a infração penal, será feita a comunicação do fato à autoridade superior
competente, para que esta torne efetiva a delegação, nos têrmos do § 2° do art. 7º.
 Providências antes do inquérito
 2º O aguardamento da delegação não obsta que o oficial responsável por comando, direção ou chefia, ou
aquêle que o substitua ou esteja de dia, de serviço ou de quarto, tome ou determine que sejam tomadas
imediatamente as providências cabíveis, previstas no art. 12, uma vez que tenha conhecimento de infração penal que
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lhe incumba reprimir ou evitar.
 Infração de natureza não militar
 3º Se a infração penal não fôr, evidentemente, de natureza militar, comunicará o fato à autoridade policial
competente, a quem fará apresentar o infrator. Em se tratando de civil, menor de dezoito anos, a apresentação será
feita ao Juiz de Menores.
 Oficial general como infrator
 4º Se o infrator fôr oficial general, será sempre comunicado o fato ao ministro e ao chefe de Estado-Maior
competentes, obedecidos os trâmites regulamentares.
 Indícios contra oficial de pôsto superior ou mais antigo no curso do inquérito
 5º Se, no curso do inquérito, o seu encarregado verificar a existência de indícios contra oficial de pôsto superior
ao seu, ou mais antigo, tomará as providências necessárias para que as suas funções sejam delegadas a outro
oficial, nos têrmos do § 2° do art. 7º.
 Escrivão do inquérito
 Art. 11. A designação de escrivão para o inquérito caberá ao respectivo encarregado, se não tiver sido feita pela
autoridade que lhe deu delegação para aquêle fim, recaindo em segundo ou primeiro-tenente, se o indiciado fôr
oficial, e em sargento, subtenente ou suboficial, nos demais casos.
 Compromisso legal
 Parágrafo único. O escrivão prestará compromisso de manter o sigilo do inquérito e de cumprir fielmente as
determinações dêste Código, no exercício da função.
 Medidas preliminares ao inquérito
 Art. 12. Logo que tiver conhecimento da prática de infração penal militar, verificável na ocasião, a autoridade a
que se refere o § 2º do art. 10 deverá, se possível:
 a) dirigir-se ao local, providenciando para que se não alterem o estado e a situação das coisas, enquanto
necessário; (Vide Lei nº 6.174, de 1974)
 b) apreender os instrumentos e todos os objetos que tenham relação com o fato;
 c) efetuar a prisão do infrator, observado o disposto no art. 244;
 d) colhêr tôdas as provas que sirvam para o esclarecimento do fato e suas circunstâncias.
 Formação do inquérito
 Art. 13. O encarregado do inquérito deverá, para a formação dêste:
 Atribuição do seu encarregado
 a) tomar as medidas previstas no art. 12, se ainda não o tiverem sido;
 b) ouvir o ofendido;
 c) ouvir o indiciado;
 d) ouvir testemunhas;
 e) proceder a reconhecimento de pessoas e coisas, e acareações;
 f) determinar, se fôr o caso, que se proceda a exame de corpo de delito e a quaisquer outros exames e perícias;
 g) determinar a avaliação e identificação da coisa subtraída, desviada, destruída ou danificada, ou da qual houve
indébita apropriação;
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 h) proceder a buscas e apreensões, nos têrmos dos arts. 172 a 184 e 185 a 189;
 i) tomar as medidas necessárias destinadas à proteção de testemunhas, peritos ou do ofendido, quando coactos
ou ameaçados de coação que lhes tolha a liberdade de depor, ou a independência para a realização de perícias ou
exames.
 Reconstituição dos fatos
 Parágrafo único. Para verificar a possibilidade de haver sido a infração praticada de determinado modo, o
encarregado do inquérito poderá proceder à reprodução simulada dos fatos, desde que esta não contrarie a
moralidade ou a ordem pública, nem atente contra a hierarquia ou a disciplina militar.
 Assistência de procurador
 Art. 14. Em se tratando da apuração de fato delituoso de excepcional importância ou de difícil elucidação, o
encarregado do inquérito poderá solicitar do procurador-geral a indicação de procurador que lhe dê assistência.
 Encarregado de inquérito. Requisitos
 Art. 15. Será encarregado do inquérito, sempre que possível, oficial de pôsto não inferior ao de capitão ou
capitão-tenente; e, em se tratando de infração penal contra a segurança nacional, sê-lo-á, sempre que possível,
oficial superior, atendida, em cada caso, a sua hierarquia, se oficial o indiciado.
 Sigilodo inquérito
 Art. 16. O inquérito é sigiloso, mas seu encarregado pode permitir que dêle tome conhecimento o advogado do
indiciado.
 Incomunicabilidade do indiciado. Prazo.
 Art. 17. O encarregado do inquérito poderá manter incomunicável o indiciado, que estiver legalmente prêso, por
três dias no máximo.
 Detenção de indiciado
 Art. 18. Independentemente de flagrante delito, o indiciado poderá ficar detido, durante as investigações
policiais, até trinta dias, comunicando-se a detenção à autoridade judiciária competente. Êsse prazo poderá ser
prorrogado, por mais vinte dias, pelo comandante da Região, Distrito Naval ou Zona Aérea, mediante solicitação
fundamentada do encarregado do inquérito e por via hierárquica.
 Prisão preventiva e menagem. Solicitação
 Parágrafo único. Se entender necessário, o encarregado do inquérito solicitará, dentro do mesmo prazo ou sua
prorrogação, justificando-a, a decretação da prisão preventiva ou de menagem, do indiciado.
 Inquirição durante o dia
 Art. 19. As testemunhas e o indiciado, exceto caso de urgência inadiável, que constará da respectiva assentada,
devem ser ouvidos durante o dia, em período que medeie entre as sete e as dezoito horas.
 Inquirição. Assentada de início, interrupção e encerramento
 1º O escrivão lavrará assentada do dia e hora do início das inquirições ou depoimentos; e, da mesma forma, do
seu encerramento ou interrupções, no final daquele período.
 Inquirição. Limite de tempo
 2º A testemunha não será inquirida por mais de quatro horas consecutivas, sendo-lhe facultado o descanso de
meia hora, sempre que tiver de prestar declarações além daquele têrmo. O depoimento que não ficar concluído às
dezoito horas será encerrado, para prosseguir no dia seguinte, em hora determinada pelo encarregado do inquérito.
 3º Não sendo útil o dia seguinte, a inquirição poderá ser adiada para o primeiro dia que o fôr, salvo caso de
urgência.
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 Prazos para terminação do inquérito
 Art 20. O inquérito deverá terminar dentro em vinte dias, se o indiciado estiver prêso, contado esse prazo a partir
do dia em que se executar a ordem de prisão; ou no prazo de quarenta dias, quando o indiciado estiver sôlto,
contados a partir da data em que se instaurar o inquérito.
 Prorrogação de prazo
 1º Êste último prazo poderá ser prorrogado por mais vinte dias pela autoridade militar superior, desde que não
estejam concluídos exames ou perícias já iniciados, ou haja necessidade de diligência, indispensáveis à elucidação
do fato.
 O pedido de prorrogação deve ser feito em tempo oportuno, de modo a ser atendido antes da terminação do
prazo.
 Diligências não concluídas até o inquérito
 2º Não haverá mais prorrogação, além da prevista no § 1º, salvo dificuldade insuperável, a juízo do ministro de
Estado competente. Os laudos de perícias ou exames não concluídos nessa prorrogação, bem como os documentos
colhidos depois dela, serão posteriormente remetidos ao juiz, para a juntada ao processo. Ainda, no seu relatório,
poderá o encarregado do inquérito indicar, mencionando, se possível, o lugar onde se encontram as testemunhas que
deixaram de ser ouvidas, por qualquer impedimento.
 Dedução em favor dos prazos
 3º São deduzidas dos prazos referidos neste artigo as interrupções pelo motivo previsto no § 5º do art. 10.
