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Ventilação mecânica em coelhos hipovolêmicos

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Avaliação de duas frações inspiradas de oxigênio em coelhos hipovolêmicos, 
anestesiados com propofol, mantidos em ventilação mecânica. 
Evaluation of mechanical ventilation at two different inspired oxygen fractions in 
hypovolemic rabbits anesthetized with propofol. 
 
Paula Araceli Borges1*, Newton Nunes2, Priscila A.C.S. Batista1, Aparecido A. Camacho2 
1Pós-graduanda do Programa de Pós-graduação em Cirurgia Veterinária da UNESP/Jaboticabal. 
2Professor Dr. do Departamento de Clínica e Cirurgia Veterinária da UNESP/Jaboticabal. 
Via de acesso Paulo Donato Castelane, s/n, Jaboticabal, SP, Brasil, CEP: 14884-900. 
Autor para correspondência: paula.araceli@hotmail.com 
 
INTRODUÇÃO 
A hipovolemia aguda é uma situação emergencial e tem alta incidência na rotina 
veterinária (FINK, 1996). Atualmente, não há consenso sobre qual a melhor fração 
inspirada de oxigênio (FiO2) a ser administrada em pacientes que apresentam déficit 
circulatório e necessitam de ventilação mecânica pois quando administrado em altas 
concentrações, o O2 pode causar lesões pulmonares e sistêmicas (DURBIN & WALLACE, 
1993). Assim, objetivou-se determinar os efeitos de duas FiO2 sobre os parâmetros 
cardiovasculares e respiratórios, em coelhos hipovolêmicos anestesiados com propofol e 
mantidos em ventilação controlada à pressão (VCP). 
MATERIAL E MÉTODOS 
Este estudo foi aprovado pela Comissão de Ética e Bem Estar Animal (FCAV/Unesp 
n° 025475). Foram utilizados 20 coelhos (Nova Zelândia), pesando 3,5±0,3kg, distribuídos 
em 2 grupos: G100 (FiO2=1,0) e G40 (FiO2=0,4), os quais receberam xilazina (1mg/Kg) e 
cetamina (15mg/Kg) pela via intramuscular. Transcorridos 20 minutos, foi administrado 
propofol (8mg/kg bolus e 0,5mg/kg/min) e rocurônio (0,6mg/kg bolus e 0,6mg/kg/h). 
Após 30 minutos, os animais foram submetidos à hipovolemia aguda, retirando-se sangue 
arterial (12mL/kg). As variáveis avaliadas foram: frequência cardíaca (FC), pressão arterial 
média (PAM), débito cardíaco (DC), saturação de oxihemoglobina (SpO2) e volume corrente 
(Vt). Os parâmetros foram mensurados 30 minutos após a indução anestésica (M0) e a cada 
dez minutos depois da exsanguinação (M1- M7). As variáveis foram submetidas à análise de 
variância seguida pelo teste de Tukey (p<0,05). 
RESULTADOS 
A FC não diferiu entre os grupos e nem sofreu alterações ao longo do procedimento 
(Tabela 1). O DC comportou-se de maneira semelhante à freqüência cardíaca (Tabela 1). Em 
relação à PAM, SpO2 e Vt, não foram registradas diferenças entre os grupos (Tabela 1). 
DISCUSSÃO 
As médias da FC permaneceram próximas aos valores fisiológicos (198 a 330 
bat/min) (CARPENTER, 2004), indicando que as diferentes FiO2 não alteraram este 
parâmetro, bem como o propofol e a VCP proporcionaram sua estabilidade, mesmo após a 
hipovolemia. Estes achados foram similares aos obtidos por BORGES (2008), o qual 
descreveu que em cães normovolêmicos anestesiados com propofol, mantidos em VCP, o 
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uso de diferentes FiO2 mantém o ritmo cardíaco estável. Como o débito cardíaco é 
influenciado diretamente pela FC (ALMEIDA et al., 2000), manteve-se constante durante o 
período experimental, podendo-se inferir que diferentes FiO2 pouco atuam sobre o DC. O 
emprego de diferentes FiO2 não interferiu na PAM. Nesse sentido, resultados semelhantes 
foram encontrados por CLAYBAUGH et al. (2003), os quais observaram estabilidade dessa 
variável quando utilizada a FiO2=1 durante hemorragia induzida em cabras. Pode-se 
verificar também, que em ambos os grupos, ocorreu diminuição das médias após a indução 
da hipovolemia, isto porque a PA está diretamente relacionada com o volume sanguíneo 
(HASKINS, 2005). 
A SpO2 permaneceu estável e dentro da faixa de normalidade (SUKOW & DOUGLAS, 
1996), indicando que ambas as FiO2 foram capazes de garantir a saturação da hemoglobina, 
com reflexos favoráveis quanto ao O2 disponível. O Vt permaneceu dentro do esperado (10-
15 mL/kg) (ROBERTSON, 2004) podendo inferir que as diferentes FiO2 empregadas não 
alteram este parâmetro, bem como mantém sua estabilidade durante a hipovolemia aguda, 
assim como o propofol e a VCP. De maneira semelhante, FONSECA (2007) observou 
estabilidade e valores dentro do indicado, em coelhos hipovolêmicos durante ventilação 
mecânica. 
CONCLUSÃO 
 Concluiu-se que a administração de FiO2 de 1,0 e de 0,4 proporciona estabilidade dos 
parâmetros cardiovasculares e respiratórios em coelhos hipovolêmicos, anestesiados com 
infusão contínua de propofol, mantidos em ventilação controlada a pressão. 
 