 Reunião e ordem das peças de inquérito
 Art. 21. Tôdas as peças do inquérito serão, por ordem cronológica, reunidas num só processado e
dactilografadas, em espaço dois, com as fôlhas numeradas e rubricadas, pelo escrivão.
 Juntada de documento
 Parágrafo único. De cada documento junto, a que precederá despacho do encarregado do inquérito, o escrivão
lavrará o respectivo têrmo, mencionando a data.
 Relatório
 Art. 22. O inquérito será encerrado com minucioso relatório, em que o seu encarregado mencionará as
diligências feitas, as pessoas ouvidas e os resultados obtidos, com indicação do dia, hora e lugar onde ocorreu o fato
delituoso. Em conclusão, dirá se há infração disciplinar a punir ou indício de crime, pronunciando-se, neste último
caso, justificadamente, sôbre a conveniência da prisão preventiva do indiciado, nos têrmos legais.
 Solução
 1º No caso de ter sido delegada a atribuição para a abertura do inquérito, o seu encarregado enviá-lo-á à
autoridade de que recebeu a delegação, para que lhe homologue ou não a solução, aplique penalidade, no caso de
ter sido apurada infração disciplinar, ou determine novas diligências, se as julgar necessárias.
 Advocação
 2º Discordando da solução dada ao inquérito, a autoridade que o delegou poderá avocá-lo e dar solução
diferente.
 Remessa do inquérito à Auditoria da Circunscrição
 Art. 23. Os autos do inquérito serão remetidos ao auditor da Circunscrição Judiciária Militar onde ocorreu a
infração penal, acompanhados dos instrumentos desta, bem como dos objetos que interessem à sua prova.
 Remessa a Auditorias Especializadas
 1º Na Circunscrição onde houver Auditorias Especializadas da Marinha, do Exército e da Aeronáutica,
atender-se-á, para a remessa, à especialização de cada uma. Onde houver mais de uma na mesma sede,
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especializada ou não, a remessa será feita à primeira Auditoria, para a respectiva distribuição. Os incidentes
ocorridos no curso do inquérito serão resolvidos pelo juiz a que couber tomar conhecimento do inquérito, por
distribuição.
 2º Os autos de inquérito instaurado fora do território nacional serão remetidos à 1ª Auditoria da Circunscrição
com sede na Capital da União, atendida, contudo, a especialização referida no § 1º.
 Arquivamento de inquérito. Proibição
 Art. 24. A autoridade militar não poderá mandar arquivar autos de inquérito, embora conclusivo da inexistência
de crime ou de inimputabilidade do indiciado.
 Instauração de nôvo inquérito
 Art 25. O arquivamento de inquérito não obsta a instauração de outro, se novas provas aparecerem em relação
ao fato, ao indiciado ou a terceira pessoa, ressalvados o caso julgado e os casos de extinção da punibilidade.
 1º Verificando a hipótese contida neste artigo, o juiz remeterá os autos ao Ministério Público, para os fins do
disposto no art. 10, letra c.
 2º O Ministério Público poderá requerer o arquivamento dos autos, se entender inadequada a instauração do
inquérito.
 Devolução de autos de inquérito
 Art. 26. Os autos de inquérito não poderão ser devolvidos a autoridade policial militar, a não ser:
 I — mediante requisição do Ministério Público, para diligências por ele consideradas imprescindíveis ao
oferecimento da denúncia;
 II — por determinação do juiz, antes da denúncia, para o preenchimento de formalidades previstas neste
Código, ou para complemento de prova que julgue necessária.
 Parágrafo único. Em qualquer dos casos, o juiz marcará prazo, não excedente de vinte dias, para a restituição
dos autos.
 Suficiência do auto de flagrante delito
 Art. 27. Se, por si só, fôr suficiente para a elucidação do fato e sua autoria, o auto de flagrante delito constituirá o
inquérito, dispensando outras diligências, salvo o exame de corpo de delito no crime que deixe vestígios, a
identificação da coisa e a sua avaliação, quando o seu valor influir na aplicação da pena. A remessa dos autos, com
breverelatório da autoridade policial militar, far-se-á sem demora ao juiz competente, nos têrmos do art. 20.
 Dispensa de Inquérito
 Art. 28. O inquérito poderá ser dispensado, sem prejuízo de diligência requisitada pelo Ministério Público:
 a) quando o fato e sua autoria já estiverem esclarecidos por documentos ou outras provas materiais;
 b) nos crimes contra a honra, quando decorrerem de escrito ou publicação, cujo autor esteja identificado;
 c) nos crimes previstos nos arts. 341 e 349 do Código Penal Militar.
TÍTULO IV
CAPÍTULO ÚNICO
DA AÇÃO PENAL MILITAR E DO SEU EXERCÍCIO
 Promoção da ação penal
 Art. 29. A ação penal é pública e sòmente pode ser promovida por denúncia do Ministério Público Militar.
 Obrigatoriedade
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 Art. 30. A denúncia deve ser apresentada sempre que houver:
 a) prova de fato que, em tese, constitua crime;
 b) indícios de autoria.
 Dependência de requisição do Govêrno
 Art. 31. Nos crimes previstos nos arts. 136 a 141 do Código Penal Militar, a ação penal; quando o agente fôr
militar ou assemelhado, depende de requisição, que será feita ao procurador-geral da Justiça Militar, pelo Ministério a
que o agente estiver subordinado; no caso do art. 141 do mesmo Código, quando o agente fôr civil e não houver
co-autor militar, a requisição será do Ministério da Justiça.
 Comunicação ao procurador-geral da República
 Parágrafo único. Sem prejuízo dessa disposição, o procurador-geral da Justiça Militar dará conhecimento ao
procurador-geral da República de fato apurado em inquérito que tenha relação com qualquer dos crimes referidos
neste artigo.
 Proibição de existência da denúncia
 Art. 32. Apresentada a denúncia, o Ministério Público não poderá desistir da ação penal.
 Exercício do direito de representação
 Art. 33. Qualquer pessoa, no exercício do direito de representação, poderá provocar a iniciativa do Ministério
Publico, dando-lhe informações sôbre fato que constitua crime militar e sua autoria, e indicando-lhe os elementos de
convicção.
 Informações
 1º As informações, se escritas, deverão estar devidamente autenticadas; se verbais, serão tomadas por têrmo
perante o juiz, a pedido do órgão do Ministério Público, e na presença dêste.
 Requisição de diligências
 2º Se o Ministério Público as considerar procedentes, dirigir-se-á à autoridade policial militar para que esta
proceda às diligências necessárias ao esclarecimento do fato, instaurando inquérito, se houver motivo para esse fim.
TÍTULO V
DO PROCESSO PENAL MILITAR EM GERAL
CAPÍTULO ÚNICO
DO PROCESSO
 Direito de ação e defesa. Poder de jurisdição
 Art. 34. O direito de ação é exercido pelo Ministério Público, como representante da lei e fiscal da sua execução,
e o de defesa pelo acusado, cabendo ao juiz exercer o poder de jurisdição, em nome do Estado.
 Relação processual. Início e extinção
 Art. 35. O processo inicia-se com o recebimento da denúncia pelo juiz, efetiva-se com a citação do acusado e
extingue-se no momento em que a sentença definitiva se torna irrecorrível, quer resolva o mérito, quer não.
 Casos de suspensão
 Parágrafo único. O processo suspende-se ou extingue-se nos casos previstos neste Código.
TÍTULO VI
DO JUIZ, AUXILIARES E PARTES DO PROCESSO
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CAPÍTULO I
DO JUIZ E SEUS AUXILIARES
SEçãO I
Do Juiz
 Função do juiz
 Art. 36. O juiz proverá a regularidade do processo e a execução da lei, e manterá a ordem no curso dos
respectivos atos, podendo, para tal fim, requisitar a fôrça militar.
 1º Sempre que êste Código se refere a juiz abrange, nesta denominação, quaisquer autoridades judiciárias,
singulares ou colegiadas, no exercício das respectivas competências atributivas ou processuais.
 Independência da função
 2º No exercício das suas atribuições, o juiz não deverá obediência senão, nos têrmos legais, à autoridade
judiciária que lhe é superior.