Tabela 1 – Valores médios e desvios padrão (x±s) dos parâmetros cardiovasculares 
e respiratórios. 
PARAMÊTROS GRUPOS MOMENTOS 
 M0 M1 M2 M3 M4 M5 M6 M7 
FC (bpm) G100 200±16 193±117 192±15 194±14 198±15 199±16 202±17 203±17 
 G40 186±16 181±16 180±10 184±12 183±14 189±16 192±16 190±17 
PAM (mmHg) G100 87±7 a 32±4 b 33±4 b 36±6 b 38±5 b 39±5 b 40±5 b 40±6 b 
 G40 84±8 a 23±4 b 28±5 b 29±5 b 29±6 b 28±6 b 39±6 b 31±6 b 
DC (L/min) G100 0,3±0,03 0,26±0,02 0,26±0,02 0,24±0,02 0,25±0,02 0,26±0,02 0,26±0,02 0,25±0,02 
 G40 0,28±0,02 0,25±0,02 0,25±0,02 0,25±0,02 0,24±0,02 0,24±0,03 0,24±0,02 0,23±0,02 
SPO2 (%) G100 100±1 100±1 100±1 99±1 99±1 99±1 99±1 99±1 
 G40 95±1 92±1 92±1 90±1 90±1 90±1 91±1 92±1 
Vt (ml) G100 42±4 36±4 35±8 36±5 35±3 39±4 38±3 37±4 
 G40 40±3 33±4 34±3 35±3 36±3 36±3 35±4 36±3 
*Médias seguidas por letras diferentes, nas linhas, diferem significativamente entre si 
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REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA 
ALMEIDA, E.M.P. et al. Efeitos cardiorrespiratórios da associação de tiletamina/zolazepam 
em cães pré-tratados ou não pela acepromazina. Braz J Vet Res Anim Science. v.37, n.3, 
2000. 
BORGES, P.A. Avaliação de diferentes frações inspiradas de oxigênio em cães 
anestesiados com infusão contínua de propofol e rocurônio, mantidos em ventilação 
controlada a pressão. 134f. Dissertação (Mestrado em Cirurgia Veterinária) – Unesp 
Jaboticabal, 2008. 
CARPENTER, J.W. Exotic Animal Formulary. 3ed.St. Louis:Elsevier Saunders, 2004. 496p. 
CLAYBAUGH, J. R. et al. Effects of FiO2 on O2 consumption and cardiovascular and hormonal 
responses to hemorrhage in the goat. Mil Medicine, v. 168, n. 9, p. 758-764, 2003. 
DURBIN, C.G.; WALLACE, K.K. Oxygen toxicity in the critically ill patient. Respiratory Care, 
v. 38, n.77, p. 739-750, 1993. 
FINK, M. P. Shock: An overview. In: Rippe, J.M.; Invin, R.S.; Fink, M.P.; Cerra, F.B.; et al., eds. 
Int. Care Med.. 3rd ed. Little, Brown and Company, 1996; p. 1857-1877. 
FONSECA, E.B. Comparação da variação da pressão sistólica e de pulso nas ventilações 
com pressão e volume controlados em coelhos. Tese Doutorado. USP, São Paulo, 2007. 
HASKINS, S.C. et al. The effect of moderate hipovolemia on cardiopulmonary function in 
dogs. Journal Veterinary Emergency and Critical Care, v.15, p.100-109, 2005. 
ROBERTSON, S.A. Oxigenação e ventilação. In: Greene, S.A. Segredos em anestesia 
veterinária e manejo da dor. Porto Alegre: Artmed, 2004, cap.2, p. 31-36. 
SUCKOW, M.A.; DOUGLAS, F.A. The Laboratory Rabbit. Important Biological Features. 
Veterinary Care. p . 1-8, 1996.

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