 Impedimento para exercer a jurisdição
 Art. 37. O juiz não poderá exercer jurisdição no processo em que:
 a) como advogado ou defensor, órgão do Ministério Público, autoridade policial, auxiliar de justiça ou perito, tiver
funcionado seu cônjuge, ou parente consangüíneo ou afim até o terceiro grau inclusive;
 b) ele próprio houver desempenhado qualquer dessas funções ou servido como testemunha;
 c) tiver funcionado como juiz de outra instância, pronunciando-se, de fato ou de direito, sôbre a questão;
 d) êle próprio ou seu cônjuge, ou parente consangüíneo ou afim, até o terceiro grau inclusive, fôr parte ou
diretamente interessado.
 Inexistência de atos
 Parágrafo único. Serão considerados inexistentes os atos praticados por juiz impedido, nos têrmos dêste artigo.
 Casos de suspeição do juiz
 Art. 38. O juiz dar-se-á por suspeito e, se o não fizer, poderá ser recusado por qualquer das partes:
 a) se fôr amigo íntimo ou inimigo de qualquer delas;
 b) se êle, seu cônjuge, ascendente ou descendente, de um ou de outro, estiver respondendo a processo por fato
análogo, sôbre cujo caráter criminoso haja controvérsia;
 c) se êle, seu cônjuge, ou parente, consangüíneo ou afim até o segundo grau inclusive, sustentar demanda ou
responder a processo que tenha de ser julgado por qualquer das partes;
 d) se êle, seu cônjuge, ou parente, a que alude a alínea anterior, sustentar demanda contra qualquer das partes
ou tiver sido procurador de qualquer delas;
 e) se tiver dado parte oficial do crime;
 f) se tiver aconselhado qualquer das partes;
 g) se êle ou seu cônjuge fôr herdeiro presuntivo, donatário ou usufrutuário de bens ou empregador de qualquer
das partes;
 h) se fôr presidente, diretor ou administrador de sociedade interessada no processo;
 i) se fôr credor ou devedor, tutor ou curador, de qualquer das partes.
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 Suspeição entre adotante e adotado
 Art. 39. A suspeição entre adotante e adotado será considerada nos mesmos têrmos da resultante entre
ascendente e descendente, mas não se estenderá aos respectivos parentes e cessará no caso de se dissolver o
vínculo da adoção.
 Suspeição por afinidade
 Art. 40. A suspeição ou impedimento decorrente de parentesco por afinidade cessará pela dissolução do
casamento que lhe deu causa, salvo sobrevindo descendentes. Mas, ainda que dissolvido o casamento, sem
descendentes, não funcionará como juiz o parente afim em primeiro grau na linha ascendente ou descendente ou em
segundo grau na linha colateral, de quem fôr parte do processo.
 Suspeição provocada
 Art. 41. A suspeição não poderá ser declarada nem reconhecida, quando a parte injuriar o juiz, ou de propósito
der motivo para criá-la.
SEÇÃO II
Dos auxiliares do juiz
 Funcionários e serventuários da Justiça
 Art. 42. Os funcionários ou serventuários da justiça Militar são, nos processos em que funcionam, auxiliares do
juiz, a cujas determinações devem obedecer.
 Escrivão
 Art. 43. O escrivão providenciará para que estejam em ordem e em dia as peças e têrmos dos processos.
 Oficial de Justiça
 Art. 44. O oficial de justiça realizará as diligências que lhe atribuir a lei de organização judiciária militar e as que
lhe forem ordenadas por despacho dojuiz, certificando o ocorrido, no respectivo instrumento, com designação de
lugar, dia e hora.
 Diligências
 1º As diligências serão feitas durante o dia, em período que medeie entre as seis e as dezoito horas e, sempre
que possível, na presença de duas testemunhas.
 Mandados
 2º Os mandados serão entregues em cartório, logo depois de cumpridos, salvo motivo de fôrça maior.
 Convocação de substituto. Nomeação ad hoc
 Art. 45. Nos impedimentos do funcionário ou serventuário de justiça, o juiz convocará o substituto; e, na falta
dêste, nomeará um ad hoc , que prestará compromisso de bem desempenhar a função, tendo em atenção as ordens
do juiz e as determinações de ordem legal.
 Suspeição de funcionário ou serventuário
 Art. 46. O funcionário ou serventuário de justiça fica sujeito, no que fôr aplicável, às mesmas normas referentes
a impedimento ou suspeição do juiz, inclusive o disposto no art. 41.
SEÇÃO III
Dos peritos e intérpretes
 Nomeação de peritos
 Art. 47 Os peritos e intérpretes serão de nomeação do juiz, sem intervenção das partes.
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 Preferência
 Art. 48. Os peritos ou intérpretes serão nomeados de preferência dentre oficiais da ativa, atendida a
especialidade.
 Compromisso legal
 Parágrafo único. O perito ou intérprete prestará compromisso de desempenhar a função com obediência à
disciplina judiciária e de responder fielmente aos quesitos propostos pelo juiz e pelas partes.
 Encargo obrigatório
 Art. 49. O encargo de perito ou intérprete não pode ser recusado, salvo motivo relevante que o nomeado
justificará, para apreciação do juiz.
 Penalidade em caso de recusa
 Art. 50. No caso de recusa irrelevante, o juiz poderá aplicar multa correspondente até três dias de vencimentos,
se o nomeado os tiver fixos por exercício de função; ou, se isto não acontecer, arbitrá-lo em quantia que irá de um
décimo à metade do maior salário mínimo do país.
 Casos extensivos
 Parágrafo único. Incorrerá na mesma pena o perito ou o intérprete que, sem justa causa:
 a) deixar de acudir ao chamado da autoridade;
 b) não comparecer no dia e local designados para o exame;
 c) não apresentar o laudo, ou concorrer para que a perícia não seja feita, nos prazos estabelecidos.
 Não comparecimento do perito
 Art. 51. No caso de não comparecimento do perito, sem justa causa, o juiz poderá determinar sua apresentação,
oficiando, para êsse fim, à autoridade militar ou civil competente, quando se tratar de oficial ou de funcionário público.
 Impedimentos dos peritos
 Art. 52. Não poderão ser peritos ou intérpretes:
 a) os que estiverem sujeitos a interdição que os inabilite para o exercício de função pública;
 b) os que tiverem prestado depoimento no processo ou opinado anteriormente sôbre o objeto da perícia;
 c) os que não tiverem habilitação ou idoneidade para o seu desempenho;
 d) os menores de vinte e um anos.
 Suspeição de peritos e intérpretes
 Art. 53. É extensivo aos peritos e intérpretes, no que lhes fôr aplicável, o disposto sôbre suspeição de juízes.
CAPÍTULO II
DAS PARTES
SEÇÃO I
Do acusador
 Ministério Público
 Art. 54. O Ministério Público é o órgão de acusação no processo penal militar, cabendo ao procurador-geral
exercê-la nas ações de competência originária no Superior Tribunal Militar e aos procuradores nas ações perante os
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órgãos judiciários de primeira instância.
 Pedido de absolvição
 Parágrafo único. A função de órgão de acusação não impede o Ministério Público de opinar pela absolvição do
acusado, quando entender que, para aquêle efeito, existem fundadas razões de fato ou de direito.
 Fiscalização e função especial do Ministério Público
 Art. 55. Cabe ao Ministério Público fiscalizar o cumprimento da lei penal militar, tendo em atenção especial o
resguardo das normas de hierarquia e disciplina, como bases da organização das Fôrças Armadas.
 Independência do Ministério Público
 Art. 56. O Ministério Público desempenhará as suas funções de natureza processual sem dependência a
quaisquer determinações que não emanem de decisão ou despacho da autoridade judiciária competente, no uso de
atribuição prevista neste Código e regularmente exercida, havendo no exercício das funções recíproca independência
entre os órgãos do Ministério Público e os da ordem judiciária.
 Subordinação direta ao procurador-geral
 Parágrafo único. Os procuradores são diretamente subordinados ao procurador-geral.
 Impedimentos
 Art. 57. Não pode funcionar no processo o membro do Ministério Público:
 a) se nêle já houver intervindo seu cônjuge ou parente consangüíneo ou afim, até o terceiro grau inclusive, como
juiz, defensor do acusado, autoridade policial ou auxiliar de justiça;
 b) se êle próprio houver desempenhado qualquer dessas funções;
 c) se êle próprio ou seu cônjuge ou parente consangüíneo ou afim, até o terceiro grau inclusive, fôr parte ou
diretamente interessado no feito.
 Suspeição
 Art. 58. Ocorrerá a suspeição do membro do Ministério Público:
 a) se fôr amigo íntimo ou inimigo do acusado ou ofendido;
 b) se êle próprio, seu cônjuge ou parente consangüíneo ou afim, até o terceiro grau inclusive, sustentar
demanda ou responder a processo que tenha de ser julgado pelo acusado ou pelo ofendido;
 c) se houver aconselhado o acusado;
 d) se fôr tutor ou curador, credor ou devedor do acusado;
 e) se fôr herdeiro presuntivo, ou donatário ou usufrutário de bens, do acusado ou seu empregador;
 f) se fôr presidente, diretor ou administrador de sociedade ligada de qualquer modo ao acusado.
 Aplicação extensiva de disposição
 Art. 59. Aplica-se aos membros do Ministério Público o disposto nos arts. 39, 40 e 41.
SEÇÃO II
Do assistente
 Habilitação do ofendido como assistente
 Art. 60. O ofendido, seu representante legal e seu sucessor podem habilitar-se a intervir no processo como
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assistentes do Ministério Público.
 Representante e sucessor do ofendido
 Parágrafo único. Para os efeitos dêste artigo, considera-se representante legal o ascendente ou descendente,
tutor ou curador do ofendido, se menor de dezoito anos ou incapaz; e sucessor, o seu ascendente, descendente ou
irmão, podendo qualquer dêles, com exclusão dos demais, exercer o encargo, ou constituir advogado para êsse fim,
em atenção à ordem estabelecida neste parágrafo, cabendo ao juiz a designação se entre êles não houver acôrdo.
 Competência para admissão do assistente
 Art. 61. Cabe ao juiz do processo, ouvido o Ministério Público, conceder ou negar a admissão de assistente de
acusação.
 Oportunidade da admissão
 Art. 62. O assistente será admitido enquanto não passar em julgado a sentença e receberá a causa no estado
em que se achar.
 Advogado de ofício como assistente
 Art. 63. Pode ser assistente o advogado da Justiça Militar, desde que não funcione no processo naquela
qualidade ou como procurador de qualquer acusado.
 Ofendido que fôr também acusado
 Art 64. O ofendido que fôr também acusado no mesmo processo não poderá intervir como assistente, salvo se
absolvido por sentença passada em julgado,e daí em diante.
 Intervenção do assistente no processo
 Art. 65. Ao assistente será permitido, com aquiescência do juiz e ouvido o Ministério Público:
 a) propor meios de prova;
 b) requerer perguntas às testemunhas, fazendo-o depois do procurador;
 c) apresentar quesitos em perícia determinada pelo juiz ou requerida pelo Ministério Público;
 d) juntar documentos;
 e) arrazoar os recursos interpostos pelo Ministério Público;
 f) participar do debate oral.
 Arrolamento de testemunhas e interposição de recursos
 1º Não poderá arrolar testemunhas, exceto requerer o depoimento das que forem referidas, nem requerer a
expedição de precatória ou rogatória, ou diligência que retarde o curso do processo, salvo, a critério do juiz e com
audiência do Ministério Público, em se tratando de apuração de fato do qual dependa o esclarecimento do crime. Não
poderá, igualmente, impetrar recursos, salvo de despacho que indeferir o pedido de assistência.
 Efeito do recurso
 2º O recurso do despacho que indeferir a assistência não terá efeito suspensivo, processando-se em autos
apartados. Se provido, o assistente será admitido ao processo no estado em que êste se encontrar.
 Assistente em processo perante o Superior Tribunal Militar
 3º Caberá ao relator do feito, em despacho irrecorrível, após audiência do procurador-geral, admitir ou não o
assistente, em processo da competência originária do Superior Tribunal Militar. Nos julgamentos perante êsse
Tribunal, se o seu presidente consentir, o assistente poderá falar após o procurador-geral, por tempo não superior a
dez minutos. Não poderá opor embargos, mas lhe será consentido impugná-los, se oferecidos pela defesa, e depois
de o ter feito o procurador-geral.
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 Notificação do assistente
 Art. 66. O processo prosseguirá independentemente de qualquer aviso ao assistente, salvo notificação para
assistir ao julgamento.
 Cassação de assistência
 Art. 67. O juiz poderá cassar a admissão do assistente, desde que êste tumultue o processo ou infrinja a
disciplina judiciária.
 Não decorrência de impedimento
 Art. 68. Da assistência não poderá decorrer impedimento do juiz, do membro do Ministério Público ou do
escrivão, ainda que supervenientes na causa. Neste caso, o juiz cassará a admissão do assistente, sem prejuízo da
nomeação de outro, que não tenha impedimento, nos têrmos do art. 60.
SEÇÃO III
Do acusado, seus defensores e curadores
 Personalidade do acusado
 Art. 69. Considera-se acusado aquêle a quem é imputada a prática de infração penal em denúncia recebida.
 Identificação do acusado
 Art. 70. A impossibilidade de identificação do acusado com o seu verdadeiro nome ou outros qualificativos não
retardará o processo, quando certa sua identidade física. A qualquer tempo, no curso do processo ou da execução da
sentença, far-se-á a retificação, por têrmo, nos autos, sem prejuízo da validade dos atos precedentes.
 Nomeação obrigatória de defensor
 Art. 71. Nenhum acusado, ainda que ausente ou foragido, será processado ou julgado sem defensor.
 Constituição de defensor
 1º A constituição de defensor independerá de instrumento de mandado, se o acusado o indicar por ocasião do
interrogatório ou em qualquer outra fase do processo por têrmo nos autos.
 Defensor dativo
 2º O juiz nomeará defensor ao acusado que o não tiver, ficando a êste ressalvado o direito de, a todo o tempo,
constituir outro, de sua confiança.
 Defesa própria do acusado
 3º A nomeação de defensor não obsta ao acusado o direito de a si mesmo defender-se, caso tenha habilitação;
mas o juiz manterá a nomeação, salvo recusa expressa do acusado, a qual constará dos autos.
 Nomeação preferente de advogado
 4º É, salvo motivo relevante, obrigatória a aceitação do patrocínio da causa, se a nomeação recair em
advogado.
 Defesa de praças
 5º As praças serão defendidas pelo advogado de ofício, cujo patrocínio é obrigatório, devendo preferir a
qualquer outro.
 Proibição de abandono do processo
 6º O defensor não poderá abandonar o processo, senão por motivo imperioso, a critério do juiz.
 Sanções no caso de abandono do processo
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 7º No caso de abandono sem justificativa, ou de não ser esta aceita, o juiz, em se tratando de advogado,
comunicará o fato à Seção da Ordem dos Advogados do Brasil onde estiver inscrito, para que a mesma aplique as
medidas disciplinares que julgar cabíveis. Em se tratando de advogado de ofício, o juiz comunicará o fato ao
presidente do Superior Tribunal Militar, que aplicará ao infrator a punição que no caso couber.
 Nomeação de curador
 Art. 72. O juiz dará curador ao acusado incapaz.
 Prerrogativa do pôsto ou graduação
 Art. 73. O acusado que fôr oficial ou graduado não perderá, embora sujeito à disciplina judiciária, as
prerrogativas do pôsto ou graduação. Se prêso ou compelido a apresentar-se em juízo, por ordem da autoridade
judiciária, será acompanhado por militar de hierarquia superior a sua.
 Parágrafo único. Em se tratando de praça que não tiver graduação, será escoltada por graduado ou por praça
mais antiga.
 Não comparecimento de defensor
 Art 74. A falta de comparecimento do defensor, se motivada, adiará o ato do processo, desde que nêle seja
indispensável a sua presença. Mas, em se repetindo a falta, o juiz lhe dará substituto para efeito do ato, ou, se a
ausência perdurar, para prosseguir no processo.
 Direitos e deveres do advogado
 Art. 75. No exercício da sua função no processo, o advogado terá os direitos que lhe são assegurados e os
deveres que lhe são impostos pelo Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil, salvo disposição em contrário,
expressamente prevista neste Código.
 Impedimentos do defensor
 Art. 76. Não poderá funcionar como defensor o cônjuge ou o parente consangüíneo ou afim, até o terceiro grau
inclusive, do juiz, do membro do Ministério Público ou do escrivão. Mas, se em idênticas condições, qualquer dêstes
fôr superveniente no processo, tocar-lhe-á o impedimento, e não ao defensor, salvo se dativo, caso em que será
substituído por outro.
TÍTULO VII
CAPÍTULO ÚNICO
DA DENÚNCIA
 Requisitos da denúncia
 Art. 77. A denúncia conterá:
 a) a designação do juiz a que se dirigir;
 b) o nome, idade, profissão e residência do acusado, ou esclarecimentos pelos quais possa ser qualificado;
 c) o tempo e o lugar do crime;
 d) a qualificação do ofendido e a designação da pessoa jurídica ou instituição prejudicada ou atingida, sempre
que possível;
 e) a exposição do fato criminoso, com tôdas as suas circunstâncias;
 f) as razões de convicção ou presunção da delinqüência;
 g) a classificação do crime;
 h) o rol das testemunhas, em número não superior a seis, com a indicação da sua profissão e residência; e o
das informantes com a mesma indicação.
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 Dispensa de testemunhas
 Parágrafo único. O rol de testemunhas poderá ser dispensado, se o Ministério Público dispuser de prova
documental suficiente para oferecer a denúncia.
 Rejeição de denúncia
 Art. 78. A denúncia não será recebida pelo juiz:
 a) se não contiver os requisitosexpressos no artigo anterior;
 b) se o fato narrado não constituir evidentemente crime da competência da Justiça Militar;
 c) se já estiver extinta a punibilidade;
 d) se fôr manifesta a incompetência do juiz ou a ilegitimidade do acusador.
 Preenchimento de requisitos
 1º No caso da alínea a , o juiz antes de rejeitar a denúncia, mandará, em despacho fundamentado, remeter o
processo ao órgão do Ministério Público para que, dentro do prazo de três dias, contados da data do recebimento dos
autos, sejam preenchidos os requisitos que não o tenham sido.
 Ilegitimidade do acusador
 2º No caso de ilegitimidade do acusador, a rejeição da denúncia não obstará o exercício da ação penal, desde
que promovida depois por acusador legítimo, a quem o juiz determinará a apresentação dos autos.
 Incompetência do juiz. Declaração
 3º No caso de incompetência do juiz, êste a declarará em despacho fundamentado, determinando a remessa do
processo ao juiz competente.
 Prazo para oferecimento da denúncia
 Art. 79. A denúncia deverá ser oferecida, se o acusado estiver prêso, dentro do prazo de cinco dias, contados da
data do recebimento dos autos para aquêle fim; e, dentro do prazo de quinze dias, se o acusado estiver sôlto. O
auditor deverá manifestar-se sôbre a denúncia, dentro do prazo de quinze dias.
 Prorrogação de prazo
 1º O prazo para o oferecimento da denúncia poderá, por despacho do juiz, ser prorrogado ao dôbro; ou ao triplo,
em caso excepcional e se o acusado não estiver prêso.
 2º Se o Ministério Público não oferecer a denúncia dentro dêste último prazo, ficará sujeito à pena disciplinar
que no caso couber, sem prejuízo da responsabilidade penal em que incorrer, competindo ao juiz providenciar no
sentido de ser a denúncia oferecida pelo substituto legal, dirigindo-se, para êste fim, ao procurador-geral, que, na
falta ou impedimento do substituto, designará outro procurador.
 Complementação de esclarecimentos
 Art. 80. Sempre que, no curso do processo, o Ministério Público necessitar de maiores esclarecimentos, de
documentos complementares ou de novos elementos de convicção, poderá requisitá-los, diretamente, de qualquer
autoridade militar ou civil, em condições de os fornecer, ou requerer ao juiz que os requisite.
 Extinção da punibilidade. Declaração
 Art. 81. A extinção da punibilidade poderá ser reconhecida e declarada em qualquer fase do processo, de ofício
ou a requerimento de qualquer das partes, ouvido o Ministério Público, se dêste não fôr o pedido.
 Morte do acusado
 Parágrafo único. No caso de morte, não se declarará a extinção sem a certidão de óbito do acusado.
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TÍTULO VIII
CAPÍTULO ÚNICO
DO FÔRO MILITAR
 Fôro militar em tempo de paz
 Art. 82. O fôro militar é especial e a êle estão sujeitos, em tempo de paz:
 Art. 82. O foro militar é especial, e, exceto nos crimes dolosos contra a vida praticados contra civil, a ele estão
sujeitos, em tempo de paz: (Redação dada pela Lei nº 9.299, de 7.8.1996)
 Pessoas sujeitas ao fôro militar
 I - nos crimes definidos em lei contra as instituições militares ou a segurança nacional:
 a) os militares em situação de atividade e os assemelhados na mesma situação;
 b) os militares da reserva, quando convocados para o serviço ativo;
 c) os reservistas, quando convocados e mobilizados, em manobras, ou no desempenho de funções militares;
 d) os oficiais e praças das Polícias e Corpos de Bombeiros, Militares, quando incorporados às Fôrças Armadas;
 Crimes funcionais
 II - nos crimes funcionais contra a administração militar ou contra a administração da Justiça Militar, os auditores,
os membros do Ministério Público, os advogados de ofício e os funcionários da Justiça Militar.
 Extensão do fôro militar
 § 1° O fôro militar se estenderá aos militares da reserva, aos reformados e aos civis, nos crimes contra a
segurança nacional ou contra as instituições militares, como tais definidas em lei. (Renumerado do parágrafo único,
pela Lei nº 9.299, de 7.8.1996)
 § 2° Nos crimes dolosos contra a vida, praticados contra civil, a Justiça Militar encaminhará os autos do inquérito
policial militar à justiça comum. (Parágrafo incluído pela Lei nº 9.299, de 7.8.1996)
 Fôro militar em tempo de guerra
 Art. 83. O fôro militar, em tempo de guerra, poderá, por lei especial, abranger outros casos, além dos previstos
no artigo anterior e seu parágrafo.
 Assemelhado
 Art. 84. Considera-se assemelhado o funcionário efetivo, ou não, dos Ministérios da Marinha, do Exército ou da
Aeronáutica, submetidos a preceito de disciplina militar, em virtude de lei ou regulamento.
TÍTULO IX
CAPÍTULO I
DA COMPETÊNCIA EM GERAL
 Determinação da competência
 Art. 85. A competência do fôro militar será determinada:
 I - de modo geral:
 a) pelo lugar da infração;
 b) pela residência ou domicílio do acusado;
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 c) pela prevenção;
 II - de modo especial, pela sede do lugar de serviço.
 Na Circunscrição Judiciária
 Art. 86. Dentro de cada Circunscrição Judiciária Militar, a competência será determinada:
 a) pela especialização das Auditorias;
 b) pela distribuição;
 c) por disposição especial dêste Código.
 Modificação da competência
 Art. 87. Não prevalecem os critérios de competência indicados nos artigos anteriores, em caso de:
 a) conexão ou continência;
 b) prerrogativa de pôsto ou função;
 c) desaforamento.
CAPÍTULO II
DA COMPETÊNCIA PELO LUGAR DA INFRAÇÃO
 Lugar da infração
 Art. 88. A competência será, de regra, determinada pelo lugar da infração; e, no caso de tentativa, pelo lugar em
que fôr praticado o último ato de execução.
 A bordo de navio
 Art. 89. Os crimes cometidos a bordo de navio ou embarcação sob comando militar ou militarmente ocupado em
pôrto nacional, nos lagos e rios fronteiriços ou em águas territoriais brasileiras, serão, nos dois primeiros casos,
processados na Auditoria da Circunscrição Judiciária correspondente a cada um daqueles lugares; e, no último caso,
na 1ª Auditoria da Marinha, com sede na Capital do Estado da Guanabara.
 A bordo de aeronave
 Art. 90. Os crimes cometidos a bordo de aeronave militar ou militarmente ocupada, dentro do espaço aéreo
correspondente ao território nacional, serão processados pela Auditoria da Circunscrição em cujo território se verificar
o pouso após o crime; e se êste se efetuar em lugar remoto ou em tal distância que torne difíceis as diligências, a
competência será da Auditoria da Circunscrição de onde houver partido a aeronave, salvo se ocorrerem os mesmos
óbices, caso em que a competência será da Auditoria mais próxima da 1ª, se na Circunscrição houver mais de uma.
 Crimes fora do território nacional
 Art. 91. Os crimes militares cometidos fora do território nacional serão, de regra, processados em Auditoria da
Capital da União, observado, entretanto, o disposto no artigo seguinte.
 Crimes praticados em parte no território nacional
 Art. 92. No caso de crime militar sòmente em parte cometido no território nacional, a competência do fôro militar
se determina de acôrdo com as seguintes regras:
 a) se, iniciada a execução em território estrangeiro, o crime se consumar no Brasil, será competente a Auditoria
da Circunscrição em que ocrime tenha produzido ou devia produzir o resultado;
 b) se, iniciada a execução no território nacional, o crime se consumar fora dele, será competente a Auditoria da
Circunscrição em que se houver praticado o último ato ou execução.
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 Diversidade de Auditorias ou de sedes
 Parágrafo único. Na Circunscrição onde houver mais de uma Auditoria na mesma sede, obedecer-se-á à
distribuição e, se fôr o caso, à especialização de cada uma. Se as sedes forem diferentes, atender-se-á ao lugar da
infração.
CAPÍTULO III
DA COMPETÊNCIA PELO LUGAR DA RESIDÊNCIA
OU DOMICÍLIO DO ACUSADO
 Residência ou domicílio do acusado
 Art. 93. Se não fôr conhecido o lugar da infração, a competência regular-se-á pela residência ou domicílio do
acusado, salvo o disposto no art. 96.
CAPÍTULO IV
DA COMPETÊNCIA POR PREVENÇÃO
 Prevenção. Regra
 Art. 94. A competência firmar-se-á por prevenção, sempre que, concorrendo dois ou mais juízes igualmente
competentes ou com competência cumulativa, um dêles tiver antecedido aos outros na prática de algum ato do
processo ou de medida a êste relativa, ainda que anterior ao oferecimento da denúncia.
 Casos em que pode ocorrer
 Art. 95. A competência pela prevenção pode ocorrer:
 a) quando incerto o lugar da infração, por ter sido praticado na divisa de duas ou mais jurisdições;
 b) quando incerto o limite territorial entre duas ou mais jurisdições;
 c) quando se tratar de infração continuada ou permanente, praticada em território de duas ou mais jurisdições;
 d) quando o acusado tiver mais de uma residência ou não tiver nenhuma, ou forem vários os acusados e com
diferentes residências.
CAPÍTULO V
DA COMPETÊNCIA PELA SEDE DO LUGAR DE SERVIÇO
 Lugar de serviço
 Art. 96. Para o militar em situação de atividade ou assemelhado na mesma situação, ou para o funcionário
lotado em repartição militar, o lugar da infração, quando êste não puder ser determinado, será o da unidade, navio,
fôrça ou órgão onde estiver servindo, não lhe sendo aplicável o critério da prevenção, salvo entre Auditorias da
mesma sede e atendida a respectiva especialização.
CAPÍTULO VI
DA COMPETÊNCIA PELA ESPECIALIZAÇÃO DAS AUDITORIAS
 Auditorias Especializadas
 Art. 97. Nas Circunscrições onde existirem Auditorias Especializadas, a competência de cada uma decorre de
pertencerem os oficiais e praças sujeitos a processo perante elas aos quadros da Marinha, do Exército ou da
Aeronáutica. Como oficiais, para os efeitos dêste artigo, se compreendem os da ativa, os da reserva, remunerada ou
não, e os reformados.
 Militares de corporações diferentes
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 Parágrafo único. No processo em que forem acusados militares de corporações diferentes, a competência da
Auditoria especializada se regulará pela prevenção. Mas esta não poderá prevalecer em detrimento de oficial da
ativa, se os co-réus forem praças ou oficiais da reserva ou reformados, ainda que superiores, nem em detrimento
dêstes, se os co-réus forem praças.
CAPÍTULO VII
DA COMPETÊNCIA POR DISTRIBUIÇÃO
 Distribuição
 Art. 98. Quando, na sede de Circunscrição, houver mais de uma Auditoria com a mesma competência, esta se
fixará pela distribuição.
 Juízo prevento pela distribuição
 Parágrafo único. A distribuição realizada em virtude de ato anterior à fase judicial do processo prevenirá o juízo.
CAPÍTULO VIII
DA CONEXÃO OU CONTINÊNCIA
 Casos de conexão
 Art. 99. Haverá conexão:
 a) se, ocorridas duas ou mais infrações, tiverem sido praticadas, ao mesmo tempo, por várias pessoas reunidas
ou por várias pessoas em concurso, embora diverso o tempo e o lugar, ou por várias pessoas, umas contra as outras;
 b) se, no mesmo caso, umas infrações tiverem sido praticadas para facilitar ou ocultar as outras, ou para
conseguir impunidade ou vantagem em relação a qualquer delas;
 c) quando a prova de uma infração ou de qualquer de suas circunstâncias elementares influir na prova de outra
infração.
 Casos de continência
 Art. 100. Haverá continência:
 a) quando duas ou mais pessoas forem acusadas da mesma infração;
 b) na hipótese de uma única pessoa praticar várias infrações em concurso.
 Regras para determinação
 Art. 101. Na determinação da competência por conexão ou continência, serão observadas as seguintes regras:
 Concurso e prevalência
 I - no concurso entre a jurisdição especializada e a cumulativa, preponderará aquela;
 II - no concurso de jurisdições cumulativas:
 a) prevalecerá a do lugar da infração, para a qual é cominada pena mais grave;
 b) prevalecerá a do lugar onde houver ocorrido o maior número de infrações, se as respectivas penas forem de
igual gravidade;
 Prevenção
 c) firmar-se-á a competência pela prevenção, nos demais casos, salvo disposição especial dêste Código;
 Categorias
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 III - no concurso de jurisdição de diversas categorias, predominará a de maior graduação.
 Unidade do processo
 Art. 102. A conexão e a continência determinarão a unidade do processo, salvo:
 Casos especiais
 a) no concurso entre a jurisdição militar e a comum;
 b) no concurso entre a jurisdição militar e a do Juízo de Menores.
 Jurisdição militar e civil no mesmo processo
 Parágrafo único. A separação do processo, no concurso entre a jurisdição militar e a civil, não quebra a conexão
para o processo e julgamento, no seu fôro, do militar da ativa, quando êste, no mesmo processo, praticar em
concurso crime militar e crime comum.
 Prorrogação de competência
 Art. 103. Em caso de conexão ou continência, o juízo prevalente, na conformidade do art. 101, terá a sua
competência prorrogada para processar as infrações cujo conhecimento, de outro modo, não lhe competiria.
 Reunião de processos
 Art. 104. Verificada a reunião dos processos, em virtude de conexão ou continência, ainda que no processo da
sua competência própria venha o juiz ou tribunal a proferir sentença absolutória ou que desclassifique a infração para
outra que não se inclua na sua competência, continuará êle competente em relação às demais infrações.
 Separação de julgamento
 Art 105. Separar-se-ão sòmente os julgamentos:
 a) se, de vários acusados, algum estiver foragido e não puder ser julgado à revelia;
 b) se os defensores de dois ou mais acusados não acordarem na suspeição de juiz de Conselho de Justiça,
superveniente para compô-lo, por ocasião do julgamento.
 Separação de processos
 Art 106. O juiz poderá separar os processos:
 a) quando as infrações houverem sido praticadas em situações de tempo e lugar diferentes;
 b) quando fôr excessivo o número de acusados, para não lhes prolongar a prisão;
 c) quando ocorrer qualquer outro motivo que êle próprio repute relevante.
 Recurso de ofício
 1º Da decisão de auditor ou de Conselho de Justiça em qualquer dêsses casos, haverá recurso de ofício para o
Superior Tribunal Militar.
 2º O recurso a que se refere o parágrafo anterior subirá em traslado com as cópias autênticas das peças
necessárias, e não terá efeito suspensivo, prosseguindo-se a ação penal em todos os seus têrmos.
 Avocação de processo
 Art. 107. Se, não obstantea conexão ou a continência, forem instaurados processos diferentes, a autoridade de
jurisdição prevalente deverá avocar os processos que corram perante os outros juízes, salvo se já estiverem com
sentença definitiva. Neste caso, a unidade do processo só se dará ulteriormente, para efeito de soma ou de
unificação de penas.
CAPÍTULO IX
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DA COMPETÊNCIA PELA PRERROGATIVA DO PÔSTO OU DA FUNÇÃO
 Natureza do pôsto ou função
 Art. 108. A competência por prerrogativa do pôsto ou da função decorre da sua própria natureza e não da
natureza da infração, e regula-se estritamente pelas normas expressas nêste Código.
CAPÍTULO X
DO DESAFORAMENTO
 Caso de desaforamento
 Art. 109. O desaforamento do processo poderá ocorrer:
 a) no interêsse da ordem pública, da Justiça ou da disciplina militar;
 b) em benefício da segurança pessoal do acusado;
 c) pela impossibilidade de se constituir o Conselho de Justiça ou quando a dificuldade de constituí-lo ou
mantê-lo retarde demasiadamente o curso do processo.
 Competência do Superior Tribunal Militar
 1º O pedido de desaforamento poderá ser feito ao Superior Tribunal Militar:
 Autoridades que podem pedir
 a) pelos Ministros da Marinha, do Exército ou da Aeronáutica;
 b) pelos comandantes de Região Militar, Distrito Naval ou Zona Aérea, ou autoridades que lhe forem superiores,
conforme a respectiva jurisdição;
 c) pelos Conselhos de Justiça ou pelo auditor;
 d) mediante representação do Ministério Público ou do acusado.
 Justificação do pedido e audiência do procurador-geral
 2º Em qualquer dos casos, o pedido deverá ser justificado e sôbre êle ouvido o procurador-geral, se não provier
de representação dêste.
 Audiência a autoridades
 3º Nos casos das alíneas c e d , o Superior Tribunal Militar, antes da audiência ao procurador-geral ou a pedido
dêste, poderá ouvir autoridades a que se refere a alínea b .
Auditoria onde correrá o processo
 4º Se deferir o pedido, o Superior Tribunal Militar designará a Auditoria onde deva ter curso o processo.
 Renovação do pedido
 Art. 110. O pedido de desaforamento, embora denegado, poderá ser renovado se o justificar motivo
superveniente.
TÍTULO X
CAPÍTULO ÚNICO
DOS CONFLITOS DE COMPETÊNCIA
 Questões atinentes à competência
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 Art. 111. As questões atinentes à competência resolver-se-ão assim pela exceção própria como pelo conflito
positivo ou negativo.
 Art. 112. Haverá conflito:
 Conflito de competência
 I - em razão da competência:
 Positivo
 a) positivo, quando duas ou mais autoridades judiciárias entenderem, ao mesmo tempo, que lhes cabe conhecer
do processo;
 Negativo
 b) negativo, quando cada uma de duas ou mais autoridades judiciárias entender, ao mesmo tempo, que cabe a
outra conhecer do mesmo processo;
 Controvérsia sôbre função ou separação de processo
 II - em razão da unidade de juízo, função ou separação de processos, quando, a êsse respeito, houver
controvérsia entre duas ou mais autoridades judiciárias.
 Suscitantes do conflito
 Art. 113. O conflito poderá ser suscitado:
 a) pelo acusado;
 b) pelo órgão do Ministério Público;
 c) pela autoridade judiciária.
 Órgão suscitado
 Art 114. O conflito será suscitado perante o Superior Tribunal Militar pelos auditores ou os Conselhos de Justiça,
sob a forma de representação, e pelas partes interessadas, sob a de requerimento, fundamentados e acompanhados
dos documentos comprobatórios. Quando negativo o conflito, poderá ser suscitado nos próprios autos do processo.
 Parágrafo único. O conflito suscitado pelo Superior Tribunal Militar será regulado no seu Regimento Interno.
 Suspensão da marcha do processo
 Art. 115. Tratando-se de conflito positivo, o relator do feito poderá ordenar, desde logo, que se suspenda o
andamento do processo, até a decisão final.
 Pedido de informações. Prazo, requisição de autos
 Art. 116. Expedida, ou não, a ordem de suspensão, o relator requisitará informações às autoridades em conflito,
remetendo-lhes cópia da representação ou requerimento, e, marcando-lhes prazo para as informações, requisitará,
se necessário, os autos em original.
 Audiência do procurador-geral e decisão
 Art 117. Ouvido o procurador-geral, que dará parecer no prazo de cinco dias, contados da data da vista, o
Tribunal decidirá o conflito na primeira sessão, salvo se a instrução do feito depender de diligência.
 Remessa de cópias do acórdão
 Art. 118. Proferida a decisão, serão remetidas cópias do acórdão, para execução, às autoridades contra as quais
tiver sido levantado o conflito ou que o houverem suscitado.
 Inexistência do recurso
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 Art. 119. Da decisão final do conflito não caberá recurso.
 Avocatória do Tribunal
 Art. 120. O Superior Tribunal Militar, mediante avocatória, restabelecerá sua competência sempre que invadida
por juiz inferior.
 Atribuição ao Supremo Tribunal Federal
 Art 121. A decisão de conflito entre a autoridade judiciária da Justiça Militar e a da Justiça comum será atribuída
ao Supremo Tribunal Federal.
TÍTULO XI
CAPÍTULO ÚNICO
DAS QUESTÕES PREJUDICIAIS
 Decisão prejudicial
 Art 122. Sempre que o julgamento da questão de mérito depender de decisão anterior de questão de direito
material, a segunda será prejudicial da primeira.
 Estado civil da pessoa
 Art. 123. Se a questão prejudicial versar sôbre estado civil de pessoa envolvida no processo, o juiz:
 a) decidirá se a argüição é séria e se está fundada em lei;
 Alegação irrelevante
 b) se entender que a alegação é irrelevante ou que não tem fundamento legal, prosseguirá no feito;
 Alegação séria e fundada
 c) se reputar a alegação séria e fundada, colherá as provas inadiáveis e, em seguida, suspenderá o processo,
até que, no juízo cível, seja a questão prejudicial dirimida por sentença transitada em julgado, sem prejuízo,
entretanto, da inquirição de testemunhas e de outras provas que independam da solução no outro juízo.
 Suspensão do processo. Condições
 Art. 124. O juiz poderá suspender o processo e aguardar a solução, pelo juízo cível, de questão prejudicial que
se não relacione com o estado civil das pessoas, desde que:
 a) tenha sido proposta ação civil para dirimi-la;
 b) seja ela de difícil solução;
 c) não envolva direito ou fato cuja prova a lei civil limite.
 Prazo da suspensão
 Parágrafo único. O juiz marcará o prazo da suspensão, que poderá ser razoàvelmente prorrogado, se a demora
não fôr imputável à parte. Expirado o prazo sem que o juiz do cível tenha proferido decisão, o juiz criminal fará
prosseguir o processo, retomando sua competência para resolver de fato e de direito tôda a matéria da acusação ou
da defesa.
 Autoridades competentes
 Art. 125. A competência para resolver a questão prejudicial caberá:
 a) ao auditor, se argüida antes de instalado o Conselho de Justiça;
 b) ao Conselho de Justiça, em qualquer fase do processo, em primeira instância;
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 c) ao relator do processo, no Superior Tribunal Militar, se argüida pelo procurador-geral ou pelo acusado;
 d) a êsse Tribunal, se iniciado o julgamento.
 Promoção de ação no juízo cível
 Art. 126. Ao juiz ou órgão a que competir a apreciação da questão prejudicial, caberá dirigir-se ao órgão
competente do juízo cível, para a promoção da ação civil ou prosseguimento da que tiver sido iniciada, bem como de
quaisquer outras providências que interessem ao julgamento do feito.
 Providências de ofício
 Art. 127. Ainda que sem argüição de qualquer das partes, o julgador poderá, de ofício, tomar as providências
referidas nos artigos anteriores.
TÍTULO XII
DOS INCIDENTES
CAPÍTULO I
DAS EXCEÇÕES EM GERAL
 Exceções admitidas
 Art. 128. Poderão ser opostas as exceções de:
 a) suspeição ou impedimento;
 b) incompetência de juízo;
 c) litispendência;
 d) coisa julgada.
SEÇÃO I
Da exceção de suspeição ou impedimento
 Precedência da argüição de suspeição
 Art. 129. A argüição de suspeição ou impedimento precederá a qualquer outra, salvo quando fundada em motivo
superveniente.
 Motivação do despacho
 Art. 130. O juiz que se declarar suspeito ou impedido motivará o despacho.
 Suspeição de natureza íntima
 Parágrafo único. Se a suspeição fôr de natureza íntima, comunicará os motivos ao auditor corregedor, podendo
fazê-lo sigilosamente.
 Recusa do juiz
 Art. 131. Quando qualquer das partes pretender recusar o juiz, fa-lo-á em petição assinada por ela própria ou
seu representante legal, ou por procurador com podêres especiais, aduzindo as razões, acompanhadas de prova
documental ou do rol de testemunhas, que não poderão exceder a duas.
 Reconhecimento da suspeição alegada
 Art. 132. Se reconhecer a suspeição ou impedimento, o juiz sustará a marcha do processo, mandará juntar aos
autos o requerimento do recusante com os documentos que o instruam e, por despacho, se declarará suspeito,
ordenando a remessa dos autos ao substituto.
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 Argüição de suspeição não aceita pelo juiz
 Art. 133. Não aceitando a suspeição ou impedimento, o juiz mandará autuar em separado o requerimento, dará
a sua resposta dentro em três dias, podendo instruí-la e oferecer testemunhas. Em seguida, determinará a remessa
dos autos apartados, dentro em vinte e quatro horas, ao Superior Tribunal Militar, que processará e decidirá a
argüição.
 Juiz do Conselho de Justiça
 1º Proceder-se-á, da mesma forma, se o juiz argüido de suspeito fôr membro de Conselho de Justiça.
 Manifesta improcedência da argüição
 2º Se a argüição fôr de manifesta improcedência, o juiz ou o relator a rejeitará liminarmente.
 Reconhecimento preliminar da argüição do Superior Tribunal Militar
 3º Reconhecida, preliminarmente, a relevância da argüição, o relator, com intimação das partes, marcará dia e
hora para inquirição das testemunhas, seguindo-se o julgamento, independentemente de mais alegações.
 Nulidade dos atos praticados pelo juiz suspeito
 Art. 134. Julgada procedente a argüição de suspeição ou impedimento, ficarão nulos os atos do processo
principal.
 Suspeição declarada de ministro de Superior Tribunal Militar
 Art. 135. No Superior Tribunal Militar, o ministro que se julgar suspeito ou impedido declará-lo-á em sessão. Se
relator ou revisor, a declaração será feita nos autos, para nova distribuição.
 Argüição de suspeição de ministro ou do procurador-geral. Processo
 Parágrafo único. Argüida a suspeição ou o impedimento de ministro ou do procurador-geral, o processo, se a
alegação fôr aceita, obedecerá às normas previstas no Regimento do Tribunal.
 Suspeição declarada do procurador-geral
 Art. 136. Se o procurador-geral se der por suspeito ou impedido, delegará a sua função, no processo, ao seu
substituto legal.
 Suspeição declarada de procurador, perito, intérprete ou auxiliar de justiça
 Art. 137. Os procuradores, os peritos, os intérpretes e os auxiliares da Justiça Militar poderão, motivadamente,
dar-se por suspeitos ou impedidos, nos casos previstos neste Código; os primeiros e os últimos, antes da prática de
qualquer ato no processo, e os peritos e intérpretes, logo que nomeados. O juiz apreciará de plano os motivos da
suspeição ou impedimento; e, se os considerar em têrmos legais, providenciará imediatamente a substituição.
 Argüição de suspeição de procurador
 Art. 138. Se argüida a suspeição ou impedimento de procurador, o auditor, depois de ouvi-lo, decidirá, sem
recurso, podendo, antes, admitir a produção de provas no prazo de três dias.
 Argüição de suspeição de perito e intérprete
 Art. 139. Os peritos e os intérpretes poderão ser, pelas partes, argüidos de suspeitos ou impedidos; e os
primeiros, por elas impugnados, se não preencherem os requisitos de capacidade técnico-profissional para as
perícias que, pela sua natureza, os exijam, nos têrmos dos arts. 52, letra c , e 318.
 Decisão do plano irrecorrível
 Art. 140. A suspeição ou impedimento, ou a impugnação a que se refere o artigo anterior, bem como a
suspeição ou impedimento argüidos, de serventuário ou funcionário da Justiça Militar, serão decididas pelo auditor, de
plano e sem recurso, à vista da matéria alegada e prova imediata.
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 Declaração de suspeição quando evidente
 Art. 141. A suspeição ou impedimento poderá ser declarada pelo juiz ou Tribunal, se evidente nos autos.
 Suspeição do encarregado de inquérito
 Art. 142. Não se poderá opor suspeição ao encarregado do inquérito, mas deverá êste declarar-se suspeito
quando ocorrer motivo legal, que lhe seja aplicável.
SEÇÃO II
Da exceção de incompetência
 Oposição da exceção de incompetência
 Art. 143. A exceção de incompetência poderá ser oposta verbalmente ou por escrito, logo após a qualificação do
acusado. No primeiro caso, será tomada por têrmo nos autos.
 Vista à parte contrária
 Art. 144. Alegada a incompetência do juízo, será dada vista dos autos à parte contrária, para que diga sôbre a
argüição, no prazo de quarenta e oito horas.
 Aceitação ou rejeição da exceção. Recurso em autos apartados. Nulidade de autos
 Art. 145. Se aceita a alegação, os autos serão remetidos ao juízo competente. Se rejeitada, o juiz continuará no
feito. Mas, neste caso, caberá recurso, em autos apartados, para o Superior Tribunal Militar, que, se lhe der
provimento, tornará nulos os atos praticados pelo juiz declarado incompetente, devendo os autos do recurso ser
anexados aos do processo principal.
 Alegação antes do oferecimento da denúncia. Recurso nos próprios autos
 Art. 146. O órgão do Ministério Público poderá alegar a incompetência do juízo, antes de oferecer a denúncia. A
argüição será apreciada pelo auditor, em primeira instância; e, no Superior Tribunal Militar, pelo relator, em se
tratando de processo originário. Em ambos os casos, se rejeitada a argüição, poderá, pelo órgão do Ministério
Público, ser impetrado recurso, nos próprios autos, para aquêle Tribunal.
 Declaração de incompetência de ofício
 Art. 147. Em qualquer fase do processo, se o juiz reconhecer a existência de causa que o torne incompetente,
declará-lo-á nos autos e os remeterá ao juízo competente.
SEÇÃO III
Da exceção de litispendência

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